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Ministério da Economia

Seção de Inspeção do Trabalho - Setor de Segurança e Saúde no Trabalho


Rua Ewerton Visco, 190 – Caminho das Árvores – Salvador - BA – Fone (71) 3329-8420

Empresa:. CNAE:

CNPJ

ENDEREÇO:

Cidade: SALVADOR/BA CEP:

NOTIFICAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS E ADOÇÃO DE


PROCEDIMENTOS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO – NAD – Nº
027316.14.05/2020

A Auditora Fiscal do Trabalho que este subscreve, autoridade do Sistema Federal de Inspeção
do Trabalho, nos termos do disposto nos §§ 3º e 4º, do art. 630, da Consolidação das Leis do
Trabalho, bem como nos incisos IV, V e X do artigo 18 do Regulamento de Inspeção do Trabalho
(Decreto 4.552/2002) e nos artigos 12 -1, 13 -1, 13 -2 e 14 da Convenção 81 da OIT -
Organização Internacional do Trabalho (Decreto 95.461/1987), observando que, de acordo com
o Decreto Federal nº 9.679, de 02/01/2019, as atividades da Inspeção do Trabalho e das
Superintendências Regionais do Trabalho - SRTb passaram a ser vinculadas ao Ministério da
Economia, informa que a empresa supra qualificada está sob procedimento de auditoria,
mediante ação fiscal, e encontra-se, por este Termo, NOTIFICADA para apresentar
COMPROVAÇÃO DAS DETERMINAÇÕES LEGAIS ABAIXO DISCRIMINADAS, com base na
fundamentação que segue:

Considerando que a Constituição Federal de 1988 – CF/88, em seu art. 7º, XXII,
alça a direito fundamental dos trabalhadores urbanos e rurais à redução dos riscos inerentes ao
trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança.
Considerando que o art. 200, VII, da CF/88 introduz, de forma expressa, que o
meio ambiente, incluído o do trabalho, deve ser protegido, configurando o enquadramento do
meio ambiente do trabalho na tutela constitucional.
Considerando que o art. 225 da CF/88 dispõe que todos possuem direito
fundamental ao meio ambiente equilibrado, o qual é essencial à sadia qualidade de vida. E, para
tanto, cabe ao Poder Público defende-lo e preservá-lo, controlando a produção, a
comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a
vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.

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Considerando que o art. 157 da CLT - Consolidação das Leis do Trabalho


determina o cumprimento de normas de segurança, saúde e medicina do trabalho e, por
consequência, a manutenção da saúde e segurança do trabalhador.
Considerando que a Convenção da OIT - Organização Internacional do Trabalho
nº. 155, devidamente ratificada pelo Brasil e incorporada ao ordenamento jurídico pátrio,
determina em seu art. 4º, item 2, que a política estatal deve ser direcionada para prevenir os
acidentes, adoecimentos e consequentes danos à saúde que forem decorrentes do exercício do
trabalho.
Considerando que o Princípio da Prevenção determina a adoção antecipada de
medidas definidas que possam impedir que um dano provável venha a ocorrer, em uma
determinada situação, reduzindo ou eliminando suas causas.
Considerando que o Princípio da Precaução consiste na adoção antecipada de
medidas amplas que possam evitar a ocorrência de possível ameaça à saúde e segurança das
pessoas e dos ecossistemas, caracterizando-se pela sua natureza acautelatória.
Considerando que a Organização Mundial da Saúde – OMS declarou, em 11
de março de 2020, pandemia do novo Coronavírus (SARS-COV-2), com a determinação de
medidas de precaução e prevenção a serem adotadas.
Considerando que a OMS emitiu carta aos países membros, em 12 de março
de 2020, destacando a necessidade da adoção de medidas fundamentais de saúde pública,
como forma de evitar o colapso no sistema de saúde e consequente ampliação dos danos
esperados pelo COVID-19.
Considerando que o Conselho Federal de Medicina – CFM emitiu nota
informando que a transmissão do vírus SARS-COV-2 ocorre preferencialmente por meio
aerodispersóides líquidos decorrentes de tosse e espirros, com alta capacidade de
contaminação entre indivíduos.
Considerando que mesmo os indivíduos assintomáticos são potenciais
transmissores da infecção por SARS-COV-2 – 86% das infecções não são diagnosticadas e
79% das transmissões acontecem a partir de pessoas assintomáticas, segundo o artigo
“Substantial undocumented infection facilitates the rapid dissemination of novel coronavirus
(SARS-CoV2)”, Li et al., Science 10.1126/science.abb3221 (2020) - ampliando o potencial de
disseminação da doença e atingimento dos grupos de risco.
Considerando estudo apresentado pelo Centro Chinês de Controle e
Prevenção de Doenças, com recentes atualizações epidemiológicas e clínica sobre a
gravidade da COVID-19, que destacou que 40% dos casos são moderados, com sintomas de
pneumonia viral, 15% são graves e 5% críticos, com grande possibilidade de evolução da
doença para quadros graves ou críticos e, alguns casos, óbito.

