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“FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU”


CURSO DE GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL

MADSON ALVES JORGE

ESTUDO DO SOLO DA MARGEM ESQUERDA DO IGARAPÉ DO SÃO


RAIMUNDO NO TRECHO DA RUA 5 DE SETEMBRO E AVENIDA
PRESIDENTE DUTRA, EM MANAUS, PARA OBTER A UMIDADE
ÓTIMA DE MISTURA ESTABILIZADA.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I

MANAUS
24/09/2019
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MADSON ALVES JORGE

ESTUDO DO SOLO DA MARGEM ESQUERDA DO IGARAPÉ DO SÃO


RAIMUNDO NO TRECHO DA RUA 5 DE SETEMBRO E AVENIDA
PRESIDENTE DUTRA, EM MANAUS, PARA OBTER A UMIDADE
ÓTIMA DE MISTURA ESTABILIZADA.

Relatório apresentado ao Curso de Graduação de


Engenharia Civil do Faculdade Maurício de Nassau
do estado do Amazonas, como requisito para
obtenção de nota da disciplina Estágio
Supervisionado I, sob orientação do/a Professora
Sara dos Santos Santarém.

MANAUS
24/09/2019
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Dedico este relatório a Deus, que até aqui tem demonstrado Seu
grande amor para comigo, através de suas bênçãos
maravilhosas nesta longa caminhada aqui na terra;
Aos meus pais, que sempre me incentivaram e apoiaram para
que eu atingisse este objetivo de vida, bem como pela educação
moral, e aos meus irmãos, por me proporcionarem a alegria.
Aos parentes e amigos, que contribuíram de forma direta e
indireta ao longo desta jornada.
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AGRADECIMENTOS

Ao Engenheiro Eladio messias Cameli Júnior, supervisor deste estágio, bem como a
Professora MsC. Sara dos Santos Santarém ao Professor MsC. Robson Faria, pelos grandes
ensinamentos transmitidos ao longo do curso.
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“Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento”.


PV. 2.13. ”
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RESUMO

Neste relatório discorro sobre a determinação do traço para ótimo de uma mistura estabilizada
que conduza à índice de suporte Califórnia CBR ˃60 %. As camadas do solo da Ligação Viária
Presidente Dutra não constituem solos estabilizados quimicamente. Para tal, necessita de
estudos de ensaios que possam determinar seu traço ótimo. Para tanto, faz-se necessário a
Coleta de amostras deformadas e indeformadas de solo, a realização de ensaios laboratoriais
em amostras deformadas de solos, para determinação de traço ótimo de mistura estabilizada
e a análise dos resultados obtidos em laboratório. O método utilizado foi o ensaio para a
determinação do Índice de Suporte Califórnia – ISC para encontrar o traço ótimo. Utiliza-se
como ambiente teste o solo do trecho entre as vias 5 de setembro até Avenida Presidente
Dutra, parte da obra e da Ligação Viária Presidente Dutra - LPD, ambos no bairro São
Raimundo na cidade de Manaus-Amazonas, do Programa PROSAMIM III.

Palavras-chave: Índice de Suporte Califórnia, CBR, traço ótimo.


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ABSTRACT

In this report I discuss the determination of the optimum trace of a stabilized mixture that leads
to the California CBR ˃60% support index. The soil layers of Presidente Dutra Road Link are
not chemically stabilized soils. To do so, you need trial studies that can determine your optimal
trait. Therefore, it is necessary to collect deformed and undeformed soil samples, to perform
laboratory tests on deformed soil samples, to determine the optimum stabilized mix trait and
to analyze the results obtained in the laboratory. The method used was the assay to determine
the California Support Index - ISC to find the optimal trait. It is used as environment test the
soil of the stretch between the 5th of September to Av. Presidente Dutra, part of the work and
the Presidente Dutra Road Connection - LPD, both in the São Raimundo neighborhood in the
city of Manaus-Amazonas, of the PROSAMIM III Program.

Key-words: California Support Index, CBR, great dash.


