Você está na página 1de 2

EXERCÍCIOS SOBRE KANT (turma 1001)

Eis uma palavra que surge sempre quando a conversa se volta para o uso (ou não) de
máscaras, ou quando se fala da reabertura de restaurantes e lojas, ou ainda da volta das
celebrações religiosas: liberdade.
Em maio, o jornal USA Today contabilizou mais de 1.300 ações, estaduais e federais,
movidas em resposta à pandemia, a maioria contestando as ordens de confinamento social e de
fechamento dos estabelecimentos. Muitos dos que resistem às medidas restritivas, que
pretendem retardar a disseminação do coronavírus, levantam objeção contra aquilo que
consideram medidas exageradas do governo, que estariam causando uma redução injusta das
liberdades essenciais. Essas objeções persistem mesmo quando, ainda que lentamente, o país
volta a reabrir o comércio e a indústria.
Liberdade não é fazer o que queremos. As escolhas que demonstram um amor pelo outro
– especialmente os mais vulneráveis – são exemplos da verdadeira liberdade. E, por outro lado,
as escolhas que se originam de um desejo de fazer o que quero, quando quero, sem considerar
como as minhas decisões podem afetar o outro, não são formas como a liberdade se apresenta.

Extraído de: http://www.ihu.unisinos.br/600376-para-os-catolicos-usar-mascara-e-


expressao-da-verdadeira-liberdade

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL DISCUTE PUNIR ABUSO DE PODER


RELIGIOSO

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou na semana passada a discussão sobre incluir o
"abuso de poder religioso" como motivo para a cassação de políticos. Atualmente, o TSE
entende que apenas o abuso de poder político e econômico podem resultar na perda do
mandato. O debate, levantado pelo ministro Edson Fachin, ainda está em fase inicial, mas já
provocou forte reação nas redes sociais e mobilizou aliados do presidente Jair Bolsonaro, que
veem uma "caça às bruxas" contra o conservadorismo. O TSE já está na mira do Palácio do
Planalto por causa de oito ações que investigam a campanha de Bolsonaro à Presidência em
2018.

"A imposição de limites às atividades eclesiásticas representa uma medida necessária à


proteção da liberdade de voto e da própria legitimidade do processo eleitoral, dada a
ascendência incorporada pelos expoentes das igrejas em setores específicos da comunidade",
disse Fachin no julgamento de ação que pede a cassação de uma vereadora de Luziânia (GO).
Pastora da Assembleia de Deus, ela é acusada de usar a sua posição na igreja para promover
sua candidatura, influenciando o voto de fiéis.

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2020/07/02/interna_politica,86
8800/tribunal-superior-eleitoral-discute-punir-abuso-de-poder-religioso.shtml

O ABORTO DAS ESCRAVAS: UMA FORMA DE RESISTÊNCIA

No início do Brasil colônia (século XVI) em diante, sequestraram a população negra


oriunda de várias partes do continente africano para impulsionar a economia. O povo negro foi
a opção “viável” escolhida pelos colonos para serem utilizados como mão-de-obra escravizada
para não terem de arcar com trabalhadores assalariados. Além de que, os portugueses já
haviam montado uma rede de comércio negreiro para serem usados nas plantações de cana-de -
açúcar lá nas ilhas da Madeira e Açores.
Dito isto, quero lembrar as mulheres negras escravizadas que aqui viveram. Estas,
avaliadas desde seu sequestro em terras africanas, eram encarregadas dos mais diversos
serviços. Eram o alvo principal de estupros e abusos sexuais constantes. Sem terem chance de
elevar sua voz contra essa violência, um ato de resistência brotava: o aborto.
O aborto das mulheres negras escravizadas não era somente para livrar seus filhos do
cativeiro e violência. Era também uma renúncia em não repor a mão-de-obra escravizada. O
jesuíta Antonil, alertava os senhores que era preciso tratá-las bem para que ficassem felizes e
reproduzissem pequenas escravas e escravos, que seriam criados desde a tenra idade, nos
moldes da servidão violenta.
As ações de recusa das escravizadas em parir filhos frutos de violência sexual; a
percepção de que com a maternidade sua carga de trabalho aumentaria haja vista que eram
encarregadas de muitas tarefas; a recusa em dar o seio para filho do senhor; a recusa em parir
uma criança cuja vida seria relegada ao mesmo destino que elas, foram medidas de resistência
ao sistema escravista, onde a mulher negra – embora cerceada – fazia das poucas brechas que
lhe restavam um escudo de proteção a si mesma e aos demais.

Extraído de: https://www.geledes.org.br/o-aborto-das-escravas-um-ato-de-resistencia/

Você também pode gostar