Jessé do Carmo Bueno, telefone: (21) 980729094,
endereço de e-mail: jessebueno@yahoo.com.br
RÉPLICA:
Venho por meio deste, responder a contestação da empresa Uber a
minha petição. Primeiro, peço desculpas por ter excedido o prazo para essa réplica, mas o processo presencial foi marcado no meio da quarentena e o Tribunal se encontrava fechado nesse período. Como estou sem representação de advogado, e embora tenha ligado pro Tribunal, não consegui informações e não sabia como proceder e acessar as informações do meu processo no sistema uma vez que também não recebi informações por outros meios. Apenas hoje, 28 de junho de 2020, com a ajuda de uma amiga, consegui acesso às informações e tomei conhecimento dessa contestação. Quero deixar claro também, que não compreendi completamente os argumentos da Uber nessa contestação de 18 páginas, mas claramente a empresa se isenta de culpa e acha que o absurdo ocorrido estava dentro da normalidade. Outra coisa que observei é a menção da empresa a relação trabalhista da mesma com os motoristas o que não tem nada haver com o ocorrido. Diante disso, quero reafirmar a minha posição diante dos fatos absurdos ocorridos e novamente narra-los para que se verifique a responsabilidade da empresa nesse episódio. Aproveito para mencionar que não sou a primeira vítima de um evento onde, por erro do GPS do aplicativo da Uber, o cliente vai parar no destino errado. Alguns clientes perderam suas vidas ao serem levados para áreas de risco, e a esse mesmo risco que eu fui exposto, pois no trajeto proposto passei por todas as áreas de risco da baixada, além do dano financeiro. Tendo posto isso, vamos aos eventos ocorridos no dia 20 de fevereiro de 2020, quando me dirigi de trem ao bairro de Austin em Nova Iguaçu. A partir da estação Ausntin, em Nova Iguaçu, solicitei uma corrida pelo aplicativo da Uber para o endereço desejado nesse mesmo bairro, a saber Estrada Adrianópolis 66. Esse endereço dista cerca de 10 minutos do ponto de origem, a estação de Austin. O endereço Inicial do destino foi digitado corretamente e consta como prova na petição, além do print de uma simulação da corrida no mesmo trecho ( não consta a original por conta da alteração no trajeto que será explicada a seguir), uma correspondência de cobrança de luz do endereço para comprovação que não houve erro no pedido, consta também a mensagem do motorista reportando o erro do GPS onde ele menciona o endereço informado. Vale observar que na contestação da Uber feita a minha petição, o endereço de destino inicial nem é mencionado, antes começam sua defesa a partir da alteração da rota que solicitei devido ao fato de termos nos perdido seguindo o trajeto proposto pelo GPS do aplicação Uber. Em resumo, o valor da primeira corrida não era de 46,90 reais mas sim 25,90 reais. Após constatar que fomos parar no endereço errado é que foi feita a alteração da rota, na tentativa de voltar para o bairro de Austin, aí sim o valor passou aos 46, 90 reais. Era inevitável a alteração da rota, pois eu não ia descer em um lugar estranho e distante mais de 2h do meu destino. A tentativa de retorno ao ponto de partida foi frustrada, pois mais uma vez o GPS sugeriu a mesma rota por onde o motorista se perdeu, uma estrada de barro, no meio do mato, sem nenhuma condição de tráfego. Passamos inclusive por casas de reabilitação de pessoas viciadas em drogas, ressaltando mais uma vez o perigo de vida ao qual fomos expostos. Por fim, o motorista voltou a estrada de asfalto a procurar por informações de guardas militares sobre como retornar ao bairro de origem. Nessa confusão, fomos levados ao fim da Avenida Presidente Dutra, quase entrada de São Paulo e três horas depois, conseguimos voltar ao ponto de origem. E o valor inicial, que era de 25,90 reais, possou a 46,90 após alteração de trajeto e por fim os absurdos 246 reais devido a impossibilidade do trajeto sujetido pelo aplicativo. Pra além do dano financeiro e desgaste emocional, os amigos que nos esperavam no sítio, passaram por momentos de estresse e preocupação, pois perdemos o sinal no meio do mato, e com medo por nossa segurança, por se tratar de área de risco, saíram de carro a nos procurar baseados nas últimas localizações que mandamos enquanto tínhamos sinal telefônico. Depois de todo transtorno paguei ao motorista parte do valor, pois não tinha integral o restante e transferi pra sua conta, esses comprovantes de pagamento também estão anexados a petição. Nos dias seguintes, tentei por todas as vias possíveis o contato com a Uber em busca de reembolso. O próprio aplicativo, email e Facebook, pois infelizmente a empresa não tem um canal de comunicação presencial ou de telefone com o Cliente. Por fim, fui ao prédio da Uber no Rio de Janeiro e lá recebi a mesma resposta: - "não temos canal de comunicação pessoal com o cliente". Lá atendiam apenas aos motoristas e o cliente apenas pelo aplicativo. A resposta recebida via aplicativo foi que a cobrança fora feira corretamente. Aos fatos mencionados acima estão anexos as provas: printis da corrida, trajeto e recibos, além das tentativas de contato e resposta da empresa.