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Visão Panorâmica do Novo Testamento


Pr. Edilson J. P. Araujo

www.institutopedraviva.com.br
Objetivo
O curso livre de Teologia do Instituto Pedra Viva visa a formação integral do estudante,
especializando alunos para exercerem ministérios em suas igrejas locais, incentivando
o aperfeiçoamento do aluno na área acadêmica, estimulando o diálogo entre a igreja e a sociedade.

Metodologia
O Instituto Pedra viva trabalha com a metodologia do Ensino à distância, EAD, que é uma alternativa
de estudo para os irmãos, vocacionados ou que queiram aprimorar seu conhecimento Bíblico para um
ministério eclesiástico específico (pastoral, missionário, educador cristão, entre outros), que não têm
possibilidade de assistir aulas no modelo convencional (presencial). A Educação a Distância do
Instituto Pedra Viva oferece ao aluno a possibilidade de ser o principal responsável pelo seu
desenvolvimento. Essa automotivação, garantida pela flexibilidade nos horários das aulas e a
possibilidade em tirar dúvidas através de e-mails e comunicação on-line faz do aprendizado uma
experiência única. O curso de Teologia EAD do Instituto Pedra Viva vem para facilitar o estudo do
aluno mantendo sempre a qualidade de ensino. A metodologia EAD desenvolve o senso de autonomia
do aluno, proporcionando uma experiência de automotivação e conforto fundamentais para os dias
de hoje, o que exige disciplina e dedicação do Aluno (a) no processo de aprendizagem.

Processo de Ensino
O processo de ensino se dá por meio de vídeo aulas que poderão ser assistidas pelo aluno em qualquer
lugar e a qualquer hora. O material didático e matérias extras serão disponibilizados on-line, através
do Portal do Aluno, neste espaço os estudantes terão acesso a todas as aulas de seu módulo, materiais
e avaliações e debates com assuntos para serem discutidos entre os alunos. Para tirar dúvidas os alunos
podem enviar suas perguntas por e-mail ou conversar através de uma caixa de diálogo.
Os materiais de estudo disponibilizados incluem: Material de Leitura: Neste material, o aluno
encontra os fundamentos teóricos que lhe darão suporte para a compreensão dos conceitos inerentes
à disciplina em estudo. Aulas Conceituais: São aulas produzidas e gravadas pelos professores ou
autores do material de leitura.
Processo de Avaliação
As avaliações serão de critério de cada professor. As participações dos debates semanais (Fórum)
será a base para a terceira nota parcial. A média final para a aprovação do aluno na matéria é igual a
7.

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VISÃO PANORÂMICA DO NOVO TESTAMENTO
EMENTA
Apresentar uma visão simples e panorâmica de todos os livros do Novo
Testamento. Mostrar o propósito para qual o livro foi escrito. Apresentar o autor e data em
que foi escrito e definir um esboço de estudo de cada livro do Novo Testamento.

OBJETIVO
A disciplina Panorama do Novo Testamento apresenta ao aluno uma viagem sobre
cada Livro do Novo Testamento. Uma viagem onde o estudante poderá conhecer os
principais assuntos do livro e um esboço simples do mesmo. Após este estudo o aluno terá
uma visão ampla do propósito de cada um dos escritos do Novo Testamento Bíblico.

INTRODUÇÃO
A Bíblia é uma verdadeira biblioteca de 66 livros, divididos em duas partes: O Antigo
Testamento com 39 livros e Novo Testamento com 27 livros. Trabalharam nesses 66 livros,
aproximadamente quarenta pessoas. Cada escritor manifesta o seu próprio estilo e
características. Entretanto, há na Bíblia um só plano, que de fato nos mostra um só autor
divino, guiando os humanos.
O nosso estudo será o Novo Testamento, porém devemos ter em mente que o Novo
Testamento está muito entrelaçado com o VT e vice-versa. Há 1.040 citações de
referências ao Velho Testamento no Novo. Cristo é o tema do novo Testamento, ou seja, da
velha aliança mudamos para nova aliança ; de Moisés para Cristo ; da lei para graça.

A RELAÇÃO DO ANTIGO COMO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento é o cumprimento efetivo do Antigo Testamento, que por sua vez,
deve ser entendido como o anúncio do que Deus faria na história da humanidade. Podemos
observar mudanças significativas do Antigo para o Novo testamento na história da
humanidade:
 No Antigo Testamento, vemos a existência de vários sacrifícios (de animais)
em favor do pecado. Já no Novo, vemos um único sacrifício, definitivo, do
Filho de Deus, em favor do pecado da humanidade.
 No AT, encontramos o Dia da Expiação como o dia propício para acesso a
Deus, e no NT, vemos o véu rasgado e o acesso ilimitado a Deus por meio da
pessoa e obra de Cristo.

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 No AT, vemos a páscoa como símbolo da aliança de Deus com o povo de
Israel, e no NT, vemos a Ceia do Senhor como símbolo da aliança perpétua
de Deus com o homem salvo.
 No AT vemos a ação pontual do Espírito de Deus, já no NT, vemos a morada
do Espírito Santo no homem salvo por Cristo.
 No AT vemos a instituição da Lei, que conduziu o povo à percepção da
necessidade da graça de Deus, manifesta no NT, em Jesus Cristo.
Precisamos entender que o Antigo Testamento é o alicerce, a base, o fundamento,
em que o Novo Testamento foi construído, erguido, enfim, edificado. Sendo assim, o AT anda
junto com o NT. Ambos devem ser interpretados considerando a unidade entre os relatos da
revelação de Deus, o Novo Testamento não anula o Antigo Testamento. Interessante observar
que toda a lei do AT foi resumida no amor, que é a base do relacionamento entre Deus e o
homem e entre os homens.

O PERÍODO INTER BÍBLICO.


Há um período de aproximadamente 400 anos entre os escritos do Antigo
Testamento e do Novo Testamento Este tempo é conhecido como período intertestamentário
ou “anos silenciosos”, ou ainda período Inter bíblico, afinal, nenhum homem foi levantado por
Deus desde a época de Neemias (Ne 13.4- 30) e a última profecia (Malaquias), cerca de 424
a.C., até João Batista, que foi levantado por Deus para anunciar a chegada do Messias, cerca
de 6 a.C.. Deus estava agindo em favor dos seus propósitos. Este período compreende a
queda do Império Medo Persa (o mesmo que dominou a Babilônia e deu possibilidade do povo
de Israel voltar para Jerusalém); o surgimento do Império Grego, com a presença de
Alexandre, o Grande, que inaugurou o que conhecemos como Período Helenístico; e o a
ascensão do poderoso Império Romano, que ainda era atuante na época de Cristo, dos
apóstolos e da igreja primitiva. Sobre a queda do Império Persa, vale ressaltar que depois de
Neemias, esse governo ainda manteve-se cerca de 200 anos. Nessa época, apesar do
domínio persa, os judeus podiam observar as suas práticas religiosas, inclusive com a
liderança dos sumo-sacerdotes.
Nos anos 330 a.C., aproximadamente, Alexandre, o Grande, conquista o Oriente,
dominando os territórios sob a influência dos medo-persas, inclusive a Judéia. Inaugurava-se
o Período Helenístico, em que a cultura grega foi difundida entre o império como uma maneira
de dominar e influenciar os povos conquistados. Justamente, nesse período (c. 250 a.C.), foi
confeccionada a Septuaginta (LXX), a pedido do governante Ptolomeu Filadelfo, por cerca de
70 judeus, dominantes do grego, que traduziram o Antigo Testamento para a língua grega.
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Ainda que debaixo do domínio grego, semelhante ao período dos medo-persas, os judeus
puderam manter suas práticas religiosas e civis, grande parte do tempo, até que um dos
governantes da época, Antíoco IV, por volta de 170 a.C., contrapôs ao judaísmo, suscitando
a Revolta dos Macabeus (166-142 a.C.), que resultou na independência de Judá até o rude
domínio romano.
Também, a esse período, podemos atribuir a formação do judaísmo que
encontramos na época de Jesus. Para isso, precisamos lembrar que a Diáspora, promovida
pelo domínio babilônico, fez com que muitos judeus, mesmo após o retorno permitido pelo
império persa, se espalhasse pela Mesopotâmia, não retornando para a Palestina. Dessa
situação, surgem as sinagogas, que eram locais de encontro dos judeus que não tinham
acesso ao templo – até mesmo, porque o templo fora destruído em 586 a.C. – para manterem
a sua tradição religiosa. Vale destacar que a sinagoga, em virtude do exílio, passou a ter um
simbolismo tão relevante para os judeus, que mesmo após a reconstrução do templo, na
época de Zorobabel, em 516 a.C., manteve-se em funcionamento, sendo referência de
instrução e adoração. Também em decorrência da diáspora, muitos exilados, acreditando que
o exílio era uma consequência da falta de conhecimento da Torá, aplicaram-se no estudo
profundo das Escrituras (do Antigo Testamento). Nesse período, os escribas tornaram-se
mestres, reconhecidos como autoridades na interpretação das Escrituras. Daí, surgem
importantes escolas de hermenêutica bíblica, que é o estudo da interpretação dos relatos
bíblicos. Junto aos escribas, também tinham os rabis, que transmitiam o entendimento das
Escrituras dos escribas ao povo. E outra herança desse período para o judaísmo da época de
Jesus refere-se ao conflito entre o helenismo (influência da cultura grega) e o judaísmo
ortodoxo.
Por alguns judeus cederem às influências gregas do período helenístico, outro grupo
de judeus mais ortodoxos, tradicionais, passaram a se opor a esse modismo. Surgiram, então,
os principais grupos religiosos que figuraram a época de Jesus, a saber:
 Fariseus – originários dos judeus piedosos que lutaram contra os helenistas
na época dos Macabeus, tornou-se um grupo de religiosos mais rígidos. Na tentativa de
manterem-se fiéis, tornaram-se orgulhosos, hipócritas e legalistas. Tinham ação mais
direcionada nas sinagogas.
 Saduceus – originários dos judeus helenizados e aristocratas, negavam a
legitimidade da tradição e qualquer revelação além da Torá. Eram uma ala mais liberal entre
os judeus, ocupando-se ao cuidado da lei e do templo.
 Essênios – Em oposição tanto ao formalismo fariseu e ao liberalismo saduceu,
esse grupo caracterizou-se pelo isolamento e por uma postura ascética, ou seja, com o menor
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nível possível de conforto e prazer. Valorizavam as cerimônias de purificação e a vida de
oração e leitura das Escrituras.
 Herodianos – grupo de judeus que apoiavam, por interesses políticos, o
domínio romano. Esse contexto de conflitos e frustrações foram usados por Deus para
prepararem o povo para a chegada do Messias (Gl 4.4).
 Os Zelotes - Pregavam que a lei devia ser guardada, mesmo pela força da
espada. Eles eram violentos, cruéis, sanguinários. Quando tinham oportunidade, matavam até
mesmo a judeus que pagassem tributo a César. Odiavam mortalmente os romanos. Eles foram
os responsáveis pela destruição de Jerusalém, no ano 70 dC. Quanto a doutrina seguiam o
judaísmo em geral. Alguns acham que Simão (Mt 10:1-4) era Zelote. Naturalmente antes da
sua conversão.
 Publicanos. Não constituíam um partido político e, muito menos, religioso. Os
Publicanos, devido à natureza de seu trabalho, eram tidos como traidores da pária e odiados
pelos judeus. Eram reputados pecadores, no mesmo nível das meretrizes (Mt 9:10; 21; 31- Mc
2:15). Jesus salvou a Mateus, um publicano e fez dele um apóstolo (Mt 9:9). Também comeu
com publicanos; salvou o publicano Zaqueu (Lc 19:1-10) e se mostrou amigável para com os
publicanos (Lc 6:12-13). Os publicanos eram desprezados pelos judeus, porque o governo
romano os encarregava de receber os impostos e os direitos de alfândega.
 Os Samaritanos - Não pertenciam ao povo judeu e nem residiam dentro dos
termos de Israel. Os Samaritanos eram colonos de raça estranha, estabelecidos ali pelos
assírios (700 anos antes, II Reis 17 :24-31 e Ed 4: 1; 9; 10). Aceitavam o pentateuco e
adotavam em parte, a religião judaica. Esperavam que o Messias fizesse de Samaria não de
Jerusalém, a sede do seu governo. Os Samaritanos odiavam os judeus de Jerusalém.

