Você está na página 1de 45

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

CONEXÃO DE SISTEMAS DE GERAÇÃO


FOTOVOLTAICA À REDE ELÉTRICA
WALTER ISSAMU SUEMITSU
Dr. Ing.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SUMÁRIO
 INTRODUÇÃO
 NORMAS E REGULAÇÕES
 INVERSORES

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

INTRODUÇÃO
 Para atender as elevadas taxas de crescimento da demanda
de energia elétrica, o Brasil terá que se valer de todas as
formas de geração de energia elétrica disponíveis.
 Para contornar as questões sociais e ambientais, é muito
provável que, em futuro não muito distante, a participação
de fontes renováveis de baixo impacto tais como energia
eólica, solar, biomassa, das ondas, etc., passe a ter um papel
importante no modelo de expansão do sistema de energia
elétrica brasileiro.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS DE GERAÇÃO FOTOVOLTAICA


 A geração fotovoltaica tem crescido no mundo nos últimos anos,
principalmente em países como a Alemanha, o Japão e a
Espanha.
 Segundo o relatório Estado Global das Renováveis 2012,
produzido pela REN21 (Renewable Energy Policy Network for
21st Century), perto de 30 GW foram adicionados à capacidade
instalada mundial em 2011 (comparado com apenas 17 GW em
2010), aumentando o total global para 70 GW (98% do total para
sistemas conectados à rede).
 A capacidade de energia elétrica instalada no Brasil em 2011 era
de 117 GW.
 Com um total de 51GW até o fim do ano passado, a Europa
responde por quase 75% da capacidade instalada total do
mundo, segundo o estudo.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS DE GERAÇÃO FOTOVOLTAICA


 Dados da Associação de Indústrias Fotovoltaicas Européias
(EPIA, na sigla em inglês) mostram que, considerando os
sistemas conectados a rede e os isolados, a produção de
eletricidade solar foi de cerca de 85 TWh em 2011.
 A produção de energia elétrica no Brasil em 2011 foi de 472
TWh.
 Mais de 25% da capacidade PV global está em usinas de
larga escala (aquelas maiores que 200 kW) que
ultrapassaram 5.000 unidades em 2010.
 A maioria delas está na Espanha, Alemanha e Estados
Unidos, apesar de começarem a se espalhar por outros
países.
SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS DE GERAÇÃO FOTOVOLTAICA


 Os Sistemas de Geração Fotovoltaica, de ora em
diante denominados Sistemas Fotovoltaicos,
podem ser:
 Domésticos Autônomos ou Isolados
 Não Domésticos Isolados
 Distribuídos Conectados à Rede Elétrica
 Concentrados Conectados à Rede Elétrica

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS DE GERAÇÃO FOTOVOLTAICA


 Sistema Doméstico Isolado

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

 Esquema de um Sistema Fotovoltaico Conectado à


Rede Elétrica

Fluxo de
Inversor Energia
CC/CA

Medidor de
energia

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA


 Componentes para um Sistema Fotovoltaico
Isolado:
 Painel (ou módulo) fotovoltaico
 Baterias
 Controlador de carga
 Inversor off grid (Conversor CC-CA)
 Proteções básicas
 Não há preocupação com a qualidade da energia
elétrica – a forma de onda da tensão de saída do
inversor pode ser quadrada, semi senoidal ou senoidal
SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA


Sistema distribuído conectado à rede elétrica
(Fonte: IEA-PVPS, 2006.)

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

 Componentes para um Sistema Fotovoltaico


Distribuído conectado à rede elétrica:
 Painel fotovoltaico
 Controlador de carga
 Inversor
 Proteções específicas
 A qualidade da energia elétrica é importante – a
tensão de saída do inversor deve ser senoidal

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

 Componentes para um Sistema Fotovoltaico


Concentrado Conectado à Rede Elétrica – são
os mesmos de um Sistema Distribuído
 No entanto, como em geral os Sistemas
Fotovoltaicos Concentrados estão localizados em
locais distantes dos centros de consumo, há a
necessidade dos sistemas de distribuição e
transmissão
 É preciso também mais cuidados em relação aos
efeitos da geração fotovoltaica na rede elétrica

