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Analisando empresas por meio de indicadores

Indicadores fundamentalistas nada mais são do que dados calculados a partir


do balanço da empresa que, uma vez comparados entre si durante a linha de
tempo em que a empresa desenvolve sua atividade comercial, são capazes de
demonstrar como foi o andamento dessa atividade. Permitem mensurar o
crescimento ou a redução de fatores positivos ou negativos relacionados á
atividade dessa empresa e podem indicar tanto seu crescimento (maior
propensão a lucros e melhorar na performance administrativa) quanto o
fracasso das vendas (baixa qualidade produtiva ou excesso de gastos com
despesas que não agregam valor a seus produtos ou serviços).

No processo de análise deve estar focado na comparação, trimestre a


trimestre, dos dados de balanço e dos indicadores, sempre os comparando
com os dados do mesmo trimestre de períodos anteriores. Essa estrutura nos
permite identificar sazonalidade de consumo ou produção, na medida em
que podemos perceber aumentos ou reduções em dados ou indicadores,
todos os anos, na mesma época. Alguns outros indicadores sinalizam maior
propensão ao pagamento de dividendos ou mostram o quanto uma ação está
sobre ou subvalorizada no mercado em relação a seu valor intrínseco.

Considerando sua natureza, podemos dividir os indicadores fundamentalistas


em dois grupos:

Indicadores de balanço: São aqueles que utilizam apenas informações


contidas nos balanços trimestrais e nos demonstrativos de resultado do
exercício (DRE) e, por essa razão, mantêm-se inalterado até que a
empresa divulgue um novo balancete.
Indicadores de mercado: São aqueles que utilizam informações de
balanço e dados do mercado em seu cálculo, o que faz que seu valor se
modifique todos os dias pela influência dos elementos oriundos do
mercado, que é atualizado diariamente.
Lucro por ação (LPA)

Este indicador é calculado pela seguinte fórmula:

Para seu cálculo, considera-se o Lucro Líquido apurado num período de


12 meses e a quantidade atual de ações emitidas pela empresa.
Representa quanto o lucro da empresa cabe a cada ação. Com base
nesse indicador, o investidor pode apurar se o lucro gerado para cada
uma de suas ações está diminuindo ou aumentando. Um acréscimo
desse valor indica que a ação está ganhando valor, pois a parcela
representa tem maior participação nos resultados da empresa. Esse fato
tende a valorizar essa ação perante ao mercado.
Se decréscimo indica que essa ação deverá perder valor de mercado no
futuro á medida que o lucro que lhe couber tender a ser menor.

Interesse do Investidor

O LPA é um dado importante para ser avaliado, uma vez que geralmente
empresas com maior LPA pagam mais dividendos. Porém mais
importante que ver se o LPA é alto ou baixo é analisar o seu histórico. Um
LPA crescente pode ser mais interessante que um LPA alto e estável.A
taxa de crescimento do LPA serve, por exemplo, para calcular o Price to
Earnings Growth. O dividendo pago por uma empresa ao acionista é o
LPA x o Dividend Payout Ratio.

Considerações:
Na hora de avaliar o LPA de uma empresa é importante tomar cuidado
com comparações entre empresas diferentes. Duas empresas que
divulguem um lucro líquido de mesmo valor podem ter números de LPA
completamente destoantes o que não significa que uma seja mais
lucrativa que a outra. Até mesmo comparar os números do LPA de uma
empresa em diferentes momentos pode levar ao equívoco, pode ser que
o número de ações emitidas mudou durante o tempo e o LPA mude em
consequência disso, o que também não significa que a empresa se
tornou mais ou menos lucrativa nesse período.Ao avaliar o LPA de uma
empresa deve-se observar também o  Dividend Payout Ratio  da mesma,
um LPA alto não necessariamente quer dizer dividendos altos.Existem
empresas que ponderam o LPA de acordo com o número de ações
preferenciais e ordinárias, portanto é interessante procurar os
respectivos balanços em "Balanços PDF" e atentar-se para as notas
explicativas para saber como cada empresa calcula esse índice.
Valor patrimonial

Este indicador é calculado pela seguinte fórmula:

o VPA é um valor monetário e é calculado da seguinte forma:VPA =


Patrimônio Líquido/ Número de ações emitidas

Interesse do Investidor

Comparar o VPA com o preço de mercado de uma ação é um múltiplo


importante para se avaliar a situação do papel, se está sub ou
supervalorizado. Porém o Preço/VPA é um múltiplo arriscado,
principalmente com a chegada de empresas de tecnologia que geram um
lucro extremamente alto com um patrimônio proporcionalmente
pequeno.

