Você está na página 1de 70

CARTILHA PRÓ AGROECOLOGIA 2ª

Edição

A Feira Interinstitucional Agroecológica: uma experiência exitosa


A Feira Interinstitucional Agroecológica: uma experiência exitosa

INSTITUTO FEDERAL
Goiano
© 2020 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - IF Goiano

Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda
ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.

www.ecomamor.com.br
www.ifg.edu.br/servidor-SIASS
https://www.proec.ufg.br/p/29839-ufg-na-agroecologia

Elaboração, distribuição e informações:

Equipe de Promoção da Saúde do Subsistema integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal do IF Goiano e IFG
(SIASS IF Goiano/IFG)
promoção.siass@ifgoiano.edu.br

Instituto EcomAmor
contato@ecomamor.com.br

Coletivo Independente Balaio Cerrado PROEC/UFG


balaiocerrado@gmail.com

Núcleo de Estudos em Agroecologia do IF Goiano Câmpus Avançado Hidrolândia (NEA HIDRO)


nea.hidro@ifgoiano.edu.br

Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto Federal de Goiás - Câmpus Cidade de Goiás
(NEPAA/IFG/Cidade de Goiás)
Organização

Amélia Franz - Liderança do Estado de Goiás do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Ana Cláudia de Lima Silva - Associação Programa Um Milhão de Cisternas para o Semi-Árido
Ariandeny Furtado - Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público do IFG e IF Goiano (SIASS IF Goiano/IFG)
Bárbara Lopes - Instituto EcomAmor
Bruno de Andrade Martins - Núcleo de Estudos em Agroecologia do IF Goiano - Câmpus Avançado de Hidrolândia (NEA HIDRO)
Carlos de Melo e Silva Neto - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto Federal de Goiás -
Câmpus Cidade de Goiás (NEPAA/IFG/Cidade de Goiás)
Eucimeire Maria Pereira - Mulheres Guerreiras de Canudos, Assentamento Canudos/ Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra,
Palmeiras/GO
Fernando Marcello Nunes Pereira - Coletivo Independente Balaio Cerrado
Gabriela Rodrigues de Lima Tejerina - Coletivo Independente Balaio Cerrado
Ingryd Garcia de Oliveira - Coletivo Independente Balaio Cerrado
Leoneide Pereira Batista - Mulheres Guerreiras de Canudos, Assentamento Canudos/ Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra,
Palmeiras/GO
Leonice Dias de Oliveira Nascimento - Movimento Camponês Popular/Comunidade João de Deus, Silvânia/GO
Maria de Lourdes Bueno - Liderança Movimento Camponês Popular/Comunidade João de Deus, Silvânia/GO
Maria Marciana De Sousa Canedo - Movimento Camponês Popular/Comunidade João de Deus, Silvânia/GO
Melina Charalabopoulos - Instituto EcomAmor
Moacir Amorim - Movimento Camponês Popular, Assentamento Canudos, Guapó/GO
Paula Christina de Abrantes Figueiredo - Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público do IFG e IF Goiano (SIASS IF
Goiano/IFG (SIASS IF Goiano/IFG)
Stéfanny Nóbrega - Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás - IESA/UFG
Vânia Marra Passos - Centro Estadual de Referência em Medicina Integrativa e Complementar do Estado de Goiás CREMIC/GO
Colaboração

Adriano Rodrigues de Oliveira - Instituto de Estudos Socioambientais da UFG (IESA/UFG)


Andrea Sugai - Faculdade de Nutrição da UFG (FANUT/UFG)
Ana Paula Marquez Belo - Associação para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica em Goiás (ADAO/GO)
Cleber de Oliveira - Agricultor Familiar, Silvânia/GO
Leovigildo Aparecido Costa Santos - Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado da Universidade Estadual de Goiás
(RENAC/UEG)
Maria Romilda Gonçalves de Sousa - Agricultora Familiar, Silvânia/GO
Milton Sérgio Dornelles - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia do IF Goiano/Câmpus Urutaí - NEPA/IF (Goiano/Câmpus Urutaí)
Nestor Valverde - Secretaria Municipal de Educação e Esporte de Goiânia - (SME/Goiânia)
No Homero - Rede de Mulheres Negras para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Redessan)
Veruska Prado Alexandre - Faculdade de Nutrição da UFG (FANUT/UFG)

Equipe de Criação das Receitas Ecológicas

Ana Paula Belo - Associação para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica de Goiás - ADAO
Andrea Sugai Mortoza - Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás - FANUT/UFG
Bárbara Lopes - Instituto EcomAmor
Caio César Alencar de Sena - Instituto de Estudos Socioambientais - IESA
Creonice Silva Santos - Coordenação de Assistência ao Servidor do IFG/Câmpus Goiânia
Evandro Luiz Gonçalves - pai da servidora Maísa Ferreira e militante da agroecologia
Ilza Carvalho Santos - Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público - SIASS IF Goiano/IFG
João Batista Bastos - Superintendência Regional de Goiás da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB
Maísa Gonçalves Ferriea - Pró-reitoria de Desenvolvimento Institucional - PRODI/IFG
Marco Aurélio Pessoa de Souza - IF Goiano/Câmpus Posse
Marília Bohnen - Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar da Universidade Federal de Goiás - CECANE UFG
Marina Burjac da Costa - Coordenação de Assistência ao Servidor do IFG/Câmpus Goiânia
Melina Repezza Charalabopoulos - Instituto EcomAmor
Paula Christina de Abrantes Figueiredo - Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público - SIASS IF Goiano/IFG
Raíssa Picasso - Pró-reitoria de Extensão e Cultura da UFG - PROEC/UFG
Sandra Silvestre Pereira - Superintendência Regional de Goiás da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB
Silvânia Rodrigues - Coordenação de Assistência ao Servidor do IFG/Câmpus Aparecida de Goiânia
Tcherena de Amorim Brasil - Nutricionista do IFG/Câmpus Aparecida de Goiânia

Suporte Técnico das Receitas Ecológicas


Eloneide Gomes de Amorim - Graduanda de Nutrição da Faculdade União Goyazes - FUG
Gabriela Olinda - Auxiliar do Laboratório de Técnica e Dietética - FANUT/UFG
Helena Liz Rodrigues Araújo - Graduanda de Nutrição da Faculdade Goyazes - FUG
Ingryd Garcia de Oliveira - Coletivo Independente Balaio Cerrado
Thaísa Anders - Faculdade de Nutrição da UFG (FANUT/UFG)
Tcherena de Amorim Brasil - Nutricionista do IFG/Câmpus Aparecida de Goiânia

Diretoria da Comunicação Social do IFG


Equipe ASCOM IF Goiano

Revisão
Caio César Alencar de Sena - Instituto de Estudos Socioambientais (IESA)
Dinalva Donizete Ribeiro - Escola de Agronomia da UFG (EA/UFG)
Diogo de Souza Pinto - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto Federal de Goiás - Câmpus
Cidade de Goiás (NEPAA/IFG/Cidade de Goiás)
Jossier Boleão - Liderança do Estado de Goiás do Movimento Camponês Popular (MCP)
Lara Cristine Gomes Ferreira - Laboratório de Estudos e Pesquisas das Dinâmicas Territoriais/IESA/Instituto de Estudos Socioambientais
da UFG (LABOTER/IESA)
Oscar Emerson Z. Mosquera - Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da Universidade Federal
Rural de Pernambuco (PPGADT/UFRPE)
Patrícia Tavares - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto Federal de Goiás – Câmpus Cidade de
Goiás (NEPAA/IFG/Cidade de Goiás)
Tania Maria Sarmento da Silva - Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da Universidade Federal
Rural de Pernambuco (PPGADT/UFRPE)
PREFÁCIO
Esta Cartilha pró Agroecologia é o produto de uma inter-relação entre agricultoras/es, comunidade institucional
e movimentos populares com missões afins, pautadas no respeito às pessoas e ao planeta. E, nessa segunda
edição, retrata a experiência ímpar da promoção da saúde, segurança alimentar e nutricional por meio da mate-
rialização da Feira Interinstitucional da Agricultura Familiar Agroecológica.

Apresenta a trajetória desta construção compartilhada e os princípios e valores das pessoas envolvidas, introdu-
zindo o universo do contexto territorial “do campo à cidade” com ilustrações da relação entre a agroecologia e o
saber popular. Aborda um pouco de teoria sobre os tipos de agricultura, apresentando uma comparação entre a
convencional, a orgânica e a agroecológica, ressaltando as especificidades e o respeito à natureza deste tipo de
agricultura familiar. Descreve como a feira representa um espaço de trocas de saberes, resgate e valorização da
identidade alimentar tradicional, baseada em práticas que evidenciam os pilares da sustentabilidade, transfor-
mando-se em um Programa Interinstitucional.

Ressalta as atividades de ensino, pesquisa e extensão realizadas, que resultaram em entrevistas e produtos cien-
tíficos. Nos enche a boca d`água com as receitas ecológicas criadas com os ingredientes provenientes da feira. E,
para finalizar, estimula reflexões sobre nossa relação com os alimentos, evidenciando a Agroecologia como uma
alternativa para fomentar Sistemas Agroalimentares Sustentáveis.

