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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
FISIOTERAPIA NO PSF

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
FISIOTERAPIA NO PSF

MÓDULO I

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dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I
1 CONCEITO DE SAÚDE
1.1 DIREITOS COMO CIDADÃO
2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
2.1 SAÚDE SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA
2.2 EMENDA CONSTITUCIONAL 29, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2000
2.3 LEI 8080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990
2.4 LEI 8142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990
2.5 NORMA OPERACIONAL BÁSICA (NOB) DO SUS, DE 6 DE JUNHO DE 1996
2.5.1 Piso Assistencial Básico (PAB)
2.5.2 Incentivo aos Programas de Saúde da Família (PSF) e de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS)
2.6 NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE (NOAS-SUS 01/2001,
PORTARIA Nº 95, DE 26 DE JANEIRO DE 2001)
2.7 COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA

MÓDULO II
3 ATENÇÃO BÁSICA OU PRIMÁRIA
3.1 QUALIDADE DO ATENDIMENTO NA ATENÇÃO BÁSICA
3.2 HIERARQUIZAÇÃO
3.3 ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA ATENÇÃO BÁSICA
4 ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA
4.1 PRINCÍPIOS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
4.2 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
4.3 DIRETRIZES PARA O TRABALHO DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
5 LINHAS DE ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
6 IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF)

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MÓDULO III
7 ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA SAÚDE DA FAMÍLIA
7.1 OBJETO DE AÇÃO DO FISIOTERAPEUTA
7.1.1 Objetivo geral
7.1.2 Objetivos específicos
7.2 COMPETÊNCIAS DO FISIOTERAPEUTA NA ESF
7.3 HABILIDADES NECESSÁRIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS
COMPETÊNCIAS
7.4 ATENDIMENTO NAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
7.5 ATIVIDADES EM GRUPOS OU PROCEDIMENTOS COLETIVOS
8 ESCOLA DE POSTURA
8.1 OBJETIVOS GERAIS
8.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
8.3 COMO PODE SER FEITA A ESCOLA DE POSTURA?
9 EXERCÍCIO AQUÁTICOS EM GRUPOS
9.1 OBJETIVOS GERAIS
9.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
9.3 COMO PODEM SER FEITO OS EXERCÍCIOS AQUÁTICOS EM GRUPOS?
9.4 SUGESTÕES DE CONDUTAS FISIOTERAPÊUTICAS UTILIZADAS

MÓDULO IV
10 ESCOLA DE REEDUCAÇÃO DO ASSOALHO PÉLVICO (ERAP)
10.1 OBJETIVOS GERAIS
10.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
10.3 COMO PODE SER FEITA E SUGESTÕES DE TÉCNICAS UTILIZADAS
11 CAMINHADAS TERAPÊUTICAS
11.1 OBJETIVOS GERAIS
11.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
11.3 COMO PODE SER FEITA?
11.3.1 Sugestões de técnicas utilizadas
12 ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NOS CICLOS DA VIDA
13 SAÚDE DA CRIANÇA

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14 PUERICULTURA
14.1 OBJETIVO GERAL

14.2 TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR

15 PREVENÇÕES DAS DPOC E AFECÇÕES RESPIRATÓRIAS


15.1 O QUE FAZER E SUGESTÕES DE COMO FAZER
16 PREVENÇÕES DE ALTERAÇÕES POSTURAIS NAS CRIANÇAS
17 PREVENÇÃO DE ACIDENTES EM CASA
17.1 PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM ÁLCOOL
17.2 PREVENÇÃO DE QUEDAS E ACIDENTES
17.3 CONTROLE DA OBESIDADE INFANTIL
17.4 ESTIMULAR O ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO ATÉ OS SEIS
MESES
17.4.1 Dicas para uma amamentação saudável para o bebê e para a mamãe
17.4.1.1 Observando sempre a postura

MÓDULO V
18 SAÚDE DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E SAÚDE ESCOLAR
18.1 CUIDADOS COM A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
18.2 DSTS/AIDS E SAÚDE REPRODUTIVA
19 SAÚDE DA MULHER
20 ACOMPANHAMENTO À GESTANTE
20.1PRIMEIRO TRIMESTRE
20.2 SEGUNDO TRIMESTRE
20.3 ATIVIDADES FÍSICAS PARA AS GESTANTES
20.3.1 Caminhada (conduta no solo)
20.3.2 Hidroterapia
20.4 TERCEIRO TRIMESTRE
20.4.1 Puerpério
20.5 CLIMATÉRIO
21 DISFUNÇÕES COMUNS DA MULHER
22 SAÚDE DO IDOSO
22.1 ALTERAÇÕES DE BARREIRAS ARQUITETÔNICAS E ADEQUAÇÃO DO

