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GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TECNOLÓGICO-SEDET


BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL-BNDES

PROGRAMA DE APOIO A ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APL)

RELATÓRIO FINAL
Contrato Nº001/2013, da SEDET com a WR Consultoria e Planejamento Ltda. para a
prestação do serviço:

Avaliação de impactos econômicos e sociais de projetos


no Programa de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

ESTUDO DE MARCO ZERO


1
Graziani Gerbasi Fonseca
Alejo Lerzundi Silvera2

Teresina – PI
10 de maio de 2014

_____________________________________________________________________

1
- Sociólogo, MSc. em Desenvolvimento Regional e Urbano; Coordenador
científico do estudo, principal executor e pesquisador de campo.
2
- Engenheiro Agrônomo, MSc. Em Economia Agrícola e especialista em
Desenvolvimento Rural Sustentável; consultor sênior e pesquisador de campo.
2
3

APRESENTAÇÃO

Em conformidade com os termos de referência contratuais, o presente documento


representa da parte da empresa WR Consultoria e Planejamento Ltda. o relatório final,
o último dos três produtos que consubstanciam a elaboração de Estudo de Marco Zero
do Programa de Apoio a Arranjos Produtivos Locais (APL).
Trata-se da exposição dos dados coletados junto às entidades contempladas pelo
II Edital Apoio aos Arranjos Produtivos Locais e junto a uma amostra representativa de
seus beneficiários, tal como posto no Primeiro Produto – Plano de Trabalho e
Metodologia.
O relato começa com uma síntese da metodologia adotada, reafirmando em notas
breves, o que já foi apresentado em detalhes em documento específico: o Primeiro
Produto do presente contrato.
Em seguida, subdividida em dois Capítulos, a parte substancial do estudo dá a conhecer
os resultados da pesquisa.
O Capítulo I aborda as características das entidades financiadas, enfatizando as
dimensões inerentes à geração de emprego e renda – tudo isso baseado na percepção
que os entrevistados têm de sua própria realidade; ademais, à guisa de
contextualização, traça um quadro das infra-estruturas, dos serviços e dos programas
sociais providos pelos governos às respectivas localidades em que se situam e atuam
e, arrematando, apresenta alguns contornos do associativismo que praticam (os entes
e os seus filiados).
Completando a linha de base, o Capítulo II apresenta as características dos associados
e de suas famílias. As exposições adotam como unidade de análise, primeiro, o
beneficiário de per si e, segundo, o conjunto de todos residentes no domicílio, inclusive
o beneficiário.
Faz parte, também, deste relatório o banco de todos os dados levantados, em formato
tabular, em meio digital; que servirá como termo de comparação, oportunamente,
quando da realização de avaliação final de impactos econômicos e sociais que se
espera obter com estes projetos produtivos no âmbito do APL.
O estudo foi realizado sob responsabilidade da empresa WR Consultoria e Planejamento
Ltda., pelo trabalho de seu staff: o consultor Graziani Gerbasi Fonseca1 e os
pesquisadores de campo: Alejo Lerzundi Silvera2, Francisco Batista Pontes, Francisco
R. Sampaio, Leoni Quaresma de Melo e Pedro A. Lerzundi Delgado; contando com
inestimável apoio dos dirigentes dos entes apoiados pela SEDET e, principalmente,
com a colaboração dos profissionais da assistência técnica junto aos projetos APL
que, lá nos seus locais de atuação, emprestaram conhecimento e funcionaram como
interface nos contatos entre pesquisadores e entrevistados. A todos
se hipoteca reconhecimento e gratidão, conferindo-lhes méritos e eximindo-lhes de
quaisquer ônus sobre eventuais deslizes ou impropriedades.

1
- Sociólogo, MSc. em Desenvolvimento Regional e Urbano; Coordenador
científico do estudo, principal executor e pesquisador de campo.
2
- Engenheiro Agrônomo, MSc. Em Economia Agrícola e especialista em
Desenvolvimento Rural Sustentável; consultor sênior e pesquisador de campo.
4

Lista de Tabelas

Tabela 01 – Associações segundo o tempo de existência e data de criação....... Pág. 17

Tabela 02 – Associações segundo o agente promotor de sua fundação............. Pág. 18

Tabela 03 – Associações segundo o numero de sócios na data de criação e atual..... Pág. 19

Tabela 04 – Associações segundo o a contribuição paga pelos dos sócios........ Pág. 20

Tabela 05 – Associações segundo o número de Assembléias Gerais em 2012........... Pág. 21

Tabela 06 – Associações segundo as suas instalações físicas............................ Pág. 21

Tabela 07 – Associações segundo os projetos antes do APL e seus valores...... Pág. 22

Tabela 08 – Associações segundo os eventos de capacitação promovidos........ Pág. 23

Tabela 09 – Classificação das Localidades das Associações segundo a distribuição


territorial dos seus sócios beneficiados pelo APL................................................. Pág. 24

Tabela 10 – Contextualização preliminar: número de domicilio e número de habitantes,


segundo as localidades sede das Associações financiadas................................. Pág. 25

Tabela 11 – Localidades das Associações segundo os principais meios de vida de suas


populações............................................................................................................. Pág. 26

Tabela 12 – Localidades das Associações segundo os equipamentos de Educação e


de Saúde que os seus moradores utilizam........................................................... Pág. 27

Tabela 13 – Localidades segundo infra-estruturas básicas e equipamentos de uso coletivo. Pág. 29

Tabela 14 – Avaliação que fazem os diretores de Associações sobre os equipamentos


e infra-estruturas atuais nas suas localidades...................................................... Pág. 30

Tabela 15 – Avaliação que fazem os diretores de Associações sobre os programas


governamentais de distribuição de renda............................................................. Pág. 31

Tabela 16 – Localidades das Associações segundo programas governamentais........ Pág. 33

Tabela 17 – Localidades das Associações segundo o número de moradores


participando de processos de representação política........................................... Pág. 35
5

Tabela 18 – Localidades das Associações segundo a forma ou meio pelo qual tomaram
conhecimento do APL........................................................................................... Pág. 36

Tabela 19 – Distribuição dos beneficiários, por localidade, segundo faixas de idades... Pág. 46

Tabela 20 – Distribuição dos beneficiários, por localidade, segundo a escolaridade..... Pág. 47

Tabela 21 – Distribuição dos beneficiários, por localidade, segundo o número de


moradores em suas residências e a situação do domicílio.................................. Pág.. 48

Tabela 22 – Quadro geral da participação dos beneficiários na vida das Associações.... Pág. 49

Tabela 23 – Beneficiários, por localidade, segundo o ramo de atividade principal......... Pág. 51

Tabela 24 – Beneficiários, por localidade, segundo a condição de propriedade.. Pág. 52

Tabela 25 – Beneficiários, por localidade, segundo a Relação jurídica de trabalho....... Pág. 53

Tabela 26 – Ocupação do beneficiário na semana anterior à pesquisa segundo a


relação de trabalho e o tipo de atividade.............................................................. Pág. 55

Tabela 27 – Distribuição dos beneficiários, por Localidades, segundo o valor médio da


sua renda bruta mensal, por fontes da renda....................................................... Pág. 57

Tabela 28 – População da amostra por faixas de idade, segundo o gênero........ Pág. 58

Tabela 29 – População da amostra por localidade, segundo as faixas de idade.......... Pág. 59

Tabela 30 - Razão de dependência demográfica................................................. Pág. 59

Tabela 31 – Arranjos na composição dos grupos domésticos, segundo a quantidade de


moradores por domicílio (em %)........................................................................... Pág. 60

Tabela 32 – População da amostra por status familiar, segundo faixa de idade. (% do status).... Pág. 62

Tabela 33 – População da amostra por localidade, segundo o status familiar.............. Pág. 63

Tabela 34 – População da amostra, segundo o status familiar e o estado civil.... Pág. 64

Tabela 35 – População da amostra por faixas de idade, segundo a escolaridade (% da faixa)... Pág. 65

Tabela 36 – População da amostra por status familiar, segundo a escolaridade (% do status)... Pág. 66

Tabela 37 – População da amostra por localidade, segundo a escolaridade (% da localidade).. Pág. 67

Tabela 38 – Características construtivas dos domicílios, por localidade (em valores médios).. Pág. 68

Tabela 39 – Características infra-estruturais dos domicílios da amostra, por localidade


(em valores médios).............................................................................................. Pág. 70
6

Tabela 40 – Ocorrência de doenças e enfermidades nas famílias da amostra, por


localidade, nos últimos seis meses....................................................................... Pág. 72

Tabela 41 – Cidade onde as famílias buscam serviços de saúde, por localidade......... Pág. 73

Tabela 42 – Ocorrência de óbitos nas famílias da amostra, segundo a causa mortis, por
localidade.............................................................................................................. Pág. 74

Tabela 43 – População da amostra, segundo a relação jurídica de trabalho, por status familiar... Pág. 76

Tabela 44 – População da amostra, segundo o ramo de atividade, por status familiar............ Pág. 76

Tabela 45 – Renda familiar bruta, segundo a fonte de renda, por status familiar.......... Pág. 79

Tabela 46 - Renda familiar bruta, segundo a fonte do rendimento, por localidade (em R$)........ Pág. 80

Tabela 47 - Média da Renda familiar bruta, segundo a fonte dos rendimentos, por
localidade (valores médios em R$)....................................................................... Pág. 81

Tabela 48 - Hierarquização das localidades segundo o percentual de transferências do


governo na renda familiar bruta............................................................................ Pág. 83

Tabela 49 – Renda familiar bruta, renda familiar per capita e participação das transferências do governo na
renda familiar bruta, por Localidade. (valores médios por localidade)...................................... Pág. 84

Tabela 50 – Objetos, bens e serviços encontrados nos domicílios da amostra, por Localidade... Pág. 86
7

Lista de Gráficos

Gráfico – Avaliação geral de equipamentos e infra-estruturas............................. Pág. 30

Gráfico – Avaliação geral dos programas compensatórios................................... Pág. 32

Gráfico – Associações segundo a prática da mútua ajuda................................... Pág. 35

Gráfico - Beneficiários do APL segundo os ramos de atividades......................... Pág. 51

Gráfico - Beneficiários do APL segundo a condição de propriedade.................... Pág. 52

Gráfico - Beneficiários do APL segundo a relação jurídica de trabalho................ Pág. 53

Gráfico - Beneficiários do APL segundo condição de propriedade ea relação jurídica de trabalho Pág. 54

Gráfico - Beneficiários do APL segundo o ramo de atividade ea relação jurídica de trabalho........ Pág. 54

Gráfico - Histograma da renda bruta mensal do Beneficiário............................... Pág. 56

Gráfico - Renda média do Beneficiário segundo as fontes................................... Pág. 56

Gráfico - Pirâmide etária de toda a população da amostra................................... Pág. 58

Gráfico - Distribuição da população da amostra, segundo o status familiar......... Pág. 61

Gráfico - Rendimento familiar bruto mensal segundo o ramo de atividade em que foi obtido Pág. 77

Gráfico - Contribuição dos status familiares para a renda familiar bruta.............. Pág. 77

Gráfico - Rendimento familiar bruto mensal segundo a fonte dos valores............ Pág. 78

Gráfico - Famílias segundo a transferência de que recebem do governo (% da RFB)....... Pág. 83


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Lista de fotografias

Foto 01 – Arruamento na Lagoa do Juá em S. Francisco de Assis do Piauí........ Pág. 39


Foto 02 – Instalações de projetos comunitários na Lagoa do Juá ....................... Pág. 39
Foto 03 – Reservatório de água no Sitio dos Quenos ........................................ Pág. 40
Foto 04 – Casa do mel - interior de S. Francisco de Assis do Piauí ................... Pág. 40
Foto 05 – Colméias no campo, localidade Lagoa do Juá .................................... Pág. 41
Foto 06 – Colméias preparadas para receber enxames...................................... Pág. 41
Foto 07 – Beneficiários do APL, S. Francisco de Assis do Piauí.......................... Pág. 42
Foto 08 - Dirigentes de ente contemplada no APL, Bela Vista do
Piauí.......................................................................................................................Pág. 42
Foto 09 – Povoado em Conceição do Canindé: Minha casa minha vida, parabólica,
cisterna, Luz para todos, Internet e celular. ..........................................................Pág. 43
Foto 10 – Projeto de piscicultura em Conceição do Canindé. ..............................Pág. 43
Foto 11 – Panorama das terras de lavoura no Semi-árido do Piauí......................Pág. 44
Foto 12 – Paiol em época de estiagem prolongada, S. Francisco de Assis do
Piauí.......................................................................................................................Pág. 44
Foto 13 – Líderes comunitários em Bela Vista do Piauí........................................Pág. 45
Foto 14 – Paisagem do semi-árido em período de seca........................................Pág. 45
Foto 15 - Residência de beneficiário no Semi-árido............................................. Pág. 88
Foto 16 – Família de beneficiário, no Semi-árido.................................................. Pág. 88
Foto 17 – Pai e filho em família de beneficiário, no Semi-árido.............................Pág. 89
Foto 18 – Cozinha em residência de beneficiário, no Semi-árido..........................Pág. 89
Foto 19 – Estudantes aguardando o ônibus escolar..............................................Pág. 90
Foto 20 – Beneficiário enchiqueirando seus caprinos............................................Pág. 90
Foto 21 – Dona de casa, beneficiária, no quintal de sua residência.......................Pág.91
Foto 22 – Chefe de família beneficiário brincado com seu filho..............................Pág.91
Foto 23 – Assistente técnico com casal beneficiário, Bela Vista do Piauí..............Pág.92
Foto 24 – Fachada de residência de família beneficiária do APL..........................Pág. 92
Foto 25 – Tradicional mobília, em residência de beneficiário, no semi-árido........Pág. 93
Foto 26 – Vaqueiros, em São Francisco de Assis do Piauí...................................Pág. 93
Foto 27 – Casal beneficiário de projeto do APL, interior de Bela Vista do Piauí...Pág. 94
Foto 28 – Filhos de beneficiários chegando da escola, no Sítio dos Quenos........Pág. 94
Foto 29 – Chefe de família, genro e netos em família beneficiária........................Pág. 95
Foto 30 – Chegando da “compra solidária”, em S. Francisco de Assis do PI........Pág. 95
Foto 31 – Casal beneficiário, durante entrevista....................................................Pág. 96
Foto 32 – Dispensa em residência de beneficiário................................................Pág. 96
9

Lista de siglas e abreviaturas

AGEO = Assembléia Geral Extra-ordinária;

AGO = Assembléia Geral Ordinária;

APL = Programa de Apoio a Arranjos Produtivos Locais;

AT = Assistência Técnica;

BNDES = Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social;

CODEVASF = Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco;

EMATER = Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural;

FSFA = Fraternidade são Francisco de Assis;

FUNDEB = Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de


Valorização dos Profissionais da Educação;

PCF = Programa de Crédito Fundiário;

PCPR – Programa de Combate à Pobreza Rural;

PETI = Programa de erradicação do trabalho infantil;

RFB = Renda familiar bruta;

SEDET = Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico;

STR = Sindicato dos Trabalhadores Rurais;

WR = WR Consultoria e Planejamento Ltda.;


10

SUMÁRIO

Introdução............................................................................................................ Pág. 11

Notas metodológicas.......................................................................................... Pág. 12

Capítulo I – As entidades contempladas com financiamentos do APL......... Pág. 17


I.1 - Características das entidades financiadas..................................................... Pág. 17
I.2 - Infra-estruturas e serviços existentes nas localidades em que se situam. ... Pág. 24
I.3 – Aspectos do associativismo e da representação política que praticam........ Pág. 34
I.4 - Galeria de fotografias de localidades e entidades da amostra...................... Pág. 38

Capítulo II – O beneficiário e sua família.......................................................... Pág. 46


II.1 – Características sócio-demográficas do beneficiário.................................... Pág. 46
II.2 – Características sócio-demográficas do grupo doméstico............................. Pág. 58
II.2.1 - Composição familiar.................................................................................. Pág. 58
II.2.2 - Características do domicílio....................................................................... Pág. 68
II.2.3 – Aspectos da higidez.................................................................................. Pág. 71
II.2.4 – Ocupação.................................................................................................. Pág. 75
II.2.5 – Renda........................................................................................................ Pág. 77
II.2.6 – Propriedade de bens duráveis.................................................................. Pág. 85
II.2.7 - Galeria de fotografias de beneficiários...................................................... Pág. 87

Referências Bibliográficas ................................................................................ Pág. 97

Anexos................................................................................................................. Pág. 98
11

INTRODUÇÃO

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico – SEDET está


implementando projetos de Apoio a Arranjos Produtivos Locais, com ações de inserção
produtiva para geração de trabalho e de renda, junto “entes associativos de baixa
renda” – selecionados em hasta pública, através de edital específico.
Seguindo os preceitos da boa gestão, o apoio a tais “entes associativos de baixa
renda” contempla não somente a concessão de financiamento não-reembolsável; mas,
também, o acompanhamento de suas trajetórias, durante a implantação e operação
dos projetos financiados. Ademais, em se tratando de parceria com o BNDES, cabe-lhe
a avaliação desta ação de política nacional, pela mensuração de seus resultados e de
seus efeitos vis a vis os propósitos da geração de trabalho e de renda.
Neste particular, junto aos dezenove “entes associativos de baixa renda” selecionados
na primeira etapa do APL, foi realizado um típico estudo de avaliação, nos domínios da
fenomenologia. Embasando-se em evidências empíricas quantificadas, teve como
unidade de análise principal o ente beneficiado e o respectivo projeto apoiado e como
unidade de análise adjunta a família de associado diretamente envolvida no respectivo
projeto apoiado (conforme dados da Tabela 2, do Roteiro para Elaboração do Projeto).

A avaliação completa pretendida pela SEDET se objetivará mediante:


i) mensuração das condições de trabalho e renda que caracterizam os entes
beneficiados e suas respectivas famílias, em dois momentos distintos:
a) antes da implantação do projeto financiado pelo APL e
b) num horizonte de um ano, após o início da sua operação; e, por fim
ii) ) justaposição das duas mensurações, para a avaliação propriamente dita.

