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Art.

5o Constituição Federal

apoio do Banco do Brasil S.A. ao financiamento dos seto- c Lei no 5.709, de 7-10-1971, regula a aquisição de imóvel
res exportador e importador. rural por estrangeiro residente no país ou pessoa jurídica
I – independência nacional; estrangeira autorizada a funcionar no Brasil.
c Arts. 78, caput, e 91, § 1o, III e IV, desta Constituição. c Lei no 13.445, de 24-5-2017 (Lei de Migração).
c Lei no 8.183, de 11-4-1991, dispõe sobre a organização e o c Arts. 4o e 24 do Pacto de São José da Costa Rica.
funcionamento do Conselho de Defesa Nacional, regula- c Dec. n o 58.819, de 14-7-1966, promulgou a Convenção
mentada pelo Dec. no 893, de 12-8-1993. no 97 da OIT, sobre Trabalhadores Migrantes.
II – prevalência dos direitos humanos; c Súmulas Vinculantes nos 6, 11, 34 e 37 do STF.
c Súm. no 683 do STF.
c Dec. no 678, de 6-11-1992, promulga a Convenção Ame-
ricana sobre Direitos Humanos – Pacto de São José da I – homens e mulheres são iguais em direitos e obriga‑
Costa Rica. ções, nos termos desta Constituição;
c Dec. n o 4.463, de 8-11-2002, dispõe sobre a declaração c Arts. 143, § 2o, e 226, § 5o, desta Constituição.
de reconhecimento da competência obrigatória da Corte c Art. 372 da CLT.
Interamericana em todos os casos relativos à interpreta- c Art. 4 o da Lei n o 8.159, de 8-1-1991, que dispõe sobre a
ção ou aplicação da Convenção Americana sobre Diretos
política nacional de arquivos públicos e privados.
Humanos.
c Lei no 9.029, de 13-4-1995, proíbe a exigência de atestado
c Dec. no 6.980, de 13-10-2009, dispõe sobre a estrutura re-
gimental da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da de gravidez e esterilização e outras práticas discrimina-
Presidência da República, transformada em Secretaria de tórias, para efeitos admissionais ou de permanência da
Direitos Humanos da Presidência da República pelo art. 3 o, relação jurídica de trabalho.
I, da Lei no 12.314, de 19-8-2010. c Lei no 12.318, de 26-8-2010 (Lei da Alienação Parental).
III – autodeterminação dos povos; c Dec. n o 41.721, de 25-6-1957, promulgou a Convenção
no 100 da OIT, sobre Igualdade de Remuneração de Homens
IV – não intervenção;
e Mulheres Trabalhadores por Trabalho de Igual Valor.
V – igualdade entre os Estados;
c Dec. no 678, de 6-11-1992, promulga a Convenção Ame-
VI – defesa da paz;
ricana sobre Direitos Humanos – Pacto de São José da
VII – solução pacífica dos conflitos; Costa Rica.
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo; c Dec. no 4.377, de 13-9-2002, promulga a Convenção sobre
c Art. 5o, XLII e XLIII, desta Constituição. a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra
c Lei no 7.716, de 5-1-1989 (Lei do Racismo). a Mulher, de 1979.
c Lei no 8.072, de 25-7-1990 (Lei dos Crimes Hediondos). c Port. do MTE no 1.246, de 28-5-2010, orienta as empresas
c Dec. no 5.639, de 26-12-2005, promulga a Convenção Inte- e os trabalhadores em relação à testagem relacionada ao
ramericana contra o Terrorismo. vírus da imunodeficiência adquirida – HIV.
IX – cooperação entre os povos para o progresso da II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
humanidade; alguma coisa senão em virtude de lei;
X – concessão de asilo político.
c Arts. 14, § 1o, I, e 143 desta Constituição.
c Lei no 9.474, de 22-7-1997, define mecanismos para a im- c Súm. Vinc. no 37 do STF.
plementação do Estatuto dos Refugiados de 1951. c Súmulas nos 636 e 686 do STF.
c Dec. no 55.929, de 14-4-1965, promulgou a Convenção so-
bre Asilo Territorial. III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil desumano ou degradante;
buscará a integração econômica, política, social e cultural c Incisos XLIII, XLVII, e, XLIX, LXII, LXIII, LXV e LXVI deste
dos povos da América Latina, visando à formação de uma artigo.
comunidade latino‑americana de nações. c Art. 4o, b, da Lei no 4.898, de 9-12-1965 (Lei do Abuso de
Autoridade).
c Dec. no 350, de 21-11-1991, promulgou o Tratado de As-
sunção que estabeleceu o Mercado Comum entre o Brasil, c Arts. 2o e 8o da Lei no 8.072, de 25-7-1990 (Lei dos Crimes
Paraguai, Argentina e Uruguai – MERCOSUL. Hediondos).
c Dec. no 922, de 10-9-1993, promulga o Protocolo para So- c Lei no 9.455, de 7-4-1997 (Lei dos Crimes de Tortura).
lução de Controvérsias no âmbito do Mercado Comum do c Lei no 12.847, de 2-8-2013, institui o Sistema Nacional de
Sul – MERCOSUL. Prevenção e Combate à Tortura; cria o Comitê Nacional de
Prevenção e Combate à Tortura e o Mecanismo Nacional
TÍTULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS de Prevenção e Combate à Tortura.
FUNDAMENTAIS c Dec. no 40, de 15-2-1991, promulga a Convenção contra a
Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos
Capítulo I ou Degradantes.
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E c Art. 5o, no 2, do Pacto de São José da Costa Rica.
COLETIVOS c Súm. Vinc. no 11 do STF.
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado
qualquer natureza, garantindo‑se aos brasileiros e aos o anonimato;
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito c Art. 220, § 1o, desta Constituição.
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprie‑ c Art. 6o, XIV, e, da LC no 75, de 20-5-1993 (Lei Orgânica do
dade, nos termos seguintes: Ministério Público da União).
c Arts. 5 o, §§ 1 o e 2 o, 14, caput, e 60, § 4 o, IV, desta c Art. 1o da Lei no 7.524 de 17-7-1986, que dispõe sobre a
Constituição. manifestação, por militar inativo, de pensamento e opinião
c Art. 7o do CPC/2015. políticos e filosóficos.
c Lei no 1.542, de 5-1-1952, dispõe sobre o casamento dos c Art. 2o, a, da Lei no 8.389, de 30-12-1991, que institui o
funcionários da carreira de diplomata com pessoa de na- Conselho Nacional de Comunicação Social.
cionalidade estrangeira. c Art. 13 do Pacto de São José da Costa Rica.
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Arts. 41 a 45 Constituição Federal

respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o dis‑ § 2o Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distri‑
posto no art. 142, § 3o, X. to Federal e dos Territórios aplica‑se o que for fixado em
c §§ 17 a 20 acrescidos pela EC no 41, de 19-12-2003. lei específica do respectivo ente estatal.
c Art. 28 da EC no 19, de 4-6-1998 (Reforma Administrativa). c § 2o com a redação dada pela EC no 41, de 19-12-2003.
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá § 3o Aplica‑se aos militares dos Estados, do Distrito Fede‑
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria ral e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com
e de pensão que superem o dobro do limite máximo esta‑ prevalência da atividade militar.
belecido para os benefícios do regime geral de previdên‑ c § 3o acrescido pela EC no 101, de 3-7-2019.
cia social de que trata o artigo 201 desta Constituição,
quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de Seção IV
doença incapacitante. DAS REGIÕES
c § 21 acrescido pela EC n o 47, de 5-7-2005, em vigor na Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá ar‑
data de sua publicação, com efeitos retroativos à data de ticular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico
vigência da EC no 41, de 19-12-2003 (DOU de 6-7-2005). e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício desigualdades regionais.
os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
em virtude de concurso público. § 1o Lei complementar disporá sobre:
c Súm. no 390 do TST. I – as condições para integração de regiões em desen‑
volvimento;
§ 1o O servidor público estável só perderá o cargo:
II – a composição dos organismos regionais que executa‑
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado; rão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos
II – mediante processo administrativo em que lhe seja planos nacionais de desenvolvimento econômico e social,
assegurada ampla defesa; aprovados juntamente com estes.
c Súmulas nos 18, 19, 20 e 21 do STF. c LC no 124, de 3-1-2007, institui a Superintendência do De-
c OJ da SBDI‑I no 247 do TST. senvolvimento da Amazônia – SUDAM.
III – mediante procedimento de avaliação periódica de c LC no 125, de 3-1-2007, institui a Superintendência do De-
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada senvolvimento do Nordeste – SUDENE.
ampla defesa. c LC n o 134, de 14-1-2010, dispõe sobre a composição do
c Art. 247 desta Constituição. Conselho de Administração da Superintendência da Zona
Franca de Manaus – SUFRAMA.
§ 2o Invalidada por sentença judicial a demissão do servi‑
dor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante § 2o Os incentivos regionais compreenderão, além de ou‑
da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, tros, na forma da lei:
sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo I – igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de
ou posto em disponibilidade com remuneração propor‑ custos e preços de responsabilidade do Poder Público;
cional ao tempo de serviço. II – juros favorecidos para financiamento de atividades
§ 3o Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o prioritárias;
servidor estável ficará em disponibilidade, com remunera‑ III – isenções, reduções ou diferimento temporário de
ção proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
aproveitamento em outro cargo. IV – prioridade para o aproveitamento econômico e social
c Súmulas nos 11 e 39 do STF. dos rios e das massas de água represadas ou represáveis
§ 4 o Como condição para a aquisição da estabilidade, nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por § 3o Nas áreas a que se refere o § 2o, IV, a União incen‑
comissão instituída para essa finalidade. tivará a recuperação de terras áridas e cooperará com
c Art. 41 com a redação dada pela EC no 19, de 4-6-1998. os pequenos e médios proprietários rurais para o esta‑
c Art. 28 da EC no 19, de 4-6-1998 (Reforma Administrativa). belecimento, em suas glebas, de fontes de água e de
Seção III pequena irrigação.
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO
FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS TÍTULO IV – DA ORGANIZAÇÃO DOS
PODERES
c Denominação desta Seção dada pela EC n o  18, de
5-2-1998. Capítulo I
Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de DO PODER LEGISLATIVO
Bombeiros Militares, instituições organizadas com base
na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Seção I
Distrito Federal e dos Territórios. DO CONGRESSO NACIONAL
c Caput com a redação dada pela EC no 18, de 5-2-1998. Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso
c Art. 37, § 10, desta Constituição. Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do
c Art. 89 do ADCT. Senado Federal.
§ 1 Aplicam‑se aos militares dos Estados, do Distrito
o
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de
Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado quatro anos.
em lei, as disposições do artigo 14, § 8 o; do artigo 40,
§ 9o; e do artigo 142, §§ 2 o e 3o, cabendo a lei estadual Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe‑se de re‑
específica dispor sobre as matérias do artigo 142, § 3 o, presentantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional,
X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respec‑ em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
tivos governadores. § 1o O número total de Deputados, bem como a represen‑
c § 1o com a redação dada pela EC no 20, de 15-12-1998. tação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido
c Súm. Vinc. no 4 do STF. por lei complementar, proporcionalmente à população,
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Arts. 205 a 217 Código Tributário Nacional

Capítulo III Art. 210. Os prazos fixados nesta Lei ou na legislação


CERTIDÕES NEGATIVAS tributária serão contínuos, excluindo‑se na sua contagem
o dia de início e incluindo‑se o de vencimento.
c Súm. no 446 do STJ.
Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem
em dia de expediente normal na repartição em que corra
de determinado tributo, quando exigível, seja feita por
o processo ou deva ser praticado o ato.
certidão negativa, expedida à vista de requerimento do
c Arts. 212, § 2o, 224 e 230 do CPC/2015.
interessado, que contenha todas as informações necessá‑
c Súm. no 310 do STF.
rias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo
de negócio ou atividade e indique o período a que se Art. 211. Incumbe ao Conselho Técnico de Economia
e Finanças, do Ministério da Fazenda, prestar assistência
refere o pedido.
técnica aos governos estaduais e municipais, com o ob‑
c Art. 5o, XXXIV, b, da CF. jetivo de assegurar a uniforme aplicação da presente Lei.
c ADIN no 3.453/DF.
c Art. 123 deste Código.
Art. 212. Os Poderes Executivos federal, estaduais e
municipais expedirão, por decreto, dentro de noventa
c Art. 1o da Lei no 7.711, de 22-12-1988, que dispõe sobre
dias da entrada em vigor desta Lei, a consolidação, em
formas de melhoria da administração tributária.
texto único, da legislação vigente, relativa a cada um dos
c Art. 57 da Lei no 11.101, de 9-2-2005 (Lei de Recuperação
de Empresas e Falências).
tributos, repetindo‑se esta providência até o dia 31 de
janeiro de cada ano.
c Art. 1 o do Dec.‑lei n o 1.715, de 22-11-1979, que regula a
expedição de certidão de quitação de tributos federais e Art. 213. Os Estados pertencentes a uma mesma região
extingue a declaração de devedor remisso. geoeconômica celebrarão entre si convênios para o esta‑
c Art. 1o, § 2o, do Dec. no 93.240, de 9-9-1986, que regulamenta belecimento de alíquota uniforme para o imposto a que
a Lei no 7.433, de 18 de dezembro de 1985, que “dispõe sobre se refere o artigo 52.
os requisitos para a lavratura de escrituras públicas, e dá c O referido art. 52 foi revogado expressamente pelo
outras providências”. Dec.‑lei no 406, de 31-12-1968.
c Súm. no 547 do STF. Parágrafo único. Os Municípios de um mesmo Esta‑
c Súm. no 73 do TFR. do procederão igualmente, no que se refere à fixação da
c Port. Conjunta RFB/PGFN no 1.751, de 21-10-2014, que alíquota de que trata o artigo 60.
dispensa a prova de regularidade fiscal para registro de
c O referido art. 60 foi revogado expressamente pelo
imóveis. Dec.‑lei no 406, de 31-12-1968.
Parágrafo único. A certidão negativa será sempre Art. 214. O Poder Executivo promoverá a realização
expedida nos termos em que tenha sido requerida e será de convênios com os Estados, para excluir ou limitar a
fornecida dentro de dez dias da data da entrada do re‑ incidência do Imposto sobre Operações Relativas à Cir‑
querimento na repartição. culação de Mercadorias, no caso de exportação para o
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo Exterior.
anterior a certidão de que conste a existência de créditos c Art. 155, § 2o, XII, e, da CF.
não vencidos, em curso de cobrança executiva em que c LC no 24, de 7-1-1975, dispõe sobre os convênios para a
tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade concessão de isenções do ICM.
esteja suspensa. Art. 215. A lei estadual pode autorizar o Poder Exe‑
c Art. 151 deste Código. cutivo a reajustar, no exercício de 1967, a alíquota de
c Súm. no 38 do TFR.
imposto a que se refere o artigo 52, dentro de limites e
segundo critérios por ela estabelecidos.
c Súm. no 446 do STJ.
c O art. 52 referido foi revogado pelo Dec.‑lei n o 406, de
Art. 207. Independentemente de disposição legal per‑ 31-12-1968.
missiva, será dispensada a prova de quitação de tributos,
Art. 216. O Poder Executivo proporá as medidas legisla‑
ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato
tivas adequadas a possibilitar, sem compressão dos inves‑
indispensável para evitar a caducidade de direito, respon‑ timentos previstos na proposta orçamentária de 1967, o
dendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo cumprimento do disposto no artigo 21 da Emenda Cons‑
porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, titucional no 18, de 1965.
exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja
Art. 217. As disposições desta Lei, notadamente as dos
pessoal ao infrator.
artigos 17, 74, § 2o, e 77, parágrafo único, bem como a
Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou do artigo 54 da Lei no 5.025, de 10 de junho de 1966, não
fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, res‑ excluem a incidência e a exigibilidade:
ponsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, c Artigo acrescido pelo Dec.‑lei no 27, de 14-11-1966, que
pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos. faz menção errada ao novo artigo acrescentado conside-
rando‑o como sendo o de número 218.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a
responsabilidade criminal e funcional que no caso couber. I – da “contribuição sindical”, denominação que passa
a ter o Imposto Sindical de que tratam os artigos 578
c Art. 301 do CP.
e seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho, sem
prejuízo do disposto no artigo 16 da Lei no 4.589, de 11
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS de dezembro de 1964;
Art. 209. A expressão “Fazenda Pública”, quando em‑ c Arts. 545, 578, 579 e 582 da CLT, com as redações dadas
pregada nesta Lei sem qualificação, abrange a Fazenda pela Lei no 13.467, de 13-7-2017.
Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos II – das denominadas “quotas de previdência” a que
Municípios. aludem os artigos 71 e 74 da Lei no  3.807, de 26 de
712
Código de Trânsito Brasileiro Art. 231