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Como herança do período Inter Bíblico, além da Septuaginta, surgiram nesse período
muitos dos livros apócrifos, isto é, livros que para a maioria absoluta das comunidades judaica
e cristã primitiva, não possuíam autoridade divina, mas que na história da igreja, foram aceitos
como inspirados por Deus pela Igreja Católica Romana.
Toda escritura sagrada é divinamente inspirada, mas em meio ao tempo e vontade
de controlar o povo muitos escritos foram apresentados com sendo de Deus. Não o sendo. O
que é denominado como Escritos apócrifos.
Foram escritos 14 livros entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento estes
livros foram escritos em Grego e são livros considerados não inspirados por Deus e para
provar essa não inspiração é possível apresentar alguns argumentos considerados bem
relevantes. Estes argumentos são:
1. Não foram reconhecidos pelos judeus como parte das Escrituras.
2. Não foram escritos em Hebraico.
3. Nunca foram citados por Jesus.
4. Nunca foram citados por outros escritores da Bíblia.
5. A Igreja primitiva os rejeitou.
6. Joséfo, historiador famoso os rejeitou.
A Igreja católica através do Papa Leão X aprovou a Declaração de inspiração dos
livros apócrifos no concilio de Trento em 1546, foram declarados inspirados por Deus, isso
com a intensão de deter o movimento protestante. O Catolicismo romano tinha muitas
razões internas para fazer isso. Como exemplo, podemos citar a doutrina do purgatório que
era combatida pelo movimento protestante e a Igreja Católica não tinha com provar a
existência deste nas escrituras, mas com o livro de Macabeus supostamente inspirado
podiam
maquiar tal
doutrina.

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DIVISÃO DO NOVO TESTAMENTO - SEGUNDO A ORDEM NA BÍBLIA:
1. Os Evangelhos 04
2. Livro histórico 01
3. As Epístolas 21
4. Livro profético 01
Total 27

O NT foi escrito na sua maioria em grego. O grego usado foi “Koiné” e não o
clássico. Algumas palavras foram escritas em aramaico . Ex: Mt 27:46 - “Elií, lama, sabáctani”;
Mc 5:41 - “Talita Cumi”; Mc 7:37 - “Efata” ; I Cor 16 : 22 - “Maranata” ; Rom 8:15 - “Abba”.
 Autores que eram apóstolos: Mateus, João, Pedro, (Paulo - Ef 1:1, Gl 1:1)

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 Epístola que Paulo escreveu em sua 1ª prisão em Roma: Efésios, Filipenses,
Colossenses, Filemom.
 Epístolas Pessoais : 1ª 2ª Timóteo, Tito, Filemom, 2ª 3ª João.
 Livros pessoais: Lucas e Atos.

CÂNON DO NOVO TESTAMENTO


Os livros produzidos não foram reunidos de imediato. Levou cerca de 350 anos para
que eles pudessem ser devidamente compilados, tendo sua autoridade reconhecida pela
igreja. Esse processo de debates e análises quanto à autoridade divina dos livros, é o que
chamamos de definição do cânon. Dentre os critérios definidos pelas igrejas para o
reconhecimento da canonicidade dos escritos neotestamentários, pode-se destacar:
a) a autoridade divina reivindicada pelos próprios escritores para os seus relatos
(1Co 14. 37; Rm 2. 16; 2Pe 3. 2, 16);
b) o testemunho de alguns apóstolos para a autoridade divina de relatos produzidos
por não apóstolos;
c) a coerência com o restante das Escrituras;
d) a percepção da inspiração divina pela grande maioria dos crentes da época.

OS QUATRO EVANGELHOS EM CONJUNTO


Nos tempos apostólicos, existiam quatro classes representativas do povo- judeus,
romanos, gregos e um corpo tomado das três classes- a igreja. Cada um dos evangelistas
escreveu para uma dessas classes, adaptando-se ao seu caráter, às suas necessidades e
ideais. Mateus, sabendo que os judeus aguardavam ansiosos a vinda do Messias prometido
no Antigo Testamento, apresenta Jesus como o Messias. Lucas escrevendo para um povo
culto, os gregos, cujo ideal era o homem perfeito, faz com que o seu livro focalizasse a pessoa
de Cristo como a expressão desse ideal. Marcos escreveu aos romanos, um povo cujo ideal
era o poder e o serviço, e ele descreveu Cristo como o Conquistador Poderoso. João tinha em
mente as necessidades dos cristãos de todas as nações e assim apresenta as verdades mais
profundas do Evangelho, entre as quais mencionamos os ensinos acerca da divindade de
Cristo e do Espírito Santo.
Outro aspecto que chama a nossa atenção é o fato que Mateus, Marcos e Lucas
cobrem quase o mesmo terreno e João trata em sua maior parte de matéria não mencionada
por eles. João não repete, senão, em apenas um caso, os milagres narrados nos Evangelhos
sinóticos e esse único é o da multiplicação dos pães; embora seja apresentado de modo
mais completo no que diz respeito à significação do próprio milagre (João 6).
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Os primeiros três Evangelhos são chamados sinóticos, porque fornecem um vista
geral dos mesmos acontecimentos e tem um plano comum. Enquanto que o Evangelho de
João foi escrito em base inteiramente diferente dos outros três. Existe um relacionamento
contrastante entre eles, como veremos abaixo:

SINÓTICOS JOÃO
Fatos externos da vida do Senhor Fatos internos da vida do Senhor
Aspectos humanos da vida do Senhor Aspectos divinos da vida do Senhor
O ministério na Galiléia (em especial) Os discursos particulares (em geral)
O ministério na judéia (em especial)

O livro de Mateus tem de ser o primeiro, pois sua especialidade é a ligação do


Evangelho com as Escrituras Hebraicas, introduzindo assim o Novo Testamento como o
cumprimento do Velho. “Para que se cumprisse o que fora dito” é seu refrão característico e
ele adapta claramente sua narrativa aos judeus, de quem Cristo descendeu na carne.
Para que o relato de Mateus não pareça sugerir que o Evangelho é apenas um
desenvolvimento da fé judaica, Marcos vem em seguida. Este é um Evangelho de ação e sua
primeira abordagem intencional parece dirigir-se aos romanos e não aos hebreus. Enquanto
que Lucas abre a porta por completo. Ele apresenta Jesus como “filho do Homem”. Nele
encontramos a simpatia humana mais abrangente, a perspectiva mais liberal, o Salvador é
apresentado de forma a prender a atenção dos gentios em geral. O quarto Evangelho,
apresenta Jesus como Deus, Ele é o Salvador e também o Criador do mundo. Ele não apenas
ensina a verdade. Ele é a verdade. Ele transmite vida porque Ele é vida.
Os Atos devem seguir imediatamente aos quatro Evangelhos, pois precisamos ver os
fatos externos da vida, morte, ressurreição e ascensão do Senhor em sua primeira significação
para os judeus, agora completados. Devem também preceder as Epístolas da Igreja Cristã,
pois somos assim preparados para observar os fatos de Cristo em seu significado mais amplo
para a Igreja.
Ao tomarmos as nove Epístolas da Igreja Cristã, veremos que as quatro primeiras
enfatizam a Cruz; as três seguintes a Igreja; as duas últimas o segundo advento do Senhor.
Quanto às Epístolas Cristãs Hebraica , as duas primeiras salientam a “fé” e as “obras”.
As duas seguintes a “esperança” e o “crescimento”. As outras quatro (João e Judas) o “amor”
e depois “contendas.” Apocalipse fala de “vencer” e “herdar” .Desde o início até o fim do NT.
existe um progresso: o Cristo coroado de espinhos na cruz vem a ser o Rei coroado de glória
da Nova Jerusalém.