Referente ao item i.a, acima, o presente relatório é a versão preliminar do Produto Final
do “Estudo de Marco Zero” contratado pela SEDET junto à WR Consultoria e
Planejamento Ltda., cujo escopo metodológico deverá ser repetido, oportunamente,
para consignar o referido no item 1.b, acima; e assim sendo, posa a viabilizar a sua
comparação dos resultados dos dois momentos e, conseqüentemente, a “Avaliação
Final” dos impactos econômicos e sociais dos projetos e do Programa de apoio aos
APL's do BNDES e Governo do Estado do Piauí.
Observe-se que as duas mensurações (a ex-ante e a ex-post) adotarão uma mesma
metodologia e todos os estudos preservarão as conceituações e terminologias
adotadas pelo Programa de apoio aos APL's, seja na sua concepção geral, seja nos
documentos relativos à política de Apoio a Arranjos Produtivos Locais do BNDES e da
SEDET.
12

NOTAS METODOLÓGICAS

Retenha-se, inicialmente, que o presente “Estudo de Marco Zero” constitui-se o


primeiro passo para a ulterior Avaliação de impactos econômicos e sociais de projetos
no Programa de Apoio a Arranjos Produtivos Locais, ocasião em que os dados do
“momento zero” serão justapostos a dados congêneres, referentes a momento
posterior à sua implementação e funcionamento, consubstanciando, assim, a “Avaliação
Final”.
Retenha-se, também, que as duas mensurações (a ex-ante e a ex-post) devem adotar
uma mesma metodologia e os conceitos e terminologias do Programa Apoio a Arranjos
Produtivos Locais do BNDES e da SEDET.
Neste sentido, os procedimentos técnicos e operacionais adotados neste estudo de
Marco Zero preservam as proposições do Programa, conforme acordado com a WR e
explicitado no Primeiro Produto – Plano de Trabalho e Metodologia.
No que diz respeito especificamente ao “Estudo de Marco Zero” recapitulem-se os
procedimentos metodológicos adotados, a saber:
a) O estudo tomou como base evidências empíricas quantificadas, dados objetivos e
passiveis de repetição;
b) Assim, cumpriu o objetivo pretendido ao coletar, tratar e sistematizar dados sobre as
condições de trabalho e renda que caracterizam os entes beneficiados e suas
respectivas famílias, referentes a momento anterior à implantação dos projetos – em
que pese o fato da pesquisa de campo ter sido realizada em maio de 2013, após a
liberação de parte dos financiamentos;
c) O universo do estudo compõe-se de dois sub-universos:
I) as entidades associativas de baixa renda e
II) as respectivas famílias de seus associados beneficiários;
d) O sub-universo I está representado pelas 19 (dezenove) entidades associativas de
baixa renda selecionadas e contempladas na primeira etapa do APL, conforme quadro
à pagina seguinte.
Junto a cada uma delas foi aplicado um instrumento específico para coleta de dados,
em Anexo, mediante entrevista com dirigente. O questionário para associações e
localidades aborda variáveis atinentes às categorias sócio-econômicas trabalho e
renda:
i) características da localidade: infra-estruturas e equipamentos de uso coletivo;
Serviços Sociais atualmente beneficiando a localidade; julgamento sobre a infra-
estrutura social e sobre os Serviços e Programas; representação comunitária da
localidade; vida comunitária e associativa;
ii) características da associação: resgate da sua fundação, quadro social,
funcionamento, parcerias, anteriores financiamento de projetos, eventos de
capacitação e treinamento, mobilização para obter o financiamento da SEDET.
Os dados coligidos e devidamente tratados são apresentados no Capitulo I do presente
relatório. A propósito, doravante neste relatório, as exposições referem-se às
entidades (aqui tomadas como unidade de análise) não pelo seu extenso nome; mas,
sim, pelo nome do local onde legalmente tem a sua sede - como está posto na última
coluna do quadro seguinte.
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Sub-universo I - Entidades associativas contempladas pelo APL

Entidades Município Local da sede


Cooperativa dos apicultores e produtores rurais do território Serra da Capivara Anísio de Abreu Anísio de Abreu
Associação dos criadores de caprinos e ovinos de Arraial – PI Arraial Arraial
Associação comunitária do Bairro Vermelho Aroazes Bairro Vermelho
Associação dos pequenos produtores da comunidade Baixão dois Umbuzeiros S. Francisco de Assis do PI Baixão dos dois Umbuzeiros
Associação dos pequenos produtores da comunidade de Barreiro Bela Vista do Piauí Barreiro
Associação dos produtores rurais do Barreiro Grande. S. Francisco de Assis do PI Barreiro Grande
Associação dos agricultores familiares de Birindibinha Cocal Birindibinha
Associação de pequenos produtores da comunidade Bom Sucesso Floriano Bom Sucesso
Associação dos apicultores de Campo Maior Campo Maior Campo Maior
Associação dos pequenos produtores comunidade Cantinho Bela Vista do Piauí Cantinho
Comunidade Kolping Conceição do Canindé Conceição do Canindé Conceição do Canindé
Associação dos pequenos produtores da comunidade Lagoa do Benedito S. Francisco de Assis do PI Lagoa do Benedito
Associação de pequenos produtores da comunidade Lagoa do Juá S. Francisco de Assis do PI Lagoa do Juá
Associação de pequenos produtores do assentamento de Nova Esperança Pio IX Nova Esperança
Associação dos pequenos produtores rurais da comunidade Passagem do Meio Campo Maior Passagem do Meio
Associação de desenvolvimento comunitário trabalhadores rurais de Santa Rosa Valença do Piauí Santa Rosa
Associação dos pequenos produtores da comunidade Sítio dos Quenos Bela Vista do Piauí Sítio dos Quenos
Associação dos pequenos produtores do povoado Trás da Serra S. Francisco de Assis do PI Trás da Serra
Associação dos produtores rurais da comunidade Vereda Comprida S. Francisco de Assis do PI Vereda Comprida
14

e) O Sub-universo II está representado por amostra aleatória simples, equivalente a


20% do total de beneficiários envolvidos nos empreendimentos apoiados, conforme
quadro seguinte:
Sub-universo II – Total de beneficiários contemplados pelo APL e quantidade de
beneficiários da amostra, por Localidade
Localidade Atividade Beneficiários Amostra
Anísio de Abreu Apicultura 94 19
Arraial Ovino-capricultura 32 6
Bairro Vermelho Cajucultura 15 3
Baixão dos dois umbuzeiros Apicultura 21 4
Barreiro Apicultura 17 3
Barreiro Grande Apicultura 17 3
Birindibinha Apicultura 14 3
Bom Sucesso Extrativismo Carnaúba 15 3
Campo Maior Apicultura 29 6
Cantinho Apicultura 14 3
Conceição do Canindé Piscicultura 15 3
Lagoa do Benedito Apicultura 13 3
Lagoa do Juá Apicultura 20 4
Nova Esperança Apicultura 41 8
Passagem do Meio Piscicultura 19 4
Santa Rosa Cajucultura 10 2
Sítio dos Quenos Apicultura 11 2
Traz da Serra Apicultura 23 5
Vereda Comprida Apicultura 23 5

A randomização dos entrevistados foi feita com base em listagens de beneficiários, de


cada um dos projetos, fornecidas pela SEDET. Junto a cada um dos sorteados foi
aplicado instrumento específico para a coleta de dados, no Anexo II, mediante
entrevista com os beneficiários e seus familiares. O questionário para famílias aborda
variáveis igualmente atinentes às categorias sócio-econômicas trabalho e renda:
i) composição familiar: idade, gênero, status familiar dos membros, instrução,
estado civil;
ii) migração: outras pessoas da família que estão ausentes;
iii) higidez: doenças, patologias e enfermidades, serviço de saúde a que
recorrem e falecimento no ano 2012, por idade e causa mortis;
iv) associativismo e percepção política;
v) características do domicílio;
vi) ocupação e renda dos residentes: condição de propriedade, condição de
previdência, ramo de atividade principal, jornada de trabalho, relação jurídica de
trabalho, renda da atividade principal, rendas outras atividades laborais, rendas
de aluguéis, doações recebidas, rendas de programas do governo e ocupação
na semana da pesquisa;
vii) ens duráveis existentes no domicílio.
15

Durante ao trabalho de campo, alem da aplicação dos questionários, os pesquisadores


observaram e registraram situações, fatos e relatos atinentes ao APL, assim como
fizeram registros fotográficos – incorporados ao relatório como ilustração, informação e
comentário.
f) A aplicação dos questionários transcorreu de 12 a 31 de maio de 2013 pelo trabalho
de três equipes de pesquisadores habilitados (cada uma com dois profissionais)
distribuídos por três áreas operacionais, como mostra o especifico na página seguinte.
Foram percorridos 6.398 quilômetros nos deslocamentos desde Teresina até o
encontro com os interlocutores.
g) Os dados coletados junto a entidades e família foram sistematizados em bancos
tabulares digitais formato MS Excel (.xls); o seu tratamento foi feito segundo métodos e
técnicas estatísticas adequadas: estatística paramétrica e não-paramétrica, estatística
descritiva, dentre os quais: medidas de tendência central, medidas de dispersão,
distribuição de freqüências, cruzamentos, grupamentos, hierarquizações, construção
de números índice ou indicadores.
h) Dados secundários só foram utilizados esporádica e pontualmente; porque, a rigor, o
seu emprego (como previsto no Primeiro Produto, para fins de contextualização) se faz
adequado e pertinente quando da Avaliação Final.
i) A compreensão dos significados dos dados levantados obtém-se de generalizações
com dois níveis de abrangência: i) comunidade e associação beneficiária e ii)
beneficiário e sua família. As interpretações, adicionalmente, levaram em conta a
observação direta dos consultores e pesquisadores, informações e depoimentos de
interlocutores e dados de fontes oficiais.
j) Conforme proposto no Primeiro Produto, na integra dos indicadores de trabalho e
renda, demografia, pobreza e desigualdade, previdência, saúde, educação,
saneamento e habitação, acesso à informação e à cultura se dispõe ao longo do
relatório.
j) A apresentação dos resultados da consultoria, objeto do presente relatório, se faz na
forma analítico-descritiva sobre a base de dados quantitativos: tabelas e gráficos. Além
disso, o banco com os dados coletados, que a rigor se constitui a “linha de base”,
acompanha o relatório, em meio digital, formato MS Excel (.xls).
16

Distribuição das Equipes de pesquisadores por áreas operacionais


ÁREA LOCAL DA SEDE ATIVIDADE MUNICÍPIO AMOSTRA
Anísio de Abreu Apicultura Anísio de Abreu 19
Lateral

Arraial Ovinocaprico Arraial 06


Bom Sucesso Extrativismo Floriano 03
Francisco Sampaio e Leoni Melo Sub-total 03 03 03 28
Bairro Vermelho Cajucultura Aroazes 03
Norte-Centro

Campo Maior Apicultura Campo Maior 06


Passagem do Meio Piscicultura Campo Maior 04
Birindibinha Apicultura Cocal 03
Nova Esperança Apicultura Pio IX 08
Santa Rosa Cajucultura Valença do Piauí 02
Alejo Lerzundi e Pedro Lerzundi Sub-total 06 03 05 26
Barreiro Apicultura Bela Vista do Piauí 03
Sítio dos Quenos Apicultura Bela Vista do Piauí 02
Cantinho Apicultura Bela Vista do Piauí 03
Conceição do Canindé Piscicultura Conceição do Canindé 03
Simplício

Lagoa do Benedito Apicultura São Francisco de Assis do Piauí 03


Lagoa do Juá Apicultura São Francisco de Assis do Piauí 04
Barreiro Grande Apicultura São Francisco de Assis do Piauí 03
Vereda Comprida Apicultura São Francisco de Assis do Piauí 05
Trás da Serra Apicultura São Francisco de Assis do Piauí 05
Baixão dos dois Umbuzeiros Apicultura São Francisco de Assis do Piauí 04
Graziani Gerbasi Fonsêca Sub-total 10 02 03 35
17

Capítulo I – As entidades contempladas com financiamentos do APL

I.1 - Características das entidades financiadas


Todas as integrantes deste estudo são entes formalmente constituídos, nos termos da
legislação vigente. Relativamente recentes, foram criados após a regulamentação do
acesso democrático aos financiamentos governamentais, a partir da última década do
Século passado. A mais nova dentre elas - a Cooperativa dos apicultores e produtores
rurais do território Serra da Capivara – COOPASC - foi criada em maio de 2007 e a
mais antiga - a Associação de pequenos produtores da comunidade Lagoa do Juá - em
junho de 1992; a Média geral é 10 anos e a Moda, nove anos.

Tabela 01 – Associações segundo o tempo de existência e data de criação

Local Anos desde a fundação Data de criação


Anísio de Abreu 06 12/5/2007
Arraial 09 20/6/2004
Bairro Vermelho 09 10/4/2004
Baixão dos dois Umbuzeiros 08 1/10/2005
Barreiro 08 1/9/2005
Barreiro Grande 14 7/9/1999
Birindibinha 09 31/6/2004
Bom Sucesso 09 4/7/2004
Campo Maior 06 24/2/2007
Cantinho 12 16/5/2001
Conceição do Canindé 08 1/10/2005
Lagoa do Benedito 09 30/7/2004
Lagoa do Juá 21 31/6/1992
Nova Esperança 10 31/5/2003
Passagem do Meio 08 28/2/2005
Santa Rosa 10 23/6/2003
Sítio dos Quenos 12 1/7/2001
Trás da Serra 09 16/6/2004
Vereda Comprida 14 16/10/1999
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

As iniciativas para a criação destas entidades tiveram protagonistas semelhantes: com


a concordância, obviamente, dos cidadãos, todas elas foram propostas ou
propriamente instituídas por iniciativa e ação de agentes da assistência técnica
governamental (EMATER, SEBRAE, Sec. Municipal de Agricultura), de movimentos
sociais (Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Fraternidade São Francisco, Obra
Kolping, Casa Apis, CEFAS), muitas vezes em parceria entre si e – em vários casos –
com o envolvimento direto de líderes comunitários.
18

Tabela 02 – Associações segundo o agente promotor de sua fundação

Local Iniciativa de criar a entidade


Anísio de Abreu Casa Apis
Arraial SEBRAE e EMATER
Bom Sucesso STR e CEFAS
Bairro Vermelho Vereador e STR
Passagem do Meio STR
Campo Maior SEBRAE e EMATER
Birindibinha Líder comunitário - candidato a vereador
Nova Esperança STR e Igreja Católica
Santa Rosa Secretaria Municipal Agricultura
Cantinho EMATER
Barreiro Fraternidade S. Francisco
Sítio dos Quenos Fraternidade S. Francisco
Conceição do Canindé Obra Kolping
Barreiro Grande Fraternidade S. Francisco
Baixão dos dois Umbuzeiros EMATER
Lagoa do Benedito Fraternidade S. Francisco
Lagoa do Juá Fraternidade S. Francisco e STR
Trás da Serra Fraternidade S. Francisco e EMATER
Vereda Comprida Fraternidade S. Francisco e EMATER
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

A motivação que levou tanto os protagonistas quanto os cidadãos a criarem tais entes
foi a mesma: o cumprimento de requisito indispensável à participação em programas
vários governamentais, especialmente os de financiamento a fundo perdido, em
particular o Programa de Crédito Fundiário – PCF e o Programa de Combate à Pobreza
Rural – PCPR.

As entidades em tela, tanto no momento da sua fundação quanto no presente, têm


quadros de associados restritos; condizentes, certamente, com o porte demográfico
dos seus ambientes – como será posto adiante. As medidas da tendência central do
atual quadro de associados mostram: Média de 33 sócios, Moda e Mediana iguais a 30
e Desvio padrão de 21 (a mais ou a menos, em relação à Média), sugerindo que
mesmo quadros sociais aparentemente “grandes” - como os 105 registrados em Anísio
de Abreu – estão perfeitamente explicados, vez que se trata de uma Cooperativa que
se estende por quatro municípios.
Além disso, registra-se, no geral, um incremento médio da ordem de 4,47%; mas este
dado sozinho não retrata bem a realidade de cada uma – vez que a Moda é o
incremento zero (26,3% dos casos mantém a mesma quantidade de sócios, desde a
fundação) e a Mediana de apenas dois sócios adicionais. Donde se conclui que
nasceram com poucos sócios, permanecem assim e estão crescendo pouco.
19

Tabela 03 – Associações segundo o numero de sócios na data de criação e atual

Local Sócios na fundação Sócios atuais Evolução


Anísio de Abreu 27 105 78
Arraial 27 32 05
Bairro Vermelho 15 15 00
Baixão dos dois Umbuzeiros 27 29 02
Barreiro 45 42 -03
Barreiro Grande 20 30 10
Birindibinha 14 14 00
Bom Sucesso 15 15 00
Campo Maior 12 40 28
Cantinho 27 67 40
Conceição do Canindé 100 35 -65
Lagoa do Benedito 15 24 09
Lagoa do Juá 80 30 -50
Nova Esperança 20 41 21
Passagem do Meio 19 19 00
Santa Rosa 10 10 00
Sítio dos Quenos 30 25 -05
Trás da Serra 24 26 02
Vereda Comprida 17 30 13
Total geral 544 629 85
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Note-se que, mesmo que não se registre correlação estatística, percebe-se certa
coincidência entre o tempo de existência e a evolução do número de associados: nas
duas entidades mais recentes registram-se os maiores incrementos percentuais e
naquela mais antiga, evidente decréscimo.

A manutenção das entidades - nos termos estatutários e em obediência ao Código


Civil - se faz pela contribuição dos associados. Mas, de fato, os recursos arrecadados
são exíguos e insuficientes. As contribuições mensais variam de R$ 4,00 a um máximo
de R$ 12,00, quando as há; porque em mais da metade do universo sequer cobram-se
mensalidades. Há inadimplências.
Para o custeio de suas despesas as Associações recorrem às Prefeituras, promovem
rifas, arrecadam contribuições – como ocorreu quando da preparação de projeto para
atender ao Edital do APL-SEDET. Por outro lado, nos municípios em torno de Simplício
Mendes, por exemplo, funciona uma interessante parceria entre os Sindicatos de
Trabalhadores Rurais e as inúmeras Associações compostas por trabalhadores
sindicalizados, segundo a qual os STR repassam parte da suas cotas do Imposto
Sindical. Não foram levantados os detalhas; apenas constata-se que tal repasse tem
sido o suficiente para cobrir despesas de: telefone, combustível, aluguel de veículos,
fotocópias, taxas cartoriais (certidões, registros, reconhecimento de firma), contabilidade
e prestação de contas – seja no acompanhamento das atividades rotineiras seja nas
viagens em busca de novos apoios.
20

Tabela 04 – Associações segundo a contribuição paga pelos dos sócios

Local Valor R$ Periodicidade Inadimplência %


Anísio de Abreu 3% do mel anual 9,5
Arraial 6,78 mensal 0,0
Bairro Vermelho Não eventual
Baixão dos dois Umbuzeiros parceria STR mensal 0,0
Barreiro parceria STR mensal 35,7
Barreiro Grande parceria STR mensal 0,0
Birindibinha Não eventual
Bom Sucesso 4,00 mensal 46,7
Campo Maior 12,50 mensal 0,0
Cantinho parceria STR mensal 0,0
Conceição do Canindé 5,00 mensal 57,1
Lagoa do Benedito parceria STR mensal 0,0
Lagoa do Juá 4,00 mensal 16,7
Nova Esperança 4,00 mensal 29,3
Passagem do Meio 2,00 mensal 0,0
Santa Rosa 3,00 mensal 0,0
Sítio dos Quenos parceria STR mensal 0,0
Trás da Serra parceria STR mensal 0,0
Vereda Comprida parceria STR Mensal 0,0
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Característica surpreendente diz respeito à realização de Assembléia Geral Ordinária;


pela declaração dos entrevistados a maioria das Associações do universo, no ano de
2012, realizou AGO mensais. Ademais tais reuniões tiveram o comparecimento de
associados em número superior ao quorum mínimo e os temas mais freqüentes foram
prestações de contas e assuntos de ordem administrativa. Assembléias Gerais Extra-
ordinárias também ocorreram no ano 2012 e, via de regra, as suas pautas disseram
respeito ao APL (proposta, atualização de documentação, contrapartida).