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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Curva típica CBR de Pressão x Penetração 17

Figura 2- Gráfico da Compactação do Solo 18

Figura 3- Ensaio de compactação do solo 26

Figura 4- Estudo do Índice de Suporte Califórnia realizado pela LAGHI Engenharia 27

Figura 5- Resultados do ensaio de caracterização e análise granulométrica 28

Figura 6- Tabela de Ensaios: Mistura para base (Mix 4 a 8) 29

Figura 7- Tabela de Ensaios: Mistura para base (Mix 9) 30

Figura 8- Resumo de ensaios: Misturas para base Geral (Mistura 3) 31

Figura 9- Resumo de Ensaio: Misturas para base (Mistura 3, 120, 121, 122 e 123). 33
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Tabela compilada da NBR 7182-86 19

Tabela 2- Faixas mínimas e máximas que são determinadas de acordo com a 22

Granulometria
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LISTA DE SIGLAS/ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


CBR – Califórnia Bearing Ratio
DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
ISC – Índice de Suporte Califórnia
PROSAMIM - Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus
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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO 13
2. OBJETIVOS 15
2.1. Objetivo Geral 15
2.2. Objetivos Específicos 15
3. REFERENCIAL TEÓRICO 16
4- METODOLOGIA 23
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 25
6. CONCLUSÃO 34
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37
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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo realizar ensaios laboratoriais em amostras deformadas
e indeformadas de solos, para determinação de traço ótimo de mistura estabilizada, e
analisar os resultados obtidos em laboratório, tendo como amostra as camadas do
solo da Ligação Viária Presidente Dutra, no trecho da compreendido entre as vias 5
de setembro e Avenida Presidente Dutra, situada no bairro São Raimundo, na cidade
de Manaus-AM, do programa PROSAMIM III.

Sabe-se que o solo é um meio complexo e heterogêneo, pois é um produto de


alteração do remanejamento e da organização do material original, que é interferido
pela ação da atmosfera e das trocas que energia que ali se manifestam. É também,
constituído por minerais, matéria orgânica, água da zona não saturada e saturada, ar
e organismos vivos, tais como plantas, bactérias, fungos, protozoários, invertebrados,
dentre outros. (www.cetesb.sp.gov.br, acesso em 15/02/2019).

O solo-cimento é definido como uma mistura de solo pulverizado, cimento e água, e


sob compactação na umidade ótima, constitui um material estruturalmente resistente,
estável e durável. Essa mistura tem várias aplicações, podendo ser utilizada na forma
de tijolos, blocos, pavimentação, paredes e muros, ou ensacado para a contenção de
taludes e barragens. (Freire, W. J., Beraldo, A. L, 2003).

O solo de Manaus é argilo-siltoso, e não há jazidas de cascalho para pavimentação.


Em pavimentação urbana são empregados solos de Jazidas de argila misturadas com
areia, com qualidade longe da ideal, o que acarreta risco de ter rupturas de bordo nos
pavimentos.
Para se estudar o solo de um ambiente, são executados determinados ensaios, e para
designar a capacidade de suporte de um solo compactado, fez-se uso do método do
índice de suporte, que fornecerá o Índice de Suporte Califórnia (CBR). Antes da
realização do CBR, é necessária a execução de um ensaio de compactação, na qual
se optou pelo ensaio Proctor Normal.
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Sendo assim, este artigo explanará sobre como alcançar o traço ótimo de um solo
desestabilizado, por meio de ensaios laboratoriais, como o Proctor Normal e o CBR e,
deste modo, contribuir na sintetização da estabilidade do solo no trecho em questão.
Logo, objetivou-se avaliar tecnicamente a utilização de um solo, estabilizando-o com
argila, areia e seixo e cimento, a fim de corrigir o solo dentro de padrões
recomendáveis e aceitáveis.
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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Estudar o Solo da Margem Esquerda do Igarapé do São Raimundo no Trecho da Rua


5 de Setembro e Avenida Presidente Dutra, em Manaus, para obter a Umidade Ótima
de Mistura Estabilizada.

2.2. Objetivos Específicos

 Estudar os ensaios que possam determinar seu traço ótimo;


 Realizar ensaios laboratoriais em amostras deformadas e indeformadas de
solos;
 Descrever ensaios laboratoriais em amostras deformadas e indeformadas de
solos;
 Analisar os resultados ensaios laboratoriais em amostras deformadas e
indeformadas de solos;
 Comparar e determinar seu traço ótimo de Mistura Estabilizada.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO

O ensaio CBR (Califórnia Bearing Ratio), mais conhecido como Índice de Suporte
Califórnia (ISC), foi criado pelo Departamento de Estradas de Rodagem da Califórnia
(USA) para avaliar a resistência dos solos americanos, típicos de climas frios e
temperados e associado a ele foi desenvolvido um método de dimensionado de
pavimentos flexíveis pelo qual se obtém a espessura total do pavimento necessária
para suprir a deficiência do solo subeleito quanto à capacidade portante e leva-se em
conta o tipo de tráfego (intensidade e massa dos veículos) e o valor estatístico do CBR
das camadas estruturais. (MARSON. L. A., 2004).

