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6.

DIMENSIONAMENTO – ENGRENAGENS HELICOIDAIS (Critérios e seleção)

No dimensionamento do sistema de transmissão manual que será utilizado na Nissan Frontier


foram utilizadas as equações e fatores de segurança conforme AGMA (American Gears
Manufacturers Association) para engrenagens.

Foram levadas em consideração algumas condições para seu uso:


- A razão de contato foi maior que 1 e menor que 2;
- Não há interferência entre o topo e a raiz dos dentes nem corte no topo dos dentes;
- Há uma pequena folga entre as duas engrenagens em engrenamento;
- Os dentes são padronizados e com bom acabamento superficial;
- As forças de atrito são desprezível devido ao bom acabamento;

Para o dimensionamento foram usadas as equações AGMA para a tensão de flexão e para o
desgaste superficial, que são as duas causas de danos em engrenagens, mas antes de expor as
equações para o calculo das tensões, vamos analisar as forças nas engrenagens helicoidais.
Durante a transmissão de potência através de engrenagens, atuam sobre os dentes forças que
causarão reações nos mancais e solicitações internas dos dentes, no corpo das rodas, nos eixos, etc. A
figura abaixo tem a decomposição das forças e as forças resultantes durante a transmissão de
potencia.

Considera-se a força resultante Fn atuando normalmente à hélice do dente sobre a


superfície cilíndrica primitiva, na direção da linha de ação. A direção da força Fn é obtida com a
interseção do plano normal com o plano de ação. É importante saber o que significam todas as forças
e o que causam em um projeto de um engrenamento, o dimensionamento de um eixo ou a escolha de
um mancal de rolamentos, por exemplo, são questões diretamente afetadas pelas forças geradas nas
engrenagens. A força resultante é a composição das forças nas direções axial, radial e tangencial.

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A Força Axial, Fa, causará carga axial nos mancais e flexão nos eixos. A Força Radial,
Fr, também causará flexão nos eixos, reações nos mancais e cisalhamento.

A força de interesse na transmissão de potência é a Força Tangencial, Ft, que é a


força efetiva na transmissão do torque, Ft também causará flexão, cisalhamento e torção nos
eixos e reações nos mancais.

RELAÇÕES ENTRE AS FORÇAS

Para o cálculo das forças é necessário ter em mente o conceito de dimensões de operação, pois
estas são as que definem as forças que aparecem no funcionamento de uma transmissão por
engrenagens. É importante a especificação da montagem da transmissão, uma montagem fora do
previsto alterará os raios de operação, a distância entre centros de operação e o ângulos de operação, o
que modificará as forças e provavelmente a adequação do projeto. As equações abaixo relacionam as
forças com as dimensões e a potência transmitida:

O torque transmitido na engrenagem é dado em ( Kgf . mm) por:

Os valores N e n são respectivamente a potência transmitida (em CV) e a rotação (em rpm).
Os valores representados com linha são os valores comentados de operação do engrenamento.

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A equação AGMA para a tensão de flexão atuante:

O valor de obtido está em Kpa, então temos que dividir esse valor por 1000 e obtemos o
valor da tensão de flexão em Mpa.
A seguir vamos especificar todos os fatores e restrições que serão utilizados no
dimensionamento da caixa de transmissão.

Carga tangencial Wt (KN):

Wt = (2 T) / db; onde o T é o torque sentido na engrenagem, ou seja, a engrenagem 1 sente o


torque que vem do motor, a engrenagem 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quando engrenadas sentem o torque do
motor ampliado pelo relação de transmissão no primeiro estágio, e as engrenagens 8, 9, 10, 11 e 12
quando engrenadas sentem o torque do motor ampliado pela relação de transmissão total para cada
marcha; e o db é o diâmetro primitivo de trabalho da engrenagem quando essa tem correção ou caso
não tiver correção se usa o do, que é o diâmetro primitivo. O torque T é o torque máximo a 1700
Rpm.

Fator de aplicação Ka

Onde a carga real excede a força tangencial nominal Wt é usado o Ka. No nosso caso a fonte
de potência varia conforme a aceleração e os choques geralmente são uniformes, conforme Norton,
pág 628, para motor multi – cilindros com choques leves Ka = 1,25, esse valor será usado para o
dimensionamento de todas as engrenagens pois já estamos dimensionando para a máxima carga
transmitida.

