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Cachoeiro de Itapemirim
2014
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Cachoeiro de Itapemirim
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Professor Orientador: Roberto Sein Pereira
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Professor Examinador:
________________________________________________________
Professor Examinador:
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
The present work aims to study on the institutes of unhealthy and dangerous in the
workplace, and their respective legislative and doctrinal concepts and foundations, as
well as jurisprudence. This is a detailed study of the rights of workers who have
unhealthy or dangerous functions and divergence in doctrine and case law regarding
the possibility of accumulating the receipt of additional unhealthy and hazardous to
employees performing such function cumulatively. It will also be analyzing the
reception of the 1988 Constitution ratification of Convention 155 of the International
Labour Organisation, and its effects on the main theme proposed.
SUMÁRIO
Resumo
Abstract
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................09
2INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE: UM MALEFICIO
NECESSÁRIO...........................................................................................................10
3 O DIREITO AOS ADICIONAIS TRABALHISTAS E SUAS FUNDAMENTAÇÕE....16
4 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E A RATIFICAÇÃO DA CONVENÇÃO Nº
155 DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO...................................21
5 POSSIBILIDADE DE ACUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS DE PERICULOSIDADE E
INSALUBRIDADE......................................................................................................27
5.1 JURISPRUDÊNCIAS...........................................................................................40
6 CONCLUSÃO........................................................................................................48
7REFERÊNCIAS.......................................................................................................53
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9
1 INTRODUÇÃO
1
CARRION, Valentin. CLT Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 35. ed.São
Paulo: Editora Saraiva,2010.p,208.
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11
Desta forma, com base nesses fatores expostos acima, foram estabelecidos
limites de tolerância a estes agentes causadores, que, no entanto,
representam um valor numérico abaixo do qual se acredita expor os
trabalhadores aos agentes agressivos, durante a sua vida não contrairá
doença profissional, ou seja, o trabalhador exposto ao agente no limite
tolerado não é prejudicado em sua saúde, conforme a legislação expõe.
Portanto, do ponto de vista prevencionista, não podem ser encarados com
total rigidez e sim como parâmetros para a avaliação o controle dos
ambientes de trabalho.
2
CARRION, 2010, p.208.
3
CARRION, 2010, p.209.
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13
4
CARRION, 2010, p.213.
5
CARRION, 2010, p.215.
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14
6
CARRION, 2010, p.213
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18
7
CARRION, 2010, p.216.
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19
8
BARROSO, Darlan; JUNIOR ARAUJO, Marco Antônio. Vade Mecum. 2 ed. Atual e ampl.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 2034
9
BARROSO, Darlan; JUNIOR ARAUJO, Marco Antônio. Vade Mecum. 2. ed. Atual e ampl.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 2019.
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20
Fica nítido que o trabalhador não recebe vantagens, mas sim se configura no
máximo uma tentativa de compensação, e é claro um direito configurado pela
própria legislação.
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21
10
GALINDO, George Rodrigo Bandeira. Tratados internacionais de direitos humanos e a
Constituição brasileira. Belo Horizonte: Del Rey, 2002, p.312.
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22
11
GALINDO, George Rodrigo Bandeira. Tratados internacionais de direitos humanos e a
Constituição brasileira. Belo Horizonte: Del Rey, 2002, p.316.
12
Ibid., p.313.
13
Ibid., p.314.
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23
14
GALINDO, George Rodrigo Bandeira. Tratados internacionais de direitos humanos e a
Constituição brasileira. Belo Horizonte: Del Rey, 2002, p.311.
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15
GALINDO, George Rodrigo Bandeira. Tratados internacionais de direitos humanos e a
Constituição brasileira. Belo Horizonte: Del Rey, 2002, p.317
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25
Logo, é fato de que uma vez ratificada a convenção, o Estado que a ela se
obrigou, através do consentimento, deverá a seus princípios e regras se
submeter, posto trata-se de regra obrigatória, considerando a adoção das
medidas necessárias para tornar efetivas as medidas insertas em seu texto, e
cujo descumprimento acarretará a responsabilidade do Estado-parte.