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Considerando que o Governo do Estado da Bahia, através do decreto nº.


19529, de 16 de março de 2020, o qual regulamenta as medidas temporárias para
enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente
do Coronavírus, determinou em seu art. 7º, I, a suspensão de atividades e eventos com
aglomeração superior a 50 (cinquenta) pessoas, em virtude do alto grau de contaminação e
disseminação da doença por maior número de pessoas, agravando o risco para a sociedade.
Considerando que algumas atividades laborais são executadas em ambientes
com climatização artificial e que as regulamentações legais da ANVISA, ABNT e IMETRO,
inclusas as Normas Técnicas 001, 002, 003 e 004 e a Resolução-RE nº 09, de 16 de janeiro
de 2003, do Ministério da Saúde / Anvisa, determinam padrões referenciais de qualidade do ar
interior, em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo, em especial para
o agente biológico “vírus” e expressa determinação para “adequar o número de ocupantes por
m2 de área com aumento da renovação de ar e evitar a presença de pessoas infectadas nos
ambientes climatizados”, que são frequentemente descumpridos;
Considerando que o tempo de exposição dos trabalhadores à possibilidade de
contágio é de, em regra, 08 (oito) horas, em virtude da carga horária legal dos trabalhadores, e
que isso enquadra a atividade em condição de risco alto de exposição, em virtude da existência
de contaminação comunitária nos locais de trabalho;
Considerando que a NR-09, no item 9.3.5.1, determina que o empregador deve
adotar as medidas necessárias suficientes para a eliminação, a minimização ou o controle dos
riscos ambientais, uma vez que se encontra identificado o risco biológico de acometimento de
COVID-19 pelos empregados, podendo implicar em caracterização de doença ocupacional,
caso o empregador negligencie quanto à adoção das medidas de saúde e segurança no
estabelecimento.
A Auditoria-Fiscal do Trabalho, com base nos normativos constitucionais e legais elencados,
além dos princípios fundamentadores da ordem jurídica pátria no que tange ao meio ambiente,
tendo em vista o alto grau de contaminação da COVID-19 e os comprovados riscos à saúde da
coletividade, que ratificam a necessidade de atuação imediata dos agentes públicos
fiscalizadores, DETERMINA que o empregador adote imediatamente as medidas abaixo
elencadas:

A. Quanto à Vigência do Contrato de Trabalho:

I. GARANTIR que, quando possível, as atividades sejam desempenhadas


REMOTAMENTE, por meio de home office, tendo em vista a necessidade de ADOÇÃO DE
MEDIDAS A REDUZIR a quantidade de trabalhadores no ambiente de trabalho (por exemplo,
atividade administrativa e logística);

