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Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário

Guia de Políticas
e Programas
Ministério do Desenvolvimento Social Agrário - MDSA

Guia de Políticas
e Programas
Brasília - DF
Edição 2017
© 2017 Está é uma publicação do Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a Fonte.

Presidência da República
Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário
Secretaria Executiva
Secretaria Nacional de Assistência Social
Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
Secretaria Nacional de Promoção do Desenvolvimento Humano
Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação
Secretaria de Inclusão Social e Produtiva
Secretaria Nacional de Renda de Cidadania

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação(CIP)

Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.


Guia de políticas e programas. -- Brasília, DF: MDSA, Assessoria de Comunicação, 2017.

120p. ; 160x230 mm.

1. Políticas sociais, Guia, Brasil. 2. Programas sociais, Guia, Brasil. 3. Assistência Social.

CDU 304.4(81)(036)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca MDSA.

Projeto Gráfico e Diagramação Ascom/MDSA


Revisão Ascom/MDSA

Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário


0800 707 2003
Esplanada dos Ministérios • Bloco A

www.mds.gov.br
Fale com o MDSA: 0800 707-2003
Este guia contém informações sobre os programas e ações do
Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. O seu objetivo
é apoiar o trabalho realizado todos os dias nos Estados, Distrito
Federal e municípios.

Boa leitura.
Sumário
Prezado gestor, ................................................................................... 9

MDSA - conheça os programas e como funciona a


integração entre eles........................................................................... 10

O desafio de trabalhar juntos........................................................... 11


Cadastro único: o primeiro passo..................................................... 12
Bolsa família: articulação das políticas.............................................. 12
Direito à alimentação...................................................................... 12
O que é o cadastro único para programas sociais................................ 13
Capacitação sobre o bolsa família e o cadastro único........................... 15

Bolsa Família...................................................................................... 17

Criança Feliz...................................................................................... 30

Brasil carinhoso................................................................................. 35

Inclusão produtiva............................................................................. 38

Assistência Social............................................................................... 40

Sistema Único de Assistência Social (SUAS)....................................... 41


Fundo Nacional de Assistência Social................................................ 47

Proteções Sociais do Suas................................................................ 49


Proteção Social Básica .................................................................... 49
Centro de Referência da Assistência Social (Cras) .............................. 49
Programa de Atenção Integral à Família (Paif) ................................... 51
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV).............. 52
Benefícios eventuais........................................................................ 53
Carteira do idoso............................................................................ 54
Proteção Social Especial.................................................................. 56
Proteção Social Especial de Média Complexidade............................... 56
Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas)......... 56
Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade
Estabelecidos na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais... 57
Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a
Famílias e Indivíduos (Paefi)............................................................ 58
Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de
Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação
de Serviços à Comunidade (PSC)....................................................... 59
Serviço Especializado em Abordagem Social...................................... 61
Centro de Referência Especializado para População em
Situação de Rua.............................................................................. 63
Serviço Especializado para População em Situação de Rua.................. 63
Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com
Deficiência, Idosos e Suas Famílias................................................... 64
Proteção Social Especial de Alta Complexidade.................................. 65
Serviço de Acolhimento Institucional .............................................. 66
Serviço de Acolhimento em República .............................................. 68
Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora ................................ 69
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti).......................... 70

Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (Bpc)................ 72

Programa BPC na Escola.................................................................. 73


Programa BPC Trabalho.................................................................. 73

Segurança Alimentar e Nutricional...................................................... 75

Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan).......... 76


Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)....................................... 81

Modalidade Compra com Doação Simultânea.................................... 81


Modalidade Compra Institucional.................................................... 84
Modalidade Compra Direta.............................................................. 86
Modalidade Aquisição de Sementes.................................................. 87
Modalidade Apoio à Formação de Estoques....................................... 89
Modalidade de Incentivo à Produção e ao Consumo
do Leite (PAA Leite)......................................................................... 90
Programa Bancos de Alimentos........................................................ 92
Unidade de Distribuição da Agricultura Familiar (Udaf)..................... 94
Educação Alimentar e Nutricional ................................................... 96
Distribuição de Cestas a Grupos Específicos....................................... 99
Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva
e Outras Tecnologias Sociais de Acesso à Água (Programa Cisternas)... 101
Inclusão Produtiva Rural – Programa de Fomento às
Atividades Produtivas Rurais.......................................................... 107

Povos e Comunidades Tradicionais...................................................... 110

Avaliação e Gestão da Informação........................................................ 113

Sua Participação é Fundamental.......................................................... 116

Central De Relacionamento Do Mdsa 0800 707 2003.............................. 118


MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

PREZADO GESTOR,

N ós, gestores, sabemos que não se constroem políticas públi-


cas sem a participação efetiva de todos os entes federados.
Por isso, o Governo Federal tem o compromisso de apoiar os
Estados e municípios em um trabalho convergente na condução
dos programas de transferência de renda, inclusão social pro-
dutiva, assistência social e segurança alimentar e nutricional.
Um dos bons exemplos dessa parceria é o Bolsa Família. Gra-
ças ao trabalho em conjunto, o programa está mais bem focali-
zado, o monitoramento das condicionalidades se amplia a cada
levantamento e o acompanhamento das famílias, como forma
de garantir o acesso aos serviços públicos, se fortalece.
É preciso também uma união de esforços para o fortalecimen-
to do Programa Criança Feliz. A iniciativa é um compromisso
do Governo Federal com a questão social, com as parcelas mais
pobres e vulneráveis da nossa população.
É fundamental a consolidação do Sistema Único de Assistên-
cia Social (Suas), do Sistema Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional (Sisan), e das atividades dos Centro de Referência
de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializa-
do de Assistência Social (Creas), Banco de Alimentos; o aces-
so ao Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social
(BPC); o combate incessante ao trabalho infantil; a valorização
dos jovens, e a garantia do direito à alimentação, com o forta-
lecimento da agricultura familiar. E, claro, o investimento na
qualificação dos recursos humanos.
O conteúdo desse Guia de Políticas e Programas do MDSA
deve ser apropriado por todos os gestores para que conheçam
as iniciativas e saibam como acessar cada uma delas. Assim, po-
demos contribuir para que o Brasil continue se desenvolvendo.

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G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

Arquivo MDSA

MDSA
CONHEÇA OS PROGRAMAS E COMO
FUNCIONA A INTEGRAÇÃO ENTRE ELES

A A criação do Ministério do De-


senvolvimento Social e Agrário
(MDSA) ocorreu em 2016, transfor-
A grandeza deste desafio exigiu a re-
organização de estruturas e marcos le-
gais, para que fosse possível desenvolver
mando o então Ministério do Desenvol- de forma célere e articulada as políticas
vimento Social e Combate à Fome, com de inclusão social, transferência de renda
foco na superação da pobreza, atenção condicionada, assistência social e segu-
à primeira infância, bem como a pro- rança alimentar e nutricional.
moção da alimentação saudável e ade- O ministério mantém um sistema de
quada no país. proteção social como estratégia de com-

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MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

bate à pobreza, em especial da pobreza Instâncias colegiadas participam do


extrema. Uma das políticas encampadas ciclo de tomada de decisão e avaliação
é o programa Criança Feliz, importante de políticas públicas de desenvolvimen-
inciativa para que famílias com crianças to social, como o Conselho Nacional de
entre zero e seis anos ofereçam a elas Assistência Social (CNAS), a Comissão In-
ferramentas para promover seu desen- tergestores Tripartite (CIT) e o Conselho
volvimento integral. O órgão coordena Nacional de Segurança Alimentar e Nu-
ainda o Sistema Único de Assistência tricional (Consea), este último ligado à
Social (Suas), dá suporte ao funciona- Presidência da República.
mento do Sistema Nacional de Segu- Essa articulação entre gestores fede-
rança Alimentar e Nutricional (Sisan), rais, estaduais, municipais e sociedade
faz a coordenação das ações interseto- civil estabelece uma sólida rede de prote-
riais de superação da pobreza extrema ção e promoção social que quebra o ciclo
e é responsável pelo maior programa de de pobreza e promove a conquista da ci-
transferência de renda condicionada do dadania a milhões de brasileiros.
mundo, o Programa Bolsa Família, que
beneficia diretamente cerca de 50 mi-
lhões de pessoas. O DESAFIO DE
Em 2016, o Instituto Nacional do Se- TRABALHAR JUNTOS
guro Social (INSS) também passou a
integrar o MDSA, com a concessão e pa- Um dos nossos desafios é promover a
gamento de benefícios. integração entre os vários segmentos,
Além disso, o MDSA é responsável considerando não só políticas de um mi-
pela gestão do Fundo Nacional de Assis- nistério específico, mas também de todos
tência Social (FNAS) e do Fundo Nacio- os setores. Os programas sociais possuem
nal de Combate e Erradicação da Pobreza muitas interfaces.
(FNCP). Cabe aos prefeitos e aos gestores mu-
As políticas são desenvolvidas e im- nicipais procurar estabelecer essas siner-
plementadas em parceria com Estados gias, porque as pessoas que se encontram
e municípios, com ações conjuntamen- na ponta, presentes no dia a dia do cida-
te pactuadas e por meio de repasses dão, são responsáveis diretos por colocar
fundo a fundo. Organizações da socie- os programas para funcionar.
dade civil também estão integradas aos Vamos indicar aqui algumas possi-
sistemas unificados e desempenham bilidades de integração entre os progra-
funções importantes, tanto na área de mas, mas é sempre possível melhorar. E
assistência social quanto de inclusão isso depende de manter uma boa conver-
produtiva e segurança alimentar e nu- sa entre União, Estados, Distrito Federal
tricional. e municípios.

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G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

CADASTRO ÚNICO:
O PRIMEIRO PASSO
Um primeiro ponto de interseção das nos-
sas políticas está na própria concepção do
Cadastro Único para Programas Sociais
do Governo Federal, que reúne informa-
ções de famílias que possuem renda men-
sal por pessoa de até meio salário mínimo
ou ainda aquelas com renda familiar total
de até três salários. O Cadastro tem in-
dicadores socioeconômicos importantes
que permitem identificar situações de
vulnerabilidade social para além do cri-
tério de renda.
Isso possibilita aos gestores planejar
políticas públicas a partir da identificação
das demandas e necessidades, bem como
selecionar famílias para serem integra-
das aos programas de acordo com o perfil. Arquivo MDSA

BOLSA FAMÍLIA: DIREITO À


ARTICULAÇÃO DAS ALIMENTAÇÃO
POLÍTICAS
Na área de segurança alimentar e nu-
O Programa Bolsa Família é apontado tricional, o Sistema Nacional de Segu-
como carro-chefe das políticas sociais e rança Alimentar e Nutricional (Sisan)
tem também papel unificador de outras reúne diversos setores dos governos fe-
políticas. Articula-se com o direito à ali- deral, estadual e municipal, com a par-
mentação por meio da garantia de uma ticipação da sociedade civil, que devem
renda mínima; articula-se com saúde e realizar programas e ações para que a
educação por meio das condicionalida- população tenha acesso à alimentação
des; articula-se com políticas de geração adequada – direito fundamental do ser
de trabalho e renda porque, no pacto de humano.
adesão firmado com os municípios, de- Por sua vez, os programas de educa-
termina a adoção de ações complemen- ção alimentar podem estar presentes em
tares nesse sentido. várias ações municipais, com bons im-

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MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

a este público. Por meio de sua base de


dados, é possível conhecer quem são, onde
estão e quais são as principais caracterís-
ticas, necessidades e potencialidades da
parcela mais pobre e vulnerável da popu-
lação. Ele deve ser obrigatoriamente uti-
lizado para seleção de beneficiários de
programas sociais do Governo Federal,
como o Bolsa Família. A sua gestão tam-
bém é descentralizada e compartilhada
por União, Estados, Distrito Federal e mu-
nicípios.
A partir dos dados do Cadastro Único,
o poder público pode formular e imple-
mentar políticas que visam contribuir
para a redução das vulnerabilidades so-
ciais a que essas famílias estão expostas
e para o desenvolvimento de suas po-
tencialidades. Atualmente, o Cadastro
conta com 27 milhões de famílias inscri-
tas. Suas informações podem também
ser utilizadas pelos governos estaduais e
pactos na saúde pública, com redução de municipais para obter o diagnóstico so-
desnutrição e também de obesidade. cioeconômico das famílias cadastradas,
possibilitando a análise das suas princi-
pais necessidades e a seleção de benefi-
O QUE É O CADASTRO ciários para programas em nível local.O
ÚNICO PARA PROGRAMAS Cadastro Único é utilizado por cerca de
20 programas sociais diferentes, os cha-
SOCIAIS
mados “programas usuários do Cadas-
O Cadastro Único, regulamentado pelo tro”. Alguns exemplos:
Decreto nº 6.135/07 e coordenado pelo
Ministério do Desenvolvimento Social e • Programa Bolsa Família;
Agrário (MDSA), é um instrumento de • Tarifa Social de Energia Elétrica;
identificação e caracterização socioeco- • Programa de Erradicação do Trabalho
nômica das famílias brasileiras de baixa Infantil (Peti);
renda, que pode ser utilizado para diver- • Carteira do Idoso;
sas políticas e programas sociais voltados • Cisternas;

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Arquivo MDSA

• ProJovem Adolescente; realizar o cadastramento (registro des-


• Isenção de taxa para concursos pú- sas informações no Sistema de Cadastro
blicos; Único), atualizar os dados e assegurar a
• Programa Passe Livre; qualidade das informações registradas. A
• Carta Social etc. ação de atualização é constante, sempre
que houver alteração na realidade das fa-
Além disso, permite a articulação mílias, como mudança de composição,
de ações que proporcionem às famílias endereço ou renda das pessoas. Mesmo
oportunidades e condições para supe- quando não houver alteração na famí-
rar a pobreza de forma sustentável, em lia, o cadastro deve ser obrigatoriamente
diferentes áreas, como educação, traba- atualizado a cada dois anos (contados da
lho, cultura, microcrédito, capacitação data da inclusão da família ou da última
e melhora das condições habitacionais. atualização cadastral).
O município é o principal ator na Para isso, é necessário que o muni-
gestão do Cadastro Único. As princi- cípio possua uma equipe de profissio-
pais atividades da gestão municipal são: nais dedicada à realização das atividades
identificar as famílias de baixa renda, relacionadas ao Cadastro Único, como

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entrevistadores sociais (responsável por fissionais que atuam na gestão do Bolsa


entrevistar as famílias e preencher os Família e do Cadastro Único.
dados declarados pelo Responsável Fa- A estratégia de capacitação desen-
miliar nos formulários de cadastramen- volvida pelo MDSA leva em considera-
to), operadores do sistema (responsável ção a complexidade do Bolsa Família e
por digitar os dados no Sistema de Ca- do Cadastro Único e as necessidades de
dastro Único), um coordenador para or- ambientar e preparar os atores envol-
ganizar a equipe e as atividades, além vidos no processo de gestão e operacio-
de outros profissionais que se fizerem nalização. As atividades são realizadas
necessários, como assistentes sociais e presencialmente e à distância e os ma-
pessoas responsáveis pela manipulação teriais de apoio – como apresentações,
dos dados durante o planejamento e o vídeos e apostilas – são disponibilizados
monitoramento das políticas. pelo ministério.
Todas as famílias com renda mensal O at e n d i m e nt o d o M D SA à s
de até meio salário mínimo por pessoa demandas de apoio a capacitações dos
ou de até três salários mínimos de renda municípios é realizado por meio das
familiar têm o direito de ser incluídas no Coordenações Estaduais do Cadastro
Cadastro Único. Assim, antes da coleta Único e do Bolsa Família. Os Estados
de dados, o município deve desenvolver são responsáveis, entre outras funções,
estratégias e ações de identificação do por dar apoio técnico aos municípios,
público a ser cadastrado, conforme as esclarecendo dúvidas e promoven-
especificidades locais. Além disso, o mu- do a capacitação de entrevistadores e
nicípio deve capacitar os operadores de gestores. Para isso, o MDSA capacita
sistema e os entrevistadores sociais para multiplicadores dos Estados, que irão
que a entrevista com a família e a cole- repassar os conhecimentos da capacita-
ta de dados sejam realizadas com uma ção diretamente para entrevistadores
abordagem adequada e, preferencial- e gestores. Os municípios devem enca-
mente, na casa das famílias. minhar as solicitações de informações
e formação aos Estados, que fazem a
análise e o atendimento e, quando neces-
CAPACITAÇÃO SOBRE sário, enviam ao MDSA uma solicitação
O BOLSA FAMÍLIA E O de apoio técnico e, para as capacitações
descentralizadas, solicitam o material
CADASTRO ÚNICO
de apoio.
Em parceria com os Estados, o MDSA
promove ações de capacitação e disse-
minação de informações para os pro-

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Arquivo MDSA

Bolsa Família
O QUE É

O Programa Bolsa Família é um progra- das famílias, transferindo benefícios


ma de transferência direta de renda com financeiros de forma direta às pesso-
condicionalidades (compromissos) para as, ou seja, repassando uma quantia em
famílias extremamente pobres (com dinheiro para cerca de 13,6 milhões de
renda mensal de até R$ 85 por pessoa famílias brasileiras. No caso do Bolsa
da família) ou pobres (com renda men- Família, a seleção das famílias é feita
sal de R$ 85,01 a R$ 170 por pessoa da com base nas informações registradas
família) superarem a pobreza. pelos municípios no Cadastro Único
‘Transferência de renda’ é uma ação para Programas Sociais do Governo
que busca garantir a melhora de vida Federal.

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G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

Todo mês, o Governo Federal trans-


fere um valor para as famílias que
fazem parte do programa e cumprem
seus compromissos. O saque é feito com
cartão emitido em nome do Responsá-
vel Familiar, que é, preferencialmente,
mulher. O valor transferido é calculado
via Sistema e depende de um conjunto
de fatores, entre eles, a quantidade de
pessoas, idade e renda declarada pela
família. Por isso, algumas famílias re-
cebem valores maiores que outras. A
lista de beneficiários é pública e pode
ser acessada por qualquer cidadão no
Portal da Transparência do Governo
Federal.

O PROGRAMA ARTICULA-SE
EM TRÊS DIMENSÕES:
Arquivo MDSA
1. promoção do alívio imediato da po-
breza, por meio da transferência di-
reta de renda à família; situação de vulnerabilidade e pobre-
2. reforço ao exercício de direitos sociais za. São exemplos de programas com-
básicos nas áreas de saúde e educação, plementares: programas de geração
por meio do cumprimento das condi- de trabalho e renda, de alfabetização
cionalidades, o que contribui para que de adultos, de capacitação profissio-
as famílias consigam romper o ciclo nal, entre outros.
da pobreza entre gerações e possibi-
lita ao poder público identificar situ- A gestão do Bolsa Família é descen-
ações de risco social às quais as famí- tralizada e compartilhada por União, Es-
lias eventualmente estejam expostas; tados, Distrito Federal e municípios. Os
3. integração com outras ações de go- três entes federados trabalham em con-
verno, os chamados programas com- junto para aperfeiçoar, ampliar e fisca-
plementares, que têm por objetivo o lizar a execução do programa, instituído
desenvolvimento de capacidades das pela Lei 10.836/04 e regulamentado pelo
famílias, de modo que os beneficiários Decreto nº 5.209/04. A União transfere
do Bolsa Família consigam superar a recursos para apoiar as ações dos mu-

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QUEM PODE PARTICIPAR

• Todas as famílias com renda mensal


por pessoa de até R$ 85,00, mesmo
que não tenham crianças ou adoles-
centes na família; e
• As famílias com renda familiar mensal
por pessoa de R$ 85,01 até R$ 170,00
que tenham crianças ou adolescentes
de 0 a 17 anos.

As famílias devem estar inscritas no


Cadastro Único, que permite conhecer
sua realidade socioeconômica, trazen-
do informações sobre todo o núcleo fa-
miliar, incluindo as características do
domicílio e dados sobre cada um dos
componentes da família.
Nem todas as famílias inscritas no
Cadastro Único têm direito ao Bolsa Fa-
mília. O Cadastro Único reúne infor-
mações de todas as famílias com renda
nicípios, Estados e do Distrito Federal mensal de até meio salário mínimo, que
na gestão e execução do Bolsa Família e é uma renda maior do que o perfil para
do Cadastro Único. Essa transferência é ingressar no Bolsa Família, e serve como
mensal e tem como base o desempenho base de dados também para outros pro-
dos entes federados no cadastramento e gramas.
no acompanhamento das condicionali- As famílias são selecionadas de
dades das famílias participantes. forma impessoal, por meio de um pro-
O Bolsa Família está contribuindo cesso automatizado, a partir do critério
para a redução da pobreza e das desi- de renda per capita e composição fa-
gualdades sociais no país, para a melho- miliar, de acordo com a estimativa de
ra da situação alimentar e nutricional, famílias pobres de cada município e or-
para o aumento da frequência escolar, çamento anual do programa.
para a redução da mortalidade infantil
entre os beneficiários e para a conquista
da cidadania pela população mais vulne-
rável à fome.

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BOLSA FAMÍLIA: ENTENDA COMO É CALCULADO O VALOR DO BENEFÍCIO


SÃO TRÊS TIPOS DE BENEFÍCIOS:

TIPO DO
VALOR DO BENEFÍCIO PERFIL DA FAMÍLIA*
BENEFÍCIO

Famílias com renda mensal por pessoa de até


Benefício
R$ 85,00 R$ 85,00 (oitenta e cinco reais), independentemente
Básico
do número de crianças e adolescentes

Famílias com renda mensal por pessoa de até


R$ 170,00 (cento e setenta reais) com crianças e
Benefício Variável R$ 39,00
adolescentes de até 15 anos, gestantes ou nutrizes
**

Benefício Variável
Famílias com renda de até R$ 170,00 (cento e
Vinculado ao R$ 46,00
setenta reais) com adolescentes de 16 e 17 anos ***
Adolescente (BVJ)

* os benefícios podem ser cumulativos conforme a renda e a composição da família


** a família pode receber até cinco benefícios variáveis
*** a família pode receber até dois BVJ

A concessão dos benefícios do Pro- cação de inconsistências e de melho-


grama Bolsa Família tem caráter tem- ria da qualidade das bases de dados,
porário e não gera direito adquirido, no âmbito dos trabalhos do Grupo de
devendo a elegibilidade das famílias ser Trabalho Interinstitucional, instituí-
obrigatoriamente revista a cada perío- do em 2016.
do de dois anos. Durante esse período, Para esta ação, foram realizados cru-
a renda pode variar até o limite de meio zamentos entre as bases de dados do Ca-
salário mínimo por pessoa sem que, com dastro Único e da folha de pagamento
isso, a família tenha seu benefício ime- do Bolsa Família e dos seguintes regis-
diatamente cancelado. tros administrativos do Governo Federal:
Periodicamente, o ministério realiza
a Revisão Cadastral, processo que visa 1. Relação Anual de Informações Sociais
assegurar que as famílias beneficiárias (Rais);
atendidas pelo Bolsa Família tenham seu 2. Cadastro Geral de Empregados e De-
cadastro atualizado ou revalidado pelo sempregados (Caged);
menos a cada dois anos, para que conti- 3. Sistema de benefícios permanentes e
nuem recebendo os benefícios. auxílios pagos pelo Instituto Nacional
O MDSA continua com as ações de do Seguro Social (INSS);
aperfeiçoamento das rotinas de verifi- 4. Sistema de Controle de Óbitos;

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5. Sistema Integrado de Administração • levar as crianças até 7 anos para se-


de Recursos Humanos (Siape); e rem vacinadas conforme o calendá-
6. Cadastro Nacional de Pessoas Jurí- rio de vacinação do Ministério da
dicas. Saúde;
• levar as crianças até 7 anos para se-
Em 2016 foram identificadas 1,1 mi- rem pesadas e medidas de maneira
lhão de famílias beneficiárias com in- a terem acompanhados o seu cresci-
consistências cadastrais, das quais 654 mento e desenvolvimento;
mil famílias tiveram o pagamento de • levar as gestantes a participarem do
seus benefícios do Bolsa Família bloque- pré-natal;
ados até a atualização cadastral, e 469
mil famílias tiveram o benefício cance- Em relação à educação, as famílias
lado em novembro de 2016. O trabalho devem:
dos gestores municipais na atualização
cadastral, a partir dos resultados do • matricular as crianças e adolescentes
Grupo de Trabalho, é essencial para a de 6 a 17 anos na escola;
regularização dos benefícios e o ingres- • garantir a frequência escolar mensal
so de novas famílias com perfil Bolsa Fa- mínima de 85% para as crianças de 6
mília. a 15 anos;
• garantir a frequência escolar mensal
O QUE SÃO AS mínima de 75% para os adolescentes
CONDICIONALIDADES de 16 e 17 anos que recebem o BVJ;
DO BOLSA FAMÍLIA • informar à escola sempre que algum
motivo impedir o aluno de ir às aulas;
As condicionalidades são os compro- • manter atualizadas as informações de
missos assumidos tanto pelas famílias escola das crianças e adolescentes no
beneficiárias do Bolsa Família quanto Cadastro Único.
pelo poder público para ampliar o acesso
dessas famílias a direitos sociais básicos. O acompanhamento das condiciona-
Por um lado, as famílias devem assumir lidades é realizado por meio de sistemas
e cumprir esses compromissos para con- específicos e tem como objetivos:
tinuar recebendo o benefício financeiro.
Por outro, as condicionalidades respon- • monitorar o cumprimento dos com-
sabilizam o poder público pela oferta dos promissos pelas famílias beneficiá-
serviços públicos de saúde, educação e rias, como determina a legislação que
assistência social. criou o Bolsa Família;
Em relação à saúde, as famílias • responsabilizar o poder público pela
devem: garantia de acesso aos serviços e pela

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G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

desde uma advertência, bloqueio ou sus-


pensão, até o cancelamento do benefí-
cio – que são aplicados de acordo com os
descumprimentos identificados no his-
tórico da família. A família que encontra
dificuldades em cumprir as condiciona-
lidades pode, além de buscar orientações
com a gestão municipal do Bolsa Famí-
lia, procurar o Centro de Referência da
Assistência Social (Cras), o Centro de
Referência Especializada de Assistência
Social (Creas) ou a equipe de assistência
social do município. O objetivo é auxi-
liar a família a superar as dificuldades
enfrentadas.
O Protocolo de Gestão Integrada de
Serviços, Benefícios e Transferências de
Renda no âmbito do Suas define que as
famílias do Bolsa Família em situação de
descumprimento de condicionalidades,
especialmente aquelas que estão com o
benefício suspenso, são público priori-
tário para inclusão nas ações de acom-
panhamento familiar ofertadas pela
Arquivo MDSA assistência social. O protocolo define
ainda como deve ser realizada a inser-
ção no acompanhamento familiar dos
busca ativa das famílias mais excluí- beneficiários em descumprimento, bem
das e vulneráveis; como a realização de ações socioassis-
• identificar, nos casos de não-cum- tenciais nos Cras e/ou Creas, de acordo
primento, as famílias em situação com as situações de vulnerabilidade e
de maior vulnerabilidade e orientar risco identificadas.
ações do poder público para seu acom- O acompanhamento familiar tem
panhamento. evidenciado diferentes motivos que
impedem ou dificultam o acesso das
As famílias em situação de descum- famílias aos serviços. Há motivos re-
primento das condicionalidades estão lacionados à dinâmica sociofamiliar
sujeitas a efeitos gradativos – podem ir (necessidade de cuidar de irmãos ou

