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O que é Análise Técnica

A Análise Técnica é o estudo, por meio de gráficos, das cotações de um ativo


ao longo do tempo, com o objetivo de identificar os prováveis movimentos
futuros destas cotações.

Como os gráficos e os preços traduzem com fidelidade o comportamento dos


investidores, através da Análise Técnica é possível estimar qual a direção mais
provável do preço de um ativo em um determinado intervalo de tempo.

Isso possibilita ao investidor identificar os melhores momentos para comprar


ou vender ativos e estimar seus lucros.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a Análise Técnica não é um bicho


de sete cabeças. Se você entende um gráfico de dois eixos, iguais aos que
aprendeu a interpretar quando estava no primeiro grau, vai entender a Análise
Técnica.
1º PARTE – Gráficos
O gráfico é a principal ferramenta para quem utiliza Análise Técnica para
investir na Bolsa de Valores. Eles traduzem o comportamento do mercado e
servem para avaliar a participação da massa de investidores que influenciam
a formação dos preços. É formado pelos eixos “X” e “Y”. O eixo “X”, horizontal,
representa o tempo (que irá modificar de acordo com a periodicidade do
gráfico) e o eixo “Y”, vertical, o preço do ativo.

Tipos de Gráficos

Gráfico de Linha

O mais simples de ser interpretado, o gráfico de linha é o mais utilizado


pelos investidores menos experientes. Leva em conta os preços de
fechamento do pregão, conectando os pontos de acordo com o período
escolhido. Não contém informações sobre abertura e oscilação do preço
do ativo dentro do período.

Como pode perceber o gráfico de linha não passa muita informação além
da direção do mercado, por isso é o menos recomendado para quem quer
se profissionalizar no mercado.
Gráfico de Barras
Representado por uma barra vertical que traz quatro informações sobre o
preço: abertura, fechamento, máxima e mínima do dia. A abertura é
representada com um traço horizontal para a esquerda e o fechamento é
um traço à direita. O topo e o fundo da barra indicam a máxima e a mínima
do período escolhido, respectivamente

Relembrando conceitos primários do gráfico de barrar...

Preço de abertura: é o fechamento do primeiro negócio do período;


Preço de fechamento: é o fechamento do último negócio do período;
Preço máximo: é o maior preço de um negócio no período;
Preço mínimo: é o menor preço de um negócio no período.
Gráfico de Candlestick

Vamos falar agora sobre o gráfico mais utilizado no mundo, preste muita
atenção e faça suas anotações. Iremos iniciar com um pouco de história,
pois todo profissional de qualquer área deve saber de onde veio sua
profissão, seja ela qual for, por isso um médio conhece a história da
medicina e um engenheiro conhece a história da engenharia, não poderia
ser diferente com os profissionais de mercado que utilizam da analise
técnica.

A história
No século XVIII os japoneses desenvolveram um método de análise técnica para
analisar os preços de contratos futuros de arroz.
O arroz era a riqueza e os fazendeiros de todo o Japão, podiam mandar sacas
de arroz que eram mantidas em armazéns, em troca, recebiam um cupom
representativo do valor, o qual poderia ser vendido a qualquer momento. Apenas
na bolsa Dojima operavam cerca de 1300 traders de arroz.
Candlestick é o nome ocidentalizado (em inglês), pelo qual esta técnica se tornou
conhecida no mundo inteiro. Foi trazida ao ocidente pelo americano Steve Nison,
investidor de Wall Street.
Atribui-se a Munehisa Honma o maior desenvolvimento desta técnica de análise.
Ele não via a necessidade de se fazer presente em Osaka, comunicava as
intruções de compra e venda por mensageiros. Diz a lenda que conseguiu
100 trades consecutivos vitoriosos. De suas teorias evoluiram as técnicas
de candlestick que hoje são utilizadas e pesquisadas em todo o mundo.

As características
O termo Candlestick (candelabro em inglês) se deve ao fato de os elementos
gráficos utilizados na representação dos preços praticados pelo mercado
lembrarem velas, distribuídas sobre a área do gráfico.
A análise se faz através da identificação de "figuras" formadas pelos "candles"
(velas) em determinado ponto da tendência de mercado.
Os padrões de candles são úteis para um alarme antecipado de futuros
movimentos dos preços, além de sevirem também como sinalizadores de
suportes e resistências. Também são úteis para sinalizar mercado sobrevendido
ou sobrecomprado.
Existem operadores que utilizam somente estes padrões para seus trades,
porém recomenda-se seu uso em complemento a outros indicadores técnicos.

...
Antecipando reversões de tendências

O principal objetivo da Análise Técnica por meio de candlesticks é prever


mudanças nos movimentos de preços de um ativo (ações, mercadorias, etc.), de
modo a identificar o melhor momento para comprá-lo ou vendê-lo.