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QUADRO CRONOLÓGICO DO NT.
PERÍODO DATA ACONTECIMENTO REGISTRO PUBLICAÇ
HISTÓRICO ÃO
05 a.C. Nascimento de Jesus Mateus
Começo 07 d.C Jesus no Templo “12 anos” Marcos
5 a.C. à 29 d.C. 25 d.C. Batismo de Jesus Lucas
29 d.C. Crucificação de Jesus João
32 d.C. Conversão de Paulo
45 d.C Tiago
47 d.C 1ª viagem missionária
Expansão 49 d.C Paulo em Antioquia Gálatas
29 d.C. à 60 d.C. 50 d.C Concílio de Jerusalém Atos
52 d.C 2ª viagem missionária 1ª, 2ª
Tessalonicen
ses
57 d.C 3ª viagem missionária 1ª Coríntios
58 d.C 3ª viagem missionária 2. Coríntios;
Romanos
60 d.C Aprisionamento de Paulo em Marcos,
Cesaréia Mateus,
Lucas
62 d.C 1º aprisionamento de Paulo em Epístolas de Efésios,Filip
Roma Paulo enses,
Colossenses,
Filemom
63 d.C Atos
64 d.C Incêndio de Roma 1ª Pedro
65 d.C Paulo livre 1º Timóteo
Consolidação 66 d.C Paulo livre Tito, 2º
Pedro
60 d.C. à 100 d.C. 67 d.C 2º aprisionamento de Paulo em Epístolas 2ª Timóteo
Roma Gerais
68 d.C Paulo martirizado Hebreus e
Judas
70 d.C Destruição de Jerusalém
85 d.C João; 1ª, 2ª,
3ª João
95 d.C Apocalipse Apocalipse

“MATEUS” (28 capítulos)


Versos Chave:
“Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.” 1:1
“Por cima da sua cabeça puseram escrita a sua acusação: ESTE É JESUS, O REi
DOS JUDEUS.” 27:37

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Mensagem:
Jesus como Rei Messias
* Cada evangelista fornece um retrato diferente do Senhor Jesus, o dado por Mateus
é o de Rei; A palavra "reino" encontra-se 55 vezes, "reino do céu" 32 e "Filho de
Davi" 7 vezes. Leão é o símbolo apresentado por Mateus para Cristo Jesus .
Apocalipse 5:5.
Propósito:
Este livro mostra que a missão de Jesus era destinada, primeiramente aos judeus
(10:5,6 e 15:24); o "Evangelho do Reino" anunciado por Jesus e seus discípulos
(4:23 e 10:7) não é o mesmo que anunciamos hoje. O primeiro é as boas novas que
Deus estava para estabelecer na terra, um reino político e espiritual - regido por
Jesus filho de Davi, enquanto que o último tem de empenhar-se com o reino espiritual
de Deus. O "Evangelho do reino" foi anunciado até a rejeição e crucificação de Jesus,
mas será anunciado outra vez, um pouco antes da grande tribulação 24:14 e da
segunda vinda de Jesus como Rei.
O "Evangelho” que pregamos hoje é boas novas de salvação por meio de
Cristo e a chamada de um povo para si mesmo. Uma proclamação do Evangelho da
graça de Deus.
Originalmente foi escrito em hebraico, e se destinou aos judeus. O Antigo
Testamento é constantemente citado; uma palavra característica neste livro é
cumprir. Ele alude a nada menos que 60 citações do Antigo Testamento como tendo
sido cumpridos em Cristo.
Resumo:
Mostrar que Jesus de Nazaré era o Rei Messias das profecias judaicas.
Palavra Chave:
Consumado
Data:
Primeiro Século 50 D/C

O Escritor:
Mateus o homem fiel - o publicano convertido (Mateus 9:9); em Marcos (2:14)
chamado de Levi - Mateus significa "Dom de Deus". Ele era da Galiléia e tornou-se
um dos 12 discípulos de Jesus. Tudo indica ter sido um homem rico. Modestamente
não faz alusão ao "grande banquete" que ofereceu em sua casa, por ocasião da sua
chamada ao ministério. (Lucas 5:29)
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Esboço:
1- O nascimento do Rei - cap. 1-2
2- O Arauto do Rei - cap. 3
3- A prova do Rei - cap. 4:1-11
4- A proclamação do Rei - cap. 4:12-25
5- As leis do rei - cap. 5-7
6- O ministério do Rei - cap. 8-11:19
7- A rejeição do Rei - cap. 11:20 a cap. 20
8- A entrada do Rei - cap. 21-25
9- A morte e ressurreição do rei - cap. 26-28

“MARCOS” (16 CAPÍTULOS)


Verso Chave:
“Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida em resgate por muitos.” 10:45
Autor:
João Marcos apresenta Cristo como servo, usando o Boi como símbolo;
- Era um obreiro ligado aos apóstolos, não era apóstolo;
- Era primo de Barnabé; e foi por sua causa que Paulo e Barnabé discordaram;
(Atos 15:36-41)
- Admite-se que Marcos se converteu pela instrumentalidade de Pedro,
tornou-se seu companheiro e registrava as suas declarações.
Data:
Século 1, 57 e 58 D\C.
Palavra Chave:
Imediatamente
Mensagem:
Jesus, como o servo.
Propósito:
- Foi escrito, assim se crê em Roma e para os Romanos conseqüentemente:
a- Há poucas referências ao V.T;
b- Palavras judaicas são explicadas; (3:17;5:41;7:11 e 34;14:36);
c- Também os costumes judaicos; (7:3,4;14:12;15:42)
- No seu todo, o livro reflete a natureza enérgica e impulsiva de Pedro, e assim
admiravelmente adaptada para o cidadão romano, que era sem duvida homem de ação;
14
- O retrato que Marcos esboça do Senhor Jesus, é o servo ideal. Como a maioria dos
romanos não interessava em palavras, doutrinas ou ensinos, mas sim atividades
constantes, neste Evangelho frisam-se os atos de Nosso Senhor Jesus Cristo e não suas
palavras.
Vejamos em Atos:
Há 4 tipos de milagres mencionados:
Os milagres Evangelho Em Marcos Referências
s
1- Físico curando enfermos 17 8 (Mc. 1:40-45)
2- Natural- Sobre as forças da 09 5 (Mc.4:35-41)
natureza
3- Espiritual- Demônios 06 4 (Mc. 5:1-20)
4- Sobrenatural- Levantando os 03 1 (Mc. 5:22-43)
mortos

Esboço:
1- A chegada e a identidade do Servo; 1:1-11
2- A fidelidade do Servo; 1:12-13
3- O Servo trabalhando, o caráter e a natureza do seu trabalho; 1:14-13
4- O Servo obediente até a morte; 14-15
5- O ressuscitado e glorificado ainda Servo; 16 (Obs. vs.20).

JESUS O SERVO MODELO

1. Servo sábio- escolhido e colocando outros no serviço- 1:14-20; 2:13,14; 3:14-19;


6:7-13;
2. Servo com autoridade - tinha poder sobre demônios, os elementos, os mortos e
no ensinar- 1:21-28; 4:35-41; 5; 6:47-51 e 9:14-29;
3. Servo terno e amoroso - Servindo com compaixão- 1:29-34 e 40-45; 5:41; 6:34;
8:2; 10:13-16,21;
4. Servo Piedoso- com oração- 1:35; 6:46; 4:32-41;
5. Servo ativo- servindo a todos- 1:36-39;
6. Servo incansável- servindo sem descanso, mesmo quando em casa- 2:1-12; 5:15-
22;
7. Servo abnegado - servindo com desprendimento- 3:20 e 6:31;

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8. Servo sofredor- servindo com tristeza (3:5), com gemidos- 7:34; 8:12- até a morte-
8:27-38;
9. Servo humilde- ensinando com simplicidade as verdades divinas- 9:33-37;
12:11,12; 1:22 com 12:37;
10. Servo desprezado- mas continua servindo- 6:1:6
11. Servo tolerante- que observa e aprecia o proceder dos outros- 9:38-40 e 12:41-
44;

“LUCAS” (24 CAPÍTULOS).


Autor:
Lucas apresenta Cristo como homem;
Frase Chave:
Filho do homem;
Versos Chave:
“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.” 19:10;
“Vendo o centurião o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo:
Verdadeiramente, este homem era justo.” 23:47;
Mensagem:
"Jesus como o homem ideal"
Propósito:
Foi escrito para os gregos, em primeira instância - a um amigo pessoal (Teófilo) -
depois de uma rigorosa investigação, com o propósito de por termo à circulação de
falsos evangelhos e a alusões duvidosas da vida das vidas;
Sobre o autor:
Lucas era natural de Antioquia, na Síria, era gentio. Seu nome é uma forma
abreviada de Lucanus, o que levou alguns a afirmar que era grego. Era um homem
instruído e que abraçou a carreira de médico. O que sabemos dele extraímos das
epístolas, em Colossenses 4:14, lemos que ele era médico amado. Em Filemom 24,
chamado por Paulo de Nosso cooperador. II Timóteo era prisioneiro e fiel
companheiro de Paulo; em Atos 1:1, vemos que quando escreveu Atos, o terceiro
evangelho já havia sido escrito.
A mensagem:
Este livro sendo dirigido a tutores gregos, dá uma chave à sua mensagem; o ideal
grego era de visão perfeita, muito diferente do ideal romano. Enquanto os Romanos
sentiam que sua missão era governar; os gregos alimentavam o ideal de elevar,
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educar e aperfeiçoar o homem. O ideal do grego era a sabedoria e a beleza. O retrato
de Jesus que Lucas pintou é o do homem perfeito, aquele que mais satisfaz e
ultrapassa o mais elevado ideal dos gregos.
Esboço:
1- O homem- "Fosse semelhante aos irmãos" Heb. 2:17- Lucas 1-3
2- O homem- "Um que, como nós, em tudo foi tentado" Heb. 4:15- Lucas 4:1-13
3- O homem- Que compadece das nossas fraquezas- Heb. 4:15- Lucas 4:14-19:28
4- O homem- Como nosso parente mais chegado, redimindo- Lucas 19:28-23
5- O homem- Ainda como homem na glória da ressurreição e ascensão- Lucas 24
Vemos Jesus como:
1- O homem dos interesses cosmopolitas- mostra seus interesses por toda a raça
humana- 2:10; 2:31,32; 17:18; 19:2;
2- O homem de sabedoria- como revela em seus ensinos- 4:14,15,32; o mais sábio de
todos os mestres- 5:30,39; caps 6 e 10:25-37 e 20:2-8;
3- O homem de capacidade- 4:33-37; caps. 5,8 e 9:37-43;
4- O homem cheio de simpatia humana;
a- pelos caídos e desprezados- 5:27-29; 7:36-37;
b- pelos desamparados- 7:11; 8:42; 9:38;
c- pelos desanimados- 7:19;
d- pelos doentes- 4:38-41; 5:12 e 7;
5- O homem de oração, mostrando sua inteira dependência de Deus- 3:21; 5:16; 6:12;
9:18,29; 11:1,2; 9:29;
6- O homem social- 7:36; 11:37; 14:1; 19:7;
7- O homem de beleza e glória- 9:29-36;

“JOÃO” (21 Capítulos)


Autor:
João discípulo de Jesus. Ele apresenta Cristo como Filho de Deus; a águia sendo o
símbolo.
Data:
85-90 D\C
Palavra Chave:
"Crer"

17
Verso Chave:
“Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de
Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” 20:31
Mensagem:
Jesus, como o Filho Eterno de Deus.
O Livro:
01- É o último dos evangelhos escrito pelo menos 50 anos após a ascensão do
Senhor, e é o mais profundo de todos.
02- É chamado de: "o seio de Cristo", porque através de suas páginas revela-se o
coração de Cristo, o seio de Eterno.
Propósito:
Para inspirar fé em Cristo Jesus como o Filho de Deus.
01- Segundo os anciãos das Igrejas primitivas, foi escrito e publicado em Éfeso, a
pedido do apóstolo André, e dos Bispos asiáticos, para combater certos erros
que prevaleciam a respeito da divindade de Cristo.
02- Sua palavra chave é CRER. Neste Evangelho Jesus Cristo é apresentado como
aquele em quem devemos CRER; nas epístolas de João; como aquele a quem
devemos AMAR. E no Apocalipse, é aquele que devemos ESPERAR.

