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Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento.


ISSN 1981-9919 versão eletrônica
P e r i ó d i c o d o I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e s q u i s a e E n si n o e m F i s i o l o g i a d o E x e r c í c i o
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ANÁLISE DA EFICÁCIA DA CIRURGIA BARIÁTRICA NA REDUÇÃO


DE PESO CORPORAL E NO COMBATE À OBESIDADE MÓRBIDA
1,2 1,3 1
Josilene Rubia Murara , Larissa Linhares Borges de Macedo , Rafaela Liberali

RESUMO ABSTRACT

O objetivo do presente estudo é analisar a Analysis of the Efficiency/Effective of Bariatric


eficácia da cirurgia bariátrica na redução de Surgery (Anti-Obesity Gastroplasty) on the
peso corporal e no combate à obesidade Weight Loss and Against Severe Obesity
mórbida. A metodologia utilizada foi o
levantamento bibliográfico em três livros e nas The objective of the present study is to analyze
bases de dados Medline, Scielo e Lilacs, the efficiency of bariatric surgery on weight
sendo selecionados 64 artigos, a partir do ano loss and against to severe obesity. Methods:
de 1992. Segundo a OMS (Organização the technique included a bibliographic research
Mundial de Saúde), classifica-se a obesidade in 3 books and at scientific on-line magazines
considerando-se o IMC (Índice de Massa Medline, Scielo, lilacs, being selected 64
Corporal) e baseando-se nos riscos de articles, since 1992. Obesity is an illness
mortalidade independente do gênero e idade. characterized for an abnormal accumulation of
A abordagem clínica (reeducação alimentar, body fat in relation to the body size, that can
atividade física e medicamentos) geralmente é result in many complications to health in a
ineficaz e, por isso, a cirurgia bariátrica é uma short or long-term, being considered ,
opção de tratamento. São candidatos para o nowadays, the biggest nutritional disorder in
tratamento cirúrgico os pacientes com IMC development countries. According to WHO
maior que 40 kg/m² ou maior/igual a 35kg/m² (World Health Organization), obesity is
com comorbidades associadas. Existem três classified by BMI (Body Mass Index) and in
tipos de técnicas cirúrgicas: as restritivas, as risks of mortality independent of sex and age.
disabsortivas e as mistas. Pesquisas de The clinical treatment for severe obesity
campo envolvendo cirurgia bariátrica e (nutritional education, physical activity and
redução de peso corporal mostram que a medicines) usually doesn’t work, and that’s
maior parte da população a realizar cirurgia why, bariatric surgery is one option from
tem entre 37,9 e 39,7 anos; a técnica cirurgia treatment. Patients with BMI≥40 kg/m² or
mais utilizada é gastroplastia com bypass ≥35kg/m² with comorbities related. There are 3
gastrojejunal distal (tipo Fobi-Capella); o types of chirurgical techniques: restrictive,
período médio de acompanhamento de disabsortives and mix. Researches involving
pacientes operados é de 1 a 2 ano pós bariatric surgery and weight loss show that a
intervenção cirúrgica; e, quanto à perda de large amount of candidates to surgery have
peso corporal como efeito da cirurgia ages between 37,9 and 39,7, the technique
bariátrica, foi observada em todos os estudos. more used is bypass gastric (Fobi-Capella),
A conclusão da cirurgia, entretanto, não the period of attendance of operated patients is
finaliza o tratamento da obesidade. Pelo between 1 and 2 years after surgery and, the
contrário, é o início de um período de 1 a 2 weight body loss as effect of the surgery,
anos de mudanças comportamentais, happened in all studies. The surgery, wowever,
alimentares e de exercícios físicos. does not conclude the treatment for obesity.
It’s started a period of 2 years of changes on
Palavras-chaves: obesidade mórbida, behavior, nourishment and exercises.
cirurgia bariátrica, redução de peso corporal,
evolução/acompanhamento pós-cirurgia. Key words: morbid obesity, bariatric surgery,
weight loss, pos- chirurgical evaluation.

1- Programa de Pós-Graduação Lato Sensu Endereço para correspondência:


da Universidade Gama Filho em Obesidade e Email: josimurara@yahoo.com.br
Emagrecimento.
2- Nutricionista. Bacharel em Nutrição pela 3- Nutricionista. Bacharel em Nutrição pela
Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI/SC. Universidade Positivo - UNICENP/PR.

Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.2, n. 7, p. 87-99, Jan/Fev. 2008. ISSN 1981-9919.
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INTRODUÇÃO obesidade são os pilares principais do