Bruno de Andrade Martins


APRESENTAÇÃO
Em 2018, foi lançada a 1ª Cartilha pró Agroecologia produzida de forma compartilhada e participativa a partir de
um trabalho intersetorial e interdisciplinar envolvendo diferentes profissionais e instituições. A primeira edição
problematizou as práticas agrícolas convencionais e as divergências com a agroecologia; propôs os 10 passos
para a criação das Hortas Urbanas Ecológicas; apresentou dicas para a higienização e o aproveitamento integral
dos alimentos além de sugestões de receitas regionais, saudáveis de baixo custo.

Dentro do processo de intensa urbanização e crescimento vertical das cidades, as hortas e os quintais ecológicos
foram perdendo espaço, desconectando as pessoas das relações e processos de produção “do campo à cidade” e
dos ciclos naturais dos alimentos, o que contribui para o consumo elevado de alimentos industrializados.

A prática de hábitos alimentares mais saudáveis se (co)relaciona com diferentes signos e significados da “alimen-
tação” como a afetividade, socialização, lembranças, história, prazer, identidades, regionalismo, territorialidades,
memórias entre outros, o que transcende a dimensão mercadológica.

Leva em consideração os Determinantes Sociais de Saúde (fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais,
psicológicos e comportamentais) e os princípios do Guia Alimentar para a População Brasileira o qual evidencia o
olhar multidimensional, sendo as escolhas alimentares a base para o desenvolvimento de Sistemas Agroalimen-
tares mais sustentáveis; a intersecção e horizontalidade entre os diferentes saberes; a cosmovisão da agroecolo-
gia e a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN).

E na perspectiva de potencializar “do campo ao ambiente institucional” as trocas de saberes, os Sistemas Agroali-
mentares mais sustentáveis, a valorização das territorialidades que versam pela Agricultura Familiar agroecológi-
ca e da promoção da alimentação saudável, que essa cartilha foi idealizada.

10 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


A 2ª Cartilha pró Agroecologia surge, como o fruto de um trabalho colaborativo contínuo iniciado em 2018 entre
a equipe de Promoção da Saúde do SIASS IF Goiano/Goiás, Instituto EcomAmor, Movimento Camponês Popular
(MCP), Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), expertises na produção do conhecimento agroeco-
lógico, UFG, comunidade institucional e os Núcleos de Agroecologia do IF Goiano e IFG, que oportunizou, viven-
ciar práticas que dialogam com a SAN e os princípios da agroecologia.

A cartilha está dividida em 4 partes, a primeira, demonstra as intersecções e divergências entre a agricultura
convencional, agricultura agroecológica e agricultura orgânica. A segunda, evidencia o histórico da Feira Agroe-
cológica. A terceira, apresenta as receitas ecológicas criadas de forma colaborativa com os alimentos ofertados
na feira pela Comunidade João de Deus do Movimento Camponês Popular (MCP) e as Mulheres Guerreiras de
Canudos do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Estado de Goiás. E a última parte, proble-
matiza a fome, sobrepeso e obesidade versus a gourmetização da comida e as (des)conexões com a agricultura
familiar agroecológica.

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 11


LISTA DE SIGLAS
ADAO-GO: Associação para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica em Goiás
ADUFG: Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás
ALEGO: Assembleia Legislativa do Estado de Goiás
ASCOM: Coordenação Geral de Comunicação social e Eventos
CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento – Filial de Goiânia
CONPEEX: Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão
CREMIC: Centro Estadual de Referência em Medicina Integrativa e Complementar do Estado de Goiás
EA/UFG: Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Goiás
ENPSSAN: Encontro Nacional de Pesquisa em Soberania e SAN
FANUT/UFG: Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás
FUG: Faculdade União Goyazes
ICQ/ICB: Instituto de Química e Instituto de Biologia
IESA: Instituto de Estudos Socioambientais
IF Goiano: Instituto Federal Goiano
IFG: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
LABOTER/IESA: Laboratório de Estudos e Pesquisas das Dinâmicas Territoriais/IESA - Instituto de Estudos So-
cioambientais da UFG
MCP: Movimento Camponês Popular

12 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


MST: Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra
NEA HIDRO: Núcleo de Estudos em Agroecologia do IF Goiano - Câmpus Avançado de Hidrolândia/
NEPAA/IFG/Cidade de Goiás: Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto
Federal de Goiás - Câmpus Cidade de Goiás
NEPA/IF Goiano/Câmpus Urutaí: Núcleo de Estudos e Pesquisas em Agroecologia:
PPGADT/UFRPE: Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da Universidade
Federal Rural de Pernambuco
PROEC/UFG: Pró-reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Goiás
PROEX/IFG: Pró-reitoria de Extensão do Instituto Federal de Goiás
PROEX/IF Goiano: Pró-reitoria de Extensão do Instituto Federal Goiano
REDESSAN: Rede de Mulheres Negras para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional
RENAC/UEG: Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado da Universidade Estadual de Goiás
SAN: Segurança Alimentar e Nutricional
SIASS IF Goiano/IFG: Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público
SINT-IFESgo: Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de En-
sino Superior do Estado de Goiás
UFG: Universidade Federal de Goiás

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 13


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 16
2. REFERENCIAL TEÓRICO 20
2.1 Tipos de agriculturas 20
2.1.1 Agricultura Convencional 20
2.1.2 Agricultura Agroecológica 22
2.1.3 Agricultura Orgânica 24
2.1.4 Agricultura Convencional, Agroecológica e Orgânica: um Quadro Comparativo 26
2.1.5 Agricultura Familiar Agroecológica 29

3. FEIRA INTERINSTITUCIONAL AGROECOLÓGICA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA 32


3.1 Alimentos Ecológicos do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) 37
3.2 Alimentos Ecológicos do Movimento Camponês Popular (MCP) 38
3.3 Entrevistas e reportagens 41
3.4 Contribuição para o Conhecimento Agroecológico 42

4. RECEITAS ECOLÓGICAS 44
4.1 Bebidas 44
4.1.1 Suco Hibiscouve 44
4.1.2 Suco Revitalizante 45

4.2 Farofas 46
4.2.1 Farofa Maravilha 46
4.2.2 Farofa Agridoce 47
4.2.3 Farofa de Abóbora com Semente 48
4.2.4 Farofa Saborosa 49
4.3 Sobremesas 50
4.3.1 Doce de leite com Banana Chips 50
4.3.2 Tapurú de Banana e Doce de Leite 51
4.3.3 Tapioca Rupequi 52
4.3.4 Misturinha Delícia 53
4.3.5 Doce de Leite de Mocotó 53

4.4 Opções Vegetarianas 54


4.4.1 Salada Cítrica com Chips de Banana 54
4.4.2 Sanduíche Vegetariano da Agricultura Familiar 55
4.4.3 Chips de Abóbora 55
4.4.4 Omelete de Brócolis 56
4.4.5 Tutu de Feijão com Banana Desidratada 57

5 TEMAS PARA A REFLEXÃO 58


5.1 Fome, sobrepeso e obesidade versus a gourmetização da comida: quais as conexões com a agricultura
familiar agroecológica? 58
5.2 Uma reflexão sobre a polissemia do desenvolvimento: pró Agroecologia ou Racionalidade Capitalista?! 60
6 REFERÊNCIAS 62
7 ANEXOS 65
7.1 ANEXO I - Oficina de Receitas Ecológicas 65
7.2 ANEXO II - Campanhas de Divulgação 66
7.3 ANEXO III - Vivências na Feira Agroecológica 67
7.4 ANEXO IV - Dia de Campo com agricultoras/es 68

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 15


1. INTRODUÇÃO
Os desenhos surgiram da construção compartilhada entre o saber popular, tendo como referência o Movimento
de Trabalhadores Rurais Sem Terra (Assentamento de Canudos - Palmeiras/GO) e do Movimento Camponês Popu-
lar (Comunidade João de Deus), e o saber científico (SIASS IF Goiano/IFG, CECANE/UFG, PROEC/UFG, IESA/ UFG).
Cada pessoa, a seu modo representou um pouquinho do universo envolto no contexto territorial “da produção ao
consumo” dos alimentos que dialogam com a agroecologia e são ofertados na Feira Agroecológica.

16 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 17
18 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG
Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 19
2.1 TIPOS DE AGRICULTURAS
2.1.1 Agricultura convencional
Atualmente, a agricultura convencional ou industrial é definida pela Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (sigla em inglês: FAO) como sendo um tipo de produção industrializada e moderna
de animais e plantações que utiliza métodos técnico-científicos, econômicos e políticos, tais como: inovações
em maquinário e agroquímicos, tecnologia genética, produção em massa, criação de mercados consumidores,
patenteamento de recursos genéticos e foco principal no comércio internacional (FAO, 2006). É o tipo de agri-
cultura que se concentra na produção em massa de poucos produtos, com alto nível de tecnificação e grande
investimento de capital, dependente de energia, recursos e especialistas externos aos agroecossistemas, tendo
como uma de suas características principais a orientação nas fazendas agrícolas e pecuárias para um único de-
terminado produto focado na exportação e não na alimentação das comunidades locais (ECURED). No Brasil o
agronegócio constitui-se como a principal expressão da agricultura convencional.