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II. DISPENSAR das atividades habituais nestes espaços aqueles empregados com doenças
crônicas ou cujos familiares, que habitam na mesma residência, tenham doenças crônicas;
gestantes; lactantes; e com idade superior a 60 anos. Exemplos de doenças crônicas:
portadores de cardiopatias, diabetes, neoplasias, imunodeficientes ou que apresentem
sintomatologia respiratória grave.
Observação: Caso seja indispensável a presença na empresa de trabalhadores pertencentes a
grupo de risco, deve ser priorizado trabalho interno, sem contato com clientes, em local
reservado, arejado e higienizado ao fim de cada turno de trabalho. Apresentar lista de
trabalhadores nestas condições.
III. AGIR EM CONFORMIDADE COM a Lei 13.979/2020 e/ou as Medidas Provisórias nº
927/2020 e 936/2020, e com o art. 501 da CLT (sem demissões e com garantias remuneratórias)
quando da dispensa dos trabalhadores de suas atividades por situações previstas no item II e
outras dispensas;

Documento(s) Exigido(s):
1. Lista (apresentada em formato de Planilha – arquivo XLS) contendo nome dos
trabalhadores, PIS, data de nascimento, data de admissão, função, turno de trabalho,
situação do trabalhador - ativo no local, trabalho remoto, afastado temporariamente
(indicar também modalidade adotada para o afastamento);
2. Lista (em formato de Planilha – arquivo XLS) de trabalhadores em gozo de FÉRIAS
INDIVIDUAIS, com NOME, PIS, DATA DE ADMISSÃO E DE DEMISSÃO, FUNÇÃO, bem
como os avisos e recibos de férias dos trabalhadores ativos que tenham saído em gozo
de férias em função do estado de calamidade pública, com início do gozo a partir da data
de 16/03/2020, conforme Art. 6º da MP 927/2020;
3. Lista (em formato de Planilha – arquivo XLS) de trabalhadores em gozo de FÉRIAS
COLETIVAS, com NOME, PIS, DATA DE ADMISSÃO E DE DEMISSÃO, FUNÇÃO, bem
como os avisos das férias coletivas e recibos de férias dos trabalhadores ativos que
tenham saído em gozo de férias em função do estado de calamidade pública, com início
do gozo a partir da data de 16/03/2020, conforme Art. 11 da MP 927/2020;
4. Lista (em formato de Planilha – arquivo XLS) de trabalhadores demitidos, com NOME,
PIS, DATA DE ADMISSÃO E DE DEMISSÃO, FUNÇÃO, bem como os termos de
rescisão de contrato de trabalho, com respectivos comprovantes de pagamento bancário,
dos trabalhadores que tenham sido demitidos em função do estado de calamidade
pública, com data de demissão a partir de 16/03/2020;
5. Acordos individuais e coletivos de trabalho que tenham sido celebrados com os
empregados e sindicatos em função do estado de calamidade pública, respectivamente,
a partir da data de 16/03/2020;

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6. Comprovantes de pagamento das competências mar/2020 e abr/2020 (depósito


bancário).

Nas situações excepcionais, em que a atividade não poderá ser suspensa ou adequada
remotamente, mas com atenção a necessidade de redução considerável dos
trabalhadores dentro do estabelecimento da empresa, nos termos dispostos acima, a
empresa deverá seguir as seguintes determinações:

B. Quanto à Jornada de Trabalho:


I. EVITAR a utilização de horas extraordinárias, salvo nos casos de necessidade imperiosa,
força maior, ou hipótese de prejuízo manifesto (art. 61, CLT);
II. ESTABELECER política de flexibilidade de jornada (redução de horas, abono de faltas
ou de atrasos, banco de horas, compensações de jornada, substituição temporária da mão-
deobra) quando serviços de transporte, creches, escolas, dentre outros, não estejam em
funcionamento regular, bem como favorecer trabalhadores(as) com encargos familiares
(especialmente famílias monoparentais), gestantes, pessoas idosas ou com deficiência, ou
ainda para que os trabalhadores(as) atendam familiares doentes ou em situação de
vulnerabilidade à infecção pelo novo Coronavírus, e obedeçam a quarentena, observado o
princípio da irredutibilidade salarial e a manutenção do contrato laboral;
III. MANTER políticas flexíveis que permitam que os funcionários fiquem em casa para cuidar
de um membro da família doente.

