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Para o dimensionamento foram usadas as equações AGMA para a tensão de flexão e para o
desgaste superficial, que são as duas causas de danos em engrenagens, mas antes de expor as
equações para o calculo das tensões, vamos analisar as forças nas engrenagens helicoidais.
Durante a transmissão de potência através de engrenagens, atuam sobre os dentes forças que
causarão reações nos mancais e solicitações internas dos dentes, no corpo das rodas, nos eixos, etc. A
figura abaixo tem a decomposição das forças e as forças resultantes durante a transmissão de
potencia.
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A Força Axial, Fa, causará carga axial nos mancais e flexão nos eixos. A Força Radial,
Fr, também causará flexão nos eixos, reações nos mancais e cisalhamento.
Para o cálculo das forças é necessário ter em mente o conceito de dimensões de operação, pois
estas são as que definem as forças que aparecem no funcionamento de uma transmissão por
engrenagens. É importante a especificação da montagem da transmissão, uma montagem fora do
previsto alterará os raios de operação, a distância entre centros de operação e o ângulos de operação, o
que modificará as forças e provavelmente a adequação do projeto. As equações abaixo relacionam as
forças com as dimensões e a potência transmitida:
Os valores N e n são respectivamente a potência transmitida (em CV) e a rotação (em rpm).
Os valores representados com linha são os valores comentados de operação do engrenamento.
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A equação AGMA para a tensão de flexão atuante:
O valor de obtido está em Kpa, então temos que dividir esse valor por 1000 e obtemos o
valor da tensão de flexão em Mpa.
A seguir vamos especificar todos os fatores e restrições que serão utilizados no
dimensionamento da caixa de transmissão.
Fator de aplicação Ka
Onde a carga real excede a força tangencial nominal Wt é usado o Ka. No nosso caso a fonte
de potência varia conforme a aceleração e os choques geralmente são uniformes, conforme Norton,
pág 628, para motor multi – cilindros com choques leves Ka = 1,25, esse valor será usado para o
dimensionamento de todas as engrenagens pois já estamos dimensionando para a máxima carga
transmitida.
Fator dinâmico Kv
Levam em conta as cargas de vibração internamente causadas pelos impactos de dentes contra
dentes induzidos no engrenamento, e corrige imprecisões na fabricação e no acoplamento do
conjunto, esse fator depende do numero de qualidade Qv e da velocidade tangencial no diâmetro
primitivo ou do diâmetro primitivo de trabalho para quando está tiver correção.
Qv = 11;
B = 0,25;
A = 92
Vt = [(db x n x 3,1416) / 60.000] m/s;
Onde n = rotação da engrenagem em Rpm e depende da relação de transmissão;
Kv = {A / [A + (200 x Vt)0,5]}0,25
Largura do dente F (m)
Não é aconselhável usar a largura do dente maior que o diâmetro primitivo do pinhão, e para o
nosso caso admitimos que no engrenamento o pinhão e a coroa em a mesma largura para a igual
distribuição da carga.
Conforme Norton pág 628, usaremos F entre (3 x Mn x 3,1416 e 5 x Mn x 3,1416), onde Mn
é o modulo normal em m.
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Modulo frontal Ms (m)
Fator de forma Ks
Qualquer desalinhamento axial ou desvio na forma do dente fará com que a carga transmitida
Wt seja distribuída desigualmente sobre a largura do dente da engrenagem.
Nossa montagem e engrenagens são de precisão; temos mínima folga nos mancais e a largura
das engrenagens menores que 50,8mm, adotamos então para todas as engrenagens:- Km = 1,3.
Conforme tabela 11-20, pág. 638 do Norton selecionamos um aço de alta liga, classe AGMA -
A5, com tratamento térmico de tempera por indução e revenimento, (dureza no núcleo 40-42 HRC),
com dureza superficial de 534 - 555 HB, (53-55 HRC), e resistência à flexão entre 290 – 390 Mpa.
Para estimar St usamos o gráfico da fig. 11-25, pág. 638 do Norton, com a equação da reta
transformada para obtermos o valor de St em Mpa e não em Psi:
Fator de vida KL
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Com o fator de vida consegue-se estimar a vida útil da engrenagem, conforme fig. 11-24, pág.
