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ANTROPOLOGIA CULTURAL

O PROCESSO DE HOMINIZAÇÃO E A FORMAÇÃO DA CULTURA

unidade 2

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ANTROPOLOGIA CULTURAL - unidade 2
O PROCESSO DE HOMINIZAÇÃO E A FORMAÇÃO DA CULTURA

SUMÁRIO

2 - O PROCESSO DE HOMINIZAÇÃO E A FORMAÇÃO DA CULTURA .................................................... 03

2.1 - Introdução ......................................................................................................................................... 03

2.2 - O Processo de Hominização ........................................................................................................... 03

2.3 - Conceituando a Cultua .................................................................................................................... 05

2.3.1 O humano e os demais animais .................................................................................................... 05

2.3.2 O humano e os demais mamíferos ................................................................................................ 06

2.3.3 A comunicação humana por meio da linguagem ........................................................................ 06

2.3.4 A ação humana e a formação da cultura ....................................................................................... 07

2.4 Conclusão ............................................................................................................................................. 08

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 08

GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................. 09

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O PROCESSO DE HOMINIZAÇÃO E A FORMAÇÃO DA CULTURA

2. O PROCESSO DE HOMINIZAÇÃO E A 2.2 O Processo de Hominização


FORMAÇÃO DA CULTURA
Hominização é o processo evolutivo
2.1 Introdução no qual o homem, de uma categoria
biológica e intelectual menor passa a
Na unidade anterior, iniciamos com um convite: processos mais elevados. Em outras
iniciar uma caminhada para dentro e para palavras, é a formação progressiva
fora. Pudemos ver a interdisciplinaridade do homem nas suas estruturas bio-
com a qual a antropologia pode estabelecer psico-culturais.
pontes com as demais ciências, vimos sua
definição e apreciamos os objetos, o objetivo Tomemos duas narrativas diferentes entre si
e as ramificações encontradas no campo da como objeto de nossa análise. A primeira diz
antropologia. respeito à gênese de tudo, descritas pela tradição
judaico-cristã que apresenta um Criador por
Vimos também, na unidade anterior, que a traz de toda a vida existente. Segundo o relato
Antropologia possui duas linhas gerais em que do Genesis, Deus cria tudo do nada para sua
atua, a saber, a antropologia biológica (física) glória. Como coroa da criação, põe um casal
e a antropologia cultural (social). A partir desta de humanos no jardim para cuidar deste e, sob
unidade, daremos foco à Antropologia Cultural. essa prática, manifestar harmonia e paz em toda
Com isso, pretendemos desenvolver, por meio a criação vivendo a vida em referência a Deus,
dos temas abordados e subsidiados por outras obedecendo-lhe.
ferramentas, a descrição e a análise de fatos e
manifestações culturais produzidas pelo homem. A humanidade representada no Jardim do Éden
por Adão e Eva recebe a imagem de Deus que
Considerando a identidade institucional, passa a operar no humano e, por conseguinte,
apropriaremos, de modo dialogal, dos aspectos demonstrar Sua presença viva na história por
manifestos na cultura, dando contribuição meio dos atributos divinos presentes no homem
ao debate a partir dos valores professados e na mulher. Assim, para que fossem levados
pela FBMG. Assim, esperamos encontrar adiante os projetos divinos, há uma clara
possibilidades de avanço aos desafios propostos designação a que os humanos se propaguem e
pelo nosso tempo, estabelecendo um diálogo governem toda a esfera de vida, com o devido
fértil entre cultura e fé. Nesta unidade, pois, cuidado, tendo como pressuposto a imagem de
trabalharemos o processo de hominização Deus presente em suas vidas. Assim, em Gênesis
e como a cultura é construída por meio da 1: 26-27, o autor revela que a humanidade
intervenção humana. ali representada deve ser a promotora do
desenvolvimento pessoal, cultural e espiritual de
A questão das origens do ser humano remonta ao toda a vida na terra.
sentido da existência e como viver a partir de tal
conhecimento. Tal busca pressupõe uma jornada Há, porém, outra perspectiva de compreensão
incessante pela verdade. Na medida em que as da história humana sobre a terra. Trata-se da
descobertas são efetuadas, caminhos novos percepção científica que vê a espécie humana
são vislumbrados, práticas culturais podem como resultado de transformações e mutações
ser ressignificadas e posturas éticas podem de organismos menores para então se chegar
ser reelaboradas. Há o toque estético presente aos que hoje se tem de concepção humana.
no universo da cultura capaz de fomentar
possibilidades infinitas de autocompreensão De qualquer maneira, há de se ressaltar a grandeza
humana. presente na vida humana em cada descoberta
que se faz, seja efetivamente comprovada ou
não, podemos dizer que o humano se supera
pela busca da verdade. Assim, tanto a perspectiva
bíblica que vê declaradamente um Criador por

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trás de toda vida e universo, quanto a investigação científica se encontram na medida em que ambas
se dedicam a dar explicações acerca da vida humana sobre a terra.