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MOBILIÁRIO VERSUS QUEDAS E FRATURAS NA TERCEIRA IDADE
22.1.1 Objetivo geral
22.1.2 Objetivos específicos
22.1.3 Estatísticas de acidentes com idosos
22.1.4 Alterações comuns nos idosos que predispõem as quedas
22.2 RECOMENDAÇÕES DO LAR IDEAL
23 SAÚDE DO ADULTO E DO TRABALHADOR
23.1 GINÁSTICA LABORAL
23.1.1 CREFITO-2 – regulamenta a ginástica laboral
23.2 ERGONOMIA
23.3 ESCOLA DE POSTURA (EP)
24 SAÚDE DA COMUNIDADE
24.1 CONSELHOS MUNICIPAIS DE SAÚDE, PARTICIPAÇÃO SOCIAL E
DIREITOS E DEVERES
24.2 VISITAS DOMICILIARES
24.3 ORIENTAÇÕES AOS CUIDADORES E/OU AOS FAMILIARES
24.4 REINSERÇÃO ÀS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E À SOCIEDADE
24.5 ADEQUAÇÃO DO LAR E DO MOBILIÁRIO

MÓDULO VI
25 ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA PREVENÇÃO DOS FATORES DE RISCOS
26 PÉ DIABÉTICO
26.1 PROBLEMAS COMUNS NOS PÉS
27 TABAGISMO
28 ALCOOLISMO
29 HANSENÍASE
30 DST/AIDS
31 DROGAS ILÍCITAS
32 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 CONCEITO DE SAÚDE

No Brasil, até 1967, não estava garantido na Constituição o direito à Saúde.


No máximo era garantido o acesso à assistência médica ao trabalhador.
Em 1978, a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde,
realizada pela Organização das Nações Unidas (OMS), em Alma-Ata (na região da
antiga União Soviética, hoje Cazaquistão), firmou uma declaração que estabelece,
no seu Artigo 1º, Saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não apenas ausência de doenças ou enfermidades”.
Um indivíduo é são, tem boa saúde física, se está normalmente disposto a
trabalhar, estudar, praticar esporte, ajudar em casa, ir ao clube, à igreja ou a
passeios, se tem apetite, come e dorme normalmente.
Sanidade Mental pode ser descrita quando se pensa, sente, diz, deseja e faz
o bem, quando se tem entusiasmo por viver e capacidade de amar, servir, perdoar e
compreender.
Sanidade Social identifica-se quando na escola, em casa, no trabalho, se é
estimado, se tem espírito de cooperação visando o bem comum, isto é, trabalha-se
pela coletividade.
Quem tem Saúde Física, Mental e Social, quando fica doente, sofre menos e
logo se recupera. Há, contudo, aqueles que aparentam ser saudáveis, mas, na
realidade, não desfrutam das energias, das harmonias, do bem-estar físico, mental e
social que caracterizam a saúde.
Em 1979, é apresentada a proposta de um Sistema Único de Saúde no 1º
Simpósio Nacional de Política de Saúde, onde se aprova um documento sobre “A
Questão Democrática na Saúde”, que orienta o “Movimento Sanitário”, envolvendo
os profissionais da área da saúde, sindicalistas, parlamentares, movimentos
comunitários e associativos.