tratamento. Entretanto, o tratamento
convencional para a obesidade mórbida
A obesidade é uma doença continua produzindo resultados insatisfatórios,
caracterizada pelo acúmulo anormal de com 95% dos pacientes recuperando seu peso
gordura corporal, em relação ao tamanho do inicial em até dois anos. Devido à necessidade
corpo, podendo acarretar várias implicações à de uma intervenção mais eficaz na condução
saúde a médio ou longo prazo, sendo clínica de obesos graves, a indicação das
considerada, atualmente, a maior desordem operações bariátricas vem crescendo nos dias
nutricional dos países desenvolvidos e em atuais (Segal e Fandiño, 2002).
desenvolvimento (Vasquez e colaboradores, É consenso na literatura que a cirurgia
2003). bariátrica é considerada atualmente, o mais
É uma epidemia que atinge cerca de efetivo tratamento para a redução do peso e
1,7 bilhões de pessoas no mundo, havendo manutenção dessa perda em pacientes com
mais de 2,5 milhões de mortes ao ano por obesidade grave (Kushner, 2000; Ferraro,
doenças relacionadas à doença (Buchwald e 2004).
Williams, 2004). No Brasil, dados do Instituto O objetivo da cirurgia bariátrica é a
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), perda de peso mantida de pelo menos 50% do
segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares - excesso de peso, mas mais importante do que
38,8 milhões de pessoas com 20 anos ou isso é a melhoria das complicações e doenças
mais, estão acima do peso, o que significa associadas. É comum ocorrer uma rápida e
40,6% da população total do país, sendo 10,5 significativa perda de peso, pós-cirurgia,
milhões de obesos (IBGE, 2002). seguida de uma fase mais estável em 18 a 24
A Organização Mundial da Saúde meses. É também comum haver algum ganho
classifica a obesidade baseando-se no Índice de peso no 2º e 5º ano pós-cirurgia (Balsiger e
de Massa Corporal (IMC) e no risco de colaboradores, 2000),
mortalidade associada. Assim, considera-se Esta pesquisa caracteriza-se como
obesidade quando o IMC encontra-se acima uma pesquisa bibliográfica, que levantou
2
de 30 kg/m . Além disso, valores iguais ou dados bibliográficos em dois livros e nas bases
2
superiores a 40 kg/m são classificados como de dados Medline, Scielo e Lilacs, sendo
obesidade mórbida ou grave (Choban e selecionados 64 artigos, a partir do ano de
colaboradores, 2002). 1992.
A obesidade mórbida tem aumentado Teve como objetivo analisar através
significativamente nas últimas décadas, de uma pesquisa bibliográfica, a eficácia da
particularmente nos países desenvolvidos e é cirurgia bariátrica na redução de peso corporal
hoje em dia uma importante causa de e no combate à obesidade mórbida.
complicações médicas precoces e mortes
prematuras (Mcginnis e Foege, 1993).
Entre as conseqüências da obesidade OBESIDADE
estão o desenvolvimento de enfermidades
coronarianas, hipertensão, alterações da
função da bomba cardíaca, diabetes melitus A obesidade, enquanto doença
precoce, hipoventilação ou apnéia do sono e crônica, tem sua busca de resultados em
embolia pulmonar. Outras doenças que podem qualquer modalidade terapêutica, centrada na
estar associadas ao excesso de peso são: mudança da morbi-mortalidade de longo prazo
colelitíase, osteoartrite degenerativa, úlcera (Lyznicki e colaboradores, 2001).
venosa, hérnia hiatal, inguinal ou umbilical e A perda de peso pode ser obtida
câncer de útero, mama e cólon (Csendes e diminuindo-se a ingestão calórica,
colaboradores, 1999). Tais comorbidades aumentando-se a atividade física, com uso de
diminuem a longevidade e prejudicam a medicamentos e procedimentos cirúrgicos.
qualidade de vida, aumentando a Entretanto, apenas aproximadamente 20% dos
probabilidade de fracassos dos tratamentos obesos conseguem fazer mudanças em
menos invasivos (Segal e Fandiño, 2002). hábitos de vida e de maneira muito irregular.
A orientação dietética, a programação Isso faz com que os programas de perda de
de atividade física e o uso de fármacos anti- peso baseados somente em dieta mais

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atividade física sejam freqüentemente redução do excesso de peso (Skroubis e