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familiares mais novos), a aspectos es- RESPONSABILIDADES DOS


pecíficos da inserção no ambiente es- MUNICÍPIOS NA GESTÃO DO BOLSA
colar (casos de agressividade, bullying, FAMÍLIA
estigma vivenciado pelos familiares),
problemas de saúde vivenciados por O enfrentamento da pobreza, da fome
familiares, entre outros. e da exclusão social, a redução das desi-
A garantia de renda mensal, junta- gualdades e a proteção às famílias devem
mente com a inclusão das famílias em ser responsabilidade das três esferas de
atividades de acompanhamento fami- governo.
liar, é a estratégia mais adequada para a A Gestão Descentralizada permite
superação das dificuldades em cumprir que a União, Estados, Distrito Federal
os compromissos. e municípios compartilhem entre si os
Nesse sentido, o técnico municipal processos de tomadas de decisão, crian-
responsável pelo acompanhamento da do bases de cooperação para o combate
família pode optar por interromper tem- à pobreza e à exclusão social. Isso está
porariamente os efeitos do descumpri- consagrado na Constituição Federal pelo
mento de condicionalidades sobre o Pacto Federativo. Os entes federados
benefício da família. As famílias con- pactuam o desafio de conduzir a imple-
tinuarão sendo acompanhadas no âm- mentação dessa política de transferência
bito das condicionalidades pelas áreas direta de renda com condicionalidades,
de saúde e educação, mas, em caso de sendo parceiros efetivos, corresponsá-
descumprimento, não serão realizadas veis pela implementação e o controle do
as repercussões sobre o benefício. A in- Programa Bolsa Família.
terrupção temporária tem validade de No momento da adesão ao Bolsa Fa-
seis meses, podendo ser renovada pelo mília, os Estados, municípios e o Distrito
mesmo período de acordo com a avalia- Federal assumiram compromissos especí-
ção do técnico que continua a acompa- ficos relacionados ao programa, que são
nhar a família. traduzidos em atribuições. As principais
O sistema que permite o registro do atribuições dos municípios são:
acompanhamento familiar é o Siste-
ma de Condicionalidades (Sicon). Por • Indicar o gestor municipal do Bolsa
meio dele, é possível cadastrar a famí- Família, a pessoa que será responsá-
lia no acompanhamento familiar; ava- vel pela gestão do programa no mu-
liar resultados e consultar histórico do nicípio e pela articulação e trabalho
acompanhamento familiar; e incluir, conjunto com outras políticas públi-
suspender ou renovar a interrupção de cas municipais;
efeito de descumprimento sobre o bene- • Promover a ação intersetorial, articu-
fício financeiro da família. lando com outras políticas públicas

23
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

como saúde, educação, assistência so- APOIO À GESTÃO DESCENTRALIZADA


cial, segurança alimentar e trabalho,
quando existentes; Para apoiar os municípios nas ações de
• Garantir apoio técnico-institucional gestão do Programa Bolsa Família e do
para a gestão local do programa; Cadastro Único, o MDSA criou o Índice
• Designar o Conselho Municipal de de Gestão Descentralizada (IGD), um ins-
Assistência Social (CMAS) como ins- trumento de promoção e fortalecimento
tância de controle social; da gestão intersetorial do programa e Ca-
• Cadastrar as famílias pobres do mu- dastro Único. Corresponde a uma forma
nicípio no Cadastro Único para Pro- de medir a cobertura e a qualidade do Ca-
gramas Sociais do Governo Federal, dastro Único e do acompanhamento de
mantendo as informações atualizadas; condicionalidades, garantindo o repasse
• Promover a gestão de benefícios e mensal de recursos financeiros, de forma
ações de acompanhamento de con- regular e automática, aos municípios que
dicionalidades de famílias do pro- apresentam bom desempenho.
grama; A partir desse índice, que varia de
• Disponibilizar ações e serviços nas zero a um, os valores são calculados e
áreas de educação e saúde que permi- os recursos repassados aos municípios
tam às famílias cumprir as condicio- e ao Distrito Federal diretamente do
nalidades exigidas pelo Bolsa Família, Fundo Nacional de Assistência Social
em especial a frequência escolar, o (FNAS) para os Fundos Municipais de
atendimento à gestante e a vacinação; Assistência Social. Quanto mais próxi-
• Acompanhar, em articulação com os mo de 1 (um) for o IGD-M, mais quali-
Estados e com a União, o cumprimen- dade apresentará a gestão municipal
to das condicionalidades das áreas de do Bolsa Família e Cadastro Único. Sua
saúde e educação; equipe pode acompanhar os repasses do
• Acompanhar as famílias beneficiárias FNAS no Blog do Fundo, disponível em
do programa, promovendo a melho- http://blog.mds.gov.br/fnas/.
ria das condições de vida na perspec-
tiva da inclusão social. O IGD-M é calculado com base na se-
guinte fórmula:
Além disso, os municípios que pos-
suem programas próprios de transfe- IGD-M = Fator I x Fator II x Fator III
rência de renda podem integrá-los ao x Fator IV
Programa Bolsa Família por meio de
processos de pactuação específicos com ◆◆ Fator I - Fator de Operação que corres-
o Governo Federal. ponde à média aritmética simples das
seguintes variáveis:

24
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

• atualização da base de dados do


Cadastro Único;
• informações sobre as condicionalida-
des da área de educação;
• informações sobre as condicionalida-
des da área de saúde.

Para receber os recursos, o municí-


pio deve obter os seguintes valores mí-
nimos:

• 0,55 (cinquenta e cinco centésimos)


para a TAC (TAC ≥ 0,55);
• 0,30 (trinta centésimos) para a TAFE
e TAAS (TAFE e TAAS ≥0,30);
• 0,55 (cinquenta e cinco centésimos)
no cálculo do Fator de Operação (Fa-
tor I ≥ 0,55), ou seja, após o cálculo da
média aritmética das taxas, atingir o
mínimo de 0,55 no índice final

◆◆ Fator II é o Fator de adesão ao Sistema


Único de Assistência Social (Suas), que
expressa se o município aderiu ao Suas,
de acordo com a Norma Operacional Bá- Arquivo MDSA

sica (NOB/Suas);
◆◆ Fator III é o Fator de informação da
apresentação da comprovação de gas- Os municípios podem utilizar os re-
tos dos recursos do IGD-M, que indica se cursos do IGD para apoio à gestão do
o gestor do FMAS lançou no sistema in- Bolsa Família e para o desenvolvimento
formatizado do MDSA (SuasWeb) a com- de atividades com as famílias beneficiá-
provação de gastos ao CMAS; e rias. Dentre elas:
◆◆ Fator IV é o Fator de informação da apro-
vação total da comprovação de gastos • Gestão de condicionalidades;
dos recursos do IGD-M pelo CMAS, que • Gestão de benefícios;
indica se o referido Conselho registrou no • Acompanhamento das famílias bene-
SuasWeb a aprovação integral das con- ficiárias, especialmente as mais vul-
tas apresentadas pelo gestor do FMAS. neráveis;

25
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

• Cadastramento de novas famílias, atu- sociedade civil na gestão do programa,


alização e revisão de dados; permitindo uma maior transparência
• Implementação de programas comple- das ações governamentais, contribuindo
mentares nas áreas de alfabetização e para que as necessidades e o acesso das
educação de jovens e adultos, capaci- famílias em situação de vulnerabilida-
tação profissional, geração de traba- de sejam apresentadas ao poder público.
lho e renda, desenvolvimento territo- O Conselho de Assistência Social (CAS),
rial, entre outras; nos termos da Resolução nº 15, de 05 de
• Fortalecimento do controle social do junho de 2014, tem a prerrogativa de
Programa Bolsa Família no município acompanhar a execução local do Bolsa
Família.
O município tem autonomia para O CAS, na participação e no contro-
definir prioridades na utilização dos re- le social do programa, deve articular-se
cursos do IGD. Essa decisão depende das com os conselhos setoriais existentes,
necessidades de cada município e da le- sobretudo com os conselhos de saúde
gislação financeira e orçamentária local, e educação, bem como com outras po-
que determina de que forma os recursos líticas, de maneira a integrar e acom-
podem ser incorporados ao orçamen- panhar a oferta de serviços destinados
to e utilizados. Para saber mais sobre às famílias beneficiárias do Bolsa Fa-
o IGD-M, seu cálculo e sua forma de mília. Recomenda-se, ainda, a criação
utilização, leia a Portaria MDS/GM Nº de comissão temática, com o objetivo
754/2010 e alterações posteriores. de assessorar e apoiar as atividades do
Foram criados incentivos financei- Conselho em questões sobre gestão in-
ros, calculados como percentuais do tegrada de serviços, benefícios e acom-
valor do IGD-M, referentes ao desem- panhamento de condicionalidades do
penho da gestão municipal nos que- Bolsa Família. Essa comissão temática
sitos: acompanhamento das famílias deve ser composta por representantes
beneficiárias em situação de suspensão de diferentes áreas do governo munici-
de condicionalidades e a atualização pal (saúde, educação, assistência social,
dos dados referentes à gestão munici- segurança alimentar, entre outros), e
pal registrados em sistema disponibi- da sociedade civil, de forma paritá-
lizado pelo MDSA. ria, visto que a mesma quantidade de
vagas destinada aos representantes do
PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL governo também é destinada à socie-
dade civil.
O objetivo principal da participação Com o objetivo de fortalecer o con-
e controle social do Bolsa Família é trole social local, em 2010 foi esta-
garantir o acompanhamento efetivo da belecida a obrigatoriedade de que o

26
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

município destine pelo menos 3% dos • Decreto nº 6.135, de 26 de junho de


recursos do Índice de Gestão Descen- 2007 – Dispõe sobre o Cadastro Úni-
tralizada Municipal (IGD-M) para o fi- co para Programas Sociais do Gover-
nanciamento de atividades de apoio no Federal e dá outras providências.
técnico e operacional do Controle So- • Decreto nº 5.209, de 17 de setem-
cial do Bolsa Família. A gestão muni- bro de 2004 – Regulamenta a Lei nº
cipal deve disponibilizar ao Conselho 10.836, de 09/01/2004, que cria o
Municipal de Assistência Social (CMAS) Programa Bolsa Família, e dá outras
o planejamento do uso dos recursos do providências.
IGD-M, bem como submeter ao CMAS
os gastos com a aplicação dos recur- Portarias
sos financeiros do IGD-M para análi- • Portaria nº 94, de 4 de setembro de
se, aprovação e deliberação. 2013 – Dispõe sobre o processo de ave-
O gestor municipal, como represen- riguação das informações cadastrais do
tante da administração pública, tem a Cadastro Único para Programas Sociais
significativa parcela de responsabili- do Governo Federal, e dá outras provi-
dade para que o princípio da transpa- dências.
rência na implementação de políticas • Portaria nº 251, de 12 de dezembro de
públicas se torne uma realidade. Cola- 2012 – Regulamenta a gestão de condi-
borar para que o CMAS possa realizar cionalidades do Programa Bolsa Famí-
plenamente as suas atribuições é uma lia, revoga a Portaria GM/MDS nº 321,
das formas de dar visibilidade e legiti- de 29 de setembro de 2008, e dá outras
midade à gestão do programa em seu providências.
município. • Portaria nº 10, de 30 de janeiro de 2011
– Disciplina critérios e procedimentos
LEGISLAÇÃO para a disponibilização e a utilização
de informações contidas no Cadastro
Leis Único para Programas Sociais do Go-
• Lei nº 10.836, de 09 de janeiro de 2004 verno Federal, instituído pelo Decreto
– Cria o Programa Bolsa Família e dá nº 6.135, de 26 de junho de 2007.
outras providências. • Portaria nº 177, de 16 de junho de 2011
– Define procedimentos para a gestão
Decretos do Cadastro Único para Programas So-
• Decreto nº 7788, de 15 de agosto de ciais do Governo Federal, revoga a Por-
2012 – Regulamenta o Fundo Nacional taria nº 376, de 16 de outubro de 2008,
de Assistência Social, instituído pela e dá outras providências.
Lei nº 8742, de 7 de dezembro de 1993, • Portaria nº 754, de 20 de outubro de
e dá outras providências. 2010 – Estabelece ações, normas, cri-

27
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

térios e procedimentos para o apoio à • Portaria nº 350, de 03 de outubro de


gestão e execução descentralizadas do 2007 – Dispõe sobre a celebração do
Programa Bolsa Família, no âmbito dos Pacto de Aprimoramento da Gestão
municípios. dos Estados e do Distrito Federal no
• Portaria nº 706, de 17 de setembro de contexto do Sistema Único de Assis-
2010 – Dispõe sobre o cadastramento tência Social (Suas), do Programa Bol-
dos beneficiários do Benefício de Pres- sa Família e do Cadastro Único.
tação Continuada da Assistência Social • Portaria GM/MDS nº 666, de 28 de de-
e de suas famílias no Cadastro Único zembro de 2005 – Disciplina a integra-
para Programas Sociais do Governo ção entre o Programa Bolsa Família e
Federal. o Programa de Erradicação do Traba-
• Portaria nº 617, de 11 de agosto de lho Infantil.
2010 – Estabelece normas e procedi- • Portaria GM/MDS nº 555, de 11 de no-
mentos para a revisão cadastral dos vembro de 2005 – Estabelece normas
beneficiários do Programa Bolsa Fa- e procedimentos para a gestão de be-
mília, criado pela Lei nº 10.836, de 9 nefícios do Programa Bolsa Família,
de janeiro de 2004. criado pela Lei nº 10.836, de 9 de ja-
• Portaria nº 256, de 19 de março de neiro de 2004.
2010 – Estabelece normas, critérios e • Portaria GM/MDS nº 360, de 12 de
procedimentos para o apoio financei- julho de 2005 – Estabelece critérios
ro à gestão estadual do Programa Bol- e procedimentos relativos à transfe-
sa Família e dá outras providências. rência de recursos financeiros aos mu-
• Portaria interministerial nº 2, de 16 nicípios, Estados e Distrito Federal,
de setembro de 2009 – Institui o Fó- destinados à implementação e desen-
rum Intergovernamental e Interseto- volvimento do Programa Bolsa Famí-
rial de Gestão de Condicionalidades lia e à manutenção e aprimoramen-
do Programa Bolsa Família. to do Cadastro Único para Programas
• Portaria nº 341, de 07 de outubro de Sociais.
2008 – Dispõe sobre procedimentos • Portaria GM/MDS nº 246, de 20 de
operacionais necessários ao ingresso maio de 2005 – Aprova os instrumen-
de famílias no Programa Bolsa Família. tos necessários à formalização da ade-
• Portaria nº 76, de 6 de março de 2008 são dos municípios ao Programa Bol-
– Estabelece normas, critérios e pro- sa Família, à designação dos gestores
cedimentos para a adesão dos Estados municipais do programa e à informa-
ao Programa Bolsa Família e ao Cadas- ção sobre sua instância local de con-
tro Único de Programas Sociais do Go- trole social, e define o procedimento
verno Federal, e para o apoio à gestão de adesão dos entes locais ao referido
estadual desses programas. programa.

28
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

• Portaria Senarc/MDS nº 01, de 03 de adesão dos entes locais ao referi-


de setembro de 2004 – Disciplina as do programa.
ações voltadas ao desenvolvimento, • Portaria Senarc/MDS nº 01, de 03
aplicação e aprimoramento da meto- de setembro de 2004 – Disciplina as
dologia-padrão construída para ins- ações voltadas ao desenvolvimento,
trumentalizar as atividades de fisca- aplicação e aprimoramento da meto-
lização, acompanhamento e controle dologia-padrão construída para ins-
da execução e gestão local de progra- trumentalizar as atividades de fisca-
mas municipais e estaduais, apoiados lização, acompanhamento e controle
financeiramente pela União, do Pro- da execução e gestão local de progra-
grama Bolsa Família. mas municipais e estaduais, apoiados
• Portaria Interministerial MEC/MDS financeiramente pela União, do Pro-
nº 3.789, de 17 de novembro de 2004 grama Bolsa Família.
– Dispõe sobre atribuições e normas • Portaria Interministerial MEC/MDS
para a oferta e o monitoramento das nº 3.789, de 17 de novembro de 2004
ações de educação relativas às condi- – Dispõe sobre atribuições e normas
cionalidades das famílias beneficiá- para a oferta e o monitoramento das
rias do Programa Bolsa Família. ações de educação relativas às condi-
• Portaria Interministerial MS/MDS nº cionalidades das famílias beneficiá-
2.509, de 18 de novembro de 2004 – rias do Programa Bolsa Família.
Dispõe sobre as atribuições e normas • Portaria Interministerial MS/MDS nº
para a oferta e o monitoramento das 2.509, de 18 de novembro de 2004 –
ações de saúde relativas às condicio- Dispõe sobre as atribuições e normas
nalidades das famílias beneficiárias para a oferta e o monitoramento das
do Programa Bolsa Família. ações de saúde relativas às condicio-
• Portaria GM/MDS nº 737, de 15 de nalidades das famílias beneficiárias
dezembro de 2004 – Regulamenta o do Programa Bolsa Família.
Benefício Variável de Caráter Extra- • Portaria GM/MDS nº 737, de 15 de de-
ordinário do Programa Bolsa Família zembro de 2004 – Regulamenta o Be-
• Portaria GM/MDS nº 246, de 20 de nefício Variável de Caráter Extraordi-
maio de 2005 - Aprova os instrumen- nário do Programa Bolsa Família.
tos necessários à formalização da ade-
são dos municípios ao Programa Bol- INSTRUÇÕES NORMATIVAS
sa Família, à designação dos gestores
municipais do programa e à informa- • Instrução Normativa MDS nº2/2011
ção sobre sua instância local de con- • Instrução Normativa MDS nº4/2011
trole social, e define o procedimento

29
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

Arquivo MDSA

Criança Feliz

L ançado no dia 5 de outubro de 2016,


o Programa Criança Feliz é uma ini-
ciativa do Governo Federal para ampliar
O programa será implementado em
colaboração entre todos os níveis de go-
verno, a fim de potencializar as inicia-
a rede de atenção e o cuidado integral tivas já existentes, alcançando a escala
com a primeira infância. O programa necessária para transformar a base do
surge como uma importante ferramen- desenvolvimento pessoal.
ta para que famílias com crianças entre Antes de implementar o Criança
zero e seis anos ofereçam a seus filhos Feliz, o governo federal buscou experi-
instrumentos para promover seu desen- ências exitosas de programas nacionais
volvimento cognitivo, emocional e psi- e internacionais como o Primeira Infân-
cossocial. cia Melhor (PIM), no Rio Grande do Sul,
o Mãe Coruja, em Pernambuco, o Educa

30
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

a Tu Hijo, de Cuba, Chile Cresce Contigo, sociais. Muitos países adotaram como
no Chile, e o Early Head Start, dos Esta- principal estratégia para promoção do
dos Unidos. desenvolvimento humano concentrar
esforços na saúde, na educação infantil e
O DESENVOLVIMENTO INFANTIL nos cuidados das crianças, especialmen-
te na primeira infância – faixa etária que
Pesquisas científicas comprovam que vai de zero a seis anos.
os primeiros anos de vida são o período Os princípios básicos da neurociên-
com a maior “janela de oportunida- cia indicam que oferecer condições fa-
des” para o desenvolvimento humano voráveis ao desenvolvimento infantil é
integral. O que a criança aprende na pri- mais eficaz e menos custoso do que ten-
meira infância serve de base para tudo o tar tratar as consequências das adversi-
que ela aprenderá ao longo de sua vida. dades iniciais mais tarde.
Cada fase depende da anterior para que Para tal, uma abordagem equilibrada
funções cada vez mais complexas pos- ao desenvolvimento – emocional, social,
sam ser realizadas, numa sequência de cognitivo e de linguagem – permitirá que
construções e aquisições de novas habi- todas as crianças cresçam mais prepara-
lidades, de forma contínua, dinâmica e das para o sucesso na escola e, posterior-
progressiva. mente, na própria família, no trabalho
Antes de entrar na escola, a criança e na comunidade.
já tem suas bases de aprendizagem estru- O Brasil avançou muito nos últimos
turadas. Assim, as que são privadas das anos na construção de políticas públicas
condições de desenvolvimento infantil para as mulheres, para as mães e para as
integral, como um ambiente seguro e crianças. Com a implementação do Sis-
protegido, vínculos afetivos estáveis, nu- tema Único de Saúde, do Sistema Único
trição adequada e estímulos sociais, cog- de Assistência Social, do direito à edu-
nitivos e motores, terão possivelmente cação básica e do aumento do acesso às
maior dificuldade de aprendizagem e creches, nossas crianças vivem em uma
menores chances de inclusão social. situação bem melhor que há 30 anos. No
entanto, o país ainda convive com mui-
POR QUE CRIAR UM PROGRAMA tas famílias em situação de risco social e
BRASILEIRO PARA O vulnerabilidade.
DESENVOLVIMENTO INFANTIL? A importância das políticas públicas
para atenção à primeira infância foi re-
É um grande consenso a necessidade de centemente reconhecida no Brasil pela
se investir no desenvolvimento huma- Lei 13.257/2016 – o Marco Legal da Pri-
no, além do crescimento econômico e meira Infância. A legislação ressalta a
do enfrentamento das desigualdades necessidade da integração de esforços

31
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

da União, dos Estados, dos municípios,


das famílias e da sociedade no sentido
de promover e defender os direitos das
crianças e ampliar as políticas que pro-
movam o desenvolvimento integral da
primeira infância.
O Programa Criança Feliz também foi
criado para reforçar a implementação do
Marco Legal da Primeira Infância e pro-
mover, assim, o desenvolvimento inte-
gral das crianças na primeira infância,
fortalecendo as competências da família,
para que elas fortaleçam as competências
de suas crianças, buscando contribuir
para a quebra do ciclo da pobreza, a re-
dução da violência, a diminuição da eva-
são escolar, entre outros ganhos sociais.

OBJETIVOS
Arquivo MDSA
O Criança Feliz tem o objetivo de promo-
ver o desenvolvimento humano a partir
do apoio e acompanhamento do desen- crianças na primeira infância e estimular
volvimento infantil integral na primeira o desenvolvimento de atividades lúdicas
infância e facilitar o acesso da gestante, envolvendo outros membros da família.
das crianças na primeira infância e de
suas famílias às políticas e serviços públi- QUEM PODE PARTICIPAR
cos de que necessitem.
O programa irá apoiar a gestante e a O Criança Feliz irá atender gestantes,
família na preparação para o nascimen- crianças de até três anos e suas famílias
to da criança, além de oferecer cuidado beneficiárias do Programa Bolsa Família,
permanente com a criança em situação crianças de até seis anos beneficiárias do
de vulnerabilidade da gestação aos seis Benefício de Prestação Continuada (BPC)
anos de idade. e suas famílias, além de crianças de até
O Criança Feliz irá colaborar no exer- seis anos afastadas do convívio familiar
cício da parentalidade, fortalecendo o em razão da aplicação de medida de pro-
vínculo afetivo e o papel das famílias no teção prevista no art. 101 da Lei nº 8.609,
cuidado, na proteção e na educação das de 13 de julho de 1990, e suas famílias.

32
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

das pelas equipes estaduais. O governo


federal é responsável por disseminar a
metodologia, estabelecer as diretrizes ge-
rais e os protocolos nacionais e financiar
essas ações.

A METODOLOGIA DO PROGRAMA

Os pilares do programa são as visitas


domiciliares e as ações intersetoriais. As
famílias participantes serão acompanha-
das por uma equipe de profissionais capa-
citados, chamados visitadores. Eles vão
orientar sobre os cuidados essenciais du-
rante os primeiros anos de vida.
Essa ação estabelecerá um vínculo
entre essas famílias e os serviços de as-
sistência social, saúde, educação, cultura
e defesa de direitos humanos, já dispo-
nibilizados pela União, pelos Estados e
pelos municípios.
Os visitadores avaliarão também o
IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA ambiente familiar como um todo, identi-
ficando fatores capazes de comprometer
Após a publicação do decreto que insti- o desenvolvimento integral da criança.
tuiu o Criança Feliz, será criado, em nível
federal, o Comitê Gestor do Programa, LEGISLAÇÃO
com a coordenação do Ministério do
Desenvolvimento Social e Agrário e a • Decreto nº 8.869 de 2016: Foi publi-
participação dos ministérios da Saúde, cado no Diário Oficial da União, do
Educação, Cultura e Direitos Humanos. dia 5 de outubro de 2016, o Decre-
Esse comitê definirá a estratégia de capa- to nº 8.869 que instituiu o Programa
citação dos multiplicadores, supervisores Criança Feliz.
e visitadores domiciliares. • Marco Legal da Primeira Infância:
O programa será implementado em A Lei nº 13.257 foi publicada no Di-
parceria com Estados e municípios. As ário Oficial da União em 8 de março
visitas domiciliares serão realizadas por de 2016. Ela dispõe sobre as políti-
equipes municipais, que serão capacita- cas públicas para a primeira infância

33
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

e altera a Lei nº 8.069/1941 (Código


Processual Penal), a Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452/1943,a Lei nº
11.770/2008, e a Lei nº 12.662/2012.
• Estatuto da Criança e do Adolescente:
A Lei nº 8.069, publicada no dia 13 de
julho de 1990, dispões sobre o Esta-
tuto da Criança e do Adolescente e dá
outras providências.
• Plano Nacional pela Primeira Infân-
cia: Rede Nacional Primeira Infância
entregou ao Governo Federal e à socie-
dade brasileira, em dezembro de 2010,
uma sugestão de Plano Nacional pela
Primeira Infância, que propõe ações
amplas e articuladas de promoção e
realização dos direitos da criança de
até seis anos de idade nos próximos
12 anos.
• Convenção Internacional dos Direi-
tos da Criança: O Decreto nº 99.710,
publicado no dia 21 de novembro de
1990, promulga a Convenção sobre
Arquivo MDSA Direitos da Criança.

34
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

Arquivo MDSA

Brasil Carinhoso

O Brasil Carinhoso foi concebido em


uma perspectiva de atenção integral
que envolve aspectos do desenvolvimen-
Dentre as principais ações do Brasil
Carinhoso, está o apoio financeiro su-
plementar à manutenção e ao desen-
to infantil ligados à renda, educação e volvimento da educação infantil para
saúde. Por seu caráter intersetorial, o o atendimento em creches. Assim, os
Brasil Carinhoso envolve, além do Minis- municípios podem ampliar o atendi-
tério do Desenvolvimento Social e Agrá- mento escolar de qualidade em todas
rio, o Ministério da Saúde e o Ministério as etapas e modalidades da educação
da Educação, com papel de destaque aos infantil, em colaboração com os siste-
municípios e aos Estados desde sua im- mas de ensino, com melhoria do fluxo
plementação. escolar e da aprendizagem.