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Em resposta a esse movimento sanitário, o governo cria o PREV-SAÚDE,
com objetivo de descentralizar o sistema. Este era um programa de serviços básicos
que instituía uma rede regionalizada e hierarquizada, visando, principalmente, a
assistência primária, coerentes com políticas formuladas em toda a América Latina,
que estava voltada à atenção primária à saúde. Porém, este plano nunca saiu do
papel, devido às pressões da Federação Brasileira de Hospitais e Associação
Brasileira de Medicina em Grupo (ABRANGE).
Nesta fase a crise na saúde se agrava, o que leva o governo a criar o
“Pacote da Previdência” – Conselho Consultivo de Administração Previdenciária
(CONASP). Este projeto visa conter os gastos públicos, o que demonstrou a força
que os setores privados exerciam na saúde e o desinteresse do governo em
defender os princípios do Sistema Único.
Em 1982, a tese da municipalização começa a ganhar corpo e foi firmado o
convênio das Ações Integradas de Saúde (AIS), chegando, ao final de 1984, com
todos estados brasileiros participantes. Estas foram adotadas como estratégias para
remodelação da política de saúde, que tiveram sucesso inicialmente e depois
beneficiaram a ineficiência do setor público.
A partir de 1984, há uma mudança na direção do Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) a favor da iniciativa privada,
quando se institui o pagamento da Autorização de Internação Hospitalar (AIH), que
ocorreu em decorrência da união dos burocratas do Estado com o setor privado.
Com a campanha pelas diretas, surge uma “Aliança Democrática” em favor
das teses de municipalização, que apontavam para políticas de descentralização,
fortalecimento dos municípios e defendiam as transferências do INAMPS para o
Ministério da Saúde, como forma de assegurar a constituição do Sistema Único.
Em 1986, ocorreu a 8ª Conferência de Saúde, desta vez aberta à
participação da sociedade civil, que discutiu sobre o financiamento, organização de
serviços, participação popular, recursos humanos e outros temas que serviram de
base para a elaboração da nova Constituição.
Por meio de decreto assinado pelo então presidente José Sarney, é criado o
Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS). Este reduz a estrutura do
INAMPS, adaptando-o às funções de planejamento, orçamentação e
acompanhamento das Secretarias Estaduais de Saúde. Seu objetivo era a

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Integração das Instituições, dando continuidade às AIS, acrescido de
Descentralização e Universalização do atendimento por meio da famosa carteirinha
do INAMPS.
A partir da Constituição Federal, promulgada em 1988, institui-se o Sistema
Único de Saúde (SUS), com Direção Única em cada esfera do governo (Título VIII –
da Ordem Social – Capítulo II – da Seguridade Social Seção II – da Saúde – artigos
196 a 200).
A saúde insere-se entre os direitos sociais previstos na Constituição Federal
de 1998, em seu artigo 6º.
De acordo com o artigo 196 da Constituição Federal:

[...] a saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante as


políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e
de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para
promoção, proteção e recuperação.

O direito à saúde significa que cada um e todos os brasileiros devem


construir e usufruir de políticas públicas que reduzam os riscos e agravos à saúde.
Este direito significa igualmente o acesso universal (para todas as pessoas),
equânime (com justa igualdade) e integral (em todas as áreas).

1.1 DIREITOS COMO CIDADÃO

São direitos do cidadão:


 direito à informação – acesso à informação de saúde individual ou
coletiva, compreendendo as formas de tratamento, o quadro clínico, os
riscos e agravos relacionados ao ambiente de trabalho ou de agressão ao
meio ambiente e quanto à capacidade dos serviços de saúde e sua
utilização pelo usuário;
 igualdade na assistência – sem privilégio ou preconceitos de qualquer
espécie;
 integralidade da assistência – conjunto articulado e contínuo das ações e
serviços preventivos e curativos que garantam, para cada caso, um

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atendimento completo em todos os níveis do sistema. Preservação da
autonomia da pessoa e direito a defesa de sua integridade física e moral;
 participação da comunidade – nas instâncias colegiadas (Conselho de
Saúde e Conferência de Saúde), por meio de atividades associativas;
 informação clara e adequada – sobre serviços e produtos que
provoquem risco a sua saúde;
 a adequada e eficaz prestação de serviços públicos em geral –
saneamento básico e meio ambiente equilibrado como condição
fundamental para preservação da saúde.
Os indicadores de saúde são avaliados pelos aspectos médicos, sociais e
econômicos. Os principais são: produção de alimentos, condições de nutrição, nível
de educação, condições de trabalho, transporte, habitação, saneamento, segurança
social, mortalidade infantil, serviços médicos, renda per capita, distribuição de renda,
liberdade política, social, humana, etc.

2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

2.1 SAÚDE SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

A Constituição Brasileira de 1988 instituiu o SUS, previsto em seus artigos


196 a 200, assim definindo seus princípios básicos: universalização, integralidade,
descentralização, hierarquização e participação popular.
O SUS foi regulamentado pelas leis 8080/90 (alterada pelas leis 9.836, de 23
de setembro de 1999, e 10.424, de 15 de abril de 2002) e 8.142/90, bem como pelas
normas operacionais (NOB-SUS 01/96 e NOAS-SUS 01/2002) baixadas pelo
Ministério da Saúde, agregando todos os serviços estatais de saúde, de esferas
federal, estadual, municipal.
O SUS representa o resultado de várias propostas desenvolvidas, a partir da
década de 80, para dar maior racionalidade ao Sistema de Saúde.