ineficazes: em torno de 90% a 95% das colaboradores, 2002), proporcionando não
pessoas que perdem peso voltam a recuperá- apenas o controle ou erradicação das
lo ou ganham ainda mais (Herron, 2004). comorbidades, mas também melhora nos
Os tratamentos medicamentosos aspectos psicológicos e na qualidade de vida
também têm eficácia bastante limitada á longo (Villela e colaboradores, 2004).
prazo, com estudos mostrando pouca perda As cirurgias anti-obesidade podem ser
de peso quando comparado ao placebo didaticamente divididas em procedimentos
(Mcmahon, Fujioka e Singh, 2000). Assim, que:
atualmente a intervenção terapêutica que 1) limitam a capacidade gástrica (as chamadas
oferece a mais efetiva perda de peso para cirurgias restritivas);
obesidade severa é a cirurgia bariátrica. O 2) interferem na digestão (os procedimentos
consenso para manejo da obesidade mal-absortivos);
recomenda que o melhor tratamento para os 3) uma combinação de ambas as técnicas.
2
pacientes com IMC > 40 kg/m e para os quais São consideradas uma opção efetiva para o
tenham falhado a dieta, a atividade física e as controle da obesidade mórbida em longo prazo
medicações para perda de peso, é o (Pories e Jose, 2003).
tratamento cirúrgico (Lyznicki e colaboradores,
2001).
A obesidade mórbida, reconhecida TÉCNICAS CIRÚRGICAS
como condição grave, se inclui na esfera
cirúrgica (Bray, 1992; Garrido, 1998), porque Gastroplastia com bypass gastrojejunal
essa situação implica em três conseqüências: distal (tipo Fobi-Capella)
a) piora da qualidade de vida, dada a alta
freqüência de morbidade associada, Dentre as técnicas cirúrgicas é a mais
responsável pelo termo “obesidade mórbida”; utilizada, sendo considerada mista, ou seja,
b) redução da expectativa de duração da vida; restritiva e disabsortiva. O estômago
c) Altíssima probabilidade de fracasso dos remanescente terá um volume de 30 a 50mL e
tratamentos conservadores (perda de peso será ligado a um segmento do intestino
insuficiente e recidivas), baseados na delgado (Cruz e Morimotto, 2004). É inserido
utilização de dietas, medicamentos, um pequeno anel elástico que causa uma
psicoterapia e exercícios físicos. restrição ao esvaziamento desse segmento de
O tratamento cirúrgico da obesidade estômago e sua ligação ao íleo, formando um
justifica-se somente quando o risco de Y (Y de ROUX), de forma a deixar o restante
permanecer obeso exceder os riscos, a curto e do estômago, e parte do intestino delgado
longo prazo, da cirurgia bariátrica (Nelson, (duodeno e jejuno) fora do trânsito alimentar
Gastineau e Moxness, 1994; Fischer e Barber, (Coelho, 1996).
2000). O paciente tem saciedade precoce e
Para Garrido, Halpern e Rodrigues intolerância aos alimentos doces e gordurosos
(2000), a cirurgia para tratamento da (Síndrome de Dumping). As vantagens desse
obesidade grave vem sendo empregada há tipo são: rápida perda de peso, excelente
quase 50 anos. Iniciou-se na década de 1950 redução das co-morbidades, exerce controle
com operações que causavam má absorção, qualitativo sobre a dieta, causando sintomas
abandonadas no fim da década de 1970 pelos desagradáveis depois da ingestão de
seus efeitos indesejáveis graves e freqüentes, alimentos hipercalóricos, moderada
tais como: diarréia, desidratação, vômitos, dor necessidade de restrição dietética e causa
abdominal, problemas hepáticos e cirrose. A poucos problemas á longo prazo. As
partir de então, passaram a predominar os desvantagens são: maior taxa de
procedimentos que limitam a ingestão de complicações pós-operatórias imediatas,
alimentos, seja pela simples restrição da compromete a absorção de Ca, Fe, vitaminas
capacidade do estômago, seja por sua divisão B12 e D, porém em menor grau que nas
e anastomose ao jejuno proximal. técnicas disabsortivas, moderada incidência
Tal procedimento cirúrgico tem de vômitos e regurgitação na fase de
evoluído ao longo das décadas e ganho adaptação (Blackburn, 2005).
destaque como tratamento efetivo para

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A técnica mais utilizada no Brasil é Banda Gástrica


Gastroplastia com bypass gastrojejunal distal
(tipo Fobi-Capella) é considerado o Limita o consumo pela constrição de
procedimento mais efetivo para o controle da um anel inserido na junção do estômago com
obesidade mórbida e recomendado como o esôfago. O procedimento induz à saciedade
padrão ouro de tratamento. A extensão da alça precoce e restringe o volume de alimento.
do Y de Roux pode aumentar a perda de peso Suas vantagens são: baixo índice de
e tratar especificamente algumas complicações e re-operações; baixíssima taxa
comorbidades como a hiperlipidemia com de mortalidade; mínima interferência na
hipercolesterolemia. É uma técnica segura, fisiologia digestiva; ausência de Dumping; não
com baixa morbidade e que mantém perdas compromete a absorção de Cálcio, Ferro,
médias de 35% a 40% do peso inicial á longo vitaminas, etc.; mantém o trato digestivo
prazo. Entretanto, como todos os acessível à investigação diagnóstica; fácil
procedimentos bariátricos, não são isentas de reversibilidade e ajuste individualizado;
insucesso (Cruz e Morimoto, 2004; Ferraz e facilmente adequada a videolaparoscopia; alta
colaboradores, 2003). precoce; rápida recuperação e pouca dor. Já
as desvantagens constatadas são: ausência
Gastroplastia com bypass gastrojejunoileal de controle qualitativo (possibilidade de ingerir
distal (tipo Scopinaro) líquidos hipercalóricos); perspectiva de perda
de peso discretamente menor que nas
Esta técnica consiste em 60% de técnicas mistas e disabsortivas; maior
ressecção gástrica distal, com fechamento necessidade de cooperação - mudança de
com grampos do coto duodenal. O volume hábitos; ocorrência de vômitos/regurgitação na
residual do estômago é de 300ml, sendo que o fase de adaptação e possibilidade de
intestino delgado é dividido em 250cm desde a complicações tardias que podem necessitar
válvula íleo secal e anastomosado ao restante reversão da cirurgia (Blackburn, 2005; Torpy,
do estômago. A parte proximal do íleo constitui 2005; Suter e colaboradores, 2005).
o remanescente do intestino delgado e carrega
o suco pancreático excluído do trânsito Balão Intragástrico
alimentar e é anastomosado na porção final do
intestino delgado. Conseqüentemente, é Balão Intragástrico é feito de silicone,
reduzido 250cm da parte absortiva do preenchido por uma solução líquida, após ser
intestino. Os 50cm finais representam o local colocado através de endoscopia no interior do
onde o bolo alimentar e o suco biliopancreático estômago, pode permanecer lá por um período
se misturam (Valera-Mora e colaboradores, de 4 a 6 meses, causando sensação de
2005). saciedade mais precoce, devendo ser retirado
As vantagens são: maior perda de após esse período. Nos primeiros dias após a
peso da literatura, perda de peso mantida à colocação do balão, o paciente pode
longo prazo, máxima redução das apresentar náuseas e vômitos intensos,
comorbidades, possibilidade de ingestão obrigando a internação hospitalar para
alimentar sem limitação no volume ingerido, melhora do quadro ou em casos extremos a
mínima necessidade de restrição dietética, retirada do balão. Não é o balão que
ausência da Síndrome de Dumping e o efeito emagrece, ele diminui o volume ingerido
pode ser revertido com uma nova cirurgia. devido a saciedade precoce, a sua presença
Suas desvantagens são: uma parte do associado à reeducação alimentar é que
estômago é retirada definitivamente; levam a um bom resultado, na perda de peso
compromete a absorção de Ferro, Cálcio, e (Colquitt e colaboradores, 2006).
vitaminas, necessitando de reposição e
controle, aumenta o ritmo intestinal, fezes e A via Laparoscópica em Cirurgia Bariátrica
gases com péssimo odor em metade dos
pacientes, com recuperação lenta e grandes A via laparoscópica tem demonstrado
incisões. Há possibilidade de complicações nítida vantagem em várias operações
tardias como anemia, úlcera, osteoporose e abdominais, quando comparada com a via
desnutrição protéica (Colquitt e colaboradores, laparotômica; principalmente na população
2006). obesa. Assim, as indicações de cirurgia

