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O crime de ser pobre (No território do pau brasil)

61% da população adulta brasileira em abril de 2019... Não conseguem sanar suas dívidas. E
isto se deve principalmente pelo fato de 100 % da elite do território esfacelado de nome brasil,
não admitir sequer possuir dívidas para com o negro, a democracia, a república. Às favas com o
contrato social.

E agora que a relação capital versus trabalho foi destruída, partimos para o salve-se quem lamber
(as botas).

Observando o teor do parecer do MPF contra o regime de capitalização: “Avaliando que o regime
de capitalização, (a salvação apresentada pelo senhor posto Ipiranga), é inconstitucional”.
porém, ser ou não ser constitucional a essa altura do “campeonato” é apenas um detalhe, ou
como queiram, um dos ingredientes da sopa, que vem desde 1964, cozinhando em um caldeirão
de armas, bíblias, perfis robôs, farsas, assassinatos, novelas, programas de auditórios
espetaculosos, realidades-show, notícias fabricadas, notícias escondidas e notícias falsas (as
tão consumidas Fake News), templos, muitos “dinheiros” e temperos de trapaça, muita traição e
maldade pura.

Na avaliação dos procuradores, a proposta altera o “princípio da solidariedade estabelecido


como núcleo central da Constituição Federal de 1988”.

No andar da carruagem, me permitam a franqueza, mas, solidariedade como princípio? - em


uma guerra civil quase-velada, e agora praticamente declarada, nesse que é o reino da
neomonarquia dos “camisas pretas”, ajudem aqui, seria neomonarquia, ou neofidalguia? O que
quer que seja, está estridentemente abafada pelas corporações midiáticas mantenedoras da
(des)ordem, onde simplesmente os bancos se tornaram em catedrais, e não há outro deus senão
o dólar (mataram o bon dieu).

Não era, Millôr, mas agora é.

Infelizmente, não há muitos mendigos conscientes como este.


Obs.: Até porque, a miséria é vizinha muito próxima da loucura, e uma não suporta viver muito tempo sem
a outra.

A velha novidade está deitada em um berço esplêndido igual ao desse exemplo que vos entrego:

“O Ministério Público Federal da Suíça enviando (ou não) as centenas de páginas das
movimentações bancárias envolvendo o ex-governador J Serra”, não faz a menor diferença, um
vez que , em 2018, o Supremo Tribunal Federal declarou como extinta a punibilidade dos
supostos crimes atribuídos ao senador.

Atente bem para a igualdade que um mendigo é tratado quando comparamos aos prêmios dados
à esse senhor (J Serra) que foi citado acima, e

O destino da pobre senhora que foi fuzilada à queima roupa, pelo simples fato de ser pobre, e
estar em situação de miséria extrema.

Compare a imagem da foto ao lado com a próxima.


Para você, cidadão de bem, há alguma diferença? Há alguma semelhança?
Vamos ser francos, há alguma justificativa?

Décadas atrás, nos assustávamos com uma música do grupo de “punk” chamado “dead
kennedy’s”, pelo fato da mesma conter versos macabros, realmente terríveis, mas era tudo
apenas surreal, jamais imaginaríamos esse contexto em um sistema governamental real.

No entanto, o que era um exagero, hoje é um desejo do sistema articulado pelos donos do poder,
para com os miseráveis.

A música era mais ou menos assim:

A eficiência e progresso são nossos mais uma vez


Agora que temos a bomba de nêutrons
É legal, rápida e limpa e deixa as coisas como estão
Afasta os inimigos que superpovoam nosso território
Sem desvalorizar as nossas propriedades
E faz todo sentido usá-la
Pois é como um raio de sol em um novo dia
E num piscar de olhos, nos vemos livres das taxas de bem-estar social
Favelas desagradáveis desaparecem em um brilho de luz
Milhões de desempregados são varridos longe
Pelo menos agora temos mais espaço para brincar
Então, vamos, ativem todos os sistemas para matarmos os pobres essa noite
Vamos, vamos
Matem, matem, matem, matem
Matem os pobres essa noite
Contemple o brilho comemorando com festa regada à champagne
A criminalidade se foi
Sinta-se livre de novo
Oh, a vida é um sonho com você, senhorita ariana
Olhem, a primeira dama está na tv
Convencendo os nacionalistas liberais de que está tudo certo
Então vamos festejar a noite toda

A música falava da bomba de nêutrons, uma solução “limpa”.

