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Índice
O profissional da engenharia
História
Antiguidade
Renascimento
Era moderna
Métodos
Resolução de problemas
O uso do computador
A Falkirk Wheel, um exemplo da aplicação de
Ramos da engenharia várias técnicas e ciências da engenharia.
Relação com outras ciências e artes
Ciências
Medicina e biologia
Artes
Outros campos
Ensino da engenharia
Brasil
Portugal
Ver também
Notas e referências
Ligações externas
O profissional da engenharia
O engenheiro é o profissional que exerce a prática de
engenharia.
Para além da certificação como engenheiro propriamente dito, em alguns países existe a certificação
como técnico de engenharia ou engenheiro técnico, associada aos profissionais com uma habilitação
correspondente a um curso superior de 1º ciclo na área da engenharia.
História
O conceito de engenharia existe desde a antiguidade, a partir
do momento em que o ser humano desenvolveu invenções
fundamentais como a roda, a polia e a alavanca. Cada uma
destas invenções é consistente com a moderna definição de
engenharia, explorando princípios básicos da mecânica para
desenvolver ferramentas e objetos utilitários.[2][3]
Mais tarde, à medida que o projeto de estruturas civis como pontes e edifícios amadureceu como uma
especialidade técnica autónoma, entrou no léxico o termo "engenharia civil" como forma de distinção
entre a atividade de construção daqueles projetos não militares e a mais antiga especialidade da
engenharia militar. Hoje em dia, os significados originais dos termos "engenharia" e "engenharia
civil" estão já largamente obsoletos, mas ainda são usados como tal em alguns países ou dentro do
contexto de algumas forças armadas.[3][5]
Antiguidade
Renascimento
Era moderna
A engenharia elétrica pode traçar as suas origens às Carta Náutica do Cartografo Português
experiências de Alexandre Volta em 1800, às experiências de Pedro Reinel utilizadas nas viagens com
Michael Faraday, Georg Ohm e outros, bem como à invenção as Caravelas no período do
do motor elétrico em 1872. O trabalho de James Maxwell e descobrimento do Brasil.
de Heinrich Hertz no final do século XIX deu origem à
eletrónica.[2]
As invenções de Thomas Savery e de James Watt deram origem à moderna engenharia mecânica. O
desenvolvimento de máquinas especializadas e de ferramentas para a sua manutenção durante a
Revolução Industrial levaram ao crescimento acentuado da engenharia mecânica.[2]
A engenharia química tal como a engenharia mecânica, desenvolveu-se no século XIX, durante a
Revolução Industrial. A produção à escala industrial precisava de novos materiais e de novos
processos. Por volta de 1880, a necessidade da produção em larga escala de químicos era tanta que foi
criada uma nova indústria, dedicada ao desenvolvimento e fabricação em massa de produtos
químicos em novas fábricas. A função do engenheiro químico era a de projetar essas novas fábricas e
processos.[2]
A engenharia aeronáutica lida com o projeto de aeronaves. Nos tempos modernos, começou-se
também a designá-la como "engenharia aeroespacial", dando ênfase à expansão daquele campo da
engenharia que passou também lidar com o projeto de veículos espaciais. As suas origens podem ser
traçadas até aos pioneiros da aviação da viragem do século XIX para o século XX. Os conhecimentos
primitivos de engenharia aeronáutica eram largamente empíricos, com alguns conceitos e perícias a
serem importados de outros ramos da engenharia. A partir dos experimentos muito bem sucedidos
realizados por Alberto Santos Dumont no inicio do Século XX, como o primeiro voo com balão
dirigível com motor a gasolina realizado em 1901, o primeiro no mundo a descolar a bordo de
um avião impulsionado por um motor a gasolina em 23 de outubro de 1906, voando cerca de 60
metros a uma altura de dois a três metros com o Oiseau de Proie' (francês para "ave de rapina"), no
Campo de Bagatelle, em Paris e apenas alguns anos depois dos bem sucedidos voos dos irmãos
Wright, a década de 1920 viu um desenvolvimento intensivo da engenharia aeronáutica, através do
desenvolvimento de aviões militares da época da Primeira Guerra Mundial. Entretanto, as pesquisas,
para fornecer bases científicas fundamentais, continuaram através da combinação da física teórica
com experiências.[2]
Métodos
Tradicionalmente, a engenharia lidava apenas com objetos concretos e palpáveis. Modernamente,
porém, esse cenário mudou. A engenharia lida agora também com entidades não-palpáveis, tais como
custos, obrigações fiscais, aplicações informáticas e sistemas.