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laparoscópica para a obesidade têm se PESQUISAS DE CAMPO ENVOLVENDO A


ampliado nos anos recentes, pois há redução CIRURGIA BARIÁTRICA E A REDUÇÃO DE
da morbidade perioperatória e diminuindo o PESO CORPORAL
tempo de recuperação.

Foram coletados na literatura 64


SELEÇÃO E CRITÉRIOS PRÉ-CIRÚRGICOS artigos internacionais e nacionais. De acordo
com diferentes dados de 64 artigos
pesquisados, os estudos foram caracterizados
O tratamento cirúrgico da obesidade segundo as variáveis: população e amostra
justifica-se somente quando o risco de estudada, técnica cirúrgica utilizada, período
permanecer obeso exceder os riscos, a curto e de acompanhamento dos pacientes obesos
longo prazo, da cirurgia bariátrica. Os critérios operados, critério para a realização da cirurgia
para a seleção do paciente incluem: índice de e efeitos do procedimento adotado (perda de
massa corporal (IMC), igual ou superior a peso).
40Kg/ m² ou acima de 35Kg/m² associado a Quanto à população e amostra os
comorbidades tais como apnéia do sono, estudos são bem diferenciados com no
diabetes tipo II, hipertensão, dislipidemias e mínimo 13 obesos (Pereira e colaboradores,
dificuldades de locomoção, que possam ser 2003) e no máximo 10.172 (Buchwald e
reduzidas com a perda de peso, várias colaboradores, 2004). Poucos autores citam a
tentativas de perda de peso sem resultado e faixa etária dos pacientes estudados. A idade
condições psicológicas para cumprir a desses, entretanto, assemelha-se oscilando
orientação dietética no pós-operatório, o que entre 37,2 (Toneto e colaboradores, 2004),
deve ser avaliado com a ajuda do serviço de 37,9 (Cunha e colaboradores, 2006) e 39,7
psicologia (Cruz e Morimoto, 2004). anos (Quadros e colaboradores, 2007).
Os pacientes com obesidade mórbida Entre as técnicas cirúrgicas, a
devem ser encarados como portadores de modalidade mais utilizada foi a Gastroplastia
uma doença que ameaça a vida, reduz a com Bypass Gastrojejunal Distal (Tipo Fobi-
qualidade de vida e a auto-estima e que Capella) (Garrido, 2000; Santos, Brugos e
requerem abordagens eficientes para Silva, 2006; Sugerman, 2001; Fujioka, 2005;
promover a redução de peso. Esses pacientes Sjostrom e colaboradores, 2004; Herrera e
são candidatos à cirurgia bariátrica (Björntorp, colaboradores, 2000; Quadros e
2003). colaboradores, 2007).
As contra-indicações absolutas Referente ao período de
incluem: gravidez, período de amamentação, acompanhamento dos pacientes obesos
dependentes químicos, alcoolismo na fase operados, há grande variedade no intervalo de
ativa e não tratada, e insuficiência de órgãos e tempo, estendendo-se de 6 a 30 meses. Mais
sistemas incompatíveis com o risco comumente foi encontrado o
anestésico/cirúrgico. As contra-indicações acompanhamento apenas no 1º ano pós
relativas consideram depressão severa, cirurgia bariátrica (Velasco e Haberle, 2003;
patologias psiquiátricas auto-destrutivas, Balsiger e colaboradores, 2000; Faria e
alteração de personalidade que dificultem o colaboradores, 2002; Herrera e colaboradores,
cumprimento das indicações do pós- 2002) e durante o 1º e 2º ano pós intervenção
operatório, obesidade secundária a patologia cirúrgica (Pories e Jose, 2003; Suter e
endócrina (síndrome de Cushing, acromegalia, colaboradores, 2005; Santos, Brugos e Silva,
hipogonadismo, enfermidade hipotalâmica e 2006; Von Mach e colaboradores, 2004,
outras), neurológicas (tumor hipotalâmico ou Garrido Jr e colaboradores, 2002; Sugerman,
hipofisário) não controladas, e outras 2001; Toneto e colaboradores, 2004; Fujioka
condições que a equipe médico-cirúrgica ou 2005; Sjostrom e colaboradores, 2004;
multidisciplinar considere (Carrasco e Quadros e colaboradores, 2007; Pontirolli e
colaboradores, 2005). colaboradores, 2002).
Quanto à perda de peso corporal
como efeito da cirurgia bariátrica, em todos os
estudos ela foi observada. O intervalo de 1 a 2
anos pós procedimento cirúrgico para a