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As ações integradas de saúde solidificam alguns princípios que pouco a
pouco evoluíram com o SUS, destaque para articulação de políticas e recursos entre
diversas instituições públicas e níveis de governo na prestação do serviço de saúde
e fortalecimento do setor público como prestador de serviços, tendo como resultado
a progressiva municipalização das ações de saúde e unificação das distintas
instituições de saúde em cada nível do governo (federal, estadual e municipal).

2.2 EMENDA CONSTITUCIONAL 29, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2000

Altera os artigos 34, 35, 156, 160, 167 e 198 da Constituição Federal e
acrescenta artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para assegurar
os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde.
Estabelece em seu Artigo 6º, parágrafo 2º, que:

[...] a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,


anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos
derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: no caso dos Estados e
do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o
art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, deduzidas as
parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios. (BRASIL, 2000).

No inciso 3, apresenta:

[...] critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados


aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados
destinados a seus respectivos Municípios, objetivam a progressiva redução
das disparidades regionais (BRASIL, 2000).

Os recursos da União serão aplicados, no mínimo, quinze por cento, nos


Municípios, segundo o critério populacional, em ações e serviços básicos de saúde,
na forma da lei. No caso do Estado e Distrito Federal deverão ser de no mínimo
doze por cento. E os recursos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
destinados às ações e serviços públicos de saúde e os transferidos pela União para
a mesma finalidade serão aplicados por meio de Fundo de Saúde que será
acompanhado e fiscalizado por Conselho de Saúde, sem prejuízo do artigo 74 da
Constituição Federal.

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2.3 LEI 8080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990

Ela regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde,


executados de forma isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual,
por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado. Esta lei dispõe sobre
as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes.
Definiu a saúde em seu Artigo 2º como:

[...] um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as


condições indispensáveis ao seu pleno exercício, através da elaboração de
políticas econômicas e sociais que minimizem os riscos de doenças ou
agravos à saúde, com acesso universal e igualitário às ações e aos serviços
para a sua promoção, proteção e recuperação.

Em seu Artigo 4º definiu o SUS como “o conjunto de ações e serviços de


saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais,
da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público” e
também traçou seus objetivos, atribuições, princípios, e diretrizes.
No Artigo 5º, definiu os objetivos e atribuições do SUS, onde ratificou “a
assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das
atividades preventivas”.
Incluiu áreas de atuação do SUS a vigilância sanitária, epidemiológica,
saúde do trabalhador e assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica em
seu Artigo 6º:
Vigilância Sanitária:

[...] conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde


e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da
produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da
saúde. (BRASIL, 1990).

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Vigilância Epidemiológica:

[...] conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou


prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou
agravos. (BRASIL, 1990).

Saúde do Trabalhador:

[...] conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância


epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos
trabalhadores, assim como visa à recuperação e a reabilitação da saúde
dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições
de trabalho. (BRASIL, 1990).

Estabeleceu, ainda, em seus artigos 7, 8 e 9 – que corroboram o Artigo 198


da Constituição –, que as ações e serviços de saúde realizados pelo SUS serão
organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade
crescente e que a direção do SUS é única, devendo ser exercida em cada esfera de
governo pelos seguintes órgãos: Federal (Ministério da Saúde), Estadual e Distrito
Federal (Secretarias de Saúde) e Municipal (Secretaria de Saúde). Tratou das
Atribuições Comuns da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios no seu
âmbito administrativo e estabeleceu a competência, respectivamente, das direções
nacional, estadual e municipal do Sistema Único de Saúde.

