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CIEP 246 – PROFESSORA ADALGISA CABRAL DE FARIAS

NEJA 1 – TURMA I-01 – HISTÓRIA – 2º BIMESTRE 2019


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A imigração europeia
Ao longo do período Imperial, existiram várias políticas relacionadas ao estímulo à
imigração, sobretudo voltadas à ocupação de áreas de fronteiras, pouco habitadas, e ao trabalho
nas fazendas de café.

A imigração incentivada pelo governo imperial


A partir do reinado de dom João VI e durante todo o Período Imperial, os governos
estabeleceram algumas políticas para incentivar a vinda de imigrantes para o Brasil.
Uma dessas políticas foi a imigração subvencionada, em que o governo provincial arcava
com parte dos custos da vinda dos imigrantes europeus, diminuindo os gastos tanto dos
fazendeiros quanto dos imigrantes.
A imigração subvencionada se tornou bastante comum a partir dos anos 1870,
impulsionada por três processos: as campanhas cada vez mais intensas pelo fim da escravidão, a
expansão da lavoura cafeeira rumo ao Oeste Paulista e a crise pela qual passavam certos países
europeus, o que forçava muitos indivíduos a emigrar.
A chegada de imigrantes europeus aumentou principalmente após a aprovação da Lei do
Ventre Livre, de 28 de setembro de 1871, que tornava livres os filhos de cativas nascidos após
aquela data. A partir de então intensificaram-se os esforços para incentivar famílias europeias a se
transferir e trabalhar no Brasil. A província de São Paulo foi a que mais investiu na subvenção da
imigração para substituir a mão de obra escravizada nas fazendas de café.

Por que os europeus?


A elite brasileira não teve interesse no emprego da mão de obra disponível no Brasil nesse
período. O motivo principal foi o preconceito. Consideravam negros e mestiços inferiores, tanto os
escravizados quanto os ex-escravos e trabalhadores livres, oriundos de várias gerações de
descendentes de europeus, africanos e indígenas.
Mas isso não impediu que a maior parte das fazendas empregasse mão de obra escravizada
nas lavouras enquanto a escravidão não fosse abolida no país. Com o escasseamento da mão de
obra escravizada, a classe dominante optou pelo incentivo à imigração europeia.

O interesse na imigração
A elite cafeicultora tinha interesses divergentes quanto à vinda de imigrantes. Para alguns
fazendeiros não importava a nacionalidade, etnia ou religião, desde que trabalhassem. Já para
alguns cafeicultores, políticos influentes ou funcionários do Império, essa seria uma oportunidade
de “civilizar”, “branquear” e “modernizar” a sociedade brasileira, aderindo às teorias raciais que
estavam circulando na época s0obre a superioridade dos europeus sobre outros povos.
Para esse grupo, somente os europeus seriam capazes da dupla tarefa de trabalhar
disciplinarmente nas fazendas e, ainda, civilizar a sociedade. Além disso, em razão das crises
econômicas e sociais nos países da Europa, prosperar na América era o sonho de muitos
trabalhadores europeus que mal conseguiam sobreviver em seus países de origem.
A partir de 1880, a maioria dos imigrantes que desembarcaram no Brasil era italiana,
espanhola e alemã. Entretanto, vieram também russos, chineses, sírio-libaneses, turcos, japoneses,
entre outros.

O sistema de parceria
Um dos projetos do governo imperial para incentivar a imigração foi a criação das colônias
de parceria. Proposto na década de 1840, pelo senador e fazendeiro Nicolau Pereira de Campos
Vergueiro, esse sistema de parceria estabelecia que a família de imigrantes, ao chegar ao Brasil,
fosse empregada nas fazendas de café, onde deveria trabalhar por meio pelo menos quatro anos
para saldar as despesas de viagem.
Cada família recebia determinado número de mudas de café pelas quais seria responsável.
Todos deveriam trabalhar: adultos e crianças. Lucros e prejuízos seriam divididos entre imigrantes e
fazendeiros.
No início, o sistema de parceria funcionou bem, porém os constantes atritos entre
fazendeiros (pouco acostumados com contratos de trabalho e com a divisão dos lucros) e
imigrantes europeus (endividados e trabalhando dia e noite) minaram o projeto.

O trabalho nas fazendas


O trabalho nas fazendas era duro. Em geral, os trabalhadores estrangeiros não conseguiam
acumular dinheiro suficiente para comprar um lote de terra. E, ainda, endividavam-se com os
fazendeiros, que mantinham armazéns com produtos de primeira necessidade, como farinha, sal,
açúcar etc. dentro das fazendas, para onde iam todos os rendimentos da família.
Ao lado das lavouras de café, os trabalhadores cultivavam outros gêneros alimentícios,
como arroz e feijão, cuja produção também partilhavam com o fazendeiro.
Os cafeicultores mantiveram com os imigrantes a mesma mentalidade escravista, agindo
como se continuassem a lidar com os escravizados. Por isso, muitos imigrantes trocaram o trabalho
na lavoura pela vida nas cidades.

Verifique o que aprendeu

1) Como foi a política de imigração no Brasil?

2) Cite dois processos que impulsionaram a imigração subvencionada.

3) Identifique as principais nacionalidades de imigrantes que chegaram ao Brasil na segunda


metade do século XIX.

4) O que foi o sistema de parceria?

5) Qual era a condição de trabalho para os imigrantes nas fazendas de café?

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