tipos micro‑ônibus e ônibus, categoria M3 de fabricação c Res. do CONTRAN no 216, de 14-12-2006, fixa exigências
nacional e importado. sobre condições de segurança e visibilidade dos conduto‑
c Res. do CONTRAN n o 703, de 10-10-2017, estabelece res em para‑brisas em veículos automotores, para fins de
requisitos para o desempenho e a fixação de espelhos circulação nas vias públicas.
retrovisores. c Res. do CONTRAN no 354, de 24-6-2010, estabelece requi‑
sitos de segurança para o transporte de blocos e chapas
XI – com descarga livre ou silenciador de motor de explo‑ serradas de rochas ornamentais.
são defeituoso, deficiente ou inoperante; c Res. do CONTRAN no 716, de 30-11-2017, estabelece a for‑
XII – com equipamento ou acessório proibido; ma e as condições de implantação e operação do Programa
c Art. 105, § 2 , deste Código.
o
de Inspeção Técnica Veicular em atendimento ao disposto
c Res. do CONTRAN no 545, de 15-12-1978, estabelece re‑ no art. 104 do CTB.
quisitos de segurança para rodas especiais. XIX – sem acionar o limpador de para‑brisa sob chuva:
c Res. do CONTRAN no 197, de 25-7-2006, regulamenta o
dispositivo de acoplamento mecânico para reboque (en‑ Infração – grave;
gate) utilizado em veículos com PBT de até 3.500kg. Penalidade – multa;
c Res. do CONTRAN no 215, de 14-12-2006, regulamenta a
fabricação, instalação e uso de dispositivo denominado Medida administrativa – retenção do veículo para
“quebra mato” em veículos automotores com peso bruto regularização;
total de até 3.500 kg. XX – sem portar a autorização para condução de escola‑
c Res. do CONTRAN no 242, de 22-6-2007, dispõe sobre a res, na forma estabelecida no artigo 136:
instalação e utilização de equipamentos geradores de
imagens nos veículos automotores. Infração – grave;
Res. do CONTRAN no 268, de 15-2-2008, dispõe sobre o uso Penalidade – multa e apreensão do veículo;

CTB
c
de luzes intermitentes ou rotativas em veículos.
c Nova redação do dispositivo alterado: “Infração – gra‑
c Res. do CONTRAN no 356, de 2-8-2010, estabelece requi‑ víssima; Penalidade – multa (cinco vezes); Medida admi‑
sitos mínimos de segurança para o transporte remunerado nistrativa – remoção do veículo;”
de passageiros (mototáxi) e de cargas (motofrete) em mo‑
tocicleta e motoneta. c Infração, penalidade e medida administrativa com a reda‑
ção dada pela Lei no 13.855, de 8-7-2019, para vigorar após
XIII – com o equipamento do sistema de iluminação e de noventa dias de sua publicação oficial (DOU de 9-7-2019).
sinalização alterados; XXI – de carga, com falta de inscrição da tara e demais
c Res. do CONTRAN no 227, de 9-2-2007, estabelece requi‑ inscrições previstas neste Código;
sitos referentes aos sistemas de iluminação e sinalização
de veículos. c Art. 117 deste Código.
c Res. do CONTRAN no 268, de 15-2-2008, dispõe sobre o uso c Res. do CONTRAN no 290, de 29-8-2008, disciplina a ca‑
de luzes intermitentes ou rotativas em veículos. pacitação em veículos de tração, de carga e de transporte
coletivo de passageiros, de acordo com o CTB.
XIV – com registrador instantâneo inalterável de velo‑
cidade e tempo viciado ou defeituoso, quando houver XXII – com defeito no sistema de iluminação, de sinaliza‑
exigência desse aparelho; ção ou com lâmpadas queimadas:
c Res. do CONTRAN no 92, de 4-5-1999, dispõe sobre re‑ Infração – média;
quisitos técnicos mínimos do registrador instantâneo e Penalidade – multa.
inalterável de velocidade e tempo.
XXIII – em desacordo com as condições estabelecidas
XV – com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de ca‑ no art. 67‑C, relativamente ao tempo de permanência
ráter publicitário afixados ou pintados no para‑brisa e em
do condutor ao volante e aos intervalos para descanso,
toda a extensão da parte traseira do veículo, excetuadas
quando se tratar de veículo de transporte de carga ou
as hipóteses previstas neste Código;
coletivo de passageiros:
c Art. 111, parágrafo único, deste Código.
Infração – média;
XVI – com vidros total ou parcialmente cobertos por pe‑
lículas refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas; Penalidade – multa;
c Art. 111, III, deste Código. Medida administrativa – retenção do veículo para cumpri‑
c Res. do CONTRAN no 253, de 26-10-2007, dispõe sobre o mento do tempo de descanso aplicável.
uso de medidores de transmitância luminosa. c Inciso XXIII com a redação dada pela Lei n o 13.103, de
c Res. do CONTRAN no 254, de 26-10-2007, estabelece re‑ 2-3-2015.
quisitos para os vidros de segurança e critérios para apli‑
cação de inscrições, pictogramas e películas nas áreas XXIV – VETADO. Lei no 12.619, de 30-4-2012.
envidraçadas dos veículos automotores. § 1o Se o condutor cometeu infração igual nos últimos
c Art. 2 o da Res. do CONTRAN no 334, de 6-11-2009, que 12 (doze) meses, será convertida, automaticamente, a
isenta os veículos blindados ao uso dos vidros de segu‑ penalidade disposta no inciso XXIII em infração grave.
rança exigidos pelo art. 1o da Res. do CONTRAN no 254, de
26-10-2007. § 2o Em se tratando de condutor estrangeiro, a liberação
XVII – com cortinas ou persianas fechadas, não autoriza‑ do veículo fica condicionada ao pagamento ou ao depó‑
das pela legislação; sito, judicial ou administrativo, da multa.
c Art. 111, II, deste Código. c §§ 1o e 2o acrescidos pela Lei no 13.103, de 2-3-2015.
XVIII – em mau estado de conservação, comprometendo Art. 231. Transitar com o veículo:
a segurança, ou reprovado na avaliação de inspeção de c Res. do CONTRAN no 371, de 10-12-2010, aprova o Manual
segurança e de emissão de poluentes e ruído, prevista Brasileiro de Fiscalização de Trânsito, Volume I – Infrações
no artigo 104; de competência municipal, incluindo as concorrentes dos
c Res. do CONTRAN no 558, de 23-4-1980, dispõe sobra a órgãos e entidades estaduais de trânsito, e rodoviários.
fabricação e reforma de pneumático com indicadores de I – danificando a via, suas instalações e equipamentos;
profundidade. II – derramando, lançando ou arrastando sobre a via:
c Res. do CONTRAN no 725, de 31-12-1988, fixa os requisitos
de segurança para a circulação de veículos transportado‑ a) carga que esteja transportando;
res de contêineres. c Art. 102 deste Código.
807
Código de Trânsito Brasileiro Arts. 232 a 237