35
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

A ação visa ao pleno desenvolvimen-


to da pessoa na perspectiva da educação
ao longo da vida e à formação cidadã,
contemplando as especificidades da di-
versidade e da inclusão, e considerando
as metas estabelecidas no Plano Nacional
de Educação 2014-2024.
O recurso do Brasil Carinhoso é con-
dicionado às prefeituras de acordo com a
oferta de vagas em creches públicas ou con-
veniadas com o poder público para crianças
de 0 a 48 meses beneficiárias do Programa
Bolsa Família, do Benefício de Prestação
Continuada (BPC) ou com deficiência.
De acordo com o Censo Escolar 2015,
para efeitos do repasse (conforme estabe-
lecido na Lei nº 12.722/2012), havia 761,3
mil crianças atendidas pelo Bolsa Família
e BPC matriculadas em creches públicas
ou conveniadas com o município. Arquivo MDSA
Esforço especial da atual gestão ga-
rantiu o repasse dos recursos referen-
tes ao exercício 2015 e os recursos de do Bolsa Família de 0 a 48 meses matri-
2016. Além disso, com a medida provi- culadas em creches, de acordo com os
sória nº 729/2016 – convertida na lei nº critérios definidos pela Ação Brasil Ca-
13.348/2016 – o MDSA focalizou a ação rinhoso. O orçamento previsto equivale
para o público que mais precisa desse au- a R$140 milhões.
xílio. Neste sentido, o Brasil Carinhoso
está sendo melhorado assim como os de-
mais programas sociais existentes. APOIO A CRECHES
O repasse realizado em 2016, baseado
nos dados registrados, contemplou 3.177 COMO PARTICIPAR
municípios que estavam habilitados e se
adequaram aos critérios estabelecidos, O apoio financeiro é repassado aos
totalizando R$ 140 milhões transferidos. municípios e ao Distrito Federal que
Para 2017, estima-se que serão iden- informaram no Censo Escolar do ano
tificadas no Censo Escolar aproximada- anterior a quantidade de matrículas em
mente 821,5 mil crianças beneficiárias creche pública ou conveniada ocupada

36
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

tas, elas podem fazer com que todas as


crianças do Bolsa Família, BPC e com de-
ficiência nas creches sejam identificadas,
permitindo que o município ou Distrito
Federal receba todo o apoio financeiro
adicional disponível.

QUEM PODE PARTICIPAR

Todos os municípios e Distrito Federal


que tenham crianças matriculadas em
creches, bastas que preencham regu-
larmente o Censo Escolar da Educação
Básica. A identificação das crianças be-
neficiárias do Bolsa Família, do BPC ou
com deficiência é realizada sob a respon-
sabilidade do Governo Federal.

LEGISLAÇÃO

• Lei 12.722, de 3 de outubro de 2012


por crianças de 0 a 48 meses, seja ela • Resolução CD/FNDE/MEC nº 19/2015,
beneficiária do Bolsa Família, do BPC ou de 29 de dezembro de 2015
com deficiência. Proporcional ao núme- • Resolução CD/FNDE nº 1, de 18 de fe-
ro de crianças identificadas com esse vereiro de 2016
perfil, o MDSA suplementa um percentu- • Resolução Comissão Interministerial
al dos valores já repassados ao município nº 1, de 28 de novembro de 2014
ou Distrito Federal pelo Fundo de Manu- • Resolução CD/FNDE/MEC nº 19, de
tenção da Educação Básica. 29 de setembro de 2014.
Para fins do Brasil Carinhoso, o pro-
cesso de matrículas de crianças em cre-
ches públicas e conveniadas requer
articulação entre a gestão municipal do
Bolsa Família, a área de assistência social
e a de educação (a primeira tem infor-
mações sobre as crianças no programa, a
segunda sobre as crianças do BPC e a ter-
ceira sobre as crianças em creches). Jun-

37
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

Arquivo MDSA

Inclusão Produtiva

I nclusão Produtiva é o conjunto de


iniciativas destinadas a incentivar e
facilitar diversas modalidades de en-
mercado formal de trabalho ou como em-
preendedor. Alguns exemplos e oportuni-
dades características do ambiente urbano
volvimento de trabalhadores e empre- são os empregos em empresas privadas
endedores pobres, rurais e urbanos em e os microempreendedores individuais.
oportunidades que ampliem e fortaleçam A Inclusão Produtiva Rural engloba
sua inserção e permanência no mundo as ações que buscam qualificar e possi-
do trabalho. bilitar o desenvolvimento e inserção dos
Inclusão Produtiva Urbana refere-se indivíduos no ambiente rural, como, por
àquelas ações que buscam qualificar e exemplo, na agricultura familiar, coope-
possibilitar o desenvolvimento e inserção rativas e empreendimentos solidários,
do cidadão que vive em zona urbana no aumentando a sua capacidade produti-

38
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

va e a entrada de seus produtos nos mer- das famílias em situação de pobreza dos
cados consumidores. territórios e incentivar a ampliação das
A Estratégia Nacional de Inclusão So- capacidades das famílias em situação de
cial e Produtiva tem por objetivo reduzir pobreza para que aumentem suas chan-
a pobreza e as desigualdades sociais por ces de acessar as oportunidades.
meio da inclusão de famílias em situação
de pobreza, com prioridade para as bene- QUEM APOIA
ficiárias do Bolsa Família, em trajetórias
de inclusão produtiva e oportunidades Em fase final de elaboração, a Estratégia
no território, contribuindo para melho- contará com o apoio de outros ministé-
ria da qualidade de vida da população e rios, além de parcerias governamentais
para o fortalecimento de suas capacida- e do Sistema S para a implementação.
des e habilidades. Para o cumprimento dos objetivos da
Estratégia, a capacidade de pactuação e
O QUE FAZ alinhamento das diretrizes do Governo
Federal com os Estados e os municípios
A Estratégia Nacional irá fortalecer o de- é fundamental.
senvolvimento social e as ações de inclu- Destaque-se que esta atividade encon-
são produtiva no território, entre elas: tra-se em fase de elaboração pelo Gover-
no Federal, com a implantação de piloto
• Qualificação Profissional em alguns munícipios.
• Intermediação da mão-de-obra
• Microcrédito
• Microempreendedor Individual
• Assistência técnico-gerencial
• Economia Solidária
• Fomento às Atividades Produtivas Ur-
banas e Rurais
• Assistência Técnica e Extensão Rural
• Oferta de insumos e de água
• Programas de Aquisição de Alimentos

Para isso, o MDSA vai apoiar Esta-


dos e municípios para que promovam
diagnósticos e planejamento para o de-
senvolvimento social; a Identificar opor-
tunidades de inclusão social e produtiva
adequadas aos recursos e potencialidades

39
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

Arquivo MDSA

Assistência Social

A Assistência Social, direito do cida-


dão e dever do Estado, é a Política
de Seguridade Social não contributiva,
Ela está organizada por meio do Sis-
tema Único de Assistência Social (Suas),
presente em todo o Brasil. Seu objetivo é
que provê os mínimos sociais, um direi- garantir a proteção social aos cidadãos,
to de todo cidadão que dela necessitar. ou seja, apoio a indivíduos, famílias e à
É realizada através de um conjunto inte- comunidade no enfrentamento de suas
grado de ações de iniciativa pública e da dificuldades, por meio de serviços, be-
sociedade, para garantir o atendimento nefícios, programas e projetos.
às necessidades básicas.

40
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

SISTEMA ÚNICO DE (Centro POP) e de forma complemen-


ASSISTÊNCIA SOCIAL tar, pela Rede Socioassistencial Priva-
da do Suas.
(SUAS)
GESTÃO DESCENTRALIZADA
O QUE É
A gestão descentralizada no âmbito do
A Assistência Social é organizada em um Sistema Único de Assistência Social
sistema descentralizado e participativo busca permitir que todos os entes fede-
denominado Sistema Único de Assistên- rados (União, Estados, o Distrito Fede-
cia Social (Suas), conforme estabelece a ral e municípios) possam compartilhar
nova Política Nacional de Assistência So- entre si o processo de tomada de deci-
cial (PNAS/2004). sões da política de assistência social,
O Suas, implantado em 2005, é um bem como o compartilhamento das
sistema constituído nacionalmente com responsabilidades de implementação,
direção única, caracterizado pela gestão financiamento, monitoramento e ava-
compartilhada e cofinanciamento das liação da política.
ações pelos três entes federados e pelo Em meio às importantes mudanças
controle social exercido pelos Conselhos trazidas pela Constituição Federal de
de Assistência Social dos municípios, Es- 1988, o texto constitucional estabeleceu a
tados e União. gestão descentralizada e participativa da
No Suas, as ações da assistência social política de assistência social, inserindo-a
são organizadas tendo como referência o no sistema federativo brasileiro de modo
território onde as pessoas moram, con- que sua formulação e execução devem
siderando suas demandas e necessida- se dar de maneira cooperativa entre os
des. Os programas, projetos, serviços e entes governamentais. Neste processo de
benefícios devem ser desenvolvidos nas descentralização, há também participa-
regiões mais vulneráveis, tendo a famí- ção das entidades privadas na oferta dos
lia como foco de atenção. serviços.
As ações da assistência social no Suas As Comissões Intergestores são es-
são organizadas em dois tipos de prote- paços de articulação e expressão das de-
ção: básica e especial, e desenvolvidas e/ mandas dos gestores federais, estaduais
ou coordenadas pelas unidades públicas: e municipais, caracterizando-se como
Centros de Referência da Assistência So- instâncias de negociação e pactuação de
cial (Cras), Centros de Referência Espe- aspectos operacionais da gestão do Suas.
cializados de Assistência Social (Creas) O primeiro mecanismo criado pelo
e Centros de Referência Especializado Ministério do Desenvolvimento Social
para a População em Situação de Rua e Agrário, visando a garantia do apoio

41
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

financeiro à gestão dos entes, foi o Ín-


dice de Gestão Descentralizada do Pro-
grama Bolsa Família (IGDM-PBF), criado
em 2006 e com foco na gestão municipal,
cujo objetivo foi financiar a melhoria da
gestão do Programa Bolsa Família e do
Cadastro Único. Posteriormente, a Porta-
ria MDS 256/2010 estabeleceu critérios e
procedimentos para transferência de re-
cursos financeiros também aos Estados.
O objetivo desta medida foi dotar os Es-
tados de condições materiais adequadas
para as atividades de gestão do Bolsa Fa-
mília sob sua responsabilidade.
Em 2011, a Lei n.º 12.435/2011, que
alterou a Lei Orgânica da Assistência
Social (Loas), criou o IGD-Suas, que tem
como objetivo garantir o apoio financei-
ro da União à gestão descentralizada dos
serviços, programas, projetos e benefí- Arquivo MDSA
cios de assistência social. Portanto, nos
âmbitos do município e do Estado, IG-
D-Bolsa Família e IGD-Suas compõem, das demandas dos gestores federais, esta-
de forma combinada e complementar, duais e municipais. Ela negocia e pactua
os instrumentos para o financiamento sobre aspectos operacionais da gestão do
da gestão do Suas, do Cadastro Único e Suas e, para isso, mantém contato per-
do Programa Bolsa Família. Esta ação do manente com a CIB, de modo a garantir
Governo Federal representa o esforço de a troca de informações sobre o proces-
aprimorar o sistema federativo por trás so de descentralização. A CIT é consti-
da implementação da política. tuída pelas três esferas componentes do
Suas: a União, representada pelo Minis-
CIT E CIB tério do Desenvolvimento Social e Agrá-
rio (MDSA); os Estados, representados
O processo de gestão do Suas conta com pelo Fórum Nacional de Secretários de
instâncias de pactuação: a Comissão In- Estado de Assistência Social (Fonseas); e
tergestores Tripartite (CIT) e as Comis- os municípios, representados pelo Cole-
sões Intergestores Bipartite (CIB). A CIT giado Nacional de Gestores Municipais de
é um espaço de articulação e expressão Assistência Social (Congemas).

42
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

nalizar a oferta de serviços e benefícios


em âmbito estadual.
Entre as principais funções da CIB
estão:

i. pactuar a organização do Sistema Es-


tadual de Assistência Social proposto
pelo órgão gestor estadual;
ii. pactuar instrumentos, parâmetros e
mecanismos de implementação e re-
gulamentação complementar à legis-
lação vigente, nos aspectos comuns às
duas esferas de governo;
iii. pactuar a estruturação e a organiza-
ção da oferta de serviços de caráter
regional;
iv. pactuar critérios, estratégias e proce-
dimentos de repasse de recursos esta-
duais para o cofinanciamento de servi-
ços, programas, projetos e benefícios
socioassistenciais aos municípios;
v. observar em suas pactuações as
A CIB consiste na instância estadu- orientações emanadas pela CIT; den-
al destinada à interlocução de gestores, tre outras.
constituídas por representantes do es-
tado, indicados pela Secretaria Estadual PACTO DE APRIMORAMENTO DO
de Assistência Social e por representan- SUAS
tes dos municípios, representados pelo
Colegiado Estadual de Gestores Muni- A NOB-Suas 2012 estabelece que a
cipais de Assistência Social (Coegemas) União, os Estados, o Distrito Federal e
que representam os interesses e as ne- os municípios devem elaborar o Pacto
cessidades da região, referentes à assis- de Aprimoramento do Suas, contendo:
tência social. A CIB, como instância na ações de estruturação e aperfeiçoamen-
qual se concretiza a gestão comparti- to do Suas em seu âmbito; planeja-
lhada do Suas em âmbito estadual, deve mento e acompanhamento da gestão,
pactuar a operacionalização da gestão organização e execução dos serviços,
e organização do sistema, definindo es- programas, projetos e benefícios socio-
tratégias para implementar e operacio- assistenciais.

43
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

mento e revisão anual das prioridades


e metas estabelecidas. O Suas conta
com os Pactos de Aprimoramento das
Gestões Municipais e Estaduais. A Co-
missão Intergestores Tripartite (CIT)
definiu, na sua 124ª Reunião Ordi-
nária, as prioridades e metas para a
gestão municipal para o quadriênio
2014/2017.
Conforme artigo 24 da NOB-Suas
2012, o Pacto de Aprimoramento do Suas
compreende:

i. definição de indicadores;
ii. definição de níveis de gestão;
iii. fixação de prioridades e metas de apri-
moramento da gestão, dos serviços,
programas, projetos e benefícios so-
cioassistenciais do Suas;
iv. planejamento para o alcance de me-
tas de aprimoramento da gestão, dos
serviços, programas, projetos e bene-
fícios socioassistenciais do Suas;
v. apoio entre a União, os Estados, o Dis-
Arquivo MDSA trito Federal e os Municípios, para o
alcance das metas pactuadas; e
vi. adoção de mecanismos de acompa-
O Pacto de Aprimoramento da Gestão nhamento e avaliação.
do Suas representa o compromisso entre
o MDSA e os órgãos gestores da assistên- O acompanhamento e a avaliação do
cia social dos Estados, do Distrito Federal Pacto tem por objetivo observar o cum-
e dos municípios, que tem como objeti- primento de seu conteúdo e a efetivação
vo o fortalecimento desses órgãos para dos compromissos assumidos entre os
o pleno exercício da gestão do Suas, do entes para a melhoria contínua da ges-
Bolsa Família e do Cadastro Único para tão, dos serviços, programas, projetos e
programas sociais. benefícios socioassistenciais, visando à
A periodicidade de elaboração do sua adequação gradativa aos padrões es-
Pacto é quadrienal, com acompanha- tabelecidos pelo Suas.

44
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL UNIDADE ORÇAMENTÁRIA: 55.901


NO SUAS FUNDO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL
O caráter participativo da política de
assistência social, previsto pela Consti- Programa 2037 – Consolidação do Sistema
tuição Federal e pela Lei Orgânica de As- Único de Assistência Social (Suas)
sistência Social (Loas), está baseado em
instâncias deliberativas como as confe- Ação 2B30 – Estruturação da Rede de
rências e os conselhos. Serviços de Proteção Social Básica.
A Loas instituiu os conselhos como Classificação Funcional Programática:
instâncias deliberativas com caráter per- Ação 20.55901.08.244.2037.2B30
manente e composição paritária entre
governo e sociedade civil, a serem cria- Ação 2B31 – Estruturação da Rede de
dos nos três níveis de governo. Nesse Serviços de Proteção Social Especial.
sentido, a participação social é uma es- Classificação Funcional Programática:
tratégia presente na gestão do Suas, por Ação 20.55901.08.244.2037.2B31
meio da adoção de práticas e mecanis-
mos que favorecem o processo de pla- De acordo com a NOB/Suas-2012,
nejamento e a execução da política de a habilitação dos municípios ao Suas é
assistência social de modo democrático baseado em níveis de gestão, definidos
e participativo. com base no Índice de Desenvolvimen-
Os Conselhos de Assistência Social to do Suas (ID Suas), composto por um
são espaços privilegiados de exercício do conjunto de indicadores de gestão, ser-
controle social, no três níveis federativos, viços, programas, projetos e benefícios
e possuem como competência normati- socioassistenciais apurados a partir do
zar, disciplinar, acompanhar, avaliar e Censo Suas, sistemas da Rede Suas e
fiscalizar a gestão e a execução dos ser- outros sistemas do MDSA. A implan-
viços, programas, projetos e benefícios tação do Suas, como um sistema único
de assistência social prestados pela rede e nacional, trouxe para a assistência
socioassistencial. social maior organicidade entre seus
serviços, benefícios, programas e pro-
ADESÃO AO SUAS jetos, prestados tanto pela rede públi-
ca quanto privada, maior articulação
Os entes federados têm responsabili- entre as ações da União, Estados e mu-
dades na implementação da política de nicípios, maior integração entre a po-
assistência social, com atribuições esta- lítica de assistência social e as outras
belecidas na Norma Operacional Básica políticas.
do Suas (NOB/Suas).

45
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

COMO PARTICIPAR i. Bloco da Proteção Social Básica;


ii. Bloco da Proteção Social Especial de
Os municípios precisam estar atentos Média Complexidade;
para os instrumentos normativos (NOB/ iii. Bloco da Proteção Social Especial de
Suas, Portarias, Instruções Normativas Alta Complexidade;
e Operacionais, Editais etc.), para poder iv. Bloco da Gestão do Suas;
receber recursos do Governo Federal, re- v. Bloco da Gestão do Programa Bolsa
passados por meio do Ministério do De- Família e do Cadastro Único.
senvolvimento Social e Agrário (MDSA),
como cofinanciamento dos programas, Os serviços socioassistenciais são os
serviços e projetos relativos à política de componentes dos Blocos de Financiamen-
assistência social. Esses instrumentos to da Proteção Social Básica, Proteção So-
normativos definem os critérios e proce- cial Especial de Média Complexidade e de
dimentos para o acesso a estes recursos, Alta Complexidade. Isto significa que os
tendo em vista pactuação na Comissão valores das parcelas de cada serviço com-
Intergestores Tripartite (CIT) e delibera- põe o recurso total a ser repassado e exe-
ção do Conselho Nacional de Assistência cutado sob a lógica de blocos.
Social (CNAS). A operacionalização das transferên-
Os requisitos mínimos para que o cias voluntárias de recursos da União
município acesse os recursos federais para os demais entes federados visando
são a existência e funcionamento do o cofinanciamento de projetos ocorrem
Conselho de Assistência Social, do fundo por meio da modalidade convenial ou de
e do plano municipal de assistência so- contrato de repasse por intermédio da in-
cial, conforme artigo 30 da Loas. O re- serção das propostas no SICONV – Siste-
passe dos recursos aos municípios para ma de Convênios, cujo desenvolvimento,
o cofinanciamento dos programas e ser- gestão e manutenção é de responsabilida-
viços da política de assistência social se de do Ministério do Planejamento, De-
dá de forma automática, na modalidade senvolvimento e Gestão, objetivando a
fundo a fundo, diretamente do Fundo uniformização de procedimentos opera-
Nacional de Assistência Social (FNAS) cionais entre os diversos órgãos da admi-
para os Fundos Municipais de Assistên- nistração pública federal. Com o sistema,
cia Social. o ministério busca obter mais eficiência e
Os recursos federais destinados ao co- controle desse processo, bem como aten-
financiamento dos serviços e do incen- der efetivamente aos princípios consti-
tivo financeiro à gestão são organizados tucionais da legalidade, transparência,
e transferidos pelos seguintes Blocos de efetividade e moralidade.
Financiamento: Os recursos provenientes de Emendas
Parlamentares também têm importância

46
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

significativa na estruturação e ampliação


da Rede de Assistência Social.
Além da construção de novos Centros
públicos, tais como Centro de Referên-
cia de Assistência Social (Cras), Centro
de Convivência, Centro de Referência Es-
pecializado de Assistência Social (Creas)
e Centro de Atendimento à População
de Rua (Centro POP), os recursos podem
ser usados em ampliações, conclusões,
adaptações, recuperações e reformas nos
centros públicos já existentes. É possível
ainda destinar recursos para equipar as
unidades com materiais permanentes e
de consumo, ou contratar serviços de ter-
ceiros necessários para ofertar os servi-
ços da assistência social.
A s n o r m at iva s e n co nt r a m - s e
disponíveis no portal do MDSA (www.
mds.gov.br). Outras informações e
esclarecimentos poderão ser obtidos
junto aos diversos setores da Secretaria
Nacional de Assistência Social do MDSA
nos endereços eletrônicos e telefones
indicados nesta publicação. Arquivo MDSA

FUNDO NACIONAL DE de bens de consumo, equipamentos,


ASSISTÊNCIA SOCIAL material permanente e contratação de
serviços de terceiros, visando estrutu-
O Ministério do Desenvolvimento Social rar a rede de serviços de proteção social
e Agrário (MDSA), por intermédio da (Básica e Especial).
Diretoria Executiva do Fundo Nacional Além das unidades públicas, podem
de Assistência Social, pode cofinanciar ser beneficiadas as instituições não go-
obras destinadas à construção, amplia- vernamentais sem fins lucrativos ins-
ção, reforma, adaptação e recuperação critas no Conselho de Assistência Social
de unidades públicas, bem como conve- local, que ofertem Serviços de Proteção
niar com entes públicos para a aquisição Social, conforme a Tipificação Nacional

47
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

dos Serviços Socioassistenciais (Resolu-


ção CNAS nº 109, de 2009).
Deve-se salientar que a realização de
obras (construção, ampliação, reforma,
recuperação e adaptação das unidades)
só é possível nos casos em que o imóvel
(terreno/edificação) seja de propriedade
do ente proponente (município, Distrito
Federal ou Estado).
Os municípios, Estados e o Distrito
Federal podem cadastrar suas propostas
voluntárias para análise do Fundo Na-
cional de Assistência Social. Os valores
mínimos de repasse da União, em con-
formidade com a Portaria Interministe-
rial nº 424/2016 e com as diretrizes para
execução de obras do MDSA (ver a tabe-
la abaixo)*.

A planilha de itens para emendas de incrementos, que traz a lista de equipamen-


tos e materiais permanentes que poderão ser adquiridos com o recurso da União,
está disponível no Blog do FNAS (http://blog.mds.gov.br/fnas/).

AMPLIAÇÃO, REFORMA,
OBJETOS CONSTRUÇÃO RECUPERAÇÃO OU
ADAPTAÇÃO **

CREAS R$ 450.000,00 R$ 250.000,00

CENTRO POP R$ 510.000,00 R$ 250.000,00

CENTRO DIA R$ 587.000,00 R$ 250.000,00

UNIDADE DE ACOLHIMENTO R$ 324.000,00 R$ 250.000,00

CRAS R$ 350.000,00 R$ 250.000,00

CENTRO PÚBLICO DE CONVIVÊNCIA R$ 252.000,00 R$ 250.000,00

*Referência dos valores: abril/2017.


** Inciso IV, Artigo 9º da Portaria Interministerial nº 242, de 30 de dezembro de 2016.

48
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

FNAS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA


NA AÇÃO ORÇAMENTÁRIA 2B30:

Estruturação da Rede de Serviços de


Proteção Social Básica – Visa a apoiar
a implantação, a qualificação e a
estruturação das unidades que ofertam
serviços de Proteção Social Básica,
possibilitando a melhoria das condições
de atendimento, qualificação dos
serviços e a ampliação de acesso dos
Arquivo MDSA usuários, bem como o aprimoramento
da sua gestão. Especificamente
quanto às unidades públicas, visa,
PROTEÇÕES também, dotá-las de estrutura física,
SOCIAIS DO SUAS em conformidade com os padrões
estabelecidos nacionalmente.
A Assistência Social, por meio da Prote-
ção Social Básica e especial, visa a ofer- para prevenir situações de vulnerabili-
tar um conjunto de programas, serviços, dade e risco social, buscando a inserção
projetos e benefícios com o objetivo de de famílias e indivíduos na rede socioas-
prevenir, proteger e enfrentar situa- sistencial e em outras políticas setoriais,
ções de vulnerabilidade e risco, além da visando ao fortalecimento de vínculos
promoção e defesa de direitos. As ações familiares e comunitários e a superação
desenvolvidas buscam articular as trans- dessas situações.
ferências de renda com os serviços socio-
assistenciais na perspectiva de oferecer
mais oportunidades e possibilidades de CENTRO DE REFERÊNCIA DA
desenvolvimento da autonomia de indi- ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)
víduos, famílias e comunidades.
O QUE É

PROTEÇÃO O Centro de Referência da Assistên-


SOCIAL BÁSICA cia Social (Cras) é a unidade pública da
assistência social, de base municipal,
A Proteção Social Básica é o conjunto de localizada em áreas com maiores índices
serviços, programas, projetos e benefí- de vulnerabilidade e risco social, destina-
cios da assistência social estruturados da à prestação de serviços e programas

49
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

de abrangência desses centros, podem ser


desenvolvidas fora de seu espaço físico,
desde que a ele referenciadas, como é o
caso do Serviço de Convivência e Forta-
lecimento de Vínculos (SCFV).
O público alvo dos Cras são famílias
e indivíduos em situação de vulnerabili-
dade e risco social, pessoas com deficiên-
cia, idosos, crianças retiradas do trabalho
infantil, pessoas inseridas no Cadastro
Único, beneficiários do Programa Bolsa
Família e do Benefício de Prestação Con-
tinuada (BPC), entre outros.

