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Curso: DIREITO 55 Disciplina: PRÁTICA PENAL

Professor: MICHEL KNOLSEISEN Turno: M ( ) N ( )


Aluno(a): R.A.:
Período/Módulo: Data:

VALOR DA PROVA: 6,0 NOTA DA PROVA NOTA DO TRABALHO

AVALIAÇÂO 1º BIMESTRE 2º BIMESTRE X EXAME/RECUPERAÇÃO FINAL 2ª CHAMADA

Orientações

1 Antes de começar a prova, preencha todos os campos do cabeçalho.


2 Leia com atenção cada uma das questões. A interpretação faz parte da avaliação.
3 A prova deve ser feita com caneta azul ou preta e sem rasuras. Não é permitido o uso de corretivos de qualquer natureza (tinta branca, líquida ou em fita e similares).
4 Elabore respostas completas, apresentando argumentos e explicações que demonstrem seu conhecimento e competências em relação ao enunciado na questão.
5 Responda às questões nas folhas anexas. Não utilize folhas que não contenham o timbre do UNICURITIBA, salvo por orientação do professor.
6 Redija com clareza e objetividade. As anotações entre as linhas ou nas margens da folha serão desconsideradas.
7 Releia suas respostas antes de devolver a prova.

Júlio foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal gravíssima pela perda de membro, nos termos do artigo
129, §2º, inciso III, do Código Penal. De acordo com a denúncia, Júlio, nascido 19 de julho de 1990, fazendo uso de
arma de fogo, efetuou, no dia 20 de julho de 2010, um disparo contra a perna esquerda do namorado de sua irmã,
Rodolfo, o que acabou causado a perda deste membro. Durante o inquérito, Rodolfo chegou a ser examinado pelo
Instituto Médico Legal (IML). Neste laudo, o médico legista aponta para a existência de um ferimento na perna
esquerda de Rodolfo causado por disparo de arma de fogo. O médico legista consignou no laudo que não era
possível determinar as consequências do ferimento, razão pela qual pediu para que Rodolfo, em 30 dias, retornasse
ao IML para realização de um novo exame. Após 45 dias da data da realização do exame que constatou a lesão
corporal, Rodolfo vai até a delegacia de polícia e relata que, em razão do ferimento, sua perna esquerda teve que ser
amputada. Concluído o inquérito policial, a denúncia foi oferecida no dia 1º de dezembro de 2010. A denúncia foi
recebida no dia 10 de janeiro de 2011. Após regular citação e apresentação da resposta à acusação, a instrução
processual foi iniciada. Rodolfo, o ofendido, foi a primeira pessoa a ser ouvida. Em seu depoimento, Rodolfo disse
que, no dia dos fatos, estava discutindo com Carla, sua namorada, quando viu Júlio, da janela da casa, efetuar um
disparo contra sua perna esquerda. Disse que foi levado ao hospital por uma vizinha. Ao ser questionado sobre a
amputação da perna, Júlio disse que não foi até o IML para atender a requisição do médico legista, porque achou
desnecessário. Além disse, Rodolfo disse que não acha necessária a realização do laudo, visto que a sua palavra, na
condição de vítima, dispensa a necessidade de qualquer exame médico. Aline, testemunha arrolada pela acusação,
vizinha do denunciado, pessoa que prestou socorro à vítima, disse que viu quando Rodolfo agredia violentamente
Carla. Esta testemunha disse, também, que enquanto agredia a namorada, Rodolfo foi atingido por um disparo de
arma de fogo efetuado por Júlio. Aline disse também que o ferimento não aparentava ser grave. Carla, testemunha
arrolada pela acusação, irmã do acusado, disse que, no momento em que ocorreu o fato narrado na denúncia, ela
estava sendo agredida por Rodolfo. Disse que Rodolfo estava desferindo vários socos contra seu rosto e sua cabeça
e que as agressões somente cessaram quando Júlio efetuou um disparo de arma de fogo contra a perna de Rodolfo.
A testemunha disse que Júlio a retirou do local e a levou até o hospital, pois seu nariz estava sangrando muito. Após
o atendimento médico, Carla relata que foi até a Delegacia de Polícia para adotar as medidas legais, entre as quais o
requerimento de medidas protetivas e os exames pelo Instituto Médico Legal. Pietro, médico legista que
confeccionou o laudo a partir do ferimento na perna de Rodolfo, disse em depoimento requerido pela defesa, que o
ferimento na perna de Rodolfo era consequência de um disparo de arma de fogo. O perito disse também que
Rodolfo, após este primeiro exame, não compareceu ao IML no prazo estabelecido. Pietro esclareceu que este novo
comparecimento era necessário, porque somente desta forma seria possível compreender tecnicamente as
consequências da lesão causada, ainda mais porque o ferimento não aparentava causar a amputação da perna, visto
que não atingiu nenhuma parte vital deste membro. No interrogatório, o magistrado foi informado pela defesa de
que o denunciado somente responderia as perguntas de seu defensor. O magistrado, sob o argumento de que o réu
tem o dever de falar, porque o interrogatório é ato do juiz voltado a descoberta da verdade real, indeferiu a pretensão
da defesa. Ante a recusa do réu em falar, o magistrado disse que o silêncio seria considerado como confissão, bem
como um ato que justificava a prisão preventiva que estava sendo decretada naquele momento. A defesa, com base
no artigo 402 do CPP, requereu a juntada dos autos da ação penal em que Rodolfo figurava como réu pela prática de
lesão corporal no contexto de violência doméstica praticada contra Carla. A defesa requereu também as imagens
captadas pelo sistema de câmeras do condomínio em que estava localizada a casa de Júlio, palco dos fatos narrados
na denúncia. A cópia dos autos em que Rodolfo é acusado de crime é juntada aos autos da ação penal em que Júlio
figura como réu. Consta nos autos que Rodolfo foi denunciado pela prática do crime de lesão grave pela debilidade
permanente da audição de Carla, o que foi, inclusive, comprovado por meio de laudo pericial lavrado pelo IML.
Consta nos autos também que, no dia dos fatos, a vítima sofreu diversas lesões em sua face, conforme também
aponta o laudo pericial. As imagens das câmeras de segurança do condomínio mostram Rodolfo agredindo Carla
quando ele foi atingido pelo disparo efetuado por Júlio. Após apresentação das alegações finais, em sentença
publicada em 19 de junho de 2020, o magistrado condena Júlio nos termos da denúncia. Na primeira fase da
dosimetria da pena, o magistrado considerou que as consequências do crime são graves, visto que a vítima perdeu
uma das pernas, conforme o próprio relato feito pelo ofendido. Na segunda fase, o magistrado considerou presente a
circunstância agravante 61, II, f, do Código Penal, pois o acusado estava recebendo a vítima em sua casa. O
magistrado deixou de aplicar a atenuante prevista 65, I, do CP, tendo em vista que, na data da sentença, o réu era
maior de 21 anos. Como não estava presente nenhuma causa de aumento ou diminuição, a pena foi fixada no
patamar de 5 anos de reclusão. Foi fixado o regime semiaberto para início de cumprimento da pena. A defesa é
intimada. De acordo com o a narrativa fática, apresente a peça cabível com os argumentos pertinentes ao caso
concreto.

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