O mesmo destaca a relativa simplicidade da execução do procedimento, que é


bastante utilizado no Brasil como recurso geotécnico para dimensionamento de
pavimentos.

Em virtude das particularidades dos solos tropicais, esse método especificamente de


baixo custo não foi satisfatório, o que deu origem ao novo método chamado MCT
(Miniatura, Compactado, Tropical). Os motivos que levaram ao desenvolvimento
dessa nova metodologia foram as limitações dos procedimentos tradicionais de
previsão do CBR, de acordo com Nogami e Villibor (1995).

O ensaio de CBR é padronizado pelo DNER (Brasil), por meio da norma rodoviária
DNER-ME 049/94, e pela NBR 9895-87. Como já mencionado anteriormente, a
importância desse ensaio está na determinação do valor relativo do suporte de solos,
a fim de dimensionar pavimentos flexíveis de rodovias, e por meio disso se obter a
espessura do pavimento necessário para suportar a carência do subleito
considerando sua capacidade portante. Determina-se a espessura das camadas do
pavimento para que as tensões geradas pelo tráfego sejam transmitidas para o
subleito sem deformações excessivas e ruptura.

O CBR mede a resistência de solos com umidade e densidade conhecidas, deste


modo o índice de capacidade de suporte não é constante, está relacionado a uma
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condição de moldagem do material. O ensaio é feito em três etapas, compactação do
solo em corpos de prova através do ensaio de Proctor, cálculo de expansão através
da imersão do corpo de prova em água e ensaio de penetração. Conforme Mariano
Pinto (2008) “...o ensaio de CBR é um ensaio empírico que permite a avaliação do
comportamento do solo sob o ponto de vista da resistência e deformabilidade, por
meio de um único índice”. Abaixo é visto a curva típica do CBR, na figura 1:

Figura 1 - Curva típica CBR de Pressão x Penetração

Fonte: Manual de Pavimentação - DNIT 2006.

Valores recomendados conforme Manual de Pavimentação – DNIT 2006:


Os materiais do subleito devem apresentar uma expansão, medida no ensaio CBR,
menor ou igual a 2% e um CBR > 2%.
Classificação dos materiais empregados no pavimento:

a) Materiais para reforço do subleito, os que apresentam CBR maior que o do


subleito e expansão < 1% (medida com sobrecarga de 10 lb).
b) Materiais para sub-base, os que apresentam CBR > 20% I.G. = 0 e expansão
< 1% (medida com sobrecarga de 10 lb).
c) Materiais para base, os que apresentam CBR > 80% e expansão < 0,5%
(medida com sobrecarga de 10 lb), limite de liquidez < 25% e índice de
plasticidade < 6%.

O ensaio Proctor Normal pretende estudar as propriedades de teor de umidade, peso


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específico seco e energia de compactação. Os dados extraídos através deste ensaio
são aplicados em execuções de aterros, camadas constitutivas de pavimentos,
fundações, muros de arrimo, barragens, entre outros. A importância do controle da
compactação dos solos está na busca em melhorar as propriedades do solo, para que
o mesmo tenha homogeneidade e estabilidade. Através da compactação aumenta-se
a resistência do solo, diminui a permeabilidade e a deformabilidade com a redução do
volume vazios.

Na visão de Ralph Proctor (1933) “... a densidade que um solo atinge quando
compactado sob uma dada energia de compactação depende da umidade do solo no
momento da compactação”. Proctor desenvolveu o ensaio que determina
experimentalmente a curva de compactação de um solo, tendo-se massa específica
seca (g/cm3) x teor de umidade (%), como mostra abaixo:

Figura 2 - Gráfico da Compactação do Solo.

Fonte: PINTO, 2006.

