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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro Acadêmico de História

Faculdade de Ciências Sociais, História e Filosofia

Cleiton Batista de Oliveira

Matrícula 201510284011

Fichamento de:

“IDEIA DE UMA HISTÓRIA UNIVERSAL COM UM PROPÓSITO


COSMOPOLITA" de Immanuel Kant.

Prof. Dr Paulo Gil Ferreira.

Rio de Janeiro

2015
A história feita por homens e,

“Seja qual for o conceito que, ainda com um desígnio metafísico, se possa ter da
liberdade da vontade, as suas manifestações, as acções humanas, como todos os
outros eventos naturais, são determinadas de acordo com as leis gerais da
natureza.” (Pag. 3).

Assim a história é feita por leis, dos quais criam um curso regular, onde tudo segue esse
fluxo.

“Assim os casamentos, os nascimentos deles derivados e a morte, já que a livre


vontade dos homens sobre aqueles tem tão grande influência, não parecem estar
submetidos a regra alguma,” (pag. 3)

São submetidos a esse curso regular, a essas leis, mesmo que de forma lenta e
imperceptível, mas no seus desdobrar conheceremos a totalidade da espécie humana.

“Os homens, nos seus esforços, não procedem de modo puramente instintivo,
como os animais, e também não como racionais cidadãos do mundo em
conformidade com um plano combinado;” (pag. 4).

Primeira Proposição

“Todas as disposições naturais de uma criatura estão determinadas a


desenvolver-se alguma vez de um modo completo e apropriado.” (Pag. 5).

Qual seria o motivo de termos um órgão sem função? Neste caso percebemos que
subtrairmos essa proposição achamos uma natureza que não seja esse fio condutor, seria
como se natureza jogasse dados, sem finalidade. Então entendemos que todas as funções
das criaturas têm uma finalidade e se desenvolverão para melhor funcionamento desse fio
condutor da razão.

Segunda Proposição

“No homem (como única criatura racional sobre a terra), as disposições naturais
que visam o uso da sua razão devem desenvolver-se integralmente só na espécie,
e não no indivíduo.” (Pag. 5).
A natureza não é intuitiva, e é uma faculdade de ampliar as regras. Por não ser intuitiva,
mas usa da tentativa. Se paramos para pensar deveríamos ter centenas de anos e assim
por diante para desenvolver nossa capacidade intelectual, mas como temos poucos anos
essa capacidade se torna desenvolvida e acumulada. Assim, essa capacidade desenvolvida
gradualmente passando de geração em geração que transmite para que assim seja
desenvolvida totalmente. Então o indivíduo não precisa desenvolver totalmente essa
disposição, mas sim na espécie.

Terceira Proposição

“A natureza quis que o homem tire totalmente de si tudo o que ultrapassa o


arranjo mecânico da sua existência animal, e que não compartilhe nenhuma outra
felicidade ou perfeição excepto a que ele, liberto do instinto, conseguiu para si
mesmo, mediante a própria razão.” (Pag. 6).

A natureza tirou do homem tudo que pudesse trazer uma segurança e maior conforto, o
dotando de razão, fazendo ele busca e tudo o que a natureza o tirou, “e até a bondade da
sua vontade, deviam integralmente ser obra sua.”.

“Parece, pois, que à natureza não lhe interessava que ele vivesse bem, mas que
se desenvolvesse até ao ponto de, pelo seu comportamento, se tomar digno da
vida e do bem-estar.”. (Pag. 7)

Assim o ser humano seria “forçado” a desenvolver essa capacidade racional.

Se olharmos o curso da história vemos que as gerações antepassadas trabalharam para


conforto para gerações futuras, onde só as gerações futuras e mais desenvolvidas poderão
usufruir da totalidade desse conforto. Assim as gerações passadas trabalharam, mas não
usufruíram dessa felicidade do conforto e desenvolvimento da razão humana.

Quarta Proposição.

“O meio de que a natureza se serve para obter o desenvolvimento de todas as


suas disposições é o antagonismo destas na sociedade, na medida em que ele se
torna, finalmente, causa de uma ordem legal das mesmas disposições.” (Pag. 7).
O homem é um ser sociável, mas se tudo fosse harmonioso as disposições e habilidades
racionais humanas não seriam desenvolvidas. Então a natureza nos leva a discórdia,
fazendo com que essas disposições sejam desenvolvidas.

Quinta Proposição.

“O maior problema do género humano, a cuja solução a Natureza o força, é a


consecução de uma sociedade civil que administre o direito em geral.” (Pag. 9).

A liberdade individual choca-se com as disposições naturais de satisfação dos interesses


egoístas, todavia é imprescindível ao homem viver em sociedade, esta então deverá ser
regulada por uma constituição legítima.

Sexta Proposição

“Este problema é, ao mesmo tempo, o mais difícil e o que mais tardiamente é


resolvido pelo género humano.” (Pag. 10)

Todos homens precisam de um chefe, alguém que o faça obedecer a vontade universal,
este chefe também é homem e que também precisa de alguém que exerça domínio sobre
si. Mas este chefe:

“O chefe supremo, porém, deve ser justo por si mesmo e, não obstante, ser
homem. Por conseguinte, é a mais difícil de todas as tarefas; mais ainda, a sua
solução perfeita é impossível: de um lenho tão retorcido, de que o homem é feito,
nada de inteiramente direito se pode fazer”.

Sétima Proposição

“O problema da instituição de uma constituição civil perfeita depende, por sua


vez, do problema de uma relação externa legal entre os Estados e não pode
resolver-se sem esta última.” (Pag. 11)

Como poderemos ter um constituição e uma estado perfeito e estável, se o homem tem
uma disposição a serem invejosos. Somente quando este Estado estiver necessariamente
ligado e esteja em constante relacionados com outros Estados, que ele terá um
constituição perfeita. As guerras pra Kant são tentativas de aprimoramento e os levam
para nível de aprendizagem melhor e as guerras são tentativas de estabelecer novas
relações entre Estados. Depois disso a natureza realizará seu objetivo maior que é um
estado autônomo, universal cosmopolita.

Oitava Proposição.

“Pode encarar-se a história humana no seu conjunto como a execução de um


plano oculto da Natureza, a fim de levar a cabo uma constituição estatal
interiormente perfeita e, com este fim, também perfeita no exterior, como o único
estado em que aquela pode desenvolver integralmente todas as suas disposições
na humanidade.” (Pag. 15)

Kant diz que devemos entender que leva-se uma tempo para que todas as disposições
racionais levadas e ligadas pelo fio condutor da história serão realizadas. Depois de longas
transformações esse objetivo maior de um estado universal e cosmopolita irá ser
concretizado.

Nona Proposição.

“Um ensaio filosófico que procure elaborar toda a história mundial segundo um
plano da Natureza, em vista da perfeita associação civil no género humano, deve
considerar-se não só como possível, mas também como fomentando esse
propósito da Natureza.” (Pag. 17)

Nesta proposição Kant afirma que esse esforça para elaboração de uma história universal,
que visa a união da espécie humana não só possível como favorável para realização deste
proposito.
Bibliografia
KANT, I. Idee zu einer allgemeinen Geschichte in weltbürgerlicher Absicht. 1784.
Tradução de Artur Morão.

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