Exemplo:

A empresa A tem Patrimônio Líquido de R$ 100.000,00 e emitiu 10.000


ações. VPA = 100.000/10.000 = R$10,00. Porém a sua ação está sendo
negociada a R$ 20,00.Divide-se 20/10=2, o mercado está pagando o
dobro do VPA  da ação da empresa A. Isso significa que a ação irá
desvalorizar? Pode ser que sim ou pode ser que não.  Parece bem natural
comparar o preço de mercado de uma ação com o seu VPA a fim de
saber se uma ação esta super ou subvalorizada... Mas não é tao simples
assim.  Essa comparação é, de fato, relevante e pode ser um bom
indicador, mas também pode levar a decisões equivocadas.  Existem
empresas que tem um retorno extremamente alto em relação ao seu PL
e, portanto, é natural que o preço de mercado esteja acima do respectivo
VPA (o oposto também é válido). Logo, é interessante que após comparar
o VPA com o valor de mercado o investidor procure outros múltiplos
como P/S (Price to Sales) ou Price to Earnings Growth antes de tomar
uma decisão precipitada.
Indicadores de balanço

Liquidez Corrente (LC) O valor ideal para esse indicador é que seja
sempre maior que 1. 
A permanência desse indicador acima de 1 por diversos trimestres ou
anos seguidos mostra que a empresa tem mantido um sólido controle
sobre seus gastos e não tem necessidade de assumir alto índice de
endividamento. Mesmo que não permaneça acima de 1, se demostrar um
acréscimo constante desse valor, ao longo do tempo, podemos deduzir
que o grau de liquidez de suas disponibilidade está aumentando, ou seja,
a empresa tem aumentado a quantidade de dinheiro disponível em seu
fluxo de caixa. Esse fato favorece a empresa em momentos de
dificuldades ou quando ela necessita de capital para aquisição de matéria-
prima ou modernização e ampliação de sua capacidade produtiva, em face
de um novo desafio ou oportunidade de negócio.

Liquidez Seca (LS) Busca avaliar a capacidade que a empresa possui de


atender a seus compromissos de curto prazo sem depender da venda de
seu estoque.

Liquidez Geral (LG) Tem o mesmo significado que a liquidez corrente,


porém considera também os ativos e passivos de longo prazo.

Liquidez Imediata (LI) São contabilizados somente os valores de liquidez


imediata, como caixa, bancos, aplicações financeiras. ( Curto Prazo).
Indicadores de Mercado

Relaçaõ Preço/Lucro (P/L)

Para calcular, teremos obter  primeiro o LPA da ação que estamos


analisando. O P/L indica o tempo de retorno do investimento em anos.
Se uma ação tem um P/L de 4,50 significa que o prazo previsto para o retorno
do investimento feito nela é de 4 anos e meio ( considerando que a empresa
mantenha os atuais níveis de lucro).

Regra de bolso: Quanto menor for o valor do P/L, melhor. Uma redução
contínua do P/L, trimestre após trimestre, principalmente se for
acompanhada por um aumento de lucro liquido da empresa, indica que a
quantidade de anos necessários para prover o retorno do investimento está
decrescendo, o que torna a ação atrativa para aquisição.

Toma nota:
Importante lembrar que este é apenas um indicador, ou seja, não garante que
a ação da empresa irá se valorizar ou não, e deve sempre ser analisado junto a
outros indicadores/informações.
Indicadores de Mercado

Relaçaõ Preço/Lucro (P/L)

Regra de bolso: Um P/L baixo indica que ação está barata. Entretanto, o
preço baixo só deve motivar a compra se outros fatores de cunho
fundamentalista apontarem a existência de potencial de valorização, caso
contrário só estará indicando o que o mercado perdeu interesse no papel.

ITAÚ UNIBANCO HOLDING S.A.

O índice preço/lucro também é conhecido como price earnings ratio.

Uma empresa que é negociada a uma relação P/L,baixo pode ser


considerada subvalorizada.