Fator dinâmico Kv

Levam em conta as cargas de vibração internamente causadas pelos impactos de dentes contra
dentes induzidos no engrenamento, e corrige imprecisões na fabricação e no acoplamento do
conjunto, esse fator depende do numero de qualidade Qv e da velocidade tangencial no diâmetro
primitivo ou do diâmetro primitivo de trabalho para quando está tiver correção.
Qv = 11;
B = 0,25;
A = 92
Vt = [(db x n x 3,1416) / 60.000] m/s;
Onde n = rotação da engrenagem em Rpm e depende da relação de transmissão;
Kv = {A / [A + (200 x Vt)0,5]}0,25
Largura do dente F (m)

Não é aconselhável usar a largura do dente maior que o diâmetro primitivo do pinhão, e para o
nosso caso admitimos que no engrenamento o pinhão e a coroa em a mesma largura para a igual
distribuição da carga.
Conforme Norton pág 628, usaremos F entre (3 x Mn x 3,1416 e 5 x Mn x 3,1416), onde Mn
é o modulo normal em m.

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Modulo frontal Ms (m)

Ms = (Mn / cos o) / 1000.

Fator de forma Ks

O fator de tamanho e forma corrige alguma alteração quanto á uniformidade em relação às


propriedades do material. Como a escolha do material é adequada e apropriada como também a
dureza superficial é homogênea, adota para todas as engrenagens KS = 1.

Fator de distribuição de carga Km

Qualquer desalinhamento axial ou desvio na forma do dente fará com que a carga transmitida
Wt seja distribuída desigualmente sobre a largura do dente da engrenagem.
Nossa montagem e engrenagens são de precisão; temos mínima folga nos mancais e a largura
das engrenagens menores que 50,8mm, adotamos então para todas as engrenagens:- Km = 1,3.

Fator de geometria ou fator geométrico J

Para a determinação do fator geométrico para engrenagens de dentes helicoidais, usamos os


gráficos da pág 700 conforme Shigley, esse fator depende do numero de dentes do pinhão e da coroa
como também do ângulo de hélice o.
J = J’ x Fm, onde J’ obtemos da fig. 14-7 e o Fm fator multiplicador na fig. 14-8; Tendo o
ângulo de pressão on = 20º para todas as engrenagens.

A equação AGMA para tensão á flexão admissível (teórica)

No dimensionamento das engrenagens desta caixa, a tensão de flexão atuante no dente é


menor que a tensão admissível á flexão do dente:

Limite teórico de resistência à tensão de flexão St

Conforme tabela 11-20, pág. 638 do Norton selecionamos um aço de alta liga, classe AGMA -
A5, com tratamento térmico de tempera por indução e revenimento, (dureza no núcleo 40-42 HRC),
com dureza superficial de 534 - 555 HB, (53-55 HRC), e resistência à flexão entre 290 – 390 Mpa.
Para estimar St usamos o gráfico da fig. 11-25, pág. 638 do Norton, com a equação da reta
transformada para obtermos o valor de St em Mpa e não em Psi:

St = 20,55 + 1,176 HB – 9,584 x 10 -4 x (HB) 2 = 337 Mpa. Onde HB é a dureza superficial


do material após o tratamento térmico; por segurança consideramos a mínima dureza superficial que
podemos obter para o material das engrenagens escolhido HB = 400 HB.

Fator de vida KL

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Com o fator de vida consegue-se estimar a vida útil da engrenagem, conforme fig. 11-24, pág.
637 do Norton, a AGMA sugere que: a porção abaixo da zona hachurada é tipicamente usada para
aplicações de serviço critico onde pouca crateração e desgaste de dente são permissíveis e onde se
requer suavidade de operação e níveis muito baixo de vibração:

KL = 1,6831 (N) -0,0323; onde N é a vida em ciclos da engrenagem, como queremos um N = 108
ciclos para todas as engrenagens, KL = 0,9283.

Fator de temperatura Kt

Como as engrenagens trabalharão imersas em óleo dentro da caixa, com uma temperatura
máxima para o óleo de 120º C, o fator de temperatura para as engrenagens fica Kt = 1.

Fator de confiabilidade Kr

O valor de resistência da AGMA baseia-se na probabilidade estatística de 1 falha em 100


amostras, ou uma confiabilidade de 99 %; como para nós esta é satisfatória, então KR = 1.

Fator de segurança a flexão do dente Ns

O fator de segurança contra a falha a flexão é encontrada comparando-se a tensão de flexão


admissível e atuante.

Ns =  adm / f.