casos de força maior ou com permissão da autoridade c Res. do CONTRAN no 356, de 2-8-2010, estabelece requi-
competente: sitos mínimos de segurança para o transporte remunerado
de passageiros (mototáxi) e de cargas (motofrete) em mo-
Infração – média; tocicleta e motoneta.
Penalidade – multa; Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no
Medida administrativa – retenção do veículo; prazo de trinta dias, junto ao órgão executivo de trânsito,
ocorridas as hipóteses previstas no artigo 123:
c Nova redação do dispositivo alterado: “Infração – gra-
víssima; Penalidade – multa; Medida administrativa – re- Infração – grave;
moção do veículo;” Penalidade – multa;
c Infração, penalidade e medida administrativa com a reda-
ção dada pela Lei no 13.855, de 8-7-2019, para vigorar após Medida administrativa – retenção do veículo para
noventa dias de sua publicação oficial (DOU de 9-7-2019). regularização.
c Art. 135 deste Código. c Res. do CONTRAN n o 398, de 13-12-2011, estabelece
c Res. do CONTRAN no 356, de 2-8-2010, estabelece requi- orientações e procedimentos a serem adotados para a
sitos mínimos de segurança para o transporte remunerado comunicação de venda de veículos, no intuito de organizar
de passageiros (mototáxi) e de cargas (motofrete) em mo- e manter o Registro Nacional de Veículos Automotores –
tocicleta e motoneta. RENAVAM, garantindo a atualização e o fluxo permanente
c Súm. no 510 do STJ. de informações entre os órgãos e entidades do Sistema
Nacional de Trânsito.
IX – desligado ou desengrenado, em declive:
Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habilita-
Infração – média; ção e de identificação do veículo:

CTB
Penalidade – multa; Infração – gravíssima;
Medida administrativa – retenção do veículo; Penalidade – multa e apreensão do veículo;
X – excedendo a capacidade máxima de tração: Medida administrativa – remoção do veículo.
Infração – de média a gravíssima, a depender da relação c Art. 297 do CP.
entre o excesso de peso apurado e a capacidade máxima Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas par-
de tração, a ser regulamentada pelo CONTRAN; tes externas do veículo, salvo nos casos devidamente
Penalidade – multa; autorizados:
Medida administrativa – retenção do veículo e transbordo Infração – grave;
de carga excedente. Penalidade – multa;
c Res. do CONTRAN no 290, de 29-8-2008, disciplina a ca- Medida administrativa – retenção do veículo para
pacitação em veículos de tração, de carga e de transporte transbordo.
coletivo de passageiros, de acordo com o CTB.
c Res. do CONTRAN no 356, de 2-8-2010, estabelece requi- c Res. do CONTRAN n o 293, de 29-9-2008, fixa requisitos
sitos mínimos de segurança para o transporte remunerado de segurança para circulação de veículos que transportem
de passageiros (mototáxi) e de cargas (motofrete) em mo- produtos siderúrgicos.
tocicleta e motoneta. c Res. do CONTRAN no 305, de 6-3-2009, estabelece requi-
sitos de segurança necessários à circulação de Combina-
c Res. do CONTRAN no 459, de 29-10-2013, dispõe sobre o
ções para Transporte de Veículos – CTV e Combinações de
uso de sistema eletrônico integrado para a fiscalização Transporte de Veículos e Cargas Paletizadas – CTVP.
de peso e dimensões de veículo, e dispensa a presença
da autoridade de trânsito ou de seu agente no local de c Res. do CONTRAN no 349, de 17-5-2010, dispõe sobre o
transporte eventual de cargas ou de bicicletas nos veícu-
pesagem.
los classificados nas espécies automóvel, caminhonete,
Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas camioneta e utilitário.
nos incisos V e X, o veículo que transitar com excesso de c Res. do CONTRAN no 371, de 10-12-2010, aprova o Manual
peso ou excedendo à capacidade máxima de tração, não Brasileiro de Fiscalização de Trânsito, Volume I – Infrações
computado o percentual tolerado na forma do disposto de competência municipal, incluindo as concorrentes dos
na legislação, somente poderá continuar viagem após órgãos e entidades estaduais de trânsito, e rodoviários.
descarregar o que exceder, segundo critérios estabeleci- Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou
dos na referida legislação complementar. corda, salvo em casos de emergência:
Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte Infração – média;
obrigatório referidos neste Código: Penalidade – multa.
Infração – leve; c Res. do CONTRAN no 371, de 10-12-2010, aprova o Manual
Penalidade – multa; Brasileiro de Fiscalização de Trânsito, Volume I – Infrações
de competência municipal, incluindo as concorrentes dos
Medida administrativa – retenção do veículo até a apre- órgãos e entidades estaduais de trânsito, e rodoviários.
sentação do documento. Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as
c Arts. 133 e 159, § 1o, deste Código. especificações, e com falta de inscrição e simbologia neces-
c LC no 121, de 9-2-2006, cria o Sistema Nacional de Preven- sárias à sua identificação, quando exigidas pela legislação:
ção, Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos Infração – grave;
e Cargas.
c Res. do CONTRAN no 205, de 20-10-2006, dispõe sobre os Penalidade – multa;
documentos de porte obrigatório. Medida administrativa – retenção do veículo para
c Res. do CONTRAN no 238, de 25-5-2007, dispõe sobre o regularização.
porte obrigatório do Certificado de Apólice Única do Segu-
ro de Responsabilidade Civil do proprietário e/ou condutor c Arts. 120, § 1o, 136, III, e 154, deste Código.
de automóvel particular ou de aluguel, não registrado no c Res. do CONTRAN n o 282, de 26-6-2008, estabelece cri-
país de ingresso, em viagem internacional. térios para a regularização da numeração de motores dos
c Res. do CONTRAN no 324, de 17-7-2009, dispõe sobre a veículos registrados ou a serem registrados no País.
expedição de Certificado Provisório de Registro e Licen- c Res. do CONTRAN n o 330, de 14-8-2009, estabelece o
ciamento de Veículos. cronograma para a instalação do equipamento obrigatório
809
Consolidação das Leis do Trabalho Arts. 312 a 319