16
GALINDO, George Rodrigo Bandeira. Tratados internacionais de direitos humanos e a
Constituição brasileira. Belo Horizonte: Del Rey, 2002, p.317.
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26
É nítido, dessa forma, que ante a previsão do artigo alhures, que “os efeitos
combinados dos agentes agressivos, foi expressamente adotado nesta
convenção. A presença de vários agentes agressivos, pelo efeito sinérgico,
18
em vez de apenas somar, multiplica os malefícios.”
Insta salientar além do mais que quanto ao uso do aspecto cronológico como
técnica de antinomia, considerando argumentos daquelas que ainda
defendem existir proibição expressa no §2º do artigo 193 da Consolidação
das Leis do Trabalho, percebe-se que a Convenção n.155 da OIT ratificada
no ano de 1994 via decreto n.1.254 é norma posterior a CLT, bem como em
relação à Lei n.6.514|1977, responsável pela redação do artigo 193 e seus
respectivos parágrafos. ”Assim, prevalecerá à primeira em detrimento da
norma consolidadora do trabalho.”20
17
GALINDO, George Rodrigo Bandeira. Tratados internacionais de direitos humanos e a
Constituição brasileira. Belo Horizonte: Del Rey, 2002, p.320.
18
OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 5. ed .rev
.ampl.e.atual. São Paulo: LTr,2010,p.81.
19
Ibid., p.82.
20
CORDEIRO, Luis Fernando. Possibilidade constitucional e legal de cumulação dos
adicionais de insalubridade e periculosidade. In: Revista LTr, suplemento
trabalhista,v.43,n.142,dezembro|2007.Disponível em
HTTP://www.professorcordeiro.com/index.php?option-com_content&view-article&id-
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27
56:possibilidade-constitucional-e-legal-de-cumulacao-dos-adicionais-de-insalubridade-e-
periculosidade&catid=41 artigos-do-professor-cordeiro&itemid=54 Acesso em 19 de abril de
2014.
21
BRASIL. Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943. Instituiu a Consolidação das Leis do
Trabalho. In. BARROSO, Darlan: JUNIOR ARAUJO, Marco Antônio. Vade Mecum.2. ed.
atual. e .ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p. 838.
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28
22
BUCK, Regina Célia. Cumulatividade dos adicionais de insalubridade e
periculosidade. São Paulo: LTr, 2001., p. 114.
23
BUCK, 2001, p.125-126.
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29
24
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27. ed. rev. E
atual.São Paulo: Malheiros, 2010, p.370.
25
MELLO, 2010, p. 350.
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30
Neste contexto, não há qualquer razão pela qual justifique efetivamente uma
norma ordinária vedar a cumulação de adicionais, ao passo de que a própria
Lei Magna do Estado, a Constituição Federal, faz a previsão do pagamento
das parcelas salariais aos trabalhadores que estejam expostos a agentes
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31
agressivos durante seu labor de modo subsidiário, isto é, quando não forem
reduzidos ou eliminados os riscos no ambiente de trabalho.
Por sua vez, cumpre destacar mais uma das fundamentações levantadas pela
parte favorável à cumulação, que relata a possibilidade jurídica de serem
cumulados outros adicionais legais, como é o caso dos adicionais de hora
extra e noturna. Logo, cada adicional é referente a condições mútuas e
distintas, afetando o trabalhador de forma única em sua totalidade.
26
ZAPATA MEJIA LAGE, Daniela. A cumulatividade dos adicionais de insalubridade e
periculosidade no atual direito brasileiro. Disponível em: < jus.com. br/artigos>. Acesso
em: 24 de fevereiro de 2014.
27
CRUZ, Carlos; GONÇALVES, Ana Carolina. Direito do trabalho: teoria- exame da OAB.
Belo Horizonte: Pro Labore Editora, 2012, p. 47.