Como as nossas condições de carregamento são conhecidas e fizemos as escolhas dos


fatores adequadamente juntamente com as condições de mínimo espaço e peso da nossa caixa,
as engrenagens foram dimensionadas para um Ns entre 1 e 1,5. Somente as engrenagens 1 e 2
foram dimensionadas para um Ns entre 1,5 e 2, pois estas estão sempre sobre carregamento.

A equação AGMA para a tensão de contato (desgaste superficial) atuante:

O valor de  c é obtido em Kpa pela equação acima, então tem que dividir este valor por 1000
para obtermos o valor em Mpa.

Os fatores Ca, Cm, Cv e Cs são iguais, respectivamente a Ka, Km, Kv e Ks, os valores de
I, Cp e Cf serão definidos abaixo:

Coeficiente elástico Cp

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O coeficiente elástico é um fator de correção que depende de fatores como o coeficiente de
Poisson e do modulo de elasticidade do material do pinhão e da engrenagem.
O coeficiente Cp da AGMA em unidades (Mpa)0,5, conforme tabela 11-18 pag. 632 do Norton,
Aço x Aço, Cp = 191 (Mpa)0,5. Este valor é aplicado em todas as engrenagens.

Fator de acabamento da superfície Cf

Para engrenagens feitas pelos métodos convencionais a AGMA estabelece Cf = 1, esse valor
pode ser aumentado para levar em conta acabamentos superficiais grosseiros ou para levar em conta a
presença sabida de tensões residuais detrimentais. Então Cf = 1.

Fator de geometria I

Para engrenagens de dentes helicoidais:

I = [(cos os x sen os) / 2 Un] x [ i / (i + 1)]. Onde:

- os é o ângulo de pressão frontal;


- i relação de transmissão entre o pinhão e a corroa que estão sendo analisadas.
- Un razão de distribuição de carga, Un = tgs / (0,95 x g);
- tgs = Ms x 3,1416 x cos os;
- Ms é o modulo frontal;
- g comprimento útil da linha de ação, g = e1 + e2 – (ab x sen os).
- pinhão com sub-indice 1 e coroa com sub-indice 2;
- e1 = [(re1)2 – (rg1)2]0,5;
- e2 = [(re2)2 – (rg2)2]0,5;
- ab distância entre centro dos eixos = 137 mm

A equação AGMA para a tensão de contato superficial admissível (teórica):

No dimensionamento das engrenagens a tensão de contato atuante no dente é menor que a


tensão de contato admissível ao contato.

Os fatores Ct e Cr são iguais, respectivamente a Kt e Kr. Os demais serão especificados


abaixo:

Limite de resistência à fadiga de contato Sc

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Conforme tabela 11-21, pág. 641 do Norton selecionamos um aço de alta liga, classe AGMA -
A5, com tratamento térmico de tempera por indução e revenimento, (dureza no núcleo 40-42 HRC),
com dureza superficial de 534 - 555 HB, (53-55 HRC), e resistência à fadiga de contato entre 1100 e
1200 Mpa.
Para estimar Sc usamos o gráfico da fig. 11-27, pág. 642 do Norton, com a equação da reta
transformada para obtermos o valor de Sc em Mpa e não em Psi:

Sc = 182,77 + 2,382 x HB = 1135 Mpa. Onde HB é a dureza superficial do material após o


tratamento térmico; por segurança consideramos a mínima dureza superficial que podemos obter para
o material das engrenagens escolhido HB = 400 HB.
Fator de vida da superfície CL

A AGMA sugere que a porção inferior da zona hachurada da figura 11-26 pág.639 do Norton
é tipicamente usada para aplicações de serviço críticos e onde a suavidade de operação e os níveis
baixos de vibração são requeridos, então:
CL= 2,466 N-0,056, onde N é a vida em ciclos da engrenagem, como queremos um N = 10 8
ciclos para todas as engrenagens, Cr = 0,8790.

Fator de razão de dureza

Este é um fator da razão de engrenamento e da dureza relativa do pinhão e engrenagem. Ele


leva em conta situações nas quais os dentes do pinhão são mais duros que os dentes das engrenagens
e, assim, atuam para endurecer a superfície do dente da engrenagem quando em funcionamento. O Ch
é aplicado somente para a resistência do dente da coroa, não do pinhão, então:
- Ch = 1 para o pinhão.
- Ch = 1 + A (i – 1) para a corroa;
- Onde A = 0 para (HB pinhão / HB coroa) < 1,2; como na nossa especificação a dureza da
corroa e do pinhão são iguais à razão entre as durezas esta em torno de 1, essa variação poderá
acontecer devido a alguma falha no tratamento térmico, então A = 0.
Com isso Ch = 1 para todas as engrenagens.

