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P ara iniciar esta aula vamos reproduzir uma história que confirma a afirmativa: O sucesso de hoje
não garante o sucesso amanhã.
Missão Visão
Inclui o negócio da empresa É o sonho do negócio
É orientadora É inspiradora
Pedagogia e Empreendedorismo
A questão do conflito
Todo problema traz em si a
semente da sua solução.
Máxima oriental
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Visão empreendedora
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Pedagogia e Empreendedorismo
Empregabilidade:
o desafio do fim do emprego
O que cria um verdadeiro empreendedor
é sua competência para intuir,
imaginar, farejar um novo negócio.
É necessário saber o que as pessoas
vão precisar, antes mesmo que elas saibam.
Roberto Shinyashiki
O funil estreitou
São Paulo, 7h30min da manhã. Uma multinacional americana vai sele-
cionar candidatos para estágio, com remuneração de 1.600 reais por mês. A
vaga é uma só e os candidatos são vinte, todos eles com curso universitário,
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Visão empreendedora
Auto-realização
Auto-realização sonho felicidade
“Sonho estruturante” (expressão usada por Dolabela) é o sonho que se so-
nha acordado, capaz de conduzir à auto-realização. E qualquer pessoa, em qual-
quer condição, tem a capacidade de formular sonhos, porque esse é um atributo
da natureza humana, alcançar a felicidade inclui aprender a construir a sua auto-
estima. É preciso aprender que a felicidade não é algo que depende apenas de
acontecimentos na sua vida; é muito mais um jeito de “estar” na vida. E, buscar
a felicidade significa tomar uma forte decisão sobre você ter direito à felicidade.
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Pedagogia e Empreendedorismo
Paulo Freire
A dinâmica pedagógica é dada pela ação que integra os dois momentos do ciclo de apren-
dizado do empreendedor: o sonho e a busca de sua realização. Ao envolver-se na tarefa de reali-
zação do sonho, o indivíduo estará ponderando a adequação entre o sonho, tudo o que o cerca e
o seu próprio eu. Para isso, buscará, de forma auto-suficiente, aprofundar conhecimentos sobre
si mesmo e sobre o ambiente do sonho, aumentando sua consciência sobre o mundo e os outros.
Com o sonho, o eu e o ambiente sofrem mudanças e se alteram permanentemente; desse modo, a
construção do conhecimento é dinâmica, o que lhe empresta força pedagógica.
Imaginar um sonho pode ser tarefa bastante simples. Mas adequá-lo ao “sistema ecológico
de vida” do indivíduo (FILION; DOLABELA, 2000) exige algumas habilidades. E buscar realizá-
lo conduz a conquistas crescentes que dizem respeito a um maior entendimento do mundo. Essa
dinâmica diz respeito à que a formulação e à busca de realização do sonho. Assim, forma-se um
movimento em espiral ascendente, no qual todas as partes mantêm relações de causa e efeito.
A conexão entre sonhar e buscar realizar o sonho é a essência do processo. Nada mais im-
portante do que ela, porque irá redefinir os dois elementos: de um lado, o sonho (em constante
mutação); de outro, habilidades, competências e recursos para realizá-lo (em constante evolução).
Nada é estático, portanto. Nesse processo, o agente habitua-se a lidar com situações caracteri-
zadas pela incerteza – indefinição e imprevisibilidade são elementos constitutivos do ambiente
empreendedor – e também com a criatividade, que leva à inovação e permite caminhar com mais
objetividade rumo à realização do sonho.
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Visão empreendedora
O autor do sonho estará sempre diante da pergunta: “Qual é o próximo passo?”. E sabe que
ele, e somente ele, poderá dar a resposta que levará à ação.
Em resumo: o processo pedagógico vai se dedicar, principalmente, à conexão entre o sonho e
a sua realização, pois esta, em suas várias formas, contém o elemento dinâmico que irá construir
permanentemente o sonhar e o realizar, alterando-os de acordo com o aprendizado feito na tenta-
tiva de estabelecer a ligação entre as duas instâncias.
b) Em grupo, discutam o texto e redijam uma crítica sobre as conclusões a que chegaram.
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Pedagogia e Empreendedorismo
Seja qual for a sua concepção de Deus e o nome que você atribua a Ele, haverá, com certeza,
um ponto em comum com todas as demais concepções: a convicção de que Ele nos colocou neste
mundo para sermos felizes. Não há outro sentido mais digno para a vida senão a busca e a convivên-
cia com a felicidade.
O homem tem legado maravilhosos feitos à humanidade ao longo de sua história. É obra,
talvez, do seu lado divino, já que somos todos semideuses criados à imagem e semelhança Dele.
Mas há o nosso lado humano, imperfeito em essência, carente de aprendizado e crescimento. É este
lado, não inteiramente desenvolvido, que traz consigo as ervas daninhas da violência, da injustiça,
dos preconceitos e do desamor, impedindo a paz universal. Na verdade, o homem nunca encontrará
a paz universal enquanto não descobrir a sua própria paz interior. É ela o antídoto contra todas as
distorções do comportamento humano, que vai tornar o homem feliz e espalhar a paz interior em
seus semelhantes.
Essa paz interior chama-se amor e sua semente encontra-se no coração de todos os homens.