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32
Ora, um adicional não compensa os danos ocorridos pelo outro agente que o
trabalhador é exposto, afinal, cada um atinge o trabalhador de uma forma
distinta. Se o trabalhador labora concomitantemente em local que expõe a
agentes insalubres e perigosos, é fato de que o recebimento de apenas um
adicional, jamais compensará o que o outro agente causará ao funcionário.
Insta registrar assim, que a tese defendida de que não seja possível coexistir
insalubridade com periculosidade e, por este motivo, indevida a cumulação
dos adicionais pertinentes por tutelarem os mesmos bens e valores é
descabível, considerando que, como demonstrado acima, o objeto, assim
como o bem tutelado de um é distinto do outro.
28
ZAPATA MEJIA LAGE, Daniela. A cumulatividade dos adicionais de insalubridade e
periculosidade no atual direito brasileiro. Disponível em: < jus.com. br/artigos>. Acesso
em: 24 de fevereiro de 2014.
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34
29
BUCK, 2002, p. 333.
30
BRASIL. Constituição (1988) [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília: Senado
Federal, 1988.
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Está, por sua vez, “pode se identificar com o principio da máxima efetividade
dos direitos fundamentais, na medida em que se prevê que no caso de
dúvidas deve proferir-se a interpretação que reconheça maior eficácia aos
32
direitos fundamentais.”
31
BULOS, Uadi Lammégo. Curso de Direito Constitucional. 5. ed.rev e atual. São Paulo:
Saraiva 2010, p.58.
32
GALINDO, 2002, p.317.
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36
33
RICD, Manual de Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva 2013, p.34.
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37
34
BRASIL. Decreto nº 1.254, de 29 de setembro de 1994. Promulga a Convenção nº 155.
Da Organização Internacional do Trabalho, sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores e o
Meio Ambiente do Trabalho. Disponível em: < WWW.planalto.gov.br/c civil_3/decreto/1990-
1994/D1254.htm>. Acesso em: 20. mar.2014.
35
BRASIL. Decreto nº 1.254, de 29 de setembro de 1994. Promulga a Convenção nº 155.
Da Organização Internacional do Trabalho, sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores e o
Meio Ambiente do Trabalho. Disponível em: < WWW.planalto.gov.br/c civil_3/decreto/1990-
1994/D1254.htm>. Acesso em: 20. mar.2014.
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Claro, é dessa forma, ante a previsão do artigo mencionado acima, que “os
efeitos combinados dos agentes agressivos, foi expressamente adotado nesta
Convenção. A presença de vários agentes agressivos, pelo efeito sinérgico,
37
em vez de apenas somar, multiplica os malefícios.”
36
BRASIL. Decreto nº 1.254, de 29 de setembro de 1994. Promulga a Convenção nº 155,
da Organização Internacional do Trabalho, sobre segurança e saúde dos trabalhadores e o
Meio Ambiente de Trabalho. Disponível em: < WWW.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-
1994/D1254, htm.> Acesso em: 20. Mar.2014.
37
OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 5. ed. ver.
ampl. E atual. São Paulo: LTr, 2010, p.81.
38
OLIVEIRA, 2010, p. 90.
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5.1 JURISPRUDÊNCIAS
39
BRASIL, Tribunal Regional do Trabalho. Terceira turma. Recurso Ordinário nº 0115900-
56.2009.5.01.0036. Cumulação de adicionais de insalubridade e periculosidade indevida.
Relatora: Angela Fiorencio Soares da Cunha. Disponível em: <
WWW.trt1.jus.br/guest/consulta-jurisprudencia>. Acesso em: 27 mar. 2014.
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42
41
BRASIL, Superior Tribunal Federal. Habeas Corpus nº 87.585-8/TO. Possibilidade de
cumulação dos adicionais de periculosidade e insalubridade. Relator: Min. Celso de Mello.
Disponível: WWW.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/pesquisarjurisprudencia.asp. Acesso em: 27
mar.2014.