LEGISLAÇÃO

• Loas – Lei nº 8.742/93;


• Lei 12435/2011;
• Política Nacional de Assistência Social
(PNAS/2004);
• Norma Operacional Básica de Recur-
sos Humanos do Suas (NOB-RH/Suas);
• Norma Operacional Básica de Recur-
sos Humanos do Suas (NOB/Suas);
Arquivo MDSA • Decreto nº 5.085, de 19/5/2004;
• Portaria MDS nº 78/04;
socioassistenciais da Proteção Social • Portaria MDS 07/2012;
Básica às famílias e à articulação destes • Portaria MDS 116/2013;
serviços no seu território de abrangência, • Portaria MDS 113/2015;
de modo a fortalecer a convivência com • Resolução nº 6 da CIT de 2008;
a família e com a comunidade, além de • Resolução nº 109/2009 do Conselho
atuar numa perspectiva intersetorial com Nacional de Assistência Social;
outras políticas sociais. • Resolução nº 05 da CIT de 2010;
Algumas ações da Proteção Social Bá- • Resolução nº 08 da CIT de 2010.
sica, como o Serviço de Proteção e Aten-
dimento Integral à Família (Paif), devem
ser desenvolvidas necessariamente nos
Cras. Outras, mesmo ocorrendo na área

50
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

PROGRAMA DE ATENÇÃO • O apoio a famílias que possuem, den-


INTEGRAL À FAMÍLIA (PAIF) tre seus membros, indivíduos que ne-
cessitam de cuidados, por meio da pro-
O QUE É moção de espaços coletivos de escuta e
troca de vivências familiares.
O Serviço de Proteção e Atendimento
Integral à Família (Paif) deve ser ofere- IMPORTÂNCIA
cido em todos os Centros de Referência
da Assistência Social (Cras) de forma con- O Paif constitui-se em um importan-
tinuada e tem como finalidade apoiar te serviço para a política de assistência
as famílias e fortalecer sua função pro- social, pois contribui para a redução da
tetiva, prevenindo a ruptura de laços, ocorrência de situações de vulnerabilida-
promovendo o acesso a direitos e contri- de social no território de abrangência do
buindo para a melhoria da qualidade de Cras, para a prevenção da ocorrência de
vida. riscos sociais, seu agravamento ou rein-
O trabalho social com famílias é rea- cidência e aumento de acessos a serviços
lizado no âmbito do Paif. É um conjunto socioassistenciais e setoriais.
de ações e procedimentos realizados com
o objetivo de contribuir para a convivên- QUEM PODE PARTICIPAR
cia, reconhecimento de direitos e possi-
bilidades de intervenção na vida social Famílias cujos membros se encontram
de uma família. Este trabalho estimula em situação de vulnerabilidade social
as potencialidades das famílias e da co- por questões diversas como as de gêne-
munidade, promove espaços coletivos de ro, etnia, deficiência, idade, entre ou-
escuta e troca de vivências. tras. São priorizadas no Paif as famílias
inseridas no Cadastro Único de Progra-
OBJETIVOS mas Sociais do Governo Federal, aquelas
beneficiárias do Programa Bolsa Família
• O fortalecimento da função protetiva e do Benefício de Prestação Continuada
da família; (BPC), territorialmente referenciadas ao
• A prevenção da ruptura dos vínculos Cras.
familiares e comunitários;
• A promoção de ganhos sociais e mate- COMO PARTICIPAR
riais às famílias;
• A promoção do acesso a benefícios, O MDSA cofinancia o desenvolvimento
programas de transferência de renda das ações do Paif e o funcionamento dos
e serviços socioassistenciais; Cras. Os critérios de partilha de recur-
sos federais disponíveis para o cofinan-

51
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

ciamento do Paif são formulados pelo cial (Lei nº 12.435/2011), referenciado


MDSA, pactuados na Comissão Interges- ao Centro de Referência em Assistência
tores Tripartite (CIT), e aprovados pelo Social (Cras) e articulado ao Serviço
Conselho Nacional de Assistência Social de Proteção e Atendimento Integral
(CNAS), considerando os recursos dis- à Família (Paif). Tem por objetivo pre-
poníveis. Para que os municípios parti- venir e proteger os usuários de riscos e
cipem da partilha dos recursos federais violações de direitos, por meio do forta-
devem ter aderido ao Suas e, disponibili- lecimento de seus vínculos familiares e
zar espaço físico adequado e o mobiliário comunitários.
para o funcionamento do Cras. O municí- É um serviço organizado em grupos
pio tem a responsabilidade com a implan- de convivência e percursos que consi-
tação e o funcionamento dos Centros de deram o ciclo de vida dos usuários. Os
Referência da Assistência Social. grupos de convivência são grupos de usu-
ários reunidos por faixas etárias, para
LEGISLAÇÃO participar de encontros, ações e ativi-
dades com função preventiva, protetiva
• Loas – Lei nº 8.742/93; e proativa em relação aos seus direitos,
• Política Nacional de Assistência Social com vistas ao fortalecimento de seus vín-
(PNAS/2004); culos familiares e comunitários.
• Norma Operacional Básica de Recur-
sos Humanos do Suas (NOB-RH/Suas); OBJETIVOS
• Norma Operacional Básica de Recur-
sos Humanos do Suas (NOB/ Suas); O serviço tem como objetivo fortalecer as
• Decreto nº 5.085, de 19/5/04; relações familiares e comunitárias, além
• Portaria MDS nº 78/04; de promover a integração e a troca de ex-
• Portaria MDS nº 442/05; periências entre os participantes, valori-
• Resolução nº 109/2009 do Conselho zando o sentido de vida coletiva. O SCFV
Nacional de Assistência Social. possui um caráter preventivo, pautado na
defesa e afirmação de direitos e no desen-
volvimento de capacidades dos usuários.
SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E
FORTALECIMENTO DE QUEM PODE PARTICIPAR
VÍNCULOS (SCFV)
O Serviço de Convivência e Fortaleci-
O QUE É mento de Vínculos pode ser oferecido a
crianças de zero a seis anos; a crianças e
É um serviço de Proteção Social Bá- adolescentes de seis a 15 anos; a adoles-
sica do Sistema Único de Assistência So- centes de 15 a 17 anos; a jovens de 18 a 29

52
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

anos; a adultos de 30 a 59 anos e a idosos ticipem da partilha dos recursos federais


a partir de 60 anos em situação de vul- devem ter aderido ao Suas e, possuir o
nerabilidade social pela fragilização de Centro de Referência de Assistência So-
vínculos familiares e sociais, pela ausên- cial (Cras) para referenciamento do ser-
cia de acesso ou, precariedade na oferta viço.
de serviços de oportunidade de convívio
familiar e comunitário, em especial aque- LEGISLAÇÃO
les cujas famílias sejam beneficiárias do
BPC e de programas de transferência de • Loas – Lei nº 8.742/93;
renda, além dos encaminhados pelos ser- • Política Nacional de Assistência Social
viços da proteção social especial. (PNAS/2004);
O público prioritário para o atendi- • Norma Operacional Básica de Recur-
mento no SCFV, de acordo com a Re- sos Humanos do Suas (NOB-RH/Suas);
solução CNAS nº 1/2013 são crianças, • Norma Operacional Básica de Recur-
adolescentes e idosos nas seguintes situ- sos Humanos do Suas (NOB/Suas);
ações: • Decreto nº 5.085, de 19/5/04;
• Portaria MDS nº 442/05;
• em situação de isolamento; • Portaria MDS nº 288/2009;
• em trabalho infantil; • Resolução nº 109/2009 do Conselho
• com vivência de violência e negligên- Nacional de Assistência Social;
cia; • Portaria MDS nº 134/2013.
• fora da escola ou com defasagem esco-
lar superior a dois anos; em situação
de acolhimento; BENEFÍCIOS EVENTUAIS
• em cumprimento de medida; em si-
tuação de rua; Os benefícios eventuais são provisões
• com vulnerabilidade que diz respeito suplementares e provisórias, que inte-
às pessoas com deficiência. gram organicamente as garantias do
Sistema Único de Assistência Social
COMO PARTICIPAR (Suas). Estão previstos no art. 22 da Lei
Orgânica de Assistência Social (Loas) e
Os critérios de partilha de recursos regulamentados pela Resolução nº. 212,
federais disponíveis para o cofinancia- de 19 de outubro de 2006, do Conselho
mento dos Serviços de Convivência e For- Nacional de Assistência Social (CNAS), e
talecimento de Vínculos são formulados pelo Decreto nº. 6.307, de 14 de dezem-
pelo MDSA, pactuados na CIT, e aprova- bro de 2007.
dos pelo CNAS, considerando os recursos Tais benefícios devem ser prestados
disponíveis. Para que os municípios par- pelos municípios e Distrito Federal aos

53
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

cidadãos e às suas famílias com impos-


sibilidade de arcar, por conta própria,
com o enfrentamento de adversidades
temporárias. Por essa razão, o benefício
será prestado de forma ágil e provisória
para atender as situações de nascimen-
to, morte, vulnerabilidade temporária
ou calamidade pública.
A prestação e financiamento dos be-
nefícios eventuais estão na esfera de
competência dos municípios e do Distri-
to Federal, com responsabilidade de co-
financiamento pelos Estados.
A concessão e o valor dos benefícios
são instituídos pelos municípios e Distri-
to Federal e previstos nas respectivas Leis
Orçamentárias Anuais, considerando cri-
térios e prazos estabelecidos pelos respec-
tivos Conselhos de Assistência Social.
As provisões relativas ao campo da Arquivo MDSA
saúde, educação, integração nacional
e das demais políticas setoriais não são CARTEIRA DO IDOSO
incluídas na modalidade de benefícios
eventuais da assistência social e devem O QUE É
ser atendidas pelas respectivas políticas
pública A Carteira do Idoso é um documento emi-
Desta forma, itens referentes à órte- tido pelo Ministério do Desenvolvimento
ses, próteses (ex.: aparelhos ortopédicos e Social e Agrário e fornecido pelas Secre-
dentaduras), cadeiras de rodas, muletas, tarias Municipais de Assistência Social,
óculos, medicamentos, pagamento de destinado à pessoa idosa que possua
exames médicos, apoio financeiro para renda igual ou inferior a dois salários
tratamento de saúde fora do município, mínimos e que não tenha meios de com-
transporte de doentes, leites e dietas de provação de renda. A carteira possibilita
prescrição especial, fraldas descartáveis o desconto de, no mínimo, 50% no valor
para pessoas que têm necessidade de uso, de passagens rodoviárias, ferroviárias e
bem como outros itens da área de saúde aquaviárias interestaduais, ou o acesso a
não são Benefícios Eventuais. duas vagas gratuitas por veículo.

54
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

cialmente, aqueles que não usufruem de


nenhuma proteção social.

OBJETIVO

Oferecer mais oportunidades, especial-


mente aos idosos mais excluídos, de conví-
vio familiar, inserção e participação social.

QUEM PODE PARTICIPAR

Pessoas idosas com idade igual ou su-


perior a 60 anos, com renda individual
mensal igual ou inferior a dois salários
mínimos e que não possuam nenhum
dos comprovantes de renda definidos
pelo Decreto nº 5.934, de 18 de outubro
de 2006, que regulamenta o benefício.

COMO PARTICIPAR

A gratuidade ou desconto é instituído O município, em parceria com o MDSA,


pelo Estatuto do Idoso, art. 40, e destina- promove o acesso dos idosos sem com-
-se a todos os idosos com a renda estabe- provante de renda ao benefício tarifá-
lecida, mas apenas aqueles que não têm rio, inscrevendo o idoso e sua família no
comprovante de renda recebem a Cartei- Cadastro Único para os Programas So-
ra do Idoso. A Carteira do Idoso possui ciais do Governo Federal, por intermédio
numeração única nacional por meio do do órgão local responsável pelo Cadas-
Número de Identificação Social (NIS), e tro Único. A partir do cadastra- mento,
tem validade de dois anos, em todo o ter- o MDSA processará os dados e emitirá
ritório nacional. eletronicamente a Carteira do Idoso para
o município, que a entregará ao idoso.
IMPORTÂNCIA
LEGISLAÇÃO
A Carteira do Idoso promove o acesso ao
transporte interestadual gratuito e/ou • Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741, de
desconto aos idosos mais excluídos so- 1º de outubro de 2003;

55
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

• Decreto nº 5.934, de 18 de outubro de programas e projetos de caráter especia-


2006; lizado que requerem maior estruturação
• Resolução nº 04, da Comissão Interges- técnica e operativa, com competências e
tores Tripartite (CIT), de 18 de abril atribuições definidas, destinados ao aten-
de 2007; dimento a famílias e indivíduos em situa-
• Instrução Operacional SENARC – ção de risco pessoal e social, por violação
SNAS nº 2, de 31 de julho de 2007. de direitos.
De acordo com a Tipificação Nacio-
nal de Serviços Socioassistenciais, cons-
PROTEÇÃO SOCIAL tituem unidades públicas para a oferta
ESPECIAL de serviços especializados da Proteção
Social Especial de Média Complexidade:
A Proteção Social Especial organiza, no
âmbito do Suas, a oferta de serviços, pro- • Centro de Referência Especializado de
gramas e projetos de caráter especializa- Assistência Social - Creas;
do, destinado a famílias e indivíduos em • Centro de Referência Especializado
situação de risco pessoal e social, com para População em Situação de Rua
violação de direitos. Tem o objetivo de (Centro Pop);
contribuir para a reconstrução de víncu- • Centro-Dia de Referência para Pessoa
los familiares e comunitários, o fortaleci- com Deficiência.
mento de potencialidades e aquisições e
a proteção de famílias e indivíduos para
o enfrentamento das situações de risco CENTRO DE REFERÊNCIA
pessoal e social, por violação de direitos . ESPECIALIZADO DA
Considerando os níveis de agravamen- ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS)
to, a natureza e a especificidade do aten-
dimento ofertado, a atenção na Proteção O QUE É
Social Especial organiza-se sob dois níveis
de complexidade: Proteção Social Espe- O Creas é uma unidade pública esta-
cial de Média Complexidade e Proteção tal da assistência social que tem como
Social Especial de Alta Complexidade. papel constituir-se em referência, nos
territórios, da oferta de trabalho social
especializado no Suas a famílias e indi-
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL víduos em situação de risco pessoal ou
DE MÉDIA COMPLEXIDADE social, por violação de direitos.
A oferta de trabalho social nos Creas
A Proteção Social Especial de Média Com- pressupõe o uso de diversas metodologias
plexidade organiza a oferta de serviços, e técnicas necessárias para operaciona-

56
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

lizar o acompanhamento especializado.


Requer, ainda, a construção de vínculos
de referência e confiança do usuário com
a Unidade e profissionais da equipe, além
de postura acolhedora destes, pautada na
ética e no respeito à autonomia e à digni-
dade dos sujeitos.
Os Creas podem ter abrangência mu-
nicipal ou regional e sua implantação
considera os indicadores de situações
de violação de direitos nos territórios.
Quando organizados no âmbito regional,
além do município sede, garante cober-
tura de atendimento a um grupo de mu-
nicípios circunvizinhos, de acordo com
pactuação entre os respectivos gestores
municipais e o gestor estadual.

SERVIÇOS DE PROTEÇÃO
SOCIAL ESPECIAL DE
MÉDIA COMPLEXIDADE
ESTABELECIDOS
NA TIPIFICAÇÃO
Arquivo MDSA
NACIONAL DE SERVIÇOS
SOCIOASSISTENCIAIS
• Serviço de Proteção Social Especial
• Serviço de Proteção e Atendimento a para Pessoas com Deficiência, Idosos
Famílias e Indivíduos (Paefi); e suas Famílias;
• Serviço de Proteção Social a Adoles- • Serviço Especializado para Pessoas em
centes em Cumprimento de Medida Situação de Rua.
Socioeducativa de Liberdade Assisti-
da e de Prestação de Serviços à Comu-
nidade;
• Serviço Especializado em Abordagem
Social;

57
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

a promoção de direitos, a preservação e


o fortalecimento de vínculos familiares,
comunitários e sociais e o fortalecimen-
to da função protetiva das famílias diante
do conjunto de condições que as vulne-
rabilizam e/ou as submetem a situações
de risco pessoal e social.
O Paefi deve ser ofertado obrigato-
riamente no Creas, cabendo à coorde-
nação da unidade a função de viabilizar
os processos de organização, gestão e
operacionalização do Paefi, consideran-
do as particularidades dos contextos ter-
ritoriais.

IMPORTÂNCIA

O Serviço materializa uma política pú-


blica de Estado voltada à ampliação do
acesso a direitos e à proteção e orienta-
ção de famílias e indivíduos que, por cir-
cunstâncias diversas, estão implicados
com vivências de situações de ameaça ou
risco pessoal e social, violência e violação
Arquivo MDSA de direitos, situações estas que, muitas
vezes, encontram-se inter-relacionadas.
SERVIÇO DE PROTEÇÃO
E ATENDIMENTO OBJETIVO
ESPECIALIZADO A FAMÍLIAS E
INDIVÍDUOS (PAEFI) • Contribuir para o fortalecimento da
família no desempenho de sua função
O QUE É protetiva;
• Processar a inclusão das famílias no
Oferta de apoio, orientação e acompa- sistema de proteção social e nos servi-
nhamento a famílias com um ou mais ços públicos, conforme necessidades;
de seus membros em situação de amea- • Contribuir para restaurar e preservar
ça ou violação de direitos. Compreende a integridade e as condições de auto-
atenções e orientações direcionadas para nomia dos usuários;

58
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

• Contribuir para romper com padrões Creas. Os critérios de partilha de recursos


violadores de direitos no interior da federais disponíveis para o cofinanciamen-
família; to do Paefi são formulados pelo Ministé-
• Contribuir para a reparação de danos rio, pactuados na CIT, e aprovados pelo
e da incidência de violação de direitos; CNAS, considerando os recursos disponí-
• Prevenir a reincidência de violações veis. Para que os municípios participem da
de direitos. partilha dos recursos federais devem ter
aderido ao Suas e, disponibilizar espaço
QUAL O PÚBLICO ATENDIDO físico adequado e o mobiliário para o fun-
cionamento do Creas. O município tem a
Famílias e indivíduos que vivenciam vio- responsabilidade com a implantação e o
lações de direitos por ocorrência de: funcionamento dos Centros de Referên-
cia Especializados da Assistência Social.
• Violência física, psicológica e negli-
gência; LEGISLAÇÃO
• Violência sexual: abuso e/ou explora-
ção sexual; • resolução nº109, de 11 de novembro
• Afastamento do convívio familiar de- de 2009, do Conselho Nacional de As-
vido à aplicação de medida socioedu- sistência Social e outras normativas
cativa ou medida de proteção; disponíveis no site www.mds.gov.br.
• Indivíduos egressos de situação de trá-
fico de pessoas;
• Situação de rua e mendicância; SERVIÇO DE PROTEÇÃO
• Abandono; SOCIAL A ADOLESCENTES EM
• Vivência de trabalho infantil; CUMPRIMENTO DE MEDIDA
• Descumprimento de condicionalidades SOCIOEDUCATIVA DE
do Bolsa Família e do Peti em decorrên- LIBERDADE ASSISTIDA (LA) E
cia de violação de direitos; DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
• Outras formas de violação de direitos
À COMUNIDADE (PSC)
decorrentes de discriminações, submis-
sões a situações que provocam danos e O QUE É
agravos a sua condição devida e os impe-
dem de usufruir autonomia e bem estar. O adolescente autor de ato infracional é
responsabilizado por determinação judi-
COMO ADERIR cial a cumprir medidas socioeducativas,
que contribuem, de maneira pedagógica,
O MDSA cofinancia o desenvolvimento para o acesso a direitos e para a mudança de
das ações do Paefi e o funcionamento dos valores pessoais e sociais dos adolescentes.

59
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

De acordo com o Estatuto da Criança de medida socioeducativa (LA e PSC) e


e do Adolescente (ECA), as medidas socio- sua inserção em outros serviços e pro-
educativas podem acontecer em liberda- gramas socioassistenciais e de políticas
de, em meio aberto ou, com privação de públicas setoriais;
liberdade, sob internação. • Criar condições para a construção/re-
O Centro de Referência Especializa- construção de projetos de vida que vi-
do de Assistência Social (Creas) oferece o sem à ruptura com a prática de ato in-
serviço de proteção social a adolescentes fracional;
em cumprimento de medida socioeduca- • Contribuir para o estabelecimento da
tiva de Liberdade Assistida (LA) e de Pres- autoconfiança e a capacidade de refle-
tação de Serviços à Comunidade (PSC). xão sobre as possibilidades de constru-
O Serviço de Medidas Socioeducativas ção de autonomias;
em Meio Aberto possui interface com o • Possibilitar acessos e oportunidades
Sistema Nacional de Atendimento Socio- para a ampliação do universo informa-
educativo (Sinase), devendo, assim, com- cional e cultural e o desenvolvimento
por o Plano Municipal de Atendimento de habilidades e competências;
Socioeducativo. O Plano tem como obje- • Fortalecer a convivência familiar e co-
tivo organizar a rede de atendimento so- munitária.
cioeducativo e aprimorar e monitorar a
atuação dos responsáveis pelo atendimen- QUEM PODE PARTICIPAR
to a adolescentes em conflito com a lei.
Adolescentes de 12 a 18 anos incom-
IMPORTÂNCIA pletos, ou jovens de 18 a 21 anos, em
cumprimento de medida socioeducati-
O serviço tem como finalidade prover aten- va de Liberdade Assistida e de Prestação
ção socioassistencial e acompanhamento a de Serviços à Comunidade, aplicada pela
adolescentes e jovens encaminhados pela Justiça da Infância e da Juventude ou, na
Vara de Infância e Juventude ou, na ausên- ausência desta, pela Vara Civil correspon-
cia desta, pela Vara Civil correspondente ou dente e suas famílias.
Juiz Singular. Também cabe ao Creas fazer
o acompanhamento do adolescente, contri- COMO PARTICIPAR
buindo no trabalho de responsabilização do
ato infracional praticado. O MDSA cofinancia o desenvolvimen-
to dos serviços. Os critérios de partilha
OBJETIVO de recursos federais disponíveis para o
cofinanciamento dos serviços são for-
• Realizar acompanhamento social a mulados pelo MDSA, pactuados na CIT
adolescentes durante o cumprimento e aprovados pelo CNAS, considerando os

60
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

recursos disponíveis. Para que os municí-


pios participem da partilha dos recursos
federais devem ter aderido ao Suas e,
disponibilizar espaço físico adequado e
o mobiliário para o funcionamento dos
Creas.

LEGISLAÇÃO

• Resolução nº- 109, de 11 de novembro


de 2009 do Conselho Nacional de As-
sistência Social.

SERVIÇO ESPECIALIZADO
EM ABORDAGEM SOCIAL

O QUE É

É um serviço ofertado de forma con-


tinuada com a finalidade de assegurar
trabalho social de abordagem e busca
ativa que identifique, nos territórios, a
incidência de situações de risco pessoal
e social, por violação de direitos, como: Arquivo MDSA
trabalho infantil, exploração sexual de
crianças e adolescentes, situação de rua,
uso abusivo de crack e outras drogas, O Serviço deve garantir atenção às ne-
dentre outras. cessidades imediatas das pessoas aten-
A abordagem é realizada nas ruas, didas, incluindo-as na rede de serviços
praças, estradas, fronteiras, espaços socioassistenciais e nas demais políticas
públicos onde ocorram atividades la- públicas, na perspectiva da garantia dos
borais (como feiras e mercados), lo- direitos.
cais de intensa circulação de pessoas
e existência de comércio, terminais de IMPORTÂNCIA
ônibus, trens, metrô, prédios abando-
nados, lixões, praias, semáforos, entre O Serviço constitui-se em processo de
outros locais. trabalho planejado de aproximação, es-

61
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

rede de serviços e a benefícios assis-


tenciais;
• Identificar famílias e indivíduos com
direitos violados, a natureza das vio-
lações, as condições em que vivem,
estratégias de sobrevivência, proce-
dências, aspirações, desejos e relações
estabelecidas com as instituições;
• Promover ações de sensibilização
para divulgação do trabalho realiza-
do, direitos e necessidades de inclu-
são social e estabelecimento de par-
cerias;
• Promover ações para a reinserção fa-
miliar e comunitária.

QUAL O PÚBLICO ATENDIDO

Crianças, adolescentes, jovens, adultos,


idosos e famílias que utilizam espaços
públicos como forma de moradia e/ou
sobrevivência.

COMO ADERIR
Arquivo MDSA

O MDSA cofinancia o desenvolvimento


dos serviços. Os critérios de partilha de
cuta qualificada e construção de víncu- recursos federais disponíveis para o cofi-
los de confiança com pessoas e famílias nanciamento dos serviços são formulados
em situação de risco pessoal e social nos pelo MDSA, pactuados na CIT, e aprova-
espaços públicos para atender, acompa- dos pelo CNAS, considerando os recursos
nhar e mediar acesso à rede de prote- disponíveis. Para que os municípios par-
ção social. ticipem da partilha dos recursos federais
devem ter aderido ao Suas e, disponibili-
OBJETIVO E ATIVIDADES ESSENCIAIS: zar espaço físico adequado e o mobiliário
para o funcionamento dos Creas.
• Construir o processo de saída das ruas
e possibilitar condições de acesso à

62
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

CENTRO DE REFERÊNCIA Rua é destinado às pessoas que utilizam


ESPECIALIZADO PARA as ruas como espaço de moradia e/ou
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE sobrevivência. Oferece trabalho técnico
RUA para a análise das demandas dos usuá-
rios, orientação individual e em grupo,
O QUE É encaminhamentos a outros serviços
socioassistenciais e das demais políticas
O Centro de Referência Especializado para públicas que possam contribuir na cons-
População em Situação de Rua (Centro Pop) trução da autonomia, da inserção social
é a unidade pública e estatal, de referência e da proteção às situações de violência.
e atendimento especializado à população Deve promover o acesso a espaços de
em situação de rua. Nesta Unidade é ofer- guarda de pertences, de higiene pessoal,
tado o Serviço Especializado para Pessoas de alimentação e provisão de acesso à do-
em Situação de Rua. Conforme avaliação e cumentação civil. Proporciona endereço
planejamento do órgão gestor local, pode institucional para utilização, como refe-
ser ofertado também o Serviço Especiali- rência, do usuário.
zado em Abordagem Social, desde que isso
não incorra em prejuízos ao desempenho IMPORTÂNCIA
da oferta do Serviço Especializado para Pes-
soas em Situação de Rua. Tem a finalidade de assegurar atendi-
A unidade representa um espaço de mento e atividades direcionadas para o
referência para o convívio grupal, social desenvolvimento de sociabilidades, na
e o desenvolvimento de relações de so- perspectiva de fortalecimento de vín-
lidariedade, afetividade e respeito. Na culos interpessoais e/ou familiares que
oferta do serviço deve-se proporcionar proporcionem a construção de novos
vivências para o alcance da autonomia, projetos de vida.
estimulando, além disso, a organização,
a mobilização e a participação social. OBJETIVO

• Possibilitar condições de acolhida na


SERVIÇO ESPECIALIZADO rede socioassistencial;
PARA POPULAÇÃO EM • Contribuir para a construção de no-
SITUAÇÃO DE RUA vos projetos de vida, respeitando as
escolhas dos usuários e as especifici-
O QUE É dades do atendimento;
• Contribuir para restaurar e preservar
Ofertado no Centro POP, o Serviço Espe- a integridade e a autonomia da popu-
cializado para Pessoas em Situação de lação em situação de rua;

63
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

• Promover ações para a reinserção fa-


miliar e/ou comunitária.

QUAL O PÚBLICO ATENDIDO

Jovens, adultos, idosos e famílias que


utilizam as ruas como espaço de mora-
dia e/ou sobrevivência. Destaca-se que
crianças e adolescentes em situação de
rua podem ser atendidos pelo Serviço so-
mente quando estiverem acompanhados
de familiar ou responsáveis.

COMO ADERIR

O MDSA cofinancia o desenvolvimento


dos serviços. Os critérios de partilha de
recursos federais disponíveis para o co-
financiamento dos serviços são formu-
lados pelo MDSA, pactuados na CIT, e Arquivo MDSA
aprovados pelo CNAS, considerando os
recursos disponíveis. Para que os muni- SERVIÇO DE PROTEÇÃO
cípios participem da partilha dos recur- SOCIAL ESPECIAL PARA
sos federais devem ter aderido ao Suas e, PESSOAS COM DEFICIÊNCIA,
disponibilizar espaço físico adequado e IDOSOS E SUAS FAMÍLIAS
o mobiliário para o funcionamento dos
Centros POP. O QUE É

LEGISLAÇÃO O Serviço oferece um conjunto de ati-


vidades de cuidados diários às pesso-
• Resolução nº- 109, de 11 de novembro as com deficiência e pessoas idosas, em
de 2009 do Conselho Nacional de As- situação de dependência de cuidados,
sistência Social e outras normativas uma vez que a situação de dependên-
disponíveis no site www.mds.gov.br. cia é considerada um risco por violação
de direitos sociais de idosos e pessoas
com deficiência, podendo resultar em
situações de negligência, maus tratos e
abandono desse público.

64
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

IMPORTÂNCIA

O serviço tem a finalidade de promover


cuidados diários, bem como autonomia,
inclusão social e a melhoria da qualida-
de de vida das pessoas e construções de
projetos de vida.

QUEM PODE PARTICIPAR

Pessoas com deficiência e idosos com de-


pendência, seus cuidadores e familiares.