Figura 1 - Evolução: ciência

Fonte: O papel da carne na evolução humana. Veja.com

Dessa maneira, o caminho escolhido pela ciência ou pela fé terá conclusões que poderão impactar
significativamente a vida e a ética que se desenvolve a partir dos pressupostos adotados pelo
investigador. Portanto, optamos aqui por razões específicas a percepção judaico-cristã acerca da
criação. Com isso, queremos dizer que o diálogo com os demais saberes será sempre bem vindo
nessa caminhada que propomos desde o início de nosso curso.

Para ampliar um pouco mais nossa discussão, veja dois relatos: um acerca do criacionismo e outro
descreve o que é o evolucionismo.

O Criacionismo, tal como o Evolucionismo são perspectivas que buscam explicar as origens humanas
sobre a terra. Embora elas tenham divergências no método que utilizado, ambas explicam de modo
particular a vida humana sobre a terra.

Figura 2 - “A Criação de Adão”, fresco de Michelangelo Buonarroti,


no teto da Capela Sistina em Roma, 1508-1512.

Fonte. Infopédia

Ao estudante interessado em fundamentar suas percepções acerca das origens do humano e sua
manifestação cultural ao longo da história é valido salientar que ciência e fé, evolucionismo ou
criacionismo, ambas podem caminhar juntas na busca pela origem humana, resguardando cada uma,
a seu modo, os caminhos próprios de sua busca. O quadro abaixo pode nos auxiliar na percepção
em que a fé ou a ciência possuem abordagens distintas. No entanto, podem ser alimentadas pela
outra, humildemente.

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ciências, costumes, sistemas,


leis, religião, crenças, esportes,
mitos, valores morais e éticos,
comportamento, preferências,
invenções e todas as maneiras de ser
(sentir, pensar e agir).

Aprofunde seus conhecimentos:


A evolução da Antropologia - http://
www.infoescola.com/ciencias/
evolucao-da-antropologia/
(Fonte: http://sala19.files.wordpress.com/2012/02/
os_metodos.gif ) 2.3.1 O humano e os demais animais

A seguir, verificaremos o conceito de cultura Quando se faz comparação entre o humano e


e como ela é produzida por meio da ação as demais espécies, percebe-se caracterização
humana. Antes, verificaremos como o humano diferenciada entre ambos. Trata-se daquela ação
se assemelha e se distingue dos demais animais. possuidora de instintos nos animais de cadeia
zoológica menor e ato humano voluntário.
Conforme nos descrevem Aranha e Martins
2.3 Conceituando a Cultura (2003 p. 22):

O tema da cultura pode nos conduzir, de modo Os animais que se situam nos níveis
ligeiro, a dar definições com base em certa mais baixos da escala zoológica de
compreensão usual moderna. Trata-se daquela desenvolvimento, como, por exemplo, as
compreensão que vê, nos elementos éticos e aranhas, agem, sobretudo, por reflexos
estéticos expostos nos museus, o retrato da e instintos. A ação instintiva é regida por
cultura em si. Claro que, objetivamente, há ali leis biológicas, idênticas na espécie e
expressões de como, ao longo da história, os invariáveis de indivíduo para indivíduo.
registros das ações humanas são elaborados. Mas, Essa rigidez dá a ilusão de perfeição, pois
pensar a cultura enquanto elemento que está em o animal, especializado em determinados
processo contínuo de construção nos faz ver as atos, os executa com extrema habilidade.
peculiaridades que ocorrem nesse processo. As
representações humanas registradas e exibidas Como visto acima, há certa rigidez nas ações
em público são consideradas peças culturais e, desenvolvidas por animais não humanos. Agem,
portanto, possuidoras de valor ético, estético e sempre por reação a determinado impulso que
literário. os faz interagir com o meio onde encontram.
Os impulsos não possuem a reflexão necessária
A cultura pode ser considerada como para a formação e transformação do meio onde
tudo que o homem, através da sua se insere os animais. É fato que constroem seu
racionalidade, mais precisamente habitat e vivem de modo similar aos humanos.
da inteligência, consegue executar. Porém, quando provocados em sua maneira
Dessa forma, todos os povos e de ser e acompanhados sistematicamente, se
sociedades possuem sua cultura perceberá que há uma sequencia do mesmo
por mais tradicional e arcaica que naquilo que constroem sob a natureza.
seja, pois todos os conhecimentos Diferentemente, o humano é possuidor de
adquiridos são passados das vontade, isto é, tem consciência do que realiza
gerações passadas para as futuras. e pode, inclusive, transformar o meio a cada vez
Os elementos culturais são: artes, que intervém nele. Aranha e Martins (2003, p. 22)
assim descrevem:

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O ato humano voluntário, em maior plasticidade, característica dos


contrapartida, é consciente da atos inteligentes. Ao contrário da rigidez
finalidade, isto é, o ato existe antes dos reflexos e instintos, a resposta ao
como pensamento, como possibilidade, problema ou à situação nova, para os
e a execução resulta da escolha de quais não há programação biológica, é
meios necessários para atingir os fins uma resposta inteligente, e, como tal,
propostos. Quando há interferências improvisada e criativa (Aranha e Martins,
externas no processo, os planos também 2003, p.22).
são modificados para se adequarem à
nova situação. A organização dos mamíferos possibilita-os a
criarem grupos complexos com características
Eis aqui a maneira como os humanos constroem o próprias visando a sua sobrevivência. Assim,
meio onde habitam. Por meio da sua inteligência, pode ser percebida, neste meio, uma forma de
pensam e agem de acordo com o que pensam, criatividade em que a intervenção ocorre de
construindo seu espaço geográfico, social, maneira mais elaborada.
cultural, linguístico e religioso. Conseguem, com
isso, prever alterações e modificar o curso de Ao comparar as construções feitas pelos humanos
determinado projeto que anteriormente fizera. e aquelas desenvolvidas pelos demais mamíferos,
Assim, entre os humanos e os demais animais verifica-se, em geral, que as transformações
(como as aranhas, p. ex.), existe a capacidade promovidas pelos humanos estão para além
humana de ir além do impulso: agir com daquelas encontradas nos grupos de mamíferos
inteligência diante do meio onde se insere. não humanos. Assim, destaca-se a ação humana:
como articulador que reflete, cria e pensa sobre
2.3.2 O humano e os demais mamíferos o que reflete, o humano pode intervir de modo
sistemático, transcendendo, assim, aos objetos
Os mamíferos estão, de acordo com a zoologia, imediatamente postos ao seu redor. Ou seja, o
em níveis mais altos da escala zoológica. Ao humano tem a capacidade de gerar símbolos e,
verificar mamíferos não humanos em sua rotina, com esses, elaborar outras formas de sentido ao
podem ser percebidas determinadas formas de se grupo em que se situa.
organizarem, criarem e procriarem com algumas
semelhanças humanas. Tal similaridade dá aos
demais mamíferos capacidade de irem além
dos instintos, promovendo certas construções
e intervenções de seu espaço de modo criativo.
Diferentemente dos animais que agem somente
pelos instintos, os mamíferos conseguem dar
respostas compatíveis com os problemas que
se lhes apresentam. A programação biológica,
característica dos animais que agem pelos
instintos, aqui dá espaço para ações inteligentes
e criativas.

A inteligência concreta, isto é, o processo criativo


derivado do pensamento, dá aos mamíferos a 2.3.3 A comunicação humana por meio da
possibilidade de serem reflexivos em suas ações. linguagem
Vejamos:
Como vimos anteriormente, a interação
Nos níveis mais altos da escala zoológica, humana com o meio ocorre de modo refletido
onde estão situados os mamíferos, e consciente da finalidade de suas ações. Diante
por exemplo, as ações deixam de ser de tal compreensão, a cultura desenvolvida pelas
exclusivamente instintivas e adquirem interações humanas é capaz de se desdobrar

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em mais conhecimento de si e dos demais que Na dimensão animal, a comunicação se limita à


estão em seu entorno. Nasce, dessa interação, necessidade de adaptação que precisam ter em
a necessidade de comunicação precisa para que situações concretas. No caso dos humanos, pela
se mantenha certo grau de coparticipação na linguagem, há estabelecido um distanciamento
construção de suas sociedades. da experiência e um fomento de reorganização
do espaço onde se insere.
Visando à manutenção do grupo, símbolos
diversos passam a fazer parte da rotina das
sociedades e, com isso, a comunicação passa
a se estabelecer. Mas, o que seria a linguagem
humana e como podemos descrevê-la?