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redução de peso corporal foi o mais procedimento efetivo para promover perda
evidenciado na literatura pesquisada, assim ponderal e sua manutenção por 24 meses, em
como valores reduzidos de IMC e excesso de pacientes do nordeste brasileiro, com
peso corporal e aumentados e % de perda acompanhamento clínico-nutricional e IMC
2
ponderal (Valezi e colaboradores, 2001; HE e pré-operatório > 40 kg/m .
Stubbs, 2004; Rasheid e colaboradores, Um estudo realizado por Velasco e
2003). Haberle (2003), que analisou a perda ponderal
Anthone e colaboradores, (2003) após gastroplastia, encontrou uma redução no
definem como resultado de sucesso uma IMC 50,36 kg/m² para 35,47 kg/m² em 1 ano.
perda acima de 50% do excesso de peso. A Por outro lado, Von Mach e colaboradores,
eficiência da cirurgia pode ser analisada de (2004), avaliando obesos americanos,
acordo com a redução de peso perdido em: encontrou redução de 42,7±2,2 kg/m² para
excelente – perda maior que 35%; 30,5±2,2 kg/m² em 12 meses. Neste estudo,
bom – perda de 25 a 34%; identificou-se uma perda de 20kg (33,93%), no
pobre – perda de 15 a 24%; período de 12 a 24 meses, semelhante ao
falha - perda menor que 15%. encontrado por Maggard (2005), o qual
De acordo com o levantamento de encontrou perda ponderal de 20 a 30kg em
dados realizado por Garrido Jr (2000), até o indivíduos com IMC pré-operatório (Lyznicki e
ano de 1999 foram operados por ele e sua colaboradores, 2002) 40 kg/m² após 10 anos
equipe, 795 pacientes pelas técnicas de de cirurgia bariátrica.
divisão gástrica com bandagem e derivação Durante o acompanhamento de 50
em Y de Roux em três hospitais do Estado de pacientes submetidos a Fobi-Capella, Cruz e
São Paulo. Os pacientes tinham IMC pré- Morimoto (2004), verificaram que no 15º dia
2
operatório médio de 60kg/m , 89,5% deles após a cirurgia, 60% dos pacientes perderam
apresentando morbidade associada. No 2kg, 30% mantiveram peso e 10% ganharam
seguimento de até 30 meses, observou-se 0,6kg.
perda ponderal percentual média, Dias, Ribeiro e colaboradores, (2006)
estabilizando-se a partir de 1 ano, cerca de em estudo com uma amostra de 40 mulheres,
40% abaixo do peso pré-operatório. IMC pré- encontraram resposta cirúrgica, em relação a
2
operatório médio: 60kg/m ; IMC final médio: perda de peso, dentro do esperado: 67% do
2
35kg/m . Essas operações resultam, em excesso de peso após um ano.
média, em perdas ponderais permanentes, Em estudo analisando 701 pacientes
atingidas após 1 ano, da ordem de 40% do que foram submetidos à técnica de Scopinaro,
peso inicial. Tais perdas transformam Anthone e colaboradores, (2003)
pacientes "obesos mórbidos" (obesidade grau acompanharam a perda de peso durante 10
III) em obesos. anos após a cirurgia. Foi constatado que a
Santos, Burgos e Silva (2006) redução de peso foi considerada significativa
avaliaram o perfil nutricional no período pré- quando comparado ao pré-operatório, sendo
operatório e a perda ponderal pós-operatória que homens e mulheres apresentaram
de obesos submetidos à cirurgia bariátrica por redução de peso similar. A média de redução
técnica Fobi-Capella no Hospital das Clínicas de peso neste procedimento foi de 50% do
(HC) da Universidade Federal de Pernambuco peso corporal em excesso, correspondendo a
(UFPE). O estado nutricional pré-operatório foi aproximadamente 38 quilogramas nos
avaliado pelo Índice de Massa Corporal (IMC). primeiros 6 meses e somando 47 quilogramas
Nos períodos distintos do pós-operatório (< 6 após 60 meses. A redução de peso máxima
meses, 6 a 11 meses e 12 a 18 meses) a ocorreu durante os 3 anos posteriores à
avaliação nutricional foi feita por meio das cirurgia.
medidas de peso, IMC e percentual de perda Vários pesquisadores constataram que
ponderal (%PP). A amostra foi constituída de a redução do peso é rápida nos primeiros
48 pacientes, 75% do gênero feminino, 60% meses e se atenua com o passar dos meses
na faixa etária entre 20 e 44 anos e IMC pré- até atingir um patamar, em média de 35% a
2
operatório de 50,4+ 7,9 kg/m . A evolução 40% abaixo do peso inicial em 1 a 2 anos. Por
antropométrica demonstrou perda progressiva outro lado, relatam dificuldade em comparar os
de 33,93+ 2,91% no período entre 12 e 24 resultados com a maioria dos estudos, pelo
meses. A cirurgia de Fobi-Capella foi um fato de expressarem os resultados em perda

