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As “instruções para análise

de estilo” de Jan Larue


Análise Musical II CMU0367
Paulo de Tarso Salles
ECA/USP 2018
LARUE, Jan. Guidelines for Style
Analysis
2nd ed. Michigan: Harmonie Park Press, 1992.

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Considerações analíticas fundamentais
u Música = movimento (no tempo); análise = imobilização (fora do tempo).
u Portanto, a análise forçosamente promove entendimento apenas parcial do
fenômeno musical.
u SHMRG (p. 10):
u Som
u Harmonia
u Melodia
u Ritmo
u Forma [Growth]
u Observação significante (p. 4).

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Estágios da análise de estilo (p. 3)
u 1. Plano de fundo
u Quadro de referência: a cena musical contemporânea
u Identificação: data, gênero, meio, tonalidade e modo, texto.
u Esquema geral: linha do tempo
u 2. Observações: as características musicais (“o que”)
u Três dimensões básicas: grande, médio e pequeno
u Quatro elementos contribuintes: Som, Harmonia, Melodia e Ritmo.
u Tipologia: o espectro das características.
u 3. Conclusões: as funções musicais (“como”)
u O processo formal [Growth]
u Fontes de movimento: grau e frequência das alterações
u Fontes de formatação: articulação, continuidade (repetição, desenvolvimento,
resposta e mudança), convenções formais 4
Avaliação

u Processos de crescimento [forma]: formato, movimento, controladores.


u Equilíbrio entre unidade e variedade.
u Originalidade e riqueza de imaginação.
u Elementos externos: novidade, popularidade, situação na época, etc.

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Dimensão pequena (micro)

u Motivo
u Subfrase
u Frase, grupo de frases
u São usados contrastes dinâmicos para definir e individualizar a subfrase e a
frase (S)?
u O tecido (textura) temática é harmônico ou contrapontístico (H)?
u Que tipo de movimento melódico predomina: grau conjunto, disjunto ou salto
(M)?
u O ritmo gera fluxo a partir do tratamento motívico ou pelo contorno geral (R)?
u O equilíbrio das subfrases gera estaticidade ou sentido de progressão dentro
das frases (G)?

p. 9
Dimensão média

u Sentença
u Parágrafo
u Seção, segmento
u Parte
u Como a orquestração sublinha a entrada das seções secundárias em forma
sonata (S)?
u As modulações geram tensão ou são meramente colorísticas (H)?
u Há melodias do tipo vocal e/ou instrumental (M)?
u A superfície rítmica oferece contraste entre os temas (R)?
u Além das cadências, como são pontuados os parágrafos (G)?
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Dimensão grande (macro)

u Movimento
u Obra
u Grupo de obras
u Por exemplo: “o pleno entendimento dos leitmotiven wagnerianos podem ser
tratados apropriadamente apenas mediante uma visão abrangente o
suficiente para alcançar todo o ciclo do Anel” (pp. 6-7).
u A mudança de instrumentação entre movimentos também é um dado que pode ser
significativo (Som).
u Contraste e frequência de tonalidade entre movimentos (Harmonia).
u Seleção de métricas e andamentos (Ritmo).
u Variedade e tipo das formas empregadas (Growth, ou Forma).
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Elementos contribuintes e elemento
controlador
u “Som, harmonia, melodia e ritmo, na maioria dos casos, não podem sustentar
individualmente estruturas musicais. [...] Por isso, atuam tipicamente como
elementos contribuintes.” (p. 11)
u “A forma [Growth], todavia, desenvolve uma existência dual tanto como
produto emergente como a matriz de ajuste para os demais elementos: é o
elemento controlador, de combinação, absorvendo todas as contribuições em
um processo simultâneo de movimento e formato” (idem).

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Movimento e formato [Shape]

u Estabilidade: conceito vagamente relacionado a “ausência de mudanças”, que


requer certa relativização no contexto musical.
u Atividade local: oscilações em direção ao ponto de equilíbrio ou se afastando
dele. Num concerto, por exemplo, isso pode ocorrer no contraste entre solista
e orquestra (p. 14).
u Movimento direcional: constante, aumenta ou reduz cumulativamente a
frequência ou grau de mudança. Geralmente ocorre nos crescendos e em
sequências modulatórias, ou ainda nas diminuições dos valores rítmicos.

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