C. Quanto ao Meio Ambiente do Trabalho:

I. ORGANIZAR os postos e horários (turnos) de trabalho de modo a minimizar os riscos de


transmissão, pessoa a pessoa, via gotículas respiratórias, em caso de espirros, tosse etc.,
mantendo uma distância a partir de 2m (dois metros) entre um trabalhador e outro e entre
cada trabalhador e cliente(s), conforme previsão do Boletim Epidemiológico 05, de
13/03/2020, da Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde;
II. DESTINAR, preferencialmente, postos de trabalho individuais, sem compartilhamento por
outros trabalhadores;
III. REALIZAR higienização constante de superfícies (mesas, por exemplo) e objetos
(teclados, mouses, celulares e bicos de bombas de abastecimento, máquinas de cartão de
crédito etc.), devendo ser definido procedimento de trabalho para a higienização/desinfecção do
mobiliário e equipamentos de trabalho, ouvidas sugestões dos trabalhadores, para garantir
maior eficácia dessa ação.

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IV. INSTALAR higienizadores para as mãos em locais estratégicos ao longo do ambiente de


trabalho, mantendo-os abastecidos;
V. ELIMINAR OU RESTRINGIR o uso de itens compartilhados por trabalhadores como
canetas, pranchetas, telefones, teclados, notebooks, ferramentas manuais, máquinas de cartão
de crédito, entre outros;
VI. PROVIDENCIAR a PROVISÃO, AQUISIÇÃO e DISTRIBUIÇÃO para cada trabalhador de
todos os insumos utilizados como equipamentos de proteção individual (preparação alcoólica,
lenços de papel, higienizantes para o ambiente, e outros);
VII. PROMOVER a adequação dos ambientes de trabalho aos requisitos legais constantes
nas normas regulamentadoras de segurança e saúde do trabalho do Ministério da Economia,
bem como à regulamentação aplicável do Ministério da Saúde / Anvisa e normas ABNT, além
das demais medidas de mitigação dos riscos especificamente decorrentes da exposição ao
patógeno COVID-19, inclusive da Organização Mundial da Saúde, a exemplo de:
a) Alterar os postos de trabalho, quando possível, de modo a impedir o contato do
trabalhador com possíveis gotículas decorrentes de tosse, espirros e saliva vindos de
clientes (medidas administrativas que possibilitem a manutenção de uma distância de
segurança de 2m com os clientes;
b) Alterar os procedimentos de trabalho de modo a impedir ou mitigar o contato do
trabalhador com objetos tocados pelos clientes.
VIII. GARANTIR que os trabalhadores de empresas terceirizadas e/ou prestadoras de
serviços que realizem atividades no ambiente de trabalho sejam contemplados pelas medidas
de saúde e segurança destinadas aos empregados celetistas do estabelecimento, conforme
previsão expressa do item 2, do Anexo II da NR-24

Documento(s) Exigido(s):
7. Planta Baixa do Estabelecimento, com indicação das medidas do mobiliário, bombas de
abastecimento, equipamentos e dos espaçamentos entre eles, assegurando-se a
distância segura de 2m entre os trabalhadores e entre os trabalhadores e os clientes;
8. Registro fotográfico da adequação dos postos de trabalho;
9. Comprovante de entrega dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI;
10. Comprovante de aquisição e entrega de substâncias sanitizantes, em quantidade
adequada, para limpeza dos ambientes, equipamentos e mobiliário, conforme itens
acima.
OBSERVAÇÃO: “Ao usar preparação alcoólica para higienização das mãos aguardar o tempo
suficiente para o álcool secar/evaporar completamente antes de tocar superfícies que possam
ter acúmulo de energia eletrostática”.
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D. Quanto à Proteção contra o COVID-19:

