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PROCESSO N° 0037552-93.2020.8.19.

0001

Jessé do Carmo Bueno​, ​telefone: (21) ​980729094,


endereço de e-mail:​ ​jessebueno@yahoo.com.br

RÉPLICA:

Venho por meio deste, responder a contestação da empresa Uber a


minha petição.
Primeiro, peço desculpas por ter excedido o prazo para essa réplica,
mas o processo
presencial foi marcado no meio da quarentena e o Tribunal se
encontrava fechado nesse
período. Como estou sem representação de advogado, e embora
tenha ligado pro Tribunal,
não consegui informações e não sabia como proceder e acessar as
informações do meu
processo no sistema uma vez que também não recebi informações
por outros meios.
Apenas hoje, 28 de junho de 2020, com a ajuda de uma amiga,
consegui acesso às
informações e tomei conhecimento dessa contestação. Quero deixar
claro também, que não
compreendi completamente os argumentos da Uber nessa
contestação de 18 páginas, mas
claramente a empresa se isenta de culpa e acha que o absurdo
ocorrido estava dentro da
normalidade. Outra coisa que observei é a menção da empresa a
relação trabalhista da
mesma com os motoristas o que não tem nada haver com o ocorrido.
Diante disso, quero
reafirmar a minha posição diante dos fatos absurdos ocorridos e
novamente narra-los para
que se verifique a responsabilidade da empresa nesse episódio.
Aproveito para mencionar
que não sou a primeira vítima de um evento onde, por erro do GPS
do aplicativo da Uber, o
cliente vai parar no destino errado. Alguns clientes perderam suas
vidas ao serem levados
para áreas de risco, e a esse mesmo risco que eu fui exposto, pois no
trajeto proposto
passei por todas as áreas de risco da baixada, além do dano
financeiro. Tendo posto isso,
vamos aos eventos ocorridos no dia 20 de fevereiro de 2020, quando
me dirigi de trem ao
bairro de Austin em Nova Iguaçu. A partir da estação Ausntin, em
Nova Iguaçu, solicitei uma
corrida pelo aplicativo da Uber para o endereço desejado nesse
mesmo bairro, a saber
Estrada Adrianópolis 66. Esse endereço dista cerca de 10 minutos do
ponto de origem, a
estação de Austin. O endereço Inicial do destino foi digitado
corretamente e consta como
prova na petição, além do print de uma simulação da corrida no
mesmo trecho ( não consta
a original por conta da alteração no trajeto que será explicada a
seguir), uma
correspondência de cobrança de luz do endereço para comprovação
que não houve erro no
pedido, consta também a mensagem do motorista reportando o erro
do GPS onde ele
menciona o endereço informado. Vale observar que na contestação
da Uber feita a minha
petição, o endereço de destino inicial nem é mencionado, antes
começam sua defesa a
partir da alteração da rota que solicitei devido ao fato de termos nos
perdido seguindo o
trajeto proposto pelo GPS do aplicação Uber. Em resumo, o valor da
primeira corrida não
era de 46,90 reais mas sim 25,90 reais. Após constatar que fomos
parar no endereço
errado é que foi feita a alteração da rota, na tentativa de voltar para
o bairro de Austin, aí
sim o valor passou aos 46, 90 reais. Era inevitável a alteração da
rota, pois eu não ia descer
em um lugar estranho e distante mais de 2h do meu destino. A
tentativa de retorno ao ponto
de partida foi frustrada, pois mais uma vez o GPS sugeriu a mesma
rota por onde o
motorista se perdeu, uma estrada de barro, no meio do mato, sem
nenhuma condição de
tráfego. Passamos inclusive por casas de reabilitação de pessoas
viciadas em drogas,
ressaltando mais uma vez o perigo de vida ao qual fomos expostos.
Por fim, o motorista
voltou a estrada de asfalto a procurar por informações de guardas
militares sobre como
retornar ao bairro de origem. Nessa confusão, fomos levados ao fim
da Avenida Presidente
Dutra, quase entrada de São Paulo e três horas depois, conseguimos
voltar ao ponto de
origem. E o valor inicial, que era de 25,90 reais, possou a 46,90 após
alteração de trajeto e
por fim os absurdos 246 reais devido a impossibilidade do trajeto
sujetido pelo aplicativo.
Pra além do dano financeiro e desgaste emocional, os amigos que nos
esperavam no sítio,
passaram por momentos de estresse e preocupação, pois perdemos o
sinal no meio do
mato, e com medo por nossa segurança, por se tratar de área de
risco, saíram de carro a
nos procurar baseados nas últimas localizações que mandamos
enquanto tínhamos sinal
telefônico. Depois de todo transtorno paguei ao motorista parte do
valor, pois não tinha
integral o restante e transferi pra sua conta, esses comprovantes de
pagamento também
estão anexados a petição. Nos dias seguintes, tentei por todas as vias
possíveis o contato
com a Uber em busca de reembolso. O próprio aplicativo, email e
Facebook, pois
infelizmente a empresa não tem um canal de comunicação presencial
ou de telefone com o
Cliente. Por fim, fui ao prédio da Uber no Rio de Janeiro e lá recebi a
mesma resposta: -
"não temos canal de comunicação pessoal com o cliente". Lá
atendiam apenas aos
motoristas e o cliente apenas pelo aplicativo. A resposta recebida via
aplicativo foi que a
cobrança fora feira corretamente. Aos fatos mencionados acima estão
anexos as provas:
printis da corrida, trajeto e recibos, além das tentativas de contato e
resposta da empresa.

Rio de Janeiro, 30 de Junho de 2020


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Jessé do Carmo Bueno

CPF:059.022.837-44

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