Segundo a teoria dos Candlesticks as mudanças nos movimentos dos preços,


ou reversões de tendências, pode ser prevista por meio da disposição dos
candles, quando estes formam certos padrões conhecidos. A formação dos
padrões, ou sinais, de reversão ocorre devido a fatores psicológicos e
emocionais dos operadores do mercado.

A forma de um candlestick

Repare nas semelhanças com um dos tipos de gráficos visto


anteriormente, o gráfico de barras.

Preço de abertura: é o fechamento do primeiro negócio do período;


Preço de fechamento: é o fechamento do último negócio do período;
Preço máximo: é o maior preço de um negócio no período;
Preço mínimo: é o menor preço de um negócio no período.
Se o preço de abertura for inferior ao de fechamento, trata-se de um candle de
alta e o retângulo será azul. Caso o preço de abertura seja superior ao de
fechamento, temos um candle de baixa, que será vermelho. Em algumas
ferramentas os candlesticks também podem ser verdes (alta) ou vermelhos
(baixa). Veja como os candlesticks aparecem em um gráfico:

Esse tipo de gráfico é adequado para qualquer tipo de mercado, seja


ele mercados futuros, ações commodities e etc...

O gráfico que estamos vendo acima é o gráfico do Mini Índice, que é


um dos ativos mais operados aqui no Brasil.
2º PARTE – Tempos Gráficos
Depois de aprender os tipos de gráficos mais comuns, iremos aprender sobre
tempos gráficos, é muito importante você aprender a olhar para mais de um
tempo gráfico no seu dia-a-dia, não importa em qual ativo você está operando,
sempre monte uma base com mais de um tempo gráfico.

Cada candle no gráfico representa um período pré-determinado pelo investidor:


de um minuto, cinco minutos, uma hora, uma semana e assim sucessivamente.
Quanto menor for o tempo gráfico, maior é o zoom que se dá no preço. Ou seja:
é possível enxergar movimentos longos ou curtos na cotação de um ativo.

Para operações Day Trade — aquelas nas quais o operador busca o lucro com
a variação de preços no mesmo dia — é mais comum a análise de tempos
gráficos intradiários (ou conhecidos como intraday), que proporcionam uma
visão das oscilações de preço em 1, 5,10, 15, 30 e 60 minutos.

Visualmente falando, o gráfico não muda sua forma, um candle sempre


terá a forma de um candle, a mudança ocorre no tempo em que um candle
demora para se formar por completo.

Tempos para operação em day trade

Para operações day trade o mais comum são os tempos 15 minutos 5 minutos e
1 minuto. Os tempos intradiários são mais recomendados para quem quer fazer
operações mais rápidas, ou seja, entrar e sair de uma operação o mais rápido
possível. Operações day trade podem durar de poucos segundos até alguns
minutos, o importante é que o fechamento da operação ocorra dentro do mesmo
dia, resumindo, o operador tem que abrir e fechar uma operação antes do final
do pregão, seja uma operação lucrativa ou não.

Os tempos gráficos apontados aqui neste ponto não são uma regra fixa,
apenas estão sendo mostrados o mais usual pela maioria dos analistas de
mercado. Existem muitos especialistas que usam tempos maiores para
realizar analises no day trade como gráficos de 60 minutos e até mesmo
diário.
Tempo gráfico de 15 minutos do Mini índice

Tempo gráfico de 5 minutos do Mini índice

Tempo gráfico de 5 minutos do Mini índice


A forma como é utilizado esses tempos varia muito de pessoa para
pessoa, porém na grande maioria das vezes a divisão é realizada da
seguinte maneira.

15 minutos: é utilizado para visualização de tendência, por ter um tempo


maior, o sinal de tendência se torna mais confiável.

5 minutos: é o gráfico “Principal” por onde a operação ocorre de fato.

1 minuto: é utilizado para fazer os ajustes, tanto de alvo quanto de stop,


já que uma operação day trade tem como objetivo entrar e sair o mais
rápido possível, a maioria das pessoas utilizam o 1 minuto para esse tipo
de ajuste.