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do excesso de peso, em relação ao peso ideal e o IMC. A média de idade foi 37,2 anos. O
e não em percentual de perda de peso predomínio foi do gênero feminino, com 186
(Garrido e colaboradores, 2002). (73,8%) pacientes. O tempo de seguimento
A cirurgia de Capella pode estar variou de 1 a 36 meses, sendo que 229
associada a uma perda em torno de 66% do (90,8%) pacientes tiveram seus resultados
excesso de peso, nos primeiros 24 meses pós- avaliados. A perda de peso média (expressa
operatórios (Sugerman, 2001). Uma pesquisa em percentual de perda do excesso de peso
que avaliou a perda ponderal nos períodos de inicial) no 2º ano foi de 85,5%.
12 e 24 meses pós-operatório identificou uma Fujioka (2005), ao analisar pacientes
perda do excesso de peso de 71,7% e 68,7%, submetidos à técnica Fobi-Capella, concluiu
respectivamente (Pories e Jose, 2003). Em que a maior redução de peso corporal ocorre
outro estudo, observou-se uma perda do no primeiro ano de pós-cirúrgico, sendo que a
excesso de peso de 68% em 1 ano e 66% perda de peso continuava mesmo que
após 3 anos de cirurgia, revelando uma perda pequena de doze a dezoito meses após a
ponderal maior no primeiro ano pós-operatório cirurgia. Entre o período de dezoito a vinte e
(Balsiger e colaboradores, 2000). quatro meses da realização da cirurgia, quase
Numa pesquisa brasileira com análise todos os pacientes param de perder e peso e
de 160 pacientes, o IMC pré-operatório foi de entram a fase de manutenção ou começam a
45,8 ± 6,0 kg/m², o percentual de perda do recuperar o peso.
excesso de peso foi de 61,2 ± 14,4% no 6º Um estudo realizado por Sjostrom e
mês e 81,1 ± 11,4% no 12º mês (Faria e colaboradores, (2004) com 4.047 obesos
colaboradores, 2002). analisados durante 2 anos, sendo que os
Ao verificarem a perda de peso de 180 1.703 sujeitos acompanhados durante 10 anos
pacientes divididos em 2 grupos, sendo foram divididos em 4 grupos: controle, grupo
metade (noventa pacientes) submetidos à que realizou a Fobi-Capella, pacientes
banda gástrica e os demais que realizaram a submetidos a banda gástrica e por fim os que
técnica de Scopinaro, Suter e colaboradores, realizaram banda gástrica vertical; mostra que
(2005) concluíram que a perda de peso foi a redução de peso no grupo controle foi
mais rápida nos obesos que realizaram a modesta, apenas 1,6% e ao analisar a
banda gástrica, com diferenças significativas redução de peso máxima após um ano foi
até 18 meses do pós-cirúrgico. observado que os pacientes submetidos a
Pareja e colaboradores, (2005) técnica Fobi-Capella, reduziram 38,7% do
avaliaram os resultados, em termos de perda peso corporal, os submetidos a banda gástrica
de peso, dos pacientes submetidos à re- vertical – 26,9% e os que realizaram a banda
operação com a finalidade de aumentar o gástrica reduziram 21,1% do peso inicial. Após
componente disabsortivo. Estudaram 32 10 anos o grupo controle apresentou um
doentes submetidos a re-operação por uma aumento de 1,6%. Foi possível avaliar que a
das três técnicas cirúrgicas (Fobi, Brolin e ingestão calórica permaneceu menor no grupo
bypass gastrojejunoileal distal) nas quais foi cirúrgico do que no grupo controle,
realizada diminuição da área absortiva do contribuindo assim para que os benefícios
intestino delgado. Os doentes submetidos a obtidos em relação ao peso fossem mantidos
bypass gastrojejunoileal distal apresentaram (Sjostrom e colaboradores, 2004). No mesmo
resultados superiores aos demais. Estes período, todos os grupos que realizaram
obtiveram uma porcentagem final de perda de procedimento cirúrgico recuperaram um pouco
excesso de peso de 69,7%. do peso perdido, mas não retornaram aos
Em um estudo Toneto e valores do peso corporal no inicio do estudo.
colaboradores, (2004) descreveram os Segundo Herrera e colaboradores,
resultados iniciais do tratamento cirúrgico da (2000), a cirurgia bariátrica feita pela técnica
obesidade mórbida em um centro de Capella leva a uma perda total de 75% do
multidisciplinar. Para tanto, analisaram os excesso de peso no decorrer de um ano e é
resultados de 252 pacientes submetidos ao de extrema importância no tratamento da
tratamento cirúrgico da obesidade mórbida no obesidade mórbida, por ser capaz de reduzir,
período de março de 2000 a março de 2003. ou até mesmo eliminar, as principais
Entre as principais variáveis em estudo comorbidades relacionadas ao excesso de
destacou-se: a idade, o gênero, o peso inicial