Assim como uma empresa que é negociada a um múltiplo P/L elevado


pode ser considerada sobrevalorizada.

Se uma empresa produz R$ 1,00 de lucro por ação e suas ações são negociadas a
R$ 15,00, a empresa é negociada a 15 vezes o seu lucro anual, ou seja, seu P/L é
de 15 vezes.
Indicadores de Balanço

Valor patrimonial da ação (VPA)

É calculada pela seguinte fórmula:

VPA = Patrimônio Líquido/ Número de ações emitidas

Podemos  notar que muitas ações são negociadas por valores acima do
VPA,  o que indica que o mercado acredita no potencial da empresa, de
forma que aceita pagar ágio sobre seu valor contábil. Quando observamos
ação abaixo de seu valor patrimonial, temos a indicação de que o mercado
não acredita nessa empresa nem em que seu potencial de crescimento.
É comum que ações de boas empresas sejam negociadas acima de seu VPA,
impulcionadas pelo ágio que o mercado se dispõe a pagar em troca da
valorização que provalvelmente ocorrerá no futuro. No entanto, o investidor
prudente deve desconfiar de uma discrepância muito elevada entre o valor
negociado e o valor valor real desse ativo, representar em momento
especulativo de mercado que não tem fundamentos sólidos o bastante para
sustentá-los por muito tempo.
Assumir posições em ativos nossas condições pode expor seu capital a um
nível muito mais elevado de risco, pois o simples retorno do ativo a seu
preço justo já representaria um desvalorização de grande porte em sua
carteira.

Exemplo A empresa A tem Patrimônio Líquido de R$ 100.000,00 e emitiu


10.000 ações. VPA = 100.000/10.000 = R$10,00. Porém a sua ação está
sendo negociada a R$ 20,00.Divide-se 20/10=2, o mercado está pagando
o dobro do VPA  da ação da empresa A.

Isso significa que a ação irá desvalorizar? Pode ser que sim ou pode ser
que não.  Parece bem natural comparar o preço de mercado de uma
ação com o seu VPA a fim de saber se uma ação esta super ou
subvalorizada... Mas não é tao simples assim.  Essa comparação é, de
fato, relevante e pode ser um bom indicador, mas também pode levar a
decisões equivocadas.  Existem empresas que tem um retorno
extremamente alto em relação ao seu PL e, portanto, é natural que o
preço de mercado esteja acima do respectivo VPA (o oposto também é
válido). Logo, é interessante que após comparar o VPA com o valor de
mercado o investidor procure outros múltiplos como P/S (Price to Sales)
ou Price to Earnings Growth antes de tomar uma decisão precipitada.
Indicadores de Mercado

Relação Preço/ Valor Patrimonial (P/VP)

É calculada pela seguinte fórmula:

O P/VP representa, quantitativamente, o ágio ou deságio que o mercado


está disposto a pagar pela ação.

Exemplo: Se uma ação é negociada por R$ 75,00 e seu valor contábil é de R$


50,00, o P/VP dessa ação é de 1,5. Isso significa que o mercado está pagando
por ela uma vez e meia seu valor real de balanço.
Esse ágio de 50% sobre o valor contábil da ação demostra que o mercado
acredita na empresa e que existe pressão de compra impulsionando os
preços. Se, ao contrário, uma ação cujo valor contábil é R$ 40,00 for
negociada por R$ 30,00, seu P/VP será de 0,75, significando que o mercado
só aceita pagar por ela 75% de seu valor real. Provavelmente essa empresa
não é bem avaliada pelo mercado, perdeu performance ou existem fatores
externos que estejam prejudicando seus negócios.
A situação ideal para esse indicador é que seu valor seja maior que 1,
denunciando a existência do ágio nas negociações. Porém um P/VP muito
elevado pode representar risco ao investimento.

ITAÚ UNIBANCO HOLDING S.A.


Indicadores de Mercado

EBITDA

É calculada pela seguinte fórmula:

EBITDA = Receita Líquida - Custo de produtos vendidos - Despesas da


atividade + Depreciação Acumulada no Período + amortização acumulada
no Período.