A figura 2 representa a curva de compactação do solo, onde o pico da curva é


onde se pode encontrar a densidade máxima alcançada, bem como o teor de
umidade ótimo para alcançar essa umidade.
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Este ensaio é um dos mais importantes procedimentos de estudo e controle de
qualidade de aterros de solo compactado. Através deste ensaio é possível
obter a densidade máxima do maciço terroso, que é a condição que melhora a
relação entre o custo e o desempenho estrutural e hidráulico. No Brasil, é
seguida a norma ABNT NBR 7182/86 Ensaios de Compactação. Este ensaio
se dá de forma a compactar uma porção de solo em um cilindro com
determinado volume, para se obter um ponto de compactação máxima
desejando a umidade ótima de compactação, sendo realizado em três níveis
de energia de compactação: normal, intermediária e modificada.

Depois de umidificar o solo, é aplicada a compactação. Na medida que W


aumenta, a densidade aumenta até alcançar o pico. Após isso, o solo se
encontra no ramo úmido, em que a umidade chegou em um ponto que os
espaços entre os grãos são preenchidos por água, que possui uma densidade
menor que o solo. Deste modo, a massa específica aparente no solo também
diminui.
Tabela 1 – Tabela compilada da NBR 7182-86

Características
Energia
inerentes a
Cilindro cada energia
de Normal Intermediária Modificada
compactação
Soquete Pequeno Grande Grande
Numero de
3 3 5
camadas
Pequeno
Numero de
golpes por 26 21 27
camada
Soquete Grande Grande Grande
Numero de
5 5 5
camadas
Numero de
Grande golpes por 12 26 55
camada
Altura do disco
Espaçador 63,5 63,5 63,5
(mm)

De acordo com a Tabela 1, conforme a granulometria do solo, é observado curvas de


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compactações mais abertas ou mais fechadas.

A energia de compactação é dada pela equação:

𝒏∗𝑵∗𝑷∗𝑯
𝑬=
𝑽
Em que:
E →Energia a ser aplicada na amostra de solo;
n→Número de camadas a serem compactadas no cilindro de moldagem;
N→Número de golpes aplicados por camada;
H→Altura de queda do pilão;
V→Volume do molde.

Define-se teor de umidade (h) de uma amostra de solo como a razão entre o peso da
água (Pa) contida em certo volume de solo e o peso da parte sólida (Ps) existente
nesse mesmo volume, expressa em porcentagem. A nomenclatura internacional
utiliza o símbolo w. h = w = 100 Pa / Ps = 100 Ma / Ms (%). Teores de umidade devem
ser expressos com aproximação de pelo menos 0,1%, exceto quando definem limites
de consistência. O teor de umidade de um solo, embora expresso como tal, não é uma
porcentagem.

1.2 Características Mínimas de um Material para Base de Pavimento –


Fundamento Teórico e Normas

A durabilidade de um pavimento depende primordialmente da estabilidade das


camadas de base e de sub-base. E o que é estabilidade? É a manutenção da
resistência da camada em nível superior à necessidade imposta pelo tráfego, ao longo
do período de projeto.

A estabilidade de uma camada de base pode ser obtida por duas maneiras principais:
 Estabilização granulométrica;
 Estabilização por aditivos químicos (cimento, cal, enzimas, etc.).
A estabilização granulométrica pode ser alcançada segundo a Lei de Coulomb,
considerando que a resistência de cisalhamento do solo é função da coesão e do
ângulo de atrito interno:

ξ = c + (σ – μ) tg φ
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ξ = resistência ao cisalhamento;
c = coesão;
σ = tensão total;
μ = pressão neutra;
φ = ângulo de atrito interno
No caso, a resistência de um solo ou material de base e sub-base é proporcionada
por dois itens:
 A Coesão “c”, típica dos solos argilosos;
 ângulo de atrito interno, típico dos solos pedregulhosos, que têm grãos que se
atritam.
Para se ter uma “base de solo estabilizado granulometricamente”, o material precisa
ter, como o nome diz, sua estabilidade assegurada pela granulometria. Precisa ter
graduação contínua, para se ter elevado ângulo de atrito interno. Neste caso é preciso
atender à Curva de Talbot:
p = 100 (d/D)n
onde:
p = percentagem, em peso, passando na peneira de abertura “d”; d = abertura da
peneira;
D = diâmetro máximo do solo;
n = expoente.

Em função do expoente “n”, tem-se:


“n” < 0,4: excesso de finos;
“n” > 0,6: deficiência de finos
“n” > 4: solos de graduação uniforme;
“n” = 0,4 a 0,6 tem-se solo de graduação contínua e densa.