2.4 LEI 8142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990

Cuida especificamente da participação da comunidade na gestão do Sistema


Único de Saúde e sobre as transferências intergovernamentais de Recursos
Financeiros na área da saúde, tendo, para tanto, criado, em seu Artigo 1º, a
Conferência de Saúde e o Conselho de Saúde; ambos contando em sua
composição com representantes de vários segmentos sociais e também de usuários,
sendo que a representação destes será paritária.
A Conferência de Saúde é um fórum convocado pelo Poder Executivo a
cada quatro anos, com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a

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situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política em cada
esfera do governo.
Os Conselhos de Saúde são órgãos incumbidos de garantir a participação
da comunidade na definição da política de saúde, bem como o acompanhamento de
sua execução, avaliando não só aspectos quantitativos, mas também como a
qualidade das ações desenvolvidas (Ratificadas pela Resolução 333, de 4 de
novembro de 2003).
Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como
despesas e investimentos, e também especialmente para a cobertura das ações e
serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito
Federal, destinando-se a investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencial
ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde, mediante repasses de forma
regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal de acordo com
os critérios previstos no Artigo 35 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.

2.5 NORMA OPERACIONAL BÁSICA (NOB) DO SUS, DE 6 DE JUNHO DE 1996

Tem por finalidade primordial promover e consolidar o pleno exercício por


parte do Poder Público Municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da
atenção à saúde dos seus munícipes (Artigo 30, incisos V e VII, e Artigo 32,
Parágrafo 1º, da Constituição Federal), com a consequente redefinição das
responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da União, avançando na
consolidação dos princípios do SUS.
Sobre os Campos de Atenção à Saúde, a norma salienta a importância de
atividades na área de saúde pública agregando simultaneamente ações próprias do
campo da assistência e de intervenções ambientais que são partes importantes das
atividades de vigilância epidemiológica e de vigilância sanitária.
O Sistema Municipal de Saúde atua em totalidade de serviços e ações de
saúde, que devem ser desenvolvidos em conjunto com os estabelecimentos,
organizados em rede regionalizada e hierarquizada, voltada ao atendimento integral
de sua própria população e inserida de forma indissociável no SUS, em suas

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abrangências estadual e nacional. As instâncias básicas para a viabilização dos
propósitos integradores e harmonizadores são os fóruns de negociação, integrados
pelos gestores municipal, estadual e federal – a Comissão Intergestores Tripartite
(CIT) – e pelos gestores estadual e municipal – a Comissão Intergestores Bipartite
(CIB). Por meio dessas instâncias e dos Conselhos de Saúde, são viabilizados os
princípios de unicidade e de equidade.
As relações entre os sistemas municipais de saúde apresentam níveis
diferentes de complexidade, sendo comum estabelecimentos ou órgãos de saúde de
um município atenderem usuários encaminhados por outros, o atendimento para
tanto deve ser efetivado exclusivamente entre os gestores municipais.
Ela define também o papel do gestor estadual ratificando as leis que
regulamentam o SUS, como sendo principal a:

[...] gerir o SUS em âmbito Estadual, promover as condições e incentivar o


poder municipal para que assuma a gestão da atenção à saúde de seus
munícipes, sempre na perspectiva da atenção integral e assumir, em caráter
transitório, a gestão da atenção à saúde daquelas populações pertencentes
a municípios que ainda não tomaram para si esta responsabilidade. O mais
importante e permanente papel do estado é ser o promotor da
harmonização, da integração e da modernização dos sistemas municipais,
compondo, assim, o SUS - Estadual. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996).

O papel do gestor federal é o mesmo do estadual, porém na sua esfera de


governo, compondo o “SUS Nacional, normatização e coordenação da gestão
nacional do SUS”.
Assim, tendo como referência os propósitos anteriormente explicitados, a
presente Norma Operacional Básica:

[...] constitui um importante mecanismo indutor da conformação de um novo


modelo de atenção à saúde, na medida em que disciplina o processo de
organização da gestão desta atenção, com ênfase na consolidação da
direção única em cada esfera de governo e na construção da rede
regionalizada e hierarquizada de serviços. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996).

Ela visa ampliar o modelo atual por meio da incorporação, ao modelo clínico
dominante (centrado na doença), do modelo epidemiológico, o qual requer o
estabelecimento de vínculos e processos mais abrangentes.

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O modelo vigente, que concentra sua atenção no caso clínico, na relação
individualizada entre o profissional e o paciente, na intervenção terapêutica
armada (cirúrgica ou medicamentosa) específica, deve ser associado,
enriquecido, transformado em um modelo de atenção centrado na qualidade
de vida das pessoas e do seu meio ambiente, bem como na relação da
equipe de saúde com a comunidade, especialmente, com os seus núcleos
sociais primários – as famílias. Essa prática, inclusive, favorece e
impulsiona as mudanças globais e intersetoriais.
O enfoque epidemiológico atende ao compromisso da integralidade da
atenção, ao incorporar, como objeto das ações, a pessoa, o meio ambiente
e os comportamentos interpessoais. Nessa circunstância, o método para
conhecimento da realidade complexa e para a realização da intervenção
necessária fundamenta-se mais na síntese do que nas análises, agregando,
mais do que isolando, diferentes fatores e variáveis. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 1996).