Essa é mais uma das incontáveis mágicas da natureza; há uma semente de amor no coração de todos
os homens. Se ele não for todo insensível, perceberá sua existência e deixará que brote e cresça, des-
tinando seus frutos, em muitas ações, em benefício do próprio homem.
No entanto, como em tudo na vida, o amor precisa ser praticado para tornar-se bastante, tal
como se faz com a pequena semente para que se torne uma grande árvore. O amor requer aprendi-
zado, porque é sutil, multifacetado e se alimenta de muitos sentimentos. Há que se aprender e admi-
nistrar aqueles frutos saborosos, como ternura, paciência, compreensão, solidariedade, dedicação e
entrega, distinguindo-os daqueles outros quase sempre amargos, como o egoísmo, a deslealdade, a
desconfiança e a inveja.
Não importa quanto tempo leve, nem quão longa possa ser essa viagem; é preciso empreendê-la
mais cedo ou mais tarde. (SEBRAE, 2003, p. 33, aula 12).
Finalizando, vamos analisar o texto do Dr. Cláudio de Moura Castro – “A melhor escola para
seu filho”, publicado na Revista Veja (19.5.99), seção Ponto de Vista. Neste texto, ele ressalta que
“onde os pais vigiam, censuram e aplaudem, a educação melhora”. Estão presentes os conflitos, as
negociações e a cooperação: um trabalho verdadeiramente integrado e integrador.
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O que gostaríamos de ver nas escolas que freqüentam nossos filhos? Aí vai um decálogo:
1. Qual a atmosfera da escola? Favorece o trabalho sério? Tem bons fluidos ou baixo
astral? É difícil definir isso, mas a gente sabe quando o ambiente é bom. Na verdade,
a escola tem a cara do diretor. Mau agouro se o diretor é fraco, ausente, desanimado
ou sem liderança.
2. Quais as missões da escola? São claras para todos? Há alguns objetivos pairando acima
dos outros e que todos conhecem e perseguem? Em boas instituições, todos sabem a que
vieram e são claros no que tentam fazer. E todos empurram na mesma direção.
3. Os alunos lêem além do estritamente necessário para a lição? Há bibliotecas? Há livros
que incendeiam a imaginação dos alunos? Os alunos escrevem bastante, qualquer que
seja a disciplina? Ler e escrever são os assuntos mais centrais da escola. Se ela falhar
neles, é difícil salvar o resto.
4. Há quantas horas efetivas de aula diária? Quantos dias por ano de aula (contados no lápis
e não anunciados nos planos de estudo)? Sabemos que o aprendizado é em grande parte
explicado pela fórmula A=f (traseiro/cadeira/hora), ou seja, quanto mais horas sentado
estudando, mais se aprende.
5. Quantas horas por semana os alunos gastam fazendo o dever de casa? Esse tempo se
inclui na fórmula anterior, aumentando o aprendizado. Menos de duas horas por dia é
pouco, menos de uma é inaceitável. Mau sinal se a televisão ocupa mais tempo do estu-
dante do que os deveres.
6. Quanto tempo os alunos passam ouvindo o professor falar ou ditar (método frontal) e quan-
to tempo passam discutindo, respondendo a perguntas, pesquisando, escrevendo ou traba-
lhando em grupo? Quanto mais tempo ouvindo passivamente a aula, menos se aprende.
7. Há atividades práticas para ilustrar e aplicar as teorias ensinadas nas aulas? A dedução de
fórmulas é menos importante do que a sua indução, isto é, observar o mundo e redesco-
brir as teorias.
8. Importa relativamente pouco o que se aprende nos cursos do tipo “moral e cívica”. O que
interessa é se a escola no seu cotidiano pratica justiça, responsabilidade pessoal, tolerân-
cia, liberdade de expressão e generosidade. Civismo se aprende vendo a escola funcionar
e não ouvindo a pregação do professor.
9. A escola dialoga séria e criativamente com os pais? Os pais são sócios da escola na em-
preitada de educar o aluno. Escola e pais têm de trabalhar como um time.
10. Se a escola do seu filho fica aquém desses princípios e se não é possível mudar seu filho
de escola, mude a escola! Deu certo onde foi tentado seriamente. Reclame, faça barulho,
organize os outros pais. Mas não se esqueça de ajudar, não é só reclamar. Os professores
precisam da apreciação e do apoio dos pais, tanto ou mais do que de cobrança.
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Em grupo
Objetivo – Levar os alunos a vivenciarem uma situação de consenso.
1. O grupo deverá, em 15 minutos, chegar a uma solução para a questão apresentada no texto O
funil estreitou.
2. Após esse tempo, cada grupo aponta a sua solução e o dinamizador do encontro anotará no
quadro e comentará as conclusões.
3. Vocês devem chegar a um consenso sobre quais das cinco catástrofes abaixo citadas causariam
maiores danos à humanidade. Coloque-as em rigorosa ordem decrescente.
– Falta absoluta de energia elétrica por seis meses.
– Falta absoluta de água durante três meses.
– Greve de todos os meios de transporte por um mês.
– Falta absoluta de frutas e legumes por dois anos.
– Greve total de médicos por seis meses.
– Greve total de policiais e bombeiros por seis meses.
– Falta de todo e qualquer anestésico e analgésico por quatro meses.
– Greve geral da imprensa falada, escrita e televisionada por dez meses.
– Falta absoluta de petróleo por três anos.
– Proibição total à prática de qualquer religião por cinco anos.
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