Quando “n” está entre 0,4 a 0,6 tem-se solo de graduação contínua e densa, ideal
para camadas de pavimentação, com elevado ângulo de atrito interno. As faixas
granulométricas A, B, C e D da AASHTO, adotadas pelo DNER, atendem a estas
condições, com “n” entre 0,4 e 0,6.
Assim, para garantir a estabilidade da sub-base, e a durabilidade do pavimento, é
necessário ter-se a mistura com graduação contínua e enquadrada pelo menos na
Faixa D, para se ter um ângulo de atrito interno razoável.
Um outro tipo de base estabilizada, e econômica, se refere aos Solos Arenosos Finos
Lateríticos - SAFL, que têm coesão elevada. São os solos LA’ e LG’ descobertos por
Nogami e Villibor em São Paulo, com boa coesão, usados em bases de mais de 6 mil
km de rodovias no oeste de São Paulo e norte do Paraná. Neste caso a resistência e
estabilidade é proporcionada pela coesão do solo.
Para que os fundamentos descritos de uma base de qualidade e estabilidade sejam
atingidos, deve-se definir as características mínimas a serem exigidas no projeto, na
seleção do material da base, e na execução da obra, a ser objeto de avaliação no
controle de qualidade da obra.
Para base aplica-se a Norma DNIT 141/2010-ES - Base estabilizada
granulometricamente, que exige quanto ao material a ser empregado na execução da
base as seguintes as características mínimas:
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a) Os materiais constituintes são solos, misturas de solos, mistura de solos e
materiais britados.
b) Quando submetidos aos ensaios de caracterização DNER-ME 080/94, DNER-
ME 082/94 e DNER-ME 122/94, e ao ensaio DNER-ME 054/97, os materiais
devem apresentar as características indicadas a seguir:
 Devem possuir composição granulométrica satisfazendo a uma das faixas
da Tabela 2 a seguir;
 A fração que passa na peneira nº40 deve apresentar limite de liquidez
inferior ou igual a 25%, e índice de plasticidade inferior ou igual a 6%;
quando esses limites forem ultrapassados, o equivalente de areia deve ser
maior que 30%;
c) Índice de Suporte Califórnia – ISC ≥ 60% para número N ≤ 5x106, ISC ≥ 80%
para número N > 5x106 e Expansão ≤ 0,5%.

Tabela 2 - Faixas mínimas e máximas que são determinadas de acordo com a Granulometria.

Peneiras Faixa A Faixa B Faixa C Faixa D


MÍN MÁX MÍN MÁX MÍN MÁX MÍN MÁX
2” 50,8 100 100 100 100 100 100 100 100
Granulometria

nas peneiras

1” 25,4 75 90 75 90 100 100 100 100


% que pssa

3/8” 9,5 30 65 40 75 50 85 60 100


Nº4 4,8 25 55 30 60 35 65 50 85
Nº10 2,0 15 40 20 45 25 50 40 70
Nº40 0,42 8 20 15 30 15 30 25 45
Nº200 0,074 2 8 5 15 5 15 10 252”

Uma outra possibilidade é se ter uma base de Solo Melhorado com Cimento, de
acordo com a Norma DNIT 142/2010 – ES, que exige que o material atenda às faixas
granulométricas A, B, C ou D (tenha granulometria com fração de pedregulho), com
uso de cimento para aumento de ISC e/ou redução da plasticidade. Mas entendo que,
se isto for conseguido em Manaus (solo que atende a Faixa A, B, C ou D), não haverá
necessidade de uso do cimento, bastando a estabilização granulométrica.
Quando o solo ou mistura não atende às Normas DNIT 141/2010 de solo estabilizado
granulometricamente, nem à DNIT 142/2010, de Solo Melhorado Com Cimento, ou
seja, quando se tem solo fino, que não atende às Faixas A, B, C ou D, pode-se tentar
estabilizar a mistura com Base de Solo-cimento, e aplica-se a Norma DNIT 143/2010-
ES. Esta especificação exige quanto ao material a ser empregado na execução da
base as seguintes as características mínimas:
 A mistura de solo-cimento deve apresentar o valor mínimo de 21 kg/cm², ou 2,1
MPa para a resistência à compressão aos 7 (sete) dias (DNER-ME 201/94), em
corpos-de-prova moldados segundo o prescrito no método DNERME 202/94.
Sendo assim, para o caso de solo-cimento como tipo de base, tendo com
especificação DNIT 143/2010 – ES – Base de Solo-cimento, como exigência deve-se
ter resistência a Compressão Simples com 7 dias de cura superior ou igual a 2,1Mpa,
o que não é suficiente ter somente o ensaio de ISC (CBR). Esta mistura, pela Tabela
2, não atende às Faixas A, B, C ou D com solo fino.
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4. METODOLOGIA