O porte das entidades em tela se expressa, ainda, pelas suas instalações físicas. A
pesquisa registrou que apenas duas dispõem de sedes próprias (as demais usam as
residências dos seus diretores ou prédios públicos, igrejas, etc.) e que apenas seis tem
instalações outras (casa de mel, entreposto e casa de farinha), via de regra usadas,
também, como sede e escritório.
21

Tabela 05 – Associações segundo o número de Assembléias Gerais realizadas

Local AGO em 2012 AGEO em 2012


No. % de presença No. % de presença
Anísio de Abreu 01 80 03 70
Arraial 01 70 00
Bairro Vermelho 12 90 06 90
Baixão dos dois Umbuzeiros 12 90 01 80
Barreiro 12 60 00
Barreiro Grande 12 50 00
Birindibinha 12 100 00
Bom Sucesso 02 90 02 100
Campo Maior 01 60 02 60
Cantinho 12 90 01 100
Conceição do Canindé 12 60 00
Lagoa do Benedito 00 00
Lagoa do Juá 06 100 01 100
Nova Esperança 12 60 00
Passagem do Meio 12 100 06 100
Santa Rosa 12 80 00
Sítio dos Quenos 12 90 02 90
Trás da Serra 01 60 00
Vereda Comprida 12 80 02 90
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Tabela 06 – Associações segundo as suas instalações físicas

Local Sede própria Instalações outras


Anísio de Abreu 01
Arraial 01
Bairro Vermelho 01
Baixão dos dois Umbuzeiros 01
Barreiro
Barreiro Grande 01
Birindibinha
Bom Sucesso 01
Campo Maior 03
Cantinho
Conceição do Canindé
Lagoa do Benedito
Lagoa do Juá
Nova Esperança
Passagem do Meio 01
Santa Rosa
Sítio dos Quenos
Trás da Serra
Vereda Comprida
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
22

A trajetória de sua atuação – pelo número de outros projetos anteriormente


executados - mostra que, mesmo formalizadas há algum anos, ainda persistem
Associações que anteriormente ao APL jamais haviam obtido financiamento: são sete
casos (37% do universo), dentre as quais entes fundados entre oito e 14 anos atrás.
Dentre as que lograram êxito, a quantidade de projetos varia de um a seis; os cinco
casos mais exitosos (em número e em valor dos financiamentos) têm entre seis e nove
anos de existência, com o predomínio de Associações em Assentamentos do PCF.
Pelos dados levantados, apenas a metade dos recursos financeiros destes projetos
anteriores destinaram-se à produção propriamente dita (compra de matrizes de ovino-
caprinos e instalações; colméias, equipamentos e instalações apículas; implantação de
cajueiros e pastagens; beneficiamento de produtos); na outra metade, destinaram-se à
aquisição de terra, construção de moradias, abastecimento d’água e eletrificação.

Tabela 07 – Associações segundo os projetos antes do APL e seus valores

Valor/sócio/ano
Valor/projeto

Valor/sócio
Anteriores

Valor total
Projetos

Local
R$

R$

R$

R$
Anísio de Abreu 01 200.000,00 200.000,00 1.904,76 317,46
Arraial 01 66.800,00 66.800,00 2.087,50 231,94
Bairro Vermelho 05 393.500,00 78.700,00 26.233,33 2.914,81
Baixão dos dois Umbuzeiros 00
Barreiro 00
Barreiro Grande 00
Birindibinha 06 202.000,00 33.666,67 14.428,57 1.603,17
Bom Sucesso 03 97.000,00 32.333,33 6.466,67 718,52
Campo Maior 02 1.038.000,00 519.000,00 25.950,00 4.325,00
Cantinho 00
2
Conceição do Canindé 01
3
Lagoa do Benedito 01
4
Lagoa do Juá 03
Nova Esperança 05 500.000,00 100.000,00 12.195,12 1.219,51
Passagem do Meio 02 6.000,00 3.000,00 315,79 39,47
Santa Rosa 03 398.000,00 132.666,67 39.800,00 3.980,00
Sítio dos Quenos 00
Traz da Serra 00
Vereda Comprida 00
Geral 33 2.901.300,00 87.918,18
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
2
- Não sabe informar. Recebeu tanque-rede em comodato de fornecedor de Picos.
3
- Não soube informar. Em 2006 recebeu do STR colméias, indumentária,
equipamentos e casa de mel. Acha que veio da CODEVASF. Nove beneficiários.
4
- Não sabe informar valores. Os projetos foram: em 1998, Casa de mel, BNB,
16 beneficiários, executado e funcionando; em 2004, Colméias, PCPR, 13
beneficiários, executado e funcionando; em 2010, Mini-fábrica de polpa de
frutas, Contag-BIRD, 14 beneficiários. A fábrica nunca funcionou; no local
não existe frutas a processar.
23

Os significados destes valores residem não apenas na sua destinação; mas, também,
no seu poder de compra e, enquanto fator de produção, na sua capacidade de gerar
riqueza. Neste sentido, sem desprezar o consagrado custo de oportunidade, o
parâmetro avaliativo mais objetivo encontra-se na comparação destes montantes
obtidos pelas entidades (seja no total ou em cotas proporcionais, por ano e por sócio)
com valores de referência consensuais; como por exemplo: o valor do Salário Mínimo,
o preço de um automóvel popular.

Por outro lado, as entidades se caracterizam pelo seu envolvimento na realização de


treinamentos e capacitações, investimento em capital humano e social – seja por
iniciativa própria ou em parceria. Neste particular aspecto os desempenhos registrados
parecem modestos, como mostra a tabela seguinte:

Tabela 08 – Associações segundo os eventos de capacitação promovidos

Local Eventos de Capacitação Média de eventos/ano


Anísio de Abreu 04 0,67
Arraial 09 1,00
Bairro Vermelho 02 0,22
Baixão dos dois Umbuzeiros
Barreiro 01 0,13
Barreiro Grande
Birindibinha 05 0,56
Bom Sucesso 03 0,33
Campo Maior 03 0,50
Cantinho 02 0,17
Conceição do Canindé 01 0,13
Lagoa do Benedito
Lagoa do Juá 02 0,10
Nova Esperança 0,00
Passagem do Meio 01 0,13
Santa Rosa
Sítio dos Quenos
Trás da Serra
Vereda Comprida 01 0,07
Geral 34
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
24

I.2 - Infra-estruturas e serviços existentes nas localidades em que se situam

Ao contrário do que se depreende do próprio rol de entidades contempladas pelo APL,


a atuação e o alcance destes entes não se restringem à esfera local dos povoados e
dos pequenos aglomerados rurais – mesmo que estes sejam a maioria. A classificação
do universo, segundo tal critério, apresenta o seguinte quadro:

Tabela 09 – Classificação das Localidades das Associações segundo a


distribuição territorial dos seus sócios beneficiados pelo APL

Situação das entidades e famílias beneficiárias do APL No. de Projetos


1 – Assentamento do Crédito Fundiário5 06
2 – Localidade rural tradicional6 03
3 – Conjunto de localidades rurais vizinhas em único município7 06
4 – Sede municipal e localidades rurais vizinhas8 02
5 – Sedes municipais e localidades rurais vizinhas a tais sedes9 02
Total geral 19
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Inesperada constatação pareceu ameaçar a pertinência do instrumento usado para


coletar os dados junto às associações10 – porque fora concebido justo sob a premissa
de que a abrangência de todos os projetos estaria limitada ao nível local; mas, a rigor,
tal imprevisto não invalida a proposição inicial e nem impede a construção da linha de
base. O que ocorreu, na prática da pesquisa, foi que as questões de 1.1 a 1.5 do
referido Questionário (tratando das infra-estruturas e serviços) não se aplicaram aos
quatro projetos das situações 4 e 5 do quadro acima (Arraial e Conceição do Canindé;
Anísio de Abreu e Campo Maior); razão pela qual, obviamente, os dados que compõem
este item I.2 do presente relatório, a seguir, não os contemplam.

5
- Bom Sucesso, em Floriano; Bairro Vermelho, em Aroazes; Passagem do Meio,
em Campo Maior; Birindibinha, em Cocal; Nova Esperança, em Pio IX; Santa
Rosa, em Valença do Piauí.
6
- Barreiro Grande, Baixão dos dois Umbuzeiros e Vereda Comprida, em S.
Francisco de Assis do Piauí.
7
- Cantinho (e os vizinhos Várzea Redonda, Vereda de dentro e Vereda dos
Pereira), Barreiro (e os vizinhos Retiro do Barreiro e Barreiro de Dentro),
Sítio dos Quenos (e os vizinhos Pedras, Altos e Petronilo), em Bela Vista do
Piauí; e Lagoa do Benedito (e os vizinhos Minador, Lagoa Grande, Santa Fé),
Lagoa do Juá (e os vizinhos Corrente e Mulungu), Traz da Serra (e os vizinhos
Vereda, Baixão dos dois Umbuzeiros, Barro Alto, Baixa Grande, Tanque Novo e
Chapada da Vereda), em S. Francisco de Assis do Piauí – um total de 25
localidades.
8
- A sede de Arraial e as localidades Capivara e Verginha; a sede de
Conceição do Canindé e a localidade Canto Cercado.
9
- A sede de Campo Maior e em sete Localidades de três municípios: Jatobá,
Juazeiro e Campo Maior; as sedes de Anísio de Abreu e Caracol e dois povoados
rurais de S. Brás (Sobradinho e Tanque Velho) e três povoados rurais de
Jurema (Caldeirãozinho, Campo Formoso e Mandacaru)
10
- Questionário 01 – Associações e localidades, em anexo.
25

Como parâmetro e contexto preliminar para a caracterização das infra-estruturas e dos


serviços existentes nas localidades contempladas pelo APL, apresenta-se a seguir um
quadro das populações e domicílios, com dados fornecidos pelos dirigentes
entrevistados que, portanto, expressam as suas percepções:

Tabela 10 – Contextualização preliminar: número de domicilio e número de


habitantes, segundo as localidades sede das Associações financiadas
Local Domicílios Habitantes Habitante/domicílio11
Anísio de Abreu 3,6
Arraial 3,2
Bairro Vermelho 15 57 3,0
Baixão dos dois Umbuzeiros 31 110 5,3
Barreiro (*) 17 110 6,0
Barreiro Grande 40 130 3,7
Birindibinha 14 55 4,3
Bom Sucesso 15 66 4,7
Campo Maior 4,2
Cantinho (*) 50 260 3,3
Conceição do Canindé 3,3
Lagoa do Benedito (*) 35 120 4,0
Lagoa do Juá (*) 50 250 3,3
Nova Esperança 43 175 4,1
Passagem do Meio 19 65 3,8
Santa Rosa 10 39 3,5
Sítio dos Quenos (*) 16 80 3,5
Trás da Serra (*) 100 600 3,0
Vereda Comprida 26 110 4,8
Geral 481 2.227 3,9
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
N B: (*) = os dados de domicílios e habitantes compreendem a localidade pólo e
localidades vizinhas, como mencionadas em nota de rodapé da tabela anterior.

Completando a contextualização, pelas percepções dos dirigentes entrevistados,


famílias residentes nas localidades em tela têm como principais meios de vida as
atividades agrícolas (agricultura, pecuária e extrativismo), deficitárias e em níveis
elementares de subsistência; pelo que têm de recorrer ao assalariamento e à
emigração em busca de trabalho ou, mais recentemente, vivem na dependência dos
programas governamentais de assistência social e de complementação de renda.

11
- Estes são dados referentes às amostras de cada localidade, apurados no
Questionário 02 – Beneficiário e família.
26

Tabela 11 – Localidades das Associações segundo os principais meios de vida


de suas populações

Local Meios de Vida


Anísio de Abreu
Arraial
Bairro Vermelho Roça, pequeno criatório e Programas do Governo
Baixão Umbuzeiros Roça, pequeno criatório e Programas do Governo
Barreiro Roça, pequeno criatório e Programas do Governo
Barreiro Grande Roça, pequeno criatório e Programas do Governo
Birindibinha Roça, pequeno criatório, mel, assalariado urbano e Prog. Governo
Bom Sucesso Roça, pequeno criatório e Programas do Governo
Campo Maior
Cantinho Roça, pequeno criatório e Programas do Governo
Conceição Canindé Roça, pequeno criatório e Programas do Governo
Lagoa do Benedito Roça, pequeno criatório e Programas do Governo
Lagoa do Juá Roça, pequeno criatório e Programas do Governo
Nova Esperança Roça, assalariado urbano e Programas do Governo
Passagem Meio Roça, pequeno criatório, pesca, assalariado urbano e Prog. Governo
Santa Rosa Roça, assalariado urbano e Programas do Governo
Sítio dos Quenos Roça, pequeno criatório e Programas do Governo
Trás da Serra Roça, pequeno criatório e Programas do Governo
Vereda Comprida Roça, pequeno criatório e Programas do Governo
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Dos locais que sediam os projetos da SEDET apenas três têm Escola de Ensino
Fundamental. Nos demais casos as populações em idade escolar são atendidas metade
em escolas públicas nas sedes municipais e a outra metade em Povoados vizinhos,
situados a distâncias que variam de três e 15 km., distância média de sete quilômetros
- todos eles servidos pelo programa de Transporte Escolar. Em todos os casos o
provimento dos serviços encontra-se sob a alçada das respectivas Prefeituras
Municipais.

Nenhum conta com creches; crianças menores de sete anos de idade, para não
ficarem sozinhas em suas casas, muitas vezes são matriculadas nas classes iniciais
em escolas de Ensino Fundamental.

Referente a Postos de Saúde o quadro é comum: nenhum conta com tal equipamento;
todos os que necessitam de atendimento médico se dirigem às respectivas sedes
municipais e, em poucos casos, a povoados vizinhos.
27

Tabela 12 – Localidades das Associações segundo os equipamentos de


Educação e de Saúde que os seus moradores utilizam

Escola que

Distância à
escola Km.
Transporte
localidade
atende à

Escolar

Creche

Saúde
Posto
de
Local

Anísio de Abreu
Arraial
Bairro Vermelho Pov. Bairro Vermelho 04 sim não Sede
Baixão dois Umbuzeiros Vereda 8 sim não Sede
Barreiro Sede 12 sim não Sede
Barreiro Grande Sede 10 sim não Sede
Birindibinha Sede 15 sim não Sede
Bom Sucesso Vereda Grande 3 sim não Sede
Campo Maior
Cantinho Sede 12 sim não Sede
Conceição do Canindé
Lagoa do Benedito Lagoa Grande 6 sim não Mulungu
Lagoa do Juá Local nsa nsa não Mulungu
Nova Esperança Local nsa nsa não Sede
Passagem do Meio Corredores 6 sim não Corredores
Santa Rosa Taboquinha 4 sim não Taboquinha
Sítio dos Quenos Sede 14 sim não Sede
Trás da Serra Local 0 nsa não Sede
Vereda Comprida Lagoa da Povoação 6 sim não Sede
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Concernente à eletrificação: dente os 15 casos em tela ainda há três que não dispõem
de energia elétrica – um total de 76 domicílios no escuro. Nos demais (12 localidades)
o serviço (monofásico, de 220 volts) está praticamente universalizado – à exceção de
alguns poucos domicílios desgarrados.
Serviço de iluminação pública só se encontra em sete dentre os 15 registros,
particularmente em Assentamentos do PCF.

Abastecimento de água há em todos os locais. Predominam (nove casos) os sistemas


simplificados de distribuição domiciliar, operados e mantidos pelas Prefeituras, a custo
zero para os usuários, beneficiando a 199 domicílios, 910 pessoas. A propósito, até
mesmo em pequenas sedes municipais a água fornecida á toda a população a
expensas do erário. Nos demais locais (seis) o abastecimento é garantido por
cisternas, que na falta de chuva são abastecidas por carro-pipa - atingindo a um total
de 282 domicílios, cerca de 1.320 pessoas.
28

Em termos de saneamento: o mato já não é o único destino de fezes e dejetos. Dentre


os 15 casos oito dispõem de fossas sépticas – em muitos casos, providas pela FUNASA;
há fossas sépticas em 183 domicílios, atendendo a 827 habitantes.
Por outro lado, mesmo sendo um número menor (sete casos) a ausência de fossa ou
qualquer outra forma de saneamento ainda atinge a 298 domicílios, onde vivem 1.400
pessoas – a maioria.