Na engenharia, os conhecimentos científicos, técnicos e empíricos são aplicados para exploração dos
recursos naturais e para a concepção, construção e operação de utilidades.
Resolução de problemas
Tipicamente, os engenheiros irão tentar prever o quão bem os seus projetos se irão comportar em
relação às suas especificações, antes de ser iniciada a produção em larga escala. Para isso, irão
empregar, entre outros: protótipos, maquetes, simulações, testes destrutivos, testes não destrutivos e
testes de esforços. Testar assegura que o produto irá comportar-se de acordo com o esperado.
Como profissionais, os engenheiros levam a sério a sua responsabilidade em produzir projetos que se
comportem conforme o esperado e que não causem males não intencionados ao grande público.
Tipicamente, os engenheiros incluem uma margem de segurança nos seus projetos para reduzir o
risco de falha inesperada. contudo, quanto maior a sua margem de segurança, menos eficiente se
poderá tornar o projeto.
A engenharia também se ocupa do estado dos produtos falhados. A sua aplicação é muito importante
a seguir a desastres como o colapso de pontes ou a queda de aviões, onde uma análise cuidadosa é
necessária para descobrir as causas das falhas ocorridas. Este estudo poderá ajudar o projetista a
avaliar o seu projeto com base em condições reais ocorridas no passado com projetos semelhantes.
O uso do computador
Existem também uma série de ferramentas para suporte de tarefas específicas de engenharia, como
as aplicações de fabricação assistida por computador (CAM) que geram instruções para as máquinas
de controlo numérico computorizado (CNC), as de gestão de processos de fabrico (MPM) para a
engenharia de produção, as de desenho de eletrónica assistido por computador (ECAD ou EDA) para
desenho de esquemas de circuitos elétricos e de circuitos impressos para a engenharia eletrónica, as
de manutenção, reparação e operações para a gestão da manutenção e as de arquitetura, engenharia e
construção (AEC) para a engenharia civil.
Ramos da engenharia
A engenharia é uma ciência bastante abrangente que é
muitas vezes subdividida em diferentes ramos ou
especialidades. Cada uma destas especialidades preocupa-se
com um determinado tipo de tecnologia ou com um
determinado campo de aplicação. Apesar de inicialmente um
engenheiro se formar normalmente numa especialidade
específica, ao longo da sua carreira na maioria dos casos, irá
tornar-se polivalente, penetrando com o seu trabalho em
diferentes áreas da engenharia.[2] [5]
Engenharia de Minas: exploração
Historicamente, existiam a engenharia militar e a engenharia
subterrânea de cobre e zinco, em Neves-
naval. A partir da engenharia militar começou por
Corvo, Portugal.
desenvolver-se o ramo da engenharia civil. Posteriormente, a
engenharia civil (em sentido lato) subdividiu-se em diversas
especialidades tradicionais:[2][5]
Engenharia civil (em sentido restrito) - vocacionada para o projeto e construção de obras
públicas e particulares, como infraestruturas, estradas, pontes e edifícios.
Engenharia de minas - vocacionada para o estudo e o
desenvolvimento de processos de extração e de
processamento de minerais.
Engenharia de Agrimensura (Engenheiro Cartografo,
Engenheiro de Topografia, Engenheiro Geografo e
Engenheiro de Geodésia) - vocacionada a elaboração de
mapas, cartas, no sistema de informações geográficas,
sensoriamento remoto, aerofotogrametria, geodésia,
topografia, cartografia, planejamento urbano assim como
traçados de cidades, estradas e ferrovias. Teste de utilização de biocombustível
num motor a jato de aviação, uma
Engenharia mecânica - vocacionada para o projeto de
aplicação comum das engenharias
sistemas mecânicos, como máquinas e veículos.
mecânica, aeronáutica e química.
Engenharia elétrica - vocacionada para o projeto e o
estudo de sistemas de produção e de aplicação da
eletricidade, como geradores, motores elétricos e
telecomunicações.
Engenharia química - vocacionada para a execução de
processos químicos industriais em larga escala, bem
como para desenvolver novos materiais e produtos
químicos.