Fator de segurança de contato na superfície do dente Nc

O fator de segurança contra a falha ao desgaste é encontrado comparando-se a tensão de


contato admissível e atuante.

Nc =c adm / c

O desgaste superficial é uma situação mais critica que a tensão de flexão. Engrenagens
bem projetadas normalmente não quebram um dente por fadiga causada pela tensão de flexão,
mas o desgaste superficial é inevitável, em função disso o fator de segurança de contato para a
caixa de transmissão foi determinado para um Nc > 15.

5. Determinação da relação de transmissão no primeiro estágio e da 1º marcha

A figura 1 apresenta o esquema da caixa de transmissão:

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Figura 1 – Esquema dos trens de engrenagens de uma caixa de transmissão.

Esta caixa possui cinco marchas à frente e uma a ré, cuja combinação de engrenagens está
mostrada na tabela 1.

Marcha Trem de engrenagens


1ª 1-2-7-12
2ª 1-2-6-11
3ª 1-2-5-10
4ª 1-2-4-9
5ª 1-2-3-8

Tabela 1 – Trens de engrenagens para diferentes marchas

Caixa de transmissão: Câmbio Manual de 5 marchas para frente e 1 á ré.

Relação de Tolerância ±0,5%


Marcha
redução (It) Menor Maior
1ª 3,716: 1 3,6975 3,7345
2ª 2,239: 1 2,2278 2,2501
3ª 1,475: 1 1,4676 1,4823
4ª 1,00: 1 0,9950 1,005
5ª 0,749: 1 0,7452 0,7527

Tabela 2 - Relação de redução das 5 marchas e a tolerância da relação de transmissão


admitida para cada marcha.

A seguir tem o memorial de cálculo, considerações e as justificativas para


determinarmos os números de dentes do par de engrenagens de entrada e o da primeira
marcha, para podermos dar inicio ao dimensionamento das engrenagens e obtenção de um
entre centros de eixo o mais próximo da situação mais otimizada.

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Segundo Tuplin a relação do primeiro estágio:

I 1,2 = [(3 x It) / 2]0,5 = [(3 x 3,716) / 2]0,5 = 2,360.

Como 1,20 < I 1,2 < 1,40, o I 1,2 acima calculado está fora das especificações. Assim vamos
partir pelo método da tentativa, admitindo um valor intermediário de I 1,2 inicialmente, I 1,2 = 1,30:

Então: I 7,12 = It / I 1,2 = 3,716 / 1,3 = 2,8588.

Admitimos um nº mínimo de dentes, 15 dentes para não termos que fazer correções
microgeométricas e termos uma maior resistência à flexão do dente do pinhão.

Então: Z 12 = I 7,12 x Z 7 = 2,8588 x 15 = 42,88 (pode ser Z 12 = 42 dentes ou 43 dentes);

- I 7,12 = 43 / 15 = 2,8666; confirmando It = 2,8666 x 1,3 = 3,7266 “ok”.


- I 7,12 = 42 / 15 = 2,8; confirmando It = 2,8 x 1,3 = 3,64 “fora das especificações”.

Determinação de um entre centro inicial:

Como a 1º marcha é a que tem que agüentar o maior torque, ou seja, as maiores esforços, é
essa marcha que faz a Nissan começar o movimento e tirar todo sua inércia do repouso, admitimos
então um Mn = 4 mm e um o = 35º, para começarmos o dimensionamento:

- a = [(Z7 + Z12) x Mn] / (2 x cos 35º) = [(15 + 43) x 4] / (2 x cos 35º) = 141,60mm.
- o entre centro inicial será então ab = 142 mm.

Dimensionaremos os pares de engrenagens que tiverem correções sempre com correções


positivas.
Com esse valor de entre centro “ab” determinaremos o nº de dentes do par de engrenagens Z1
e Z2; admitindo para esse engrenamento valores intermediários de modulo e ângulo de hélice, Mn = 3
mm e o = 25º.