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mesmo moral de respeita-los( art. 1º, 3º, 5º, 6º, 170, 196, 220 e 225
da Constituição, 157 da CLT, leis 9.029/95, 8.080/90 e Convenções
155 e 161 da OIT). Assim, pode-se afirmar que os direitos
fundamentais, inclusive aqueles de natureza social, criam condições
de fazer fluir a vida em segurança, não constituindo meros
programas. Direitos como a vida, a saúde, a segurança e o trabalho,
constituem verdadeiras exigências ético-juridicas ante o Estado, e
também ao particular, que estabelecem, em comum e
sistematicamente concatenados com os grandes princípios
constantes dos arts. 1º, 3º e 5º do texto maior, ordem e respeito ao
valor maior da dignidade humana que, como já anotado, permeia
todo ordenamento juridico, aí incluído, obviamente, o ordenamento
laboral. Desse modo, esses direitos são de natureza fundamental e
pessoal, irrenunciáveis, indisponíveis e, por conseqüência,
imprescritíveis mesmo quando sua afetação possa acontecer no
seio de uma relação laboral ou do contrato de emprego. [...] De fato,
estando-se diante de direitos humanos fundamentais, sua violação
implica agressão à personalidade, à dignidade do ser humano
enquanto tal e não como cidadão que exerce certa função ou
integra uma categoria profissional, nem tampouco porque mantém
um vinculo de emprego. Não se trata, pois, de meros direitos
trabalhistas como pretendem alguns, ou civis no sentido estrito
como sustentam outros. Ao contrario, está-se diante dos direitos
fundamentais de índole constitucional, considerados como cláusulas
pétreas. Por conseqüência, dotados de proteção até mesmo contra
o querer democrático, ou seja, contra a vontade do legislador ( art.
42
60, § 4º, inciso IV da CF/88).
42
BRASIL, Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de Revista nº 36200-
93.2008.5.24.0046. Cumulação de adicionais de insalubridade e periculosidade. Relatora:
Min. Dora Maria da Costa. Disponível em: < WWW.tst.jus.br/jurisprudencia>. Acesso em 25
mar.2014.
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43
BRASIL, Tribunal Regional do Trabalho. Segunda Turma. Recurso Ordinário nº 2 00354-
2006-002-03-00-4. Reparação dos adicionais de insalubridade e periculosidade. Relator: Des.
Marcus Moura Ferreira. Disponível em: WWW.trt3.jus.br. Acesso em 21 de mar.2012.
44
BRASIL, Tribunal Regional do Trabalho. Segunda Turma. Recurso Ordinário nº 01959-
2006-142-03-00-0. Reparação dos adicionais de insalubridade e periculosidade. Relator: Des.
Vicente de Paula M. Junior. Disponível em: WWW.trt3.jus.br. Acesso em 21 de mar.2012.
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6 CONCLUSÃO
por labor sob riscos, uma vez que este dispositivo legal foi pela Convenção nº
155 da OIT revogado tacitamente, quando de sua integração ao nosso
ordenamento jurídico. Ademais, não fez a CLT uma previsão de cunho
expressamente proibitivo.
Por isso, fato é que os princípios são normas jurídicas. Existem e devem ser
utilizados, pois sua missão é orientar a interpretação e a aplicação dos
institutos jurídicos, ou seja, constitui diretriz do ordenamento, não podendo
regras infraconstitucionais fazer previsões de modo a contrariá-los.
O que se pretende com este trabalho, não é majorar o financeiro, mais sim a
injustiça que ocorre com o trabalhador, que já é afetado por agentes
agressivos, que claramente o prejudica em sua saúde e higiene. Levando-se
em conta a preocupação de que o adicional é uma forma que a legislação
obteve para se compensar os prejuízos que advêm da exposição a esses
agentes. Logo, apenas uma compensação por um determinado agente, de
maneira alguma compensará ou deixará de acarretar prejuízos por conta do
outro agente causador.
7 REFERÊNCIAS