OBS: Mais uma vez isso não é uma regra, com o passar do tempo é
importante que você monte sua forma de operar.
3º PARTE – Análise técnica

Para falarmos de fado sobre análise técnica é preciso falar de Charles Dow, o
criador dos fundamentos da análise técnica que utilizada ate os dias de hoje.
Mas que quem foi de fato Charles Dow?
A teoria de Dow foi desenvolvida por Charles
Dow, fundador do “Wall Street Journal” e criador
do índice Dow Jones, ainda no século 19. E até
hoje é a base da Análise Técnica.
A teoria aborda a movimentação dos preços de
ações de acordo com os seguintes fundamentos

Os preços descontam tudo


Para Charles Dow, todos os fatores que afetam
os preços das ações já estão incorporados a
seus preços, exceto o que ele chamou de “atos
de Deus”: furacões, terremotos, guerras,
calamidades e outros acontecimentos. Mesmo
imprevisíveis, tais fatos são rapidamente assimilados ao preço.
Assim, se todas as notícias, informações e fatos relevantes que poderiam
influenciar na valorização ou desvalorização do ativo já estão embutidos em seu
preço, Dow concluiu que é possível avaliar cotações, estimar preços e decidir
pela compra ou venda de um ativo avaliando apenas as variações de preços em
função do tempo. Nenhum outro tipo de estudo é necessário.

O Mercado se Move em Tendência


Segundo Dow, o mercado segue tendências — de alta, baixa ou lateralizada
(consolidação) — que se movimentavam como as ondas do mar.

A tendência de alta se estabelece quando os movimentos de alta são maiores


que os movimentos de baixa, e vice-versa. Se os movimentos são do mesmo
tamanho, temos uma consolidação – ou lateralização — e não tendência.

...
Tendência de Alta
É formada por topos e fundos ascendentes, assim como as ondas do mar
quando a maré sobe. Cada nova onda avança um pouco mais que a anterior
e recua um pouco menos na areia da praia.

Tendência de baixa
É formada por topos e fundos descendentes, assim como as ondas do mar
quando a maré baixa. Cada nova onda avança um pouco menos que a
anterior e recua um pouco mais nas areias da praia.
Lateralização ou Consolidação
O mercado não avança de um determinado topo e não recua de um
determinado fundo, ou seja, ele anda de lado, não possuindo topos e fundos
ascendentes, nem descendentes.

As fases do mercado

A partir deste ponto iremos estudar as fases do mercado, é muito importante


que você tenha esses conceitos bem fixados, pois ter uma boa base é
fundamental para evolução em qualquer profissão.

Tendência Primária, Secundária e Terciária


Tendências são desdobradas em três fases: primárias (de prazo mais longo),
secundárias (médio prazo) e terciárias (curto prazo).

Tendência primária
É a tendência principal, um movimento longo que pode ser de alta ou de baixa.

Tendência Secundária
Dentro da tendência primária, existe uma oscilação menor, chamada de
tendência secundária, na qual o preço passa por uma correção, mas segue
subindo ou descendo segundo a tendência do momento, seja ela de alta ou
de baixa.
Tendência Terciária

São movimentos menores, que estão presentes dentro da tendência


secundária. Elas se comportam em relação às tendências secundárias da
mesma maneira que as secundárias em relação às primárias. Mostrando uma
oscilação ainda menor.

Fases do Mercado
Segundo a teoria de Dow, o mercado tem três momentos principais na
tendência de alta e três momentos principais na tendência de baixa.

Fases do Mercado de Alta


• Acumulação: O mercado crê que o cenário pode melhorar, mas as notícias
são ruins;
• Alta: Notícias e lucro melhorando, nota-se um avanço firme;
• Euforia: Notícias favoráveis, mercado fervilhando e volume crescendo.

Fases do Mercado de Baixa


• Distribuição: Investidores mais experientes se desfazem de suas posições;
• Pânico: Aumenta muito o número de investidores se desfazendo de suas
posições;
• Baixa/Lenta: Os preços atingem os níveis mais baixos, fazendo com que
os investidores que ainda não venderam encerrem suas posições. O
volume de negociações despenca.

Princípio da Confirmação
O princípio da confirmação estabelece que uma tendência só estará
confirmada se for corroborada por mais de um índice (exemplo: cotações de
ações PN e ON). Se ambos os índices mostrarem uma tendência, o
investidor pode considerá-la confirmada.

O Volume Deve Confirmar a Tendência


Além dos índices, a mudança de tendência também precisa ser confirmada
pelo volume de compras e vendas dos ativos. Este princípio estabelece que
na mudança de tendência de um ativo seu volume de negociações aumenta
de forma expressiva.

Tendência de Alta: Volume aumenta quando os preços sobem e diminui


quando os preços caem.

Tendência de Baixa: Volume aumenta quando os preços caem e diminui


quando os preços sobem.
A Tendência continua até surgir um sinal efetivo de reversão
A tendência é vigente até que seja substituída por outra oposta. Até que a
nova tendência se confirme, considera-se que a tendência antiga segue em
vigor, apesar dos sinais aparentes de mudança. Ao levar esse princípio em
consideração, o investidor evita a troca prematura de posição.

Um dos sinais que podem identificar uma mudança na tendência é a


formação de pivôs.

Os pivôs surgem quando os preços fazem um ziguezague contra a tendência


atual, mostrando dois topos e um fundo ascendente logo após uma tendência
de queda, ou dois fundos e um topo descendente após uma tendência de
alta.