O que conhecemos hoje como “agricultura convencional/industrial” é um processo construído ao longo de


séculos de descobertas, guerras e apropriação do mundo natural. O início desse processo deu-se, na Inglaterra,
com a Revolução Agrícola Inglesa, também chamada de Primeira Revolução Agrícola, ocorrida entre os séculos
XVIII e XIX. Essa revolução foi marcada pela apropriação privada do solo, violência e expulsão da população
rural de suas terras, resultando no êxodo rural que nutria de mão de obra a crescente produção manufatureira
e, posteriormente, as atividades industriais emergentes com a Revolução Industrial.

20 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 21
2.1.2 Agricultura Agroecológica
A palavra “agroecologia” foi introduzida pelo agrônomo russo Basil Bensin na literatura científica em 1928.
Bensin fez críticas à experimentação agronômica da época, que tinha como enfoque principal a maximização
da produção dos cultivos comerciais, sem levar em consideração os fatores ecológicos das culturas agrícolas e
dos ambientes onde eram cultivadas, deste modo ele definiu agroecologia como sendo a “aplicação da ecologia
na agricultura”, significado ainda empregado até a atualidade (WEZEL et al., 2009). Vários outros cientistas
empregaram o conceito nas décadas posteriores, mas até a década de 1950 a agroecologia ainda era sinônimo
de “ecologia agrícola”.

Com o passar dos anos a agroecologia tomou diferentes formas constituindo-se como uma ciência, um movi-
mento social e práticas agrícolas (WEZEL, 2009). O enfoque científico da agroecologia é usado para estudar,
diagnosticar e propor manejos alternativos de agroecossistemas com baixo uso de insumos externos, através da
integração de princípios agronômicos, ecológicos e socioeconômicos à compreensão e avaliação do efeito das
tecnologias sobre os sistemas agrícolas e a sociedade como um todo (ALTIERI, 1989, 1998).

As práticas de produção agroecológicas são desenvolvidas com base em conhecimentos científicos gerados no
âmbito de diversas disciplinas (economia, sociologia, geografia, agronomia, ecologia, biologia, engenharias,
entre outras), e também nos conhecimentos locais de técnicas de produção agrícola desenvolvidas e adaptadas
localmente pelas/os agricultoras/es. São práticas que visam à produção de quantidades significativas de alimen-
tos, que valorizam da melhor forma os processos ecológicos como a ciclagem de nutrientes, fixação biológica
de nitrogênio, regulação natural de pragas, conservação do solo e da água, conservação da biodiversidade e
sequestro de carbono. Como exemplos dessas práticas temos a fertilização orgânica, rotação de culturas, con-
trole biológico de pragas, policultivos, dentre outras.

No desenvolvimento das práticas agroecológicas a diversificação é fundamental, uma vez que elas são baseadas
em processos ecológicos e prestação de serviços ecossistêmicos. Essa diversificação é referente à integração de
culturas, cultivos ou consórcios mais diversificados e na valorização da biodiversidade natural para fins agríco-
las. Essa diversificação dos sistemas agrícolas garante uma série de benefícios ao agroecossistema, como uma

22 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


maior resiliência a perturbações, diminuição dos surtos de pragas e na produção de variados produtos de valores
alimentícios e comerciais (WEZEL et al., 2014).

Diferentemente da agricultura convencional, na agricultura de base agroecológica são adotados como princí-
pios básicos a menor dependência possível de insumos externos e a conservação e incorporação dos recursos
naturais nos processos produtivos.

Os sistemas agrícolas de base agroecológica visam a maximização da ciclagem de nutrientes e utilização da


energia, como forma de minimizar a perda de recursos nas diferentes fases de produção. Esse tipo de agricultura
é focada ainda em produtos para o abastecimento local/regional e visa a Soberania e Segurança Alimentar e
Nutricional (SAN) das/os agricultoras/es e consumidoras/es, com produção diversificada de alimentos que garanta
renda e acesso a diferentes mercados, contribuindo assim para a manutenção econômica dos agroecossistemas
e sistemas alimentares mais sustentáveis.

DIÁLOGOS E CONVERGÊNCIAS
Dimensões que interagem com a agroecologia
Conservação dos
recursos naturais
Viabilidade
econômica e Produção
qualidade sustentável
Soberania e
Objetivos Segurança Justiça
Econômicos
Alimentar e Ambiental
Nutricional
Autosuficiência Biodiversidade
alimentar
Agroecologia Economia Feminismo
Solidária
Satisfação das
necessidades Objetivos Objetivos
Funções do
ecossistema
Agroecologia
locais Sociais Ambientais

ARTICULAÇÃO NACIONAL DE AGROECOLOGIA


Desenvolvimento Comunicação
da agricultura Estabilidade
Saúde e Cultura
familiar Coletiva
Tecnologia de baixos insumos Direito à
Cidade
Fonte: Clara I. Nicholls, Miguel Altieri apud Cartilha Agroecologia: con-
trole de “pragas” e doenças, Fundação Konrad Adenauer Fortaleza, 2010.

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 23


2.1.3 Agricultura Orgânica
Walter James usou o termo agricultura orgânica pela primeira vez no livro Look to the Land (Olhe para a terra),
de 1940, onde também descrevia práticas e métodos agrícolas com uma abordagem holística e ecologicamente
equilibrada, com a fazenda sendo entendida como um “organismo” dentro desta perspectiva. Após a Segunda
Guerra Mundial, já com a Revolução Verde em curso, as pesquisas sobre agricultura orgânica foram ofuscadas
pelo desenvolvimento cada vez mais rápido de produtos químicos e pelo direcionamento dos maquinários
remanescentes da guerra à agricultura industrial. Mas os impactos desse modelo agrícola já eram sentidos em
vários países, o que resultou no surgimento de movimentos ambientalistas que tomaram força com a publicação
do livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, no ano de 1962.

Como resposta aos movimentos ambientalistas emergentes e à preocupação com os impactos da agricultura,
no ano de 1972 foi fundada em Versalhes (França) a Federação Internacional de Movimentos da Agricultura
Orgânica (IFOAM – sigla em inglês), com o objetivo principal de difundir informações sobre os princípios e
práticas da agricultura orgânica. Em 1984, o primeiro serviço de certificação orgânica foi fundado nos Estados
Unidos, e, na década de 1990, as primeiras legislações e padrões de certificação surgiram também nos EUA,
como resposta à pressão de agricultores e consumidores orgânicos pela regulação governamental da produção.

No Codex Alimentarius, uma coletânea internacional de padrões, códigos de conduta e rotulagem de alimentos,
a agricultura orgânica é definida como um sistema holístico de gestão da produção que promove e melhora
a saúde dos agroecossistemas, incluindo a biodiversidade, os ciclos biológicos e a atividade biológica do solo.
Nela é dada ênfase no uso de práticas de manejo em detrimento do uso de insumos não agrícolas, levando em
conta que as condições regionais requerem sistemas localmente adaptados. Isto é, usando, quando possível,
métodos culturais, biológicos e mecânicos em oposição ao uso de materiais sintéticos, para cumprir qualquer
função específica dentro do sistema (FAO, 2006).

24 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


Ainda de acordo com o Codex Alimentarius, um sistema de produção orgânica deve ser projetado para: a) au-
mentar a diversidade biológica em todo o agroecossistema; b) aumentar a atividade biológica do solo; c) manter
a fertilidade do solo a longo prazo; d) reciclar resíduos de origem vegetal e animal para devolver nutrientes à
terra; e) utilizar produtos renováveis em sistemas organizados localmente; f) promover o uso saudável do solo,
da água e do ar, bem como minimizar todas as formas de poluição que possam resultar de práticas agrícolas; g)
manusear produtos agrícolas com ênfase em métodos de processamento cuidadosos, a fim de manter a inte-
gridade orgânica e as qualidades vitais do produto em todas as etapas; h) estabelecer-se em qualquer fazenda
existente por meio de um período de conversão, cuja duração apropriada é determinada por fatores específicos
do local, tais como a história da terra e o tipo de lavoura e gado a ser produzido.

De acordo com a IFOAM, a definição aceita de agricultura orgânica é: “um sistema de produção que promove a
saúde dos solos, ecossistemas e pessoas. Tem como base os processos ecológicos, biodiversidade e ciclos adaptados
às condições locais em alternativa ao uso de insumos com efeitos adversos. A agricultura orgânica combina a
tradição, inovação e ciência de modo a ser benéfica para o espaço partilhado, promove relacionamentos justos
assegurando uma boa qualidade de vida a todos envolvidos” (IFOAM, 2008).

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 25


2.1.4 Agricultura Convencional, Agroecológica e Orgânica: um Quadro Comparativo
O quadro a seguir apresenta algumas características dos três modelos agrícolas abordados anteriormente e é
uma adaptação de informações apresentadas por Rosset e Altieri (1997), Rosset (2003), Chappell et al. (2013),
IPES-FOOD (2016) e IFOAM (2017).