Atualmente, as fontes que asseguram o maior aporte de recursos ao


Ministério da Saúde (MS) são a Contribuição para Financiamento da Seguridade
Social (COFINS, Fonte 153) e a Contribuição sobre o Lucro Líquido (Fonte 151),
sendo que os aportes provenientes de Fontes Fiscais são destinados praticamente à
cobertura de despesas com Pessoal e Encargos Sociais. A partir daí, criou-se, em
caráter provisório, a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras
(CPMF), cuja validade terminou em 2007.
A Programação Pactuada e Integrada (PPI):

[...] envolve as atividades de assistência ambulatorial e hospitalar, de


vigilância sanitária e de epidemiologia e controle de doenças, constituindo
um instrumento essencial de reorganização do modelo de atenção e da
gestão do SUS, de alocação dos recursos e de explicitação do pacto
estabelecido entre as três esferas de governo. Essa programação traduz as
responsabilidades de cada município com a garantia de acesso da
população aos serviços de saúde, quer pela oferta existente no próprio
município, quer pelo encaminhamento a outros municípios. (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 1996).

A Transferência Regular e Automática Fundo a Fundo consiste na


transferência de valores diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos
estaduais e municipais. Estes recursos são destinados por intermédio dos recursos
citados a seguir.

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2.5.1 Piso Assistencial Básico (PAB)

O PAB consiste em um montante de recursos financeiros destinado ao


custeio de procedimentos e ações de assistência básica, de responsabilidade do
município. É definido pela multiplicação de um valor per capita nacional pela
população de cada município – fornecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) – e transferido regular e automaticamente ao fundo de saúde ou
conta especial dos municípios e, transitoriamente, ao fundo estadual, conforme
condições estipuladas na NOB.

2.5.2 Incentivo aos Programas de Saúde da Família (PSF) e de Agentes


Comunitários de Saúde (PACS)

Acrescenta um percentual ao montante do PAB, de acordo com os critérios,


sempre que estiverem atuando integradamente à rede municipal, equipes de saúde
da família, agentes comunitários de saúde, ou estratégias similares de garantia da
integralidade da assistência, avaliadas pelo órgão do MS responsável – que é a
Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS) – com base em normas da direção
nacional do SUS.
O Programa de Saúde da Família (PSF):

[...] acrescenta 3% sobre o valor do PAB para cada 5% da população


coberta, até atingir 60% da população total do município; mais 5% para
cada 5% da população coberta entre 60% e 90% da população total do
município; e 7% para cada 5% da população coberta entre 90% e 100% da
população total do município. Esses acréscimos têm como limite 80% do
valor do PAB original do município. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996).

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O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS):

[...] acrescenta de 1% sobre o valor do PAB para cada 5% da população


coberta até atingir 60% da população total do município; mais 2% para cada
5% da população coberta entre 60% e 90% da população total do município;
e um acréscimo de 3% para cada 5% da população coberta entre 90% e
100% da população total do município. Esses acréscimos têm como limite
30% do valor do PAB original do município. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996).

A ausência de informações que comprovem a produção mensal das equipes,


durante dois meses consecutivos ou quatro alternados em um ano, acarreta a
suspensão da transferência deste acréscimo.

2.6 NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE (NOAS-SUS 01/2001,


PORTARIA Nº 95, DE 26 DE JANEIRO DE 2001)

Esta portaria amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção


Básica, define o processo de regionalização da assistência, cria mecanismos para o
fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único de Saúde e procede à
atualização dos critérios de habilitação de estados e municípios. No que diz respeito
ao PAB, ficam mantidos os artigos da lei anterior.
A implantação da NOAS-SUS complementa ação da NOB-SUS 91 – em
especial das NOB-SUS 93 e 96 – além de promover uma integração de ações entre
as três esferas de governo. Desencadeou um processo de descentralização intenso,
transferindo para os estados e, principalmente, para os municípios, um conjunto de
responsabilidades e recursos para a operacionalização do Sistema Único de Saúde,
antes concentrada no nível federal.
A partir da implementação do PAB, iniciou-se um importante processo de
ampliação do acesso à atenção básica. A estratégia da Saúde da Família encontra-se
em expansão e, cada vez mais, consolida-se como eixo estruturante para a
organização da atenção à saúde.
A Norma considera o sistema de saúde equânime, integral, universal,
resolutivo e de boa qualidade e concebe a atenção básica como parte imprescindível
de um conjunto de ações necessárias para o atendimento dos problemas de saúde

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da população, indissociável dos demais níveis de complexidade da atenção à saúde.