Assim, o começo da tendência de alta é dado por um pivô de alta, enquanto


a tendência de baixa é iniciada com um pivô de baixa.

Pivô de alta

...
Pivô de Baixa

Princípio da Utilização dos Preços de Fechamento


A teoria de Dow leva em conta apenas os preços de fechamento para análise.
O preço de abertura, máxima e mínima são desconsiderados. Para analisar um
gráfico diário, por exemplo, considera-se apenas o valor de fechamento do ativo
e não a oscilação do preço durante o dia.

Faça suas anotações, reveja tudo se for preciso, lembre-se isso vai ser sua
profissão, quanto mais conhecimento você tiver, melhor será seu futuro na
profissão. Essa é uma profissão que sempre devemos pensar a longo prazo.
4º PARTE – Topos e Fundos no gráfico

O que faz um preço cair ou subir é a relação entre oferta e demanda. Seguindo
essa lógica é que são formados os topos e fundos

Topos
Os topos são formados quando existe uma força maior de compradores,
elevando o preço do ativo até o ponto em que essa força compradora é superada
pela força vendedora. Neste ponto o preço do ativo para de subir e começa a
cair. Este ponto é chamado de topo.

Fundos
Os fundos são formados quando existe uma força maior de vendedores baixando
o preço do ativo até o ponto em que a força vendedora é superada pela força
compradora. Assim, o preço do ativo para de cair e começa a subir.

Como conceito de todo e fundo bem definido, você agora pode identificar
tendências seja ela de alta, baixa ou consolidação (Lateralizado), além de
suportes e resistências
Suporte e resistência

Vamos iniciar com uma princípios da analise o suporte e a resistência.

Sempre pergunto a outros investidores: você se lembra qual o dia em que


ganhou mais dinheiro? E qual o dia em que mais perdeu? As respostas são
sempre positivas e cheias de detalhes. Em seguida costumo perguntar: você
lembra quais operações realizou ontem? Ninguém lembra.

Os investidores guardam na lembrança grandes marcos, e as cotações nas


quais ganharam muito ou perderam muito se tornam grandes barreiras nas
quais ocorre uma grande briga entre compradores e vendedores, criando
suportes e resistências (conceitos que veremos a seguir). Veja:

Veja que o preço volta varias vezes a mesma região, porém não dá continuidade
no movimento, esse exemplo é ótimo para mostra como funciona um suporte.
Agora se olharmos um porco para trás iremos perceber uma coisa incrível, que
essa região não é somente um ponto de suporte forte, mas uma resistência muito
forte também.
Vendo a visão complete você tem uma noção muito melhor que está sendo
mostrado aqui.

Vendo assim, podemos perceber o quanto e importante esse conceito de suporte


e resistência para análise técnica. O gráfico utilizado para esse exemplo é o
gráfico do mini dólar, também muito operado.

Suportes e resistências são, portanto, regiões gráficas formadas


pelos números de força.

Suportes
São níveis de preços em que a força vendedora ao longo do tempo não teve
força para romper em movimentos de baixa. Podemos considerar a região de
suporte como a área que o preço está “abaixo do mercado”, onde o interesse
dos compradores é forte o suficiente para superar uma força vendedora. Ela
é formada ligando os fundos consecutivos com retas na horizontal.
Resistências

As resistências são níveis de preço nos quais a força compradora ao longo


do tempo não conseguiu superar essa região e continuar subindo. Uma
resistência é a região onde o preço está “acima do mercado”, e por esse
motivo a força vendedora é superior à força compradora. Elas são formadas
ligando os topos consecutivos com retas na horizontal.

Linhas de tendência

Isso também é um dos conceitos mais fortes do mercado.


Para identificar a tendência de uma ativo, utilizamos a linha de tendência,
que é formada ligando topos ou fundos consecutivos em uma tendência de
alta ou de baixa.

Linha de tendência de alta:


É formada ligando fundos consecutivos e ascendentes.
Linha de Tendência de Baixa:
A linha de tendência de baixa é formada pelos topos consecutivos e
descendentes.

O toque nessas linhas ou seu rompimento gera boas oportunidades de entrada


em uma operação. Veja o exemplo: Seja ela compra ou venda.
5º PARTE – Gap

Gap é um intervalo de preços que ocorre sem negociação.

Os gaps são considerados mudanças bruscas nos níveis de preço de um ativo


entre o fechamento e a abertura de dois períodos. Esse intervalo pode acontecer
na abertura de um pregão, com o preço aparecendo bem acima ou bem abaixo
do candle do dia anterior. Isso ocorre principalmente devido à divulgação de um
balanço, fato relevante ou notícia que afetem o ativo após período anterior.

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