Características Convencional Agroecológica Orgânica

Intensidade no uso do solo +++ + +


Agrobiodiversidade + +++ +++
Diversificação produtiva + +++ ++
Práticas de conservação do solo + +++ +++
Benefícios ao meio ambiente +++ +++
Adaptabilidade e resiliência + +++ +++
Manejo ecológico do solo + +++ +++
Eficiência no uso da água + +++ +++
Eficiência energética + +++ ++
Ciclagem de nutrientes + +++ +++
Impactos ambientais +++ + +
Riscos à saúde das pessoas e do ambiente +++

26 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


Características Convencional Agroecológica Orgânica

Tecnificação +++ + ++
Mecanização +++ + ++
Insumos externos +++ + ++
Insumos internos + +++ ++
Transgênicos +++
Uso de agrotóxicos +++
Investimento financeiro +++ + ++
Custo de produção +++ + ++
Nº de famílias no campo + +++ ++
Geração de empregos locais + +++ +++
Bem-estar dos trabalhadores da terra + +++ +++
Benefícios à saúde dos consumidores + +++ +++
Valorização e incorporação dos saberes locais e tradicionais +++ ++
Geração e compartilhamento do conhecimento ++ +++ +++
Compartilhamento dos benefícios + +++ +++
Diversificação de renda aos agricultores + +++ +++
Qualidade alimentar e nutricional + +++ +++
Produção de alimentos da cesta básica + +++ +++

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 27


28 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG
2.1.5 Agricultura Familiar Agroecológica
A agricultura agroecológica tem em sua centralidade as experiências, inovações e conhecimento gerado pelas
famílias agricultoras na produção de alimentos saudáveis, diversificados para si e para as populações que vivem
nas cidades.

A diversificação dentro do agroecossistema é prática essencial nesse tipo de agricultura, porque há interações
e fluxos entre todos os elementos que integram os subsistemas. Os sistemas biodiversos resistem melhor a
condições climáticas extremas e reduzem a vulnerabilidade dos sistemas de produção. Na contramão, o mo-
delo produtivo do agronegócio inviabiliza a produção sustentável porque, segundo Londres (2011), as vastas
extensões de monoculturas, em que se eliminam completamente os elementos da paisagem natural, reduzem
a biodiversidade ao extremo exaurindo os solos.

As sementes, mudas e raças adaptadas às condições locais, contribuem para a diversificação da produção ve-
getal e animal. Essas atividades agrícolas estão constantemente integradas, podendo existir na mesma área de
maneira rotacionada ou sequencial, de forma a otimizar a reciclagem dos nutrientes e a menor dependência
de insumos externos.

Os saberes tradicionais das/os agricultoras/es familiares e outras comunidades tradicionais sobre o ambiente, as
plantas, os animais e as formas de usá-los e manejá-los são conhecimentos tradicionais associados ao patrimônio
genético e reconhecidos legalmente dentro da legislação brasileira (Lei nº 13.123/2015 – Artigo 2º, inciso II).

Pode-se tomar como exemplo prático da lei dos conhecimentos tradicionais, citada anteriormente, o trabalho
realizado pela Articulação Pacari que produziu um “Protocolo Comunitário Biocultural das Raizeiras do Cerra-
do - Direito consuetudinário de praticar a medicina tradicional” com a perspectiva de valorizar o conhecimento
tradicional das raizeiras do cerrado e com o objetivo de oferecer um instrumento político que garanta os direi-
tos de quem faz o uso tradicional e sustentável da biodiversidade brasileira para a saúde comunitária (Dias e
Laureano, 2014).

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 29


As relações no campo, como a solidariedade e a união entre as famílias em busca de melhorias precisam ser va-
lorizadas e visibilizadas, tanto pela troca de excedentes da produção como pela cooperação, como por exemplo,
nos mutirões, na construção coletiva dos saberes e nas trocas de conhecimento entre as famílias.

A agricultura agroecológica perpassa pelas territorialidades e é preciso entender que há uma diversidade das ex-
periências desenvolvidas pelas famílias agricultoras em suas localidades. Dessa forma, cada família é protagonista
em sua prática, tendo como perspectiva as singularidades do seu modo de viver/organizar com o bioma. No campo
do conhecimento é importante que sejam feitas sistematizações centradas nas experiências de famílias agricul-
toras, sendo um importante instrumento pedagógico de construção coletiva do conhecimento agroecológico.

Como exemplo, pode-se citar o boletim impresso O Candeeiro e o Encontro Nacional de Agricultores Experimen-
tadores do Semiárido Brasileiro (ENAE), ambos produzidos pela Articulação do Semiárido Brasileiro. O ENAE, que
teve sua 5ª Edição no ano de 2018, valida os saberes das/os agricultoras/es para a agricultura familiar agroeco-
lógica, promovendo intercâmbios, rodas de conversas e plenárias com as/os agricultoras/es experimentadoras/
es partilhando as suas inovações.

Os quintais (arredores das casas) são, historicamente, espaços ocupados pelas mulheres, utilizados na multiplica-
ção de sementes; produção de alimentação rica, saudável e diversa de origem vegetal e animal; manutenção de

30 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


“farmácia viva”; dentre outros fins. Na agricultura agroecológica entendem-se os quintais como espaço produtivo,
visibilizando o trabalho das mulheres na gestão do agroecossistema.

Desde 2011 vem sendo feito um trabalho de construção da metodologia através das Cadernetas Agroecológicas
para tratar a produção das mulheres em seus quintais. Como desdobramento, Alves et al (2018) organizaram
os resultados do projeto “Os quintais das mulheres e a caderneta agroecológica na Zona da Mata de Minas
Gerais e nas regiões Sudeste, Sul, Amazônia e Nordeste: sistematização da produção das mulheres rurais e um
olhar para os quintais produtivos do Brasil” que apresenta reflexões sobre como a produção agroecológica se
fortalece com as mulheres e nos quintais.

É essencial não perder de vista a forma de abordar a agricultura, através de conhecimentos e métodos que
orientam a agricultura agroecológica, capaz de sustentar-se ao longo do tempo. Para Leff (2002) a agroecologia
é onde se amalgamam saberes e conhecimentos, ciências, tecnologias e práticas, artes e ofícios no forjamento
de novo paradigma produtivo e de vida. Dessa forma, a agroecologia aparece como uma alternativa viável e
integradora, com um manejo que respeita os limites da natureza e as características da cultura das/es agricul-
toras/es e camponeses.

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 31


3. FEIRA
INTERINSTITUCIONAL
AGROECOLÓGICA: RELATO
DE UMA EXPERIÊNCIA
EXITOSA
A propositura da Feira Interinstitucional Agroecológica com-
preende um espaço de trocas, saberes, resgate e valorização
da identidade alimentar tradicional, baseada em práticas
produtivas agroecológicas, geracionais, que evidenciam a
sustentabilidade econômica, social, cultural e ambiental.

Constitui espaço compartilhado, como mecanismos funda-


mentais para mudança de hábitos de consumo, pois facilita
o acesso a alimentos ecológicos; aproxima as/os consumido-
ras/es e agricultoras/es; incentiva a compra de comida “da
agricultura familiar goiana”; resgata a identidade alimentar
com seus signos e significados; induz a intersecção entre os
diferentes saberes prol ciência cidadã e a efetivação da SAN;
fortalece os movimentos populares; respeita a sazonalidade
e dá vazão à produção local, fortalecendo o desenvolvimento
rural mais sustentável e a agricultura familiar agroecológica.

32 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


Os órgãos públicos, dada sua função social e seu papel institucional em promover saúde com ênfase na ali-
mentação saudável para as/os servidores/as e comunidade, tornam-se corresponsáveis por impulsionar Sistemas
Agroalimentares mais sustentáveis em que o alimento é um Direito Humano e não mercadoria, onde o foco seja
a distribuição equânime a toda a população, e que todos os processos “da produção ao consumo” baseiam-se
em práticas agroecológicas, oriundas da agricultura familiar e a um preço justo e acessível.

Nessa perspectiva, a feira foi desenvolvida por meio do Projeto de Extensão “Feira Agroecológica: uma estra-
tégia de SAN no IFG e IF Goiano” o qual foi construído de forma intersetorial e colaborativa com os movimen-
tos populares a partir de 2017, sendo submetido pela Equipe de Promoção da Saúde do SIASS IF Goiano/IFG e
aprovado pela PROEX/IFG em 2018. Em 2019 no IF Goiano, foi submetido pelo Núcleo de Agroecologia do IF
Goiano/Câmpus Avançado Hidrolândia. Em abril de 2019 transformou-se em Programa Interinstitucional sendo
o Termo de Convênio assinado pelo IFG e a UFG.

A feira foi composta por agricultoras/es que cumpriram as especificidades da Chamada Pública 01/2019/COEXT/
DAS/PROEX, residentes no Estado de Goiás, que apresentaram o “Projeto de Venda de Alimentos” e a Declara-
ção de Aptidão ao Pronaf (DAP); que em todo “processo de produção de alimentos” desenvolveram práticas e
relações convergentes com a agroecologia. Vale ressaltar que elas/es assumiram corresponsabilidade e poten-
cializaram o ensino-pesquisa-extensão e as políticas institucionais.

As edições foram realizadas uma vez ao mês em 6 espaços: no IFG (reitoria e Câmpus Goiânia), na UFG no
Câmpus II (reitoria, ICQ/ICB) e no Câmpus I (FANUT) e na Companhia Nacional de Abastecimento-CONAB. Vale
ressaltar que a feira no primeiro semestre foi realizada no IF Goiano e no IESA/UFG.

