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O lixo produzido pela atividade do homem é hoje uma das mais graves ameaças à sua própria qualidade
de vida. Isto tem determinado a tendência mundial pela minimização da geração de lixo, entendendo-se
como tal a produção/venda de produtos dos quais restem o mínimo possível de resíduos, o reuso de
embalagens, a reciclagem e o aproveitamento energético dos resíduos não recicláveis.
A reprogramação conceitual de produtos em geral, em especial de suas embalagens, é algo que foge
completamente ao controle dos Municípios. Já a reciclagem pode e deve ser incentivada por eles,
conscientizando a população e estruturando programas de coleta seletiva, e mantendo núcleos de
triagem de recicláveis.
As duas principais rotas de destinação final de resíduos em todo o Mundo são os Aterros Sanitários e a
Incineração dos Resíduos.
A maior diferença em termos de investimento para implantação é que, enquanto outras tecnologias
demandam capital intensivo (praticamente todo o investimento é feito antes do início da operação), no
caso dos Aterros Sanitários, o mesmo valor é investido ao longo de toda a sua vida útil e após o seu
encerramento, durante o período de monitoramento obrigatório.
A recuperação do biogás do aterro para geração de energia é técnica adotada há alguns anos nos EUA e
Europa. O objetivo da sua adoção no 1º Mundo é muito mais ambiental – redução das emissões de gases
do efeito estufa ( o biogás é composto por cerca de 50% de metano) – do que propriamente econômico –
geração de energia.
A energia gerada com o uso deste método é bastante inferior à de outras rotas de destinação final com
geração de energia, uma vez que a eficiência máxima de captação do biogás é de cerca de 65% do
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biogás gerado.
Em 1999 o Landfill Directive da Comunidade Econômica Européia União Européia (1999) recomendou a
todos os seus membros a redução drástica (75%) do envio de lixo biodegradável (matéria orgânica,
papel, etc) para os Aterros Sanitários até o ano de 2006, com metas adicionais para os anos seguintes,
objetivando a eliminação dos aterros de biodegradáveis até o ano de 2016. Países como a França, a
Alemanha, Áustria, Dinamarca e Holanda já em 2005 haviam atingido os objetivos de 2016. Os demais
membros buscam atingir suas metas.
A incineração de resíduos é uma rota secular de destinação final do lixo – o 1° incinerador foi construído
na Inglaterra por volta de 1870 - sendo a técnica mais comumente utilizada para o tratamento térmico
de resíduos até os dias atuais. Trata-se da rota tecnológica de destinação de resíduos urbanos mais
testada no Mundo e a que obtém a maior redução de peso/volume (cerca de 90%).
A Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, assinada e ratificada por dezenas de
Países, inclusive pelo Brasil em 2001, na Parte V do Anexo C, indica o tratamento térmico realizado de
forma adequada é recomendado como ‘Melhores Técnicas Disponíveis ’, como se observa no texto a
seguir:
...(b) medidas gerais para redução de liberação: .... No caso de construção de instalações ou
modificação significativa, além das medidas de prevenção descritas na seção A da Parte V, poderão ser
consideradas as seguintes medidas de redução na determinação das melhores técnicas disponíveis:
i. uso de métodos melhorados para limpeza de gases tais como oxidação térmica ou catalítica,
precipitação de pó ou adsorção;
ii. tratamento de resíduos, água residual, dejetos e lodo de esgotos, por exemplo, por tratamento
térmico ou tornando-os inertes ou detoxificando-os por processos químicos;
iii. mudanças de processos que promovam a redução ou eliminação de liberações, tal como a adoção
de sistemas fechados;
iv. modificação de projetos de processos para melhorar a combustão e evitar a formação das
substâncias químicas relacionadas neste Anexo, por meio do controle de parâmetros tais como
temperatura de incineração ou tempo de residência .”?
O texto da Convenção de Estocolmo não poderia ser restritivo ao uso tecnicamente adequado das
tecnologias de tratamento térmico dos resíduos urbanos , uma vez que vários países que assinaram e/ou
ratificaram figuram dentre os que utilizam largamente estas tecnologias.
Como parte do esforço mundial para reverter o grave quadro climático, o Relatório do IPCC recomendou
as seguintes medidas relativas à gestão do lixo urbano:
Estudos recentes realizados nos EUA, já apontam as unidades de incineração de resíduos com geração de
energia como fontes menos importantes de emissões de poluentes orgânicos persistentes. O gráfico
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‘Evolução das fontes de Dioxinas e Furanos no EUA’ demonstra o quadro mais recente:
Adequadas às exigentes normas ambientais vigentes na expressiva maioria dos Países, dezenas de novas
plantas de incineração com recuperação de calor para geração de energia elétrica ou térmica foram
construídas nos últimos 10 anos nos EUA, na Ásia e na União Européia, muitas delas implantadas em
áreas urbanas (em Tóquio há 20 unidades) sem qualquer reação negativa das comunidades vizinhas, e
com indiscutível economia ambiental e financeira em relação aos cada dia mais distantes aterros
sanitários.
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Atualmente, mais de 130 milhões de toneladas de resíduos urbanos são tratados por ano em cerca de
750 unidades de incineração com recuperação de energia implantadas em 35 Países gerando mais de
10000MW de energia elétrica ou térmica. Entre 1996 e 2001, 117 novas plantas de incineração de
resíduos urbanos com recuperação de energia foram construídas, com destaque para países em
desenvolvimento da Ásia (Coréia do Sul, China, Taiwan, Malásia e Singapura), ampliando em 7,8milhões
de toneladas a capacidade anual de tratamento de resíduos urbanos.
CAPACIDADE DE
INSTALAÇÕES EM
PAIS/ REGIÃO TRATAMENTO POTENCIA INSTALADA
OPERAÇÃO
(TON/ANO RSU)
8800 MW
UNIÃO
301 instalações 50,2 milhões (30% energia elétrica e
EUROPÉIA
70% térmica)
Observações: Mais de 20% do Lixo Urbano destinados em plantas com recuperação de energia.
Holanda, Suíça e Dinamarca já tratam assim mais de 40% do lixo urbano.
Fonte: European Incineration Profile, 2000
847 MW
JAPÃO 189 instalações 39 milhões (energia elétrica e
térmica)
Observações: 79% do Lixo Urbano é destinado em mais de 1900 instalações de tratamento
térmico. O Governo projeta produção de 4170 MW com ´combustível´ lixo em 2010.
Fonte: Natural Resources & Energy Agency
2760 MW
EUA 98 instalações 29,4 milhões (90% energia elétrica e
10% térmica)
Observações: 13% do total de Lixo Urbano é tratado em plantas com recuperação de energia.
Fonte: ISWA, Julho de 2002
FATOR RELEVANTE: a partir de 1995, 49 plantas de geração de energia à partir do lixo
foram instaladas na Ásia, 19 na Coréia do Sul, 19 em Taiwan, 7 na China e 4 em Singapura.
Os Países do 1º Mundo, onde se encontram instaladas e em operação mais de 80% da Usinas de Geração
de Energia a partir do Lixo Urbano, entendem ser esta uma das boas opções para substituição da energia
de combustíveis fósseis por fontes alternativas renováveis, com indiscutível economia ambiental e
financeira em relação aos cada dia mais distantes aterros sanitários.
USINAVERDE S/A
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