I. ESTABELECER meios para dispensar IMEDIATAMENTE das atividades trabalhador


com suspeita de contaminação, como medida necessária e preventiva, a fim de se
evitar o contágio a outros empregados. Destaque-se que a presença de sintomas da
COVID-19 já é determinante para afastamento do trabalhador, não devendo ser exigido,
neste momento de pandemia, atestado médico, em razão de determinação do Ministério
da Saúde para evitar sobrecarga nos serviços de saúde;
II. ALTERAR, quando possível, horários de início e fim da jornada dos empregados de modo
a proporcionar-lhes a utilização do transporte público fora dos horários de pico;
III. REFORÇAR a higienização de pontos de grande contato como corrimões, banheiros,
maçanetas, superfícies (mesas, cadeiras etc), máquinas e equipamentos (incluindo seus
botões de partida, acionamento, parada, emergência, entre outros), e objetos
(computadores, ferramentas manuais, terminais de pagamento etc), com produtos de
limpeza com capacidade desinfetante, devendo ser definido procedimento de trabalho
para a higienização/desinfecção do mobiliário e equipamentos de trabalho, para garantir
maior eficácia dessa ação. Essa ação deverá ser realizada antes do início da jornada, no
processo de trocas de turnos ou quando da ocupação dos postos de trabalho já em uso;
IV. ORGANIZAR a utilização de máquinas equipamentos (bombas de combustíveis) para
que sejam, preferencialmente, de uso individual, sem compartilhamento por outros
trabalhadores, no mesmo turno;
V. REALIZAR as medidas de descontaminação recomendadas pela OMS e pela ANVISA
quando do recebimento de produtos;
VI. Reforçar a limpeza de sanitários e vestiários;
VII. FORNECER/DISPONIBILIZAR lavatórios com água e sabão aos trabalhadores(as) e
promover aos mesmos higiene frequente das mãos preferencialmente com água e sabão
ou preparação alcoólica (sanitizante 70%), que estejam em locais estratégicos ao longo
do ambiente de trabalho, mantendo-os abastecidos. IMPORTANTE VERIFICAR
OBSERVAÇÃO
DO ITEM “C”. Encaminhar registro fotográfico das medidas adotadas;
VIII. REALIZAR higienização constante de superfícies (mesas, por exemplo) e objetos, com
produtos de limpeza com capacidade desinfetante, devendo ser definido procedimento
de trabalho para a higienização/desinfecção do mobiliário e equipamentos de trabalho,
para garantir maior eficácia dessa ação. Essa ação deverá ser realizada no processo de
trocas de turnos ou quando da ocupação dos postos de trabalho já em uso;
IX. PROVIDENCIAR a provisão de todos os insumos utilizados como equipamentos de
proteção individual voltados especificamente à prevenção da disseminação da COVID-
19 (máscaras cirúrgicas, preparação alcoólica 70%, caixas de lenços de papel, óculos de
proteção, luvas de procedimento, higienizantes para o ambiente, e outros) cuja
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fiscalização de uso efetivo deve ser reforçada pelo serviço de saúde e medicina do
trabalho (SESMT) a depender dos Grupos Homogêneos de Exposição que tenham que
utilizá-los. Obs.: a presente determinação não interfere no fornecimento dos demais EPIs
indicados nos programas de gestão do empregador, que deverão continuar sendo
fornecidos regularmente. Encaminhar comprovação das medidas adotadas;
X. ADOTAR medidas para diminuir a intensidade e a duração do contato pessoal entre
trabalhadores e entre esses e o público externo;
XI. PROMOVER atividades educativas sobre os cuidados de prevenção do novo
Coronavírus, incluindo orientações sobre lavagens frequentes e completas das mãos e o
incentivo da etiqueta respiratória, notadamente:
a) ORIENTAR os trabalhadores a evitar tocar olhos, nariz e boca sem higienização
adequada das mãos;
b) ORIENTAR os trabalhadores a cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, com cotovelo
flexionado ou utilizando-se de um lenço descartável;
c) ORIENTAR os trabalhadores a ficar em casa e evitar contato com pessoas quando
estiverem doentes;