Além de promover uma integração de ações entre as três esferas de


governo, desencadeou um processo de descentralização intenso,
transferindo para os estados e, principalmente, para os municípios, um
conjunto de responsabilidades e recursos para a operacionalização do SUS,
antes concentradas no nível federal. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

A experiência acumulada, à medida que o processo de gestão


descentralizada do sistema amadurece, evidencia um conjunto de
problemas/obstáculos em relação a aspectos críticos para a consolidação do SUS.
Para se aprofundar ao processo de descentralização, deve-se ampliar a ênfase na
regionalização e no aumento da equidade, buscando a organização de sistemas de
saúde funcionais com todos os níveis de atenção, não necessariamente confinados
aos territórios municipais e, portanto, sob responsabilidade coordenadora da SES.
Além da lógica político-administrativa de delimitação dos sistemas de saúde,
que assegura a indivisibilidade dos territórios municipais e estadual no planejamento
da rede e a autonomia dos entes governamentais na gestão, é fundamental
considerar, para a definição do papel da SES e de cada SMS no sistema funcional,
as noções de territorialidade na identificação de prioridades de intervenção e de
organização de redes de assistência regionalizadas e resolutivas, além das
capacidades técnico-operacionais necessárias ao exercício das funções de alocação
de recursos, programação físico-financeira, regulação do acesso, contratação de
prestadores de serviço, controle e avaliação.

O processo de regionalização deverá contemplar uma lógica de


planejamento integrado, compreendendo as noções de territorialidade na
identificação de prioridades de intervenção e de conformação de sistemas
funcionais de saúde, não necessariamente restritos à abrangência
municipal, mas respeitando seus limites como unidade indivisível, de
forma a garantir o acesso dos cidadãos a todas as ações e serviços
necessários para a resolução de seus problemas de saúde. (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2001).

Ela delimita o Plano Diretor de Regionalização que prevê uma assistência


mínima que delimita as regiões/microrregiões, a identificação das prioridades de
cada uma destas, e estabelecer estratégias que garantam o acesso da população
aos serviços.
Institui o processo de ampliação do acesso e da qualidade da atenção básica.

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Cria para fins de financiamento do elenco de procedimentos da Atenção
Básica Ampliada, onde foi instituído o PAB-Ampliado, que deverá utilizar Plano
Municipal de Saúde vinculado à programação físico-financeira, regular dos bancos
de dados nacionais do SUS, fornecer os indicadores de avaliação da atenção básica
no ano anterior.
Ela atua ainda na definição dos serviços de média e alta complexidades (que
não vamos aprofundar aqui, devido ao enfoque do nosso trabalho, que é a Atenção
Básica).
O fortalecimento das funções de controle e avaliação dos gestores do SUS
deve se dar, principalmente, nas seguintes dimensões: avaliação da organização do
sistema e do modelo de gestão; relação com os prestadores de serviços; qualidade
da assistência e satisfação dos usuários; resultados e impacto sobre a saúde da
população.
No que diz respeito à Gestão Plena Municipal, ela afirma que todos os
municípios que vierem a ser habilitados em Gestão Plena do Sistema Municipal, de
acordo com as normas do Item 48 – Capítulo II desta Norma – estarão também
habilitados em Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada. Eles deverão assumir
responsabilidades de: elaboração do Plano Municipal de Saúde, aprovado pelo
Conselho Municipal de Saúde (CMS); gerência de suas unidades ambulatoriais
próprias; organizar a rede de atenção básica; desenvolvimento do cadastro nacional
de usuários do SUS; execução das ações básicas de vigilância sanitária pelas
normas da ANVISA e execução das ações de epidemiologia. Como requisito básico
deve-se comprovar o funcionamento do CMS, a operação do Fundo Municipal de
Saúde. O município que descumprir as responsabilidades assumidas resultará na
desabilitação do mesmo.