- Z2 = I 1,2 x Z1;
- Z1 = (142 x 2 cos 25º) / (3 x 2,3) = 37,30 (pode ser Z 1 = 37 dentes ou 38 dentes);
Então:
Z2 = 1,3 x 37 = 48,1 (admitindo 48 dentes), ou:
Z2 = 1,3 x 38 = 49,4 (admitindo 49 dentes);

Verificando uma nova relação de transmissão I 1,2:

I 1,2 = Z2 / Z1 = 48 / 37 = 1,2972
I 1,2 = 49 / 38 = 1,2894

Verificando com os novos valores de I 1,2 acima encontrados o novo It:

It = I 1,2 x I 7,12 = 1,2972 x 2,8666 = 3,7185 “ok, dentro das especificações”;


It = 1,2894 x 2,8666 = 3,6964 “fora das especificações”

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DADOS DE ENTRADA:

Z1 = 37 DENTES Z 7 = 15 DENTES
Z2 = 48 DENTES Z12 = 43 DENTES
I 1,2 = 1,2972 I 7,12 = 2,8666
It = 3,7185

As relações de transmissão obtidas inicialmente serão fixas e não terão mais modificações,
como também os números de dentes destas engrenagens. As relações de transmissão e numero de
dentes das próximas quatro marchas serão obtidas por simulação via Excel (tabelas em anexo) a fim
de obtermos as condições especificadas de tolerância e condições de mínimo espaço e peso dentro dos
fatores de segurança adequados e especificados no item dimensionamentos de engrenagens
helicoidais.

DADOS DE ENTRADA COM POSSÍVEIS MODIFICAÇÕES:

ab = 142 mm o 1,2 = 25º o 7,12 = 35º


Mn 7,12 = 4 mm Mn 1,2 = 3 mm

Os valores acima foram admitidos inicialmente para determinarmos as relações de transmissão


de entrada (primeiro estágio) e da primeira marcha como também os respectivos números de dentes
dos dois pares de engrenagem, mas esses valores serão modificados a fim de obtermos as condições
de mínimo espaço e peso, como também o fator de segurança de cada par de engrenagem mais
adequado e dentro das especificações, obtidos por simulação via Excel (tabelas em anexo).

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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
PROFESSOR: IVANDRO CECCONELLO
DISCIPLINA: ELEMENTOS DE MÁQUINAS II

PROJETO E DIMENSIONAMENTO DE UMA


CAIXA DE TRANSMISSÃO MANUAL

FABIANO CHIES
FERNANDO POZZA
SILVANO DOTTA

Caxias do Sul
Setembro de 2007

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1. PROBLEMA DO PROJETO:

Este trabalho tem como finalidade dimensionar os trens de engrenagens contidos em uma
caixa de transmissão manual que será utilizada em um veiculo automotor. Será determinado o
material a ser utilizado na confecção das engrenagens bem como o módulo, o número de dentes e o
ângulo de hélice para as 12 engrenagens e determinado a tensão de flexão teórica e tensão de contato
atuante para as 5 marchas verificando-se seus coeficientes de segurança.
O trabalho ainda possui um memorial descritivo contendo:
- Especificações de Projeto: Dados de entrada e saída.
-Memória de cálculo: tabelas e catálogos consultados, cálculos de dimensionamento,
especificações de materiais e tratamentos térmicos, considerações e justificativas adotadas durante o
projeto.
- O dimensionamento do módulo e o número de dentes para as engrenagens 1 a 12,
obedecendo às restrições relativas à correção das distâncias entre centros, alinhamento de eixos, e
relações de transmissão;
- O dimensionamento do trem de engrenagens para as cinco marchas, além do par de
engrenagens primário;
- Desenhos de conjunto (esquemático) de componentes do sistema de transmissão, com as
dimensões principais de cada uma das engrenagens.

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2. RESTRIÇÕES DE PROJETO:

 A caixa deve ser projetada para as condições de mínimo espaço e peso;


 Diâmetro do eixo do motor “eixo piloto” de 40 mm, para o rolamento;
 Engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais, com ângulo de hélice entre 19º a 35º;
 Engrenagens de aço, especificadas segundo normas SAE ou ABNT e AGMA;
 Modulo pode variar de 0,1 em 0,1mm;
 Máxima diferença obtida para as relações de transmissão é de 0,5%;
 O eixo motor e o eixo de saída devem estar alinhados;
 A relação de transmissão do par de engrenagens de entrada (1 e 2) deve obedecer à
condição: 1,20 < I 1,2 < 1,40;
 A espessura circular do dente Se no diâmetro externo das engrenagens deve ser maior
que 1,2 mm;
 O mínimo numero de dentes é 15 dentes;
 Qualidade das engrenagens AGMA - Qv = 11;
 Ângulos de pressão disponível: 14,5º, 20º, 25º.
 Range de módulo x aplicação: modulo de 2 – 4 mm; ônibus, camionetes.