COMO PARTICIPAR

O MDSA cofinancia o desenvolvimento


dos serviços. Os critérios de partilha de
recursos federais disponíveis para o co-
financiamento dos serviços são formu-
lados pelo MDSA, pactuados na CIT, e
aprovados pelo CNAS, considerando os
Os cuidados são complementares recursos disponíveis. Para que os muni-
aos ofertados pelas famílias e se carac- cípios participem da partilha dos recur-
terizam como básicos - realização das sos federais devem ter aderido ao Suas.
atividades de vida diária, higiene, ali-
mentação, apoio nos deslocamento, etc
e instrumentais – realização do apoio na PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL
participação em atividades sociais e de DE ALTA COMPLEXIDADE
construção da autonomia, incluindo os
cuidadores familiares. A Proteção Social Especial de Alta
O Serviço pode ser ofertado nos Cen- Complexidade tem como o objetivo
tro-dia, Creas, unidade referenciada e/ ofertar serviços especializados com
ou domicílio do usuário. As unidades de vistas a afiançar segurança de acolhi-
oferta devem conter espaços físicos inte- da a indivíduos e/ou famílias afastados
grados por ambientes, amplos e acessíveis temporariamente do núcleo familiar e/
para os usuários. ou comunitários de origem. Em confor-
midade com a Tipificação Nacional de
Serviços Socioassistenciais, constituem

65
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

Serviços de Proteção Social Especial de ção, dentre outros, e em comum com os


Alta Complexidade: demais cidadãos.

• Serviço de Acolhimento Institucional; PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES


• Serviço de Acolhimento em República;
• Serviço de Acolhimento em Família 1. Casa-Lar: unidade residencial onde
Acolhedora; uma pessoa ou casal trabalha como
• Serviço de Proteção em Situações de Ca- educador/cuidador residente, pres-
lamidades Públicas e de Emergências. tando cuidados a um grupo de até 10
crianças e/ou adolescentes;

SERVIÇO DE ACOLHIMENTO 2. Abrigo Institucional: unidade institu-


INSTITUCIONAL cional semelhante a uma residência,
destinada ao atendimento de grupos
O QUE É de até 20 crianças e/ou adolescentes.

Serviço organizado em diferentes moda- PARA ADULTOS E FAMÍLIAS:


lidades de equipamentos, conforme o
público, e destinam-se a famílias e/ou 1. Abrigo Institucional: unidade insti-
indivíduos afastados temporariamente tucional semelhante a uma residência
do núcleo familiar e/ou comunitários de com o limite máximo de 50 pessoas por
origem. A organização do serviço deve unidade e de quatro pessoas por quarto;
garantir atendimento em pequenos
grupos, favorecer o convívio familiar 2. Casa de Passagem: unidade institu-
e comunitário, bem como privacidade, cional de passagem para a oferta de
respeito aos costumes, às tradições e à acolhimento imediato e emergencial,
diversidade de: ciclos de vida, arranjos com profissionais preparados para re-
familiares, raça/ etnia, religião, gêne- ceber os usuários em qualquer horário
ro e orientação sexual. Deve ainda ser do dia ou da noite, enquanto se realiza
ofertado em unidade inserida na comu- um estudo diagnóstico detalhado de
nidade com características residenciais, cada situação para os encaminhamen-
oferecendo condições de habitabilidade, tos necessários.
higiene, salubridade, segurança, acessi-
bilidade e privacidade. PARA MULHERES EM SITUAÇÃO DE
Os Serviços de Acolhimento devem VIOLÊNCIA
ainda, garantir o acesso dos moradores a
todos os serviços essenciais no território, 1. Abrigo Institucional: Unidade institu-
como educação, saúde, trabalho, habita- cional que oferece acolhimento provi-

66
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

sório para mulheres, acompanhadas de até 10 idosos. Deve contar com pes-
ou não de seus filhos, em situação de soal habilitado, treinado e supervisio-
risco de morte ou ameaças em razão da nado por equipe técnica capacitada para
violência doméstica e familiar, causa- auxiliar nas atividades da vida diária;
dora de lesão, sofrimento físico, sexu-
al, psicológico ou dano moral. 2. Abrigo Institucional: Atendimento
em unidade institucional com carac-
Obrigatoriamente deve assegurar si- terística domiciliar que acolhe idosos
gilo quanto à identidade das usuárias e com diferentes necessidades e graus
funcionar em articulação com rede de ser- de dependência. Deve assegurar a con-
viços socioassistenciais, das demais políti- vivência com familiares, amigos e pes-
cas públicas e órgãos de defesa de direito. soas de referência de forma contínua,
bem como o acesso às atividades cul-
PARA JOVENS E ADULTOS COM turais, educativas, lúdicas e de lazer
DEFICIÊNCIA na comunidade. A capacidade de aten-
dimento das unidades deve seguir as
1. Residências Inclusivas: Unidade de normas da Vigilância Sanitária, de-
acolhimento, inserida na comunida- vendo ser assegurado o atendimento
de, destinado a jovens e adultos com de qualidade, personalizado, com até
deficiência, cujos vínculos familia- quatro idosos por quarto.
res estejam rompidos ou fragilizados
que não dispõem de condições de au- OBJETIVO
tosustentabilidade, de retaguarda fa-
miliar temporária ou permanente ou • Acolher e garantir proteção integral;
que estejam em processo de desliga- • Contribuir para a prevenção do agra-
mento de instituições de longa per- vamento de situações de negligência,
manência. violência e ruptura de vínculos;
• Restabelecer vínculos familiares e/ou
Deve funcionar em locais com estrutu- sociais;
ra física adequada e favorecer a construção • Possibilitar a convivência comunitária;
progressiva da autonomia, da inclusão so- • Promover acesso à rede socioassisten-
cial e comunitária e do desenvolvimento de cial, aos demais órgãos do Sistema de
capacidades adaptativas para a vida diária. Garantia de Direitos e às demais políti-
cas públicas setoriais;
PARA IDOSOS: • Favorecer o surgimento e o desenvolvi-
mento de aptidões, capacidades e opor-
1. Casa-Lar: Atendimento em unidade re- tunidades para que os indivíduos façam
sidencial para atendimento de grupos escolhas com autonomia;

67
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

• Promover o acesso a programações cul- O atendimento deve apoiar a constru-


turais, de lazer, de esporte e ocupacio- ção e o fortalecimento de vínculos comuni-
nais internas e externas, relacionan- tários, a integração e participação social e o
do-as a interesses, vivências, desejos e desenvolvimento da autonomia das pesso-
possibilidades do público. as atendidas. O serviço deve ser desenvolvi-
do em sistema de autogestão ou cogestão,
LEGISLAÇÃO possibilitando gradual autonomia e inde-
pendência de seus moradores. As repúbli-
• Resolução nº109, de 11 de novembro de cas podem ser organizadas com pessoas em
2009, do Conselho Nacional de Assistên- idade entre 18 e 21 anos, após desligamen-
cia Social (Titpificação Nacional de Ser- to dos serviços de acolhimento de adultos
viços Socioassistenciais) Resolução con- em processo de saída das ruas e pessoas
junta CONANDA/CNAS Nº 1, de 18 de idosas, que tenham capacidade de gestão
junho de 2009 – Orientações Técnicas: coletiva da moradia e condições de desen-
Serviços de Acolhimento para Crianças volver, de forma independente, as ativida-
e Adolescentes. Lei 8.069/90 – Estatuto des da vida diária, mesmo que requeiram o
da Criança e do Adolescente; uso de equipamentos de autoajuda.
• Lei 10.741/2003- Estatuto do Idoso; Lei
Brasileira de Inclusão; Convenção sobre OBJETIVO
os Direitos da Pessoa com Deficiência;
Portaria Interministerial no. 3, MDS/ • Proteger os usuários, preservando
MS, de 21/09/2012. suas condições de autonomia e inde-
pendência;
• Preparar os usuários para o alcance do
SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM próprio sustento;
REPÚBLICA • Promover o restabelecimento de víncu-
los comunitários, familiares e/ou sociais;
O QUE É • Promover o acesso à rede de políticas
públicas.
Serviço que oferece proteção, apoio e
moradia subsidiada a grupos de pessoas LEGISLAÇÃO
maiores de 18 anos em estado de aban-
dono, situação de vulnerabilidade e risco • Resolução Nº109, de 11 de novembro de
pessoal e social, com vínculos familiares 2009, do Conselho Nacional de Assis-
rompidos ou extremamente fragilizados tência Social (Tipificação Nacional de
e sem condições de moradia e autossus- Serviços Socioassistenciais) Resolução
tentação. conjunta CONANDA / CNAS Nº 1, de
18 de junho de 2009 – Orientações Téc-

68
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

nicas: Serviços de Acolhimento para


Crianças e Adolescentes. Lei 8.069/90
– Estatuto da Criança e do Adolescente.

SERVIÇO DE ACOLHIMENTO
EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

O QUE É

Serviço que organiza o acolhimento de


crianças e adolescentes, afastados da famí-
lia por medida de proteção, em residência
de famílias acolhedoras cadastradas, até
que seja possível o retorno à família de
origem ou, na sua impossibilidade, o
encaminhamento para adoção. O serviço
é o responsável por selecionar, capaci-
tar, cadastrar e acompanhar as Famílias
Acolhedoras, bem como realizar o acom-
panhamento da criança e/ou adolescente
acolhido e sua família de origem.

OBJETIVO
Arquivo MDSA

• Promover o acolhimento familiar de


crianças e adolescentes afastadas tem- COMO PARTICIPAR
porariamente de sua família de origem;
• Acolher e dispensar cuidados individu- O MDSA cofinancia o desenvolvimen-
alizados em ambiente familiar; to dos serviços. Os critérios de partilha
• Preservar vínculos com a família de de recursos federais disponíveis para o
origem, salvo determinação judicial cofinanciamento dos serviços são for-
em contrário; mulados pelo MDSA, pactuados na CIT,
• Possibilitar a convivência comunitária e aprovados pelo CNAS, considerando os
e o acesso à rede de políticas públicas; recursos disponíveis. Para que os municí-
• Apoiar o retorno da criança e do ado- pios participem da partilha dos recursos
lescente à família de origem. federais devem ter aderido ao Suas.

69
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

LEGISLAÇÃO PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO


DO TRABALHO INFANTIL
• Resolução nº109, de 11 de novembro (PETI)
de 2009, do Conselho Nacional de As-
sistência Social (Tipificação Nacional O QUE É
de Serviços Socioassistenciais);
• Resolução conjunta CONANDA/CNAS O Peti é um dos programas do Governo
Nº 1, de 18 de junho de 2009 – Orien- Federal, de âmbito nacional, que arti-
tações Técnicas: Serviços de Acolhi- cula um conjunto de ações visando re-
mento para Crianças e Adolescentes; tirar crianças e adolescentes com idade
• Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e inferior a 16 anos da prática do trabalho
do Adolescente. precoce, exceto na condição de aprendiz
a partir de 14 anos.
FNAS NA PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL No âmbito do MDSA, contempla a)
Na Ação Orçamentária 2B31: a transferência de renda; b) o trabalho
Estruturação da Rede de Serviços de social com famílias, ofertado pela PSE
Proteção Social Especial: tem natureza e PSB; e c) os serviços de convivência e
protetiva, de atendimento especializado fortalecimento de vínculo para crian-
e cuidados. São ações que requerem o ças e adolescentes retirados do trabalho
acompanhamento familiar e individual
infantil.
especializado e maior flexibilidade nas
soluções. Comportam encaminhamentos Em decorrência da dinâmica das polí-
efetivos e monitorados, apoios e ticas públicas desde a criação do Progra-
processos que assegurem qualidade ma e das mudanças das características do
na atenção. As atividades da Proteção trabalho infantil, apontadas pelo Censo
Especial se organizam de acordo com 2010 que mostra a concentração em ati-
níveis de complexidade (média ou
vidades de pouca visibilidade e difícil fis-
alta), conforme a situação vivenciada
pelo indivíduo ou família. Os serviços calização, como a agricultura familiar, o
de PSE atuam diretamente ligados aliciamento ao tráfico, a exploração se-
com o sistema de garantia de direitos, xual, o trabalho doméstico e atividades
exigindo uma gestão mais complexa e produtivas familiares, o Peti passou em
compartilhada com o Poder Judiciário, o 2013 por um processo de reformulação.
Ministério Público e com outros órgãos e O redesenho do Peti estabelece a
ações do Executivo.
realização de ações estratégicas estru-
turadas em cinco eixos (Informação e
Mobilização, Identificação, Proteção,
Defesa e Responsabilização e Monito-
ramento), com o objetivo de acelerar a
erradicação do trabalho infantil nos mu-

70
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

nicípios (e DF) identificados com alta in- país associando-se com outras políticas
cidência de trabalho infantil. sociais.
Com o redesenho, a gestão do Pro-
grama assume um papel fundamental de QUEM PODE PARTICIPAR
articulação e monitoramento de todas as
ações e serviços que possuem interface Famílias com crianças e adolescentes até
com a prevenção e a erradicação do tra- os 16 anos em situação de trabalho.
balho infantil, no âmbito do Suas e de
outras políticas setoriais, mobilizando a LEGISLAÇÃO
política de assistência social como ponto
focal da rede intersetorial de enfrenta- • Lei nº 8.069/1990 - Estatuto da Crian-
mento do trabalho infantil. ça e do Adolescente (ECA/1990);
A partir da identificação de 1.913 mu- • Lei nº 8.742/93 – Lei Orgânica da As-
nicípios que concentram aproximadamen- sistência Social (Loas);
te 80% da incidência de trabalho infantil • Lei nº 10.097/2000 – Lei de Aprendi-
no País (Censo IBGE 2010), foram defini- zagem;
dos critérios para o cofinanciamento fede- • Política Nacional de Assistência So-
ral para a execução das Ações Estratégicas cial (PNAS);
do Peti. Em 2014, foi iniciado o repasse de • Norma Operacional Básica da Assis-
cofinanciamento para execução das Ações tência Social (NOB/Suas);
Estratégicas do Peti a Estados, 957 muni- • Resolução nº- 109, de 11 de novembro
cípios e o DF. de 2009 do Conselho Nacional de As-
sistência Social;
IMPORTÂNCIA • Resolução nº- 08, de 18 de abril de
2013 do conselho Nacional de Assis-
As ações da política de assistência social tência Social;
colaboram com o enfrentamento do tra- • Resolução nº- 10, de 15 de abril de
balho infantil através da transferência 2014 do Conselho Nacional de Assis-
de renda, orientação e acompanha- tência Social;
mento das famílias e oferta às crianças e • Portaria 431, de 03 de dezembro de
adolescentes de serviços que contribuem 2008;
para o seu desenvolvimento individual • Portaria 666, de 28 de dezembro de
e social. 2005.

OBJETIVO

Contribuir para o enfrentamento e


erradicação do trabalho infantil no

71
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

ção Federal de 1988 e regulamentado na


Lei Orgânica de Assistência Social (Loas
– Lei nº 8.742/93), e em normativas de
caráter operacional. O benefício consis-
te no pagamento de um salário mínimo
mensal às pessoas idosas com 65 anos
ou mais e pessoas com deficiência, cuja
renda familiar por pessoa seja inferior a
1/4 do salário mínimo por mês.
O BPC integra a Proteção Social Bási-
ca do Sistema Único de Assistência Social
(Suas) e deve ser prestado em articulação
com os diversos serviços da assistência
social e de outras políticas, na perspecti-
va de ampliar a proteção a idosos e pesso-
as com deficiência e suas famílias. É um
benefício financiado integralmente com
recursos do Governo Federal.

IMPORTÂNCIA

O BPC melhora a renda de idosos e pesso-


as com deficiência e de suas famílias que
vivem com menos de 1/4 do salário míni-
Arquivo MDSA
mo. Estimula a participação e reconheci-
mento social dessas pessoas, seu convívio
BENEFÍCIO DE social, autonomia e protagonismo melho-
PRESTAÇÃO CONTINUADA rando suas vidas, suas relações familia-
res e sociais.
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
(BPC) OBJETIVO

O QUE É Ampliar a proteção social das pessoas


idosas e pessoas com deficiência, por
O Benefício de Prestação Continuada meio da garantia de um salário mínimo
(BPC) é um benefício da política de assis- mensal, à quem comprove não possuir
tência social, portanto de caráter não meios de prover a própria manutenção
contributivo. Está previsto na Constitui- nem tê-la provida por sua família.

72
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

QUEM PODE PARTICIPAR beneficiárias do BPC, de zero a 18 anos


de idade, garantindo-lhes acesso e per-
Pessoas com deficiência e pessoas idosas manência na escola, por meio de ações
com 65 anos ou mais. Em ambos os casos, articuladas das áreas de assistência so-
a renda familiar, por pessoa, deve ser in- cial, educação, saúde e direitos humanos,
ferior a 1/4 do salário mínimo, inscritas envolvendo as esferas federal, estadual e
no Cadastro Único de Programas Sociais municipal.
do Governo Federal. O BPC na escola conta com Grupo
Gestor Interministerial que coordena as
COMO PARTICIPAR ações em âmbito nacional. Há também
Grupo Gestor Local, em cada município,
O município colabora com o acesso ao e com um Grupo Gestor Estadual nos Es-
benefício por meio da atuação das equi- tados e Distrito Federal, responsáveis
pes dos serviços da política de assistência pela gestão e a articulação das ações vin-
social, especialmente as dos Centros de culadas ao Programa BPC na Escola no
Referência de Assistência Social (Cras), âmbito de suas competências e do terri-
fazendo a divulgação do benefício, a iden- tório de suas unidades administrativas.
tificação de pessoas com perfil para rece- As ações do Programa BPC na Escola
bimento do benefício, a orientação sobre são estruturadas a partir da identifica-
critérios, objetivos e dinâmica do bene- ção dos beneficiários do BPC até 18 anos
fício, bem como a inserção do beneficiá- que estão na escola e os que estão fora
rio e sua família no Cadastro Único, nos da escola; da identificação das barreiras
serviços da política de assistência social para o acesso e permanência na escola
e de outras políticas públicas. das pessoas com deficiência beneficiá-
rias do BPC; da realização de estudos e
desenvolvimento de estratégias conjun-
PROGRAMA BPC NA ESCOLA tas para superação destas barreiras; e da
realização do acompanhamento sistemá-
Dentre as ações de inclusão dos benefi- tico das ações implementadas por meio
ciários do BPC, destaca-se o Programa do Programa.
de Acompanhamento e Monitoramento
do Acesso e Permanência na Escola das
Pessoas com Deficiência Beneficiárias do PROGRAMA BPC TRABALHO
BPC, conhecido como Programa BPC na
Escola. O Programa de Promoção do Acesso das
O Programa tem como objetivo pro- Pessoas com Deficiência Beneficiárias do
mover a elevação da qualidade de vida e Benefício de Prestação Continuada da
dignidade das pessoas com deficiência e Assistência Social à Qualificação Profissio-

73
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

nal e ao Mundo do Trabalho, Programa LEGISLAÇÃO


BPC Trabalho, tem como objetivo promo-
ver protagonismo e a participação social • Constituição Federal de 1988;
dos beneficiários com deficiência do BPC, • Loas – Lei nº 8.742/93;
por meio da superação de barreiras, for- • Lei nº 10.741/03 – Estatuto do Idoso;
talecimento da autonomia, acesso à rede • Lei nº 13.146/15 – Estatuto da Pessoa
socioassistencial e de outras políticas, à com Deficiência;
qualificação profissional e ao mundo do • Política Nacional de Assistência Social
trabalho, priorizando a faixa etária de 16 (PNAS/2004);
a 45 anos. • Norma Operacional Básica da Assis-
As principais ações do Programa são tência Social (NOB/Suas/ 2005);
a articulação e mapeamento da oferta de • Decreto nº 6.214, de 26 de setembro
cursos e vagas de educação profissional e de 2007
tecnológica, de qualificação profissional e • Decreto nº 6.564, de 12 de setembro
nos serviços/órgãos de intermediação de de 2008;
mão de obra; identificação e busca ativa • Decreto nº 6. 805, de 8 de julho de
dos beneficiários do BPC com deficiên- 2016;
cia, na faixa etária de 16 a 45 anos; rea- • Portaria MDS nº 44, de 19 de fevereiro
lização de diagnóstico social e avaliação de 2009 (DOU de 25/02/2009);
em relação ao interesse e possibilidade de • Portaria MDS nº 706, de 17 de setem-
participação no Programa; acompanha- bro de 2010 (DOU de 21/09/2010);
mento das pessoas com deficiência bene- • Programa BPC na Escola - Porta-
ficiárias do BPC e de suas famílias, com a ria Normativa Interministerial nº
finalidade de garantir oferta de serviços 18, de 24 de abril de 2007 (DOU de
e benefícios socioassistenciais e encami- 26/04/2007);
nhamento para o acesso às demais polí- • Portaria Interministerial nº1,de12de-
ticas públicas. marçode2008(DOUde19/03/2008);
O Programa BPC Trabalho está arti- • Portaria Interministerial nº 2, de 18
culado com o Acessuas Trabalho – nas de abril de 2008 (DOU de 28/04/2008);
ações de mobilização e encaminhamen- • Portaria Interministerial nº 409, de 29
to para cursos de capacitação, formação de abril de 2009 (DOU de 30/04/2009);
profissional e demais ações de inclusão • Portaria MDS nº 434, de 04 de dezem-
produtiva. Ao realizar o Aceite ao Pro- bro de 2008 (DOU de 08/12/2008);
grama Acessuas Trabalho, os gestores da • Portaria Interministerial nº 2, de 2 de
Assistência Social dos municípios e Dis- agosto de 2012.
trito Federal se comprometeram também
com a execução das ações do Programa
BPC Trabalho.

74
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

Arquivo MDSA

Segurança
Alimentar e Nutricional

T odo mundo tem direito, garantido


pela Constituição Federal, à ali-
mentação adequada, o que significa que
de Segurança Alimentar e Nutricional
(Sisan) reúne diversos setores dos go-
vernos federal, estadual e municipal,
a alimentação deve ser saudável, aces- com a participação da sociedade civil,
sível, de qualidade, em quantidade su- que devem realizar programas e ações
ficiente e de modo permanente. Isso é para que a população tenha acesso ao
Segurança Alimentar e Nutricional. E consumo de alimentos saudáveis.
para promovê-la, o Sistema Nacional

75
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

Em coerência com as suas competên-


cias institucionais, a Secretaria Nacional
de Segurança Alimentar e Nutricional
(Sesan), do Ministério do Desenvolvi-
mento Social e Agrário (MDSA), possui
importante papel na construção da agen-
da de segurança alimentar e nutricional,
enquanto uma política de Estado, e na
consolidação do Sisan. O referido sis-
tema é composto, no âmbito nacional,
pela Câmara Interministerial de Segu-
rança Alimentar e Nutricional (Caisan)
e pelo Conselho Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional (Consea). Cabe
à Sesan a secretaria-executiva da Caisan,
que é integrada por 20 Ministérios e é
presidida pelo MDSA.
A Sesan também executa importan-
tes programas e ações finalísticas, como
o Programa de Aquisição de Alimentos Arquivo MDSA
(PAA), o Programa Cisternas, o Progra-
ma de Fomento às Atividades Produti-
vas Rurais, a Ação de Distribuição de SISTEMA NACIONAL DE
Alimentos a Grupos Populacionais Es- SEGURANÇA ALIMENTAR
pecíficos – ADA (conhecida como “cestas
E NUTRICIONAL (SISAN)
de alimentos”) e a ação de equipamentos
públicos de segurança alimentar e nutri-
cional. Por meio dessas ações, a Sesan O QUE É
tem contribuído também para a inclu-
são produtiva e a superação da pobreza É um sistema público, instituído
rural, fundamentando sua atuação na pela Lei Orgânica de Segurança Ali-
promoção do Direito Humano à Alimen- mentar e Nutricional – Losan (Lei no
tação Adequada. 11.346/2006), de gestão intersetorial e
participativa, que possibilita a articula-
ção entre os três níveis de governo para
a implementação e execução das Políticas
de Segurança Alimentar e Nutricional,
estimulando a integração dos esforços

76
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

que garante a participação e o contro-


le social. Destaca-se, ainda, como ins-
tância de participação social do Sisan,
a realização das Conferências Nacionais
de Segurança Alimentar e Nutricional
(CNSAN). A Conferência mais recente,
a 5ª CNSAN, realizada em 2015, contou
com a participação de cerca de 2.000
pessoas e buscou mobilizar a sociedade
para debater os desafios da agenda de
segurança alimentar e nutricional dos
próximos anos, como a promoção da ali-
mentação saudável, além de construir
propostas para a elaboração do II Plano
Nacional de Segurança Alimentar e Nu-
tricional, com vigência para o período
de 2016-2019.
Ao longo dos últimos anos, o foco
de atuação da secretaria-executiva da
Caisan Nacional, exercida pela Sesan/
MDSA, tem sido: articular, monitorar e
coordenar a Política e o Plano Nacional
entre governo e sociedade civil, bem de Segurança Alimentar e Nutricional,
como para promover o acompanhamen- promovendo a articulação intersetorial;
to, o monitoramento e avaliação da se- e fortalecer o Sisan em nível federativo,
gurança alimentar e nutricional do país. estimulando a adesão dos Estados e mu-
No nível nacional, o sistema é com- nicípios ao sistema.
posto por uma Câmara Interministerial Cabe destacar que o processo de ade-
de Segurança Alimentar e Nutricional são dos Estados e municípios ao Sisan im-
– Caisan (com representação de 20 Mi- plica, conforme estabelecido no Decreto
nistérios, sendo presidida pelo MDSA no 7.272/2010, a criação de Conselhos
e cuja secretaria-executiva é liderada de Segurança Alimentar e Nutricional e
pela Sesan e pelo Conselho Nacional de Câmaras Intersetoriais de Segurança
de Segurança Alimentar e Nutricional Alimentar e Nutricional nas respectivas
(Consea), órgão de assessoramento da esferas (estadual ou municipal), e tam-
Presidência da República, composto por bém o compromisso de elaboração dos
2/3 de representantes da sociedade civil Planos locais de Segurança Alimentar e
e 1/3 de representantes do governo, e Nutricional.