637 do Norton, a AGMA sugere que: a porção abaixo da zona hachurada é tipicamente usada para
aplicações de serviço critico onde pouca crateração e desgaste de dente são permissíveis e onde se
requer suavidade de operação e níveis muito baixo de vibração:
KL = 1,6831 (N) -0,0323; onde N é a vida em ciclos da engrenagem, como queremos um N = 108
ciclos para todas as engrenagens, KL = 0,9283.
Fator de temperatura Kt
Como as engrenagens trabalharão imersas em óleo dentro da caixa, com uma temperatura
máxima para o óleo de 120º C, o fator de temperatura para as engrenagens fica Kt = 1.
Fator de confiabilidade Kr
Ns = adm / f.
O valor de c é obtido em Kpa pela equação acima, então tem que dividir este valor por 1000
para obtermos o valor em Mpa.
Os fatores Ca, Cm, Cv e Cs são iguais, respectivamente a Ka, Km, Kv e Ks, os valores de
I, Cp e Cf serão definidos abaixo:
Coeficiente elástico Cp
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O coeficiente elástico é um fator de correção que depende de fatores como o coeficiente de
Poisson e do modulo de elasticidade do material do pinhão e da engrenagem.
O coeficiente Cp da AGMA em unidades (Mpa)0,5, conforme tabela 11-18 pag. 632 do Norton,
Aço x Aço, Cp = 191 (Mpa)0,5. Este valor é aplicado em todas as engrenagens.
Para engrenagens feitas pelos métodos convencionais a AGMA estabelece Cf = 1, esse valor
pode ser aumentado para levar em conta acabamentos superficiais grosseiros ou para levar em conta a
presença sabida de tensões residuais detrimentais. Então Cf = 1.
Fator de geometria I
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Conforme tabela 11-21, pág. 641 do Norton selecionamos um aço de alta liga, classe AGMA -
A5, com tratamento térmico de tempera por indução e revenimento, (dureza no núcleo 40-42 HRC),
com dureza superficial de 534 - 555 HB, (53-55 HRC), e resistência à fadiga de contato entre 1100 e
1200 Mpa.
Para estimar Sc usamos o gráfico da fig. 11-27, pág. 642 do Norton, com a equação da reta
transformada para obtermos o valor de Sc em Mpa e não em Psi:
A AGMA sugere que a porção inferior da zona hachurada da figura 11-26 pág.639 do Norton
é tipicamente usada para aplicações de serviço críticos e onde a suavidade de operação e os níveis
baixos de vibração são requeridos, então:
CL= 2,466 N-0,056, onde N é a vida em ciclos da engrenagem, como queremos um N = 10 8
ciclos para todas as engrenagens, Cr = 0,8790.
Nc =c adm / c
O desgaste superficial é uma situação mais critica que a tensão de flexão. Engrenagens
bem projetadas normalmente não quebram um dente por fadiga causada pela tensão de flexão,
mas o desgaste superficial é inevitável, em função disso o fator de segurança de contato para a
caixa de transmissão foi determinado para um Nc > 15.
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Figura 1 – Esquema dos trens de engrenagens de uma caixa de transmissão.
Esta caixa possui cinco marchas à frente e uma a ré, cuja combinação de engrenagens está
mostrada na tabela 1.
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Segundo Tuplin a relação do primeiro estágio:
Como 1,20 < I 1,2 < 1,40, o I 1,2 acima calculado está fora das especificações. Assim vamos
partir pelo método da tentativa, admitindo um valor intermediário de I 1,2 inicialmente, I 1,2 = 1,30:
Admitimos um nº mínimo de dentes, 15 dentes para não termos que fazer correções
microgeométricas e termos uma maior resistência à flexão do dente do pinhão.
Como a 1º marcha é a que tem que agüentar o maior torque, ou seja, as maiores esforços, é
essa marcha que faz a Nissan começar o movimento e tirar todo sua inércia do repouso, admitimos
então um Mn = 4 mm e um o = 35º, para começarmos o dimensionamento:
- a = [(Z7 + Z12) x Mn] / (2 x cos 35º) = [(15 + 43) x 4] / (2 x cos 35º) = 141,60mm.