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 33


Quadro com horários e espaços institucionais onde foram realizadas as edições das Feiras Agroecológicas

IFG e IF Goiano
HORÁRIO LOCAL
8:00 – 10:00 Reitoria/IFG
11:00 – 13:00 Câmpus Goiânia
14:00 – 16:00 Reitoria/IF Goiano

UFG
9:00 – 11:00 Reitoria
11:30 – 13:00 Pátio ICQ/ICB
15:00 – 17:00 FANUT

34 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


Foram realizados:

• 6 encontros na Comunidade João de Deus com o MCP, em Silvânia;


• 3 no Assentamento Canudos, em Palmeiras com o MOVIMENTO DE TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA;
• 4 atividades com os Núcleos de Agroecologia do IFG e IF Goiano;
• 9 Rodas de Conversas;
• 8 Oficinas;
• 4 falas compartilhadas em eventos institucionais com as/os agricultoras/es;
• 16 reuniões intersetoriais;
• 20 reuniões insterinstitucionais;
• 17 reuniões de acompanhamento das feiras;
• 4 produtos científicos;
• 1 TCC;
• 4 entrevistas na mídia televisiva e rádio.
• Carga Horária de aproximadamente 2.000 horas da equipe executora.

Que culminou em 39 edições incluindo os eventos institucionais no IFG, IF Goiano, UFG, CONAB e ALEGO. To-
das as edições contaram com o apoio das Equipes Locais, SIASS IF Goiano/IFG, ADUFG, SINT-IFESgo, CAS, CISSP.
Foram ofertados aproximadamente 100 variedades de alimentos de origem animal, frutas, folhosos, verduras,
legumes, doces, quitandas, farináceos, temperos, alimentos desidratados, leite e derivados, conservas e bebidas.

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 35


A feira oportunizou:

• Desenvolvimento de outros agroecossistemas e variedade de alimentos “in natura” e quitandas;


• Geração de Renda e protagonismo das agricultoras;
• Vivenciar a SAN e a alimentação saudável “do campo à cidade”;
• Horizontalidade dos saberes;
• Promoção da Alimentação Saudável (do campo à cidade);
• Empoderamento dos movimentos populares com ênfase no cooperativismo;
• Humanização no ambiente de trabalho;
• Atuação interdisciplinar no tripé acadêmico pela ciência cidadã e a inclusão produtiva;
• Criação do “Grupo Interinstitucional de Referência para a Execução do Projeto de Extensão” (Portaria nº
0242, de 24 de janeiro de 2020);
• Referência para a criação do Programa UFG na Agroecologia e da implementação da Política Institucional de
Alimentação e Nutrição do IFG.

Entre os desafios encontrados há o de estimular o consumo de alimentos “in natura”; as instituições disponibili-
zarem recursos para o deslocamento das/os agricultores/as e potencializar o cooperativismo entre os movimentos
populares. Foi uma experiência exitosa que oportunizou avançar no protagonismo das/os agricultoras/es “do
campo à cidade” e no tripé acadêmico para a implementação de políticas públicas/institucionais pró soberania
alimentar, SAN e agroecologia. O projeto será realizado em 2020.

36 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


3.1 Alimentos Ecológicos do Movimento de
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

Geleias, Doces, Açafrão, Ervas Desidratadas, Tempero


Completo com ervas e sal, Conservas de Verduras,
Pasta de Pequi, Trufa de Baru, Paçocas: Baru, Ger-
gelim e Carne Seca, Farinha de Mandioca, Polvilho,
Frango Caipira, Salaminho, Banana Prata, Banana
Chips e Passas, Farinha de Mandioca – Tipo Beijuzi-
nho, Queijo Coalho Ralado, Polpa de Frutas, Doce
de Leite, Rapadura, Trufas de Frutas, Geleias do
Cerrado, Ovo Caipira.

Objetivos principais:
Lutar pela terra;
Lutar pela reforma agrária,
Lutar por mudanças sociais no país.

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 37


3.2 Alimentos Ecológicos do Movimento Camponês
Popular (MCP)

Biscoito de Queijo, Mané Pelado, Gueroba, Pão Enrique-


cido com Abóbora, Repolho, Farofa, Polvilho, Banana Na-
nica, Laranja, Mexerica, Pimenta, Melancia, Mini Queijo
Requeijão, Gengibre, Bala de Gengibre, Mandioca, Feijão
Roxinho e Zebrinha, Pé de Moleque, Cocada, Manteiga
de Leite, Doce de Goiaba em Pasta, Abacate, Amendoim,
Cará, Inhame, Banana da Terra, Banana Prata, Banana
Maçã, Rapadura, Ovo Caipira, Carne de Porco na Lata,
Frango Caipira, Doce de Leite, Doce de Figo, Cebola,
Milho (espiga), Gordura de Porco, Jiló, Chuchu, Quiabo,
Abobrinha, Maxixe, Sucos Naturais de Frutas Sazonais,
Tomate Cereja, Couve, Cheiro Verde, Alface, Limão, Pe-
pino, Doces de Frutas Cristalizadas, Doces de Frutas em
Pedaços, Doces de Frutas e de Leite em pasta, Doce de
Ovos, Mel, Cenoura, Beterraba, Doce de Pau de Mamão.

Lema: Soberania Alimentar e Poder Popular!!!

38 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


Relato das/os agricultoras/es familiares do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),
Assentamento Canudos, Município de Palmeiras/GO

“essa feira é maravilhosa tanto come o nos-


so povo (como o motorista) e o chefe dele
(servidor) e isso pra gente é mais importante
do que a própria venda e o lucro”. Moacir
Amorim

“A importância de iniciativas como essa é


mostrar para a sociedade, principalmente
nós de assentamento da reforma agrária, que
no caso é o MST, dizer que nós não somos
bandidos, que nós não somos terroristas e
nós produzimos.”. Amélia Franz

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 39


Relato das/os agricultoras/es familiares do Movimento Camponês Popular (MCP), Comunidade João de
Deus, Município de Silvânia/GO

“(...) essas feiras é a nossa principal fonte de


renda. A gente nunca foi tão bem tratada”.
Leonice Dias de Oliveira Nascimento

“na reitoria do IFG as pessoas gostam mais


do suco sem açúcar, lá a gente vende tudo!!!
No IFG/Câmpus Goiânia as/os estudantes
preferem o mané pelado, já na reitoria do
IF Goiano se compra muita carne na lata e
requeijão”. Cleber de Oliveira

“Produzir a gente sabe”. Maria Marciana


De Sousa Canedo

40 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


3.3 Entrevistas e reportagens

IFG/Reitoria
https://bit.ly/37ZLVKT

IFG/Câmpus Goiânia
https://bit.ly/3bdlN0P

IFGoiano/Reitoria
https://bit.ly/2UAk1kT

Entrevista TV/UFG/Programa Conexões


https://bit.ly/3b9WmNH
https://bit.ly/394TsYQ
https://bit.ly/31niRKP
https://bit.ly/37Tq6MV
https://bit.ly/2RVtAce
https://bit.ly/2UvCOOd

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 41


3.4 Contribuição para o Conhecimento Agroecológico

Agro Centro-Oeste Familiar: Feira da Agricultura Familiar (ACOF) – 2019;


• Mulheres Guerreiras De Canudos: um Relato de Experiência na “Feira Agroecológica da Agri-
cultura Familiar”, nos Institutos Federais de Educação do Estado De Goiás;
Leoneide Pereira Batista e Elcimeire Maria Pereira - Grupo Mulheres Guerreiras de Canudos; Moacir Amorim
da Silva e Amélia Fraz - LiderançasdoMST/Palmeiras-GO; Ariandeny Furtado – Nutricionista SIASS IF Goiano/IFG.

• Cartilha Institucional Agroecológica do SIASS IF GOIANO/IFG: um relato de experiência de uma


construção compartilhada e participativa;
Ariandeny Furtado e Paula Christina Figueiredo - SIASS IF Goiano/IFG; Bárbara Lopes e Gustavo Wunderlich
-ONG ECOMAMOR; Denise Cândido e Renata David de Moraes -PROEX/IFG; Diogo Sousa -NEA/IFG/Cidade de
Goiás; Milton Dorneles -NEA/IF Goiano/Câmpus Urutaí; Vânia Marra -SES/SUVISA/GVE/CVPS “Grupo Intersetorial
de Referência em Agroecologia e Segurança Alimentar e Nutricional”.

• Café Camponês: uma experiência do Movimento Camponês Popular;


Lideranças do MCP: Leonice Dias O. Nascimento, Maria Marciana S.Canedo, Maria de Lourdes Bueno, Jossier
Boleão e as Nutricionistas Ariandeny Furtado (SIASSIFGoiano/IFG) e Tcherena Brasil (IFG/Câmpus Aparecida
de Goiânia).

42 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


Congresso Brasileiro de Agroecologia;
• Feira Interinstitucional Agroecológica da Agricultura Familiar em Goiás;
Interinstitutional Agroecological Fair of Agriculture Family in Goiás.
MARTINS, Bruno de Andrade1; FURTADO, Ariandeny Silva de Souza2; FIGUEIREDO, Paula Christina de Abrantes3.
1
Instituto Federal Goiano, bruno.martins@ifgoiano.edu.br; 2Instituto Federal de Goiás, ariandeny.furtado@ifg.
edu.br; 3Instituto Federal de Goiás, paula.figueiredo@ifg.edu.br.