Em nenhum dos locais há vias ou logradouros com calçamento; mas estrada de


acesso está universalizada, interligando todas as localidades à malha rodoviária
nacional - mesmo porque as distâncias até as sedes municipais são curtas: Mínimo de
sete quilômetros, Máximo de 24 km e Média de 15 km.
Serviço regular de transporte de passageiros registra-se em cinco locais; as pessoas
se locomovem por seus próprios meios (de moto, como será posto adiante) ou pegam
carona no transporte escolar.
Telefone celular funciona em todo lugar, mesmo que se tenha de usar antenas
específicas.
Em nenhum dos locais estudados há Praça de Esporte ou Centro de Lazer, providos
pelo poder público; entretanto, em dois locais há Centro Comunitário, construídos e
mantidos pelas Associações.
29

Tabela 13 – Localidades segundo infra-estruturas básicas e equipamentos de uso coletivo

Distância-km
No. Ligações

C.comunitári
Saneamento

Calçamento
Abast.água

passageiro
Transporte
Iluminação

Pç esporte
Telefonia

C. Lazer
Energia

Estrada
Local

o
Anísio de Abreu
Arraial
Bairro Vermelho sim 15 sim rede simples fossa séptica celular asfalto 12 não sim não sim não
Baixão dois Umbuzeiros sim 30 não cisternas Nenhum celular carroçável 7 não não não não não
Barreiro não nsa nsa rede simples fossa FUNASA celular carroçável 12 não não não não não
Barreiro Grande não nsa nsa cisternas Nenhum celular carroçável 10 não não não não não
Birindibinha sim 14 sim rede fossa séptica celular carroçável 15 não sim não não não
Bom Sucesso sim 16 sim rede fossa séptica celular asfalto-carroçável 27 não sim não não não
Campo Maior
Cantinho sim 47 não rede simples fossa FUNASA celular carroçável 12 não não não não não
Conceição do Canindé
Lagoa do Benedito sim 35 não cisternas Nenhum celular carroçável 18 não não não não não
Lagoa do Juá sim 40 sim cisternas Nenhum celular carroçável 23 não não não não não
Nova Esperança sim 43 não Rede fossa séptica orelhão asfaltando 28 não não não não não
Passagem do Meio sim 19 sim Rede fossa séptica celular carroçável 17 não sim não sim não
Santa Rosa sim 10 sim rede simples fossa séptica celular carroçável 13 não sim não não não
Sítio dos Quenos não nsa nsa rede simples Nenhum celular carroçável 14 não não não não não
Trás da Serra sim 90 sim Cisternas Nenhum celular carroçável 7 não não não não não
Vereda Comprida sim 26 não Cisternas Nenhum celular carroçável 18 não não não não não
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
30

Contudo, na percepção dos dirigentes entrevistados, a situação geral destes


equipamentos e infra-estruturas está melhorando, em mais da metade dos casos
- comparativamente ao que existia dois anos atrás, como segue:

Avaliação geral de equipamentos e infra-estruturas

5% 5%

32%
37%

21%

melhor muito melhor pior permanece igual nsa

Tabela 14 – Avaliação que fazem os diretores de Associações sobre os


equipamentos e infra-estruturas atuais nas suas localidades

Local Avaliação
Anísio de Abreu
Arraial
Bairro Vermelho permanece igual
Baixão dos dois Umbuzeiros melhor
Barreiro pior
Barreiro Grande permanece igual
Birindibinha melhor
Bom Sucesso melhor
Campo Maior
Cantinho Muito melhor
Conceição do Canindé
Lagoa do Benedito melhor
Lagoa do Juá permanece igual
Nova Esperança permanece igual
Passagem do Meio melhor
Santa Rosa melhor
Sítio dos Quenos permanece igual
Trás da Serra melhor
Vereda Comprida permanece igual
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
31

Por outro lado, no que concerne a programas governamentais de distribuição de renda


ou compensatórios, nas localidades das Associações em pauta registra-se a ocorrência
maciça de todos aqueles programas destinados às camadas mais pobres da
sociedade: Bolsa Família, Aposentadoria rural (conhecida como FUNRURAL) e Seguro
Safra ou Garantia Safra estão presentes em todas as localidades e contemplam a
praticamente a todos os indivíduos que se enquadram nos respectivos critérios
eletivos.
Além destes, universais, ocorrem outros, como: Agente Jovem ou Pró-jovem,
PRONAF, Carro-pipa, Merenda Escolar e Agente Comunitário de Saúde – ACS – que
só não aparecem aqui mais expressivamente porque os entrevistados não sabem
precisar ou estimar o número de indivíduos ou de famílias contemplados. Os detalhes
levantados apresentam-se na Tabela 15.

Tabela 15 – Avaliação que fazem os diretores de Associações sobre os


programas governamentais de distribuição de renda

Local Avaliação geral


Anísio de Abreu
Arraial
Bairro Vermelho Melhor
Baixão dos dois Umbuzeiros Melhor
Barreiro Melhor
Barreiro Grande Melhor
Birindibinha muito melhor
Bom Sucesso Melhor
Campo Maior
Cantinho Melhor
Conceição do Canindé
Lagoa do Benedito muito melhor
Lagoa do Juá muito melhor
Nova Esperança Melhor
Passagem do Meio Melhor
Santa Rosa Melhor
Sítio dos Quenos Melhor
Trás da Serra Melhor
Vereda Comprida Melhor
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Por fim, ao contrário do que se registrou frente às infra-estruturas, a situação geral


destes programas, na percepção unânime dos dirigentes entrevistados, “está melhor” e
“muito melhor “- comparativamente ao que existia dois anos atrás, conforme mostra o
Gráfico seguinte.
32

75%

pior

Portanto, não é forçoso deduzir (ou supor) que este panorama geral das infra-
estruturas, dos serviços e dos programas compensatórios - pelo sim ou pelo não -
têm a ver com o pequeno número de habitantes, com a sua dispersão espacial e,
também, com a sua localização, distante dos pólos mais dinâmicos da economia. Tem
a ver, outrossim, com atividades produtivas extremamente susceptíveis às
variabilidades climáticas e com o baixo padrão das forças produtivas – educação,
tecnologia, capital e organização sócio-política.
33

Tabela 16 – Localidades das Associações segundo programas governamentais

FUNRURAL

Carro-pipa
Merenda
Escolar
Família

Seguro

Agente

Pronaf
Jovem
Bolsa

Safra

ACS
Local

Anísio de Abreu
Arraial
Bairro Vermelho 14 04 sim 13 nsq Sim sim
Baixão dos dois Umbuzeiros 31 13 sim 25 nsq Sim Sim sim
Barreiro nsq nsq sim nsq 00 Sim Sim sim
Barreiro Grande nsq nsq sim nsq nsq Sim Sim sim
Birindibinha 14 01 sim 13 13 Sim sim
Bom Sucesso 10 04 sim nsq nsq Sim sim
Campo Maior
Cantinho 30 20 sim 30 00 Sim sim sim
Conceição do Canindé
Lagoa do Benedito 35 09 sim 26 04 Sim sim sim
Lagoa do Juá 50 15 sim 40 nsq Sim sim sim
Nova Esperança 31 08 sim 25 nsq não sim
Passagem do Meio 18 06 sim 05 09 não sim
Santa Rosa 07 03 sim 08 02 Sim sim
Sítio dos Quenos 09 07 sim 09 00 Sim sim sim
Trás da Serra 85 30 sim 80 nsq Sim sim sim
Vereda Comprida 26 10 sim 16 nsq Sim sim sim
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
N B: nsq = o programa existe na localidade; mas, o entrevistado não soube precisar a quantidade de beneficiados.
34

I.3 – Aspectos do associativismo e da representação política que praticam

Corroborando com a opção estratégica do APL, de conceder os seus financiamentos a


entes associativos, este Capítulo I se arremata colocado em destaque alguns aspectos
do associativismo que se pratica nas Associações e nos respectivos locais de atuação.
A propósito, ao longo da exposição precedente (itens I.1 e I.2), encontram-se alguns
fatos, quantificados, que podem ser tomados como indicadores de associativismo,
como expressão da capacidade associativa e do nível de organização social e política,
a saber:
a) as iniciativas para a criação de todos os entes partiram de agentes externos;
b) a estabilização ou decréscimo do quadro de associados, ao longo do tempo,
das entidades com mais de dez anos de existência;
c) as motivações para a sua criação;
d) os ínfimos montantes que se arrecadam dos associados para o custeio;
e) o apelo recorrente a agentes externos e ao poder público;
f) a amiúde realização de Assembléias e o extraordinário comparecimento de
associados, em número superior ao quorum mínimo;
g) a pequena quantidade de instalações físicas;
h) a pequena quantidade e o pequeno valor dos projetos executados
anteriormente ao APL;
i) o fato de sete dentre as 19 entidades em tela não haverem obtido nenhum
financiamento ao longo de suas trajetórias – entre oito e 14 anos de existência.

Ademais, registram-se apenas dois outros entes associativos congêneres, existentes


em duas localidades.
A forma de associativismo mais freqüentemente praticada ocorre no âmbito da religião
Católica e, crescentemente, nas várias denominações protestantes, evangélicas, etc.

A mútua-ajuda, o mutirão e a solidariedade orgânica - outrora tidas como


características intrínsecas ao homem do campo e à vida em pequenos grupos
- parecem em desuso - como o demonstra a percepção dos dirigentes entrevistados,
na tabela a seguir.
Apenas um dentre os 19 dirigentes entrevistado afirmou enfaticamente a ocorrência de
“Trabalho e vida coletivos intensos” na sua localidade: um assentamento do PCF, com
19 famílias que estão tentando passar da condição de agricultores tradicionais para a
de piscicultores – em função da recente construção da Barragem dos Corredores e de
outros incentivos e apoios que esperam receber do Pró-Água, CONDEVASF, COHAB,
SDR, EMATER e do SEBRAE.
35

Associações segundo a prática da mútua ajuda


11%

11% 47%

5%
5%

21%
muito pouco
nenhuma
no data
Trabalho e vida coletivos intensos
Troca de trabalho na roça
Troca de trabalho na roça, Ajuda na doença, carona

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013.
Por fim, apresentam-se dados sobre a capacidade das localidades em se fazer
representar nos contextos da política municipal. São dados sobre moradores locais
como postulantes ou exercendo funções de representante em Câmaras Municipais e
em Conselhos comunais, atualmente e em passado recente.
Tabela 17 – Localidades das Associações segundo o número de moradores
participando de processos de representação política
Eleição de 2012 Eleição anterior Conselhos
Local
Candidato Eleito Candidato Eleito Atual Outrora
Anísio de Abreu
Arraial
Bairro Vermelho 0 nsa 0 nsa 1 0
Baixão dos dois Umbuzeiros 0 nsa 0 nsa 0 0
Barreiro 0 nsa 0 nsa 2 0
Barreiro Grande 0 nsa 0 nsa 1 0
Birindibinha 0 nsa 1 0 0 1
Bom Sucesso 0 nsa 0 nsa 0 1
Campo Maior
Cantinho 0 nsa 0 nsa 3 0
Conceição do Canindé
Lagoa do Benedito 1 0 0 nsa 0 0
Lagoa do Juá 2 2 2 1 1 0
Nova Esperança 0 nsa 1 0 0 1
Passagem do Meio 0 nsa 1 0 0 0
Santa Rosa 0 nsa 0 nsa 0 1
Sítio dos Quenos 0 nsa 0 nsa 0 0
Trás da Serra 0 nsa 2 1 0 0
Vereda Comprida 0 nsa 0 Nsa 0 0
Soma 3 2 7 2 8 4
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
36

Para o conjunto das 15 localidades em tela só se encontram postulantes a cargo eletivo


em duas; sendo que os candidatos a Vereador diminuiu entre a Eleição de 2012 e a
anterior, mantendo-se, contudo, o número de eleitos. Curioso notar que o registro
incide justo numa localidade cuja Associação é das mais antigas e também uma das
que apresenta expressiva redução do quadro de associados.

Em se tratando de representantes em Conselhos Municipais registra-se expressivo


incremento; não se tem certo de que isto signifique participação efetiva ou que decorra
da enorme quantidade de entes colegiados que a nova convivência democrática requer.
São tantos os Conselhos que até falta gente para ocupar as suas vagas e
comparecer tantas reuniões.

Dentro deste mesmo tema registre-se dado indicativo do nível de articulação das
Associações com as instâncias de fomento e financiadores de projetos; diz respeito à
forma e/ou ao meio através do qual tomaram conhecimento do presente APL: dentre os
19 entes do universo, três souberam do Edital e da possibilidade de participar por seus
próprios meios, pela iniciativa de diretores, pela imprensa e pesquisando na Internet.
(Anísio de Abreu, Nova Esperança e Passagem do Meio).

Tabela 18 – Localidades das Associações segundo a forma ou meio pelo qual


tomaram conhecimento do APL
Local Como soube do APL
Anísio de Abreu Pesquisa na Iternet
Arraial Através de pessoal do SEBRAE
Bairro Vermelho Através de pessoal do EMATER
Baixão dos dois Umbuzeiros Através de pessoal do STR
Barreiro Através de pessoal da Fraternidade e de Vereador
Barreiro Grande Através do Pe. Geraldo
Birindibinha Através de pessoal do STR
Bom Sucesso Através de pessoal do Áridas e do FUNRURAL
Campo Maior Reunião em Teresina convocada pela Kolping
Cantinho Através de pessoal da Fraternidade
Conceição do Canindé Através de pessoal de Vereador
Lagoa do Benedito Através de pessoal de Vereador e de Ag. Pastoral
Lagoa do Juá Através de Agente Pastoral
Nova Esperança Pesquisa na Iternet
Passagem do Meio Pesquisa na Iternet
Santa Rosa Através de Projetista
Sítio dos Quenos Através de pessoal da Fraternidade e de Vereador
Trás da Serra Através de pessoal da Fraternidade
Vereda Comprida Através de pessoal da Fraternidade e de Vereador
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
37

Todos os demais contaram com a intermediação de atores externos, instituições e


indivíduos, tais como: Agentes da Pastoral, Áridas, EMATER, FUNRURAL, vários
técnicos Projetistas, Kolping, SEBRAE, STR e – principalmente - através do Padre
Geraldo Gereon e de técnicos da Fraternidade São Francisco de Assis, bem como de
vários vereadores e candidatos a vereador.
Sejam quais forem os significados deste rol de evidências, convém ter atenção para
com as interferências que possam ter na implementação dos projetos do APL.
46

Capítulo II – O beneficiário e sua família

II. 1 – Características sócio-demográficas do beneficiário


São 89 os beneficiários integrantes da amostra. Têm idade que varia de 21 anos a 77
anos, a idade Modal é 49 anos e a Média, 43,8 anos; configurando-se, no geral, como
pessoas na fase de maturidade – mesmo que existam pequenas variações de lugar
para lugar, como mostra a Tabela seguinte.

Tabela 19 – Distribuição dos beneficiários, por localidade, segundo faixas de idades

15 a 21 anos

22 a 30 anos

31 a 40 anos

41 a 50 anos

51 a 60 anos

61 a 65 anos

66 a 70 anos

70 a 80 anos

Somatório
Local da Associação

Anísio de Abreu 15,8 10,5 47,4 10,5 5,3 10,5 100,0


Arraial 66,7 33,3 100,0
Bairro Vermelho 66,7 33,3 100,0
Baixão dos dois umbuzeiros 25,0 25,0 25,0 25,0 100,0
Barreiro 66,7 33,3 100,0
Barreiro Grande 33,3 33,3 33,3 100,0
Birindibinha 33,3 33,3 33,3 100,0
Bom Sucesso 66,7 33,3 100,0
Campo Maior 33,3 33,3 33,3 100,0
Cantinho 33,3 33,3 33,3 100,0
Conceição do Canindé 66,7 33,3 100,0
Lagoa do Benedito 66,7 33,3 100,0
Lagoa do Juá 25,0 25,0 25,0 25,0 100,0
Nova Esperança 25,0 25,0 12,5 12,5 25,0 100,0
Passagem do Meio 25,0 25,0 25,0 25,0 100,0
Santa Rosa 50,0 50,0 100,0
Sítio dos Quenos 50,0 50,0 100,0
Trás da Serra 20,0 40,0 40,0 100,0
Vereda Comprida 40,0 20,0 20,0 20,0 100,0
Total geral 1,1 14,6 22,5 32,6 16,9 9,0 2,2 1,1 100,0
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
Predominam os do gênero masculino e predominam, também, pessoas que ocupam o
status de chefe de família; afora isso as exceções são: uma beneficiária, chefe de
família; cinco beneficiárias, cônjuges (em cujas famílias há a figura do chefe tradicional)
e um, filho (em cuja família há a figura do chefe, no caso o seu pai). As exceções
perfazem 7% do total.
A condição civil “casado” ocorre em 89% dos casos, os que “vivem juntos” em 6%, os
solteiros em 4% e os casos restantes são viúvos e divorciados.
47

O seu nível de instrução preserva as marcas do recorrente analfabetismo e da baixa


escolaridade - em todas as faixas etárias e em todos os locais.
Os analfabetos e os que só “assinam o nome” perfazem 29,2%; os que freqüentaram
alguma das Séries do Ensino Fundamental compreendem 38,2%, dos quais mais da
metade não passou da 3ª. Série; dentre os que ultrapassaram a barreira do Ensino
Fundamental 11% têm o Ensino Médio completo, 7,8% não o concluíram e 5,6%, têm
curso Superior.
O nível de instrução modal é o Ensino Fundamental inconcluso – pessoas que
desistiram, abandonaram e não estão estudando.
Os analfabetos predominam nas faixas de mais de 40 anos de idade; contudo este
atributo não se restringe aos idosos, uma vez que 28% dos que não concluíram o
Ensino Fundamental têm menos 40 anos de idade.

Tabela 20 – Distribuição dos beneficiários, por localidade, segundo a


escolaridade.
Alfabetizado

Fundamenta

Fundamenta
l incompleto

incompleto
l Completo
Analfabeto

Somatório
graduado
completo

completo

informou
Superior
Local da Associação

Médio

Médio

Pós-

Não
Anísio de Abreu 5,3 47,4 15,8 26,3 5,3 100
Arraial 16,7 33,3 16,7 33,3 100
Bairro Vermelho 33,3 66,7 100
Baixão dos dois umbuzeiros 25,0 25,0 50,0 100
Barreiro 66,7 33,3 100
Barreiro Grande 33,3 33,3 33,0 100
Birindibinha 100,0 100
Bom Sucesso 66,7 33,3 100
Campo Maior 16,7 33,3 16,7 16,7 16,7 100
Cantinho 66,7 33,3 100
Conceição do Canindé 33,3 66,7 100
Lagoa do Benedito 66,7 33,3 100
Lagoa do Juá 50,0 25,0 25,0 100
Nova Esperança 25,0 62,5 12,5 100
Passagem do Meio 25,0 75,0 100
Santa Rosa 100,0 100
Sítio dos Quenos 100,0 100
Trás da Serra 60,0 40,0 100
Vereda Comprida 100,0 100
Total geral 25,8 3,4 44,9 6,7 1,1 11,2 4,5 1,1 1,1 100
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
48

Os seus domicílios encontram-se, predominantemente, em situação rural: 55%


residem e trabalham e povoados tradicionais e 26% em assentamentos do Programa
de Crédito Fundiário.
Os 19% restantes residem em sedes de pequenos municípios; mas trabalham, têm
características e estilo de vida que não se enquadram perfeitamente nos conceitos de
urbano.

