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Anota João Camilo que a Presidência do Conselho de Ministros foi criada em 1847, e
era exercida de modo unipessoal, apesar da composição do ministério seguir a tradição
parlamentarista:
“No decorrer dos tempos, prevaleceu uma posição diferente da postulada pelo grande
jurista; em lugar de um corpo coletivo do qual o presidente seria, apenas, um primus
inter pares, o gabinete tornou-se realmente o órgão executor da política de seu
organizador. Duas razões principais contribuíram para isso. Uma de ordem psicológica:
o caráter viril e másculo dos homens daquele tempo, homens de vontade férrea e
temperamento autoritário, orgulhosos e altivos. A outra, condição natural do
parlamentarismo. Se o ministério era responsável perante a nação pelos acertos e
desacertos do governo, é evidente que procurassem os seus chefes chamar a si,
igualmente, o poder de decidir. E como todo governo é naturalmente unipessoal, dentro
do princípio que a deliberação é obra de muitos e a execução de um só, o resultado não
seria diferente do que foi: o governo pessoal do presidente do Conselho.” – p. 86
OS. O grande jurista a que João Camilo se refere é Pimenta Bueno, para quem o
Presidente do Conselho de Ministros deveria se submeter à maioria de seu gabinete.
p. 101/102: Zacarias de Góis defendia que o Poder Moderador era, tal qual o Executivo,
exercido em conjunto com o Parlamento.
p. 103-105: Apresenta Braz Florentino como o exato oposto, e contrário mesmo ao
parlamentarismo.
Felisbelo Freyre (p. 106): Defendia que o Presidente do Conselho de Ministros fosse
escolhido
p. 122:
“Era, pois, quase ilimitada a ação dos presidentes de província. Graças a eles, os
presidentes de Conselho faziam e desfaziam as situações políticas exatamente onde a
política tinha origem nas províncias. O corpo eleitoral nascia da vontade desses agentes
dos chefes do governo.”
p. 113:
p. 127 – Teixeira Mendes diz na biografia de Constant que o Exército deveria proteger o
governo do povo.
Sobre a constituinte:
p. 183 - Poderíamos, igualmente, adotar outros nomes: partido federalista e partido estadualista. Bem
apuradas as contas, o que havia na Constituinte era um partido estadualista exagerado e um partido
estadualista moderado.
p. 196 - Sertanejo que nunca frequentou autores, nem curava de teorias, levando vida de soldado, resumia
as suas concepções políticas ao sentido do grupo – o Exército era o seu clã – concebia o poder como o ato
de um homem que comanda. Nominalista por formação
e temperamento, homem acostumado a mandar e a obedecer, possuía o desprezo natural pelas teorias.
Não amava as distinções sutis, e abominava o palavreado vazio de ação. Compreendia o governo como
uma direção entregue a um homem, um governo que
mandasse, que se fizesse obedecer. O Império, com a sua Constituição antiga e respeitada, seus
conselheiros graves que analisavam doutrinas e problemas, com seus oradores eloquentes, seus comícios,
e principahnente seu parlamentarismo em que a ação
se subordinava à elaboração intelectual, tudo encimado por um Imperador letrado de modos pacíficos, lhe
cheirava a fraseologia, a oratória, a negação desta coisa simples, natural – um homem manda, outros
obedecem. Sonhava com uma ditadura militar. Por que militar e não
civil, quando não faltavam homens de vontade férrea, com excelentes qualidades de comando, como Ouro
Preto e Silveira Martins? Porque, na simplicidade de seu raciocínio, a ditadura militar era a encarnação
mais viva da autoridade do comando fundada unicamente
no poder em sua pureza essencial, no poder desligado da teoria, no poder que não precisa de fórmulas
jurídicas para se justificar, que não possui outra razão de ser, outra base que não a
presença de sua força própria.
p. 199 - Dos grupos que se arremetiam contra o Império, nenhum como o Apostolado Positivista.
Possuindo uma doutrina sistemática, com explicações nem sempre absurdas acerca da realidade histórica
moderna, possuindo um corpo de categorias capaz de
interpretar a realidade nacional e, afinal, com leituras organizadas no campo de sociologia, os positivistas
não combatiam o Império por motivos de ordem pessoal ou sentimental, mas, em virtude de uma doutrina
sistematicamente fundada. Em lugar de republicano médio, que ou “não gostava de reis”’ ou “achava”
que no novo regime haveria mais liberdade, ou progresso, ou que “acreditava” que, abolida a realeza, o
povo governaria efetivamente, os positivistas fundavam-se numa explicação racional e completa
possuindo base filosófica para as suas teses. Tinham ideias, e não simpatias e antipatias, apenas.
p. 205 - Não se limita Assis Brasil à crítica do parlamentarismo, tomado em si mesmo. E usa de um
argumento ad hominem, se assim se pode dizer, e opõe o parlamentarismo à federação, o que não deixava
de ser um raciocínio de alto sentido político, pois a manutenção
da forma de Estado, instalada em 1889, significava, para a maioria dos políticos brasileiros, a conservação
do domínio eleitoral nos diferentes Estados. Seja como for, é Assis Brasil o responsável por uma ideia
feita que dominou durante decênios – a incompatibilidade
entre federação e o parlamentarismo. Foi um custo a descoberta de muitas federações parlamentaristas.
p. 237 – Campos Salles: da propaganda à presid. Presidencialismo é o governo pessoal
constitucionalmente organizado.