Monografia apresentada ao Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de


Goiás, como requisito para a obtenção do título de Licenciada em Geografia;
Trabalho: Feira Interinstitucional Agroecológica na Universidade Federal de Goiás UFG em 2019 - impactos na
geração de renda e relações de soberania alimentar. Discente: Stéfanny da Cruz Nóbrega. Orientadora: Dra.
Lara Cristine Gomes Ferreira

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 43


4. Receitas Ecológicas 4.1 Bebidas

4.1.1 Suco Hibiscouve


Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Couve • 4 folhas médias 1º: Quando ferver a água, acrescentar o hibisco. Deixar em infusão por
• Salsinha • 1 maço 15min e coar. Reservar o chá.
• Rapadura • 3 pedaços pequenos 2°: Colocar a rapadura em uma panela no fogo baixo e aguardar derreter.
• Limão • 3 unidades 3º: Colocar no liquidificador o chá, couve, salsinha, o caldo dos limões e a
• Água • 1 litro rapadura derretida.
• Hibisco desidratado • 1xícara de café Rendimento: aproximadamente 1 litro

Equipe de criação: Helena Rodrigues, Marilia Bohnen e Marina Burjac da Costa.


Nutrientes: Cálcio, Vitamina C, Vitamina K, Potássio, Magnésio
“Foi uma experiência desafiadora, agradável e enriquecedora”

44 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


4.1.2 Suco Revitalizante
Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Couve • 2 Folhas Médias 1º: Cortar a couve e as cenouras em pedaços pequenos.
• Limão china • 4 Unidades 2°: Bater todos os ingredientes no liquidificador (exceto os limões).
• Rapadura • 3 Pedaços Médios 3º: Acrescentar o suco dos limões e mexer.
• Água gelada • 1 Litro Rendimento: 1,5L
• Cenoura • 1 Unidade Média

Dicas: que tal procurar substituir o açúcar pela rapadura?!


Para aumentar a absorção do Ferro da Couve e demais folhas, pingue gotas de frutas cítricas.

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 45


4. Receitas Ecológicas 4.2 Farofas

4.2.1 Farofa Maravilha


Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Banana chips • 1 pacote 1º: Picar a couve, a cebolinha e a salsinha.
• Couve • 1 maço 2°: Levar o salaminho à panela e fritá-lo na “própria” gordura em fogo baixo.
• Cebolinha • ½ maço Reservar toda a gordura dele.
• Salsinha • ½ maço 3º: Refogar a couve na gordura do salaminho. Acrescentar os temperos
• Salaminho defumado • 1 pedaço pequeno frescos, a banana chips e a farofa.
• Farofa pronta • 1 pote Rendimento: aproximadamente 500g
• Tília desidratada • 2 xícara de café

Equipe de criação: João Batista Bastos e Vânia Marra.


“Foi muito interessante encontrar os ingredientes que, a princípio, pareciam não combinarem. À medida que fomos dialogando, descobrimos uma nova receita”.
Sazonalidade: Couve dá o ano todo!!! Aproveita!!!

46 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


4.2.2 Farofa Agridoce
Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Paçoca de Gergelim • 1 Copo Americano 1º: Cortar a banana e o salaminho em cubos pequenos.
• Salaminho • 1 Xícara de Chá 2°: Colocar o salaminho em cubos na frigideira e levar ao fogo.
• Cebolinha • 3 Colheres de Sopa 3º: Acrescentar a banana desidratada.
• Banana Desidratada • 1 Xícara de Chá 4º: Desligue o fogo e acrescente a paçoca de gergelim e o cheiro verde.
Rendimento: aproximadamente 400g

Equipe de criação: Maisa Goncalves Ferreira, Bárbara Lopes e Eloneide.

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 47


4.2.3 Farofa de abóbora com semente
Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Abóbora japonesa • 1/4 Unidade Média 1º: Cortar a abóbora em cubos pequenos e assar as sementes no forno (até
pequena ficarem “sequinhas”).
• Sementes de abóbora • 8 Colheres de Sopa 2°: Refogar na manteiga até ficar ao dente.
• Farinha de mandioca --- 3º: Reservar e temperar.
• Cebolinha • ½ Maço 4º: Refogar a farinha com manteiga e acrescentar a abóbora.
• Manteiga • A gosto 5º: Adicionar a cebolinha e as sementes de abóbora assadas.
Rendimento: 700g

Equipe de criação: Paula Abrantes Figueiredo, Andrea Sugai Mortoza e Caio César Alencar de Sena.

48 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


4.2.4 Farofa saborosa
Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Talos de Brócolis • 1 xícara de chá 1º: Após separar os ingredientes, rale a cenoura, corte a cebolinha e
• Cenoura • 1 Unidade Média os talos de brócolis em pequenos pedaços e bata os ovos.
• Cebolinha Verde • ½ maço 2°: Coloque em uma panela a banha de porco, Após esquentar a ba-
• Ovos caipira • 3 Unidades nha, coloque o tempero, a cenoura, os talos do brócolois e o manjeri-
• Banha de porco • 1 Colher de Sopa cão. Deixe refogar bem!!!
• Manjericão Desidratado • 1 Colher de Café 3º: Acrescente os ovos batidos e mexa até ficarem cozidos, no fogo
• Tempero verde • ½ Colher de Sobremesa baixo.
• Farofa de carne seca • 1 copos americanos 4º: Adicione a farofa. Está pronto!!!
cheios

Equipe de criação: Ilza Santos e Silvânia Ribeiro.


Sazonalidade da Cenoura: Ano todo!!!

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 49


4. Receitas Ecológicas 4.3 Sobremesas

4.3.1 Doce de Leite com Banana Chips


Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Doce de Leite em Pasta • 1 Pote Pequeno Em uma vasilha misture o doce de leite com os dois pacotinhos de banana
• Banana Chips • 2 Pacotinhos chips. Está pronto!!!

Equipe de criação: João Batista Bastos e Vânia Marra

50 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


4.3.2 Taparú de banana e doce de leite
Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Polvilho doce • 2 xícaras de chá 1º: Junte o polvilho com a paçoca de baru e vai molhando aos poucos
• Paçoca de barú • 1 Potinho até ficar no ponto da
• Banana desidratada • 1 xícara de chá “Tapioca”.
• Água • 1 xícara de chá 2°: Em uma panela, espalhe a massa “até forrar o fundo da panela” e
• Doce de leite • 1 xícara de chá deixe em fogo baixo, até ficar uma “massa seca”. Reserve.
3º: Misture o doce de leite e a banana, coloque em uma das pontas
da massa e enrole.
Rendimento: aproximadamente 500g

Equipe de criação: Maisa Goncalves Ferreira, Bárbara Lopes e Eloneide.

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 51


4.3.3 Tapioca Rupequi
Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Água • 2 xícaras chá 1º: Preparar a massa - Bater a rúcula, o tempero e o creme de pequi
• Tempero caseiro • 1 colher de chá no liquidificador.
• Rúcula • 1 maço 2°: Colocar o “novo creme” no polvilho. Misturar.
• Chips de banana • 1 xícara de chá 3º: Acrescentar o caldo de figo com limão para regar a massa até dar
• Manjericão desidratado • 1 xícara de chá ponto.
• Farofa de gergelim • 4 colher de sopa 4º: Preparar o Recheio: triturar os chips de banana e misturar com a
• Creme de pequi • 7 colheres de sopa farinha de gergelim.
• Calda do doce de figo • 1 xícara de café 5º: Levar a massa ao fogo, como se fosse uma “tapioca comum”. Acres-
• Limão • 1 unidade centar o recheio.
• Água • 1 xícara de chá Rendimento: aproximadamente 13 pedaços pequenos.
• Polvilho doce • 3 xícaras de chá

Equipe de criação: Helena Rodrigues, Marco Aurélio P. Souza e Ana Paula Belo.
Nutrientes: O gergelim contém boas quantidades de fósforo, magnésio e potássio.

52 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


4.3.4 Misturinha delícia
Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Banana desidratada • 3 Colheres de Sopa 1º: Colocar a paçoca de gergelim em uma vasilha e misturar com
• Paçoca de barú • 1 Pote Médio a manteiga até ficar “consistente”.
• Manteiga • 2 Colheres de Sopa 2°: Colocar a massa nas forminhas individuais pequenas.
• Rapadura • 4 Pedaços Médios 3º: Enquanto assa. Cortar as bananas desidratadas e o queijo em
• Queijo minas fresco • 1 xícara de chá pedaços pequenos. Ralar a rapadura.
• Sal • A gosto 4º: Derreter a rapadura ralada no fogo e misturar com a banana.
5º: Dourar o queijo na manteiga.
6º: Colocar dentro da cestinha o queijo e a banana.

Equipe de criação: Creonice Silva Santos e Raíssa Picasso.


Nutrientes: Que tal substituir o açúcar por rapadura?! É uma delícia!!! Sazonalidade Gergelim: novembro planta e colhe em fevereiro.