DEVEMOS CRER NO QUÊ?

- Na Divindade do homem Cristo Jesus.


Ponto a salientar:
Relata só oito milagres ou melhor "sinais", todos revelando o poder da Palavra de
Cristo tão somente da Sua palavra.
O quadro de Jesus desenhado para nós, é o de "unigênito do Pai". João revela aquilo
que convencia homens e mulheres de todas as classes e posições: Jesus era Deus!!!
Os elementos que João usa no seu evangelho são todos novos, guardados e
reservados por Deus.
01- Jesus, O Filho de Deus antes da sua encarnação- 1:1-14
02- Jesus, revelado como Filho de Deus pelas suas obras e suas palavras- Cap.
1:12- cap.12
03- O Filho de Deus revela-se mais amplamente aos seus- cap. 13-14
04- O Filho de Deus Morto- cap. 18 e 19

18
05- Sua reivindicação à Divindade- plenamente estabelecida pela sua ressurreição-
20 e 21;
Sobre o autor:
João era filho de um mestre pescador (seu pai tinha servos- Marcos 1:20), e
Salomé sua mãe era uma das mulheres que ajudara a Jesus com suas fazendas,
seu pai era Zebedeu. Tudo indica ter sido de uma família de bens com propriedades
em Cafarnaum, Betsaida e Jerusalém; (Mateus 27:55,56)
Marcos 15:40 parecem indicar que Salomé era irmã de Maria mãe de Jesus.
Se assim for, Jesus e João eram primos; 5 vezes é referido como o "discípulo a quem
Jesus amava". Deve ter sido um homem de qualidades raras de caráter, para atrair
assim o companheirismo de Jesus.
Jesus deu-lhe o sobrenome de "Filho do Trovão" (Marcos 3:17) o que parece
implica ter ele um temperamento violento, que foi dominado.
João, Pedro e Tiago tiveram o privilégio de verem a transfiguração de Jesus;
e estar com Ele no jardim do Getsêmani, os mesmos estavam presentes quando o
Senhor ressuscitou a filha de Jairo (Marcos 5:37). João também foi testemunho de
vista dos sofrimentos de Cristo, foi a ele a quem Jesus, entregou o cuidado de sua
mãe, na última hora de Sua vida.

"ATOS” (28 capítulos)

Versos Chave:

“Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a
fazer e a ensinar.” 1:1
“... mas recebereis poder, ao descer sobre vós o espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins
da terra.” 1:8

Palavra Chave:

Começou

19
Mensagem:

O trabalho que Jesus iniciou descrito nos Evangelhos foi, e ainda é feito por Ele pelo
Espírito Santo.

O Autor:

Foi escrito por Lucas provavelmente no ano 65, logo após a chamada de Paulo a
Roma. Abrange um período de 33 anos.

O Livro:

Atos é a "Igreja de Deus em ação". É um livro de atividades missionárias. O livro


relata o cumprimento da Palavra do Senhor, que indicava o início do trabalho em
Jerusalém, sua extensão a toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. Lucas
no seu Evangelho escreve o que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar.
Neste livro encontramos o que continuou a fazer e está fazendo.

Ponto a Salientar:

O livro era conhecido como o "Evangelho da Ressurreição". Tem sido chamado


também os "Atos do Espírito Santo", e este é verdadeiro, mas o mais correto
seria:"ATOS DO SENHOR RESSUSCITADO E GLORIFICADO", Os evangelhos
relatam os atos de Jesus na carta. O livro dos atos descreve Sua vida no Espírito.

Analise:

Atos é um livro “incompleto”, termina repentinamente. E de que outra maneira


poderia encerrar-se? Como poderíamos ter um relato completo da vida de alguém
que ainda vive? E o Senhor Jesus ainda VIVE!
Afirmamos que "Atos dos Apóstolos" põe em destaque o Senhor Jesus. Ele é o
obreiro.
Frisemos este fato no livro:
O SENHOR JESUS CRISTO
01- Comandante e instrutor de seu povo- 1:2-9;
02- A grande esperança da Igreja- 1:10-11;
03- Guia do Seu povo em questões da Igreja, nos momentos de perplexidade-
1:24; 10:13; 16:10; 22:18-21;
20
04- Doador do Espírito Santo- 2:33;
05- Assunto de todos os sermões e mensagens- 2:22-36; 3:13-15; 4:10-35;
5:30; 6:14; 8:5; 10:36 e outros;
06- Aquele que fazia crescer a Igreja- 2:47;
07- Única esperança para um mundo que está perecendo- 4:12;
08- Cooperador ativo, em nosso serviço- 3:16,26; 28:9-10;
09- Agente pessoal na conversão de Saulo- 9:3-6;
10- Animador dos seus nas suas muitas provações- 7:55,56 e 23:11;
Propósito:
Pregar arrependimento e remissão dos pecados, através do Cristo ressuscitado para
todo o mundo.
Esboço:
A- De Pentecostes à morte de Estevão:
1- O Senhor trabalhando em Jerusalém; (1-7)
B- Perseguição de Saulo até sua conversão:
2- O Senhor trabalhando em Judéia e Samaria; (8-9)
C- O ministério de Paulo até sua prisão:
3- O Senhor trabalhando até aos confins da terra; (10-28)
* Atos fornece uma escada sob a qual as Epístolas podiam ser colocadas. É a ponte
de passagem entre os evangelhos e as epístolas.

“ROMANOS” (16 CAPÍTULOS).


Palavra Chave:
Justiça
Versos Chave:
“Pois não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação
de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de
Deus se revela no Evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.”
1:16 e 17
Mensagem:
“A justificação pela fé, seu método e resultado"
A carta:
*Foi escrita aos crentes em Roma no mês de fevereiro, 58 A/D, em Corinto, quando
Paulo estava na casa de Gaio- (16:23). A epístola foi levada a Roma pela viúva
Febe que ia para lá, para atender negócios particulares- 16:1,2.
21
Opiniões:
Sempre se considerou esta epístola como a obra prima de Paulo, tanto do ponto de
vista intelectual como teológico. Calvino a respeito desta carta disse: "Abriu-se a
porta de todos os tesouros das escrituras"; Lutero pronunciou-se desta forma: "O
livro principal do novo Testamento e o evangelho mais puro".

O propósito:
Esta carta responde à pergunta dos séculos: "Como se justificará o homem com
Deus?" (Jó 9:2); Ninguém pode julgar-se justo se não se justificar com seu criador.
É ainda nesta carta que se revela e se expõe a maneira como Deus justifica; os
versos 1:16 e 17 são considerados o texto base do livro, e o restante da carta o
Sermão.
Análise:
Divide-se em duas partes, Paulo como um sábio pregador e expõe em primeiro lugar
a doutrina (1-11) e depois a prática (12-16).
A- Doutrina: 1- 11
1- Justificação pela fé revelado no evangelho- 1:1-17
2- A necessidade universal da justificação pela fé- 1:18-3:20
3- Como somos justificados- 3:21-31
4- A justificação pela fé não é doutrina nova- 4
5- As bênçãos que seguem a justificação- 5
6- A justificação pela fé e a questão do pecado- 6
7- Os esforços e gemidos do justificado- 7
8- A liberdade e os privilégios do justificado- 8
9- A justificação e o judeu incrédulo- 9-11
B- Prática
1- Os deveres dos justificados;- 12 a 16

"I CORÍNTIOS” (16 CAPÍTULOS).


Verso Chave:
“à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados
para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor
Jesus Cristo, Senhor deles e nosso...” 1:2
Palavra Chave:
Nosso Senhor
22
Mensagem:
01- A Soberania de Cristo;
02- Comportamento cristão;
Propósito:
Foi escrito para instruir os convertidos, do mais vil paganismo com seus vícios e
pecados, tão notavelmente praticado em Corinto; Atos 18:1-7;
Facções, imoralidade, demandas judiciais, alimentos oferecidos aos ídolos, abusos
da ceia do Senhor, falsos apóstolos, problemas de casamento, falta de ordem nas
reuniões, participação da mulher no culto, heresias acerca da ressurreição. Foi por
estas coisas que Paulo, ao ouví-las escreveu I Coríntios.
A Igreja em Corinto foi fundada por Paulo, como resultado de 18 meses de trabalho
naquela cidade.
GUIA E CHAVE PARA COMPREENSÃO DA EPISTOLA:
01- A orientação desta mensagem e a compreensão desta epístola, está na
condição mental, moral e espiritual dos coríntios;
02- Posto que os membros da Igreja de Corinto viessem, na sua quase
totalidade da classe baixa (I Cor. 1:26 e 6:9-11), nem por isso se
libertaram da obsessão peculiar aos gregos, quanto ao seu orgulho
intelectual. Os gregos se orgulhavam de sua língua, de sua literatura, de
sua sabedoria e lógica. Paulo preparou esta epístola para ir ao encontro
da mentalidade grega, começa renunciando a sabedoria (I Cor. 1:17 e
2:1). Em toda a epístola é uma repreensão aos príncipes deste mundo,
tão confiantes em sua sabedoria mundana, mas insensatos pela sua
sabedoria, não conheceu a Deus (I Cor. 1:21). O homem natural não
compreende as coisas do Espírito; as verdades mais sublimes lhes são
escondidas. (I Cor. 2:14)
Estilo:
É caracteristicamente uma carta de repreensão. A doutrina nela contida é de
repreensão e correção (I Cor. 15:12). É intensamente prática reprovando e corrigindo
abusos da vida social e eclesiástica.
Esboço:
01- Facções na Igreja- (1 a 4);
02- Concernente à disciplina na Igreja- (5 e 6);
03- A questão do casamento- (7);
04- Instruções relativas à ceia do Senhor- (8 a 11);
23
05- As coisas de maior importância- (12 a 14);
06- A doutrina da ressurreição- (15);
07- Os fundos para os pobres- (16).
- Projetos de Paulo;
- Diversas recomendações;
- Saudações.
A mensagem:
Um estudo cuidadoso do Novo Testamento revela este fato: O título de Nosso
Senhor - Senhor Jesus Cristo - Nunca lhe é conferido senão quando o escritor
procura dar ênfase à soberania de Cristo. Quão significativo é então encontrar este
título dado a Nosso Senhor seis vezes nos primeiros capítulos: 2,3,7,8,9 e 10. O
nome "Senhor" é mui proeminente: 1:31; 2:8,16; 3:20; 4:4; 5:4,5 e 6:13...Há uma
grande significação nisso quando se reconhece que todas as desordens introduzidas
na Igreja derivam do fato de não reconhecerem em Jesus Cristo o Senhor!!!