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peso e com isso, trazer melhorias na intenso debate. A falência da cirurgia sob a
qualidade de vida do paciente. óptica ponderal é definida por perdas menores
Cowan e Buffington (1998) realizaram que 50% do excesso de peso, o que ocorre na
acompanhamento de 82 pacientes obesos minoria absoluta dos casos.
mórbidos, dos quais 33% eram hipertensos, Cunha e colaboradores, (2006)
16% eram diabéticos e 33% apresentavam efetuaram um estudo com 23 obesos (19
níveis elevados de glicemia de jejum e, mulheres: 82,6%) com idade média de 37,9
constataram que no pós-operatório de cirurgia anos. Tinham obesidade classe III ou classe II
bariátrica houve redução na glicemia de jejum com co-morbidades. Realizaram entre outros
em todos os pacientes, a diabetes foi exames a avaliação clínica no pré-operatório,
solucionada em 92,3% dos casos e a pressão 6 meses e 3 anos após a cirurgia. Antes da
arterial foi reduzida significativamente após a operação o peso era de 128,7 ± 25,8 kg. No
perda de peso de aproximadamente 30% do pós-operatório houve redução do peso aos 6
peso total. meses (97,6 ± 18,3 Kg) e aos 3 anos (83,6 ±
Valezi e colaboradores, (2001), em 13,5 Kg) com resultado mantido em 3 anos.
experiência de 200 casos, verificaram redução Assim, atualmente a intervenção que
de peso de 43,5%, em um período de 12 oferece a mais efetiva perda de peso para a
meses. obesidade severa é a cirurgia bariátrica
No período de junho a agosto de 2005, (Herron, 2004). No presente estudo, todos os
Quadros e colaboradores, (2007) realizaram pacientes operados tiveram significativa
um estudo retrospectivo por meio da utilização redução do peso, com melhora da qualidade
da base de dados do Serviço de Nutrição do de vida e nítido benefício para a saúde como
Núcleo de Cirurgia e Tratamento da um todo. Esses benefícios se mantiveram ao
Obesidade Mórbida (Nuctrom), localizado em longo dos 3 anos, confirmando dados da
Curitiba (PR). Esta continha 165 pacientes de literatura (Pareja e Pilla, 2002).
ambos os gêneros e com idades variadas, Scheuller e Weider (2001) avaliaram a
submetidos à cirurgia bariátrica pela técnica de perda de peso de 15 pacientes com obesidade
Wittgrove-Clark (mista). Do total dos mórbida 15 anos após cirurgia bariátrica: 11
pacientes, 128 (77,5%) eram do gênero submetidos à derivação bílio-pancreática
feminino e 37 (22,5%) do gênero masculino. A (Scopinaro) e 4 à gastroplastia vertical com
idade média foi de 39,7 anos. A média do IMC bandagem de restrição (Mason). A média de
pré-operatório foi de 43,19 kg/m² e do perda de peso para todo o grupo de pacientes
percentual do excesso de peso foi de foi de 44%.
100,21%. O tempo médio de pós-operatório foi Pontiroli e colaboradores, (2002) em
de 13,56 ± 11,72 meses. A porcentagem de estudo de três anos com 143 pacientes com
Perda de Excesso de Peso apresentou a obesidade grau 3 que utilizaram a banda
média de 60,9%, variando de 13,71% a gástrica ajustável, encontrou que após o
108,2%, e a média da Porcentagem de Perda primeiro ano o IMC tende a atingir um platô e
de Peso foi de 29,3%, variando de 6,91% a não aumentar. Sendo considerada um
51,88%. A perda de peso foi notoriamente procedimento minimamente invasivo,
maior nos primeiros seis meses. Após este reversível e efetivo para uma perda de peso
período, a perda de peso foi mais lenta e duradoura em obesos grau 3. Os efeitos
contínua. podem não durar indefinidamente.
Em meta-análise recente, Buchwald e No estudo de Pereira e colaboradores,
colaboradores, (2004) reportaram uma perda (2003), com 13 pacientes (4 homens e 9
média de 61,2% do excesso de peso mulheres) com IMC= 56,3 ± 2,7 kg/m², a perda
considerando 10.172 pacientes operados. Os de peso foi bastante significativa mas mesmo
diversos tipos de cirurgia apresentam depois da estabilização do peso, os pacientes
resultados diferentes: 47,5% de perda para as ainda eram classificados como obesos (IMC=
bandas gástricas, 61,6% para o bypass 34,7 ± 2,1 kg/m²)
gástrico puro, 68,2% para a gastroplastia Com base nos resultados de uma
vertical com bypass duodenal (inclui a técnica revisão sistemática, com meta-análise
descrita por Fobi e Capella) e 70,1% para a envolvendo 134 pesquisas publicadas,
derivação bílio-pancreática ou duodenal Buchwald e colaboradores, (2004) concluíram
switch. A recuperação do peso é assunto de que a perda de peso efetiva de pacientes com