Tabela 21 – Distribuição dos beneficiários, por localidade, segundo o número de


moradores em suas residências e a situação do domicílio.
Pessoa residente

Entrevistado

Entrevistado
Total e por % da situação

Residente/
Povoado
Local

Total

Sede
ARA
Anísio de Abreu 19 68 42 58 3,58
Arraial 06 19 33 67 3,17
Bairro Vermelho 03 09 100 3,00
Baixão dos dois umbuzeiros 04 21 100 5,25
Barreiro 03 18 100 6,00
Barreiro Grande 03 11 100 3,67
Birindibinha 03 13 100 4,33
Bom Sucesso 03 14 100 4,67
Campo Maior 06 25 100 4,17
Cantinho 03 10 100 3,33
Conceição do Canindé 03 10 33 67 3,33
Lagoa do Benedito 03 12 100 4,00
Lagoa do Juá 04 13 100 3,25
Nova Esperança 08 33 100 4,12
Passagem do Meio 04 15 100 3,75
Santa Rosa 02 07 100 3,50
Sítio dos Quenos 02 07 100 3,50
Trás da Serra 05 15 100 3,00
Vereda Comprida 05 24 100 4,80
Total geral 89 344 26% 55% 19% 3,87
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

A sua experiência com o associativismo formal é recente e até se mostra em certo


descompasso, frente ao momento histórico em que a formalização de entes
associativos passou a ser pré-requisito do acesso a financiamentos governamentais.
A estatística descritiva da variável “tempo de filiado à associação” aponta a Média de
6,6 anos, Moda e Mediana iguais a seis anos, Desvio padrão de 3,24 anos, com
intervalo de 0 a 14 anos.
Do total de beneficiários 50% tem até seis anos como membro da respectiva entidade,
enquanto os filiados há mais de dez anos perfazem 16%.
49

Interessante notar que, além de simples sócios, 46% dos beneficiários sorteados para
a amostra do presente Perfil de Entrada são, simultaneamente, membros das diretorias
de suas entidades.
A sua participação na vida da Associação - segundo auto-declaração a partir de lista de
circunstâncias afins – se configura e se quantifica conforme a tabela seguinte. Este
quadro geral se repete na maior parte das entidades, de per si, nas quais predominam
as circunstâncias III e IV, abaixo.

Tabela 22 – Quadro geral da participação dos beneficiários na vida das Associações

Circunstância em que participa da Associação No. %


I – Assembléias Gerais e Reuniões 06 6,7
II - Assembléias Gerais, Reuniões e Atividades específicas 02 2,2
III - Assembléias Gerais, Reuniões, Atividades específicas e com Usuário 50 56,1
IV - Assembléias Gerais, Reuniões e com Usuário 26 29,2
V - Reuniões e com Usuário 03 3,3
VI - Com Usuário 02 2,2
Total geral 89 100
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Para apreender os significados da participação foram levantadas algumas opiniões


sobre a ligação do beneficiário com o financiamento do particular APL:
a) Por unanimidade declararam ter conhecimento do mesmo, confirmando os
resultados mostrados na Tabela anterior.
b) Inquiridos sobre como e/ou por qual meio tomaram conhecimento da possibilidade
de concorrer ao Edital do APL-SEDET 61% das respostas remetem à Associação
respectiva ou à pessoa do seu Presidente – realçando o papel das entidades como
interlocutor privilegiado entre a agência de financiamento e o beneficiário.
c) Inquiridos, ainda, sobre quem (entidade, instituição ou pessoa) obteve o
financiamento para a sua Associação, não se registrou única resposta atribuindo tal
feito à própria entidade; a resposta mais próxima daquilo que indicaria participação
plena e eficiente autonomia da entidade foi, em 30% dos casos, atribuir tal mérito à
pessoa do Presidente da Associação. As demais respostas colocam a obtenção do
financiamento na alçada de agentes da Assistência Técnica (FSFA, EMATER, Áridas e
projetistas autônomos) em 34% dos casos; de entidades da articulação política (Casa
Ápis, STR e Secretaria Municipal de Agricultura) em 18% e de outros agentes
financiadores (PCPR, SEDET e CODEVASF) em 9%.
d) A respeito das providências da Associação com vistas à apresentação de proposta à
SEDET, com diferentes níveis de verbalização, as respostas apontam intensa
mobilização associativa:
i) inúmeras e repetidas reuniões para comunicar, discutir e deliberar sobre a
natureza do Edital da SEDET, sobre as necessidades e potencialidades das
associações, o tipo de projeto a ser proposto;
ii) contratação de projetista habilitado;
iii) consignação de contrapartida;
50

iv) realização de treinamentos;


v) arrecadação de fundos para custar despesas de preparação das propostas;
vi) busca de apoios locais; e, para não se configurar unanimidade,
vii) registrem-se 5,6% dos entrevistados que não souberam dizer nada sobre
este assunto.
e) Sobre a ação pessoal do beneficiário em toda essa mobilização, os dados indicam
que a condução do processo se fez pelo Presidente e pela diretoria da entidade, com o
contributo essencial e indispensável do projetista; cabendo ao beneficiário a
oportunidade e o direito de manifestar-se, de estar ciente e à par de tudo, nas reuniões
e Assembléias Gerais e a qualquer momento.
f) Por fim, arrematando o tema vida associativa, registrem-se as expectativas
manifestas pelos beneficiários diante dos respectivos projetos APL. Por se tratar de
variáveis levantadas mediante questão aberta, as suas respostas (praticamente uma
para cada entrevistado) foram agrupadas pela análise dos seus conteúdos e se
resumem em seis grupos, a saber:
i) 39,3% dos beneficiários esperam adquirir e/ou ampliar os seus meios
12
e as suas condições13 de produção;
ii) aumentar e/ou melhorar a produção – 10,1%;
iii) adquirir, aumentar e/ou melhorar a renda da família – 20,2%;
iv) adquirir e/ou ampliar meios e condições de produção para aumentar a
renda - 5,6%;
v) adquirir e/ou ampliar meios e condições de produção para melhorar a
vida - 4,45%;
vi) aumentar a renda e/ou melhorar a vida - 16,9%.
vii) outros 3,4% não souberam responder

Seus meios de vida estão ligados à terra: à agricultura, ao criatório de pequenos


animais e ao extrativismo vegetal. Acresce-se a estas uma condição social que não é,
a rigor, uma atividade, mas contempla pessoas destes ramos que se aposentaram por
idade e continuam labutando nestas searas; no mesmo rol se enquadram os que
tomam conta do lar - juntos, perfazem 81% dos beneficiários.
Mas, tomadas as localidades de per si, encontram-se a agro-pecuária, o extrativismo e
a aposentadoria como sendo as atividades principais da totalidade dos beneficiários,
em ¾ dos casos.

12
- Colméias, equipamentos e instalações apículas; matrizes de ovi-caprinos e
instalações; implantação de cultivos, etc.
13
- Capacitação e treinamento; estocagem e armazenamento; beneficiamento de
matéria-prima local; higiene e adequação ao CIF.
51

Tabela 23 – Beneficiários, por localidade, segundo o ramo de atividade principal

Aposentadoria

Extrativismo
Construção
Agricultura

doméstica

Comércio
Atividade

Serviço
Público
Local da Associação

Anísio de Abreu 36,8% 15,8% 5,3% 5,3% 10,5% 26,3%


Arraial 16,7% 16,7% 16,7% 50,0%
Bairro Vermelho 66,7% 33,3%
Baixão dos dois umbuzeiros 75,0% 25,0%
Barreiro 100,0%
Barreiro Grande 100,0%
Birindibinha 100,0%
Bom Sucesso 66,7% 33,3%
Campo Maior 33,3% 33,3% 33,3%
Cantinho 66,7% 33,3%
Conceição do Canindé 66,7% 33,3%
Lagoa do Benedito 100,0%
Lagoa do Juá 75,0% 25,0%
Nova Esperança 62,5% 37,5%
Passagem do Meio 75,0% 25,0%
Santa Rosa 100,0%
Sítio dos Quenos 100,0%
Trás da Serra 80,0% 20,0%
Vereda Comprida 60,0% 40,0%
Total geral 61,8% 14,6% 1,1% 4,5% 4,5% 3,4% 10,1%
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Beneficiários do APL segundo os ramos de atividades

10%

3%

4%

4% 63%

1%

15%

Agricultura Aposentado Atividades domésicas


Comércio Construção Extrativismo
Serviço Público

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013.
Para o conjunto da amostra, na grande maioria, os beneficiários podem ser
classificados como proprietários da terra e dos meios de produção, ao se tomar como
52

afins as condições: proprietário formal, herdeiro e assentado; juntos representam 84%


do total - sugerindo que o acesso à terra, propriamente, não se constitua um problema
para este segmento.

Tabela 24 – Beneficiários, por localidade, segundo a condição de propriedade


Condição de propriedade

Arrendatário

Proprietário
Assentado

Nenhuma
Agregado

Herdeiro
Morador
Local da Associação

Anísio de Abreu 5% 95%


Arraial 17% 33% 50%
Bairro Vermelho 100%
Baixão dos dois umbuzeiros 25% 75%
Barreiro 33% 67%
Barreiro Grande 100%
Birindibinha 100%
Bom Sucesso 100%
Campo Maior 17% 83%
Cantinho 33% 67%
Conceição do Canindé 67% 0% 33%
Lagoa do Benedito 33% 67%
Lagoa do Juá 50% 50%
Nova Esperança 100%
Passagem do Meio 100%
Santa Rosa 100%
Sítio dos Quenos 100%
Trás da Serra 20% 20% 60%
Vereda Comprida 40% 20% 40%
Total geral 12% 01% 26% 07% 53% 01%
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Beneficiários do APL segundo a condição de


propriedade
3% 12%
1%

26%
52%

6%

Agregado-morador Arrendatário Assentado


Herdeiro Proprietário Nenhuma

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013.
53

Arrematando as condições de produção, registre-se o Trabalho Familiar como a relação jurídica


mais praticada - de per si e no conjunto das localidades; sugerindo, assim, o estágio em que se
encontram as forças produtivas nos contextos apoiados pelo APL, especialmente porque ocorre em
interveniência com os outros dois atributos acima mencionados. Vide Tabela e Gráfico a seguir.
Tabela 25 – Beneficiários, por localidade, segundo a Relação jurídica de trabalho
Relação jurídica de trabalho (em % do local)

Empregador

Individual p/
Assalariado

Assalariado

Assalariado
Empreitada
Local da Associação

Familiar
Regular

Diarista

própria
conta
Anísio de Abreu 21% 05% 05% 53% 16%
Arraial 50% 33% 17%
Bairro Vermelho 100%
Baixão dos dois umbuzeiros 100%
Barreiro 100%
Barreiro Grande 100%
Birindibinha 100%
Bom Sucesso 100%
Campo Maior 17% 17% 67%
Cantinho 100%
Conceição do Canindé 33% 67%
Lagoa do Benedito 100%
Lagoa do Juá 25% 75%
Nova Esperança 88% 13%
Passagem do Meio 100%
Santa Rosa 50% 50%
Sítio dos Quenos 100%
Trás da Serra 80% 20%
Vereda Comprida 100%
Total geral 10% 01% 02% 01% 74% 11%
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013.
54

Por fim, do ponto de vista estatístico, os dados mostram que o conjunto dos
beneficiários se caracteriza pela prática predominante das Atividades Agrícolas, sob
relação de Trabalho Familiar e com base na Propriedade privada da terra e de outros
meios de produção. Na teoria sociológica que embasa programas governamentais esta
categoria é chamada, grosso modo, de Agricultura Familiar.

Beneficiários segundo a Condição de Propriedade e a Relação Jurídica de


Trabalho

40%

Proprietário; 36%
35%

30%

25%

20% Assentado; 20%

15%

Agregado-morador; 11%
10%
Proprietário; 8%
Assentado; 6% Herdeiro; 6% Proprietário; 6%
5%

Arrendatário; 1% Herdeiro; 1% Nenhuma; 1% tt ;; Agregado-morador; 1%


0% Arrrendattátáárroioo;;; 0% A ssenttataado;;; 0% Herdeiiriroroo;;; 0% NNeennhhuummaa; ;000
%%
% Agregado-morador; 0%

0 1 2 3 4 5 6 7

Assalariado Diarista Empleitada Empregador Familiar Individual

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013.

Beneficiários segundo o Ramo de Atividade e a Relação Jurídica de Trabalho

60%
Agricultura; 56%

50%

40%

30%

20%

Aposentado; 13%
10% Serviço Público; 9%
Agricultura; 6%
Extrativismo; 3%
Comércio; 2% Construção; 2%
0% Apos entado; 1% Atividades dom éCsC oiom
camésér;cr1cio% io; ;11% %C Coonnsstt uuççããoo;;11%% Serviço Público;
A
AgA
ggrgrriicircciuuculultltutultu
rurarara;a;;00;%
0%%1% AA d s ; EExExttrxtratraratatiivtvtivisvsim
ssmm
m
oo;o
;o;0;S
0;%
0S
0
0 0 AApA
ppopoososseseenenntntataa
tdaddodoo;o;;00;0
%
%% tA
titivivtviidvidd
iadaadaddedeesesssddodoom
omm
m
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oam
ca
sm
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i00
%
cioo%
i;o;00%
% 0%% CCoonnsst rtu ruççããoo; ; 00% % %
e%ervrivçiçooPPúúbblilcicoo;; 0%
%
1 2 3 4 5 6 7 8

Assalariado Diarista Empleitada Empregador Familiar Individual

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013
55

Na semana anterior à coleta de dados para a construção do presente “perfil de entrada”


os beneficiários desempenharam atividade produtivas que se mostram consoantes
com todos os atributos anteriormente registrados, confirmando-os.
Os dados sobre “ocupação” só não coincidem exatamente com os dados referentes a
“relação de trabalho” e a “ramo de atividade” pelo fato, óbvio, da pesquisa ter ocorrido
em momento de prolongada estiagem; de modo que tradicionais atores da Agricultura
Familiar têm de recorrer a assalariamentos, como mostra a tabela seguinte.

Tabela 26 – Ocupação do beneficiário na semana anterior à pesquisa segundo a


relação de trabalho e o tipo de atividade
Ocupação na semana da pesquisa No. %
Trabalho familiar 58 65,2
Roça própria 34 38,2
Animais próprios 8 9,0
Apicultura própria 6 6,7
Dona de casa 6 6,7
Comércio próprio 2 2,2
Construção da residência própria 2 2,2
Trabalho assalariado e parceria 28 31,5
Construção civil – Diarista 16 18,0
Funcionário Público 9 10,1
Trabalho na roça de outrem – Diarista 2 2,2
Roça e animais do “patrão” – Morador 1 1,1
Desocupação 3 3,4
Doente 1 1,1
Parado 2 2,2
Total geral 89 100,0
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

A renda bruta mensal do beneficiário varia de um mínimo de R$ 30,00 a um máximo


de R$ 6.000,00 – um intervalo de R$ 5.970,00; tem a Média de R$ 780,53, Moda de
R$ 678,00 (igual ao valor atual do Salário Mínimo) e Desvio Padrão de R$ 842,10.
O montante das rendas brutas mensais de todos os beneficiários totaliza R$ 69.467,33.
O histograma respectivo revela que 28,1% dos beneficiários auferem valores de até
½ Salário Mínimo (R$ 339,00) por mês e, no extremo oposto, os que ganham mais de
dois SM (R$ 1.017,00) são 10%.
As menores rendas predominam na Agricultura, sob trabalho Familiar e entre
Proprietários; por outro lado, as rendas acima de dois Salários Mínimos ocorrem nas
atividades: Comércio, Construção e Serviço Público, sob as relações de trabalho:
Assalariamento regular, Diarista e/ou Empregador e entre Proprietários.
56

R$

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013

Além da dimensão dos ingressos financeiros dos beneficiários do APL, este quadro
geral sugere desequilíbrio e iniqüidade não apenas entre beneficiários; mas, também,
entre Ramos de Atividades e entre diferentes Relações Jurídicas de Trabalho
- sugerindo, ao mesmo tempo, que a propriedade não se constitui fator determinante da
renda.
Interessante observar que, mesmo enquadrados em um “ramo de atividade”, as suas
rendas provêm de diferentes fontes, como o demonstra a tabela seguinte. No geral, as
rendas da atividade principal equivalem a 56%, as rendas de atividades
complementares são 21% e as oriundas de programas de complementação de renda e
das aposentadorias correspondem a 22% da renda bruta mensal do beneficiário.

Renda média do beneficiário segundo as


fontes
(em R$)
1% 9%
0%
13%

21%

56%

Ativididade principal Outras atividades


Aposentadoria ou Pensão Aluguél
Programas do Governo Doação

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013
57

Mas, analisados um a um, registram-se 18% de beneficiários em cujas rendas pessoais


a participação do governo é superior a 50% e, por outro lado, há 48% de beneficiários
que não recebem nada do governo.14

Tabela 27 – Distribuição dos beneficiários, por Localidades, segundo o valor


médio da sua renda bruta mensal, por fontes da renda

Fontes de renda (em R$)

de Beneficiado
Aposentadoria

Renda média
do Governo
Programas
Atividades

ou Pensão
Localidades Atividade
Principal

Aluguel

Doação
Outras
Anísio de Abreu 777,58 284,16 6,58 - 124,11 38,63 1.231,05
Arraial 787,22 510,83 36,17 - 113,00 23,33 1.470,56
Bairro Vermelho 183,33 100,00 - - 226,00 140,00 649,33
Baixão dois umbuzeiros 133,75 - - - 169,50 70,00 373,25
Barreiro 100,00 10,00 10,00 13,33 140,00 273,33
Barreiro Grande 156,67 133,33 - - 140,00 430,00
Birindibinha 283,33 133,33 - - 103,33 520,00
Bom Sucesso 316,67 106,67 - - 226,00 46,67 696,00
Campo Maior 1.279,67 260,00 - - 23,33 1.563,00
Cantinho 13,33 33,33 - - 226,00 105,00 377,67
Conceição Canindé 250,00 33,33 - - 93,33 376,67
Lagoa do Benedito 63,33 - - - 197,33 260,67
Lagoa do Juá 550,00 17,50 - - 105,00 672,50
Nova Esperança 294,50 123,75 - - 254,25 34,00 706,50
Passagem do Meio 320,00 97,50 - - 125,00 542,50
Santa Rosa 94,00 280,00 - 50,00 70,00 494,00
Sítio dos Quenos 15,00 - - 19,00 40,00 74,00
Trás da Serra 162,00 5,00 - - 96,00 263,00
Vereda Comprida 40,00 120,00 - - 271,20 102,60 533,80
Geral 436,79 160,78 4,18 2,00 102,67 74,11 780,53
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Por fim, os dados revelam que a renda bruta mensal do beneficiário constitui-se a
principal parcela da renda familiar bruta, com participação media de 58% - como será
posto adiante, na caracterização das famílias.

14
- N B: esta configuração não é a mesma na renda bruta familiar, na qual
somente 10% não recebem nada do governo – como será posto adiante.
58

II.2 – Características sócio-demográficas do grupo doméstico


II.2.1 - Composição Familiar
O conjunto das pessoas que compõem as famílias da amostra perfaz de 344 habitantes,
cujos atributos principais se abordam a seguir, incluindo o próprio beneficiário.

Tabela 28 – População da amostra por faixas de idade, segundo o gênero.