Para estudar o comportamento do solo utilizam-se equações constitutivas, que


relacionam as tensões, deformações e o tempo. Assim, é possível dar um tratamento
matemático a problemas que envolvem o comportamento do solo quando submetido
a cargas aplicadas, incluindo seu peso próprio.
A fim de determinar a composição do solo, fez-se uma análise granulométrica, de
acordo com a metodologia EMBRAPA, através do Laboratório de Mecânica dos Solos,
da Laghi Engenharia LTDA, Rua Sírio Libanês, 05, Bairro Chapada,
Manaus/Amazonas a serviço do Governo do Estado do Amazonas.
Seguindo a Norma NBR 6459, determinou-se o limite de liquidez com secagem prévia.
E o limite de plasticidade seguiu a norma NBR 7180. A amostra teve uma adição de
água destilada, e foi moldada em um gabarito cilíndrico, e na estufa se obteve a
umidade (%).
Segundo a NBR 12253, o cimento representa uma quantidade que varia entre 5% e
10% da massa do solo, que é o suficiente para se estabilizar e conferir as propriedades
de resistência desejadas, sendo que as variações no teor de cimento ocorrem pela
vasta diversidade de solos existentes. Para Filho, E. M. F (2010), a quantidade de
cimento varia entre 12% a 15%, em massa. A Ferraz, A. L. N (2004) afirma que a
utilização da proporção padrão de 12 partes de solo para uma parte de cimento (em
volume) que corresponde a uma proporção em massa aproximada de 1:7.
Considerando a diversidade de solos que podem ser empregados como base para o
material solo-cimento e os vários tratamentos sugeridos por trabalhos de natureza
comum.
Para estudo de caracterização de solo para pavimentação da Ligação Viária Av.
Presidente Dutra, para viabilizar uma base estabilizada granulometricamente com
CBR>60% foi executada conforme especificação técnica a seguinte amostras, para
tanto no presente trabalho adotou-se dois estudos:
1º. Foi realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia que
apresentou um relatório técnico de ensaios de compactação na Energia Proctor
Modificado e ISC para adotado as amostras material retirado da jazida Daniel Amaral,
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na Colônia Antônio Aleixo e com a mistura de Argila Siltosa Vermelha Clara 73% e
Areia Natural 27%, apresentando um resultado de ISC 23,70%. Com o CBR 23,70 ˂
60%, tal amostra se mostrou está em desacordo com a especificação adotada.
2º. Foi realizado na empresa LAGHI Engenharia que elaborou os ensaios com
materiais oriundos da jazida Daniel Amaral, sendo que Argila Siltosa Amarela 50%,
Áreas Siltosa Rosa Clara, seixo rolado 18% e cimento 2%, encontrando o ISC 85,22%,
que portanto atingindo o CBR = 85,22>60%, estando em acordo o com especificação
adotada.
Além disso, foram feitos ensaios laboratoriais que identificaram 4 misturas com
resultados e com materiais com qualidade razoavelmente boa para execução de
bases de pavimentos duráveis, tais como:
• Mistura 1 - 50% de Solo da Jazida Philips + 15% de pó de pedra + 20% de brita
0 + 15% de brita 1, com mistura em usina de solos – mistura adequada, melhor
alternativa dentre os estudos;
• Mistura 2 - 50% de Solo da Jazida Philips + 10% de Areia Lavada + 20% de
brita 0 + 20% de brita 1 – razoável;
• Mistura 3 - 50% de Solo da Jazida Philips + 10% de Areia Lavada + 40% de
Seixo Natural – razoável;
• Mistura 4 - 60% de Solo da Jazida Philips + 20% de brita 0 + 20% de brita 1 –
não chegou a ser ensaiada, mas foi recomendado seu estudo.

