Você está na página 1de 2

Foi Boto, Sinhá!

Waldemar Henrique
(1905-1995)
Lenda Amazônica

1
Vocal 1 % α 3 Œ ≈ œ œ œ −− œ œ œ œ œ œ œ œ ≈ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
1. Ta - já - pa ne - ma cho - rou no ter - rei - ro Ta - já - pa - ne - ma cho - rou no ter -
(2. Ta - já- pa) - ne - ma se poz a cho - rá. Ta - já- pa - ne - ma se poz a cho -

1
Vocal 2 % α 3 Œ ≈ œ œ œ −− œ œ œ œ œ œ œ œ ≈ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
1. Ta - já - pa ne - ma cho - rou no ter - rei - ro Ta - já - pa - ne - ma cho - rou no ter -
(2. Ta - já- pa) - ne - ma se poz a cho - rá. Ta - já- pa - ne - ma se poz a cho -

%α œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ≈ −− ι œ − ‰ − œ œ œ œ
5 1. 2.

œ œ œ œ Θ
rei - ro e.a vir - gem mo - re - na fu - giu no cos - tei - ro. Ta - já- pa tei - ro Foi Bo - to, Si -
rá. Quem tem fi - lha mo -ça é bom vi - gi - á. Ta - já- pa á. O Bo - to não

%α œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ≈ −− ι œ − ∑
œ œ œ œ
rei - ro e.a vir - gem mo - re - na fu - giu no cos - tei - ro. Ta - já- pa tei - ro
rá. Quem tem fi - lha mo -ça é bom vi - gi - á. Ta - já- pa á.

%α œ œ ‰− œ œ œ œ œ œ ‰ − œθ œ œ œ œ
10

Θ œ
nhá Foi Bo - to, Si - nhô que vei - o ten - tá
dor - me no fun - do do ri - o seu dom é e - nor - me,

θ ‰− θ ‰ − œθ œ œ œ
% α ‰− œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
Foi Bo - to, Si - nhá Foi Bo - to, Si - nhô que vei - o ten -
O Bo - to não dor - me no fun - do do ri - o seu dom é e -

Disciplina Educação Vocal I


Curso de Música - FURB - 2015
Prof. Roberto Rossbach
2 Foi Boto, Sinhá!

% α ‰− θ
15

œ œ œ œ œ− œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ− œ œ œ œ
e.a mo - ça le - vou no tar dan - sa - rá, a-que - le do - tô, foi Bo - to, Si -
quem quer que o viu, que di - ga, que in - for - me se lhe re -sis - tiu, o Bo - to não

%α œ œ œ œ œ œ œ− œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ− œ œ œ œ
tá e.a mo - ça le - vou no tar dan - sa - rá, a-que - le do - tô, foi Bo - to, Si -
nor - me quem quer que o viu, que di - ga, que in - for - me se lhe re -sis - tiu, o Bo - to não
Dal segno con ripetizione

%α œ ≈ −−
19 1. 2.

œ œ œ œ œ œ œ œ œ ˙
nhá, foi Bo - to, si - nhô! 2. Ta - já - pa
dor - me no fun - do do rio.

%α œ ≈ −−
œ œ œ œ œ œ œ œ œ ˙
nhá, foi Bo - to, si - nhô! 2. Ta - já - pa
dor - me no fun - do do rio.

A Lenda do Boto: Em noite de festa à beira do rio, o boto transforma-se em um belo rapaz,
que se veste todo de branco e usa sempre um chapéu, também branco, na cabeça.
Esse chapéu nunca é retirado, pois serve para esconder o orifício que tem na
testa e usa para respirar. Não se sabe por que esse orifício não desaparece na sua
transformação. Bonito e elegante, o rapaz é bom dançarino e bebedor. Conquista
facilmente as moças jovens e bonitas, casadas ou não. Na festa, dança e namora.
Depois, convida a namorada para um passeio, para seduzi-la. Seu poder de sedução
é incrível, hipnótico. Muitas de suas vítimas foram “salvas” no último momento
porque alguém gritou, fez barulho e as tirou do transe. Após o envolvimento
sensual, o boto atira-se no rio e volta à sua forma animal. A namorada, encantada,
fica triste. Muitas vezes adoece e acaba por se atirar ao rio à procura do seu
amado. As que resistem ao suicídio acabam por parir uma criança, que pode ser
boto, já nascer na forma de peixe ou ser normal. Muitas são as histórias de parteiras
que viram nascer peixes do ventre dessas jovens. Se nascer uma criança, a mãe
a banha no rio para ver se o filho se transforma ou não em boto. Também há os
casos de crianças que, se colocadas no rio, já saem nadando (Márcia Aliverti, 2005).

Você também pode gostar