Pessoa por gênero Somatório
Faixa Etária
Feminino Masculino Abs. %
00 a 06 anos 33% 67% 33 9,6
07 a 14 anos 38% 62% 63 18,3
15 a 21 anos 48% 52% 46 13,4
22 a 30 anos 50% 50% 42 12,2
31 a 40 anos 54% 46% 54 15,7
41 a 50 anos 46% 54% 54 15,7
51 a 60 anos 39% 61% 28 8,1
61 a 65 anos 31% 69% 13 3,8
66 a 70 anos 25% 75% 4 1,2
71 a 80 anos 100% 0% 3 0,9
81 a 90 anos 100% 0% 3 0,9
91 anos e > 0% 100% 1 0,3
Total geral 45% 55% 344 100,0
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Verifica-se leve predomínio do gênero masculino, na maioria das faixas; à exceção de 31 a


40 e de 71 a 90 anos. Ademais, é notória a desproporção de infantes: a) dentre as 89
famílias só há cinco pessoas com um ano de idade, há dez com dois anos, 18 com três
anos e oito crianças com quatro anos de idade; b) dentre as 19 localidades, em sete
nenhum indivíduo tem idade entre um e quatro anos – sugerindo baixa natalidade de 2009
e 2012. Nota-se, também, “lacuna” na pirâmide etária (diante do padrão) dos 15 aos 30
anos, em ambos os gêneros, justo as faixas em que há maior propensão a emigrar.

Pirâmide etária de toda a população da amostra

45
40
No. de pessoas

35
30
25
20
15
10
5
0
91>
00 a 06

07 a 14

15 a 21

22 a 30

31 a 40

41 a 50

51 a 60

61 a 65

66 a 70

71 a 80

81 a 90

faixas etárias (em anos de idade)

Feminino Masculino

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013.
59

Estes fenômenos acontecem em todas as localidades, como algumas pequenas


variações, com pode ser visto na Tabela seguinte:

Tabela 29 – População da amostra por localidade, segundo as faixas de idade.

Faixas etárias

Somatório
00 a 06

07 a 14

15 a 21

22 a 30

31 a 40

41 a 50

51 a 60

61 a 65

66 a 70

71 a 80

81 a 90
Local

91>
Anísio de Abreu 6 14 6 6 10 15 3 3 4 1 68
Arraial 3 3 1 8 1 2 1 19
Bairro Vermelho 1 1 2 3 2 9
Baixão dos dois umbuzeiros 1 8 4 3 2 2 1 21
Barreiro 2 2 4 3 1 5 1 18
Barreiro Grande 2 1 3 2 2 1 11
Birindibinha 1 5 1 2 2 2 13
Bom Sucesso 4 4 4 2 14
Campo Maior 4 5 6 4 4 2 25
Cantinho 1 1 2 1 2 2 1 10
Conceição do Canindé 1 3 1 3 1 1 10
Lagoa do Benedito 1 3 1 5 2 12
Lagoa do Juá 2 4 4 1 1 1 13
Nova Esperança 6 5 4 5 5 2 3 2 1 33
Passagem do Meio 2 3 2 2 2 3 1 15
Santa Rosa 1 2 2 1 1 7
Sítio dos Quenos 1 4 1 1 7
Trás da Serra 1 5 1 1 3 4 15
Vereda Comprida 2 4 3 1 4 1 4 1 1 2 1 24
Total geral 33 63 46 42 54 54 28 13 4 3 3 1 344
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

A relação de dependência dos infantes e dos idosos, frente aos que se encontram em
idade produtiva, se revela na tabela seguinte:
Tabela 30 - Razão de dependência demográfica
Faixas etárias No. de pessoas Razão de Dependência
Jovens – 0 a 15 anos 102 0,47
De 16 a 59 anos 217
Idosos - 60 e > anos 25 0,11
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

No contexto estudado o significado destes indicadores pode ser bem outro, diferente de
dependência: vez que infantes e anciãos ao - invés de ônus - são garantia de renda,
por possibilitar acesso a programas compensatórios do governo, como se verá adiante.
60

Predominam os grupos familiares pequenos, com Média de 3,86 pessoas por família.
O valor máximo registrado é de 10 moradores num mesmo domicílio e o menor, um;
mas, o tamanho modal é três moradores por domicílio, com o Desvio Padrão de 1,49, a
mais ou a menor.
As famílias se apresentam com variados arranjos de composição; os mais freqüentes
(58%) são casal com um filho e casal com dois filhos. No entanto os grupos familiares
com número de componentes dentro do Desvio Padrão (de dois a cinco) perfazem
87,6% da amostra, incluindo todos os arranjos com igual número de componentes.

Tabela 31 – Arranjos na composição dos grupos domésticos, segundo a


quantidade de moradores por domicílio. (em %)

Número de moradores

Soma
Quatro
Composição – arranjos familiares

Cinco

Sete
Três
Dois

Seis

Oito

Dez
Um

Chefe 3,4 - - - - - - - - 3,4


Chefe e cônjuge - 10,1 - - - - - - - 10,1
Chefe, cônjuge e 1 filho - - 30,3 - - - - - - 30,3
Chefe, cônjuge e genitor do chefe - - 1,1 - - - - - - 1,1
Chefe, cônjuge e 2 filhos - - - 22,5 - - - - - 22,5
Chefe, cônjuge, 1 filho, genitor chefe - - - 1,1 - - - - - 1,1
Chefe, cônjuge, primo e filho - - - 1,1 - - - - - 1,1
Chefe, genitor, padrasto e 1 filho - - - 1,1 - - - - - 1,1
Chefe, cônjuge e 3 filhos - - - - 15,7 - - - - 15,7
Chefe, cônjuge, 1 filho, sogra, cunhado - - - - 1,1 - - - - 1,1
Chefe, cônjuge, 2 filhos e 1 irmão - - - - 1,1 - - - - 1,1
Chefe, genitora, 2 irmãos e sobrinho - - - - 1,1 - - - - 1,1
Chefe, cônjuge, 2 filhos e 1 neto - - - - 1,1 - - - 1,1
Chefe, cônjuge, 2 filhos, genitores chefe - - - - - 1,1 - - - 1,1
Chefe, cônjuge e 4 filhos - - - - 3,4 - - - 3,4
Chefe, cônjuge e 5 filhos - - - - - - 2,2 - - 2,2
Chefe, cônjuge e 6 filhos - - - - - - - 1,1 - 1,1
Chefe, cônjuge, 5 filhos, genro, 2 netos - - - - - - - - 1,1 1,1
Geral 3,4 10,1 31,5 25,8 20,2 4,5 2,2 1,1 1,1 100,0
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013

A propósito, um contingente de pessoas pertencentes às famílias da amostra está


morando em outras plagas, por motivo de trabalho (2/3) e estudo (1/3). Equivale a 11%
e tem com destinos preferenciais o Estado de São Paulo e a cidade de Teresina-PI.
61

Segundo o status familiar (em ralação ao chefe da família), a distribuição da


população – conforme o Gráfico a seguir – evidencia o predomínio dos status chefe,
cônjuge e filho, que juntos equivalem a 94,5% do total. Tal ocorrência reafirma atributo
anteriormente revelado, seja pelos tipos de arranjos familiares predominantes, seja
também pela quantidade média de moradores por domicílio.

Distribuição da população da amostra,


segundo o status familiar

chefe

conjuge
44,2%
24,4% filho

genitor

irmão

neto

cunhado

enteado

genro
1,7%
padastro
0,9% primo
25,9% 0,9% sobrinho
0,3% 0,3%
0,3% sogra
0,3% 0,3% 0,3%0,3%

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013.

Este padrão distributivo dos variados status na composição dos grupos domésticos se
repete, amiúde, em todas as localidades da amostra, cujos detalhes apresentam-se na
Tabela da página a seguir.
Portanto, o grupo doméstico predominante é composto por casal de meia idade com
filhos (de um a três, crianças e adolescentes) e/ou por casal de meia idade com filhos e
parentes outros (idosos e aposentados); expressando, a rigor, a configuração e o porte
do estoque de mão de obra ou da força de trabalho disponível no âmbito das unidades
de produção familiar.
62

Tabela 32 – População da amostra por status familiar, segundo faixa de idade. (em % do status)

Faixa de idade (em anos)


Status
00 a 06 07 a 14 15 a 21 22 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 61 a 65 66 a 70 71 a 80 81 a 90 91> Soma
Chefe 1,1% 12,4% 22,5% 32,6% 18,0% 10,1% 2,2% 1,1% 100,0%
Cônjuge 3,6% 15,5% 34,5% 29,8% 11,9% 4,8% 100,0%
Filho 19,1% 41,4% 27,6% 9,2% 2,6% 100,0%
Genitor 16,7% 16,7% 16,7% 33,3% 16,7% 100,0%
Irmão 100,0% 100,0%
Neto 100,0% 100,0%
Cunhado 100,0% 100,0%
Enteado 100,0% 100,0%
Genro 100,0% 100,0%
Primo 100,0% 100,0%
Sobrinho 100,0% 100,0%
Sogra 100,0% 100,0%
Padrasto 100,0% 100,0%
Geral 9,6% 18,3% 13,4% 12,2% 15,7% 15,7% 8,1% 3,8% 1,2% 0,9% 0,9% 0,3% 100,0%
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
63

Tabela 33 – População da amostra por localidade, segundo o status familiar.

Status familiar

Somatório
Sobrinho
Cunhado

Padrasto
Cônjuge

Enteado
Genitor

Genro

Sogra
Primo
Local

Chefe

Irmão
Filho

Neto
Anísio de Abreu 19 18 27 1 1 1 1 68
Arraial 6 6 6 1 19
Bairro Vermelho 3 2 3 1 9
Baixão dos dois umbuzeiros 4 4 13 21
Barreiro 3 3 9 2 1 18
Barreiro Grande 3 3 5 11
Birindibinha 3 3 7 13
Bom Sucesso 3 3 8 14
Campo Maior 6 6 13 25
Cantinho 3 3 4 10
Conceição do Canindé 3 3 4 10
Lagoa do Benedito 3 3 6 12
Lagoa do Juá 4 4 5 13
Nova Esperança 8 7 16 1 1 33
Passagem do Meio 4 4 7 15
Santa Rosa 2 2 3 7
Sítio dos Quenos 2 1 1 2 1 7
Trás da Serra 5 5 5 15
Vereda Comprida 5 4 11 2 1 1 24
Total geral 89 84 152 6 3 3 1 1 1 1 1 1 1 344
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
64

No que concerne ao estado civil retenha-se que os chefes de família e os cônjuges, na


maioria absoluta, são casados ou mantêm união estável. Dentre os filhos, os que têm
mais de 14 anos de idade são quase todos solteiros e aos que têm menos de 14 anos
este atributo não se aplica (NSA).
Tabela 34 – População da amostra, segundo o status familiar e o estado civil.

Estado civil (em % do status)

Divorciado

Separado
Vive junto
Casado

Solteiro
Status familiar Soma

Viúvo

NSA
Chefe 89,9% 5,6% 1,1% 1,1% 2,2% 100,0%
Cônjuge 94,0% 6,0% 100,0%
Filho 1,3% 55,9% 42,8% 100,0%
Genitor 50,0% 16,7% 33,3% 100,0%
Irmão 100,0% 100,0%
Neto 100,0% 100,0%
Cunhado 100,0% 100,0%
Enteado 100,0% 100,0%
Genro 100,0% 100,0%
Padrasto 100,0% 100,0%
Primo 100,0% 100,0%
Sobrinho 100,0% 100,0%
Sogra 100,0% 100,0%
Geral 48,3% 2,9% 0,3% 0,3% 1,2% 27,0% 20,1% 100,0%
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
No que tange à escolaridade o perfil da população difere do mencionado perfil dos
beneficiários, justamente pela particular situação em que se encontram os infantes,
crianças e adolescentes - com idades de até 17 anos. Esta parcela corresponde a
35,2% da amostra – um total de 121 pessoas, pertencentes aos status filho, neto e
sobrinho (77% dos filhos e a totalidade dos netos e sobrinhos). A particularidade se
deve ao atual marco jurídico de amparo a tal população15 e a alguns dos seus
desdobramentos operacionais16 incidentes nos municípios em tela.
Para este contingente os dados mostram que não há analfabetismo e que a maioria
dos registros sob as condições “ensino fundamental incompleto” e “ensino médio
incompleto” diz respeito a jovens que estão freqüentando escolas.
Para as demais faixas o quadro geral mostra melhorias, comparado àquele dos
beneficiários. Há maior número de registros positivos nos níveis mais elevados,
atenuando as taxa de analfabetismo das pessoas com 15 e mais anos de idade.

15
- Estatuto da Juventude, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei de
Diretrizes e Bases, FUNDEB.
16
- Ônibus escolar, Merenda Escolar, Bolsa Família, Agente Jovem, PETI.
65

Tabela 35 – População da amostra por faixas de idade, segundo a escolaridade (em % da faixa)

Níveis de escolaridade

Somatório
EJA freqüenta

Não informou
freqüentando
Fundamental

Fundamental
Alfabetizado

incompleto

incompleto
Analfabeto
Faixa Etária

completo

completo

completo
Superior

Superior

Jardim
Médio

Médio

NSA
00 a 06 anos 42,4% 57,6%
100,0%
07 a 14 anos 95,2% 3,2% 1,6% 100,0%
15 a 21 anos 37,0% 4,3% 32,6% 8,7% 6,5% 10,9% 100,0%
22 a 30 anos 2,4% 42,9% 7,1% 7,1% 28,6% 2,4% 9,5% 100,0%
31 a 40 anos 13,0% 7,4% 55,6% 1,9% 22,2% 100,0%
41 a 50 anos 14,8% 5,6% 50,0% 9,3% 9,3% 11,1% 100,0%
51 a 60 anos 35,7% 21,4% 32,1% 3,6% 3,6% 3,6% 100,0%
61 a 65 anos 46,2% 53,8% 100,0%
66 a 70 anos 50,0% 25,0% 25,0% 100,0%
71 a 80 anos 66,7% 33,3% 100,0%
81 a 90 anos 100,0% 100,0%
91> anos 100,0% 100,0%
Geral 11,63% 3,78% 49,13% 3,78% 5,81% 10,17% 1,16% 2,91% 1,45% 4,36% 0,29% 5,52% 100,00%
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
66

Tabela 36 – População da amostra por status familiar, segundo a escolaridade (em % do status)

Não informou
freqüentando
Fundamental

Fundamental
Alfabetizado

incompleto

incompleto
Analfabeto

Total geral
freqüenta
completo

completo

completo
Superior

Superior
Status

Jardim
Médio

Médio

NSA
EJA
Chefe 23,6% 6,7% 44,9% 5,6% 1,1% 12,4% 4,5% 1,1% 100,0%
Cônjuge 13,1% 8,3% 48,8% 6,0% 2,4% 16,7% 4,8% 100,0%
Filho 55,3% 2,0% 11,2% 4,6% 2,6% 1,3% 3,3% 9,2% 10,5% 100,0%
Genitor 83,3% 16,7% 100,0%
Irmão 33,3% 33,3% 33,3% 100,0%
Neto 33,3% 66,7% 100,0%
Cunhado 100,0% 100,0%
Enteado 100,0% 100,0%
Genro 100,0% 100,0%
Primo 100,0% 100,0%
Sobrinho 100,0% 100,0%
Sogra 100,0% 100,0%
Padrasto 100,0% 100,0%
Geral 11,6% 3,8% 49,1% 3,8% 5,8% 10,2% 1,2% 2,9% 1,5% 4,4% 0,3% 5,5% 100,0%
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
67

Tabela 37 – População da amostra por localidade, segundo a escolaridade (em % da localidade)

freqüentando
Fundamental

Fundamental
Alfabetizado

incompleto

incompleto
Analfabeto

freqüenta
completo

completo

completo

informou
Superior

Superior
Localidade

Jardim
Médio

Médio

Soma
NSA
EJA

Não
Anísio de Abreu 4,4% 51,5% 5,9% 2,9% 20,6% 1,5% 4,4% 5,9% 2,9% 100,0%
Arraial 10,5% 42,1% 5,3% 21,1% 5,3% 15,8% 100,0%
Bairro Vermelho 33,3% 44,4% 11,1% 11,1% 100,0%
Baixão dois umbuzeiros 9,5% 9,5% 66,7% 9,5% 4,8% 100,0%
Barreiro 16,7% 5,6% 44,4% 22,2% 11,1% 100,0%
Barreiro Grande 18,2% 18,2% 36,4% 9,1% 18,2% 100,0%
Birindibinha 92,3% 7,7% 100,0%
Bom Sucesso 14,3% 64,3% 21,4% 100,0%
Campo Maior 32,0% 16,0% 16,0% 4,0% 12,0% 8,0% 4,0% 8,0% 100,0%
Cantinho 10,0% 60,0% 10,0% 10,0% 10,0% 100,0%
Conceição do Canindé 20,0% 30,0% 40,0% 10,0% 100,0%
Lagoa do Benedito 33,3% 58,3% 8,3% 100,0%
Lagoa do Juá 23,1% 30,8% 7,7% 23,1% 15,4% 100,0%
Nova Esperança 12,1% 51,5% 9,1% 3,0% 6,1% 15,2% 3,0% 100,0%
Passagem do Meio 6,7% 60,0% 6,7% 6,7% 13,3% 6,7% 100,0%
Santa Rosa 71,4% 14,3% 14,3% 100,0%
Sítio dos Quenos 71,4% 14,3% 14,3% 100,0%
Trás da Serra 40,0% 33,3% 20,0% 6,7% 100,0%
Vereda Comprida 50,0% 33,3% 8,3% 4,2% 4,2% 100,0%
Geral 11,6% 3,8% 49,1% 3,8% 5,8% 10,2% 1,2% 2,9% 1,5% 4,4% 0,3% 5,5% 100,0%
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
68

II.2.2 - Características do domicílio


Como já mencionado, 81% dos domicílios estão em situação rural (26% em
assentamentos do PCF e 55% em povoados tradicionais) e 19 em situação urbana, em
pequenas sedes municipais.
Em todos os casos, seja para o total das localidades seja para cada uma em separado,
as moradias são construções modestas e muito semelhantes entre si, no que se refere
às características físicas.
Para o conjunto das localidades a área construída varia de um Mínimo de 24m2 até o
Máximo de 300m2; a Moda é 120m2, mas a Média é de 86m2 por domicílio.
Trata-se de casas que, na média, têm seis cômodos, variando de um a 15 cômodos e
com valor modal igual a cinco – o que parece compatível com o número de habitantes.
A maioria tem paredes feitas de tijolo (80%) com revestimento (87%), e em apenas 9%
os pisos não são de cimento ou cerâmica, como os detalhes da tabela seguinte.
Ademais, todas elas têm cobertura de telhas de barro.