2.1. CRITÉRIO E SELEÇÕES:

- Ângulo de pressão on = 20º;


- Numero de ciclos: N = 108 ciclos;
- Confiabilidade de 99 %;
- Torque de entrada Te = 340 N.m, máximo torque;
- Material AGMA, classe A5, atende satisfatoriamente as nossas necessidades;
- Distancia entre centro otimizado, ab = 137 mm, (encontrada via Excel);
- Ângulo de hélice o = varia conforme o par de engrenagem, a fim de otimizar a nossa caixa;
- Modulo Mn = varia conforme o par de engrenagem, a fim de otimizar a nossa caixa.

2.2. METODOLOGIA

Neste trabalho de dimensionamento de uma caixa de transmissão, foram utilizados recursos de


uma planilha de cálculos eletrônica para o perfeito dimensionamento de cada trem de engrenagens.
Foram realizadas diversas tentativas de cálculos, visando atender os requisitos de projeto e a
melhor dimensão das engrenagens.
Outro ponto crucial no dimensionamento será manter as relações de marchas requeridas pelo
veículo, evitando assim que os resultados encontrados afetem o desempenho do conjunto.

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3. DADOS DE ENTRADA:
NISSAN - FRONTIER
Os dados técnicos a serem usados como referência no projeto da caixa refere a Nissan –
Frontier, conforme listados abaixo.

Fig. 1- Nissan Frontier, veiculo pelo qual vamos dimensionar a caixa de transmissão.

Tabela 1 – Dada técnicos da Nissan – Frontier.

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Fig. 2- Desenhos representativos da caixa a ser dimensionada.

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Fig. 3- Desenho representativo do sincronizador.

Abaixo representamos os engrenamentos da 1º à 4º marcha e o ré.

PUNTO MUERTO PRIMERA VELOCIDAD SEGUNDA VELOCIDAD

TERCERA VELOCIDAD CUARTA VELOCIDAD MARCHA ATRÁS

Fig. 4- Desenho representativo dos engrenamentos das marchas.

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4. DIMENSIONAMETO GEOMÉTRICO DAS ENGRENAGENS HELICOIDAIS

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7. TABELA COMPACTA COM OS DADOS DE SAÍDA PARA AS CINCO MARCHAS
E PARA A MARCHA DE ENTRADA.

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8. DESENHO ESQUEMÁTICO DA CAIXA DE TRANSMISSÃO

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10. BIBLIOGRAFIA:

Niemann, G. Elementos de máquinas V2 e V3 – Ed. Edgard Blücher, São Paulo. 1971.

Norton, R. L. Projeto de máquinas. Uma abordagem integrada. Ed. Bookman. 2º ed., 2004.

Shigley, J.E. Machine Elements. Ed. McGraw-Hill Book Company. New York. 1986.

Shigley, J.E. Mischke, C.R. Standard Handbook of Machine Design. Ed. McGraw-Hill Book
Company. New York. 1986.

Luciano, Marcos. Apostila de Elementos de Máquinas II. Elementos de Máquinas II.


Engenharia Mecânica. Universidade de Caxias do Sul.

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9. CONCLUSÃO:

Para o correto dimensionamento do sistema de transmissão identificamos todas as condições de


serviços, carregamentos e esforços, a partir disso definimos o melhor material e tratamentos térmicos
que atenda nossas especificações, condições e necessidades. Para a caixa dimensionada o que melhor
se enquadrou foi o material AGMA classe A5.
Como as condições de serviço eram bem conhecidas e definimos corretamente todos os fatores
que influenciam nas tensões de flexão e de contado, obtivemos os fatores de segurança conforme
normas da AGMA que proporcionara um sistema de transmissão compacto com mínimo peso e
espaço com total segurança e confiabilidade.
Dimensionamos uma transmissão para que o Ns, coeficiente de segurança a flexão, ficasse
entre 1,2 a 1,5 e que o Nc, coeficiente de segurança de contato, fosse elevado, pois o desgaste
superficial é uma situação mais critica que a tensão de flexão. Engrenagens bem projetadas
normalmente não quebram um dente por fadiga causada pela tensão de flexão, mas o desgaste
superficial é inevitável.

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