Em Manaus tem-se seixo que pode ser usado na mistura para base. Mas sempre se
terá custo elevado, com mais de R$ 100/m3.
3º. Por último, foi realizado, no laboratório da Andrade Gutierrez, ensaios de 13
misturas e um ensaio do solo do subleito sem mistura.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Somente materiais como os solos, a Argila Amarela e a Areia Natural que fizeram
parte do primeiro ensaio não são próprios para a estabilização do solo, pois a areia
argilosa tem percentuais muito altos de argila, não sendo areia natural, portanto não
é possível obter o ISC ideal, isto é, acima de 60%.
Já nos ensaios executados pela empresa LAGHI Engenharia, com as misturas
descritas acima, obtiveram uma mistura granulometricamente estabilizada, ou seja,
com CBR > 60%, qual seja argila Siltosa amarela 50%, areia Siltosa rosa clara 30%,
seixo rolado 18% e cimento 2%, atingindo o CBR = 85,22%, atingindo as
especificações de estabilidade do solo.
Na figura 3, é possível observar os resultados do ensaio de compactação por meio do
quadro mostrado:
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Figura 3 - Ensaio de compactação do solo.

Fonte: Resultados obtidos através da empresa LAGHI Engenharia, 2019.

Na figura 4, pode-se observar o estudo e resultados de análises na obtenção


do Índice de Suporte Califórnia – ISC:
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Figura 4 - Estudo do Índice de Suporte Califórnia realizado pela LAGHI Engenharia

Fonte: Resultados obtidos através da empresa LAGHI Engenharia, 2019.


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Na figura 5, observa-se em tabelas os resultados do ensaio de caracterização
e análise granulométrica por peneiramento:

Figura 5 - Análise granulométrica por Peneiramento.

Fonte: Resultados obtidos através da empresa LAGHI Engenharia, 2019.


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Contudo, os ensaios da Andrade Gutierrez demonstraram um material de base de
qualidade de maior durabilidade para o pavimento, conferindo-se de acordo com a
figura 7 abaixo:
Figura 6 - Tabela de Ensaios: Mistura para base (Mix 4 a 8).
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Fonte: Resultados obtidos através da empresa Andrade Gutierrez, 2019.
Figura 7 - Tabela de Ensaios: Mistura para base (Mix 9).

Fonte: Resultados obtidos através da empresa Andrade Gutierrez,2019.


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Figura 8 - Resumo de ensaios: Misturas para base Geral (Mistura 3).

Fonte: Resultados obtidos através da empresa Andrade Gutierrez, 2019.


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Pode-se notar pelos gráficos e tabelas retirados das misturas da empresa Andrade
Gutierrez, que as misturas 1, 2 e 4 a 14 não atendem a nenhuma das três Normas
para base e não permitem obter uma camada de base com qualidade suficiente para
se poder garantir a durabilidade do pavimento – se usadas acarretaram pavimento
com elevado risco de danos precoces, principalmente rupturas de bordo. Além disso,
a mistura 3, com emprego de Seixo (material graúdo), é a menos ruim, mas precisa
ser mais bem definida.
Portanto, é necessário uma mistura para se ter uma base estabilizada
granulometricamente, entrando com partículas graúdas, como seixo ou brita. E talvez
um solo melhorado com 2% de cimento, ou seja, solo que tenha graduação contínua
(Faixa A, B, C ou D) melhorado com cimento para reduzir a plasticidade e aumentar o
ISC.
A Mistura 3 apresenta:
 Graduação descontínua, não atendendo às Faixas A, B, C e D, faltando uma
fração maior de seixo;
 Plasticidade um pouco acima da Norma, mesmo com 2% de cimento;
 ISC adequado, mas foi feito somente um ensaio.

Foi feito somente um ensaio com a mistura 3, e a argila de jazida é sempre


heterogênea, podendo haver variação prejudicial ao desempenho da base.
Além disso, foram analisadas mais quatro novas misturas para a base,
denominadas misturas 120, 121, 122 e 123. A figura a seguir mostra os resultados
tabelados:
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Figura 9 - Resumo de Ensaio: Misturas para base (Mistura 3, 120, 121, 122 e 123).

Fonte: Resultados obtidos através da empresa Andrade Gutierrez, 2019.


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Analisando os resultados desta última figura acima, observa-se que as misturas 120
e 123 apresentaram resultados satisfatórios, atendendo integralmente à Norma DNIT
142/201-ES, apresentando os requisitos para ser possível executar uma camada de
base de qualidade.
Estas misturas são similares à base de solo-brita executada na obra de pavimentação
da BR-174/AM entre Manaus e Presidente Figueiredo pelo DNER há alguns anos
atrás, que teve uma boa durabilidade, exceto quanto ao uso de cimento, que não
houve na BR-174/MT.
Tem-se notória dificuldade em Manaus e região para obtenção de materiais
adequados com qualidade suficiente para execução de bases que permitam obter
pavimentos com durabilidade necessária.