"II CORÍNTIOS” (13 CAPÍTULOS).


Versos chave:
“pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre
por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos.” 8:9
“Então, Ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na
fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre
mim repouse o poder de Cristo.” 12:9
Palavras chave:
conforto e ministério
Mensagem:
* Conforto: sua natureza e dispensação;
* Ministério: sua natureza e desempenho;
Propósito:
01- Explica porque não os tinha visitado ainda: 1:15-24; 2:1-3;
02- Ele os louva por terem acatado sua primeira carta: 7:4-15;
03- Ele aconselha a restauração do transgressor arrependido: 2:6-9;
04- Ele previne aos que ainda não se arrependeram: 12:21; 13;2;
05- Previne-os contra os falsos profetas: 11:3,4,13;
06- Defende seu apostolado: 12 conf. com 11;

24
07- Exorta-os a dar a contribuição prometida aos irmãos pobres de Jerusalém;
8:10,11;
Esta carta aos coríntios contém mais a história de Paulo do que as demais
epístolas e revela o que ele é; e a profundeza e grandiosidade do seu amor; e o seu
segredo é revelado no cap. 5:14. Ele revela que às vezes sofria da fraqueza do corpo.
Caps. 10:10 e 11:6, dão-nos um pouco do conhecimento a respeito de sua aparência
e fala. No capítulo 12 revela um segredo que guardava há 14 anos.
Pontos a salientar:
Muitas vezes Deus é apresentado como o Todo Poderoso no Velho Testamento,
mas como tal só 10 vezes se refere a Ele no Novo Testamento, sendo 9 no
Apocalipse e uma nesta carta II Cor. 6:18.
Outro ponto notável
É que a epístola nos fornece a fórmula da benção mais usual, e com a qual se
encerra a maior parte das reuniões cristãs. (II Cor. 13:14)
O estudo das palavras chave nos edificam:
01- CONFORTO:
a- a fonte- 1:3;
b- o propósito- 1:4;
c- as compensações- 1:5;
d- o dever cristão- 2:7;
e- como Deus conforta- 7:6 e 7:13;
f- ordem imperativa- 13:11;
02-MINISTÉRIO:
a- o verdadeiro ministério- 6:4-10;
b- é glorioso- 3:6-8;
c- conduz para a transformação do caráter- 3:3;
d- ajuda-nos a não desfalecermos- 4:1;
e- é um ministério de reconciliação- 5:18;
f- necessita cuidado- 6:3;
Análise:
Esta epístola é difícil de ser analisada, pois é menos sistemática dos escritos de
Paulo. Podemos dividi-la em 3 partes:
I- Explanação: (1-7)
- A sinceridade, amor e autoridade apostólica;
II- Exortação: (8-9)
25
- Cumprir promessas;
- Coletas para os pobres;
III- Reivindicação: (10-13)
- Defesas acrescentadas a favor do seu ministério.

“GÁLATAS” (6 CAPÍTULOS).
Autor:
Apóstolo Paulo
Data:
58 D/C
Palavras chave:
fé e graça

Verso chave:
“Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela
pregação da fé?” 3:2
Mensagem:
Cristo o libertador, da lei e do mero formalismo guiando à gloriosa liberdade;
A igreja:
Paulo aqui detido pela doença (4:13), durante sua segunda viagem missionária (Atos
16:6), pregou o evangelho, parece que a força das suas mensagens era: Cristo
crucificado (3:1), e foi recebido como "o anjo de Deus" (4:14); estabeleceu uma igreja
ali (1:6) que lhe votava ardente amor (4:15).
Propósito:
A uma raça de temperamento volúvel, que eram amantes da vaidade e variedades,
e quando ensinadores judaicos, passando por lá anunciaram a salvação pelas obras
e a necessidade da circuncisão; com uma pressa indecorosa (1:6) abraçaram este
ensino. Paulo, quando ouviu da condição que os desviava e julgando que tal assunto
merecia urgente atenção, não dispondo, de alguém para ajudá-lo, escreveu ele
mesmo toda a epístola a mão (6:11), o que não era o seu hábito.
Pontos salientes:
01- Há um estranho tom de rigor;
b) Paulo inicia sem uma palavra de louvor ou ação de graça, o que é estranho;
c) Não há pedido de oração na epístola;

26
02- Esta carta tem feito mais do que qualquer outro escrito pela emancipação cristã
do judaísmo, romanismo, ritualismo e toda forma de exterioridade que tem
ameaçado a liberdade e espiritualidade do evangelho;
03- A doutrina da justificação pela fé, encontra-se aqui mais enfaticamente do que
nos outros escritos de Paulo. Notar a ênfase que ele dá à natureza interior e
espiritual da fé cristã, em contraste à mera exterioridade dos outros, "ismos". 1:6;
2:20; 4:6,19.
Gálatas trata em controvérsia o que Romanos trata sistematicamente,
revelando o Senhor Jesus como o libertador.
Esboço:
Esta epístola se divide em quatro partes, sub-divididas em onze secções:
A- Introdução: 1:1-9
1- A fria saudação de Paulo; 1:1-5
2- A repreensão rigorosa de Paulo; 1:6-9
B- Autoridade apostólica: 1:10 a 2:15
3- O evangelho de Paulo recebido do Senhor por revelação direta; 1:10-
24
4- Grande contenda com Pedro e outros; 2:1-15
C- Defesa e exposição da Salvação e Santificação somente pela fé: 2:16 a 5
5- Justificação somente pela fé; 2:16-19
6- União divina pela fé; 2:20,21
7- Recepção do Espírito, pela fé; 3:23 a 4:31
8- Filhos, pela fé; 3:1-22
9- Liberdade pela fé; 5
C- Conclusão: cap. 6
10- O Serviço em compaixão e fé; 6:1-10
11- Conclusão; 6:11 a 18

“EFÉSIOS” (6 CAPÍTULOS)
Autor:
Paulo
Data:
62 D/C em Roma
Palavras chave:
* em: 90 vezes;
27
* graça: 13 vezes;
* espiritual: 13 vezes;
* corpo: 13 vezes;
* andar: 08 vezes;
* celestiais: 05 vezes;
* mistério: 05 vezes.
Versos chave:
“a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.”
1:23
“porque somos membros do seu corpo.” 5:30
Mensagem:
A Igreja, o corpo de Cristo.
A Igreja:
Paulo foi o fundador, e na primavera de 54 A/D; fez uma visita bem breve, mais tarde
deu a Éfeso três anos de intenso e consagrado ministério tudo fazendo de todo o
coração. (Atos 19:8-10; 20:31)
Propósito:
Efésios 3:1-12
Carta escrita durante a primeira prisão de Paulo em Roma, 10 anos após a
organização da Igreja.
O ensino distinto desta epístola é a Igreja como o corpo de Cristo, sendo os crentes
os membros distintos deste corpo.
Examinando com atenção vemos que:
Efésios dá ênfase à Igreja como o corpo de Cristo ao passo que na carta aos
Colossenses, Cristo, como o cabeça, é a verdade mais proeminente.
Esta epístola nos apresenta três figuras distintas da Igreja de Cristo:
01- O Templo: 2:21,22
02- O corpo humano: 1:22,23
03- A noiva: 5:25-32
A visão do corpo é o ensino frisante, principalmente na carta aos
Efésios.
Esboço:
O assunto desta carta está dividido em 2 partes. DOUTRINAL E PRATICA;
A) Doutrinal: 1 a 3
1- Saudações, aos membros do corpo; 1:12 e 2
28
2- Bênçãos, para os membros do corpo; 1:3-14
3- Oração, pelos membros do seu corpo; 1:15-21
4- Cristo a cabeça, do seu corpo a Igreja; 1:22,23
5- Preparação para sermos, sacerdote; 2:1-10
6- Uma associação abençoada, em sermos membros do seu corpo;
2:11-22
7- Os gentios, têm uma porção e um lugar no seu corpo; 3
B) Prática: 4-6
1- A unidade do seu corpo; 4:1-3
2- O poder unificador do seu corpo; 4:4-6
3- A edificação do seu corpo; 4:7-16
4- Os deveres, dos membros do seu corpo; 4:17-6

“FILIPENSES” (4 CAPÍTULOS)
Autor:
Paulo
Data:
62 D/C, na prisão em Roma

Palavra chave:
Todos
Verso chave:
“segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei
envergonhado; antes, com toda ousadia, como sempre, também agora, será Cristo
engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte. Porquanto, para mim ,
o viver é Cristo, e o morrer é lucro” 1:20, 21.
“Portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim
amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor. Rogo a Evódia e rogo a
Síntique pensem concordemente, no Senhor. A ti, fiel companheiro de jugo, também
peço que as auxilies também com Clemente e com os demais cooperadores meus,
cujos nomes se encontram no Livro da Vida”. 4:1 – 3.
Mensagem:
A unidade cristã deve ser mantida a todo custo.
A Igreja:

29
Notabilizou-se pela sua generosidade. Repetidamente atendera às necessidades de
Paulo (4:15, 16); sabendo do encarceramento de Paulo mandaram Epafrodito (4:10
–18), o qual adoeceu, e que assustou os irmãos de Filipos. Ao voltar foi portador da
Carta (2:25-28).
* Esta Epístola foi escrita à primeira igreja organizada na Europa. (Atos 16:9
– 40).
Estilo:
É a carta mais amorosa do Apóstolo, os Filipenses se excederam a todos em devota
afeição a Paulo. Através desta carta, vislumbramos o grande coração do Apóstolo.
Propósito:
1 – Agradecer a generosidade dos irmãos;
2 – Ao saber de dissensões que surgiram (4:2), exorta aos crentes uma urgente
unidade (1:27; 2:13; 3:15 e 16: 4:2).
Pontos notáveis:
1 – Não há uma citação sequer do Velho Testamento;
2 – A palavras “gozo” e “regozijar” encontram-se em todos os capítulos: 1:4,18,25;
2:2,17,18; 3:1; 4:1,4,10.
3 – Apenas três vezes é mencionado o Espírito, mas quão significante é:
a) O suprimento do Espírito (1:19);
b) A comunhão do Espírito (2:1);
c) A adoração pelo Espírito (3:3).
4 – esta epístola fala menos de censura e mais de louvor do que as outras.
Importante:
Notar a causa da falta de unidade. Desde o início as mulheres ocuparam lugares
importantes naquela igreja. Duas das quais em evidência eram inimigas (4:2).
Paulo tenta a unificação, usa constantemente a palavra todos; repreende as
mulheres, mas não faz referência a elas a não ser no final; que sábio procedimento!
Exorta a uma urgente unidade (1:27; 2:1-3; 3:15,16: 4:2).
Esboço:
1 – Saudação a todos (1:1,2);
2 – Oração por todos (1:3-11);
3 – Cristo glorificado pela prisão de Paulo, um encorajamento a todos (1:12-30);
4 – A humildade e mansidão de Cristo em exemplo a todos (Cap. 2);
5 – Avisos a todos (Cap. 3);
6 – Exortação a todos (4:1-20);
30
7 – Saudações de todos a todos (4:21-23).