Somo seres que falam: a palavra se


encontra no limiar do universo humano.
Se criássemos juntos um bebê humano
e um macaquinho, não veríamos muitas
diferenças nas reações de cada um
nos primeiros contatos com o mundo
e com as pessoas. O desenvolvimento
da percepção, da preensão [sic] dos 2.3.4 A ação humana e a formação da cultura
objetos, do jogo com os adultos se dá
de forma similar nos dois. Em dado Pela ação humana sobre a natureza, o meio é
momento, contudo, por volta dos dezoito transformado e adaptado para sua subsistência.
meses, o progresso apresentado pelo O trabalho é a forma elementar com a qual o
bebê humano torna-se impossível alimento, a moradia e a organização social se
prosseguirmos comparando-o ao estabelecem. Como forma de transformação, o
macaco, em razão da capacidade que o humano gera cultura e promove a sistematização
ser humano tem de ultrapassar os limites das formas de vida onde a contribuição de
da vida animal ao entrar no mundo do cada um somada resultará na capacidade de
símbolo (Aranha e Martins, 2003, p. 23). sobrevivência do grupo. Gasda (2011, p.48), ao
falar da temática do trabalho, assim o define:
Há de se salientar que, em se tratando de
linguagem humana, esta pode ser utilizada Em primeiro lugar o trabalho é um
em interação com os animais. Contudo, ao processo relacional entre homem e
estabelecer interação humana e outro animal, natureza. A mediação do homem com a
verificam-se dois aspectos que merecem ser natureza se faz pelo trabalho. O objeto
levados em conta. Os animais não conhecem do trabalho é toda a natureza, tal como
símbolos. Agem de maneira fixa e adestrada se apresenta para o homem. A primeira
a determinado critério com o qual foram tarefa é separar um objeto da natureza.
treinados. Dessa maneira, conhecem somente O segundo é o desenvolvimento de
o índice da comunicação, ou seja, os indicativos meio de trabalho. Este meio de trabalho,
preestabelecidos entre o humano e o animal. retirado da própria natureza, o homem o
Assim, na comunicação humana, existe a assume como seu. No aperfeiçoamento
dimensão simbólica que enuncia conceitos dos meios de trabalho acontece o
universais, possibilitando interações mais progresso do trabalho e da cultura: [...]
complexas e transformadoras. Para a linguagem o que diferencia uma era econômica
animal, o índice é suficiente, ao passo que, na de outra não é tanto o que é fabricado,
comunicação humana, o símbolo permeia toda a mas a forma de fabricação, o meio de
sua estrutura. As palavras, portanto, possibilitam trabalho.
ao humano situar-se no tempo e no espaço. Por
elas, referencia-se ao passado, presente e futuro. O trabalho pode proporcionar ao humano situar-

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se entre os demais seres, de modo que, com Chaplin e reflita em como ocorreu o processo de
sua ação sobre a natureza, o humano propõe transformação do trabalho em mercadoria pela
transformação e desenvolvimento pessoal. Por sociedade industrial.
isso, o trabalho está intrinsecamente relacionado
com a própria constituição da identidade, uma Assista ao vídeo: Tempos
vez que impulsiona a criatividade humana e, modernos – recorte do filme
com isso, há um estímulo para o exercício da (http://www.youtube.com/
liberdade. watch?v=XFXg7nEa7vQ).