b) folha corrida; a seus empregados, terá suspenso o seu funcionamento,


c) prova de que não responde a processo ou não sofreu até que se efetue o pagamento devido.
condenação por crime contra a segurança nacional; Parágrafo único. Para os efeitos do cumprimento
d) carteira de trabalho e previdência social. deste artigo deverão os prejudicados reclamar contra a
§ 1o Aos profissionais devidamente registrados será feita falta de pagamento perante a autoridade competente
a necessária declaração na carteira de trabalho e previ‑ e, proferida a condenação, desde que a empresa não a
dência social. cumpra, ou, em caso de recurso, não deposite o valor
§ 2o Aos novos empregados será concedido o prazo de 60 da indenização, a autoridade que proferir a condenação
dias para a apresentação da carteira de trabalho e previ‑ oficiará à autoridade competente, para a suspensão da
dência social, fazendo‑se o registro condicionado a essa circulação do jornal. Em igual pena de suspensão incor‑
apresentação e expedindo‑se um certificado provisório rerá a empresa que deixar de recolher as contribuições
para aquele período. devidas às instituições de previdência social.
c Art. 311 revogado tacitamente pelo Dec.‑lei n o 972, de c Dec.‑lei no 368, de 19-12-1968, dispõe sobre os efeitos de
17-10-1969, dispõe sobre o exercício da profissão de débitos salariais.
jornalista. Seção XII
Art. 312. O registro dos diretores‑proprietários de jor‑ DOS PROFESSORES
nais será feito, no Distrito Federal e nos Estados, e inde‑ c Art. 37, XVI e XVII, da CF.
pendentemente da exigência constante do art. 311, letra c OJ da SBDI‑I no 65 do TST.

CLT
d, da presente seção. c OJ da SBDI‑II no 38 do TST.
§ 1o A prova de profissão, apresentada pelo diretor‑pro‑ Art. 317. O exercício remunerado do magistério, em
prietário juntamente com os demais documentos exigi‑ estabelecimentos particulares de ensino, exigirá apenas
dos, consistirá em uma certidão, fornecida nos Estados e habilitação legal e registro no Ministério da Educação.
Território do Acre, pelas Juntas Comerciais ou Cartórios, § 1o Far‑se‑á o registro de que trata este artigo uma vez
e, no Distrito Federal, pela seção competente do Depar‑ que o interessado apresente os documentos seguintes:
tamento Nacional de Indústria e Comércio, do Ministério
a) certificado de habilitação para o exercício do ma‑
do Trabalho, Indústria e Comércio.
gistério, expedido pelo Ministério da Educação e do
§ 2 o Aos diretores‑proprietários regularmente inscritos Desporto, ou pela competente autoridade estadual
será fornecido um certificado do qual deverão constar o ou municipal;
livro e a folha em que houver sido feito o registro. b) carteira de identidade;
c Art. 312 revogado tacitamente pelo Dec.‑lei n o 972, de c) folha‑corrida;
17-10-1969, dispõe sobre o exercício da profissão de d) atestado, firmado por pessoa idônea, de que não res‑
jornalista. ponde a processo nem sofreu condenação por crime
Art. 313. Aqueles que, sem caráter profissional, exerce‑ de natureza infamante;
rem atividades jornalísticas, visando fins culturais, cientí‑ e) atestado de que não sofre de doença contagiosa, pas‑
ficos ou religiosos, poderão promover sua inscrição como sado por autoridade sanitária competente.
jornalistas, na forma desta seção. § 2o Dos estrangeiros serão exigidos, além dos documen‑
§ 1o As repartições competentes do Ministério do Traba‑ tos indicados nas alíneas a, c e e do parágrafo anterior,
lho, Indústria e Comércio manterão, para os fins do artigo estes outros:
anterior, um registro especial, anexo ao dos jornalistas a) carteira de identidade de estrangeiro;
profissionais, nele inscrevendo os que satisfaçam os re‑ b) atestado de bons antecedentes, passado por autori‑
quisitos das alíneas a, b e c do artigo 311 e apresentem dade policial competente.
prova do exercício de atividade jornalística não profis‑ § 3o Tratando‑se de membros de congregação religiosa,
sional, o que poderá ser feito por meio de atestado de será dispensada a apresentação de documentos indica‑
associação cultural, científica ou religiosa idônea. dos nas alíneas c e d do § 1 o e, quando estrangeiros,
§ 2o O pedido de registro será submetido a despacho do será o documento referido na alínea b do § 1o substituí‑
ministro que, em cada caso, apreciará o valor da prova do por atestado do bispo diocesano ou de autoridade
oferecida. equivalente.
§ 3o O registro de que trata o presente artigo tem caráter c A Lei no 7.855, de 24-10-1989, deu nova redação a este
puramente declaratório e não implica no reconhecimen‑ artigo, mas não revogou os seus parágrafos, razão pela
to de direitos que decorrem do exercício remunerado e qual mantivemos sua redação.
profissional do jornalismo. c Art. 37, XVI e XVII, da CF.
c Art. 313 revogado tacitamente pelo Dec.‑lei n o 972, de Art. 318. O professor poderá lecionar em um mesmo
17-10-1969, dispõe sobre o exercício da profissão de estabelecimento por mais de um turno, desde que não
jornalista. ultrapasse a jornada de trabalho semanal estabelecida
Art. 314. Revogado. Dec.‑lei no 972, de 17-10-1969. legalmente, assegurado e não computado o intervalo
para refeição.
Art. 315. O Governo Federal, de acordo com os go‑
c Artigo com a redação dada pela Lei n o  13.415, de
vernos estaduais, promoverá a criação de escolas de 16-2-2017.
preparação ao jornalismo, destinadas à formação dos c Orientações Jurisprudenciais da SBDI‑I n o 206 e 393 do
profissionais da imprensa. TST.
Art. 316. A empresa jornalística que deixar de pagar Art. 319. Aos professores é vedado, aos domingos, a
pontualmente, e na forma acordada, os salários devidos regência de aulas e o trabalho em exames.
873
Consolidação das Leis do Trabalho Arts. 544 a 548

em que o empregado se ausentar do trabalho no desem‑ VI – na concessão de empréstimos simples concedidos pe‑
penho das funções a que se refere este artigo. las agências financeiras do Governo ou a ele vinculadas;
c §§ 1 e 2 com a redação dada pelo Dec.‑lei n  229, de
o o o VII – na aquisição de automóveis, outros veículos e ins‑
28-2-1967. trumentos relativos ao exercício da profissão, quando
§ 3 Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado
o financiados pelas autarquias, sociedades de economia
ou associado, a partir do momento do registro de sua mista ou agências financeiras do Governo;
candidatura a cargo de direção ou representação de en‑ c Incisos I a VII com a redação dada pelo Dec.‑lei no 229, de
tidade sindical ou de associação profissional, até um ano 28-2-1967.
após o final do seu mandato, caso seja eleito, inclusive VIII – Revogado. Lei no 8.630, de 25-2-1993;
como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente IX – na concessão de bolsas de estudo para si ou para
apurada nos termos desta Consolidação. seus filhos, obedecida a legislação que regule a matéria.
c § 3o com a redação dada pela Lei no 7.543, de 2-10-1986. c Inciso IX com a redação dada pelo Dec.‑lei n o 229, de
c Súm. no 197 do STF. 28-2-1967.
c Súmulas nos 369 e 379 do TST. Art. 545. Os empregadores ficam obrigados a descon‑
c OJ da SBDI‑I no 399 do TST. tar da folha de pagamento dos seus empregados, desde
c Orientações Jurisprudenciais da SBDI‑II nos 65, 137 e 142 que por eles devidamente autorizados, as contribuições
do TST. devidas ao sindicato, quando por este notificados.
§ 4o Considera‑se cargo de direção ou de representação c Caput com a redação dada pela Lei n o  13.467, de
sindical aquele cujo exercício ou indicação decorre de 13-7-2017.
eleição prevista em lei.