A idéia por trás desse indicador é medir a capacidade de geração de


caixa da empresa e a performance do administrador.
É utilizado para eliminar fatores externos à atividade da empresa, que
podem mascarar os lucros.
Existem diversos fatores que podem pesar na análise de balanço de uma 
empresa e que acabam por macular os números, dando investidor a
impressão errada sobre determinado aspecto da análise.
Ao comparar empresas de porte diferente, a disparidade dos números
não perante não permite ao investidor traçar um paralelo que possibilite
comparar sua capacidade de geração de riqueza. Da mesma forma,
empresas mais antigas não podem ser comparadas satisfatoriamente
com empresas mais jovens em razão de varios fatores.

Se sua análise focar-se em empresas de países diferentes, a questão da


carga tributária diferenciada a qual cada uma delas está sujeita agregará
grandes distorções aos números gerados. Tal situação também se aplica
á analise de empresas de setores diferentes, sujeitas a impostos distintos
ou que possuam incentivos fiscais a suas matérias- primas ou a seus
produtos.
Por meio do EBITDA, podemos obter um valor mais " puro", embora não
exato, despido das distorções causadas por fatores específicos
pertinentes a determinadas empresas, setor ou país de origem. Busca
eliminar o " ruído" ao redor do resultado da empresa, na busca por sua
essência.

4ºTRI2018 EBITDA
Dividend Yield (DY)

Este é um dos indicadores favoritos dos investidores que compram ações


para receber seus dividendos. Sua fórmula de cálculo é:

DY = Proventos pagos pela ação no período ÷ Preço da Ação

Obs: O mesmo princípio se aplica aos fundos imobiliários/ETFs.

A idéia por trás desse indicador é demonstrar, de forma percentual,


quanto do valor de mercado da ação está sendo distribuído aos
acionistas na forma de dividendos. Por exemplo, se uma ação custa R$
10,00 e a empresa pagou R$ 1,50 de dividendos, seu DY foi de 15%

Por se expressar na forma de um percentual, o DY permite ao investidor


acompanhar mais facilmente a evolução da política de pagamento de
dividendos praticada pela companhia, demostrando quanta disposição
há para ampliar essa distribuição. Um crescimento consistente no valor
desse indicador, que considera em seu cálculo a valorização de mercado
das ações, vem demostrar que há muita disposição da direção da
empresa em remunerar melhor seus acionistas.
TAEE11 TAEE11

De preferencia escolha papéis que apresentam retorno igual ou superior a


6% ao ano, a providência seguinte é elaborar uma tabela de preços justos,
que indicará o valor máximo que poderá ser pago pelas ações para se obter
esse percentual de retorno, considerado satisfatório pelos especialistas nos
mercados financeiros de todo o mundo.

Usa-se uma regra de Três simples: Multiplica-se o dividendo da ação por


100 e divide-se o produto por 6, se o dividendo ANUAL, ou por 3 se
semestral. Comprar título por um valor abaixo do resultado encontrado o
preço justo em função do dividendo é bom negócio.

Cuidado com altos dividendos!


Empresa Oi

CUIDADO PARA NÃO SE DEIXAR SEDUZIR COM DIVIDENDOS ALTOS.

Lucros não recorrentes:  Essa é a “campeã” dos motivos que tornam o


Yield de uma ação muito alto e é a que mais engana investidores. É
comum empresas em algum momento obterem ganhos extraordinários
e pontuais, resolverem distribuir estes lucros aos acionistas, gerando
estas distorções nos indicadores. Estes ganhos normalmente são
provenientes da venda de ativos, de empresas controladas, de imóveis,
ganhos judiciais, etc.

Empresa utilizando reservas de lucros: Por muitas vezes as empresas


optam por distribuir, pontualmente e esporadicamente, parte de seu
caixa acumulado com retenções e reservas de lucros passados. Uma
empresa que tem um lucro anual de R$ 100 milhões, que paga
normalmente R$ 50 milhões por ano aos seus acionistas em proventos e
possui uma reserva de lucros de R$ 400 milhões, caso resolva utilizar R$
300 milhões de sua reserva para distribuição de dividendos
extraordinários, certamente elevará bruscamente o Dividend Yield dessa
ação e irá criar uma distorção.

Tome nota: Não esqueça de analisar todos os indicadores da empresa e


NÃO apenas Dividend Yild ( DY)
Yield on Cost

Yield on Cost pode ser traduzido para algo como "rendimento no custo"
custo esse que, como você viu, é o preço de comprar a ação de
determinada organização.