Engenharia reversa - vocacionada para a análise de
objetos físicos e sistemas prontos, de forma a replica-los
e/ou aperfeiçoa-los. É aplicada em áreas tão diversas
como a informática [6] ou a engenharia automotiva.[7] Irrigação de um campo de algodão, uma
Engenharia da computação - vocacionada para o aplicação da engenharia agrícola.
desenvolvimento de sistemas que integrem hardware e
software.
Com o surgimento das engenharias relacionadas com a agricultura, surge a dicotomia entre estas e a
engenharia industrial que agrupa as especialidades tradicionais da engenharia civil, mecânica,
elétrica, química e de minas. A engenharia industrial irá contudo deixar de ser um agrupamento de
especialidades e tornar-se ela própria numa especialidade da engenharia, vocacionada para o
aperfeiçoamento de processos e da gestão industrial através da integração dos fatores tecnológicos,
humanos e económicos.[2]
O prestígio da engenharia fez com que áreas fora dela também a ela se quisessem associar. Surgiram
assim campos exteriores ao que convencionalmente é considerado engenharia, mas também referidos
como tal, sendo alguns exemplos a "engenharia jurídica", a "engenharia financeira", a "engenharia
comercial" e a "engenharia social".
Quando uma nova área da engenharia emerge, normalmente é inicialmente definida como uma sub-
especialidade ou como uma derivação de especialidades já existentes. Frequentemente, existe um
período de transição entre o aparecimento do novo campo e o crescimento do mesmo até ter uma
dimensão ou proeminência suficientes para poder ser classificado como nova especialidade da
engenharia. Um indicador chave para essa emergência é o número de cursos criados nessa
especialidade nas principais instituições de ensino superior.
Ciências
Essencialmente, pode dizer-se que os cientistas tentam entender a natureza enquanto que os
engenheiros tentam fazer coisas que não existem na natureza.[9]
Medicina e biologia
O estudo do corpo humano, em algumas das suas formas e
propósitos, constitui uma importante ligação entre a
medicina e alguns campos da engenharia. A medicina tem
como objetivo sustentar, aumentar e até substituir funções
do corpo humano, se necessário, através do uso da
tecnologia.
Ambos os campos fornecem soluções para problemas do Leonardo da Vinci, o exemplo perfeito da
mundo real. Isto, frequentemente, requer avançar mesmo associação entre o engenheiro, o artista
e o cientista.
antes de um fenómeno ser completamente compreendido em
termos científicos o que faz com que a experimentação e o
conhecimento empírico sejam uma parte integral tanto da medicina como da engenharia.
A medicina ocupa-se do estudo do funcionamento do corpo humano o qual, como uma máquina
biológica, tem muitas funções que podem ser modeladas através do uso de métodos da engenharia. O
coração, por exemplo, funciona como uma bomba hidráulica, o esqueleto funciona como uma
estrutura e o cérebro produz sinais elétricos. Estas semelhanças, bem como a crescente importância
da aplicação dos princípios da engenharia à medicina levou ao desenvolvimento da engenharia
biomédica, que usa conceitos de ambas.[14][15][16][17]
Novos ramos emergentes da ciência, como a biologia de sistemas, vêm adaptando ferramentas
analíticas tradicionalmente usadas na engenharia, como a modelação de sistemas e a análise
computacional, para a descrição de sistemas biológicos.
Artes
A moderna engenharia deriva em parte do que, antigamente, eram consideradas as artes mecânicas.
Ainda se mantêm muitas ligações entre as modernas artes e a engenharia, que são diretas em alguns
campos como os da arquitetura, da arquitetura paisagista e do design industrial, ao ponto destas
disciplinas serem parte integrantes dos currículos de alguns cursos superiores de
engenharia.[18][19][20][21]
De entre as figuras históricas famosas, Leonardo da Vinci é um bem conhecido artista e engenheiro
do Renascimento, constituindo um exemplo da ligação entre as artes e a engenharia.[22]
Outros campos
A ciência política, pegou no termo "engenharia" e empregou-o no âmbito do estudo de vários
assuntos como a engenharia social e a engenharia política, que lidam com a formação das estrutura
política e social usando uma metodologia da engenharia associada aos princípios da ciência política.
Ensino da engenharia
Até ao século XX, na maioria dos países, o ensino da
engenharia era realizado em escolas superiores
especializadas não universitárias, uma vez que
tradicionalmente o ensino das universidades se concentrava
em áreas como as humanidades, a medicina e o direito. Hoje
em dia, no entanto, além de continuar a ser realizado em
escolas especiais, o ensino da engenharia é já realizado na
maioria das grandes universidades.