“COLOSSENSES” (4 CAPÍTULOS)
Autor:
Paulo
Data:
62 D/C, na prisão em Roma.
Palavra chave:
“Ele é a cabeça” (1:18)

Verso chave:
“aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério
entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória” (1:27)
“Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas,
conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo
Cristo”(2:8)
“e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo
a imagem daquele que o criou” (3:10)
Mensagem:
“A suprema glória e a dignidade de Cristo”
Causas que o levaram a escrever esta carta:
* Judaísmo e ritualismo (2:16, 17)
* Culto e adoração dos anjos (2:18)
* Ascetismo (2:20-23)
A forma dessa heresia foi classificada assim: A carne é essencialmente má,
Deus é essencialmente santo; entre o essencialmente mau e o essencialmente santo
não pode haver comunhão. É impossível, afirma a heresia, para o essencialmente
santo chegar-se ao essencialmente mau. Há um abismo, intransponível, entre os
dois que impede a intimidade entre ambos. A heresia, nesse caso inventou um meio
para transpor esse abismo, e pelo qual O Deus essencialmente santo, pudesse ter
comunhão com o estado essencialmente mau em que habitava a humanidade. Que
fez então a heresia? Afirmara que, do essencialmente santo, Deus, emanava um
ente um pouco menos santo, deste emanava um terceiro menos santo, o quarto; e
assim por diante, diluindo-se gradativamente a divindade, de santidade e tão
parecido com o homem que poderia chegar-se ao homem.
31
Esta heresia como qualquer um pode ver:
a) Destrói a suprema soberania e realeza de Jesus Cristo;
b) Destrói, também, a soberana vocação de Cristo como nosso único
mediador.
Propósito:
1. É pintar um retrato fiel do Senhor Jesus em toda a Sua dignidade, divindade e
glória;
2. Pintar um quadro da Igreja, no qual, a soberania de Cristo como a cabeça tem
ênfase do cristão (1:13, 14) e do obreiro cristão (4:7-13)
Também se divide em duas partes:
* Doutrinal e prática:
A) Doutrinal (1; 2:3)
1 – Graças a Deus pelos colossenses (1:1-3)
2 – Intercessão pelos colossenses (1:9-14)
3 – A suprema dignidade, glória e a inacessível preeminência de Jesus,
completada sob o ponto de vista (1:15-2:3)
* Aqui Cristo é visto como “tudo em todos”.
B) Prática: (2:4 – 4:18)
1 – Avisos contra o erro e a heresia (2:4-23)
2 – União com Cristo e seus resultados (3; 4:6)
3 – Saudações aos colossenses (4:7-18)

“I TESSALONICENSES” (5 CAPÍTULOS)
Autor:
Paulo
Data:
52 D/C, escrita em Corinto, a primeira das epístolas escritas.
Frase chave:
A vinda do Senhor.
Verso chave:
“e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos,
Jesus, que nos livra da ira vindoura” (1:10)

Mensagem:
A vinda do Senhor para Seu povo.
32
A igreja:
Foi fundada durante a segunda viagem missionária de Paulo, trabalhou tão fielmente
e com tanto esforço que, não somente organizou a igreja, mas estabeleceu-a
firmemente, esses novos convertidos dispensaram tradicional período de
engatinharem, e andavam firmes, progredindo tão rapidamente que o apóstolo
decidiu logo alimenta-los com carne:
- Eleição (1:4)
- Espírito Santo (1:6)
- Trindade (1:1 e 6)
- Segunda vinda de Cristo (1:10)
- Santidade (4:1-3)
Propósito:
1 – Confirmar os crentes novos nas verdades elementares do evangelho;
2 – Para condiciona-los a continuar a viver em santidade de vida;
3 – Para conforta-los a respeito da volta de Cristo e também orienta-los;
* Eles se entristeciam ao ver que alguns haviam morrido e não participariam
da glória da segunda vinda de Cristo;
* Tomados, profundamente, pelo pensamento de que a vinda do Senhor era
iminente, deixaram de trabalhar (4:13-18 e 5:11, 12)
Análise:
1 – A conversão e a segunda vinda: A VINDA DO SENHOR, UMA ESPERANÇA
INSPIRADORA PARA O NOVO CONVERTIDO; (Cap. 1)
2 – Serviço e segunda vinda: A VINDA DO SENHOR, UMA ESPERANÇA
ANIMADORA PARA O SERVO FIEL; (Cap. 2)
3 – Pureza de coração e vida e a segunda vinda: A VINDA DO SENHOR, UMA
ESPERANÇA PURIFICADORA PARA O CRENTE (3 – 4:12)
4 – A tristeza e a segunda vinda: A VINDA DO SENHOR, UMA ESPERANÇA
CONSOLADORA PARA OS TRISTES (4:13-18)
5 – A prontidão e a segunda vinda: A VINDA DO SENHOR, UMA ESPERANÇA
DESPERTADORA PARA O CRENTE ADORMECIDO (Cap. 5)

33
“II TESSALONICENSES” (3 CAPÍTULOS)
Autor:
Paulo
Data:
52 – 53 D/C, pouco tempo depois da primeira
Palavra chave:
Consolação, conforto, exortação e oração.
Verso chave:
“e a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se
manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando
vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao
evangelho de nosso Senhor Jesus” (1:7, 8)
Mensagem:
“A vinda do Senhor com o Seu povo”

Por que a carta foi escrita?

A razão residiu no fato de terem avisado a Paulo que, devido a uma carta falsa
e uma mensagem verbal também falsa, ambos atribuídas a ele, com revelações
imaginárias do Espírito (2:2); os cristãos começaram a entristecer-se julgando que
já estavam passando pela grande tribulação, e que o grande e terrível “Dia do
Senhor” já viera.
O ensino da epistola:
Ele aquieta as mentes dos crentes, declarando que antes do “Dia do Senhor”, alguns
acontecimentos se darão:
a) A grande apostasia;
b) A vinda de Cristo, para o seu povo;
c) A revelação pública do “homem do pecado”, e sua campanha contra o
Senhor;
d) Só depois a vinda do Senhor com o seu povo (2:7, 8)

34
Comparando a I e II Epístola:
I Epístola II Epístola
Paulo ensinou que os crentes que haviam Paulo mostra que os que ainda vivem, não
dormido no Senhor tomariam parte na vinda serão atingidos pelo juízo do “Dia do
do Senhor. Senhor”.
Paulo ensinou que a vinda do Senhor seria Paulo ensinou que “repentinamente” não
repentinamente. quer dizer “imediatamente”.
Análise:
1 – A perseguição e a vinda do Senhor: UM CONFORTO AOS PERSEGUIDOS (1:1-
7)
2 – O impenitente e a vinda do Senhor: TERROR PARA OS INCRÉDULOS (1:7-12)
3 – A apostasia e a vinda do Senhor para o seu povo: TRAZ A REVELAÇÃO (“Do
homem do pecado”), COM SEU POVO SIGNIFICA A DESTRUIÇÃO (2:1-12)
4 – O serviço e a vinda do Senhor: A DEMORA DA VINDA RESULTA EM
OPORTUNIDADES ESPECIAIS PARA O SERVIÇO (2:13-17 e Cap. 3)

“I TIMÓTEO” (6 CAPÍTULOS)
Autor:
Paulo a Timóteo, que era filho de pai grego e mãe judia, converteu-se na idade de
15 anos, durante o ministério de Paulo em Listra (Atos 14, I Tim.1:2); 7 anos após
progredira tanto na graça que mereceu bom testemunho de todos. Tornou-se
companheiro de Paulo (Atos 16) e principiou daí, uma belíssima amizade entre os
mais velho e o apenas jovem, tão proveitosa aos dois (Filipenses 2:22).

Verso Chave:
“Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem
irrepreensíveis, exerçam o diaconato” 3:15
Mensagem:
Designado a conseguir. (4:12)
Data:
64 D/C
Tema:
Governo e ordem na igreja local.

35
Caráter da epístola:
As duas cartas a Timóteo e a Tito são conhecidas como epístolas pastorais,
visto terem sido dirigidas a indivíduos e não a congregações.
Paulo a escreveu quando estava com 70 anos de idade. Temos nestas cartas,
a sabedoria amadurecida pela velhice. Após tantos séculos, ainda hoje os obreiros
cristãos encontram, em suas páginas, fonte inesgotável de animação e auxílio.
Circunstâncias:
Logo após seu livramento Paulo visita Éfeso e Macedônia, não lhe sendo
possível permanecer em éfeso por muito tempo, deixou ali Timóteo com a
responsabilidade do trabalho (1:3). Esta separação foi cruel para Timóteo (I Tim. 1:3;
II Tim. 1:4)
Para animá-lo e instruí-lo, visto ser sensível, tímido e não muito forte (5:23) é
que Paulo escreveu esta carta.
Propósito:
É dado, admiravelmente em I Tim. 3:15 e todo o conteúdo visa elevar, o
obreiro jovem à altura de I Tim. 4:12.
Análise:
01- A natureza e ordem da SÃ DOUTRINA: Cap. 1;
02- A necessidade impetuosa da Oração pública: Cap. 2:1-8;
03- As qualidades necessárias para um GOVERNO ESPIRITUAL: Cap. 2:9-3;
04- O Pastor e obreiros cristão e seus DEVERES ESPIRITUAIS: Caps. 4-6.

“II. TIMÓTEO” (4 CAPÍTULOS).


Autor:
Paulo
Data:
67 D/C, Escrito em Roma pouco antes de sua morte.
Palavra chave:
Vergonha
Verso chave:
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” 2:15
“prega a palavra, insta, quer seja oportuno, que não, corrige, repreende, exorta com
toda a longanimidade e doutrina” 4:2

36
Mensagem:
Lealdade ao Senhor e à verdade, em face da perseguição e da apostasia.
Propósito:
Paulo havia comparecido à presença de Nervo, porém sua causa fora adiada.
(4:16,17) Esperava comparecer novamente no inverno e escreveu apressando a
Timóteo a vir logo com Marcos e as coisas que deixara. (4:9-11,13,21). Na dúvida
de que Timóteo chegasse a tempo, deu as últimas advertências acerca das heresias,
e infundir ânimo ao Zelo, à coragem, à paciência. (Timóteo não chegou, pois o
julgamento de Paulo se deu antes do inverno, em junho).