Aqui temos algo altamente relevante. O trabalho


como significado da construção da própria 2.4 Conclusão
identidade. A transformação que a Modernidade
conheceu com a Sociedade Industrial mudou Chegamos ao final de nossa segunda unidade.
consideravelmente a forma de ver o trabalho. Até aqui estudamos o processo de hominização
Ele se tornou mercadoria (Karl Marx, 1996, e de desenvolvimento da cultura. Para isso,
p.165) e passou a ser objeto de negócio. Assim, definimos o conceito de hominização, mostramos
quando analisamos essa dimensão humana da a possibilidade de termos dois relatos (a judaico-
criatividade, por meio do trabalho que estimula cristã e a científica) de modo que chegamos
o exercício da liberdade, é valido refletir na ao conceito de cultura. Para demonstrar
maneira que esse elemento (o trabalho), tão caro como o humano cria a cultura no seu entorno,
à constituição da identidade e personalidade buscamos empenhar na diferenciação entre os
humana, estabelece-se na atualidade. seres humanos e os demais animais. Com isso,
descobrimos que, embora haja similaridades na
Ao mesmo tempo em que transforma a manifestação e intervenção humana e animal,
natureza, adaptando-a às necessidades sobre natureza, o humano tem a possibilidade
humanas, o trabalho altera o próprio de transformá-la por meio do trabalho, dando a
indivíduo, desenvolvendo suas faculdades. si e ao mundo a identidade que é exercida por
Enquanto o animal permanece sempre o meio da liberdade criativa sobre a natureza.
mesmo, na sua essência, já que repete
gestos comuns à espécie, nós mudamos Assista ao vídeo a seguir e analise como a cultura
as maneiras pelas quais agimos sobre o é construída pelo humano. Veja os símbolos
mundo, estabelecendo relações também que este utiliza para comunicar e interagir na
mutáveis, que por sua vez alteram nossa sociedade onde se situa. Bons estudos!
maneira de perceber, de pensar e de
sentir. Ou seja, pelo trabalho nós nos Assista ao vídeo: Cultura
autoproduzimos (Aranha e Martins, 2003, Brasileira e heranças de outros
p.25) povos (http://www.youtube.com/
watch?v=v46R9cgLkgg).
Na modernidade o trabalho assumiu
caracterização diferente das sociedades
tradicionais da idade média. Ele passa a ser o REFERÊNCIAS
objetivo para a geração de riquezas por meio
da produção desenvolvida. Nesse caminho ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria
cabe refletir em que medida o trabalho pode Helena Pires. Filosofando: introdução á filosofia.
contribuir para o processo de hominização
(mencionado no início dessa unidade) e cultura. BRASIL ESCOLA. Disponível em: http://www.
Mais que angariar proventos para subsistência, o brasilescola.com. Acesso em: 10 set. 2014.
trabalho é capaz de acentuar o desenvolvimento
pessoal e coletivo de uma determinada cultura GASDA, Élio Estanislau. Trabalho e Capitalismo
e sociedade em geral. Acompanhe um recorte Global: atualidade da Doutrina Social da Igreja.
do filme “tempos modernos” com Charles São Paulo: Paulinas, 2011.

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MARX, Karl. O Capital: crítica da economía política. v.1. São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda, 1996
(E-book).

MUNDO EDUCAÇÃO. Disponível em: http://www.mundoeducacao.com. Acesso em: 10 set. 2014.

GLOSSÁRIO

Linguagem: A linguagem é a capacidade que os seres humanos têm para produzir, desenvolver
e compreender a língua e outras manifestações, como a pintura, a música e a dança. Já a língua é
um conjunto organizado de elementos (sons e gestos) que possibilitam a comunicação. Ela surge
em sociedade, e todos os grupos humanos desenvolvem sistemas com esse fim. As línguas podem
se manifestar de forma oral ou gestual, como a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/qual-diferenca-lingua-linguagem-687749.shtml.

Sociedade Industrial: É aquela onde “a atividade produtiva exterior ao quadro familiar, a


concentração da mão de obra, um cálculo económico racional e a acumulação do capital e
orientação para o crescimento. Outras características têm sido atribuídas à sociedade industrial,
como o desaparecimento da economia de subsistência, a diminuição da mão de obra empregue
na agricultura, a urbanização da sociedade, o aumento da literacia, a institucionalização da política
em torno de partidos de massa, a aplicação da ciência a todas as esferas da vida especialmente
à produção industrial e a racionalização da vida social.” Disponível em: http://www.infopedia.
pt/$sociedade-industrial;jsessionid=T50-N2+hCZ5mLGMw7B2LcQ__

Valores éticos: Referem-se às normas ou critérios de conduta que afetam todas as áreas de nossa
atividade (Ex. Lealdade, (bondade, altruísmo, etc.).

Valores estéticos: É a valoração que fazemos das expressões que estão à nossa volta (Belo, feio,
sublime, trágico).

Valores literários: É atribuição que fazemos ou o valor que damos a determinada obra pela sua
relevância ou influencia na sociedade. É o reconhecimento da grandeza comunicada por meio
daquela expressão literária.

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