- o entre centro inicial será então ab = 142 mm.
- Z2 = I 1,2 x Z1;
- Z1 = (142 x 2 cos 25º) / (3 x 2,3) = 37,30 (pode ser Z 1 = 37 dentes ou 38 dentes);
Então:
Z2 = 1,3 x 37 = 48,1 (admitindo 48 dentes), ou:
Z2 = 1,3 x 38 = 49,4 (admitindo 49 dentes);
I 1,2 = Z2 / Z1 = 48 / 37 = 1,2972
I 1,2 = 49 / 38 = 1,2894
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DADOS DE ENTRADA:
Z1 = 37 DENTES Z 7 = 15 DENTES
Z2 = 48 DENTES Z12 = 43 DENTES
I 1,2 = 1,2972 I 7,12 = 2,8666
It = 3,7185
As relações de transmissão obtidas inicialmente serão fixas e não terão mais modificações,
como também os números de dentes destas engrenagens. As relações de transmissão e numero de
dentes das próximas quatro marchas serão obtidas por simulação via Excel (tabelas em anexo) a fim
de obtermos as condições especificadas de tolerância e condições de mínimo espaço e peso dentro dos
fatores de segurança adequados e especificados no item dimensionamentos de engrenagens
helicoidais.
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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
PROFESSOR: IVANDRO CECCONELLO
DISCIPLINA: ELEMENTOS DE MÁQUINAS II
FABIANO CHIES
FERNANDO POZZA
SILVANO DOTTA
Caxias do Sul
Setembro de 2007
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1. PROBLEMA DO PROJETO:
Este trabalho tem como finalidade dimensionar os trens de engrenagens contidos em uma
caixa de transmissão manual que será utilizada em um veiculo automotor. Será determinado o
material a ser utilizado na confecção das engrenagens bem como o módulo, o número de dentes e o
ângulo de hélice para as 12 engrenagens e determinado a tensão de flexão teórica e tensão de contato
atuante para as 5 marchas verificando-se seus coeficientes de segurança.
O trabalho ainda possui um memorial descritivo contendo:
- Especificações de Projeto: Dados de entrada e saída.
-Memória de cálculo: tabelas e catálogos consultados, cálculos de dimensionamento,
especificações de materiais e tratamentos térmicos, considerações e justificativas adotadas durante o
projeto.
- O dimensionamento do módulo e o número de dentes para as engrenagens 1 a 12,
obedecendo às restrições relativas à correção das distâncias entre centros, alinhamento de eixos, e
relações de transmissão;
- O dimensionamento do trem de engrenagens para as cinco marchas, além do par de
engrenagens primário;
- Desenhos de conjunto (esquemático) de componentes do sistema de transmissão, com as
dimensões principais de cada uma das engrenagens.
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2. RESTRIÇÕES DE PROJETO:
2.2. METODOLOGIA
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3. DADOS DE ENTRADA:
NISSAN - FRONTIER
Os dados técnicos a serem usados como referência no projeto da caixa refere a Nissan –
Frontier, conforme listados abaixo.
Fig. 1- Nissan Frontier, veiculo pelo qual vamos dimensionar a caixa de transmissão.
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Fig. 2- Desenhos representativos da caixa a ser dimensionada.
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Fig. 3- Desenho representativo do sincronizador.
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4. DIMENSIONAMETO GEOMÉTRICO DAS ENGRENAGENS HELICOIDAIS
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7. TABELA COMPACTA COM OS DADOS DE SAÍDA PARA AS CINCO MARCHAS
E PARA A MARCHA DE ENTRADA.
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8. DESENHO ESQUEMÁTICO DA CAIXA DE TRANSMISSÃO
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10. BIBLIOGRAFIA:
Norton, R. L. Projeto de máquinas. Uma abordagem integrada. Ed. Bookman. 2º ed., 2004.
Shigley, J.E. Machine Elements. Ed. McGraw-Hill Book Company. New York. 1986.
Shigley, J.E. Mischke, C.R. Standard Handbook of Machine Design. Ed. McGraw-Hill Book
Company. New York. 1986.
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9. CONCLUSÃO:
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