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obesidade mórbida após cirurgia bariátrica De uma maneira geral, estudos e


resolve as co-morbidades na maioria dos relatos de caso mostram uma consistente
pacientes. melhora da qualidade de vida dos pacientes
A cirurgia bariátrica mista pós-operação bariátrica e melhora de quadros
predominantemente restritiva de Fobi-Capella depressivos, ansiosos, alimentares e de
que, da mesma maneira que a cirurgia mista insatisfação com a imagem corporal (Segal,
predominantemente disabsortiva de Libanori e Azevedo, 2002; Powers e
Scopinaro, resulta em perda de peso maior colaboradores, 1997; Kalarchian e
que a conseguida pelas cirurgias colaboradores, 1999; Karlsson, Sjostrom e
exclusivamente restritivas, produz alta taxa de Sullivan, 1998; Dixon, Dixon e O´Brien, 2002).
cura ou de melhora das comorbidades (HE e
Stubbs, 2004; Rasheid e colaboradores,
2003). CONCLUSÃO
Segundo Scott e Shikora (2000) a
perda de peso tende a se estabilizar conforme
o tempo de pós-operatório e dentre os fatores As evidências apresentadas nessa
que podem prejudicá-la ou resultar num revisão de literatura sugerem que a cirurgia
ganho, está o fato da cirurgia bariátrica bariátrica deve representar a última opção
restringir o volume da alimentação, mas não para os pacientes com obesidade mórbida,
necessariamente melhorar a sua qualidade. pois consiste em uma técnica invasiva, que
Apesar de a cirurgia ter resultados pode acarretar problemas e carências
bastante satisfatórios no que se refere à nutricionais após a sua realização. É, contudo,
qualidade de vida do obeso mórbido, como muito importante como opção para as pessoas
perda de peso, melhora de algumas que possuam estrutura psicológica capaz de
comorbidades, da qualidade de vida, do humor suportar a mudança radical no funcionamento
e outros aspectos das funções psicossociais, do organismo.
ela também pode, por outro lado, trazer É necessário que toda pessoa que
algumas morbidades no período pós-operativo pretende se submeter ao tratamento cirúrgico
inicial, no qual se observa intolerância a deva estar ciente dos riscos e conseqüências
alimentos, com regurgitação associada (NHI, que ocorrem quando sofre uma intervenção
1996), infecções, deiscência, estenose do desse porte. Após essa cirurgia, que tem como
estômago, úlceras marginais, vários objetivo principal, a melhora da qualidade de
problemas pulmonares e profundas vida, através da perda de peso, a nutrição tem
tromboflebite que pode ocorrer em torno de um papel importante, pois a quantidade a ser
10% ou mais. Em período pós-operatório consumida deve ser limitada e a qualidade
tardio, outros problemas podem aumentar e priorizada.
pode requerer re-operação. Há dilatação da Através da análise dos estudos citados
bolsa e esôfago distal, vômito persistente (com é possível compreender que a perda de peso
ou sem obstrução do estômago), colecistite ou é rápida e eficiente principalmente no primeiro
falha na perda de peso (Coates e e segundo anos de pós-cirúrgico, no entanto
colaboradores, 2004). para que esta perda seja mantida, é
Gurewitsch, Smith e Mack (1996) necessário que haja a modificação dos hábitos
afirmam que em longo prazo, deficiências de alimentares e do estilo de vida.
nutrientes, particularmente de vitamina B12, No momento, devem-se abandonar
folacina e ferro são comuns após bypass preconceitos, pensamentos automáticos e
gástrico e precisa ser tratada. Segundo Scull outros cacoetes que em última análise,
(2003), outras conseqüências desta operação impedem que uma parcela expressiva da
pode ser a síndrome de dumping, a qual é população de obesos mórbidos tenha acesso
caracterizada por esvaziamento rápido do ao provavelmente mais eficaz tratamento
estômago e outros sintomas, aumento do disponível para a doença.
turnover ósseo e diminuição da massa óssea. A conclusão da cirurgia, entretanto,
A mortalidade operatória para não finaliza o tratamento da obesidade. Pelo
pacientes submetidos à cirurgia bariátrica está contrário, é o início de um período de um a
abaixo de 0,5% em centros especializados dois anos de mudanças comportamentais,
(Cordás, Lopes Filho e Segal, 2004). alimentares e de exercícios. Faz-se necessária

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à monitoração regular de uma equipe


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Recebido para publicação em 15/03/2008


Aceito em 26/04/2008

Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.2, n. 7, p. 87-99, Jan/Fev. 2008. ISSN 1981-9919.

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