Hoje ouvimos falar no excludente de ilicitude, que é a licença para matar os pobres.
Mas é só para pobre criminoso, terroristas, bradam dos seus castelos, e acrescentam que, já
está na base do sistema penal atual: ser pobre não é motivo para levar uma vida criminosa.
Onde está o ódio em tudo isso?
A única chance do pobre é a desacreditada escola, mas para ele será uma escola de
pobres, precária, com um nível de referências intelectuais é muito incipiente. Desde logo é
taxado, e já entra fracassado (ah, desculpem mas isso me faz lembrar de um certo julgamento
de um certo homem conhecido dos pobres, aquele que já entrou condenado, depois acharam
um crime para ele, vejam que coincidência).
O mundo do consumo exerce sobre o pobre (produzido por ordem dos ricos) um conjunto
de grandes pressões (como foi dito, não há outro deus senão o dólar), diante disso, e para se
afirmar perante o grupo, a sedução pelo crime é grande. E ao ir para a cadeia, ele passará por
todo um processo de socialização prisional que fará dele, em definitivo, um criminoso cujas
chances de recuperação são nenhuma.
Com R$ 36,8 bi no bolso, sem um centavo de imposto. “Donos” dos bancos agradecem,
mas agradecem a quem? Aos pobres, ora.
A notícia de fevereiro deste ano de 2019 dá conta de que, os três maiores bancos
privados do país distribuíram entre dividendos, juros sobre o capital próprio (JCP) e recompra de
ações, o montante de R$ 36,8 bilhões, aos acionistas, isso em relação ao ano de 2018. O número
equivale a 61,7% do lucro líquido ajustado que Itaú Unibanco, Bradesco e Santander alcançaram
juntos em 2018, que representa a merreca de R$ 59,695 bilhões.
Nunca antes na história deste país os “donos” dos bancos embolsaram tanto sem pagar
imposto. Simplesmente pelo fato desse capital distribuído não ser tributado desde o tempo de
Fernando Cardoso, o anti-sociólogo.

Enquanto isso na casa do rei, o projeto de lei 9.252/2017, de autoria do deputado ruralista
Jerônimo Goergen (PP-RS) concede anistia total às dívidas dos ruralistas. Segundo a equipe
econômica, em 2017 o acumulado do crédito era de aproximadamente de R$ 30 bilhões. Isso
ocorre tranquilamente no palacete dos poderosos, mesmo após receberem a informação por
parte da AGU (Advocacia Geral da União), a PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) e
Receita Federal sobre os riscos de a anistia ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe
renúncia de impostos sem receita equivalente para cobrir o rombo.

O deboche ocorre mesmo tendo a corte e os carrascos, a notícia em 15 de agosto, de


que a dívida bruta brasileira atinge 79% do PIB e com tendência de alta (chegou a R$ 5,441
trilhões em julho, informou o Banco Central) - Em 2010, a relação entre a dívida bruta e o PIB
brasileiro era de 52%.

Brasil, tu não foste feito para amadores, um dos teus nomes é mescla, miscigenação, e
teu racismo, é insidioso, subjetivo, poderia até dizer engenhoso, e muitas vezes (pasmem), vem
disfarçado de 'homenagem'. O racismo é tão enraizado e banalizado socialmente que parece
não existir, porém existe, é visível, machuca, desrespeita e mata todo um povo (plim, plim). A
destruição subjetiva da nossa história e a zombaria comumente feita com a nossa dor, não são
menos graves do que o genocídio praticado e hoje almejado como nova solução para o
desenvolvimento da ordem e do progresso (só não se sabe de quê).

A escravidão continuará sendo festejada enquanto não receber o devido troco.

E por qual razão não haveria de ser assim, se nesse brasil há a pior distribuição de renda do
mundo, ao lado da Zâmbia e da Serra Leoa? Aqui, bem aqui, é onde o 1% mais rico tem,
comparativamente, privilégios que só se comparam aos dos potentados dos países árabes
produtores de petróleo.

Eu vejo o bonito povo, a brava gente brasileira como um povo brincalhão, feliz e otimista.
Que divide seus brinquedos com os outros prisioneiros. E mesmo quando o diretor da prisão vem
à público dizendo que as mortes foram poucas, é preciso matar mais, o povo se comporta como
"O Preso Mais Feliz no Corredor da Morte".

É um povo que vota coagido, e depois de toda lavagem cerebral, claramente não
compreende o seu destino, seja injeção letal, câmara de gás, fuzilamento, não, não e não, o povo
não acha que vai acontecer, e dessa forma, poderá aspirar tranquilamente o gás da morte, sem
ao menos saber o que está se passando.

Qual o caminho?

É claro que seria ótimo se o capitalismo de hoje, com todas suas dinâmicas, fosse
mudado, e com ele, mudasse o nível da redistribuição de renda – mas isso é utópico.

Não se pode fazer isso pois uma mudança na redistribuição afetaria o modo de produção,
e consequentemente a própria economia capitalista.

perdoem-me o paralelo, mas tal como a música do dead kennedy’s, já não podemos
dizer que é uma comparação esdrúxula – é que naqueles tempos, houve uma minoria de judeus
conservadores que inclusive se dirigiam a Hitler dessa maneira: “Pôxa, concordamos com você,
em termos de unidade nacional, mas por que você nos odeia tanto, queremos estar com você! ”

Isso é um exemplo de pensamento utópico, atentai bem, terra do pau brasil.

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