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2.7 COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA

Este item trata sobre o Projeto de Lei nº 3.256, de 2004 (Comissão de


Seguridade Social e Família) apensados os Projetos de Lei nº 4.261, de 2004, e nº
1.125, de 2007.
A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados
Federais aprovou, no dia 7 de novembro de 2007, por unanimidade, o parecer do
deputado Alceni Guerra (DEM/PR), sobre o PL 3256/2004, do deputado Geraldo
Resende (PMDB/MS) e o PL 4261/2004, da deputada Gorete Pereira (PR/CE), que
tramitam conjuntamente e dispõem sobre a Inclusão dos Profissionais da Fisioterapia
e Terapia Ocupacional nas Equipes do Programa de Saúde da Família (PSF).
Segundo Geraldo Resende, este PL “visa obrigar o oferecimento do serviço
de Fisioterapia pelo Programa de Saúde da Família - PSF, definindo que o custo
dessa nova atividade caberá ao Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da
Família (PROESF)”. Na justificação, o autor destacou que a incorporação do
fisioterapeuta à equipe do PSF promoverá o fortalecimento da atenção básica à
saúde, bem como ampliará o acesso da população a serviços e ações de saúde.
A emenda nº 1, de 2007, da deputada Gorete Pereira obriga o PSF,

[...] a prestar serviço de Fisioterapia e Terapia Ocupacional como forma a


garantir o acesso de todos os cidadãos aos meios e técnicas necessárias
para resolução dos problemas de saúde relacionados a estas profissões e
suas especialidades. Também estabelece que os recursos para custeio
destas atividades advenham do bloco de financiamento da Atenção Básica.

Nessa regulamentação, reafirmou-se o compromisso com a integralidade


dos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Considerou que a
inclusão de profissionais Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais nas Equipes do
PSF contribuirá para fortalecer a integralidade no SUS, uma vez que a realidade
demográfica (o envelhecimento progressivo de nossa população) e epidemiológica
demonstra que as doenças e agravos não transmissíveis representam a maior causa
de óbito em nosso país, sendo também relevante a morbidade associada, de modo

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que muitas dessas condições tornam necessário um maior acesso da população aos
serviços prestados pelos referidos profissionais.
A mencionada Portaria GM nº 648/2006, explicita no item 3 do anexo (que
trata da infraestrutura e dos recursos necessários) a composição da equipe do PSF é:

[...] equipe multiprofissional composta por médico, enfermeiro, cirurgião-


dentista, auxiliar de consultório dentário ou técnico em higiene dental,
auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e agente comunitário
de saúde, entre outros.

Foi destacado o termo “entre outros” para indicar que é possível incluir
outros profissionais nas equipes, dependendo da realidade local. Assim, não se trata
de definir qual categoria profissional seria importante o suficiente para compor a
definição básica de uma equipe do PSF. A questão seria: quais profissionais seriam
necessários para compor uma equipe mínima, do ponto de vista nacional, para
fortalecer a atenção básica no modelo proposto pelo PSF? “Os profissionais não
incluídos na equipe mínima poderiam compor o sistema por meio da referência para
um nível maior de complexidade, respeitando outra diretriz do SUS, a hierarquização
dos serviços”.
A inclusão de Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais nas equipes do
PSF atende aos pressupostos da Política Nacional de Atenção Básica.
O gestor do Sistema Único de Saúde, de cada esfera de governo, “definirá a
forma de inserção e de participação dos profissionais especificados no caput deste
artigo nas equipes do Programa de Saúde da Família, de acordo com as
necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade”.
Durante a reunião, o deputado Alceni Guerra destacou a importância da
proposta: “O Brasil precisa parar de pensar em doença e começar a pensar em
saúde. Muitos pacientes ficam internados indevidamente nos hospitais, ocupando
vagas quando poderiam ser tratados em suas casas, por um Fisioterapeuta.”
De acordo com a vice-presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional (COFFITO), doutora Ana Cristhina Brasil, que é coordenadora
da Comissão de Assuntos Parlamentares para Assuntos da Fisioterapia e Terapia
Ocupacional, essa é mais uma etapa vencida em um trabalho de acompanhamento
do processo parlamentar:

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É mais um resultado positivo, fruto da dedicação e empenho dos membros
do Conselho e da Comissão Parlamentar junto aos parlamentares, às
comissões, lutando para que a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional sejam
cada vez mais valorizadas, atendendo uma demanda da própria sociedade
brasileira.

FIM DO MÓDULO I

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