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA


 Usina Fotovoltaica de Tauá

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

 As questões relacionadas à conexão de sistemas fotovoltaicos à rede


elétrica podem ser dividas em aspectos técnicos e aspectos de normas e
regulações
 Em relação às normas e regulações, a geração fotovoltaica está submetida
às resoluções sobre geração distribuída e geração elétrica convencional
 Com a expansão do sistema de geração de energia a partir da interconexão
da GD com a rede elétrica faz-se necessário o estabelecimento de um
conjunto de padrões e normas técnicas que favoreça a manutenção da
qualidade de energia e da confiabilidade da rede.
 Outro ponto importante é a garantia de proteção e segurança do sistema
elétrico e dos seus operadores.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

 As normas técnicas voltadas para conexão da GD com a


rede elétrica trazem diversos benefícios tanto para as
concessionárias quanto para os autoprodutores de pequeno
e médio porte.
 Tais documentos abordam requisitos mínimos que a planta
de geração e seus componentes devem seguir, visando à
segurança e confiabilidade da geração.
 São diversos os parâmetros elétricos analisados, como faixa
de variação da tensão e frequência, níveis máximos de
harmônicos de tensão e corrente, fator de potência (suporte
de reativos), flicker, sistemas de proteção e ilhamento.
SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

 A regulamentação do acesso ao sistema de distribuição de


energia elétrica no Brasil é feito através do PRODIST,
elaborado pela ANEEL, visando garantir uma maior
confiabilidade, eficiência, qualidade e segurança dos
sistemas de distribuição de energia elétrica.
 Além do PRODIST, existem projetos de normas em fase de
discussão, como o Sistemas Fotovoltaicos (FV) -
Características dos Inversores para Conexão à Rede Elétrica
de Distribuição (PN 03:082.01-001) e o Procedimento de
Ensaio Anti Ilhamento para Inversores de Sistemas
Fotovoltaicos Conectados à Rede (SFCR - PN 03:082.01-
002).

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

 Essas normas estão em processo de formação junto ao


comitê 003 (Eletricidade) da Associação Brasileira de
Normas e Técnicas(ABNT).
 Em 2011 ocorreu a audiência publica 042/2011 da ANEEL
com o objetivo de obter contribuições à minuta de
Resolução Normativa que busca reduzir as barreiras para a
instalação de micro e minigeração distribuída incentivada e
alterar o desconto na TUSD e TUST para usinas com fonte
solar onde foram propostas algumas modificações no
PRODIST.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

 O módulo 8 do PRODIST tem por objetivo definir os


procedimentos referentes à qualidade da energia elétrica e do
serviço prestado.
 Em 2011 foi realizada um audiência pública a partir da qual foi
gerada a quarta revisão deste módulo do PRODIST, que entrou
em vigência a partir de fevereiro de 2012, estabelecendo níveis
individuais de distorção harmônica na tensão.
 Os valores e parâmetros referenciados neste módulo são relativos
à conformidade da tensão e as perturbações nas formas de onda,
como por exemplo, níveis nominais de tensão, fator de potência,
distorção harmônica e variações na frequência.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA


 A qualidade da tensão é classificada em três níveis, com
relação ao valor da tensão nominal, mostrado na Tabela 5.1:

Tensão de atendimento Tensão de leitura (TL) em


(TA) relação
à tensão nominal

Adequada 201≤TL≤231
116≤TL≤133
Precária 189≤TL≤201 ou 231≤TL≤233
109≤TL≤116 ou 133≤TL≤140
Crítica TL<189 ou TL>233
TL<109 ou TL>140

Tabela 1: Pontos de conexão em Tensão Nominal igual ou inferior


a 1 kV (220 V/ 127 V). Fonte [1].
SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

 Outros parâmetros analisados neste módulo são o fator de


potência e a distorção harmônica. Para sistemas conectados
em um ponto de tensão inferior a 230 kV, o fator de
potência deve ser maior que 0,92 (adiantado ou atrasado).
 Os limites aceitáveis para variação da frequência devem
permanecer entre 59,9 Hz e 60,1 Hz. Esses limites devem
ser garantidos pelo sistema de distribuição e pelas plantas
de geração.
 Na presença de oscilação na frequência fora dos limites
aceitáveis, a GD deve se desconectar da rede caso o
distúrbio perdure acima dos valores recomendados.
SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA


Frequência (Hz) Tolerância fora das condições normais

f > 66 Desconectar

63,5 < f ≤ 66 10 s

62 < f ≤ 63,5 30 s

59,5 ≤ f ≤ 60,5 Até a recuperação para as condições nominais

58,5 ≤ f < 59,5 30 s

57,5 ≤ f < 58,5 10 s

56,5 ≤ f < 57,5 5s

f < 56,5 Desconectar

Tabela 2: Limite de tempo de operação em condições anormais de frequência.


SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

 Estão em andamento projetos de normas da ABNT


relacionados com a GD e a conexão de inversores na rede
elétrica, como “Sistemas Fotovoltaicos (FV) -
Características dos Inversores para Conexão à Rede Elétrica
de Distribuição” e “Procedimento de Ensaio Anti Ilhamento
para Inversores de SFCR”.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

Sistemas Fotovoltaicos (FV) – Características dos Inversores


para Conexão à Rede Elétrica de Distribuição
 O projeto de norma “Sistemas Fotovoltaicos (FV) -
Características dos Inversores para Conexão á Rede Elétrica
de Distribuição” tem aplicação em sistemas fotovoltaicos
conectados à rede elétrica.
 Este documento é baseado na norma internacional IEC
61727 – PV Systems – Characteristics of the Utility Interface,
adotada por diversos países.
 Entretanto, há a necessidade de adaptação de alguns
requisitos aos níveis operacionais do sistema elétrico
brasileiro e ao PRODIST. Como exemplo, o fator de
potência, os níveis de tensão e frequência, e proteção
contra valores divergentes da frequência.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

Procedimento de Ensaio Anti-ilhamento para Inversores


de SFCR
 O projeto de norma “Procedimento de Ensaio Anti-Ilhamento
para Inversores de SFCR” (PN 03:082.01-002), tem sua origem na
norma internacional do IEC, a IEC 62116 – Test Procedure of
Islanding Prevention Measures for Utility-interconnected
Photovoltaic Inverters.
 Essa norma determina o procedimento de ensaio para inversores
quanto ao anti-ilhamento. Ela será aplicada a outros tipos de
sistemas conectados à rede, além do sistema fotovoltaico, como
por exemplo, inversores conectados a micro turbinas, células a
combustível, máquinas síncronas e de indução.
 O seu objetivo será fornecer o procedimento para se realizar
ensaios visando avaliar o desempenho das técnicas de prevenção
de ilhamento e desconexão automática em caso de falta da rede
elétrica.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

 Normas e Regulamentos Internacionais


 Uma importante referência internacional é a experiência
americana, que usa como principal base para o processo de
interconexão, as normas e as recomendações do IEEE.
 Além do IEEE algumas organizações como o National Fire
Protection Association (NFPA) e o Underwriter Laboratories
(UL) publicaram normas como o National Electric Code
(NEC) Article 690 e a UL 1741, respectivamente, relativas à
interconexão de fontes renováveis com a rede elétrica.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

 INVERSORES
 Os Sistemas Fotovoltaicos são conectados à rede elétrica
por meio dos inversores.
 Estes inversores, denominados grid tie, necessitam de
diversas funcionalidades a fim de manter os níveis
seguros de operação da rede elétrica, como algoritmos
de proteção.
 Os inversores grid tie têm forma de onda senoidal na
tensão de saída, algoritmos de sincronismo e controle da
corrente.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

 Em um sistema solar de geração de energia a tensão de saída é


contínua, o que inviabiliza a sua conexão diretamente com a rede
elétrica.
 Os inversores de tensão grid tie realizam esta interface com o
objetivo de transformar a tensão CC em alternada, além de
garantir a estabilidade e o bom funcionamento do sistema.
 Os inversores grid tie dispõem de um algoritmo de controle
capaz de realizar o sincronismo com a rede, viabilizando o
despacho de energia para a mesma.
 Em alguns países existem leis que obrigam as concessionárias a
comprar essa energia gerada.
 Da mesma forma também existem leis e normas para garantir a
qualidade da energia que é gerada pelos auto produtores.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

Os inversores grid tie atuam em paralelo com a rede


elétrica. Dessa forma, sua operação deve preservar os
níveis de qualidade de energia da rede como os valores
de tensão, frequência, harmônicos e fator de potência,
por exemplo.
Outro ponto importante são os algoritmos de
proteção, os quais devem identificar a presença do
distúrbio e desconectar o inversor em casos específicos
como a ausência de tensão na rede principal, níveis
críticos de tensão e frequência fora dos padrões, entre
outros.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

 Alguns distúrbios em que a proteção do inversor deve atuar:


 ILHAMENTO
 Ilhamento é definido quando parte de uma rede de
distribuição, que contenha geração e carga, continua
energizada dentro dos níveis operacionais, mesmo com a
rede principal desconectada.
 Situações de ilhamento podem oferecer alguns riscos como:
 danos aos funcionários de manutenção com a energização
da rede de forma inesperada,
 níveis operacionais fora dos padrões que podem ocasionar
danos às cargas,
 atuação de sistemas de proteção no religamento da rede
principal, entre outros.
SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

 O ilhamento pode ser gerado por diversos motivos:


 fenômenos naturais, desconexão intencional da rede para
algum serviço,
 Falhas de mecanismos de proteção,
 erros humanos,
 vandalismo, etc.
Para evitar essa condição de ilhamento, existem
algumas técnicas de anti ilhamento.
A maioria dos inversores grid tie contém esses
métodos em seu algoritmo de controle.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

 Os métodos de proteção anti ilhamento podem ser


remotos, que dependem da comunicação entre a
concessionária e a GD, ou locais que utilizam apenas
parâmetros elétricos da rede ao qual está conectada.
As técnicas locais ainda são divididas em passivas e
ativas.
As técnicas remotas são o uso de PLCC (Power Line
Carrier Communications) e o SCADA (Supervisory
Control and Data Acquisition).

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

 O sistema PLCC envia um sinal de comunicação pela linha


de transmissão.
 O transmissor de PLCC envia continuamente um sinal para
o receptor localizado no consumidor, caso esse sinal
desapareça, a GD poderá cessar o fornecimento de energia,
evitando a situação de ilhamento.
 A metodologia SCADA usa a rede de sensoriamento e
comunicação que a concessionária utiliza para controlar e
monitorar os seus sistemas.
 Quando ocorrer alguma falta na rede, o sistema SCADA
pode determinar o local do ilhamento e enviar um sinal de
alerta para a GD se desconectar das cargas locais.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

 Uma das técnicas locais passivas para a detecção de ilhamento é a


detecção de variação na tensão, sobre/sub tensão, ou frequência
 Há uma interrupção no fornecimento de energia da geração
quando a frequência ou a tensão estiverem fora dos valores
padrões.
 Além da detecção de sobre ou subtensão ou frequência, existem
outros métodos locais passivos de anti ilhamento, como a
detecção de salto de fase ou a detecção de harmônicos.
 Entretanto, estas duas ultimas técnicas podem gerar desconexões
desnecessárias, em situações que não tenha ocorrido ilhamento,
por exemplo, na primeira quando é ligado um motor e na
segunda quando ocorre chaveamento de banco de capacitores
SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

 Nas técnicas locais ativas são geradas perturbações no


sistema de maneira que a resposta percebida indique falha
na rede.
 Entre as técnicas ativas estão: a medição de impedância, o
deslocamento de frequência de escorregamento,
deslocamento ativo da frequência, deslocamento da
frequência sandia e deslocamento da tensão sandia
 Uma desvantagem dessas técnicas é o fato de que as
perturbações podem gerar desbalanceamentos entre o
sistema de GD e as cargas

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

 Alguns distúrbios em que a proteção do inversor deve atuar:


 SINCRONISMO
Existem diversas técnicas que podem ser implementadas nos
inversores grid tie para realizar o sincronismo com a rede.
 O sincronismo pode ser realizado utilizando:
 o DPZ (Detetor de Passagem por Zero)

 o PLL (Phase Locked Loop)

 o SOGI (Second Order Generalized Integrator )

 o algoritmo TDFR (Transformada Discreta de Fourier Recursiva).

 Essas técnicas são implementadas por algoritmo em um


microcontrolador e conseguem realizar o sincronismo em
milésimos de segundos.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

 As técnicas mais simples e muito usadas são o DPZ e o PLL.


 O circuito DPZ detecta o instante em que a senóide passa pelo
ponto zero e neste mesmo instante gera um pulso. Este pulso
libera a conexão do inversor com a rede. A desvantagem dessa
metodologia é na presença de sinais distorcidos e de harmônicos
na rede. Nestas situações podem ocorrer passagens por zero não
relacionadas à frequência fundamental.
 O PLL é um algoritmo de controle robusto, identificando o
sincronismo mesmo na presença de distorções harmônicas
ou transitórios. O PLL é composto por um detector de fase,
um filtro passa-baixa e um oscilador controlado por tensão.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