O yield on cost é o dividendo em relação ao preço médio de aquisição.


Diferentemente do dividend yield, ele não considera o preço de mercado.
Então por exemplo, se o investidor recebe R$ 1 de dividendo e a ação
custou R$ 10, o yield on cost será de 10%.

Para um entendimento mais prático, suponha que você tenha comprado


ações da Petrobrás por R$15 alguns anos atrás, quando a empresa ainda
passava pelo seu período de recuperação após alguns escândalos
divulgados. Agora em 2019, considere, apenas hipoteticamente, que a
empresa esteja distribuindo seus dividendos de R$0,90  por ação.Como
você já sabe, basta dividir o valor dos dividendos pelo custo de compra
para encontrar o Yield on Cost. Ou seja, dividimos 0,85/15, encontrando o
resultado de 0,06 — ou, se preferir, 6%.

Agora que você entendeu o cálculo do Yield on Cost, deve ter percebido
que ele retrata a relação direta entre o lucro obtido por real
investido naquele determinado ativo financeiro. Esse indicador
permite, por exemplo, que alguém acompanhe a evolução dos
dividendos de uma empresa ao longo do tempo. É comum que, em casos
de aumento dessa distribuição, essa ferramenta de cálculo apresente
altas rentabilidades especialmente para compradores antigos, com
preços menores do que os apresentados ao mercado atual. No entanto,
nesse caso, as contas de lucratividade e rentabilidade devem considerar
também o fator tempo e a desvalorização do dinheiro por conta de
inflação, por exemplo.
Quais as limitações do Yield on Cost?

Como é comum com qualquer tipo de cálculo, usar do Yield on Cost


isoladamente para avaliar se vale ou não a pena investir em ações de
uma determinada empresa é sempre um risco. Isso porque, como a
fórmula é focada apenas em dois fatores (dividendos pagos por ação e
preço de compra médio), ela não considera uma série de situações sobre
as quais empresas no mercado de capitais estão expostas.Uma
organização, por exemplo, pode reter dividendos em um primeiro
momento para expandir suas atividades e, posteriormente, colher frutos
que serão divididos aos acionistas. Desta forma, o lucro distribuído pode
crescer no passar dos anos e o cálculo não mostra esse cenário de forma
alguma. Além disso, se você olhar para o Yield on Cost dessa empresa
hipotética hoje, ele será baixo. No entanto, existe um grande potencial de
crescimento que pode gerar muito valor ao acionista no longo prazo, algo
que a fórmula não consegue mostrar.Ou seja, o Yield on Cost é sim uma
boa ferramenta para análise de ações e do pagamento de dividendos,
mas deve ser utilizada sempre em conjunto com outros indicadores
e informações para uma tomada de decisão correta e orientada para
o longo prazo.

Payout

O Payout é expresso na forma de um percentual que demostra quanto


do LPA está sendo distribuído aos acionistas na forma de dividendos.

A legislação que rege as companhias de capital aberto exige a


distribuição de 25% do lucro líquido, no minino. Se uma empresa tem
lucro de R$ 1,00 por ação e pagou R$ 0,30 de dividendos, seu pay-out foi
de 30%
O foco de análise sobre esse indicador se concentra na capacidade de a
empresa pagar dividendos. Um acréscimo desse indicador, trimestre a
trimestre, mantendo-se a LPA nos mesmos patamares, demostra que a
política de pagamento de dividendos da empresa está favorecendo os
acionistas por aumentar a cota de distribuição. Nessas condições, as
ações dessa empresa ganham preferência entre acionistas que
constumam comprar ações com objetivo de receber dividendos.
O que é o ROE?

O Return On Equity (ROE) ou Retorno sobre Patrimônio Líquido é uma


medida primária utilizada para avaliar a capacidade de uma empresa de
gerar valor a partir do Patrimônio Líquido.

Interesse do Investidor

Em geral, o ROE é um ótimo parâmetro para um investidor que deseja


alocar seu capital em uma empresa, uma vez que este valor aponta para
a eficiência com que a empresa usa o capital do acionista para gerar
lucro.