77
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

Atualmente, todos os Estados e o Dis- OBJETIVO


trito Federal já aderiram ao Sisan; 12 Es-
tados e o DF já publicaram seus planos O Sisan tem por objetivos:
de segurança alimentar e nutricional; e
191 municípios já estão aderidos, estan- • formular, articular e implementar, de
do mais de 400 municípios aptos a ade- maneira intersetorial e com a partici-
rir ao sistema. pação da sociedade civil organizada
políticas, planos, programas e ações
IMPORTÂNCIA de segurança alimentar e nutricional
em âmbitos nacional, estadual e mu-
O Sisan reafirma o acesso à alimenta- nicipal, com vistas em assegurar o Di-
ção adequada como direito fundamental reito Humano à Alimentação Adequa-
do ser humano e a obrigação do poder da (DHAA);
público de adotar as políticas e ações • monitorar e avaliar as mudanças que
que se façam necessárias para promo- ocorreram na área de alimentação e
ver e garantir a segurança alimentar e nutrição e;
nutricional da população. Com a Emen- • Verificar o impacto dos programas e
da Constitucional nº 64, de 4 de feverei- ações de segurança alimentar e nutri-
ro de 2010, a alimentação passa a figurar cional sobre a população a qual se des-
entre os direitos sociais consignados no tinava a política.
art. 6º da Constituição Federal.
O Brasil fez a escolha de gerir políti- Com o Sisan fortalecido na esfera na-
cas públicas por meio de sistemas demo- cional e com a adesão da totalidade dos
cráticos e participativos, cujos exemplos Estados ao sistema, tem-se estimulado a
mais conhecidos são o Sistema Único de adesão dos municípios. Entre as vanta-
Saúde (SUS) e o Sistema Único de Assis- gens da adesão, estão:
tência Social (Suas), que demonstram o
acerto dessa escolha. Desde a criação do • Participação na articulação das polí-
Sisan, instituído em 2006, avanços legais ticas públicas voltadas ao alcance de
e institucionais têm garantido a sua cons- SAN e DHAA, bem como viabilizar a
trução como estrutura responsável pela operacionalização de programas de
implementação e gestão participativa da forma integrada e sustentável, a par-
Política Nacional de Segurança Alimentar tir de uma abordagem mais sistêmica;
e Nutricional em âmbito federal, estadu- • Ampliação da força política, pois es-
al e municipal. Esta construção se dá de tarão defendendo as políticas de segu-
forma paulatina, num trabalho contínuo rança alimentar e nutricional de for-
de dedicação, articulação e priorização ma integrada e intersetorial em nível
política dos setores envolvidos. local;

78
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

• Possibilidade de receber apoio técni-


co e político para a implementação e
aperfeiçoamento da gestão do Sisan e
dos seus planos de segurança alimen-
tar e nutricional;
• Possibilidade de receber pontuação
adicional para propostas de apoio a
ações e programas incluídos nos seus
respectivos planos de segurança ali-
mentar e nutricional, quando habili-
tados em editais de chamada pública
para descentralização de recursos fe-
derais de ministérios, desde que seus
planos atendam aos critérios e parâ-
metros estabelecidos no Decreto no
7.272, de 25 de agosto de 2010;
• Organização e maior participação da
sociedade civil na formulação e im-
plementação de políticas referentes
à SAN;
• Facilitação do acompanhamento e do
monitoramento de indicadores, pro-
gramas e orçamento de SAN e análise
da situação de segurança alimentar e
nutricional; Arquivo MDSA

• Contribuição para a promoção de


ações de educação permanente, for-
mação e capacitação de gestores, pro- QUEM PODE PARTICIPAR
fissionais e sociedade civil, em espe-
cial, conselheiros; Estados, Distrito Federal e municípios.
• Possibilidade de maior acesso à ali-
mentação adequada pelos titulares COMO PARTICIPAR
desse direito;
• Promoção da cidadania, dignidade, A adesão ao Sisan é voluntária e foi regu-
saúde e qualidade de vida de seus ci- lamentada pelo Decreto Nº 7.272/2010,
dadãos, resultando em economia na art. 11, § 2º, que estabelece os seguintes
saúde. requisitos mínimos para a adesão:

79
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

iii. Compromisso de elaboração do pla-


no estadual, distrital ou municipal
de segurança alimentar e nutricio-
nal, no prazo de um ano, a partir da
assinatura do termo de adesão, ob-
servado o disposto no art. 20 do De-
creto Nº 7.272/2010.

Os municípios interessados em aderir


ao Sisan devem entrar em contato com a
Câmara Intersetorial de Segurança Ali-
mentar e Nutricional (Caisan) ou com o
Conselho de Segurança Alimentar e Nu-
tricional (Consea) de seu estado.
Observação: todos os Estados e o
Distrito Federal já aderiram ao Sisan;
as orientações acima cabem, portanto,
ao interesse de adesão por parte dos mu-
nicípios.

LEGISLAÇÃO

1. Lei 11.346, de 15 de setembro de 2006 –


Cria o Sistema Nacional de Segurança
Arquivo MDSA Alimentar e Nutricional (Sisan) para
assegurar o direito humano à alimenta-
i. Instituição do Conselho estadual, ção adequada e dá outras providências.
distrital ou municipal de seguran- 2. Decreto 6.272, de 23 de novembro de
ça alimentar e nutricional (Consea), 2007 - Dispõe sobre as competências,
composto por dois terços de represen- a composição e o funcionamento do
tantes da sociedade civil e um terço Conselho Nacional de Segurança Ali-
de representantes governamentais. mentar e Nutricional (Consea)
O Consea deve ser presidido por um 3. Decreto 6.273, de 23 de novembro de
representante da sociedade civil local; 2007 - Cria, no âmbito do Sistema Na-
ii. Instituição da Câmara ou instância cional de Segurança Alimentar e Nu-
governamental de gestão interseto- tricional (Sisan), a Câmara Intermi-
rial de segurança alimentar e nutri- nisterial de Segurança Alimentar e
cional (Caisan); Nutricional (Caisan).

80
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

4. Decreto 7.272, de 25 de agosto de 2010 ques públicos de alimentos e para a for-


– Regulamenta a Lei 11.346, de 15 de mação de estoques pelas organizações
setembro de 2006, que cria o Sistema da agricultura familiar.
Nacional de Segurança Alimentar e O PAA é executado por meio de
Nutricional (Sisan) para assegurar o seis modalidades: Compra com Doa-
Direito Humano à Alimentação Ade- ção Simultânea; Compra Direta; Apoio
quada, institui a Política Nacional de à Formação de Estoques; Incentivo à
Segurança Alimentar e Nutricional, e Produção e ao Consumo de Leite (PAA
dá outras providências. Leite); Compra Institucional; e Aquisi-
ção de Sementes.

PROGRAMA DE
AQUISIÇÃO DE MODALIDADE COMPRA
ALIMENTOS (PAA) COM DOAÇÃO SIMULTÂNEA

O QUE É O QUE É

É um programa de compras do Governo Nesta modalidade, os alimentos adquiri-


Federal que possui duas finalidades bási- dos de agricultores familiares (conforme
cas: promover o acesso à alimentação e definido na Lei nº 11.326/2006), que
incentivar a agricultura familiar. Com podem fornecer para o programa de
isso, o programa contribui para a orga- forma individual ou por meio de coo-
nização produtiva e econômica no meio perativas ou associações, são doados
rural, o combate à pobreza extrema, o às entidades da rede socioassistencial
desenvolvimento local e a segurança ali- (tais como: Centros de Referência de
mentar e nutricional. Assistência Social (Cras), Centros de
Para o alcance desses objetivos, o Referência Especializado em Assistên-
Programa de Aquisição de Alimentos cia Social (Creas), Centros de Referência
(PAA) compra produtos da agricultura Especializado para População em Situa-
familiar – sendo dispensada a licitação ção de Rua (Centros POP), equipamentos
– e os destina às pessoas em situação de que ofertem o serviço de acolhimento
insegurança alimentar e nutricional e e entidades de assistência social, aos
àquelas atendidas por entidades da rede equipamentos públicos de segurança
socioassistencial, pelos equipamentos alimentar e nutricional (restaurantes
públicos de segurança alimentar e nu- populares, cozinhas comunitárias e
tricional e pela rede pública e filantró- bancos de alimentos) e, em condições
pica de ensino. O programa também específicas definidas pela norma vigen-
contribui para a constituição de esto-

81
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

te do PAA, à rede pública e filantrópica agrária, silvicultores, aquicultores, extra-


de ensino. tivistas, pescadores artesanais, indígenas
e integrantes de comunidades remanes-
IMPORTÂNCIA centes de quilombos rurais e de demais
povos e comunidades tradicionais, que
O PAA, por meio da modalidade Compra atendam aos requisitos previstos na Lei
com Doação Simultânea, atua em duas nº 11.326/2006, e que possuam a Decla-
frentes: ao comprar o alimento direta- ração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Devem
mente do pequeno agricultor, valoriza ser priorizados os beneficiários forne-
e estimula a atividade da agricultura cedores inscritos no Cadastro Único para
familiar, fortalecendo esse segmento, e Programas Sociais do Governo Federal,
incentiva a organização desses trabalha- beneficiários do Programa Bolsa Famí-
dores em cooperativas ou associações. lia, mulheres, produtores de alimentos
Ao destinar esses alimentos aos bene- orgânicos ou agroecológicos, indígenas,
ficiários consumidores, o programa con- quilombolas, assentados da reforma
tribui para o abastecimento das entidades, agrária e demais povos e comunidades
possibilitando a aquisição de alimentos tradicionais.
in natura ou processados da produção fa- Beneficiários Consumidores: pes-
miliar local, enriquecendo os cardápios soas em situação de insegurança ali-
oferecidos por essas instituições. mentar e nutricional, por meio da rede
socioassistencial, dos equipamentos
OBJETIVO públicos de segurança alimentar e nu-
tricional e da rede pública e filantrópi-
Estimular a produção da agricultura ca de ensino.
familiar, apoiando a comercialização
por meio da aquisição de alimentos para COMO PARTICIPAR
doação às famílias em situação de insegu-
rança alimentar e nutricional, atendidas A modalidade é executada com recursos
por entidades socioassistenciais, e abas- do MDSA, que pode utilizar dois tipos de
tecendo equipamentos públicos de instrumentos para sua implementação:
alimentação e nutrição – restaurantes
populares, cozinhas comunitárias e ban- • Celebração de Termos de Adesão com
cos de alimentos. Estados, Distrito Federal e municípios; e
• Formalização de Termo de Coopera-
QUEM PODE PARTICIPAR ção com a Conab.

Beneficiários Fornecedores: agriculto- Para participar do PAA via termo de


res familiares, assentados da reforma adesão, o Estado ou o município devem

82
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

aguardar prazo de abertura para novas


adesões ao programa. As oportunidades
de adesão podem ser acompanhadas pelo
site do MDSA (www.mds.gov.br). Assim
que o prazo de abertura for divulgado no
site do MDSA, o Estado ou o município
devem manifestar formalmente o seu in-
teresse em aderir ao programa. A partir
da adesão, os entes federativos passam a
ser Unidades Executoras e firmam Planos
Operacionais com o MDSA. Esses planos
estabelecem metas e definem recursos a
serem alocados anualmente. Toda a exe-
cução do PAA é registrada em sistema
próprio para gestão do Programa, o SIS-
PAA. No Termo de Adesão, as operações
de compras e destinação dos alimentos
são feitas pelas Unidades Executoras e
o pagamento é feito pelo MDSA, direta-
mente ao agricultor familiar, que o
recebe por meio de um cartão bancá-
rio próprio. A relação dos documentos
necessários para a adesão dos entes ao
PAA, bem como o manual de execução
do programa via termo de adesão, estão Arquivo MDSA

disponíveis no site do MDSA.


Para participar da modalidade via
Conab, os agricultores familiares devem Rural (CPR-Doação) e passa a forne-
estar organizados em cooperativas ou as- cer alimentos diretamente às entidades
sociações. Essas organizações precisam beneficiárias, conforme definido na pro-
encaminhar Proposta de Participação à posta. Após a confirmação da entrega
Conab. A Proposta de Participação apre- dos produtos, a Conab disponibiliza
senta a relação de agricultores envolvi- os recursos pactuados na conta da or-
dos, os produtos a serem fornecidos e as ganização, que realiza o pagamento aos
respectivas quantidades e as entidades agricultores. Os recursos utilizados na
a serem atendidas. Aprovada a Propos- operacionalização são originários do
ta de Participação pela Conab, a orga- MDSA. O detalhamento da operaciona-
nização emite uma Cédula de Produto lização da modalidade pela Conab pode

83
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

ser acessado em http://www.conab.gov.


br/conabweb/moc.php, título 30 do Ma-
nual de Operações da Conab.

LEGISLAÇÃO

• Lei nº 10.696, de 2 de julho de 2003;


• Lei nº 12.512, de 14 de outubro de
2011;
• Decreto nº 7.775, de 4 de julho de
2012.
Arquivo MDSA
O programa é regrado ainda por um con-
junto de resoluções definidas pelo Grupo
Gestor, e, em determinadas situações, possibilita novas oportunidades de mer-
por portarias ministeriais, que podem cado para os agricultores familiares.
ser acessadas pelo site do MDSA. Já os órgãos governamentais utilizam
seu poder de compra para promover
a economia local, contribuindo com a
MODALIDADE COMPRA inclusão social e produtiva dos agricul-
INSTITUCIONAL tores familiares. Além disso, eles têm
os processos de aquisição de alimentos
O QUE É facilitados e promovem a Política de
Segurança Alimentar e Nutricional de
Possibilita que os Estados, municípios e forma adequada à demanda nutricional
órgãos federais da administração públi- de seus públicos (crianças, estudantes,
ca direta e indireta comprem alimentos idosos e pessoas em tratamento hospi-
da agricultura familiar por meio de talar, carcerário).
chamadas públicas, com seus próprios Por sua vez, os consumidores rece-
recursos financeiros, e sem necessida- bem uma alimentação saudável, mais
de de licitação. adequada às suas necessidades, com ali-
mentos frescos e diversificados.
IMPORTÂNCIA
OBJETIVO
A modalidade favorece a aproximação
entre os empreendimentos da agricul- As Compras Institucionais promovem a
tura familiar que fornecem alimentos e aquisição de alimentos produzidos pela
os órgãos públicos compradores, o que agricultura familiar e uma alimentação

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MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

mais saudável, uma vez que a oferta dos familiar ou por meio do Portal de Compras
alimentos está mais perto dos consu- da Agricultura Familiar - www.comprasa-
midores. Isso permite que os produtos griculturafamiliar.gov.br. As organizações
sejam frescos, diversificados, de qualida- da agricultura familiar devem elaborar as
de e adequados ao hábito alimentar local, propostas de venda de acordo com os cri-
respeitando também as tradições cultu- térios da chamada pública.
rais da população da região. O comprador habilita as propostas
que contenham todos os documentos
QUEM PODE PARTICIPAR exigidos no edital de chamada pública
e com preços de venda compatíveis com
Podem fornecer para o programa os o mercado local, regional ou nacional.
agricultores e agricultoras familiares, O comprador e o fornecedor assinam
assentados da reforma agrária, silvi- o contrato que estabelece o cronograma
cultores, aquicultores, extrativistas, e os locais de entrega dos produtos, a
pescadores artesanais, comunidades data de pagamento aos agricultores fa-
indígenas, comunidades quilombolas e miliares e todas as cláusulas de compra
demais povos e comunidades tradicio- e venda.
nais que possuam Declaração de Aptidão A entrega dos produtos deve atender
ao Pronaf (DAP). As cooperativas e outras ao cronograma previsto e os pagamentos
organizações que possuam DAP Jurídica serão realizados diretamente aos agricul-
também podem vender nesta modali- tores ou suas organizações.
dade, desde que respeitado o limite por
unidade familiar. LEGISLAÇÃO
Podem comprar pela modalidade
Compra Intitucional os órgãos públicos • Lei nº 10.696, de 2 de julho 2003 – art.
que fornecem refeições, como hospitais, 19: cria o Programa de Aquisição de
quartéis, presídios, restaurantes univer- Alimentos (PAA);
sitários, refeitórios de creches e escolas • Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006 -
filantrópicas, entre outros. estabelece as diretrizes para a formu-
lação da Política Nacional da Agricul-
COMO PARTICIPAR tura Familiar e Empreendimentos
Familiares Rurais;
Após definir a demanda de alimentos e • Lei nº 12.512, de 14 de outubro de
verificar as possibilidades de oferta da 2011, art. 17 - autoriza a aquisição de
agricultura familiar na região, o órgão produtos dos beneficiários fornecedo-
comprador deve elaborar edital de cha- res, por meio de dispensa de licitação;
mada pública e divulgá-lo em local de • Decreto nº 7.775, de 4 de julho de
fácil acesso às organizações da agricultura 2012, art. 17, 18 e 21 regulamenta os

85
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

normativos e estabelece as formas de titucional, do Programa de Aquisição


execução do PAA; de Alimentos (PAA).
• Resolução GGPAA nº 50, de 26 de se-
tembro de 2012, com as alterações
posteriormente introduzidas pela Re- MODALIDADE COMPRA
solução GGPAA nº 56, de 14 de feverei- DIRETA
ro de 2013, que dispõe sobre a sistemá-
tica de funcionamento da modalidade O QUE É
de execução Compra Institucional, no
âmbito do PAA; Permite a aquisição de determinados
• Resolução GGPAA nº 64, de 20 de no- produtos da agricultura familiar, como
vembro de 2013, que dispõe sobre a arroz, feijão, milho, trigo, sorgo, fari-
sistemática de funcionamento da mo- nha de mandioca, farinha de trigo, leite
dalidade de execução Compra Insti- em pó integral, castanha de caju e cas-
tucional, no âmbito do Programa de tanha-do-brasil, a preços de referência
Aquisição de Alimentos da Agricultu- definidos pelo Grupo Gestor do PAA,
ra Familiar (PAA); com o objetivo de regular os preços de
• Resolução GGPAA nº 73, de 26 de ou- mercado. A Compra Direta é executada
tubro de 2015, que altera os limites com recursos do MDSA e operacionali-
anuais, por órgão comprador, por uni- zada por meio da Conab.
dade familiar e por organização for-
necedora; IMPORTÂNCIA
• Decreto nº 8.473, de 22 de junho de
2015, que estabelece no âmbito da Os alimentos adquiridos por meio
Administração Pública federal, o per- desta modalidade são destinados ao
centual mínimo de 30% destinado à público beneficiário do PAA, ou seja,
aquisição de gêneros alimentícios de pessoas em situação de inseguran-
agricultores familiares e suas orga- ça alimentar e nutricional e aquelas
nizações, a partir de 1º de janeiro de atendidas pela rede socioassistencial,
2016; pelos equipamentos públicos de segu-
• Resolução CIT nº 1, de 14 de março de rança alimentar e nutricional e pela
2016 – que dispõem sobre pactuar a rede pública e filantrópica de ensino,
priorização pelos gestores de Assistên- ou podem ser utilizados para compor
cia Social dos Estados, Distrito Federal as cestas de alimentos distribuídas a
e Municípios, na aquisição de gêneros grupos populacionais específicos em
alimentícios da agricultura familiar, situação de vulnerabilidade e/ou de
por meio da modalidade Compra Ins- insegurança alimentar e nutricional.

86
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

OBJETIVO documentos está disponível no Manu-


al de Operações da Conab – MOC, no
A modalidade Compra Direta da título 27, que pode ser acessado no site
Agricultura Familiar permite a compra da CONAB, em http://www.conab.gov.
de produtos da agricultura familiar br/conabweb/moc.php, ou no próprio
com a finalidade de regular os preços de site do MDS: www.mds.gov.br.A Conab
mercado. analisa a documentação e providencia a
classificação do produto. Se tudo esti-
QUEM PODE PARTICIPAR ver em conformidade com as exigências,
emite nota fiscal de aquisição.
Agricultores familiares, assentados da
reforma agrária, silvicultores, aquiculto-
res, extrativistas, pescadores artesanais, MODALIDADE AQUISIÇÃO DE
indígenas e integrantes de comunida- SEMENTES
des remanescentes de quilombos rurais
e de demais povos e comunidades tra- O QUE É
dicionais, que atendam aos requisitos
previstos na Lei nº 11.326/2006, e que A modalidade permite que a Conab
possuam a Declaração de Aptidão ao Pro- compre sementes de organizações da agri-
naf (DAP). Os participantes deverão estar cultura familiar detentoras da Declaração
organizados, preferencialmente, em gru- de Aptidão ao Pronaf (DAP Jurídica), para
pos formais (cooperativas e associações) destinação a agricultores familiares, con-
ou informais. forme demanda de órgãos parceiros1.

COMO PARTICIPAR

Quando o preço de mercado de algum 1 Secretaria Especial de Agricultura Familiar


dos produtos amparados pela Modali- e do Desenvolvimento Agrário, inclusive as
Delegacias Federais do Desenvolvimento
dade está abaixo do seu preço de refe-
Agrário; Instituto Nacional de Colonização
rência, a Conab divulga amplamente e Reforma Agrária (Incra), inclusive as Suas
na região afetada que instalará um Polo Superintendências Regionais; Fundação
de Compra (que pode ser uma Unida- Nacional do Índio (Funai), inclusive nas co-
de Armazenadora própria ou creden- ordenações regionais da Funai; Fundação
ciada, depósito ou outro local indicado Cultural Palmares (FCP); Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade
pela Conab), para onde os agricultores
(ICMBIO); e Estados, por meio de Suas
familiares interessados devem se des- Secretarias Estaduais de Agricultura ou
locar, de posse de seus produtos e da afins e de Suas entidades públicas de
documentação exigida. A lista desses Assistência Técnica e Extensão Rural.

87
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

possuam DAP Jurídica (Declaração de


Aptidão ao Pronaf). As sementes adqui-
ridas pelo PAA devem cumprir as normas
vigentes de certificação ou cadastro da
cultivar. Podem ser adquiridas sementes
convencionais ou locais, tradicionais ou
crioulas. É vedada a aquisição de semen-
tes geneticamente modificadas por meio
desta modalidade.
Podem receber as sementes os agricul-
tores familiares que tenham DAP (Declara-
ção de Aptidão ao Pronaf). São priorizadas
as famílias de agricultores familiares ins-
critos no Cadastro Único, mulheres, as-
sentados, povos indígenas, quilombolas e
demais povos e comunidades tradicionais.

COMO PARTICIPAR

A demanda por sementes pode ser


oriunda de ações próprias dos órgãos
parceiros, ou gerada por ações de orga-
nizações/movimentos sociais/entidades
da agricultura familiar que desenvolvam
Arquivo MDSA ações de fortalecimento da segurança ali-
mentar dos beneficiários consumidores.
As organizações/movimentos sociais/en-
OBJETIVO tidades devem solicitar formalmente as
sementes a um dos Órgãos Demandantes
A modalidade tem o objetivo de garan- que, se de acordo, reunirá as demandas e
tir segurança alimentar e nutricional enviará à Conab por meio de um “Plano
para as famílias e possibilitar a geração de Distribuição”, disponível no site da
de renda para os agricultores familiares. Conab (http://www.conab.gov.br/cona-
bweb/moc.php, Manual de Operações da
QUEM PODE PARTICIPAR Conab nº 86) ou no site do MDSA.
A Conab fica responsável por avaliar
Podem fornecer sementes para o PAA as o plano e fazer a aquisição das sementes.
organizações da agricultura familiar que Os processos de aquisição pela Conab po-

88
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

derão ser feitos diretamente com as or- liar e do Desenvolvimento Agrário (antigo
ganizações da agricultura familiar – até MDA) repassa recursos financeiros para a
R$ 500 mil – ou por meio de chamada Conab, que é a responsável pela operacio-
pública – para contratos a partir de R$ nalização. O MDSA não aporta recursos
500 mil. Cada organização poderá for- para esta modalidade.
necer até R$ 6 milhões por ano ao PAA Ao identificar a possibilidade de for-
Sementes, sendo que o limite por agri- mação de estoque de determinado pro-
cultor será de R$ 16 mil anuais. duto, a organização de agricultores deve
Após o atendimento da solicitação, os procurar a Superintendência Regional da
órgãos parceiros distribuem as sementes Conab no seu estado.
para o público determinado no Plano de
Distribuição e apresentam a prestação COMO PARTICIPAR
de contas para a Conab.
As superintendências possuem um mode-
LEGISLAÇÃO lo de proposta de participação, que a
organização deve preencher. A proposta
Decreto nº 8.293/2014 e regulamentada deve conter a especificação do produto,
pela Resolução do GGPAA nº 68/2014. sua quantidade, o preço proposto, o prazo
necessário para a formação do estoque
e os agricultores a serem beneficiados.
MODALIDADE APOIO À Além da proposta, outros documentos
FORMAÇÃO DE ESTOQUES devem ser apresentados. A lista desses
documentos está disponível no Manu-
O QUE É al de Operações da Conab – MOC, no
título 33, que pode ser acessado no site
Esta modalidade tem como objetivo da Conab, em http://www.conab.gov.br/
apoiar financeiramente as organiza- conabweb/moc.php, ou no próprio site do
ções a formar estoques de produtos da MDSA: www.mds.gov.br
agricultura familiar (alimentos e semen- Com a aprovação da proposta, a orga-
tes). Posteriormente, esses produtos são nização emite a Cédula de Produto Rural
comercializados pela organização de (CPR-Estoque) e a Conab disponibiliza o
agricultores para devolução dos recur- recurso para que a organização compre
sos financeiros ao poder público. a produção dos seus agricultores familia-
res e os mantenha em estoque próprio.
COMO FUNCIONA A CPR-Estoque tem prazo de venci-
mento de 12 meses, devendo ser quita-
Para a execução dessa modalidade, a da pela organização ao final desse prazo.
Secretaria Especial de Agricultura Fami- O pagamento da CPR é feito financeira-

89
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

mente, ou seja, a organização deve ven- municípios localizados no norte e no


der o alimento no mercado convencional nordeste de Minas Gerais, e os distribui
e devolver ao poder público o recurso que gratuitamente a famílias que estejam
lhe foi repassado pela Conab, acrescido de em situação de vulnerabilidade social,
encargos de 3% (três por cento) ao ano. a entidades da rede socioassistencial e a
equipamentos de alimentação e nutrição
QUEM PODE PARTICIPAR (como restaurantes populares, cozinhas
comunitárias e unidades da rede públi-
Agricultores familiares, assentados da ca de ensino). O leite de vaca e de cabra
reforma agrária, silvicultores, aquiculto- devem ser de produção própria dos agri-
res, extrativistas, pescadores artesanais, cultores familiares e devem cumprir os
indígenas e integrantes de comunidades requisitos de controle de qualidade dis-
remanescentes de quilombos rurais e de postos nas normas vigentes.
demais povos e comunidades tradicionais,
que atendam aos requisitos previstos IMPORTÂNCIA
na Lei nº 11.326/2006, e que possuam a
Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Os Além de contribuir, como complemen-
participantes deverão estar organizados, tação, para o abastecimento alimentar
preferencialmente, em grupos formais de famílias em situação de vulnerabili-
(cooperativas e associações) ou informais. dade social, o PAA Leite gera trabalho
O limite financeiro de participação e renda aos pequenos agricultores fa-
individual é de R$ 8.000,00 por ano, já miliares, proporcionando o ingresso de
o limite de participação por organiza- mais recursos na comunidade e dinami-
ção (cooperativas e associações) é de R$ zando a região onde o programa atua.
1.500.000,00 por ano, sendo a primeira Esses benefícios criam desenvolvimento
operação limitada a R$ 300.000,00. e estimulam a organização dos agricul-
tores em cooperativas, com melhores
condições de comercialização e possibi-
MODALIDADE DE INCENTIVO lidade de acesso a novos mercados.
À PRODUÇÃO E AO CONSUMO
DO LEITE (PAA LEITE) OBJETIVO

O QUE É Propiciar o consumo do leite às famílias


que se encontram em estado de insegu-
Conhecida também como PAA Leite, a rança alimentar e nutricional; integrar
modalidade adquire leite de vaca e de o leite aos demais circuitos de abasteci-
cabra de agricultores familiares, dos Es- mento do PAA, por meio do atendimen-
tados da região Nordeste e também de to a entidades da rede socioassistencial,

90
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

equipamentos de alimentação e nutrição


e unidades da rede pública de ensino; e
incentivar a produção familiar de leite.