Tabela 38 – Características construtivas dos domicílios, por localidade


(em valores médios)
Paredes Revestimento Piso
Média No. de

% Cerâmica
Área média

% Cimento
Cômodos

% Adobe

Local da Associação

% Barro
% Tijolo

% Com
% Sem
(m2)

Anísio de Abreu 103 7 5 95 100 32 68


Arraial 141 10 33 67 50 50 17 17 67
Bairro Vermelho 62 5 100 100 100
Baixão dos dois umbuzeiros 119 6 100 0 50 50 50 50
Barreiro 75 7 33 67 33 67 33 67
Barreiro Grande 87 6 100 100 100
Birindibinha 48 5 100 100 100
Bom Sucesso 43 5 100 100 100
Campo Maior 81 5 17 83 33 67 17 33 50
Cantinho 67 6 100 100 100
Conceição do Canindé 50 5 100 100 100
Lagoa do Benedito 100 8 33 67 100 100
Lagoa do Juá 84 8 100 100 25 75
Nova Esperança 62 6 100 100 100
Passagem do Meio 88 5 25 75 25 75 100
Santa Rosa 48 5 100 100 100
Sítio dos Quenos 133 8 100 100 100
Trás da Serra 87 4 80 20 40 60 40 60
Vereda Comprida 77 6 20 80 20 80 20 80
Geral 87 6 20 80 13 87 9 11 80
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013
69

Por outro lado, no que concerne às suas infra-estruturas o quadro geral revela que:
a) a energia elétrica está presente em 88% dos casos;
b) instalações sanitárias existem em 79% da amostra (35% com fossa
rudimentar e 44%, séptica);
c) canalização interna de água há em 62% dos domicílios e
d) 21% estão ligados a redes de distribuição de água (8% a redes urbanas e
13% a sistemas comunitários simplificados).

Entretanto este panorama geral não corresponde a todas as realidades localizadas:


a) há particulares povoados que ainda estão inteiros às escuras;
b) há povoados em que nenhum domicílio tem qualquer instalação sanitária e há
outros mais em que esta característica incide em mais da metade dos domicílios;
c) registra-se, por fim, que a totalidade dos domicílios de mais de 1/3 das
localidades depende exclusivamente do abastecimento de água através de carro-
pipa, usando as cisternas como caixa d’água.
Os resultados em detalhes, segundo cada localidade, apresentam-se em na Tabela à
página seguinte.

Além disso, convém deixar claro, estes dados sobre infra-estruturas levantados junto
às famílias dos beneficiários podem apresentar discrepâncias, frente àqueles levantados
pelo “Questionário I – Entidade-Localidade” e apresentados no Capítulo I.
Tal fato é perfeitamente aceitável e compreensível, uma vez os dados do Questionário I
registraram a percepção dos dirigentes de Associações sobre suas realidades.
Possíveis discrepâncias em nada alteram a validade do presente estudo; porque os
números fidedignos são estes, levantados diretamente em cada domicílio.
A rigor, a discrepância deve ser remetida à qualificação dos interlocutores, à sua
condição de dirigentes de empreendimentos coletivos e de líderes comunitários.
70

Tabela 39 – Características infra-estruturais dos domicílios da amostra, por localidade


(em valores médios)

Local da Associação Instalação sanitária (%) Água interna (%) Energia (%) Origem da água (%)

Rede geral
rudimentar

Rede rural
Cisterna e
carro pipa
Não tem
séptica
Fossa

Fossa

Poço
Não

Não
Sim

Sim
Anísio de Abreu 95 05 37 63 05 95 42 37 11 11
Arraial 100 100 100 50 50
Bairro Vermelho 100 100 100 100
Baixão dos dois umbuzeiros 50 50 100 100 100
Barreiro 67 33 33 67 100 33 67
Barreiro Grande 33 33 33 67 33 67 33 67 33
Birindibinha 100 100 100 100
Bom Sucesso 100 100 100 100
Campo Maior 67 17 17 100 100 67 33
Cantinho 67 33 67 33 100 100
Conceição do Canindé 33 33 33 33 67 33 67 67 33
Lagoa do Benedito 33 67 100 100 100
Lagoa do Juá 25 25 50 75 25 25 75 100
Nova Esperança 50 50 100 100 100
Passagem do Meio 100 100 100 100
Santa Rosa 100 100 100 100
Sítio dos Quenos 100 100 100 50 50
Trás da Serra 20 80 100 20 80 100
Vereda Comprida 40 20 40 80 20 100 100
Geral 35 44 21 38 62 12 88 37 42 08 13
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013
71

II.2.3 – Aspectos da higidez

Referentes aos seis meses anteriores à pesquisa foram registradas em 29 ocorrências


de doenças e/ou enfermidades (uma por família), correspondendo 32% do total de
famílias.
Considerando a população amostral de 344 pessoas, estas 29 ocorrências de doenças
e/ou enfermidades, revelam uma taxa de morbidade 8,4%.
Tomando em separado as Localidades, a configuração se modifica; uma vez que há
localidades (31,5% do total de localidades) nas quais em nenhuma família houve
registro.
As “queixas” compreendem: doenças ósseas (artrose, escoliose, fraturas), dengue,
depressão, epilepsia, câncer, males digestivos e paralisia cerebral – as mais freqüentes
e, também, acidente de moto, doença cutânea, pulmonar, renal e da visão, com
ocorrências pontuais. Mais detalhes encontram-se na Tabela 40.

Para tratar destes e de outros problemas de saúde as famílias recorrem a serviços


públicos existentes na sede de seus próprios municípios em 67,4% dos casos, outras
11,2% demandam Pólos Regionais mais próximos e os outros 21,3% vão direto para
hospitais e clínicas em Teresina.
Tomadas em separado as Localidades apresentam perfis distintos; mas a moda mesmo
é recorrer exclusivamente aos serviços públicos de saúde na sede de seus municípios
– isto ocorre em 12 dentre as 19 localidades do estudo. Mais detalhes encontram-
se na Tabela 41.

Por fim, referentes a óbitos, ocorridos no ano 2012, a pesquisa anotou sete casos,
restritos a quatro das localidades. Frente à população da amostra (344 pessoas) isto
corresponde a 2%; mas representa uma taxa de mortalidade de 20,3 mortes por 1.000
habitantes – muito acima da média nacional de 6,38 mortes por 1000 habitantes.
As causa mortis declaradas foram: velhice, tumor cerebral, diabetes e males do cigarro;
nenhum caso acometendo criança ou jovem. Os dados, segundo as Localidades,
apresentam-se na Tabela 42, adiante.
72

Tabela 40 – Ocorrência de doenças e enfermidades nas famílias da amostra, por localidade, nos últimos seis meses

Doenças e ou enfermidades – número de casos

Morbidade %
Moradores

Somatório
Depressão

Estomacal

Pulmonar
Local da Associação

Cardíaca

Epilepsia
Acidente

Paralisia
Especial
Cutânea
de moto

cerebral
Dengue
Câncer

Óssea

Renal

Visão
Anísio de Abreu 68 1,0 1,0 1,0 3,0 1,0 1,0 8 11,8
Arraial 19 1,0 1,0 2 10,5
Bairro Vermelho 09 1,0 1,0 1,0 3 33,3
Baixão dos dois umbuzeiros 21 1,0 1 4,8
Barreiro 18 0 0,0
Barreiro Grande 11 1,0 1 9,1
Birindibinha 13 0 0,0
Bom Sucesso 14 1,0 1,0 2 14,3
Campo Maior 25 0 0,0
Cantinho 10 0 0,0
Conceição do Canindé 10 1,0 1 10,0
Lagoa do Benedito 12 1,0 1 8,3
Lagoa do Juá 13 0 0,0
Nova Esperança 33 1,0 1,0 1,0 3 9,1
Passagem do Meio 15 0 0,0
Santa Rosa 07 1,0 1 14,3
Sítio dos Quenos 07 1,0 1 14,3
Trás da Serra 15 1,0 1,0 2,0 4 26,7
Vereda Comprida 24 1,0 1 4,2
Total geral 344 01 02 02 01 03 03 03 02 02 05 02 01 01 01 29 8,4
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013
73

Tabela 41 – Cidade onde as famílias buscam serviços de saúde, por localidade

Onde procuram serviços de saúde (em %)

município

Teresina
Sede do
Local da Associação

regional
Pólo
Anísio de Abreu 26,3 21,1 52,6
Arraial 33,3 66,7
Bairro Vermelho 66,7 33,3
Baixão dos dois umbuzeiros 100
Barreiro 100
Barreiro Grande 100
Birindibinha 100
Bom Sucesso 100
Campo Maior 83,3 16,7
Cantinho 100
Conceição do Canindé 66,7 33,3
Lagoa do Benedito 66,7 33,3
Lagoa do Juá 100 0
Nova Esperança 62,5 12,5 25
Passagem do Meio 100
Santa Rosa 100
Sítio dos Quenos 100
Trás da Serra 100
Vereda Comprida 100
Geral 67,4 11,2 21,3
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013
74

Tabela 42 – Ocorrência de óbitos nas famílias da amostra, segundo a causa


mortis, por localidade
Óbitos por causa mortis

Mortalidade
Moradores

Diabetes

cerebral
Cigarro

Velhice
Local da Associação

Tumor
Anísio de Abreu 68 01 1,47
Arraial 19
Bairro Vermelho 09
Baixão dos dois umbuzeiros 21 01 4,76
Barreiro 18
Barreiro Grande 11
Birindibinha 13 01 7,69
Bom Sucesso 14
Campo Maior 25 02 8,00
Cantinho 10
Conceição do Canindé 10
Lagoa do Benedito 12
Lagoa do Juá 13
Nova Esperança 33 01 01 6,06
Passagem do Meio 15
Santa Rosa 07
Sítio dos Quenos 07
Trás da Serra 15
Vereda Comprida 24
Total geral 344 01 01 01 04 2,03
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
75

II.2.4 – Ocupação

Como mencionado no item I deste Capítulo II e pelas próprias características do estoque


de mão de obra deste nicho de Agricultura Familiar, a força de trabalho da amostra
em estudo tem como principal personagem o chefe de família; razão pela qual o quadro
geral de ocupação de todos os componentes das famílias tem pouca alteração em
relação àquele posto nas Tabelas de 23 a 26.

As alterações e acréscimos mais significativos se encontram no âmbito das “relações


jurídicas de trabalho”; seja em função dos papéis sociais atrelados aos status, seja
como decorrência, obviamente, do maior número de pessoas e de status, a saber:
a) Os filhos, sobrinhos e netos de até 17 anos de idade, à sombra da lei, se
ocupam com os compromissos para com a Escola; nem tanto com as aulas e
deveres de casa, mas, sobretudo com os longos períodos consumidos nas
viagens entre residência e local da escola – não obstante a existência de
transporte escolar. A propósito, se percebe certo recato na abordagem desse
assunto, como por receio de não estar cumprindo os requisitos de permanência
no Programa Bolsa Família, por exemplo. De modo que não há evidência de
crianças e jovens ocupadas na produção familiar sob a qual vivem (vide filhos X
dependentes, na Tabela seguinte).
b) Os filhos maiores de 18 anos de idade se incluem, teoricamente, na força de
trabalho familiar. Juntos equivalem a 10% da amostra e a 23% do total de filhos;
mas apenas metade deste contingente aparece como força de trabalho familiar
- exatas 23 pessoas. Ou seja: mesmo sendo maiores de idade, os filhos não
trabalham.
c) As esposas, terceiro maior contingente nos arranjos familiares, atêm-se às
ocupações domésticas de manutenção do lar, sem remuneração, às quais se
agregam atividades produtivas, tais como cuidar de pequenos criatórios
(galinhas, cabras e porcos) no entorno da residência e ajudar ao esposo em
momentos pontuais do ciclo agrícola – que a cada dia se mostra mais
decrescente. Fora deste padrão, em 10% dos casos, registram-se esposas
“assalariadas” – ½ no Comércio e ½ no Serviço Público.
d) Aos indivíduos dos demais status, residuais e minoritários, não se pode
qualificar como força de trabalho; pois, via de regra, trata-se de idosos e outros
como limitações para trabalhar. O seu significado estatístico tem maior
relevância naquilo que concerne à renda, como será posto logo adiante.

Maiores detalhes encontram-se nas tabelas das páginas a seguir. Esclarecendo,


contudo, que – mesmo pertencendo a todas as localidades - este quadro geral se
apresenta com pequenas variações em certos casos, como por exemplo, naqueles
quatro em que as Associações e os projetos têm maior abrangência espacial.
76

Tabela 43 – População da amostra, segundo a relação jurídica de trabalho, por status familiar
Relação jurídica de trabalho

Individual por
conta própria
Empregador

Dependente
Assalariado

Assalariado

Assalariado
Empreitada
Status Soma

Familiar
Regular

Diarista
Chefe 9 1 2 1 65 11 89
Cônjuge 8 1 73 2 84
Filho 44 2 106 152
Genitor 2 4 6
Irmão 1 2 3
Neto 3 3
Cunhado 1 1
Enteado 1 1
Genro 1 1
Primo 1 1
Sobrinho 1 1
Sogra 1 1
Padrasto 1 1
Total geral 18 1 3 1 187 15 119 344
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

Tabela 44 – População da amostra, segundo o ramo de atividade, por status familiar


Ramo de Atividade
Extrativismo
Aposentado

Construção

Estudantes
Agricultura

Doméstica

Comércio
Atividade

Status
Soma
Serviço
Público
Outros

Chefe 54 13 05 04 03 01 09 89
Cônjuge 10 09 53 05 02 05 84
Filho 15 02 02 133 152
Genitor 06 06
Irmão 01 02 03
Neto 03 03
Cunhado 01 01
Enteado 01 01
Genro 01 01
Primo 01 01
Sobrinho 01 01
Sogra 01 01
Padrasto 01 01
Total geral 80 35 53 10 04 03 06 15 138 344
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
77

II.2.5 – Renda
A massa dos rendimentos auferidos mensalmente pelo conjunto de todos os
integrantes da amostra totaliza a importância de R$ 119.238,00.
Segundo os ramos de atividade em que a renda é gerada, os mais destacados são: a
agro-pecuária tradicional, as aposentadorias e pensões e o serviço público, como
detalhado no Gráfico seguinte

Rendimento familiar bruto mensal, segundo o ramo de


atividade em que foi obtido
25%

1%

24%

19%

4% 9%
2%
5% 11%
Agricultura Aposentadoria Atividade Doméstica
Comércio Construção Extrativismo
Outras fontes Serviço Público Estudante

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013.

Quanto aos atores geradores da renda familiar bruta permanece a participação


majoritária do chefe de família, contando com o adjunto da parcela consignada pelo
cônjuge – um aporte equivalente a 28% da renda familiar bruta, como mostra o Gráfico
e a Tabela seguintes.

Contribuição dos status familiares para a Renda Familiar Bruta


28%

3%

1%
3%
0%
1%

0%
0%
1%
61% 0%
1%
1%

Chefe Cônjuge Filho Genitor Irmão Neto Cunhado


Enteado Genro Primo Sobrinho Sogra Padrasto

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013.
78

A renda consignada pelo chefe de família é proveniente de diferentes fontes, mas se


obtém majoritariamente do trabalho produtivo, propriamente dito, desempenhado no
seu ramo de atividade principal. Não é desprezível, contudo, as parcela da rendas do
chefe obtidas de outras fontes – em particular Aposentadorias e pensões e dos
Programas do Governo.

As parcelas consignadas pela esposa, via de regra, não são frutos do trabalho
propriamente dito; advêm, sim, de programas assistenciais e compensatórios que
creditam em nome da mulher, dona de casa, as transferências concedidas a seus filhos
e dependentes. Contudo atente-se para certa “distorção” observada nesta particular
variável, provocada pela participação “atípica” de um grupo restrito de esposas (11%
dos cônjuges) cujas rendas (obtidas no Comércio e no Serviço Público) perfazem 31%
do total aportado por este status.

Assim, independente de status familiar ou do ramo de atividade, a parcela da renda


familiar bruta originária do trabalho produtivo da família corresponde a 60% do total; as
transferências dos governos através de aposentadorias, pensões, programas
assistenciais e compensatórios equivalem a 37%%, um volume de recursos da ordem
de R$ 44.760,00 por mês – como mostra o Gráfico e a Tabela seguintes.

