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DIREITO

CONSTITUCIONAL

PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL
DO SIGILO DAS COMUNICAÇÕES
TELEGRÁFICAS E TELEFÔNICA

Hoje vamos estudar um tema muito bacana, é sempre muito legal falar sobre
ele, vamos falar sobre o sigilo de comunicações. Mas antes, dá o play e vamos
assistir ao vídeo.

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O artigo 5º, XII da CF prevê:

“XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegrá-


ficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal;”

Aqui há uma proteção à liberdade de comunicação, como o direito que o indiví-


duo tem de se comunicar, bem como uma proteção ao sigilo, protegendo, então,
o conteúdo das mensagens privadas.

O termo inviolável não tem caráter absoluto, não é impossível a quebra do


sigilo, mas significa que inicialmente existe essa proteção. Deve haver uma fun-
damentação legítima para que haja a quebra.

O sigilo de correspondência, por exemplo, é inviolável, contudo, em situação


de estado de sítio ou estado de defesa, poderá ser restringido, como bem prevê
a própria Constituição.

No sigilo fiscal, é facultado à administração tributária identificar, nos termos da


lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Deve haver individualização da pessoa do investigado e que seja indispensável


os dados em poder da Receita Federal.

No sigilo das comunicações telefônicas a quebra é permitida nas hipóteses


que a lei estabelecer e para fins de investigação criminal ou instrução proces-
sual penal.

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Diante da importância do tema intervenções nas comunicações trataremos
com alguns detalhes a seguir.

INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÃO

A interceptação da comunicação é a intromissão por terceiro, sem o conheci-


mento de um ou de ambos os interlocutores (que participam da conversa). A in-
terceptação de uma comunicação epistolar, telegráfica, de dados é vedada prima
facie, por violar a liberdade de comunicação pessoal.

A interceptação telefônica para ocorrer de maneira lícita precisa seguir os re-


quisitos previstos na Constituição, bem como definindo a necessidade de ordem
judicial para sua licitude institui o que é chamado de “reserva de jurisdição”, por-
tanto a única esfera de decisão é pelo judiciário.

A forma e as hipóteses nas quais as interceptações telefônicas poderão ser de-


terminadas judicialmente estão regulamentadas na Lei 9.296/1996, cujos disposi-
tivos se aplicam também à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas
de informática e telemática.

A lei veda a realização da interceptação de comunicações telefônicas se inexisten-


tes indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal ou quando a prova
puder ser feita por outros meios disponíveis e menos gravosos. Outrossim, só ad-
mite a interceptação para casos em que o crime seja punido com pena de reclusão.

O STF, no entanto, considera admissível “o uso de prova obtida fortuitamente


através de interceptação telefônica licitamente conduzida, ainda que o crime des-
coberto, conexo ao que foi objeto da interceptação, seja punido com detenção”.

INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL

É a captação de um diálogo no local em que se realiza, sem o conheci-


mento de, pelo menos, um dos interlocutores.

As interceptações ambientais são lícitas, desde que não violem a expectativa

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da privacidade. Nestes casos as gravações podem ser utilizadas como prova, sem
a necessidade de autorização judicial prévia.
Não devem ser admitidas como válidas as interceptações ambientais realiza-
das com violação de confiança decorrente de relações interpessoais ou profis-
sionais, como, por exemplo, a gravação feita por um terceiro de uma conversa
realizada entre um advogado e seu cliente.

GRAVAÇÃO CLANDESTINA

A gravação clandestina é aquela que um dos interlocutores capta a conver-


sa feita por telefone, sem o conhecimento dos demais.

Pode ser feita por meio telefônico, por gravador eletrônico, câmeras ocultas etc.

A gravação escondida, mesmo que pareça, não é ilícita, pois a pessoa tem
direito de gravar a sua própria conversa mesmo que sem o conhecimento da
parte contrária.

A gravação pode ser considerada ilegítima se for gravada clandestinamente e


sem qualquer justa causa, ou ainda quando violar uma previsão legal específica.
O que não é aceito com relação à gravação clandestina é a gravação realizada
com o objetivo de incriminar um dos interlocutores, instigando e tentando fazer
com que ele fale coisas contra ele mesmo.

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