Documento(s) Exigido(s):
11. No caso de lojas de conveniência em funcionamento, registros fotográficos do controle
de ingresso (comunicado fixado na parte externa do estabelecimento, divulgando a
capacidade máxima de atendimento) e da circulação de clientes (marcações no piso,
demarcando o espaçamento mínimo);
12. Registros fotográficos da disponibilização de, prioritariamente, pias, com sabão e material
descartável para enxugar as mãos. E, no caso de fornecimento de solução alcóolica a
70%, fotos dos locais disponíveis;
13. Registros fotográficos das orientações educativas disponibilizadas;
14. Esclarecimentos por escrito das medidas preventivas de contaminação adotadas pela
empresa (descontaminação dos produtos e ambientes, alterações nos procedimentos
laborais, etc);
15. Comprovante de aquisição de substâncias sanitizantes em quantidade adequada para
higienização, conforme itens especificados acima.

E. Quanto à realização das refeições:

I. Proibir o compartilhamento de copos, pratos e talheres não higienizados, bem como


qualquer outro utensílio de cozinha;
II. Limpar e desinfetar as superfícies das mesas após cada utilização;
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III. Promover nos refeitórios/locais para refeições o espaçamento de 2m entre as pessoas,


orientando para que sejam evitadas conversas;
IV. Espaçar as cadeiras para que seja garantido o distanciamento mínimo de 2m entre cada
trabalhador. Considerar aumentar o número de turnos em que as refeições são servidas,
de modo a diminuir o número de pessoas no refeitório a cada momento.

Documento(s) Exigido(s):
16. Nota Fiscal de compra e Registros fotográficos da disponibilização do álcool em gel 70%;
17. Registros fotográficos das medidas determinadas;
18. Comprovante de fornecimento e entrega dos materiais necessários para higienização dos
objetos de trabalho;
19. Esclarecimentos por escrito das medidas preventivas de contaminação adotadas pela
empresa (descontaminação dos produtos e ambientes, alterações nos procedimentos
laborais, etc);
20. Comprovante de esclarecimento aos trabalhadores das medidas que deverão ser adotadas
para evitar contaminação por COVID-19.

F. Determinações Finais

A empresa deverá ADVERTIR os gestores dos contratos de prestação de serviços


terceirizados quanto à responsabilidade da empresa contratada em adotar todos os meios
necessários para conscientizar e prevenir seus trabalhadores acerca dos riscos do contágio
do novo Coronavírus (SARS-COV-2), GARANTINDO que os trabalhadores de empresas
terceirizadas e/ou prestadoras de serviços que realizem atividades no ambiente de trabalho
sejam contemplados pelas medidas de saúde e segurança destinadas aos empregados
celetistas do estabelecimento, conforme previsão expressa do item 2, do Anexo II da NR-24.
Encaminhar comprovação das medidas adotadas
O cumprimento dos itens constantes dessa notificação não desobriga, conforme o caso,
medidas mais restritivas e outras disposições constantes em regulamentos sanitários do Estado
ou Município, acerca da prevenção de exposição ao risco biológico relativo ao novo Coronavírus.

Lavra-se o presente Termo de Notificação para o atendimento das exigências em


CARÁTER IMEDIATO e, em conformidade com a lei 13.979/2020 e a Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT, apresentar os documentos solicitados e encaminhados, até o dia 20/05/2020,
às 14:00h, por meio do endereço eletrônico: magnaf@mte.gov.br.

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***OS DOCUMENTOS DEVERÃO SER ORGANIZADOS EM PASTAS ZIPADAS, TENDO POR


NOME O CNPJ DO RESPECTIVO ESTABELECIMENTO, E SUBPASTAS NOMEADAS DE
ACORDO COM A NUMERAÇÃO DO ITEM A QUE SE REFEREM.

O não cumprimento total ou parcial desta notificação poderá implicar caracterização de risco
grave e iminente à saúde dos trabalhadores e consequente paralisação das atividades, além
de autuação na forma da lei.