Sobre o autor:
O adeus de Paulo (4:6-8)
A declaração mais sublime do maior mortal que já existiu. O velho combatente
da cruz, recoberto de cicatrizes das batalhas, olhando retrospectivamente, para a
luta, longa difícil e atroz, solta um brado de exultação: "Combati o bom combate,
acabei a carreira, guardei a fé". (II Tim. 4:7)
Característica da Epístola:
O estilo é rude; sem plano ou método, fortemente comovedora, pela vívida
lembrança do passado e pêlos pensamentos, ansiosos, pelo futuro. Paulo, tal qual
seu amado Senhor, mesmo vergando ao peso da solidão, e ciente da proximidade
da morte, esqueceu-se de si mesmo para preocupar-se com os outros.
Análise:
01- Lealdade ao Senhor, Sua verdade e Seus servos não obstante o SOFRIMENTO
Cap. 1;
02- Lealdade ao Senhor em devotado SERVIÇO: Cap. 2;
03- Lealdade ao Senhor e Sua verdade em face da APOSTASIA: Cap. 3-4:5;
04- O Senhor ao lado de Seu servo leal na DESERÇÃO: Cap. 4:6 ao fim;
Cinco objetos do amor:
01- Dinheiro: 6:10;
02- Si mesmo: 3:2;
03- Prazer: 3:4;
04- O mundo: 4:10;
05- A cura para todos é o quinto: "Amarem a sua vinda" (4:8).

37
“TITO” (3 capítulos)
Data:
65 D/C
Verso Chave:
“Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade,
reverência, linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja
envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito” 2:7,8
“Dize esta coisas; exorta e repreende também com toda a autoridade. Ninguém te
despreze” 2:15
Frase Chave:
"E em tudo te dá por exemplo"
Mensagem:
O ideal de Deus para a Igreja Cristã e para os obreiros cristãos.
* Carta escrita por Paulo ao mesmo tempo que escreveu I Timóteo. A situação era
bem parecida, pois Tito foi deixado na Ilha de Creta para organizar as Igrejas e
encaminhá-las na Sã Doutrina, Paulo escreve para encorajá-lo e aconselhar. Tito
era grego, convertido pelo ministério de Paulo (1:4).
* Acompanhou Paulo e Barnabé a Jerusalém findar a primeira viagem missionária.
(Gal. 2:11); Paulo reconhecia Tito como um jovem de valor por sua fé, sabedoria e
capacidade, confiando-lhe missões delicadas ao exemplo da de Corinto (II Cor. 2:13 e
7:6,7). A incumbência dada a Tito foi: "Por em boa ordem as coisas" (1:5)
Na mensagem temos:
1- O ideal de Deus para Sua Igreja
A- Ordem na organização;
B- Santidade na fé e na moral;
C- Obras práticas de Piedade;
2- O ideal de Deus para o obreiro cristão
A- Amor à ordem e ao método;
B- Porte sóbrio;
C- Linguagem Sã.
Análise:
I- Uma Igreja em ordem- Cap. 1
A- O propósito em deixar Tito- 1:5
B- As qualidades para o presbítero- 1:6-9
C- O caráter dos cretenses- 1:10-16
38
II- Uma Igreja Sã- Cap. 2
A- Uma mensagem para:
a- Tito- 1,7,8 e 15
b- Aos velhos- 2 e 3
c- Aos moços- 4 a 6`
d- Aos servos- 9,10
III- Uma Igreja Ativa- Cap. 3
A- O direito prático do cidadão- 1
B- A piedade prática- 2
C- Um triste retrospecto- 3
D- O que operou nossa transformação- 4 a 7
E- Necessidade de uma piedade- 8
F- Do que se desviar- 9
G- De quem se desviar- 10 e 11
H- Conclusão- 12 a 15

“FILEMOM” (1 capítulo)
Verso Chave:
“Eu to envio de volta em pessoa, quero dizer; o meu próprio coração. Pois acredito
que ele veio a ser afastado de ti temporariamente, a fim de que o recebas para
sempre. Se, portanto, me consideras companheiro, recebe-o, como se fosse a mim
mesmo” 12,15 e 17
Palavra Chave:
Receber
Mensagem:
A prática do perdão cristão indispensável e ilustrado
Carta escrita por Paulo durante sua prisão em Roma no ano de 62 D/C.
Filemom era membro influente da Igreja em Colossos.

Motivo:
Resistir Onésimo, ao seu Senhor recomendado-o como um irmão, o filho gerado em
suas (algemas) prisões. (vs. 9-10)
E uma epístola de valor, temos nela revelado:
1- O caráter de Paulo: Cortês, amável, humilde, santo e desinteressado.
39
2- Um exemplo de tática e sabedoria
3- Ilustração do método evangélico para a reforma social. Procura atingir seus
fins pela persuasão e não pela compulsão. Com gentileza e não com força.
4- Com uma analogia da redenção.
Análise:
1- Saudação- 1-3
2- Caráter de Filemom em evidência- 4-7
3- Intercessão por Onésimo- 8-21
4- Saudação e Conclusão- 22-25
O Dr. Scofield diz:
"A carta de Filemom é um ensinamento quanto ao viver do crente:
A- Em justiça prática;
B- Em Fraternidade cristã;
C- Em delicadeza cristã;
D- Na lei do amor”

“HEBREUS” (13 capítulos)


Verso Chave:
“este, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável. Por
isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo
sempre para interceder por eles. Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como
este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do
que os céus” 7:24, 25 e 26
Palavra Chave:
Melhor
Mensagem:
"A cura do desânimo e desvio é uma real concepção da glória de Cristo".
O Argumento do Livro:
O Cristianismo é superior ao judaísmo tal com é visto no seu fundador, Cristo
Objetivos:
1- Provar aos judeus convertidos que o judaísmo terminou em Cristo;
2- Acautelar os convertidos contra um regresso ao judaísmo, ou encararem a
revelação de Cristo como um suplemento ao sistema antigo.

40
Ponto principal da Epístola:
8:1
A obra de Cristo, como o grande Sumo Sacerdote dos Seus filhos, comprados
por Seu sangue.
Tempo em que foi Escrito: Mais ou menos em 64 D/C (10:11), refere-se ao templo
ainda não destruído. O autor humano deste livro e desconhecido, alguns atribuem a
Barnabé, Apolo, Lucas, Paulo ou Clemente.
O Dr. Scofield pensa que nesta carta preservam-se alguns dos discursos de
Paulo nas sinagogas. Dr. Campbell Morgam acha que a Epístola mostra ou revela
traços dos pensamentos de Paulo e o estilo de Lucas.
Algumas razões que pensam que a autoria é de Paulo:
1- A doutrina é Paulina;
2- O escritor tinha sido preso por amor a Cristo (10:34);
3- Conhecia a Timóteo (13:23);
4- Estava Itália quando escreveu (13:24);
5- O estilo parece-se com o de Paulo (13:19-25)
6- Termina como toda carta Paulina com uma referência a graça de Deus.
Análise:
I- O argumento- Caps. 1-10:18
"A glória da pessoa de Cristo"
- O Senhor Jesus melhor que os profetas- 1:1-3
- O Senhor Jesus melhor que os anjos- 1:4 a 2
- O Senhor Jesus melhor que Moisés- 3
- O Senhor Jesus melhor que Josué- 4:1-13
- O Senhor Jesus melhor que Arão- 4:14 a 10:18
II- Aplicação- Caps. 10:19 a 13:15
"A vida que devemos viver por causa da Sua obra e de Sua vida"
* Devemos:
1. Prosseguir- 6:1
2. Nos achegar- 10:19-22
3. Reter- 10:23
4. Considerar uns aos outros- 10:24
5. Perseverar- 10:26-11
6. Por de lado o embaraço e o pecado- 12:1
7. Correr com paciência- 12:1,2
41
8. Suportar- 12:3-29
9. Cultivar o amor fraternal- 13:1-4
10. Ter costumes sem avareza- 13:5
11. Ir a Ele- 13:13
12. Oferecer sacrifícios de louvor- 13:15,16
13. Obedecer aos guias- 13:17
III- Recomendações Finais- 13:18 a 25

“TIAGO” (5 capítulos)
Palavras Chave:
Fé e obras
Verso Chaves:
“Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é
morta” 2:26
Mensagem:
"A fé manifestada pelas obras"
Autor:
Tiago, identificado pela Igreja primitiva com o irmão do Senhor Jesus. No princípio
não creu em Jesus, após sua ressurreição lhe apareceu e sua vida foi transformada
(João7:5; I Cor. 15:7).
Tempo:
Pelas evidências, autoridades no assunto concordam que esta é a primeira das
epístolas do Novo Testamento escrita entre 45 e 53.
A epístola foi escrita aos Judeus Cristãos, na epístola encontramos o caráter
de Tiago, rigoroso e severo, assemelhando-se aos profetas do Velho Testamento.
O Propósito:
 Animar e confortar os cristãos Judeus que enfrentavam provações;
 Instruir a maneira como proceder nas assembléias cristãs;
 Demonstrar que a prova que se é justificado pela fé- só é demonstrado pelas
obras.
Esta epístola apresenta poucas doutrina, mas muito de prática e moral.
Análise:
1. Saudação- 1:1
2. A fé demonstrada e provada pelas tentações- 1:2-21
3. A fé demonstrada pelas obras- 1:22- Cap. 2
42
4. A fé demonstrada pelas palavras- Cap. 3
5. A fé demonstrada pela vida sem mundanismo- Cap. 4
6. A fé demonstrada pela paciência na injustiça cruel- 5:1-12
7. A fé demonstrada pelos efeitos de nossas orações- 5:13-20

“I PEDRO” (5 capítulos)
Palavra Chave:
Sofrimento
Verso Chave:
“Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais
contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa
fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde
em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” 1:6,7
“pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos
de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando” 4:13
“Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois
de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e
fundamentar” 5:10
Mensagem:
"Como poderemos sofrer pacientes e alegremente para a glória de Deus".
* Esta epístola foi escrita por Pedro no final de sua vida no ano de 60, quando estava
na Babilônia (5:13), foi portador Silvano (5:1). Foi escrita aos crentes judeus (1:1) e
aos gentios (2:9 e 10).
Propósitos:
1- Para destruir o pensamento errôneo que tinham alguns crentes de que Paulo e
Pedro tinham idéias diferentes sobre o fundamento da fé cristã;
2- Animar e fortalecer os Judeus crentes que passavam por grandes provações.
* Nesta carta vemos a pessoa de Pedro contrária à conhecida:
- Antes impetuoso, impaciente, pronto a retribuir o mal recebido, ambicioso de
poder;
NESTA CARTA POREM!!!:
- Paciente, longânimo, confiante, amoroso.