Em função da carência de materiais, é necessário empregar misturas de materiais


para a camada de base, o que onera em muito a execução do pavimento, em relação
a outras localidades mais favorecidas em termos de solos.

Conforme registrado neste relatório, as Misturas 120 e 123 apresentaram resultados


satisfatórios, atendendo integralmente à Norma DNIT 142/201-ES, apresentando os
requisitos para ser possível executar uma camada de base de qualidade. A Mistura 3
não é ruim, mas não atende à Norma e acarretaria riscos de danos precoces no
pavimento.

6. CONCLUSÃO

Através da análise dos resultados dos ensaios laboratoriais, o CBR das amostras não
possui correlação linear com as densidades máximas extraídas no ensaio de
compactação. Isso mostra que diversos outros fatores característicos do material,
como granulometria, atrito entre os grãos ou até mesmo a plasticidade têm influência
no comportamento do solo, quando tensionado.
O teor de umidade ótima de compactação para mistura aceitável é de 17,77%. Então,
tem-se que solo argila Siltosa amarela 50% e areia Siltosa rosa clara 30%, estudado,
estabilizado com seixo rolado 18% e cimento 2%, atingindo o CBR = 85,22%,
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apresentou bons resultados para sua aplicação nas vias para pavimentação.
Contudo prosseguindo com os estudos de solo muito embora o custo elevado para se
atingir o CBR supracitado, foram realizados mais estudos para executar mantendo a
qualidade e método do DNER/DNIT. Então em função dos estudos realizados no
terceiro passo da metodologia descrita neste artigo, foi concluído que as misturas 120
e 123 apresentaram resultados satisfatórios, atendendo integralmente à Norma DNIT
142/201-ES, apresentando os requisitos para ser possível executar uma camada de
base de qualidade.
Em função do grande aumento de custo da mistura para a camada de base, uma
possibilidade é se reduzir a espessura da base, de 25 cm (prevista no projeto) para
18 cm, espessura que é suficiente pelo dimensionamento pelo método do
DNER/DNIT. Esta alteração não acarreta perdas em termos de qualidade e
durabilidade do pavimento, pois é suficiente para o Número N arbitrado de 2x107.
Aliás, não é comum se ter base com espessura de 25 cm, que exige compactação em
duas camadas. As bases usualmente são dimensionadas e executadas com
espessuras entre 15 cm e 20 cm.
Assim, é necessário avaliar esta possibilidade técnica de redução de 7 cm espessura,
executando base de 18 cm, para compensar em parte o aumento do preço unitário
das misturas para a camada de base.
Como foi elaborado apenas um único ensaio para cada mistura, podendo haver na
obra variações devido à norma heterogeneidade dos solos, faz-se durante a execução
rígido controle da camada de base, executando os controles com ensaios de acordo
com a Norma 142/2010-ES, com as seguintes frequências:
• Ensaios de análise granulométrica da mistura – coleta de amostras na pista a
cada 100 m – deve atender à Faixa A, B, C ou D da Norma DNIT 142/201;
• Ensaios de ISC - coleta de amostras na pista a cada 100 m – deve apresentar
valor superior a 60%;
• Ensaios de limites de liquidez e plasticidade – a cada 300 m – atender LL
máximo de 25% e IP máximo de 6%;
• Além do controle de compactação a cada 100 m – grau de compressão mínimo
de 100%.
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Estudar o solo é de suma importância para determinada utilização, e principalmente
para a realização de pavimentações. Caracterizar os solos em diferentes aspectos de
estudo proporciona grandes vantagens no que se diz respeito ao emprego dos solos
em diversos tipos de meios e ambientes na forma mais adequada a ser empregados
de modo a atender as suas especificações e normas.
Sendo assim, neste artigo científico foi possível o estudo de com vários ensaios, tanto
do Proctor Normal e o ensaio CBR, encontrando respectivamente, a umidade ótima
de solo e a resistência do solo, aplicando as análises destes ensaios através de
amostras em trechos da cidade de Manaus.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7182: Ensaio de compactação.


Rio de Janeiro, 1986.

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CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações 1 – fundamentos. 6.Ed.
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Dosagem para emprego como camada de pavimento. Rio de Janeiro, 1992.

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Estradas florestais: influência do tempo decorrido entre Mistura e compactação na
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