Os itens da notificação que não forem apresentados devem ser justificados por escrito, em
documento formal, endereçado a Auditora Fiscal do Trabalho MAGNA FERNANDES RAMOS

Salvador-BA,14 de maio de 2020.


Magna Fernandes Ramos
Auditora-Fiscal do Trabalho
CIF 02731-6
Setor de Segurança e Saúde no Trabalho
Superintendência Regional do Trabalho na Bahia

NOTIFICAÇÃO QUANTO A UTILIZAÇÃO DE MÁSCARAS FACIAIS

Considerando que o DECRETO Nº 19.636 DE 14 DE ABRIL DE 2020 que regulamenta a


Lei nº 14.258, de 14 de abril de 2020, que dispõe sobre a obrigatoriedade de uso e fornecimento
de máscaras em estabelecimentos públicos, industriais, comerciais, bancários, rodoviários,
metroviários e de transporte de passageiros nas modalidades pública e privada, como medida
de enfrentamento à disseminação do novo Coronavírus, causador da COVID-19 no Estado da
Bahia;
Considerando que o DECRETO Nº 32.337 de 11 de abril de 2020 do Município de
Salvador determinou, a partir do dia 16 de abril de 2020, o uso obrigatório de máscaras caseiras
artesanais, observada a Orientação Normativa 3/2020-CGGAP/DESF/SAPS/MS, para os
funcionários dos seguintes segmentos: I – mercados e supermercados; II – construção civil; III
– limpeza urbana; IV – postos de combustível.
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Considerando a NOTA INFORMATIVA Nº 3/2020-CGGAP/DESF/SAPS/MS, a qual


recomenda à população que máscaras cirúrgicas e N95/PFF2 sejam priorizadas para os
profissionais de saúde, considerando que os serviços de saúde são os locais com maior
potencial de concentração de vírus, ao mesmo tempo em que a manutenção de suas atividades
precisar ser garantida, mediante ações que visem a proteção de profissionais e pacientes.
Considerando a Nota Técnica Conjunta DVIS/VISA/CEREST Nº 011/2020 sobre
características, formas de uso e manutenção de máscaras caseiras artesanais.
Considerando que o item 12.2 do ANEXO 2 da NR-9 (Aprovado pela Portaria MTb n.º
1.109, de 21 de setembro de 2016) - EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO BENZENO EM POSTOS
REVENDEDORES DE COMBUSTÍVEIS determina que os trabalhadores que realizem a
atividade de abastecimento de veículos, em função das características inerentes à própria
atividade, estão dispensados do uso de equipamento de proteção respiratória.
Considerando que o item 2.2.3 do ANEXO 2 da NR-9 (Aprovado pela Portaria MTb n.º
1.109, de 21 de setembro de 2016) - EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO BENZENO EM POSTOS
REVENDEDORES DE COMBUSTÍVEIS veda a utilização de flanela, estopa e tecidos similares
para a contenção de respingos e extravasamentos, pelo risco de concentração de produtos
químicos nos tecidos, em especial do benzeno que é uma substância comprovadamente
carcinogênica;
Considerando que o uso de máscaras caseiras, confeccionadas em tecido, pode propiciar
o acúmulo de solventes orgânicos, a exemplo do benzeno e outras substâncias químicas, na
zona respiratória do trabalhador, ampliando risco de intoxicação aguda ou crônica.
Os Auditores-Fiscais do Trabalho notificantes recomendam que, no caso de a empresa não
fornecer máscaras do tipo PFF2, siga os protocolos abaixo elencados:
1. Se utilizar protetores faciais em material específico para redução do risco de contágio
com as gotículas, o empregador deverá garantir meios de higienização com produtos
adequados já especificados, com periodicidade mínima de 03 (três) horas, além de
necessário treinamento dos trabalhadores;

2. No caso de utilização de máscaras, a empresa deverá atentar para as seguintes


recomendações quanto à escolha e uso:

2.1. Máscaras PFF2– A forma e tempo de uso, manipulação e armazenamento devem


seguir às recomendações do fabricante. Entretanto, em virtude do aumento da
demanda pela emergência de saúde pública da COVID-19, poderão,
excepcionalmente, serem usadas por um período maior, desde que sejam
utilizadas pelo mesmo trabalhador e adotem medidas adicionais de segurança,
quais sejam:

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2.1.1. Treinamento dos trabalhadores sobre procedimentos de utilização, retirada,


armazenamento, avaliação da integridade, tempo de uso e descarte das
máscaras;
2.1.2. Utilização individual;
2.1.3. Verificação constante da integridade da máscara pelo empregador. Máscaras
úmidas, sujas, rasgadas, amassadas ou com vincos, devem ser imediatamente
descartadas.
2.2. Máscaras meia peça facial com filtro P2 com carvão ativado – São máscaras de
uso individual pelo empregado. A forma e tempo de uso, manipulação e
armazenamento devem seguir às recomendações do fabricante. Devem ser
adotadas medidas adicionais de segurança quanto aos procedimentos de
utilização, retirada, armazenamento, avaliação da integridade, tempo de uso e
descarte das máscaras.
2.3. Máscaras faciais de uso não profissional – São máscaras que devem ter por
composição, segundo o Ministério da Saúde, em escala de capacidade de
filtragem: a) - Tecido de saco de aspirador b) - Cotton (composto de poliéster 55%
e algodão 45%) c) - Tecido de algodão (como camisetas 100% algodão). No caso
de opção por essas máscaras, o empregador deverá:
2.3.1. Fornecer máscaras no material acima indicado, com, no mínimo, dupla camada
de tecido;
2.3.2. Fornecer em quantidade suficiente para a realização das trocas de máscaras
nos turnos de trabalho, a fim de garantir o uso por, no máximo, 3 horas
consecutivas;
2.3.3. Verificar se as máscaras a serem utilizadas estão em condições de uso, limpas
e íntegras;
2.3.4. Garantir que as máscaras fornecidas sejam de modelo que possibilitem
cobertura total da boca e nariz, sem espaços laterais;
2.3.5. Treinamento dos trabalhadores sobre procedimentos de utilização, retirada,
armazenamento, avaliação da integridade, tempo de uso e descarte das
máscaras;
2.3.6. Informar aos trabalhadores os procedimentos de uso e limpeza em
conformidade com a Nota Técnica Conjunta DVIS/VISA/CEREST Nº 011/2020,
do município de Salvador/Ba, a qual dispõe sobre as características, formas de
uso e manutenção de máscaras caseiras artesanais.

Importante destacar a extrema importância da efetiva capacitação e treinamento dos


trabalhadores quanto ao ADEQUADO uso, retirada, armazenamento e descarte das máscaras
de proteção como fator de minimização dos riscos de contágio pela COVID-19. Destaque-se as
orientações de não tocar na máscara com as mãos sujas, fazer um bom ajuste facial, fazer teste

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Ministério da Economia
Seção de Inspeção do Trabalho - Setor de Segurança e Saúde no Trabalho Rua Ewerton Visco, 190 – Caminho das Árvores –
Salvador - BA – Fone (71) 3329-8420

de vedação, o trabalhador não deve ter pelos faciais e as máscaras utilizadas e não higienizadas
não devem ser guardadas de forma exposta.
Desta forma, em virtude da situação provisória de calamidade pública, que visa a atender a
recomendação da prefeitura e secretarias de saúde de proteção dos trabalhadores contra o
adoecimento pela COVID-19, o NOTIFICADO deverá informar ao Auditor Fiscal Notificante o
tipo de máscara fornecido ao trabalhador. Ainda, apresentar demonstração de aquisição e
entrega ao trabalhador das máscaras (notas fiscais e comprovantes de entrega de EPI’S), além
da comprovação da realização do treinamento, conteúdo programático, material didático
utilizado e carga horária.

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