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Marcus: Fonte: 3º capítulo da tese de doutorado “Estado Livre do Congo: Imperialismo, a roedura

geopolítica”, de Martinho Camargo Milani. Link da tese:


http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-26042013-095008/pt-br.php

Resumo: Da uma introdução sobre as preparações e antecedentes do colonialismo na Africa por parte
das potências europeias, além de trazer algumas questões específicas sobre o congo belga.

Obs: Seria legal expor os mapas da região que contém nesse tese, pq a questão geográfica é bem
importante pra galera entender como se deu a divisão e etc, mas se n der suave.

Apresentação: Neste capítulo o autor fala sobre a preparação do terreno para o imperialismo na África,
dizendo que o período entre 1815 e 1876 foi um período de preparação europeia para a conquista do
continente africano, com o mapeamento de território, instalações comerciais e descobertas de recursos
naturais. Temos a fundação das sociedades geográficas na europa, que surgiram na segunda metade do
século XIX, no mesmo momento que a geografia surge como ciência. Essas sociedades eram em geral
formada por membros da média e alta burguesia, e tinham como um dos propósitos mapear o
continente africano, mas esses propósitos reais nunca eram explícitos, o autor cita a associação
internacional africana, fundada por Leopoldo 2 imperador da bélgica,, e formada por geógrafos,
botânicos, aventureiros e outros cientistas, para estudar a região da bacia do congo (Mostrar mapa). que
tinha pretexto de instalar postos hospitaleiros, científicos e pacificadores, para estabelecer uma união
entre chefes africanos e abolir a escravatura no continente, em geral, esses pretexto vieram ser usados
pelos países europeus como justificativa para o neocolonialismo.

Com a conferência de Berlim, em 1884, a partilha da áfrica foi iniciada oficialmente, a conferência
contou com 5 nações europeias mais os EUA. Nessa conferência foi acordado, basicamente, a garantia do
livre comércio e livre circulação nas bacias dos rio congo e niger e o combate ao trabalho escravo. Acerca
da divisão territorial, a conferencia previa que a esfera de influencia de cada pais europeu na região
estava determinada de acordo com os postos comerciais e hospitaleiros que cadaa nação possuia, assim
ele teria prevalência sobre o controle territorial, mostrando a importância da anterior exploração do
continente. Essa reunião não contou com a consulta dos povos africanos e de nenhum dos seus lideres.
Para se ter um parâmetro da velocidade da conquista da áfrica, em 1876 menos de 15% do território
africano estava sob controle europeu, duas décadas depois esse número passava de 90%. Foram quase
trinta anos de atrocidades na Africa. O autor destaca o choque cultural ocorrido durante o
neocolonialismo, e também a crueldade da conquista, com os africanos servindo como teste para as
novas armas criadas com a revolução industrial.

Com a ajuda dessas sociedades e de aventureiros contratados a serviço da coroa belga, Leopoldo 2 criou
muitas das chamadas bases hospitaleiras na região da bacia do congo, e, como o território do congo
sofria disputas territórias ao sul com Portugal e a norte com a frança, criou em 1885 o Estado Livre do
Congo (Mapa) com os respaldos da conferencia de Berlim, já que a belgica continha bases hospitaleiras e
comerciais na região. O Estado Livre do congo foi um caso muito peculiar entre as colônias africanas,
pois não pertencia ao estado belga, e sim a Leopoldo 2, ou seja, o imperador era um empresário e o
congo era a sua propriedade privada , essa colônia privada do imperador tinha como principas atividades
a extração de marfim e a extração da borracha, ambas feitas com trabalho forçado.Os colonizadores
belgas se concentraram mais na região do alto congo, o que levou a parte da população a fugir para
região do baixo congo para escapar dos colonizadores. Mas na região baixa do congo tinha uma grande
concentração de moscas tse tse, transmissoras da doença do sono, o que levou a morte de milhares de
congoleses. O autor também destaca a existência da resistência africana ao imperialismo, citando alguns
exemplos de resistência; no congo, ocorreram rebeliões destinadas a destruição do sistema estrangeiro,
com guerrilhas, como a dos povos yakas, que duraram mais de 10 anos. Leopoldo 2 se preparou para
conter as rebeliões, proibindo a venda de arma para os habitantes do congo. . acerca da divisão
geográfica, o congo foi dividido em 11 distritos administrativos, com cerca de 200 oficiais brancos .e
cerca de 18mil soldados negros oriundos de outras regiões da africa. Durante essa aventura Leopoldo 2
obteve um enorme lucro no congo, mas a custo de muita crueldade, a população congolesa sofreu uma
grande redução populacional no período, e ocorreram várias atrocidades, como campos de
concentração, execuções e o mais famoso e talvez absurdo deles, que era a exigência por parte do
imperador de um par de mãos para cada pessoa executada, ( relatórios dizem que foram apresentado
cerca de 500 pares de mãos para Leopoldo 2. Tamanhas atrocidades vazaram para o resto do mundo, e,
no inicio do século XX, começaram a ocorrer campanhas internacionais para o fim da colônia pessoal de
Leopoldo no congo. Se aproveitando da indignação pública, Inglaterra frança e Alemanha, que tinham
interesses comerciais na região, exigiram que o congo fosse repassado para o estado belga, e em 1908,
foi assinado um acordo no parlamento belga que tirava o congo da posse do imperador, dando fim a sua
colônia privada

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