Brasil
O ensino da engenharia no Brasil tem origem em 1699, altura
em que o Rei D. Pedro II de Portugal ordena a criação aulas
de fortificação em vários pontos do Ultramar Português. O
objetivo era formar técnicos de engenharia militar nos
territórios ultramarinos, de modo a que estes estivessem
menos dependentes de engenheiros vindos do Reino. Em
território brasileiro, seriam criadas destas aulas no Rio de
Janeiro, em Salvador e no Recife.[24]
Há um crescente déficit de engenheiros no Brasil devido, em grande parte, ao alto índice de evasão
dos estudantes da graduação na área. A Federação Nacional dos Engenheiros estima que seriam
necessários ao menos 60 mil novos engenheiros formados por ano em um “cenário de expansão
econômica”. Todavia, em 2011, esse número foi de apenas 42,8 mil segundo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep[27][28].
Em 2019 foram publicadas as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de engenharia
no Brasil.[30]
Portugal
A referida escola de engenharia e fortificação só virá a ser criada pela Rainha D. Maria I, a 2 de
janeiro de 1790, na forma da Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho (ARFAD). Esta é
considerada a primeira escola moderna de engenharia portuguesa e uma das primeiras do mundo. Na
ARFAD era realizado um curso militar, que para os candidatos a oficiais engenheiros tinha a duração
de quatro anos, incluindo as cadeiras de fortificação regular, de fortificação irregular, de arquitetura
civil e de hidráulica, além de uma aula de desenho. A admissão no curso de oficiais engenheiros
implicava a habilitação com os dois primeiros anos do curso matemático da Academia Real da
Marinha ou, em alternativa, a habilitação com um curso preparatório na Faculdade de Matemática da
Universidade de Coimbra.[31][32][33]
Durante o século XIX, o ensino superior de engenharia irá desenvolver-se com a criação de diversas
escolas militares e civis. Em 1837, são criadas a Escola Politécnica de Lisboa e a Escola do Exército -
por remodelação, respetivamente da Academia Real da Marinha e da ARFAD - mantendo-se o
sistema da primeira ministrar os preparatórios científicos dos cursos de engenharia a serem
realizados na segunda. Além do curso de engenharia militar, a Escola do Exército passa também a
ministrar o curso de engenharia civil. Em 1837, é também criada a Academia Politécnica do Porto,
com os cursos completos de engenheiros civis nas especialidades de minas, de pontes e estradas e de
construtores navais, além dos preparatórios para acesso à Escola do Exército. Em 1896, o Instituto
Industrial e Comercial de Lisboa passa a ministrar um curso superior industrial, diplomando
engenheiros industriais.[31]
No século XX, o ensino da engenharia passa pela primeira vez a ser realizado na universidade,
quando a Academia Politécnica do Porto é integrada na nova Universidade do Porto, criada em 1911,
com os seus cursos de engenharia a estarem na génese da atual Faculdade de Engenharia daquela
Universidade. Ao mesmo tempo, o Instituto Industrial e Comercial de Lisboa é desdobrado, com o
seu ensino de engenharia a dar origem ao Instituto Superior Técnico. Entretanto, na sequência da
reforma do ensino superior agrícola, o antigo curso de agronomia dá origem aos cursos de engenheiro
agrónomo e de engenheiro silvicultor do Instituto Superior de Agronomia.[34]
Também se desenvolve o ensino médio técnico industrial, cujos diplomados passam a ser
considerados engenheiros auxiliares em 1918 e agentes técnicos de engenharia em 1926. Os institutos
industriais são transformados em estabelecimentos de ensino superior em 1974, passando a ministrar
cursos de bacharelato, cujos diplomados passam a ser engenheiros técnicos.
Ver também
Ciência
Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
Modelos físicos
Ramos da engenharia
Tecnologia
Tolerância
Transferência de tecnologia
Notas e referências
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Ligações externas
Instituto de Engenharia, Brasil (http://www.institutodeengenharia.org.br)
Clube de Engenharia, Brasil (http://www.portalclubedeengenharia.org.br)
Ordem dos Engenheiros, Portugal (http://www.ordemengenheiros.pt)
Ordem dos Engenheiros Técnicos, Portugal (http://www.oet.pt)
Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia, Brasil (http://www.fdte.org.br)
Instituto de Engenharia Nuclear - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Brasil (http://ww
w.ien.gov.br)
Engenheiro na Web (https://engenheironaweb.com/)
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