CLT
Parágrafo único. O recolhimento à entidade sindical
c § 4o com a redação dada pela Lei no 7.223, de 2-10-1984. beneficiária do importe descontado deverá ser feito até
§ 5o Para os fins deste artigo, a entidade sindical comu‑ o décimo dia subsequente ao do desconto, sob pena de
nicará por escrito à empresa, dentro de vinte e quatro juros de mora no valor de 10% (dez por cento) sobre
horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu o montante retido, sem prejuízo da multa prevista no
empregado e, em igual prazo, sua eleição e posse, for‑ art. 553 e das cominações penais relativas à apropriação
necendo, outrossim, a este, comprovante no mesmo sen‑ indébita.
tido. O Ministério do Trabalho e Previdência Social fará c Parágrafo único acrescido pelo Dec.‑lei n o  925, de
no mesmo prazo a comunicação no caso da designação 10-10-1969.
referida no final do § 4o. Art. 546. Às empresas sindicalizadas é assegurada pre‑
c Súm. no 369, I, do TST. ferência, em igualdade de condições, nas concorrências
§ 6 o A empresa que, por qualquer modo, procurar im‑ para exploração de serviços públicos, bem como nas
pedir que o empregado se associe a Sindicato, organize concorrências para fornecimento às repartições federais,
associação profissional ou sindical ou exerça os direitos estaduais e municipais e às entidades paraestatais.
inerentes à condição de sindicalizado fica sujeita à pena‑ Art. 547. É exigida a qualidade de sindicalizado para o
lidade prevista na letra a do artigo 553, sem prejuízo da exercício de qualquer função representativa de categoria
reparação a que tiver direito o empregado. econômica ou profissional, em órgão oficial de delibe‑
c §§ 5 o e 6 o com a redação dada pelo Dec.‑lei n o 229, de ração coletiva, bem como para o gozo de favores ou
28-2-1967. isenções tributárias, salvo em se tratando de atividades
Art. 544. É livre a associação profissional ou sindical, não econômicas.
mas ao empregado sindicalizado é assegurada, em igual‑ Parágrafo único. Antes da posse ou exercício das
dade de condições, preferência: funções a que alude o artigo anterior ou de concessão
c Caput com a redação dada pelo Dec.‑lei n o 229, de dos favores será indispensável comprovar a sindicaliza‑
28-2-1967. ção, ou oferecer prova, mediante certidão negativa no
c Arts. 5o, XX, e 8o, I e V, da CF. Departamento Nacional do Trabalho, no Distrito Federal,
c OJ da SDC no 20 do TST. ou da autoridade regional do Ministério do Trabalho, In‑
I – para a admissão nos trabalhos de empresa que explore dústria e Comércio, nos Estados e no Território do Acre,
serviços públicos ou mantenha contrato com os poderes de que não existe sindicato no local onde o interessado
públicos; exerce a respectiva atividade ou profissão.
II – para ingresso em funções públicas ou assemelhadas, c Lei n o 4.072, de 15-6-1962, eleva o território do Acre a
em caso de cessação coletiva de trabalho, por motivo de categoria de Estado.
fechamento de estabelecimento; Seção VII
III – nas concorrências para aquisição de casa própria, DA GESTÃO FINANCEIRA DO SINDICATO E SUA
pelo Plano Nacional de Habitação ou por intermédio de FISCALIZAÇÃO
quaisquer instituições públicas;
IV – nos loteamentos urbanos ou rurais, promovidos pela Art. 548. Constituem o patrimônio das associações
União, por seus órgãos de administração direta ou indi‑ sindicais:
reta ou sociedades de economia mista; a) as contribuições devidas aos Sindicatos pelos que
V – na locação ou compra de imóveis, de propriedade de participem das categorias econômicas ou profissio‑
pessoa de direito público ou sociedade de economia mis‑ nais ou das profissões liberais representadas pelas
ta, quando sob ação de despejo em tramitação judicial; referidas entidades, sob a denominação de imposto