 Cabe ressaltar que o sincronismo é fundamental para o


funcionamento do inversor grid tie, pois se durante a
conexão do inversor na rede as tensões não estiverem
sincronizadas, ocorrerá um fluxo de potência sem controle
(curto circuito), levando à queima de equipamentos e à
ocorrência de distúrbios na rede elétrica.
 Os inversores grid tie ofertados no mercado somente
realizam a conexão após o sincronismo com a rede, fator
essencial para liberar o chaveamento e, por consequência, a
injeção de corrente na rede.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

 Alguns distúrbios em que a proteção do inversor deve


atuar:
 Sobre/Sub Tensão e Frequência
 As proteções de sobre/sub tensão e frequência cessam o
fornecimento de energia caso a amplitude da tensão ou a
frequência estejam fora dos limites normais de operação,
conforme valores definidos pelas normas de conexão à rede.
 Esta característica, além de ser usada como uma técnica de
anti ilhamento, minimiza impactos negativos na rede de
distribuição.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

 Alguns distúrbios em que a proteção do inversor deve


atuar:
 Corrente de Curto e Sobre Corrente
 A proteção contra corrente de curto e sobre corrente na saída
do inversor é feita pelo próprio equipamento.
 Os inversores de tensão funcionam como fontes de corrente,
por isso, em caso de curto circuito na carga, a corrente fica
limitada à corrente nominal do equipamento.
 Caso o controle do equipamento não responda corretamente,
a corrente de curto circuito será mantida pelo próprio inversor
até a queima dos componentes de potência, interrompendo
assim o curto.
SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

Fabricantes de inversores no mundo


 Existe uma diversidade de fabricantes de inversores no
mundo, sendo os EUA e a Alemanha os países com a
maior participação no mercado.
 As normas que regem as questões de proteção e
manutenção da qualidade de energia para inversores
grid tie, são:
 IEEE 929: apresenta as definições especificas para conexão de
sistemas fotovoltaicos (PV) na rede elétrica relacionadas à
qualidade de energia, proteção e segurança de operação.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

Fabricantes de inversores no mundo


 IEEE 1547 e UL 1741: apresentam os requisitos gerais para a
conexão, repostas às condições anormais da rede, qualidade de
energia e condições de ilhamento, além de especificações de
testes e da interconexão da GD em sistemas elétricos de
potência.
 IEEE 519: contém as recomendações necessárias para o
controle da injeção de harmônicos no sistema elétrico de
potência.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE


ELÉTRICA - INVERSORES

Fabricantes de inversores no mundo


 Xantrex (Canadá)
 PV Powered (EUA)
 SMA (Alemanha) – Sunny Boy
 Outback (EUA)
 Kaco (Alemanha)
 Solectra (EUA)
 Ginlong (China)
 Santerno (Italia)
 ABB (Suíça)
 Power Jack (China)

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

 A conexão de sistemas fotovoltaicos à rede elétrica tem


crescido nos últimos anos no Brasil.
 Embora as normas e regulamentações tenham avançado,
ainda há muito a se fazer.
 As concessionárias de energia elétrica estão se
empenhando em criar a regulamentação para a interligação
de auto produtores em paralelo com seus sistemas
 Já há alguns incentivos para os sistemas fotovoltaicos como
o estabelecido na Resolução Normativa 481 da ANEEL.
 Foram apresentados alguns aspectos técnicos relativos à
regulamentação e aos inversores.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

 Referências:
[1] ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica,
"Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no
Sistema Elétrico Nacional – Qualidade da Energia Elétrica,"
ANEEL, Procedimentos de Distribuição Módulo 8, 2008.
[2] Página América do Sol: www.americadosol.org – consultada
em 25/11/2012 às 12:00.
[3] Análise da Inserção da Geração Solar na Matriz Elétrica
Brasileira – Nota Técnica EPE – Maio de 2012
[4] Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede Elétrica no Brasil:
Panorama da Atual Legislação – Relatório Final
International Energy Initiative – IEI – Outubro de 2009

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Engenharia Elétrica
POLI e COPPE

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

Referências:
[5] Análise da Inserção da Geração Solar na Matriz
Elétrica Brasileira – Dissertação de Mestrado – Aimé
Fleury de Carvalho Pinto Neto - 2012
[6] IEEE, "Standard for Interconnecting Distributed
Resources with Electric Power Systems," IEEE, New
York, Standard 1547, 2003.
[7] YIN, J.; CHANG, L.; DIDUCH, C. Recent developments
in islanding detection for distributed power
generation. IEEE, p. 124-128, 2004.

SIBGECE3 - 30/11/2012 - PUC RJ

Você também pode gostar