QUEM PODE PARTICIPAR

Beneficiários fornecedores: agriculto-


res familiares, assentados da reforma
agrária ou pertencentes a povos e comu-
nidades tradicionais, conforme Lei nº
11.326/2006, que detenham a DAP física,
bem como suas cooperativas ou organiza-
ções que detenham a DAP jurídica, e que
realizem a vacinação do rebanho, con-
forme legislação pertinente. Deverão
ser priorizados agricultores familiares
inscritos no Cadastro Único, mulheres,
produtores orgânicos ou agroecológi-
cos, povos e comunidades tradicionais e
assentados da reforma agrária. Cada pro-
dutor possui um limite de venda de 100
litros por dia para o Programa.
Beneficiários consumidores: podem
receber o leite na modalidade: famílias
inscritas no Cadastro Único para Pro- Arquivo MDSA

gramas Sociais do Governo Federal, com


prioridade para famílias com o perfil do
Bolsa Família; e indivíduos atendidos Gerais. Os Estados devem contratar or-
por entidades da rede socioassistencial, ganizações da agricultura familiar e/ou
equipamentos de alimentação e nutrição, laticínios, que são responsáveis por re-
e entidades da rede pública de ensino, cepcionar, coletar, pasteurizar, embalar
saúde e justiça. e transportar o leite para os pontos de
distribuição em locais pré-definidos e/
COMO PARTICIPAR ou diretamente às unidades recebedo-
ras (entidades da rede socioassistencial,
A modalidade é executada por meio de equipamentos de alimentação e nutrição,
convênios firmados diretamente com os como restaurantes populares, cozinhas
Estados da região Nordeste e com Minas comunitárias e unidades da rede públi-

91
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

apoio institucional e fortalecer o contro-


le social em cada localidade.

LEGISLAÇÃO

• Lei nº. 10.696, de 2 de julho de 2003;


• Lei nº 12.512, de 14 de outubro de
2011, art. 17 - autoriza a aquisição de
produtos dos beneficiários fornecedo-
res, por meio de dispensa de licitação;
• Decreto nº 7.775, de 4 de julho de 2012,
art. 17, 18 e 21 regulamenta os norma-
tivos e estabelece as formas de execu-
ção do PAA;
• Resolução no 74, de 23/11/2015. Esta-
belece as normas que regem a modali-
dade Incentivo à Produção e ao Consu-
mo de Leite (PAA Leite), do PAA.

PROGRAMA BANCOS
DE ALIMENTOS
O QUE É
Arquivo MDSA
Os Bancos de Alimentos são estruturas
físicas e/ou logísticas capazes de captar
ca de ensino). No caso da execução por alimentos doados, que seriam desperdi-
meio das organizações, essas poderão çados, e destiná-los às instituições que
realizar a pasteurização do leite de seus atendem um público permanente, prefe-
cooperados diretamente ou por meio de rencialmente em situação de alta vulne-
contrato com laticínios. Para operacio- rabilidade social.
nalização do PAA Leite, cada Estado es-
tabelece parcerias com os municípios, o IMPORTÂNCIA
que é fundamental para delinear a logís-
tica de distribuição do leite, incluir - de Os Bancos de Alimentos exercem papel
acordo com os critérios do programa - importante na articulação interseto-
os beneficiários consumidores, garantir rial das ações de Segurança Alimentar

92
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

e Nutricional nos territórios urbanos habitantes, para as regiões Centro-O-


apoiando o abastecimento alimentar este, Norte e Nordeste. Seu público be-
local por meio da integração com outros neficiário é formado por entidades de
programas como, por exemplo, o Pro- assistência social.
grama de Aquisição de Alimentos (PAA)
e o Programa Nacional de Alimentação COMO PARTICIPAR
Escolar (Pnae).
Como integrante da estrutura opera- O MDSA apoia projetos de implantação e
cional do Sistema Nacional de Segurança a modernização de Bancos de Alimentos
Alimentar e Nutricional (Sisan), os Ban- por meio de editais públicos de seleção.
cos de Alimentos integram o conjunto de São itens financiáveis: a elaboração de
conjunto de equipamentos públicos de projetos de construção, reforma e adap-
segurança alimentar e nutricional, que tação de instalações prediais, aquisição
têm como princípio norteador a promo- de equipamentos, materiais permanen-
ção do Direito Humano à Alimentação tes e materiais de consumo novos. As
Adequada. prefeituras e governos estaduais interes-
sados devem inscrever-se no processo
OBJETIVOS de seleção, respeitando-se os critérios
estabelecidos pelo edital, cadastrando
Os Bancos de Alimentos identificam po- sua proposta de trabalho no SICONV e
tenciais doadores e recolhem os alimen- atendendo aos critérios técnicos estabe-
tos que por eles seriam desperdiçados; lecidos e apresentados para elaboração
processam, armazenam e/ou distribuem de projeto, conforme o Manual de
os alimentos que serão doados; identifi- Implantação do Programa e documentos
cam também as instituições beneficiárias disponíveis no portal do MDSA: www.
que receberão os alimentos doados e as mds.gov.br/
capacitam para esse fim; e operacionali- Após a implantação das unidades, os
zam a modalidade Compra com Doação governos municipais e estaduais devem
Simultânea do PAA. estruturar equipe técnica específica para
o planejamento e acompanhamento das
QUEM PODE PARTICIPAR ações desenvolvidas no Equipamento e
assumirem a responsabilidade pela ges-
Os Bancos de Alimentos são direcio- tão e manutenção dos serviços, podendo,
nados a municípios que possuam uma para isso, firmar parcerias com organi-
ampla rede de abastecimento e apre- zações comunitárias e entidades sociais
sentem população igual ou superior a: ligadas a programas de geração de tra-
150 mil habitantes, para municípios balho e renda.
das regiões Sul e Sudeste; ou 100 mil

93
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

LEGISLAÇÃO mento, armazenamento, depósito ou


venda de alimentos, bem como todos
Não há uma legislação específica do pro- os demais de interesse da saúde públi-
grama, mas diretrizes estão baseadas nas ca municipal.
seguintes normas e resoluções: • Portaria CVS-15, de 7/11/91 - Norma-
tizar e padronizar o transporte de ali-
• RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002 mentos para consumo humano. Vigi-
(ANVISA), dispõe sobre o Regula- men- lância Sanitária Estadual.
to Técnico de Procedimentos Opera-
cionais Padronizados aplicados aos
Estabelecimentos Produtores/Indus- UNIDADE DE
trializadores de Alimentos e a Lista de DISTRIBUIÇÃO DA
Verificação das Boas Práticas de Fabri-
AGRICULTURA
cação em Estabelecimentos Produto-
res/Industrializadores de Alimentos; FAMILIAR (UDAF)
• Portaria nº 326 - SVS / MS, de 30 de O QUE SÃO
julho de 1997 (Secretaria de Vigilân-
cia Sanitária), estabelece os requisi- Estruturas públicas de apoio à agri-
tos gerais (essenciais) de higiene e de cultura familiar para recebimento e
boas práticas para alimentos produ- distribuição de alimentos, adquiridos
zidos/fabricados para o consumo hu- por meio de compras públicas da agri-
mano; cultura familiar (PAA e Pnae) destinados
• Portaria nº 1.428 - SVC/MS, de 26 ao abastecimento local.
de novembro de 1993,dispõe sobre
o Regulamento Técnico para Inspe- IMPORTÂNCIA
ção Sanitária de Alimentos, as Dire-
trizes para o Estabelecimento de Boas A Udaf tem o papel de qualificar a entrega
Práticas de Produção e de Prestação dos alimentos adquiridos da agricultura
de Serviços na Área de Alimentos e o familiar que abastecem a rede socioas-
Regulamento Técnico para o Estabe- sistencial e os equipamentos públicos
lecimento de Padrão de Identidade e locais, principalmente aqueles adquiri-
Qualidade (PIQ´s) para Serviços e Pro- dos por meio do Programa de Aquisição
dutos na Área de Alimentos; de Alimentos (PAA).
• Código Sanitário Nacional - Parte V, Ação tem como foco aprimorar a
dispõe sobre normas gerais para es- operacionalização do PAA no que se re-
tabelecimentos ou locais destinados à fere à entrega e distribuição dos alimen-
produção, fabricação, preparo, benefi- tos adquiridos da agricultura familiar e
ciamento, manipulação, acondiciona- doados para a rede socioassistencial e

94
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

equipamentos públicos, em sua maio- financiáveis: a elaboração de proje-


ria in natura, como verduras e frutas. tos de construção, reforma e adaptação
Para isto, destina recursos federais de instalações prediais, aquisição de
para a compra de veículos e equipamen- equipamentos, materiais permanen-
tos que proporcionam a qualificação tes e materiais de consumo novos. As
deste processo. prefeituras e governos estaduais interes-
sados devem inscrever-se no processo de
OBJETIVOS seleção, respeitando-se os critérios esta-
belecidos pelo edital, cadastrando sua
• Apoiar a distribuição e a comerciali- proposta de trabalho no Siconv e aten-
zação, fortalecendo a organização de dendo aos critérios técnicos estabelecidos
circuitos locais de produção, abasteci- e apresentados para elaboração de proje-
mento e consumo; to, conforme o Manual de Implantação
• Fortalecer compras institucionais de do Programa e documentos disponíveis
alimentos promovidas pelo PAA e pelo no portal do MDSA (www.mds.gov.br).
Pnae; Após a implantação das unidades, os
• Apoiar a organização da logística e o governos municipais e estaduais devem
sistema alimentar local de modo a fa- estruturar equipe técnica específica para
cilitar e qualificar o abastecimento de o planejamento e acompanhamento das
alimentos. ações desenvolvidas no equipamento e
assumirem a responsabilidade pela ges-
QUEM PODE PARTICIPAR tão e manutenção dos serviços, podendo,
para isso, firmar parcerias com organi-
As Unidades de Distribuição da Agricul- zações comunitárias e entidades sociais
tura Familiar são estruturas públicas di- ligadas a programas de geração de tra-
recionadas a municípios que já operam balho e renda.
regularmente o PAA e que tenham feito
a adesão ao Sisan. Esses pontos têm o LEGISLAÇÃO
papel de qualificar a entrega dos alimen-
tos adquiridos da agricultura familiar Não há uma legislação específica do
que abastecem a rede socioassistencial programa, mas suas diretrizes estão
e os equipamentos públicos locais. baseadas nas seguintes normas e reso-
luções:
COMO PARTICIPAR
• RDC nº 216, de 15 de setembro de
O MDSA apoia projetos de implanta- 2004 (ANVISA), dispõe sobre Regula-
ção e modernização de Udafs por meio mento Técnico de Boas Práticas para
de editais públicos de seleção. São itens Serviços de Alimentação;

95
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

• RDC nº 275, de 21 de outubro de mentos para consumo humano. Vigi-


2002 (ANVISA), dispõe sobre o Regu- lância Sanitária Estadual.
lamento Técnico de Procedimentos • Portaria CVS-15, de 7/11/91 - Norma-
Operacionais Padronizados aplica- tizar e padronizar o transporte de ali-
dos aos Estabelecimentos Produto- mentos para consumo humano. Vigi-
res/Industrializadores de Alimen- lância Sanitária Estadual.
tos e a Lista de Verificação das Boas
Práticas de Fabricação em Estabele-
cimentos Produtores/Industrializa- EDUCAÇÃO ALIMENTAR E
dores de Alimentos; NUTRICIONAL
• Portaria nº 326 - SVS / MS, de 30 de
julho de 1997 (Secretaria de Vigilân- O QUE É
cia Sanitária), estabelece os requisitos
gerais (essenciais) de higiene e de boas Educação Alimentar e Nutricional
práticas para alimentos produzidos/ (EAN), no contexto da realização do Di-
fabricados para o consumo humano; reito Humano à Alimentação Adequada
• Portaria nº 1.428 - SVC/MS, de 26 e da garantia da segurança alimentar e
de novembro de 1993, dispõe sobre nutricional, é um campo de conhecimen-
o Regulamento Técnico para Inspe- to e de prática contínua e permanente,
ção Sanitária de Alimentos, as Dire- transdisciplinar, intersetorial e multi-
trizes para o Estabelecimento de Boas profissional que visa promover a prática
Práticas de Produção e de Prestação autônoma e voluntária de hábitos ali-
de Serviços na Área de Alimentos e o mentares saudáveis. A prática da EAN
Regulamento Técnico para o Estabe- deve fazer uso de abordagens e recursos
lecimento de Padrão de Identidade e educacionais problematizadores e ativos
Qualidade (PIQ´s) para Serviços e Pro- que favoreçam o diálogo junto a indiví-
dutos na Área de Alimentos; duos e grupos populacionais, conside-
• Código Sanitário Nacional - Parte V, rando todas as fases do curso da vida,
dispõe sobre normas gerais para esta- etapas do sistema alimentar e as intera-
belecimentos ou locais destinados à ções e significados que compõem o com-
produção, fabricação, preparo, bene- portamento alimentar.
ficiamento, manipulação, acondicio- Suas ações buscam promover estra-
namento, armazenamento, depósito tégias educativas que levem a práticas
ou venda de alimentos, bem como to- alimentares mais adequadas, contri-
dos os demais de interesse da Saúde buindo para que as pessoas possam
Pública Municipal. selecionar e consumir alimentos sau-
• Portaria CVS-15, de 7/11/91 - Norma- dáveis e nutritivos, valorizando a di-
tizar e padronizar o transporte de ali- versidade dos produtos regionais e o

96
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

aproveitamento integral dos alimentos,


reduzindo desperdícios.
Nessa perspectiva, as práticas de EAN
trazem uma abordagem de alimentação
adequada e saudável vinculada ao prazer
cotidiano do ato de comer, de modo a es-
timular a autonomia do indivíduo e a mo-
bilização social, valorizar e respeitar as
especificidades culturais e regionais dos
diferentes grupos sociais e etnias, bem
como contemplar os diferentes ciclos da
vida, na perspectiva da Segurança Ali-
mentar e Nutricional e da garantia do Di-
reito Humano à Alimentação Adequada.
Entre as principais ações promovidas
estão o apoio à atuação de profissionais
e gestores em agendas intersetoriais; o
Projeto Ideias na Mesa, primeira rede
virtual de experiências em Educação
Alimentar e Nutricional do Brasil, com
o objetivo de apoiar, difundir e estimu-
lar a prática da EAN em todo o país; o
Movimento Comer Pra Quê, com foco
na mobilização social de jovens pela ali-
mentação saudável e sustentável; e (iv) o Arquivo MDSA

Pacto pela Alimentação Saudável: insti-


tuído pelo Decreto No. 8.553, de 03 de
Novembro de 2015, com objetivo de am- firmarem compromissos referentes: à pro-
pliar as condições de oferta, disponibili- dução de alimentos saudáveis; à ampliação
dade e consumo de alimentos saudáveis do acesso regular e permanente a alimen-
pela população brasileira, na perspectiva tos saudáveis e sustentáveis; e ao estímulo
do Direito Humano à Alimentação Ade- ao consumo de alimentos in natura e mi-
quada. nimamente processados.
O pacto é uma iniciativa da Câmara In- Essas e outras iniciativas criam refe-
terministerial de Segurança Alimentar e rências para que, nas diversas unidades
Nutricional (Caisan Nacional). Trata-se de federativas, tenhamos cada vez mais a
um chamamento aos Estados, ao Distrito incorporação da EAN nas agendas de Se-
Federal e aos municípios a se engajarem e gurança Alimentar e Nutricional como

97
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

direito humano e assim termos cada vez • Contribuir para a promoção da segu-
mais um processo de mobilização nacio- rança alimentar e nutricional das fa-
nal que, sobretudo a partir da juventu- mílias em todas as dimensões, com-
de, ajude a sociedade brasileira a rever batendo não somente a fome e a
e a melhorar seus hábitos alimentares e desnutrição, como também as doen-
superar a fragmentação entre o ato de ças crônicas não transmissíveis como
comer e o de promover desenvolvimen- a obesidade, hipertensão e outros pro-
to com sustentabilidade. blemas causados pela alimentação ina-
dequada.
IMPORTÂNCIA
QUEM PODE PARTICIPAR
A alimentação é uma prática social, re-
sultante da integração das dimensões Estados e municípios, com participação
biológica, sociocultural, ambiental e eco- da sociedade civil organizada, que
nômica. Por isso, as ações desenvolvidas e xe r ce m p ap el f u n d a m e nt a l d e
pelo MDSA tem uma função estratégica provimento da alimentação em
nas políticas de segurança alimentar e nu- instituições e domicílios.
tricional, na medida em que fornecem às
pessoas, famílias e comunidades atendi- COMO PARTICIPAR
das elementos importantes para atitudes
mais adequadas no consumo e aproveita- No caso do Pacto pela Alimentação
mento dos alimentos, não apenas explo- Saudável, o processo de formalização
rando ao máximo seu potencial nutritivo, e implementação se dará por meio de
mas reconhecendo e valorizando o cará- Acordos de Cooperação Técnica e Planos
ter cultural e regional dos mesmos. de Trabalho entre o MDSA e os entes fe-
derados.
OBJETIVO
LEGISLAÇÃO
• Promover a alimentação adequada e
saudável e o direito humano à alimen- • Lei n.º 11.346, de 15 de setembro de
tação; 2006 – Losan: cria o Sistema Nacional
• Estimular a autonomia das pessoas de Segurança Alimentar e Nutricional
para se mobilizar e realizar escolhas (Sisan) com vistas em assegurar o Di-
saudáveis; reito Humano à Alimentação Adequa-
• Valorizar e respeitar as especificidades da e dá outras providências.
culturais e regionais da alimentação • Decreto 7.272, de 25 de agosto de
de cada parte do país e de seus gru- 2010; cria o Sistema Nacional de Segu-
pos étnicos; rança Alimentar e Nutricional (Sisan)

98
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

para a assegurar o direito humano à DISTRIBUIÇÃO DE CESTAS


alimentação adequada, institui a Polí- A GRUPOS ESPECÍFICOS
tica Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional (PNSAN), estabelece os
parâmetros para a elaboração do Pla- O QUE É
no Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional, e dá outras providências. A Ação de Distribuição de Alimentos
• Decreto nº 8.553/2015 institui o Pacto é uma ação de caráter emergencial e
Nacional para Alimentação Saudável complementar para atender famílias de
grupos específicos em situação de inse-
DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA gurança alimentar e nutricional, como
os acampados que aguardam acesso ao
• 2º Plano Nacional de Segurança Ali- Plano Nacional de Reforma Agrária, atin-
mentar e Nutricional (Plansan 2016- gidos por barragem e famílias vítimas
2019). de calamidade pública, além dos povos
• Guia Alimentar para a População Bra- e comunidades tradicionais, tais como
sileira – Ministério da Saúde, 2006. indígenas, quilombolas e outros, e po-
Disponível em: http://www.mds.gov. pulação de municípios que estejam em
br/webarquivos/arquivo/seguranca_ situação de emergência e/ou calamida-
alimentar/Caisan/guia_alimentar_po- de pública reconhecida pela Secretaria
pulacao_brasileira_2ed.pdf Nacional de Defesa Civil/Ministério da
• Marco de Referência de Educação Integração Nacional.
Alimentar e Nutricional para as Po-
líticas Públicas – Ministério do De- IMPORTÂNCIA
senvolvimento Social e Combate à
Fome, 2012. Disponível em: http:// É um programa que permite ações pontu-
www.mds.gov.br/webarquivos/pu- ais em situações específicas– temporárias
blicacao/seguranca_alimentar/mar- ou permanentes – de falta de alimento ou
co_EAN.pdf dificuldade de acesso. Deve ser utilizado
• Estratégia Intersetorial de Prevenção em momentos e situações especiais, so-
e Controle da Obesidade: Recomenda- bretudo que exijam ações emergenciais.
ções para Estados e Municípios – Cai-
san, disponível em http://www.mds. OBJETIVO
gov.br/webarquivos/publicacao/segu-
ranca_alimentar/estrategia_preven- Atender emergencialmente aos grupos
cao_obesidade.pdf populacionais tradicionais e específicos
em situação de insegurança alimentar e
nutricional.

99
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

QUEM PODE PARTICIPAR ação declarada de emergência e/ou


calamidade pública.
Famílias que não têm acesso a alimentos São os órgãos representantes de cada
de qualidade e em quantidade suficien- grupo populacional específico que se-
te, que pertençam a algum dos seguintes lecionam e indicam ao MDSA as famí-
grupos específicos e que estejam inscri- lias que deverão receber as cestas de
tas no Cadastro Único para Programas alimentos, pois esses órgãos têm maior
Sociais do Governo Federal: conhecimento sobre a realidade desses
grupos. São eles:
• Famílias acampadas que aguardam
acesso à Reforma Agrária; • Ouvidoria Agrária Nacional e Institu-
• Povos indígenas; to Nacional de Colonização e Reforma
• Comunidades remanescentes de qui- Agrária (Incra): responsáveis pela in-
lombos; dicação das famílias acampadas;
• Comunidades de terreiros; • Fundação Nacional do Índio (Funai),
• Famílias atingidas pela construção de do Ministério da Justiça, e Secretaria
barragens; Especial de Saúde Indígena, do Minis-
• Famílias de pescadores artesanais; tério da Saúde: responsáveis pela in-
• População de municípios que estejam dicação das famílias indígenas;
em situação de emergência e/ou cala- • Fundação Cultural Palmares (FCP):
midade pública reconhecida pela Se- responsável pela indicação das famí-
cretaria Nacional de Defesa Civil - Mi- lias quilombolas;
nistério da Integração Nacional • Secretaria de Políticas de Promoção
da Igualdade Racial (Seppir): respon-
COMO PARTICIPAR sável pela indicação das famílias per-
tencentes a comunidades de terrei-
Para participar da ação, o municí- ros;
pio precisa entrar em contato com o • Ministério da Agricultura, Pecuária
órgão representante do segmento que e Abastecimento (Mapa): responsável
será potencial beneficiário da Ação de pela indicação das famílias de pesca-
Distribuição de Alimentos, a fim de for- dores artesanais;
malizar a solicitação de atendimento • Secretaria Geral da Presidência da
para as famílias de Grupos Popula- República (SG/PR): responsável pela
cionais Específicos (como famílias indicação das famílias atingidas pela
acampadas, comunidades indígenas, construção de barragens.
quilombolas e de terreiros, pescado- • Secretaria Nacional de Defesa Civil
res artesanais e famílias atingidas pela do Ministério da Integração Nacional
construção de barragens) ou em situ- – SEDEC/MI: responsável pela indi-

100
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

cação dos municípios em situação de O PROGRAMA CISTERNAS SE DIVIDE


emergência e/ou calamidade pública EM:

A ação é operacionalizada pela Com- a. Primeira Água (água para consumo


panhia Nacional de Abastecimento – humano) – implantação de tecnolo-
Conab em conjunto com as instituições gias sociais para captação e armazena-
responsáveis pelos grupos populacionais mento de água da chuva para o con-
específicos. São essas instituições que se- sumo humano, além de atender às
lecionam e indicam ao MDSA as famí- necessidades básicas como escovar
lias que serão beneficiadas, que retiram os dentes e cozinhar. No Semiárido,
as cestas de alimentos dos armazéns da são construídas cisternas de placas de
Conab e que as distribuem às famílias. cimento (por isso também são chama-
das de cisternas de placas), com capa-
LEGISLAÇÃO cidade de até 16 mil litros de água, o
que, em média, supre a necessidade de
• Lei n.º 11.346, de 15/09/06 (Lei de Se- consumo de uma família de cinco pes-
gurança Alimentar e Nutricional); soas por um período regular de estia-
• Decreto n.º 6.307, de 14/12/07. gem (em média, de oito meses). Com a
expansão do Programa Cisternas para
a Amazônia, têm sido construídas na-
PROGRAMA NACIONAL quela região as chamadas tecnologias
DE APOIO À CAPTAÇÃO por sistema pluvial, que trazem aces-
so à água para consumo e saneamento
DE ÁGUA DE CHUVA E
básico para as famílias. Essas tecnolo-
OUTRAS TECNOLOGIAS gias são constituídas por um sistema
SOCIAIS DE ACESSO de captação da água da chuva do telha-
À ÁGUA (PROGRAMA do, reservatórios de água e são insta-
lados banheiro com fossa, chuveiro,
CISTERNAS)
pia, vaso sanitário com caixa acoplada
O QUE É e uma pia na cozinha.

A cisterna é uma tecnologia social para b. Segunda Água (água para produção)
a captação e armazenamento de água da – implantação de tecnologias sociais
chuva e representa uma solução de aces- de captação de água da chuva com a fi-
so a recursos hídricos para a população nalidade de apoiar a produção agríco-
rural de baixa renda, que sofre com os la e a criação de pequenos animais. O
efeitos das secas prolongadas ou falta de potencial beneficiário da ação de água
acesso regular à água. para produção (2ª água) deve ter acesso

101
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

a alguma tecnologia de primeira água.


Existe um amplo e variado conjunto de
tecnologias de segunda água, envolven-
do desde cisternas de 52 mil litros, com
diferentes formas de captação (calça-
dão, enxurradas, telhadão), escavações
no solo para armazenamento de água
(barreiro trincheira e barragem sub-
terrânea), barramentos de alvenaria
construídos em lajedos (tanque de pe-
dra), até a instalação de bombas ma-
nuais (BAP).

Principais tecnologias de Segunda


Água atualmente apoiadas:

• Cisternas Calçadão e de Enxurrada: A


cisterna calçadão capta a água de chu-
va por meio de um calçadão de cimen-
to e tem capacidade para 52 mil litros. Arquivo MDSA
Por meio de canos, a chuva que cai no
calçadão escoa para a cisterna, cons-
truída na parte mais baixa do terreno Essa vala é forrada por uma lona de
e próxima à área de produção. O calça- plástico e depois fechada novamen-
dão também é usado para secagem de te. Desta forma, cria-se uma barreira
alguns grãos como feijão e milho, ras- que “segura” a água da chuva que es-
pa de mandioca, entre outros. No caso corre por baixo da terra, deixando a
da cisterna de enxurradas, a diferen- área encharcada.
ça é na forma de captação da água da • Tanques de pedra: São fendas largas,
chuva, que se dá por meio do leito de barrocas ou buracos naturais, nor-
enxurradas, que escorre para um de- malmente de granito, construídas
cantador e, após uma filtragem, escor- em áreas de serra ou onde existem la-
re para o reservatório de 52 mil litros. jedos, que funcionam como área de
• Barragem Subterrânea: É constru- captação da água de chuva. Para au-
ída em áreas de baixios, córregos e mentar a capacidade, são erguidas pa-
riachos que se formam no inverno. redes de alvenaria, na parte mais bai-
Para construir é feita uma vala até a xa ou ao redor do caldeirão natural,
camada impermeável do solo, a rocha. que servem como barreira para acu-

102
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

armazenada por mais tempo durante


o período de estiagem.
• Cisterna Telhadão Multiuso: A cister-
na telhadão multiuso de 25 mil litros
é uma tecnologia social de captação e
reserva de água de chuva, constituí-
da de um sistema de captação repre-
sentado pelo telhado e coletada pela
calha do galpão e canalizada para um
reservatório cilíndrico, enterrado no
solo e coberto..

c. Cisternas nas escolas – construção de


cisternas nas escolas públicas locali-
zadas nas áreas rurais e sem qualquer
tipo de abastecimento de água de qua-
lidade. São implementadas tecnolo-
gias com capacidade de 52 mil litros
de água com captação de água do te-
lhado da escola.