Renda bruta familiar segundo as fontes dos valores


16%

22%

46%

1%

1%
14%
Progamas do Governo Aposentadorias e pensões Doações
Alugueis Outras atividades Atividade principal

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013.
79

Tabela 45 – Renda Familiar Bruta, segundo a fonte de renda, por status familiar
Status
Total Fontes de renda
Familiar

Programas
Atividades

Aposento
Atividade

Governo
Principal

Doação

Pensão
Aluguel
Outras
Chefe 74.012 41.974 15.149 1.272 78 6.401 9.138
Cônjuge 32.884 13.262 960 475 10.701 7.486
Filho 4.046 550 60 1.402 2.034
Genitor 4.068 4.068
Irmão 1.496 140 1.356
Neto 20 20
Cunhado
Enteado 678 678
Genro
Primo 678 678
Sobrinho
Sogra 678 678
Padrasto 678 678
Renda familiar 26.11
bruta 119.238 56.464 16.109 1.272 633 18.644 6
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
80

Tabela 46 - Renda familiar bruta, segundo a fonte do rendimento, por localidade (em R$)

Soma da Renda
No. de Pessoas
Fonte do rendimento

No. de Famílias

Familiar Bruta

Aposenento

do Governo
Atividades

Programa
Atividade
Localidades

Principal

Aluguel

Doação

Pensão
Outras
Anísio de Abreu 19 68 39.395 22.530 6.469 1.025 0 7.066 2.305
Arraial 6 19 12.793 5.723 3.065 217 0 3.456 332
Bairro Vermelho 3 9 3.456 950 300 0 40 1.356 810
Baixão dos dois umbuzeiros 4 21 3.181 535 0 0 0 1.356 1.290
Barreiro 3 18 1.778 300 30 30 130 0 1.288
Barreiro Grande 3 11 1.820 470 400 0 0 0 950
Birindibinha 3 13 2.142 920 400 0 0 0 822
Bom Sucesso 3 14 4.646 1.550 320 0 0 2.034 742
Campo Maior 6 25 13.568 11.406 1.560 0 0 0 602
Cantinho 3 10 2.811 540 100 0 50 1.356 765
Conceição do Canindé 3 10 1.747 750 100 0 275 0 622
Lagoa do Benedito 3 12 2.590 690 0 0 0 678 1.222
Lagoa do Juá 4 13 4.878 3.278 70 0 0 678 852
Nova Esperança 8 33 8.740 3.156 1.590 0 0 2.712 1.282
Passagem do Meio 4 15 3.286 1.650 520 0 0 0 1.116
Santa Rosa 2 7 2.116 676 560 0 100 0 780
Sítio dos Quenos 2 7 1.714 30 0 0 38 1.356 290
Trás da Serra 5 15 1.963 810 25 0 0 0 1.128
Vereda Comprida 5 24 6.614 500 600 0 0 4.068 1.446
Total geral 89 344 119.238 56.464 16.109 1.272 633 26.116 18.644
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
81

Tabela 47 - Média da Renda familiar bruta, segundo a fonte dos rendimentos, por localidade
(valores médios em R$)

Média da Renda
Fontes dos rendimentos (valores médios)

No. de Pessoas
No. de Famílias

Familiar Bruta

Aposenento-

do Governo
Atividades

Programa
Atividade
Localidades

Principal

Aluguel

Doação

Pensão
Outras
Anísio de Abreu 19 68 2.073,42 1.185,79 340,47 53,95 371,89 121,32
Arraial 06 19 2.132,22 953,89 510,83 36,17 576,00 55,33
Bairro Vermelho 03 9 1.152,00 316,67 100,00 13,33 452,00 270,00
Baixão dos dois umbuzeiros 04 21 795,25 133,75 339,00 322,50
Barreiro 03 18 592,67 100,00 10,00 10,00 43,33 429,33
Barreiro Grande 03 11 606,67 156,67 133,33 316,67
Birindibinha 03 13 714,00 306,67 133,33 274,00
Bom Sucesso 03 14 1.548,67 516,67 106,67 678,00 247,33
Campo Maior 06 25 2.261,33 1.901,00 260,00 100,33
Cantinho 03 10 937,00 180,00 33,33 16,67 452,00 255,00
Conceição do Canindé 03 10 582,33 250,00 33,33 91,67 207,33
Lagoa do Benedito 03 12 863,33 230,00 226,00 407,33
Lagoa do Juá 04 13 1.219,50 819,50 17,50 169,50 213,00
Nova Esperança 08 33 1.092,50 394,50 198,75 339,00 160,25
Passagem do Meio 04 15 821,50 412,50 130,00 279,00
Santa Rosa 02 7 1.058,00 338,00 280,00 50,00 390,00
Sítio dos Quenos 02 7 857,00 15,00 19,00 678,00 145,00
Trás da Serra 05 15 392,60 162,00 5,00 225,60
Vereda Comprida 05 24 1.322,80 100,00 120,00 813,60 289,20
Geral 89 344 1.339,76 634,43 181,00 14,29 7,11 293,44 209,48
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
82

Transformando estes dados nos indicadores clássicos do tema Renda, em atenção


aos Termos de Referência que norteiam o presente estudo, retenha-se:
a) Renda familiar bruta mensal: Referente ao conjunto das famílias da amostra, o
somatório dos ingressos mensais de todos os integrantes de cada uma, dividido pelo
total de integrantes se expressa no valor modal de R$ 1.356,00/família, com Mediana
de R$ 1.020,00, Desvio Padrão de R$ 1.117,94 (para maior ou para menor) e a Média
de R$ 1.339,75/família. Observa-se, ademais, que a amplitude desse indicador começa
com o Mínimo de R$ 188,00 (em uma família em Sítio dos Quenos) até o Máximo de
R$ 7.500,00 (em uma família em Campo Maior).
Tal revelação remete à sua apreciação segundo as localidades, de per si, na qual este
indicador tem configuração diversa, a menor; vez que em 15 dentre as 19 localidades a
Renda familiar bruta mensal se encontra abaixo da Média. Assim, agrupado por
localidade, o indicador revela as especificidades de cada uma, mostrando em valores
médios as rendas de suas respectivas famílias; por este ponto de vista a estatística
descritiva fornece as seguintes medidas de tendência: Média de R$ 1.106,45, Mediana
de R$ 937,00, Desvio Padrão de R$ 545,73, Mínimo de R$ 392,60 (Trás da Serra) e
Máximo de R$ 2.261,33 (Campo Maior). Trata-se, certamente, de uma distorção,
decorrente dos valores registrados em quatro localidades cujos perfis, mais uma vez,
se mostram destoantes da maioria. Detalhes na Tabela, adiante.
b) Renda per capita ou renda domiciliar per capita: Referente ao conjunto de todas as
famílias da amostra a soma das rendas mensais de cada um dos moradores de cada
domicílio, dividida pelo número de moradores, se expressa no valor modal de R$
678,00, com Mediana de R$ 260,00, Desvio Padrão de R$ 359,52 (para maior ou para
menor) e a Média de R$ 398,10. Observe-se, igualmente, que no rol das rendas
domiciliares per capita de cada uma das 89 famílias da amostra, este indicador tem
amplitude que começa com o Mínimo de R$ 74,69 per capita (uma família em Barreiro)
até o Máximo de R$ 1.875,00 (uma família em Campo Maior). Esta constatação remete,
também, à sua apreciação segundo as localidades, de per si, na qual este indicador
tem configuração diversa, a menor; vez que dentre as 19 localidades somente três tem
a Renda familiar bruta mensal igual ou acima da Média.
Agrupado por localidade, a estatística descritiva fornece as seguintes medidas de
tendência: Média de R$ 293,48, Mediana de R$ 264,85, Desvio Padrão de R$ 158,35,
Mínimo de R$ 98,78 (Barreiro) e Máximo de R$ 673,32 (Arraial). Trata-se, certamente,
de uma distorção, decorrente do porte das sub-amostras e/ou da quantidade de pessoas
por domicílio. Detalhes na Tabela, a seguir.
c) Participação das transferências do Governo na Renda familiar bruta: Englobando
aposentadorias e pensões de institutos ou governos, abonos de permanência, bem
como recursos financeiros oriundos de programas oficiais17 o Governo Federal participa
com parcela expressiva: para o conjunto amostral esta transferência importa em R$
44.760,00 por mês e representa 37%% do total da Renda familiar bruta.
Ao nível das unidades familiares, uma a uma, esta parcela varia de zero até 100%. De
um lado encontram-se 10,11 das famílias que nada recebem do Governo e no outro
extremo 7,87% das famílias nas quais a renda familiar bruta é inteiramente composta
por estas transferências; mas, na Média geral, há na renda bruta de cada família uma
parcela de 47,04% transferida pelo governo. Destaque-se, também, que para 44,95 %

17
- tais como: Bolsa Família, Renda Mínima, Erradicação do Trabalho Infantil,
Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social, Seguro-safra, Bolsa
estiagem, Pró-jovem e outros.
83

das famílias as transferências do governo representam mais da ½ da renda familiar


bruta, como mostra o Gráfico seguinte.

Percentual de famílias segundo as tranferências que


recebem do governo (em % da RBF)
7,87% 10,11%

12,36%

20,22%

24,72%

24,72%

0 % da RBF de 1 a <25% da RBF de 25 a <50 % da RBF


de 50 a <75 % da RBF de 75 a <100 % da RBF 100 % da RBF

Fonte: Pesquisa WR-SEDET.


Data: maio 2013.
Tomando como eixo de análise o agrupamento deste indicador por localidade, revelam-
se as diferenças e similitudes que existem entre elas. Para o conjunto das localidades
as medidas de tendência fornecidas pela estatística descritiva são: Média = 52,4%,
Mínimo de 4,3% e Máximo de 96%. As duas Tabelas seguintes mostram os detalhes.
Tabela 48 - Hierarquização das localidades segundo o percentual de
transferências do governo na renda familiar bruta
Localidade Transferências do governo na RBF
Sítio dos Quenos 96,03 %
Vereda Comprida 83,37 %
Baixão dos dois umbuzeiros 83,18 %
Cantinho 75,45 %
Lagoa do Benedito 73,36 %
Barreiro 72,44 %
Bairro Vermelho 62,67 %
Bom Sucesso 59,75 %
Trás da Serra 57,46 %
Barreiro Grande 52,20 %
Nova Esperança 45,70 %
Birindibinha 38,38 %
Santa Rosa 36,86 %
Conceição do Canindé 35,60 %
Passagem do Meio 33,96 %
Lagoa do Juá 31,37 %
Arraial 29,61 %
Anísio de Abreu 23,79 %
Campo Maior 04,44 %
Média geral 37,54 %
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
84

Tabela 49 – Renda familiar bruta, renda familiar per capita e participação das
transferências do governo na renda familiar bruta, por Localidade.
(valores médios por localidade)

Renda % de % de
Renda
familiar Programas Aposentad
Localidade familiar
bruta do governo orias sobre
per capita
RFB sobre a RFB a RFB
Anísio de Abreu 2.073,42 579,34 5,9 17,9
Arraial 2.132,17 673,32 2,6 27,0
Bairro Vermelho 1.152,00 384,00 23,4 39,2
Baixão dos dois umbuzeiros 795,25 151,48 40,6 42,6
Barreiro 592,67 98,78 72,4 0,0
Barreiro Grande 606,67 165,45 52,2 0,0
Birindibinha 714,00 164,77 38,4 0,0
Bom Sucesso 1.548,67 331,86 16,0 43,8
Campo Maior 2.261,33 542,72 4,4 0,0
Cantinho 937,00 281,10 27,2 48,2
Conceição do Canindé 582,33 174,70 35,6 0,0
Lagoa do Benedito 863,33 215,83 47,2 26,2
Lagoa do Juá 1.219,50 375,23 17,5 13,9
Nova Esperança 1.092,50 264,85 14,7 31,0
Passagem do Meio 821,50 219,07 34,0 0,0
Santa Rosa 1.058,00 302,29 36,9 0,0
Sítio dos Quenos 857,00 244,86 16,9 79,1
Trás da Serra 392,60 130,87 57,5 0,0
Vereda Comprida 1.322,80 275,58 21,9 61,5
Média geral 1.339,75 346,62 15,6 21,9
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.

d) Cobertura previdenciária da população idosa; na amostra pesquisa encontram-se 25


pessoas com idade de 60 anos e mais. Dentre elas apenas uma não está coberta pela
previdência.
Quando às demais faixas de idade a os dados coletados não se mostram consistentes,
até porque grande parte dos entrevistados (principalmente os da Agricultura) não
consegue distinguir a assistência média do SUS da cobertura previdenciária; mesmo
assim vale registrar que dentre as pessoas que trabalham no Comércio, na Construção
e no Serviço Publico há muitas sem cobertura previdenciária – 66%, 100% e 15%,
respectivamente.
85

II.2.6 – Propriedade de bens duráveis


Nos contextos da agricultura familiar em questão se encontra grande dificuldade de
levantar dados precisos sobre receitas e despesas; seja de pessoas, famílias, entes
associativos e empresariais. O óbice reside na informalidade de suas atividades e, por
conseguinte, na falta ou precariedade de registros e controles. Além disso, face à
persistência da estiagem e à falta de perspectivas, é notória a recorrente parcimônia de
entrevistados ao responder sobre o tema; como se estivessem com receio “de se
comprometer”, fornecendo informações desencontradas daquelas fornecidas aos
cadastros do programas do governo.
No afã de contornar este problema e de averiguar a pertinência dos dados e
informações fornecidos a respeito de rendimentos, o presente estudo de Perfil de
Entrada se encerra com a abordagem de sinais exteriores de poder aquisitivo,
encontrados junto às famílias contempladas com o APL. Não se trata de sinais de
riqueza; mas, sim, de um rol de bens, objetos e serviços possuídos ou utilizados pelas
pessoas e pelas famílias no trabalho e na vida quotidiana. A leitura do seu significado
pode ser feita de várias maneiras; a mais rigorosa é (ou seria) a justaposição de cada
bem e/ou de todos os bens de cada família com a sua renda familiar bruta e/ou com a
sua renda per capita. Contudo, para assegurar o sigilo e resguardar a privacidade dos
entrevistados, utiliza-se aqui a justaposição difusa da quantidade de bens possuídos
pelo conjunto das famílias de uma mesma localidade com a sua renda familiar bruta
média.
Detalhes estão na Tabela seguinte – ressalvando-se que a quantidade de um particular
bem não deve ser divido equitativamente pela quantidade de famílias, porque há famílias
que possuem mais de um bem, enquanto há outras que não o possui (como são os
casos de telefone celular e moto). Mesmo assim os dados superam os parâmetros
médios referentes às grandes regiões do Brasil, revelados pela PNAD.
O item mais freqüente é fogão a gás; apenas 5,6% das famílias (de quatro localidades)
não o possuem.
Motocicleta, por seu lado, há em proporções superiores à média do Nordeste; na
localidade que tem menos, elas estão em 40% dos domicílios – enquanto a PNAD
registra para o Nordeste moto em 25% dos domicílios. Curioso é que há moto até em
domicílio com renda familiar bruta de R$ 180,00; é bem verdade que se trata de motos
antigas, “cabritas”, sem registro e com licenciamento há muito tempo vencido.
Destaque-se, também, a ocorrência de televisor no domicílio: à exceção das três
localidades em que não há energia elétrica, há televisores em no mínimo 20% dos
lares; sendo que na maioria das localidades o índice está acima de 80% - e em vários
casos, universalizado. Mas, mesmo nas localidades que não tem energia elétrica,
famílias já possuem televisores – esperando a chegada da energia. Junto com o
televisor há antena parabólica.
Telefone celular encontra-se, no mínimo, em 80% dos domicílios de cada uma das
localidades; somente em Nova Esperança este índice é baixo: 40%.
Internet no domicílio, contudo, só se encontra em seis dentre a 19 localidades, restrita
à menos de 10% dos seus respectivos domicílios.
86

Tabela 50 – Objetos, bens e serviços encontrados nos domicílios da amostra, , por Localidade.
Objeto, bem ou serviço

Renda familiar

Liquidificador

Arado Animal
Ferro elétrico

Maq. Costura

Máq Agricola
Refrigerador
No. Famílias

Fogão a gás
Local da Associação

Lava roupa

Automóvel
Parabólica

Caminhão
Bicicleta

Motores

Internet
Freezer
Celular
bruta

Trator
Rádio
Moto

Som
DVD

PC
TV
Anísio de Abreu 2.073,42 19 19 18 18 17 18 11 18 17 10 18 14 7 9 5 14 4 4 2 5 5 3 1 1
Arraial 2.132,17 06 6 6 6 5 6 5 5 6 2 4 6 4 3 2 3 3 3 2 2 2 1
Bairro Vermelho 1.152,00 03 3 3 3 3 3 2 3 3 3 3 2 1 1 1 1
Baixão dos dois umbuzeiros 795,25 04 4 4 2 3 2 3 2 1 4 1 1 3 3 1
Barreiro 592,67 03 1 3 1 3 3 1 2 1
Barreiro Grande 606,67 03 3 3 2 2 2 3 2 2 3 1 1 3 1
Birindibinha 714,00 03 3 3 3 2 2 3 3 2 3 2 1 3
Bom Sucesso 1.548,67 03 3 2 3 2 3 2 2 1 1 3 2 3 2
Campo Maior 2.261,33 06 6 6 6 5 5 4 6 4 4 4 3 2 1 2 3 1 4 1 3 2 1
Cantinho 937,00 03 3 3 2 3 2 2 1 2 2 3 2 1 1 1 1 1 1 1
Conceição do Canindé 582,33 03 3 2 2 2 1 1 2 1 1 1 1 1
Lagoa do Benedito 863,33 03 3 3 3 3 3 3 2 3 3 3 2 2 1 2 1 1 1 1
Lagoa do Juá 1.219,50 04 4 4 4 4 2 4 2 2 1 3 2 2 2 2 1 1 1
Nova Esperança 1.092,50 08 7 2 8 7 7 3 7 7 5 4 5 4 2 4 1 1 1 1 1 1
Passagem do Meio 821,50 04 4 4 4 4 4 3 4 4 3 3 2 2 2 1 1 1
Santa Rosa 1.058,00 02 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1
Sítio dos Quenos 857,00 02 1 2 2 2 2 1 1 1
Trás da Serra 392,60 05 4 4 1 2 1 5 1 1 5 1 3 3 1 1
Vereda Comprida 1.322,80 05 5 5 5 2 4 5 5 4 3 1 3 4 4 2 2
Geral 1.339,75 89 84 79 74 71 67 66 65 62 58 52 47 37 36 28 26 18 15 14 14 13 9 3 2
Fonte: Pesquisa WR-SEDET.
Data: maio 2013.
87

II.2.7 - Galeria de fotografias de beneficiários


97

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Governo do Estado do Piauí - II Edital Apoio aos Arranjos Produtivos Locais,


Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, Teresina (PI),
Novembro/2011. 49 pp.
- Governo do Estado do Piauí - Roteiro para Elaboração do Projeto IN: II Edital Apoio
aos Arranjos Produtivos Locais, Secretaria do Desenvolvimento Econômico e
Tecnológico, Teresina (PI); Novembro/2011. pp. 37 - 49.
- IBGE: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – 2012.
- INCRA/FAO. Diretrizes de Política Agrária e desenvolvimento Sustentável. Resumo
do Relatório Final Projeto UTF/BRA/036, segunda versão. Brasília, 1995.
- WR Consultoria e Planejamento Ltda.: 1º Produto do Estudo de Marco Zero - Plano
de trabalho e Metodologia. Avaliação de impactos econômicos e sociais de projetos no
âmbito do Programa de Apoio a Arranjos Produtivos Locais (APL), Teresina, março de
2013. 19 pp.
98

ANEXOS

Questionário 01 – Localidade e Associação


Questionário 02 - Família
38
I.4 – Galeria de fotografias de localidades e entidades da amostra.
39

Foto 01 – Arruamento na Lagoa do Juá em S. Francisco de Assis do Piauí.

Foto 02 – Instalações de projetos comunitários na Lagoa do Juá


40

Foto 03 – Reservatório de água no Sitio dos Quenos

Foto 04 – Casa do mel - interior de S. Francisco de Assis do Piauí.


41

Foto 05 – Colméias no campo, localidade Lagoa do Juá.

Foto 06 – Colméias preparadas para receber enxames.


42

Foto 07 – Beneficiários do APL, S. Francisco de Assis do Piauí.

Foto 08 - Dirigentes de entidade contemplada pelo APL, Bela Vista do Piauí.


43

Foto 09 – Povoado em Conceição do Canindé: Minha casa minha vida, parabólica,


cisterna, Luz para todos, Internet e celular.

Foto 10 – Projeto de piscicultura em Conceição do Canindé.


44

Foto 11 – Panorama das terras de lavoura no Semi-árido do Piauí.

Foto 12 – Paiol em época de estiagem prolongada, S. Francisco de Assis do Piauí.


45

Foto 13 – Líderes comunitários em Bela Vistam do Piauí.

Foto 14 – Paisagem do semi-árido em período de seca.

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