905
Arts. 577 a 580 Consolidação das Leis do Trabalho

§ 4 o Os integrantes da Comissão perceberão a gratifi‑ a contribuição sindical, arredondada para Cr$ 1,00 (um
cação de presença que for estabelecida por decreto cruzeiro) a fração porventura existente;
executivo. c Port. do MTE no 290, de 11-4-1997, aprova normas para a
c § 4o com a redação dada pelo Dec.‑lei no 229, de 28-2-1967. imposição de multas administrativas previstas na legisla‑
ção trabalhista.
§ 5o Em suas faltas ou impedimentos o Diretor‑Geral do
DNT será substituído na presidência pelo Diretor substi‑ III – para os empregadores, numa importância proporcio‑
tuto do Departamento ou pelo representante deste na nal ao capital social da firma ou empresa, registrado nas
Comissão, nesta ordem. respectivas Juntas Comerciais ou órgãos equivalentes,
mediante a aplicação de alíquotas, conforme a seguinte
c § 5o com a redação dada pelo Dec.‑lei 506, de 18-3-1969. Tabela progressiva:
§ 6o Além das atribuições fixadas no presente Capítulo c Incisos II e III com a redação dada pela Lei no 7.047, de
e concernentes ao enquadramento sindical, individual 1o-12-1982.
ou coletivo, e à classificação das atividades e profissões, CLASSES ALÍQUOTA
competirá também à CES resolver, com recurso para o DE CAPITAL %
Ministro do Trabalho e Previdência Social, todas as dúvi‑
1 – Até 150 vezes o maior
das e controvérsias concernentes à organização sindical.
valor de referência............................................. 0,8
c § 6o com a redação dada pelo Dec.‑lei no 229, de 28-2-1967.
2 – Acima de 150 até 1.500 vezes
Art. 577. O Quadro de Atividades e Profissões em vigor o maior valor de referência................................. 0,2
fixará o plano básico do enquadramento sindical.
3 – Acima de 1.500 até 150.000 vezes
c Art. 8o, I, da CF.
o maior valor de referência................................. 0,1
c Súm. no 196 do STF.
c OJ da SDC no 9 do TST. 4 – Acima de 150.000 até 800.000
vezes o maior valor de referência........................ 0,02
Capítulo III
c Port. do MTE no 290, de 11-4-1997, aprova normas para a
DO IMPOSTO SINDICAL imposição de multas administrativas previstas na legisla‑
c Art. 35, V, do Dec.‑lei no 229, de 28-2-1967, que determinou ção trabalhista.
entender como “Contribuição Sindical” as referências a § 1o A contribuição sindical prevista na Tabela constante
“Imposto Sindical” feitas nesta Consolidação. do item III deste artigo corresponderá à soma da aplica‑
c Art. 217 do CTN. ção das alíquotas sobre a porção do capital distribuído em
c Art. 7 o da Lei n o 11.648, de 31-3-2008 (Lei das Centrais cada classe, observados os respectivos limites.
Sindicais).
§ 2o Para efeito do cálculo de que trata a Tabela progressi‑
Seção I va inserta no item III deste artigo, considerar‑se‑á o valor
DA FIXAÇÃO E DO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO de referência fixado pelo Poder Executivo, vigente à data
SINDICAL de competência da contribuição, arredondando‑se para
Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos Cr$ 1,00 (um cruzeiro) a fração porventura existente.
participantes das categorias econômicas ou profissionais c §§ 1 o e 2 o com a redação dada pela Lei n o 6.386, de
ou das profissões liberais representadas pelas referidas 9-12-1976.
c Port. do MTE no 290, de 11-4-1997, aprova normas para a
entidades serão, sob a denominação de contribuição
imposição de multas administrativas previstas na legisla‑
sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabe‑ ção trabalhista.
lecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente
§ 3o É fixada em sessenta por cento do maior valor de re‑
autorizadas. ferência, a que alude o parágrafo anterior, a contribuição
Art. 579. O desconto da contribuição sindical está mínima devida pelos empregadores, independentemente
condicionado à autorização prévia e expressa dos que do capital social da firma ou empresa, ficando, do mesmo
participarem de uma determinada categoria econômica modo, estabelecido o capital equivalente a oitocentas mil
ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do vezes o maior valor de referência, para efeito do cálculo
sindicato representativo da mesma categoria ou profis‑ da contribuição máxima, respeitada a Tabela progressiva
são ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no constante do item III.
art. 591 desta Consolidação. c § 3o com a redação dada pela Lei no 7.047, de 1o-12-1982.
c Arts. 578 e 579 com a redação dada pela Lei no 13.467, de c Port. do MTE no 290, de 11-4-1997, aprova normas para a
13-7-2017. imposição de multas administrativas previstas na legisla‑
ção trabalhista.
Art. 580. A contribuição sindical será recolhida, de uma
só vez, anualmente, e consistirá: § 4o Os agentes ou trabalhadores autônomos e os profis‑
sionais liberais, organizados em firma ou empresa, com
c Caput com a redação dada pela Lei n  6.386, de 9-12-1976.
o
capital social registrado, recolherão a contribuição sin‑
I – na importância correspondente à remuneração de um dical de acordo com a Tabela progressiva a que se refere
dia de trabalho, para os empregados, qualquer que seja o item III.
a forma da referida remuneração;
§ 5o As entidades ou instituições que não estejam obriga‑
c Inciso I com a redação dada pela Lei n o 6.386, de das ao registro de capital social considerarão, como capi‑
9-12-1976. tal, para efeito do cálculo de que trata a Tabela progres‑
II – para os agentes ou trabalhadores autônomos e para siva constante do item III deste artigo, o valor resultante
os profissionais liberais, numa importância corresponden‑ da aplicação do percentual de quarenta por cento sobre o
te a trinta por cento do maior valor de referência fixado movimento econômico registrado no exercício imediata‑
pelo Poder Executivo, vigente à época em que é devida mente anterior, do que darão conhecimento à respectiva
910
Consolidação das Leis do Trabalho Arts. 581 a 583

entidade sindical ou à Delegacia Regional do Trabalho, mês de março de cada ano a contribuição sindical dos
observados os limites estabelecidos no § 3o deste artigo. empregados que autorizaram prévia e expressamente o
§ 6o Excluem‑se da regra do § 5o as entidades ou institui‑ seu recolhimento aos respectivos sindicatos.
ções que comprovarem, através de requerimento dirigido c Caput com a redação dada pela Lei n o  13.467, de
ao Ministério do Trabalho, que não exercem atividade 13-7-2017.
econômica com fins lucrativos. § 1o Considera‑se um dia de trabalho, para efeito de de‑
c §§ 4 o a 6 o com a redação dada pela Lei n o 6.386, de terminação da importância a que alude o item I do Art.
9-12-1976. 580, o equivalente:
c Art. 8o, I, da CF. a) a uma jornada normal de trabalho, se o pagamento
Art. 581. Para os fins do item III do artigo anterior, as ao empregado for feito por unidade de tempo;
empresas atribuirão parte do respectivo capital às suas b) a 1/30 (um trinta avos) da quantia percebida no mês
sucursais, filiais ou agências, desde que localizadas fora anterior, se a remuneração for paga por tarefa, em‑
da base territorial da entidade sindical representativa da preitada ou comissão.
atividade econômica do estabelecimento principal, na § 2 o Quando o salário for pago em utilidades, ou nos
proporção das correspondentes operações econômicas, casos em que o empregado receba, habitualmente, gor‑
fazendo a devida comunicação às Delegacias Regionais jetas, a contribuição sindical corresponderá a 1/30 (um
do Trabalho, conforme a localidade da sede da empresa, trinta avos) da importância que tiver servido de base,
sucursais, filiais ou agências. no mês de janeiro, para a contribuição do empregado à
§ 1o Quando a empresa realizar diversas atividades econô‑ Previdência Social.

CLT
micas, sem que nenhuma delas seja preponderante, cada c §§ 1 o e 2 o com a redação dada pela Lei n o 6.386, de
uma dessas atividades será incorporada à respectiva ca‑ 9-12-1976.
tegoria econômica, sendo a contribuição sindical devida Art. 583. O recolhimento da contribuição sindical
à entidade sindical representativa da mesma categoria, referente aos empregados e trabalhadores avulsos será
procedendo‑se, em relação às correspondentes sucursais, efetuado no mês de abril de cada ano, e o relativo aos
agências ou filiais, na forma do presente artigo. agentes ou trabalhadores autônomos e profissionais libe‑
§ 2o Entende‑se por atividade preponderante a que carac‑ rais realizar‑se‑á no mês de fevereiro, observada a exigên‑
terizar a unidade de produto, operação ou objetivo final, cia de autorização prévia e expressa prevista no art. 579
para cuja obtenção todas as demais atividades convirjam, desta Consolidação.
exclusivamente, em regime de conexão funcional. c Caput com a redação dada pela Lei n o  13.467, de
c Art. 581 com a redação dada pela Lei n o 6.386, de 13-7-2017.
9-12-1976. § 1o O recolhimento obedecerá ao sistema de guias, de
Art. 582. Os empregadores são obrigados a descontar acordo com as instruções expedidas pelo Ministro do
da folha de pagamento de seus empregados relativa ao Trabalho.