Exemplo:

Empresa A : Lucro Líquido = R$ 20.000,00; PL = R$ 100.000,00


Empresa B: Lucro Líquido = R$ 100.000; PL = R$ 1.000.000,00

A empresa A, apesar de, em termos absolutos ter apresentado um Lucro


Líquido bem menor que o da empresa B, mostrou-se mais eficiente em
alocação de seus recursos e capacidade de gerar lucro a partir do capital
investido. O ROE de A ficou em 20%, enquanto o ROE de B ficou em 10%.
Para cada R$ 1,00 investido na empresa A, R$0,20 de lucro foram
gerados, o dobro dos R$0,10 de lucro gerado para cada R$1,00 investido
na empresa B.

Considerações

O ROE, no entanto, não deve ser o único indicador analisado para decidir
um investimento. A análise da lucratividade de uma empresa, da qual o
ROE faz parte também leva em conta o  Índice de Payout, o  Lucro por
Ação, Price Earnings to Growth entre outros indicadores
O preço-alvo da ação
Um termo frequentemente utilizado no mercado de ações é o preço-alvo
do ativo.Entende-se por preço-alvo o valor (em reais) pelo qual se estima
que o ativo estará sendo negociado em uma data determinada. Derivado
do pre-alvo, temos o potencial de ganho, conhecido também como
upside , que é a diferença percentual entre o valor atual do papel e seu
preço-alvo. Por exemplo:
Se uma ação está sendo negociada a R$ 10,00 e seu preço-alvo para o fim
do ano é de R$ 15,00 há um potencial de ganho ou upside de 50%.
Esses valores são geralmente encontrados em relatórios divulgados por
bancos e corretoras a seus clientes que investem em ações. Nesses
Relatórios são listatadas as ações com suas respectivas recomendações
de compra, venda ou manutenção, seguidas de seus preços alvos e o
potencial de valorização de cada uma. Como mostra a figura abaixo.

A técnica frequentemente utilizada para apurar o preço-alvo é conhecida


como técnica de fluxo de caixa descontado( Free Cash Flow). Nessa
técnica, a empresa é avaliada sob a perspectiva de seus fluxos de caixa
projetados. As linhas de seu balanço e de seu DRE são estimados para os
6 anos seguintes, levando em conta a sorte de variáveis que afetam seu
negócio.
Uma vez desenvolvidas as projeções, esses fluxos são trazidos a valor
presente pela indicação de taxas de desconto compatíves com o custo do
capital e o risco do ativo. Isso permite avaliar qual o valor justo da
empresa no presente e, por consequência, o preço de cada ação, que é
então chamada de preço-alvo.
O objetivo é entender o quanto a empresa valerá no futuro e apurar
quanto isso significa em valores atuais. Apesar de o conceito ser
relativamente simples a técnica do fluxo de caixa descontado envolve um
profundo conhecimento do negócio da empresa avaliada, bem como do
contexto econômico e sua influencia sobre os resultados da companhia.
Para sua aplicação, é necessário projetar valores futuros de diversos
indicadores, incorrendo em uma possibilidade ampla de erros e desvios
no decorrer do processo de análise.

Variáveis no cálculo do preço-alvo

A estimativa pode ter um impacto significativo para os investimentos


de  traders  que levam em conta a recomendação dos analistas. Cabe a
cada investidor optar ou não pelas indicações feitas por eles. Isso se
deve, inclusive, pela diversidade de variação do preço sobre uma mesma
ação.Essa diferença acontece por conta dos fatores que cada analista
utiliza para fazer o cálculo, como:

Cenário econômico;
Investimentos feitos pela empresa
Comportamento do consumidor e tendência para o mercado.

Cada analista, no entanto, pode considerar um comportamento diferente


sobre a demanda do setor em que a empresa atua e, com isso, interferir
nos resultados da empresa nessa estimativa. A recomendação só vale até
a data informada para o cálculo. Depois desse prazo, o analista deve
fazer uma nova projeção e chegar a um novo preço-alvo para indicar
a tendência de alta ou de baixa. O preço-alvo não assume
responsabilidade pelo risco que os investidores podem correr por seguir
ou não a projeção. O fato é que, apesar do cálculo ser feito sob
diferentes critérios e os relatórios exercerem certa influência, o
comportamento do ativo no mercado pode mudar e o especialista
pode atualizar a estimativa.Além disso, uma nova projeção também
precisa ser feita quando a companhia faz emissão de ações ou
negociação de aquisição de outra empresa ou venda.
Modelo de Gordon

O Modelo de Gordon é um modelo de precificação de uma ação


formulado por Myron Gordon em 1956. Esse modelo é uma aproximação
do que seria o preço justo de uma ação e leva em conta que os
dividendos de uma empresa cresçam a uma taxa constante e perpétua. 
É um modelo adequado para empresas já consolidadas no mercado e
com previsibilidade de dividendos.