43
Palavras Chaves

Comentário
* Preciosa: Pedro menciona 7 coisas preciosas:
-Ref: 1:7; 1:19; 2:4,6,7; 3:4; e II Pe. 1:4;
* Esperança: Pedro é chamado de: "O Apóstolo da Esperança";
* Sofrimento, ou sua equivalente aparecem 21 vezes nesta epístola.
Pedro apresenta nesta carta verdades aprendidas e jamais esquecidas, dentre elas:
-I Pe. 2:4-8, conf. Mat. 16:18;
-I Pe. 2:25, conf. João 10:18;
-I Pe. 4:19, conf. Lucas 23:46;
-I Pe. 5:2, conf. João 21:15-17;
-I Pe. 5:5, conf. João 13:4,5.
Análise:
I- O sofrimento e o comportamento do crente à luz da salvação- 1:1-2:8;
II- A vida do crente à luz do sacrifício de Cristo- 2:9;
III- O serviço do crente à luz da vinda do Supremo Pastor- Cap. 5

“II PEDRO” (3 capítulos)


Palavra Chave:
Lembrança
Verso Chave:
“Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda
que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria
firmeza; antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno” 3:17 e 18
Mensagem:
"Como manter-se puro e leal nos dias da corrupção e apostasia"
Autor:
Simão Pedro (1:1), que esteve com Cristo na transfiguração (1:18). Escrita na sua
velhice quando esperava pela morte (1:14,15).
Propósito:
O propósito é diferente da sua primeira carta; aqui ele escreve para prevenir os
crentes contra os falsos mestres e suas doutrinas corrompidas.
Palavras Chave:

44
1- Pedro que tão bem conhecia a Jesus, fala do valor do conhecimento do Senhor:
(1:2,3,5,8; 2:20,21 e 3:18);
2- Pedro era enérgico pensando na diligência: (1:5,10; e 3:14);
3- Tem muito a dizer sobre corrupção e contaminação: (1:4; 2:12,19 e 20);
4- E forte na lembrança: (1:12,12,15 e 3:12).
Esboço:
I- Saudação- 1:1,2
II- Qualidades Cristãs- 1:3-14
III- O propósito da profecia- 1:15-21
IV- O Caráter dos falsos ensinadores- Cap.2
V- A Segunda vinda de Cristo- Cap. 3

“I JOÃO” (5 capítulos)
Palavras Chaves:
Saber e comunhão
Verso Chave:
“Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus
mandamentos” 2:3
Mensagem:
"A vida em comunhão com Deus, sua alegria, vitória, segurança e certeza"
Escritor:
Apóstolo João, mais ou menos no ano 90, provavelmente de Éfeso. Não indicada a
ninguém em particular, mas a todos os crentes.
Propósito:
Combater o Gnosticismo;
a) Em 1:1 e 2 afirmas a humanidade de Cristo;
b) Em 4:2 e 3 denuncia os que negam a Sua humanidade;
c) O conhecimento dos cristãos e superiores aos do gnosticismo pois vem da
revelação; (1:5; 2:20 e 27)
Tema:
Comunhão com Deus
* O autor apresenta três ciclos de pensamentos:
1) Deus é luz,1:5, a comunhão com Deus depende de andarmos na luz;
2) Deus é justo,2:29, a comunhão com Deus depende de sermos justos;

45
3) Deus é amor,4:7 e 8, a comunhão com Deus depende de possuirmos
e manifestarmos amor.
Análise:
I- Prólogo- A encarnação de Cristo- 1:1 e 2;
II- Os “filhinhos e a comunhão” - 1:3-2:14;
III- Os "filhinhos e o mundo” - 2:15-28;
IV- Como os "filhinhos" podem reconhecer uns aos outros-2:29-3:10;
V- Como os "filhinhos" devem viver juntos- 3:11-24;
VI- Como os "filhinhos" podem reconhecer os falsos mestres- 4:1-6;
VII- Os "filhinhos" assegurados e avisados- 4:7-Cap. 5

“II JOÃO” (1 capítulo)


Verso Chave:
“E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este mandamento,
como ouvistes desde o princípio, é que andeis nesse amor” v. 6
Palavra Chave:
Verdade

Mensagem:
"A verdade dever ser aceita, obedecida e mantida a todo custo".
Notar:
A palavra chave é encontrada 5 vezes no verso 2, e l vez nos versos 2,3,4, ainda
encontramos a palavra amor 5 vezes. A palavra verdade é usada em três sentidos:
a) Como a base do ensino;
b) Como o próprio Cristo;
c) Como sinceramente;
Propósito:
Acautelar quanto a hospedar os falsos mestres; (versos 10 e 11)
* Dirigida a uma senhora e seus filhos;
Esboço:
I- O caminho da verdade e do temor- vs. 1-6
II- Os falsos ensinadores e como tratá-los- vs. 7-11
III- Saudação- 12,13;

46
“III JOÃO” (1 capítulo)
Verso Chave:
“Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade”
v.4
Palavra Chave:
Cooperadores
Mensagem:
1- O dever da hospitalidade na Igreja;
2- O perigo dum diligente déspota. Carta dirigida a Gaio um dos convertidos por seu
ministério.
Propósito:
Agradecer os benefícios recebidos e prestado a outros e insistir para que continue
na sua obra piedosa. Três pessoas são mencionadas nesta carta;
Gaio- Bondoso, generoso e hospitaleiro;
Diótrefes- arrogante oficial da Igreja;
Demétrio- de quem todos dão bom testemunho.
Esboço:
I- Saudação- 1,2
II- O caráter Cristão de Gaio- 3-8
III- O caráter mundano de Diótrefes- 9-11
IV- Conclusão- 12-14
“JUDAS” (1 capítulo)
Verso Chave:
“Vós, porem, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no espírito
Santo, guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor
Jesus Cristo, para a vida eterna” 20 e 21
Palavra Chave:
Guardar
Mensagem:
Nosso dever ante a apostasia é guardar a fé confiante em que estamos guardados
para não tropeçarmos.
Autor:
Judas irmão de Tiago (Mat. 13:55 e Mar. 6:3). Escrita mais ou menos em 69 D/C.
Mostra que Judas era um homem simples porém ardoso e cheio de zelo, tinha um
coração amoroso (3,17). E dirigida a todos os crentes.
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Propósito:
Prevenir a Igreja, pondo-a em guarda contra os perigos (traidores e outros que
abandonavam a fé querendo continuar sendo membros).
Neste livro encontramos:
a) Única referência a respeito da disputa pelo corpo de Moisés; (vs. 9)
b) A profecia de Enoque; (14 e 15)
c) Três cousas eternas
- a vida (21);
- as prisões (6);
- o fogo (7).
Esboço:
I- Prefácio- 1,2
II- E dever pelejar pela fé- 3,4
III- A punição dos falsos mestres- 5-23
IV- A doxologia- 22-25

“APOCALIPSE” (22 capítulos)


Data:
95 D/C
Notar:
Este foi escrito por João em sua velhice, ele estava preso na ilha de Patmos.
Frase Chave:
"Revelação de Jesus Cristo"
Verso Chave:
“Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois
destas” 1:19
Mensagem:
Jesus gloriosamente triunfante
Apocalipse:
"Revelação", ou ato de fazer conhecido. Apocalipse é o livro que encerra
esplendidamente a Biblioteca divina. Há uma benção admirável entre o primeiro e o
ultimo livro.
1- Em Gênesis temos a terra criada, no Apocalipse vemos a terra que passa;
2- No Gênesis o Sol e a Lua aparecem, no Apocalipse vemos que não há
necessidade dele;
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3- No Gênesis temos a primeira horrenda aparição do inimigo, no Apocalipse
sua condenação final.
4- No Gênesis o homem é banido do jardim e da árvore da vida; no Apocalipse
o homem é bem vindo e a árvore da vida ao seu dispor;
Para melhor compreensão do livro temos que reter em nossa memória vários fatos:
I- O livro é a "Revelação de Jesus Cristo", apresenta-nos um quadro maravilhoso
de Jesus Cristo Triunfante. 26 vezes encontramos o título sacrificial de Cristo, (O
Cordeiro);
II- Depois de capítulo 3, a Igreja nunca é representada na terra;
III- Do capítulo 4 em diante trata da tribulação e das ultimas coisas.
A análise do livro nos é dada pelo verso chave:
I- As coisas que vistes- Cap. 1
- O Senhor Jesus como o glorificado
II- As coisas que são- Cap. 2,3
- O Senhor Jesus como o cabeça da Igreja;
- Mensagem notável às sete Igrejas da Ásia;
- Mensagem aplicável às Igrejas hoje;
III- As coisas que irão acontecer- 4-22
- O Senhor Jesus como o Triunfante
O Livro pode ser divido em sete partes:
1- As sete epístolas às Igrejas- 1-3
2- Os sete selos- 4-8:1
3- As sete trombetas- 8:2 a 11
4- As sete figuras- 12 a 14
a) A mulher vestida de sol;
b) O dragão;
c) O Filho da mulher;
d) A primeira besta que emerge do mar;
e) A segunda besta que emerge da terra;
f) O cordeiro no monte Sião;
g) O Filho do Homem sobre as nuvens;
5- O derramamento das sete taças- 15 e 16
6- A aniquilação dos inimigos da Igreja- 17-20
7- As glórias da nova Jerusalém- 21-22

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BIBLIOGRAFIA
Apostila de Síntese do Novo Testamento, SBPV, 2009.
Bíblia de estudo MacArthur. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.
Bíblia de estudo NVI. São Paulo: Editora Vida, 2003.
DOUGLAS, J. D. O novo dicionário da Bíblia. 3. ed. rev. São Paulo: Vida Nova, 2006.
LAWRENCE, P. Atlas histórico e geográfico da Bíblia. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do
Brasil, 2008.
RONIS, Osvaldo. Geografia Bíblica. 5 ed. Rio de Janeiro: Junta de Educação Religiosa e
Publicações, 1982. RYRIE, C. C. A Bíblia anotada: edição expandida. ed. rev. e expandida.
São Paulo: Mundo Cristão; Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2007.
SILVA, A. G. da. A Bíblia através dos séculos: uma introdução. Rio de Janeiro: Casa
Publicadora das Assembléias de Deus, 1986.

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