4.3.5 Doce de leite de mocotó


Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Geléia de pele de porco • 3 Pedaços Médios 1º: Cozinhar o leite, a geleia e o miolo de abóbora até reduzir 1/3 do
• Leite de vaca --- volume. Aproximadamente 1h20’.
• Miolo de abobora • 2 Colheres de Sopa 2°: Jogar as raspas de limão china e o manjericãozinho.
• Raspas de limão • 1 Colher de Chá 3º: Deixar na geladeira por 30min e comer com o chips de abóbora.
• Manjericãozinho • A gosto

Equipe de criação: Paula Abrantes Figueiredo, Andrea Sugai Mortoza e Caio César Alencar de Sena
Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 53
4. Receitas Ecológicas 4.4 Opções Vegetarianas

4.4.1 Salada Cítrica com Chips de Banana


Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Alface • 1 pé 1º: Colocar o hibisco em 1 copo de água e deixar descansar até amolecer.
• Chips de banana • 1 xícara de chá 2°: Rasgar o alface e picar a cebolinha. Misturar.
• Hibisco desidratado • 1/2 xícara de chá 3º: Acrescentar o hibisco hidratado. Espremer o limão e acrescentar o tem-
• Cebolinha • 1 maço pero caseiro. Misturar.
• Limão • 1 unidade 4°: Colocar os chips por cima. Servir.
• Tempero caseiro • 1 colher de café rasa

Equipe de criação: Helena Rodrigues, Marilia Bohnen e Marina Burjac da Costa.


“Preparo fácil e rápido.”
Sazonalidade: Todos os meses exceto de “setembro a março”

54 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


4.4.2 Sanduíche Vegetariano da Agricultura Familiar
Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Pãozinho enriquecido de • 1 Unidade 1º: Em uma frigideira com água fervendo quebrar o ovo, deixar em
abóbora • 1 Unidade fogo médio e aguardar ficar “cozido”.
• Ovo caipira • 1 Folha Pequena 2°: amassar o queijo, colocar o sal, cebolinha e salsinha. Misturar.
• Alface • 1 Fatia Médias 3º: Colocar no pão o ovo e a mistura. Servir!
• Queijo Branco • A gosto
• Cebolinha e Salsinha • 1 Copo Americano
• Água

Equipe de criação: Tcherena Brasil e pai da Maisa. Dica: para o ovo poché colocar na água o vinagre para substituir o óleo.

4.4.3 Chips de abóbora


Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Abóbora Madura • 1 unidade pequena 1º: Cortar a abóbora com a casca, em rodelas finas. Para facilitar,
• Sal • A gosto utilize o ralador.
2°: Untar uma forma com manteiga e colocar as rodelas finas de
abóbora pra assar, durante aproximadamente 20 minutos.
3º: Temperar a gosto. Servir ainda quente.

Equipe de criação: Paula Abrantes Figueiredo, Andrea Sugai Mortoza e Caio César Alencar de Sena
Dica: Comer com doce de leite de mocotó. Sazonalidade: Dá o ano todo!!!

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 55


4.4.4 Omelete com brócolis
Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Cebolinha • 1 Maço 1º: Etapa: cortar o “brócolis com o talo” e a cebolinha em pequenos pedaços.
• Brócolis • 1 Maço Ralar o requeijão.
• Requeijão caseiro • 2 Fatias Médias 2°: Bater os ovos (a sugestão é usar o “batedor de ovos”) e acrescentar o
• Tempero verde caseiro • 1 Colher de Sobremesa tempero, o brócolis, a cebolinha e o requeijão, até formar uma “mistura
• Ovos caipira • 9 Unidades homogênea”.
• Manjericão desidratado • 1 Colher de Chá 3º: Untar uma forma com manteiga e despejar a mistura.
• Manteiga de leite • 1 Colher de Sopa 4º: Asse em forno médio por aproximadamente 35min.
Rendimento: uma forma média.

Equipe de criação: Ilza Santos e Silvânia Ribeiro.


Sazonalidade: Brócolis março a setembro.
“ A experiência foi enriquecedora em todos os sentidos; trocas, coletividade, criatividade e consciência de que tudo que estava na bancada era agroecológico”.

56 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


4.4.5 Tutu de Feijão com Banana Desidratada
Ingredientes Medida caseira Modo de preparo
• Couve • 4 folhas médias 1º: Cozinhar o feijão (esta variedade de feijão não necessita de ser
• Cebolinha • 1/2 Maço cozido na panela de pressão).
• Banana desidratada • 1 Pacote 2°: Picar a couve, banana desidratada e refogar junto com o feijão na
• Feijão roxinho • 4 Conchas médias Banha de Porco.
• Farinha de mandioca tipo • 2 Colheres de Servir 3º: Misturar bem. Acrescentar a farinha e por último a cebolinha.
beijuzinho Rendimento: aproximadamente 500g
• Banha de Porco • 1 Colher de sopa

Equipe de criação: Creonice Silva Santos e Raíssa Picasso.


Nutrientes: Couve contém Vitamina C e Ferro.
Dica: Prefira a Banha do que Margarina/Gordura Hidrogenada. Cuidado com a quantidade!!!
Sazonalidade do Feijão Roxinho: Planta em novembro e colhe em janeiro/fevereiro.

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 57


5. TEMAS PARA A REFLEXÃO
5.1 Fome, sobrepeso e obesidade versus a gourmetização da comida: quais as conexões
com a agricultura familiar agroecológica?
O atual cenário para as políticas públicas brasileiras aponta preocupações no campo da alimentação e nutrição.
A partir de marcações neoliberais do atual governo, estas importantes ferramentas para garantia de direitos
sociais estão sendo submergidas em um prato raso de desânimo e retrocesso com textura de austeridade.

O Brasil vem caminhando a passos largos de volta ao estarrecedor Mapa Mundial da Fome da Organização das
Nações Unidas pela Agricultura e Alimentação (FAO). Diversos grupos e redes de estudos renomados, apontam
a violação do Direito Humano à Alimentação e Nutrição Adequada (DHAA) no Brasil e na América Latina. Nesse
contexto, há a preocupante perda do acesso a uma alimentação justa, segura e saudável, onde o povo não tem
voz para decidir ou lutar sobre o próprio “ato de comer”.

Não há um projeto na atual conjuntura que garanta a ampliação e acesso a sistemas agroalimentares sustentáveis
e agroecológicos de base familiar. Assim, não há perspectivas que possam pautar a saúde e o bem estar social.
Entre os fatos, prevalecem os elevados índices de sobrepeso e obesidade na população e a perda sistemática da
cultura e identidade alimentar brasileira, tão rica, porém, tão frágil frente às políticas de expansão do grande
capital financeiro sobreposta pela indústria de produtos alimentícios e farmacêutica. E no olho do furacão o
ascendente fenômeno da gourmetização.

O termo Gourmet surge nos espaços em que as relações humanas são mediadas pela elitização da comida.
Nesses locais o comer caracteriza-se em dimensões de requinte na elaboração de pratos, o ‘’haute cuisine’’ (alta
culinária), onde a comida é feita com ingredientes diferenciados e posteriormente uma apresentação elabo-
rada, por vezes luxuosas. Outro fator intrínseco à gourmetização é o custo elevado da comida servida, o que

58 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


possivelmente ocorre pela necessidade de inserir técnicas ou materiais de luxo e requinte no que até então era
tradicional, comum e popular.

É uma tendência da gastronomia contemporânea a utilização de matérias-primas que respeitem a trajetória


e identidade local, mas de fato, quem está beneficiando-se dessa gourmetização? Os/as produtores/as locais
e seus conhecimentos tradicionais acerca da culinária ou o “chef” que se apropriou desses saberes e fazeres?

Não podemos admitir que a comida seja mercantilizada e que o direito social à alimentação passe a ser um
privilégio para poucas e poucos. É inconcebível o fato de chefes “renomados/as” estarem patenteando ingre-
dientes culinários do qual o acesso é ancestral.

Por isso devemos valorizar espaços em que o protagonismo popular evidencie a comida de verdade como pro-
moção da saúde e resgate das conexões entre práticas culinárias tradicionais, cultura alimentar, territorialidades
e a diversidade agroecológica nos cenários de produção do alimento dentro da perspectiva da SAN, sendo esta
a referência para a agricultura e o desenvolvimento rural mais sustentável. Nesse sentido, as feiras, a merenda
escolar, restaurantes populares e universitários, as praças, o campo e a cidade podem constituir-se enquanto
espaços de resistência e exigibilidade de direitos, sobretudo o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA).

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 59


5.2 Uma reflexão sobre a polissemia do desenvolvimento: pró Agroecologia ou Racio-
nalidade Capitalista?!
Vivenciamos no contexto do Capitalismo Global o olhar e as vivências hegemômicas que versam pela “civilização
ocidental” da cultura e dos modos de (sobre)viver, sendo o Ocidente a referência para o “desenvolvimento”.
Um desenvolvimento que é colonizador, capitalista e que potencializa a globalização, que é sinônimo de epis-
temicídio.

É preciso descolonizar!!!! Para avançarmos em um modelo de desenvolvimento que dialogue com a sustentabi-
lidade e evidencie suas dimensões econômica, ecológica, social, cultural, política e ética. Um desenvolvimento
que transcenda o “lucro imposto na racionalidade capitalista” e reconheça as singularidades em seus signos e
significados das territorialidades, de modo a corroborar para o “Desenvolvimento Rural e de Agriculturas mais
Sustentáveis” em diálogo com a Segurança Alimentar e Nutricional das comunidades, o protagonismo das/os
agricultoras/es, inclusão social, empoderamento dos movimentos populares, trocas de saberes, pertencimento,
memória coletiva e a consciência sociopolítica. Sendo essas intersecções a referência para a ampliação do pa-
radigma agroecológico e da sustentabilidade.