Cálculo do preço "justo" da ação:


Interesse do investidor

O modelo de Gordon é um bom modelo para usar de parâmetro para


avaliar o preço e uma ação de uma empresa já consolidada e com
pagamento de proventos razoavelmente previsíveis. O modelo de
Gordon tem uma peculiaridade que aponta que, contrario ao que o
senso comum pensa, é possível ganhar dinheiro comprando ações de
empresas em declínio, basta que o preço pago por aquela ação seja
menor que o Valor Presente justo da mesma.

Observação: este modelo apresenta insuficiências para precificar


empresas que estão em fase de crescimento acelerado como algumas
companhias do setor de tecnologia, por exemplo  uma vez que se a taxa
de crescimento futuro for superior ao valor da taxa de desconto, o
resultado será um valor negativo. Isto posto, para empresas de alto
crescimento o ideal é fazer a precificação em duas etapas, utilizando o
Modelo de Gordon para precificar a fase de maturidade daquela
empresa.
Uma das preocupações mais importantes que o investidor de longo
prazo deve ter ao selecionar as empresas que formarão sua carteira de
ações é quanto ao fato de elas representarem empresas com
possibilidade e probabilidade de crescimento.
para entendermos o que significa esse importante quesito de avaliação,
primeiro precisamos conceituar exatamente o significado da palavra "
crescimento", dentro do contexto dos negócios de uma empresa. Essa
palavra não deve ser entendida apenas como o aumento físico das
instalações da empresa ou da quantidade de bens produzidos, mas
como a expansão dos negócios como um todo ou da lucratividade deles
em relação a um determinado ponto de sua história empresarial.
Mas, afinal, o que configura uma empresa de crescimento ?como
podemos avaliar os números de um balanço para encontrar neles um
indicativo de que se trata de uma empresa de crescimento?
Diversos são os fatores que podem determinar as possibilidades de
crescimento de uma empresa. Entretanto, ao detalharmos suas
características, podemos classifica-los inicialmente como internos e
externos.
Fatores internos são aqueles relacionados com as estratégias adotadas
pela administração da empresa ou ,a inda, o barateamento, aumento de
escala, inovação, diversificação ou originalidade dos produtos oferecidos
por ela.
Fatores externos são aqueles que não se originam na própria
organização, mas sim em situações de mercado, mudanças de padrão de
consumo, decisões governamentais ou tendência mundiais, que podem
afetar os negócios da empresa, independentemente da configuração de
seus produtos ou do modelo administrativo adotado pela empresa.

Fonte: Damodaran, A. (2016). Narrative and Numbers. The value of stories in business. Columbia Business


School.
Conclusão

Neste trabalho, observamos que antes de avaliar qualquer empresa, é


preciso entender como os indicadores macroeconômicos afetam o
cenário e, conhecendo as características de cada setor, ter condições de
cruzar essas informações para saber qual segmento de negócios
apresenta as melhores perspectiva de médio e longo prazos.
As técnicas para avaliação de balanço, como os indicadores de balanço, e
de mercado, bem como os modelos de precificação de ativos e
balanceamento de carteira, são ferramentas para a gestão de seus
investimentos em ações.
Como  você pode observar apenas um ÚNICO indicador não será
suficiente para analisar uma empresa na bolsa de valores, é preciso ter
muito cuidado ao analisar empresas sempre comparar empresas do
mesmo setor ( ex: bancos com bancos, varejo com varejo etc) cada setor
na bolsa de valores tem particularidades. por exemplo o setor de energia
tem as variáveis contábeis como: VE/KWH. 
No setor de bancos exite varias particularidades contábeis característicos
do setor. No resumo tenha sempre cautela e busque escudar cada setor
de maneira macro e micro analisando os dados qualitativamente e
quantitativamente.

Muito importante: Todos os ensinamento acima é uma pequeno resumo


dos indicadores de mercado e indicadores de balanço. vale a pena
estudar com maior profundidade cada detalhe.
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