IMPORTÂNCIA
mular mais água. É uma tecnologia
de uso comunitário. Em geral, cada Não se faz uma política de segurança
tanque beneficia 10 famílias. alimentar e nutricional sem acesso ade-
• Barreiros Trincheira: São tanques quado à água, que é o alimento principal
longos, estreitos e fundos escavados para o corpo. Ao permitirem o acesso à
no solo. Partindo do conhecimento água no próprio domicílio, as cisternas
que as famílias têm da região, o bar- retiram das famílias a tarefa de buscar
reiro-trincheira é construído em um água em lugares distantes, permitindo
terreno plano e próximo ao terreno a elas aumentar o tempo dedicado à fa-
da área de produção. Com capacidade mília, ao trabalho familiar e à educação
para armazenar, no mínimo, 500 mil dos filhos. Como as famílias passam a ter
litros de água, o barreiro-trincheira água de qualidade, reduz também a inci-
tem a vantagem de ser estreito, o que dência de doenças provocadas por água
diminui a ação de ventos e do sol so- poluída ou contaminada.
bre a água. Isso faz com que a evapo-
ração seja menor e a água permaneça OBJETIVO

103
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

QUEM PODE PARTICIPAR

No caso das tecnologias de 1ª água,


o critério para seleção das famílias é
estar inscrita no Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal,
residir na área rural e não possuir abas-
tecimento ou ter acesso precário à água
de qualidade.
No caso das tecnologias de 2ª água,
são atendidas aquelas famílias que já
possuem acesso à água para consumo
humano, e que se encontram priorita-
riamente na área rural do Semiárido, em
local com escassez de água.

Obs.: Destaca-se que a família não precisa


ser beneficiária do Programa Bolsa Família
para ser potencial beneficiária do Progra-
ma Cisternas e, sim, precisa estar cadas-
trada no Cadastro Único com renda per
capita de até meio salário mínimo ou, no
caso de idosos, com renda total da família
de até 3 salários mínimos.
Arquivo MDSA
COMO PARTICIPAR

As famílias podem se informar no


O Programa Cisternas tem como obje- Conselho de Segurança Alimentar, no
tivo possibilitar à população de baixa Conselho de Desenvolvimento Rural
renda, residente em área rural, o aces- Sustentável ou no Conselho de Assistên-
so a uma estrutura simples e eficiente cia Social, nas Secretarias de Assistência
de captação e armazenamento de água Social, no Sindicato dos Trabalhadores
da chuva, bem como formar e capaci- Rurais ou nas associações comunitárias
tar essa população para a convivência de sua localidade.
sustentável com períodos longos de es- As ações são desenvolvidas por en-
tiagem. tidades da sociedade civil credenciadas
no MDSA e selecionadas por intermé-

104
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

dio de chamadas públicas lançadas pelos MOBILIZAÇÃO, SELEÇÃO E


parceiros do MDSA pelo - Estados, con- CADASTRAMENTO DAS FAMÍLIAS
sórcios públicos e organizações da socie-
dade civil de interesse público. São formadas comissões municipais res-
ponsáveis pela seleção e cadastramento
COMO O MUNICÍPIO FAZ PARA das famílias e comunidades que serão
SER EXECUTOR DO PROGRAMA beneficiadas pelas tecnologias sociais.
CISTERNAS? A identificação é feita conforme as ne-
cessidades hídricas e as características e
O Ministério do Desenvolvimento Social possibilidades de implementação.
e Agrário não celebra mais convênios
do Programa Cisternas diretamente CAPACITAÇÃO
com municípios. Para operacionalizar
o programa, o MDSA estabelece parce- Tanto para as tecnologias de 1ª quanto
rias com Estados, consórcios públicos de de 2ª água, após a mobilização e cadas-
municípios e organizações da socieda- tramento das famílias será realizada uma
de civil de interesse público – as Oscips. capacitação na área de gestão do uso da
Esses parceiros coordenam a atuação água.
local de entidades da sociedade civil
sem fins lucrativos credenciadas pelo No caso das tecnologias de 1ª água
ministério. são basicamente duas capacitações:
Caso o município faça parte do Semi-
árido, e haja existência de famílias ins- 1. Capacitação de pedreiros;
critas no Cadastro Único para Programas 2. Capacitação das famílias em gestão da
Sociais do Governo Federal, a inserção água para o consumo humano.
do município é automática no Progra-
ma Água para Todos, do qual o Programa No caso das tecnologias de 2ª água,
Cisternas faz parte. Não fazendo parte do esta fase divide-se em três etapas:
Semiárido, a demanda do município de-
verá ser apresentada ao órgão executor 1. Capacitação de pedreiros, a depender
do Programa Água para Todos (Ministé- da tecnologia;
rio do Desenvolvimento Social e Agrá- 2. Capacitação das famílias em Gestão
rio, Ministério da Integração Nacional, da Água para produção de alimentos;
Fundação Nacional da Saúde ou Funda- 3. Capacitação das famílias em Sistemas
ção Banco do Brasil), que analisará a via- Simplificados de Irrigação e Manejo
bilidade de expansão do Programa para da Água.
outras localidades.

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G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

IMPLEMENTAÇÃO DAS LEGISLAÇÃO


TECNOLOGIAS
• Lei Nº 12.873, de 24 de outubro de
O processo de implantação das tecnolo- 2013 – Institui o Programa Nacional
gias deve, de preferência, contar com a de Apoio à Captação de Água de Chuva
participação direta da família benefici- e Outras Tecnologias Sociais de Acesso
ária. De uma forma geral, envolve as se- à Água - Programa Cisternas;
guintes etapas: • Decreto Nº 8.038, de 04 de julho de
2013 - Regulamenta o Programa Na-
1. Escolha do local na propriedade do cional de Apoio à Captação de Água de
beneficiário; Chuva e Outras Tecnologias Sociais de
2. Preparação e marcação da área; Acesso à Água - Programa Cisternas;
3. Escavação do buraco, quando for o • Portaria Nº 99, de 20 de setembro
caso; de 2013 - Estabelece regras e proce-
4. Confecção de itens associados à mon- dimentos para o credenciamento de
tagem da tecnologia (placas, colunas entidades sem fins lucrativos no âm-
de sustentação etc.); bito do Programa Cisternas;
5. Montagem e finalização da tecnolo- • Portaria Nº 1, de 10 de janeiro de 2014
gia. - Dispõe sobre os instrumentos jurídi-
cos a serem utilizados pelos parceiros
QUEM CONSTRÓI AS CISTERNAS do Ministério do Desenvolvimento So-
cial e Agrário - MDSA, na execução do
Para a construção das cisternas geral- Programa Cisternas.
mente é utilizada mão de obra local,
podendo ser tanto os próprios benefici- INSTRUÇÕES OPERACIONAIS E
ários como outros agricultores que ve- ANEXOS
nham a participar da capacitação para
a construção oferecida ao longo do pro- • Instrução Operacional Nº - 1, de 7 de
cesso, ou que já tenham sido capacitados julho de 2015 - Atualizar a especifica-
em outro momento. ção do Modelo da Tecnologia Social
de Acesso à Água nº 01: Cisterna de
EDITAIS Placas Familiar de 16 mil litros para
Consumo Humano;
Os editais para apoio à implantação • Instrução Operacional Nº 2, de 15 de
de tecnologias sociais de acesso à água abril de 2014 - Especificar o Modelo da
podem ser acessados pelo endereço: Tecnologia Social de Acesso à Água nº
http://mds.gov.br/assuntos/seguranca- 06: Cisterna Escolar de 52 mil litros.
-alimentar/editais.

106
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

• Instrução Operacional Nº 2, de 9 de
julho de 2015 - Atualizar a especifica-
ção do Modelo da Tecnologia Social de
Acesso à Água nº 03: Cisterna de En-
xurradas de 52 mil litros;
• Instrução Operacional Nº 3, de 9 de
julho de 2015 - Atualizar a especifica-
ção do Modelo da Tecnologia Social de
Acesso à Água nº 04: Barreiro Trin-
cheira Familiar;
• Instrução Operacional Nº 4, de 9 de
julho de 2015 - Atualiza a especifica-
ção do Modelo da Tecnologia Social de
Acesso à Água nº 05: Barragem Sub-
terrânea;
• Instrução Operacional Nº 5, de 9 de
julho de 2015 - Atualiza a especifica-
ção do Modelo da Tecnologia Social
de Acesso à Água nº 02: Cisterna Cal-
çadão de 52 mil litros;
• Instrução Operacional Nº 7, de 9 de
outubro de 2014: Especificar o Mo-
delo da Tecnologia de Acesso à água
nº7 - Sistema de acesso à água Pluvial
Multiuso Comunitário para o Bioma Arquivo MDSA
Amazônico;
• Instrução Operacional Nº 8, de 9 de
outubro de 2014 - Especificar o Mo- INCLUSÃO PRODUTIVA
delo da Tecnologia de Acesso à água RURAL – PROGRAMA DE
nº 8 - Sistema de acesso à água Plu-
FOMENTO ÀS ATIVIDADES
vial Multiuso Autônomo para o Bio-
ma Amazônico; PRODUTIVAS RURAIS
• Instrução Operacional Nº 1, de 04 de O QUE É
abril de 2016 - Modelo da Tecnologia
Social Nº 10 - Cisterna Telhadão Mul- O Programa de Fomento às Ativida-
tiuso de 25 mil litros. des Produtivas Rurais foi criado como
uma forma de inclusão produtiva de
agricultores familiares e de povos de

107
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

comunidades tradicionais que se en- rural para atender as famílias benefici-


contram em situação de extrema po- árias e as apoiam na elaboração de um
breza. projeto produtivo no qual devem ser
aplicados os recursos financeiros não
O PROGRAMA ENVOLVE DUAS reembolsáveis.
AÇÕES:
OBJETIVO
1. Assistência técnica e extensão rural
(Ater) especializada na pobreza rural; Este programa tem como objetivo ofe-
2. Transferência de recursos (R$ 2.400,00) recer condições para aumentar a produ-
diretamente para as famílias beneficiá- ção de alimentos, trazendo melhorias
rias. Esses recursos, que não são devol- na alimentação das famílias, a geração
vidos ao governo federal, apoiam a im- de renda e ampliando a capacidade de
plementação de projetos de produção empreender.
de alimentos ou outras atividades que
geram renda para a família. QUEM PODE PARTICIPAR

Os valores dos recursos não reembol- Critérios para seleção dos beneficiários:
sáveis são repassados em parcelas, sendo
que o intervalo entre essas parcelas é de • Renda mensal, por pessoa, de até
dois meses, no mínimo, e o prazo máxi- R$ 85,00, e inscrição no Cadastro Úni-
mo de permanência das famílias no pro- co para Programas Sociais do Gover-
grama deve ser de dois anos, contados a no Federal;
partir da data de liberação da primeira • Documentos – ter Declaração de Ap-
parcela. Cada parcela recebida pelas fa- tidão ao Pronaf (DAP), que identifica
mílias beneficiárias deve ser aplicada em os agricultores familiares e/ou cons-
seu projeto produtivo. tar na Relação de Beneficiários (RB)
do Instituto de Colonização e Refor-
IMPORTÂNCIA ma Agrária/Incra.

O Programa de Fomento é uma inovação COMO PARTICIPAR


importante no conjunto das políticas
públicas de superação da pobreza rural, O Programa de Fomento inicia com o
pois incentiva a inclusão produtiva de lançamento de chamadas públicas para
famílias rurais que estão em condição a contratação de entidades prestadoras
social mais vulnerável. No programa, de assistência técnica e extensão rural
os agentes de Ater articulam as políticas (Ater). Essas entidades, depois de contra-
sociais e as ações de desenvolvimento tadas, serão responsáveis por identificar

108
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

e mobilizar as famílias rurais pobres para devem identificar a partir da realização


participar do programa. Cada famí- da Busca Ativa.
lia rural será, então, acompanhada por A partir de sua inclusão no Programa
um agente de Ater, enquanto recebe as de Fomento, as famílias participam de
parcelas dos recursos financeiros não- reuniões, dias de campo e capacitações
-reembolsáveis e desenvolve seu projeto e recebem visitas do técnico de Ater. Os
produtivo. técnicos acompanham as famílias duran-
Os agentes de Ater que atuam no Pro- te todo o desenvolvimento de seu pro-
grama de Fomento fazem parte de um jeto produtivo, apoiando-as para que
processo de desenvolvimento das capa- apliquem, a cada parcela recebida, os
cidades e das habilidades das famílias recursos financeiros de forma adequada.
beneficiárias. Muitas delas, por viverem
em situação de pobreza rural, não tive- LEGISLAÇÃO
ram oportunidades para trabalhar os
seus potenciais ou sempre enfrentaram O Programa de Fomento foi instituído
limitações por conta de sua vulnerabi- pela Lei nº 12.512, de 14 de outubro de
lidade social. 2011, e regulamentado pelo Decreto nº
A seleção prévia das famílias que par- 7.644, de 16 de dezembro de 2011.
ticipam do Programa de Fomento é feita Além disso, para fazer ajustes no
a partir do cruzamento de dados do Ca- programa e ampliar ainda mais o al-
dastro Único, mantido pelo MDSA, e da cance de seus resultados o marco legal
Declaração de Aptidão ao Programa Na- foi alterado pelo Decreto nº 8.026,
cional de Fortalecimento da Agricultu- de 06 de junho de 2013 e por resolu-
ra Familiar (DAP), responsabilidade da ções do Comitê Gestor do Programa:
Secretaria Especial de Agricultura Fa- Resolução no 01, de 20/08/2013, Re-
miliar e Desenvolvimento Agrário, ou solução no 02, de 20/08/2013, Resolu-
da Relação de Beneficiários (RB) do Ins- ção no 03, de 30/12/2013, Resolução no
tituto Nacional de Colonização e Refor- 04, de 25/02/2014, Resolução no 05,
ma Agrária (Incra). de 19/09/2014 e Resolução no 06, de
O cruzamento das informações des- 01/11/2015.
sas diferentes bases de registros sobre
as famílias rurais gera uma lista de po-
tenciais beneficiários do Programa de
Fomento e orienta o trabalho das entida-
des de Ater na identificação e na mobili-
zação dos beneficiários. Há também um
percentual de famílias que as entidades

109
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

Arquivo MDSA

Povos e Comunidades
tradicionais

A Constituição Federal de 1988 é um


marco histórico no processo de
redemocratização política do Brasil,
nidades, a Carta Magna opera, de forma
direta, nos princípios fundamentais da
constituição do próprio Estado brasilei-
sendo entendida como elemento pri- ro, uma vez que se adéquam os conceitos
mordial na solidificação dos direitos vigentes sobre o que é a sociedade bra-
individuais e coletivos. sileira, sua composição e como ocorreu
Este é o caso, por exemplo, dos di- a sua formação.
reitos diferenciados e reconhecidos dos A busca da legítima ampliação deste
povos indígenas e comunidades qui- genuíno processo de democratização
lombolas. Ao estabelecer prerrogativas levou o Governo Federal a estruturar os
diferenciadas para esses povos e comu- elementos iniciais de uma nova política

110
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

voltada para a inclusão no arcabouço con- e fortaleçam as especificidades cultu-


ceitual e legal do Estado brasileiro, isto rais, sociais e econômicas desses povos
é, a inclusão de outras formas de organi- e comunidades tradicionais.
zação social, que não estão plenamente
representadas nas categorias já reconhe- OBJETIVO
cidas e expressas nos termos legais (indí-
genas ou remanescentes de comunidades • Comissão Nacional de Desenvolvi-
de quilombos – art. 231 – CF e art. 68 do mento Sustentável dos Povos e Co-
ADCT). munidades Tradicionais – presidir e
A construção de uma política para coordenar os trabalhos da Comissão,
esses segmentos teve início em 2004 instância paritária com participação
e um momento importante em 2005, de 15 órgãos federais e 15 representa-
quando realizou o I Encontro dos Povos ções da sociedade civil, para a promo-
e Comunidades Tradicionais, do qual ção do desenvolvimento sustentável
resultou a Comissão Nacional de Desen- dos Povos e Comunidades Tradicio-
volvimento Sustentável dos Povos e Co- nais, com ênfase no reconhecimen-
munidades Tradicionais (CNPCT). to, fortalecimento e garantia dos seus
Esta comissão coordenou a cons- direitos territoriais, sociais, ambien-
trução da Política Nacional de Desen- tais, econômicos e culturais, com res-
volvimento Sustentável dos Povos e peito e valorização de sua identidade,
Comunidades Tradicionais, instituída suas formas de organização e suas ins-
pelo Decreto nº 6.040 de 07 de fevereiro tituições.
de 2007. Este decreto direciona a ação • Capacitação – apoiar o fortalecimen-
do Governo Federal para o atendimen- to institucional das suas organizações
to das necessidades socioambientais de (direitos assegurados aos povos e co-
um conjunto de grupos sociais, que tem munidades tradicionais, elaboração e
sido marginalizado, tanto pelas forças do execução de projetos, gestão de recur-
mercado quanto pelo Estado: as chama- sos, prestação de contas etc.).
das comunidades tradicionais. • Etnodesenvolvimento – apoiar inicia-
tivas para ao autoconsumo e comer-
IMPORTÂNCIA cialização de excedentes; incluir no
Cadastro Único de Programa Sociais
Para se combater a invisibilidade e con- do Governo Federal outras categorias
dições de extrema vulnerabilidade desses representativas de povos e comunida-
segmentos no Brasil é necessário criar des tradicionais; ampliar acesso aos
estratégias especificas para garantir a equipamentos de assistência social.
inclusão social e promoção da cidada-
nia por meio de ações que respeitem

111
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

COMO FUNCIONA

Por meio da Comissão Nacional de De-


senvolvimento Sustentável dos Povos
e Comunidades Tradicionais está em
construção conjunto de ações trans-
versais a serem incluídas no PPA 2012-
2015, estabelecendo metas e prioridades
de atuação.

QUEM PODE PARTICIPAR


Arquivo MDSA
Estados, municípios e organizações
representativas de povos e comunida-
des tradicionais. Nesta política, são COMO PARTICIPAR
definidos como Povos e Comunidades
Tradicionais: “grupos culturalmente Editais, Acordos de Cooperação Técnica,
diferenciados e que se reconhecem como Projetos Especiais e Ações Integradas.
tais, que possuem formas próprias de
organização social, que ocupam e usam LEGISLAÇÃO
territórios e recursos naturais como
condição para sua reprodução cultural, • Decreto de 13 de julho de 2006 - Co-
social, religiosa, ancestral e econômica, missão Nacional de Desenvolvimento
utilizando conhecimentos, inovações e Sustentável dos Povos e Comunidades
práticas gerados e transmitidos pela tra- Tradicionais;
dição”. • Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro
São considerados Povos e Comuni- de 2007 – Política Nacional de Desen-
dades Tradicionais segmentos que se volvimento Sustentável dos Povos e
autodefinam como tais, já tendo sido Comunidades Tradicionais;
identificados, dentre outros: povos indí-
genas, comunidades quilombolas, serin-
gueiros, pescadores artesanais, fundos
de pasto, quebradeiras de coco babaçu,
faxinalense, ciganos, pomeranos, cai-
çaras, extrativistas, povos de terreiro,
geraizeiros, pantaneiros, e retireiros do
Araguaia, catadoras de mangaba.

112
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

Arquivo MDSA

Avaliação e Gestão
da Informação

A Secretaria de Avaliação e Gestão da


Informação (Sagi) é a unidade do
Ministério do Desenvolvimento Social e
cas sociais. O Bolsa Família, o Programa
Criança Feliz, o Cadastro Único, o Siste-
ma Único de Assistência Social (Suas) e
Agrário (MDSA) responsável pelas ações o Programa de Aquisição de Alimentos
de gestão da informação, monitoramen- (PAA) são alguns dos principais usuários
to, avaliação e capacitação de agentes so- dos produtos da Sagi.
ciais. Estados e municípios também utilizam
A Sagi elabora pesquisas, sistemas, pro- os serviços da Sagi na gestão das políticas
gramas de capacitação e publicações téc- sociais federais. No entanto, a secreta-
nicas que apoiam profissionais das três ria pode ir além, subsidiando os gover-
esferas de governo na gestão de políti- nos estaduais e municipais na avaliação

113
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

de impacto de programas locais, estudos


prospectivos, ferramentas informacio-
nais e programas de capacitação.

APOIO À GESTÃO

Consulta, Seleção e Extração de Infor-


mações do CadÚnico – CECAD:

• Ferramenta que disponibiliza os da-


dos do Cadastro Único para gestores
de políticas sociais das três esferas de Arquivo MDSA
governo.
• A ferramenta permite tabular os da-
dos das famílias cadastradas a partir • Gerar relatórios e boletins com dados
de uma variável ou por meio do cruza- atualizados sobre a gestão dos princi-
mento de duas variáveis presentes nos pais programas do MDSA. A consulta
diversos blocos dos formulários do Ca- pode ser feita por municípios, Estados
dastro Único, tais como renda, escola- e Brasil – RI Social.
ridade e características do domicílio. • Gerar tabelas com dados demográfi-
• Mais de vinte programas sociais aces- cos, de transferência de renda, assis-
sam atualmente o CECAD. Em média, tência social e segurança alimentar
a ferramenta contabiliza 5 milhões de para cada município ou estado esco-
consultas por mês de diferentes natu- lhido – Tabelas Sociais.
rezas, desde gestores municipais do
Bolsa Família até concessionárias de Visualizar e construir mapas sobre di-
energia elétrica e agências do INSS. versas temáticas sociais – Atlas Social,
• Há um módulo do CECAD aberto para MDSA em Mapas.
o público em geral, sem necessidade
de senha: o TABCAD FORMAÇÃO DE AGENTES SOCIAIS
http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/cecad/ NAS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO
sobre_tabcad.php
CapacitaSuas: o Programa Nacional de
Matriz de Informação Social – MI Social: Capacitação do Suas que visa:
sistema de monitoramento com infor-
mações e indicadores de programas, I. Garantir a oferta de formação perma-
ações e serviços do Ministério. A partir nente para qualificação da gestão, do
dessa ferramenta é possível:

114
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

provimento dos serviços socioassis- sões sobre as políticas sociais do MDSA.


tenciais e do controle social do Suas. A ampla disseminação dos resultados des-
II. Estimular os entes estaduais à estru- ses estudos é elemento fundamental para
turação de equipes técnicas dedica- atingir os objetivos propostos por meio
das à educação permanente do Suas. das ações governamentais.
III. Promover o diálogo dos entes federa- Acervo Digital: Repositório online de
dos com instituições de ensino supe- publicações produzidas pelo MDSA, que
rior interessadas na formação e capa- reúne livros, periódicos, cadernos de es-
citação no âmbito do Suas. tudos, sumários executivos, boletins,
produções acadêmicas, vídeos, dentre
Capacitações do Cadastro Único e do outros. No acervo também são dispo-
Programa Bolsa Família: o Programa de nibilizados outros materiais relevantes
Capacitação, de caráter técnico e ope- para o Ministério, mas que não são de
racional, tem ações desenvolvidas nas sua autoria.
modalidades presencial e a distância
para gestores e técnicos estaduais e mu- Biblioteca do MDSA: disponibilização de
nicipais, conselheiros e parceiros, com acervo físico de publicações produzidas
conteúdos relativos à gestão e operacio- pelo MDSA, que reúne livros, periódicos,
nalização do CadÚnico e do Bolsa Família. cadernos de estudos, sumários executi-
vos, boletins, produções acadêmicas, ví-
CapacitaSagi: compreende o conjun- deos, dentre outros. No acervo também
to de ações planejadas, implementadas são disponibilizados outras publicações
ou acompanhadas pela Sagi destinadas relevantes para o Ministério, de autores
à formação e capacitação de agentes do variados.
setor público, nas três esferas adminis-
trativas de governo, visando a melho- MONITORAMENTO
ria da gestão e operacionalização dos
planos, programas, projetos, serviços e Publicação semestral sobre o retrato de
políticas sociais de responsabilidade do políticas públicas e produção de boletins
MDSA. Abrange ações educacionais pre- mensais e trimestrais com a construção
senciais, semipresenciais ou à distância. de indicadores de acompanhamento da
conjuntura social do país.

DIFUSÃO DE CONHECIMENTO

Cadernos de Estudos – Desenvolvimen-


to Social em Debate: série de publicações
que divulga pesquisas e subsidia discus-

115
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

Arquivo MDSA

Sua participação é
fundamental

O Ministério do Desenvolvimento
Social e Agrário (MDSA) tem a ta-
refa de estruturar uma sólida rede de
ministério tem o claro objetivo de utili-
zar melhor a potencialidade de cada um
sempre que forem complementares. Para
proteção social, com o objetivo de in- isto, está implantando o Sistema Único
cluir todas as pessoas pobres do país no de Assistência Social (Suas).
mundo do trabalho, do direito social e E é essa rede de proteção social que o
da cidadania. MDSA tem a oferecer às prefeituras de
A unificação de programas de assis- todo o país, principais elos com as comu-
tência social, de segurança alimentar e nidades para tornar concreta a ação de
nutricional, inclusão social e produtiva todos os programas.
e de transferência de renda em um único

116
MINIS T ÉRIO DO DES ENV OL V IM ENT O S OC IA L E A G RÁ RIO

Em torno do Bolsa Família, o principal


programa de transferência de renda do
Governo Federal, é possível articular vá-
rias ações com o objetivo de garantir que
o dinheiro transferido às famílias resulte
na melhoria da qualidade de vida e de ali-
mentação. É fundamental também somar
esforços para a criação de projetos de ge-
ração de trabalho e renda que promovam,
de maneira efetiva, a reintegração produ-
tiva das famílias na comunidade.
Com programas de educação alimen-
tar, a família tem informação para usar
melhor o dinheiro de que dispõe, para
comprar mais comida e preparar re-
feições mais nutritivas e baratas. Uma
prefeitura que adotar o Programa de Res-
taurantes Populares, por exemplo, pode
lançar mão de ações que estimulem a
produção local de alimentos por meio do
Programa de Aquisição de Alimentos da
Agricultura Familiar (PAA) ou de hortas
e lavouras comunitárias.
Todas essas possibilidades estão à
disposição dos prefeitos. O MDSA pre- Arquivo MDSA

tende intensificar, de modo muito con-


creto, as parcerias com os municípios,
aproveitando melhor e intensificando
os efeitos dos programas e iniciativas.
Este Guia tem o objetivo de apresentar
informações para que os gestores mu-
nicipais tenham a visão completa dos
programas e ações estruturados e pla-
nejados para permitir que os municí-
pios ampliem e consolidem essa grande
rede de proteção social no país. Conta-
mos com a sua parceria. A participação
de todos é fundamental Bom trabalho.

117
G U IA DE POL ÍT IC A S E PROG RA M A S

Conheça melhor os Ouvidoria do MDSA


programas e políticas 0800 707 2003 opção 5
do Ministério do
Sugestões, denúncias, elogios,
Desenvolvimento Social e reclamações, solicitações
Agrário (MDSA) O horário de atendimento é de segunda a
sexta-feira, das 7h às 19h.
Ter acesso à informação correta e de Carta ou atendimento presencial:
utilidade pública é uma forma importante Ministério do Desenvolvimento Social
de apoiar a promoção dos direitos sociais (MDSA)
de todos os brasileiros. Entre em contato Esplanada dos Ministérios – Bloco C – 9º
com a gente. andar – Sala 936
CEP 70046-900 – Brasília/DF
MDS PRA VOCÊ – a carta ao cidadão do De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
MDSA, onde você encontra em linguagem
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Cidadão (SIC)
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ligações de telefones fixos

Horário de atendimento:
7h às 19h de segunda a sexta-feira. 10h
às 16h nos finais de semana e feriados
nacionais durante o Calendário de
Pagamento do Programa Bolsa Família.
O atendimento eletrônico é disponível 24
horas, todos os dias da semana.

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SIG, Quadra 6, Lote 800
70610-460 - Brasília-DF

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