Nessa perspectiva, o “desenvolvimento local” torna-se reflexo do modelo imposto em âmbito mundial, já que
a globalização legitima a Agricultura Industrial Capitalista e dita as normas do Sistema Econômico. E materia-
liza-se nos territórios das comunidades, gerando o aumento da desigualdade/miséria/pobreza, o que dificulta
a efetivação dos Direitos Humanos, o acesso aos bens/serviços e as políticas públicas.

Somadas a essas dimensões há o baixo investimento nas políticas públicas e a criminalização dos movimentos
populares que atuam prol Agricultura Familiar agroecológica pois os interesses governamentais nem sempre
dialogam com a agroecologia.

Esse contexto político atual é pautado na fragmentação dos setores que, somado à desorganização e falta de
habilidades/competências e olhar sociopolítico, potencializa a inércia institucional e o não cumprimento do
papel social ético/institucional “do campo à cidade”.

60 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


No âmbito acadêmico, a formação é geralmente desconexa de práticas e metodologias que evidenciam o “novo
paradigma da agroecologia” sendo o foco a “demanda da agricultura industrial capitalista”, a “competitividade
individualista” e a desconexão entre o ensino-pesquisa-extensão e a sustentabilidade (em todos os seus níveis)
nas práticas agrícolas e no desenvolvimento rural, bem como na etnoecologia.

No máximo chegam a “agricultura ecologizada”! Porém, cabe aqui uma ressalva, pois há muitas/os pesqui-
sadoras/es que são referência na sistematização da ciência da agroecologia que é “Latino Americana” e que
demonstraram que a ciência pode ser “cidadã e corroborar para uma sociedade mais justa e equânime para
todas as pessoas”, porém, ainda são exceções à regra.

É preciso resistir e subverter!!! E quiçá tecer práticas que oportunizem de forma compartilhada e participativa a
racionalidade dos ecossistemas, o redesenho dos agroecossistemas agroecológica, o fortalecimento dos circuitos
curtos, as trocas de saberes e experiências com as/os agricultoras/es, de modo que todas as pessoas (dentro e
fora da academia) possam ser corresponsáveis por subsidiar/impulsionar os Sistemas Alimentares Sustentáveis
que dialoguem com a Agroecologia.

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 61


6. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, J. Da ideologia do progresso à ideia de desenvolvimento (rural) sustentável. In: ALMEIDA, J.; NAVARRO, Z. (orgs.). Re-
construindo a agricultura: ideias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável. 1ed. Porto Alegre: Editora da
Universidade (UFRGS), 1997. p. 33-55.

ALTIERI, M. A. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Porto Alegre: UFRGS, 1998, 110 p.

ALTIERI, M. A. Agroecology: a new research and development paradigm for world agriculture. Agriculture, Ecosystems and En-
vironment, [S.l.], v. 27, p. 27-46, 1989.

ALTIERI, M. A. Agroecology: principles and strategies for designing sustainable farming systems. Berkeley: University of California,
1995, 9 p.

ALTIERI, M. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. 4o Edição. Porto Alegre, editora UFRGS, 2004.

ALVES, L. M.; ALVARENGA, C.; CARDOSO, E.; CASTRO, N.; SAORI, L.; TELLES, L. Caderneta agroecológica e os quintais: Sistematiza-
ção da produção das mulheres rurais no Brasil /. Minas Gerais: Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata, 2018. 100 p.

CAPORAL, F. R, ANTÔNIO, J. Análise multidimensional da sustentabilidade: uma proposta metodológica a partir da agroecologia.
Rev. Agroecol. e Desenv. Rur. Sustent., Porto Alegre, v.3, n.3, Jul/Set 2002.

CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A.; PAULUS, G. Agroecologia: matriz disciplinar ou novo paradigma para o desenvolvimento rural
sustentável. In: CAPORAL, F. R.; AZEVEDO, E. O. (Orgs.). Princípios e perspectivas da Agroecologia, [S.l.]: Instituto Federal do
Paraná, 2011. Cap. 2, p. 45-80.

CHAPPELL, M. J. et al. Food sovereignty: an alternative paradigm for poverty reduction and biodiversity conservation in Latin Ame-
rica. F1000 Research, [S.l.], v. 2, p. 1-18, 2013.

DIAS, J. E.; LAUREANO, L. C. Org. Protocolo comunitário biocultural das raizeiras do Cerrado: direito consuetudinário de prati-
car a medicina tradicional /Turmalina : Articulação Pacari, 2014. 32 p. il. color.

62 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


ECURED. Agricultura industrial. Disponível em: <https://www.ecured.cu/Agricultura_industrial>. Acesso em: 15 nov. 2019.

EHLERS, E. O que é agricultura sustentável. São Paulo: Brasiliense, 2017, 62p.

ELLSWORTH, J. The History of Organic Food Regulation. Cambridge: Harvard University, 2001, 29 p.

FAVARETO, A. A abordagem territorial do desenvolvimento rural – mudança institucional ou “inovação por adição”? Estudos Avançados,
24(68), 2010. p.299-319.

FILHO, P. F. et al. Agricultura Orgânica: quando o passado é futuro. Rio de Janeiro: BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 15, p. 3-34, 2002.

Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). Codex Alimentarius: Organically produced foods. Roma: FAO, 2006, 68 p.

IAMAMOTO, A. T. V. Agroecologia e desenvolvimento rural. 2005. 80 f. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) – Departamento de
Ciências Florestais, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2005.

IFOAM. A global vision and strategy for organic farming research: condensed version. Frick: IFOAM – Organics International, 2017, 52 p.

IFOAM. Definition of organic agriculture: portuguese translation. Disponível em: <https://www.ifoam.bio/sites/default/files/page/files/


doa_portuguese.pdf>. Acesso em 15 nov. 2019.

IFOAM. Princípios da agricultura orgânica. Disponível em: <https://www.ifoam.bio/sites/default/files/poa_portuguese_web. pdf>. Acesso


em 15 nov. 2019.

IFOAM. The world of organic agriculture statistics in emerging trends. Frick: Organic Agriculture (FiBL) and IFOAM – Organics International,
2019, 353 p.

IPES-FOOD - The International Panel of Experts on Sustainable Food Systems. Breaking away from industrial food and farming systems:
Seven case studies of agroecological transition. Bruxelas: IPES-FOOD, 2016, 110 p.

LEFF, E. Agroecologia e saber ambiental. In: Revista de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, Porto Alegre, v.3, no 1, p.36-51,2002.

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 63


LONDRES, F. Agrotóxicos no Brasil – um guia para ação em defesa da vida. Rio de Janeiro: Assessoria e Serviços a Projetos em
Agricultura Alternativa, 2011.

LUTZENBERGER, J. A. O absurdo da agricultura. Estudos Avançados, São Paulo, v. 15, n. 43, p.61-74, 2001.

MAZOYER, M.; ROUDART, L. História das Agriculturas do Mundo: do Neolítico à Crise Contemporânea. Trad. Cláudia F. Falluh
Balduino Ferreira. São Paulo/Brasília: Edunesp/NEAD/MDA, 2010, 568p.

ORGANIS – Conselho Brasileiro de Produção Orgânica e sustentável. Consumo de produtos orgânicos no Brasil: primeira pes-
quisa nacional sobre o consumo de orgânicos. Curitiba: Organis e Market Analysis, 2017, 57 p.

PAULL, J. From France to the World: The International Federation of Organic Agriculture Movements (IFOAM). Journal of Social
Research & Policy, [S.l.], v. 1m n. 2, p. 93–102, 2010.

PAULL, J. Lord Northbourne, the man who invented organic farming, a biography. Journal of Organic Systems, [S.l.], v. 9, n. 1, p.
32-53, 2014.

ROSSET, P. M. Food Sovereignty: global rallying cry of farmer movements. Backgrounders, [S.l.], v. 9, n. 4, n.p., 2003.

ROSSET, P. M.; ALTIERI, M. A. Agroecology versus input substitution: A fundamental contradiction of sustainable agriculture, So-
ciety & Natural Resources: An International Journal, [S.l.], v. 10, n.3, p. 283-295, 1997.

ROSSET, P. M.; ALTIERI, M. A. Agroecology versus input substitution: A fundamental contradiction of sustainable agriculture, Society
& Natural Resources: An International Journal, [S.l.], v. 10, n.3, p. 283-295, 1997.

WARNER, K. D. Agroecology in Action: Extending Alternative Agriculture Through Social Networks. Cambridge: Mit Press, 2006.
273 p.

WEZEL, A. et al. Agroecological practices for sustainable agriculture. A review. Agronomy for Sustainable Development, [S.l.], v.
34, n. 1, p. 1–20, 2014.

WEZEL, A. et al. Agroecology as a science, a movement and a practice. A review. Agronomy for Sustainable Development, [S.l.],
v. 29, p. 503–515, 2009.

64 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


7. ANEXOS
7.1. Anexo I - Oficina de Receitas Ecológicas

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 65


7.2 Anexo II - Campanhas de Divulgação

66 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


7.3 Anexo III - Vivências na Feira Agroecológica

Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 67


7.4 Anexo IV - Dia de Campo com agricultoras/es

68 Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG


Cartilha Pró Agroecologia 2º Edição – SIASS IF Goiano/IFG 69
Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor - IF Goiano/ IFG

INSTITUTO FEDERAL
Goiás

INSTITUTO FEDERAL
Goiano

Você também pode gostar