911
Lei no 7.960/1989

§ 2o A pena pela adoção deliberada de critérios subjeti‑ VII – emitir opinião sobre os acordos, contratos ou con‑
vos para indeferimento de inscrição, de aprovação e de vênios firmados pelos demais órgãos da Administração
cumprimento de estágio probatório em concursos públi‑ Pública Federal, no âmbito da Política Nacional para a
cos não exclui a responsabilidade patrimonial pessoal do Integração da Pessoa Portadora de Deficiência;
administrador público pelos danos causados. VIII – promover e incentivar a divulgação e o debate das
§ 3o Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta questões concernentes à pessoa portadora de deficiên‑
o ingresso de pessoa com deficiência em planos privados cia, visando à conscientização da sociedade.
de assistência à saúde, inclusive com cobrança de valores Parágrafo único. Na elaboração dos planos, progra‑
diferenciados. mas e projetos a seu cargo, deverá a Corde recolher, sem‑
§ 4o Se o crime for praticado em atendimento de urgência pre que possível, a opinião das pessoas e entidades inte‑
e emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço). ressadas, bem como considerar a necessidade de efetivo
c Art. 8o com a redação dada pela Lei no 13.146, de 6-7-2015. apoio aos entes particulares voltados para a integração
Art. 9o A Administração Pública Federal conferirá aos social das pessoas portadoras de deficiência.
assuntos relativos às pessoas portadoras de deficiência Art. 13. Revogado. MP no 2.216-37, de 31-8-2001.
tratamento prioritário e apropriado, para que lhes seja efe‑
tivamente ensejado o pleno exercício de seus direitos indi‑ Art. 14. VETADO.
viduais e sociais, bem como sua completa integração social. Art. 15. Para atendimento e fiel cumprimento do que
§ 1o Os assuntos a que alude este artigo serão objeto de dispõe esta Lei, será reestruturada a Secretaria de Educa‑
ação, coordenada e integrada, dos órgãos da Administra‑ ção Especial do Ministério da Educação, e serão instituí‑
ção Pública Federal, e incluir‑se‑ão em Política Nacional dos, no Ministério do Trabalho, no Ministério da Saúde e
para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, na no Ministério da Previdência e Assistência Social, órgão
qual estejam compreendidos planos, programas e proje‑ encarregados da coordenação setorial dos assuntos con‑
tos sujeitos a prazos e objetivos determinados. cernentes às pessoas portadoras de deficiência.
§ 2o Ter‑se‑ão como integrantes da Administração Pública Art. 16. O Poder Executivo adotará, nos sessenta dias
Federal, para os fins desta Lei, além dos órgãos públicos, posteriores à vigência desta Lei, as providências neces‑
das autarquias, das empresas públicas e sociedades de sárias à reestruturação e ao regular funcionamento da
economia mista, as respectivas subsidiárias e as funda‑ Corde, como aquelas decorrentes do artigo anterior.
ções públicas.
Art. 17. Serão incluídas no censo demográfico de 1990,
Art. 10. A coordenação superior dos assuntos, ações e nos subsequentes, questões concernentes à problemá‑
governamentais e medidas referentes a pessoas portado‑

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
tica da pessoa portadora de deficiência, objetivando o co‑
ras de deficiência caberá à Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República. nhecimento atualizado do número de pessoas portadoras
de deficiência no País.
c Caput com a redação dada pela Lei n o  11.958, de
26-6-2009. Parágrafo único. Os censos demográficos realizados
Parágrafo único. Ao órgão a que se refere este artigo a partir de 2019 incluirão as especificidades inerentes ao
caberá formular a Política Nacional para a Integração da transtorno do espectro autista, em consonância com o § 2o
Pessoa Portadora de Deficiência, seus planos, programas do art. 1o da Lei no 12.764, de 27 de dezembro de 2012.
e projetos e cumprir as instruções superiores que lhes c Parágrafo único acrescido pela Lei no 13.861, de 18-7-2019.
digam respeito, com a cooperação dos demais órgãos Art. 18. Os órgãos federais desenvolverão, no prazo de
públicos. doze meses contado da publicação desta Lei, as ações
c Parágrafo único com a redação dada pela Lei no 8.028, de necessárias à efetiva implantação das medidas indicadas
12-4-1990. no art. 2o desta Lei.
Art. 11. Revogado. Lei no 8.028, de 12-4-1990. Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua
Art. 12. Compete à Corde: publicação.
I – coordenar as ações governamentais e medidas que se Art. 20. Revogam‑se as disposições em contrário.
refiram às pessoas portadoras de deficiência;
II – elaborar os planos, programas e projetos subsumidos Brasília, 24 de outubro de 1989;
na Política Nacional para a Integração de Pessoa Porta‑ 168o da Independência e
dora de Deficiência, bem como propor as providências 101o da República.
necessárias a sua completa implantação e seu adequado José Sarney
desenvolvimento, inclusive as pertinentes a recursos e as
de caráter legislativo;
III – acompanhar e orientar a execução, pela Adminis‑
tração Pública Federal, dos planos, programas e projetos LEI No 7.960,
mencionados no inciso anterior; DE 21 DEZEMBRO DE 1989
IV – manifestar‑se sobre a adequação à Política Nacional Dispõe sobre prisão temporária.
para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência dos
c Publicada no DOU de 22-12-1989.
projetos federais a ela conexos, antes da liberação dos c Art. 2o, § 4o, da Lei no 8.072, de 25-7-1990 (Lei dos Crimes
recursos respectivos; Hediondos).
V – manter, com os Estados, Municípios, Territórios, o
Distrito Federal, e o Ministério Público, estreito relaciona‑
Art. 1o Caberá prisão temporária:
mento, objetivando a concorrência de ações destinadas à c Lei no 8.072, de 25-6-1990 (Lei dos Crimes Hediondos).
integração social das pessoas portadoras de deficiência; I – quando imprescindível para as investigações do in‑
VI – provocar a iniciativa do Ministério Público, ministran‑ quérito policial;
do‑lhe informações sobre fatos que constituam objeto da II – quando o indiciado não tiver residência fixa ou não
ação civil de que esta Lei, e indicando‑lhe os elementos fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
de convicção; identidade;
1181
Lei no 8.036/1990

será efetuado na conta vinculada, no dia dez de cada mês, do, respeitado o limite mínimo de sessenta por cento da
com base no saldo existente no dia dez do mês anterior ou indenização prevista.
no primeiro dia útil subsequente, caso o dia dez seja feriado § 3o É facultado ao empregador desobrigar‑se da respon‑
bancário, deduzidos os saques ocorridos no período. sabilidade da indenização relativa ao tempo de serviço
§ 3o Para as contas vinculadas dos trabalhadores optantes anterior à opção, depositando na conta vinculada do
existentes à data de 22 de setembro de 1971, a capi‑ trabalhador, até o último dia útil do mês previsto em lei
talização dos juros dos depósitos continuará a ser feita para o pagamento de salário, o valor correspondente à
na seguinte progressão, salvo no caso de mudança de indenização, aplicando‑se ao depósito, no que couber,
empresa, quando a capitalização do juros passará a ser todas as disposições desta Lei.
feita à taxa de três por cento ao ano: § 4o Os trabalhadores poderão, a qualquer momento, op‑
I – três por cento, durante os dois primeiros anos de per‑ tar pelo FGTS com efeito retroativo a 1o de janeiro de 1967
manência na mesma empresa; ou à data de sua admissão, quando posterior àquela.
II – quatro por cento, do terceiro ao quinto ano de per‑ Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os em‑
manência na mesma empresa; pregadores ficam obrigados a depositar, até o dia sete de
III – cinco por cento, do sexto ao décimo ano de perma‑ cada mês, em conta bancária vinculada, a importância
nência na mesma empresa; correspondente a oito por cento da remuneração paga
IV – seis por cento, a partir do décimo primeiro ano de ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas
permanência na mesma empresa. na remuneração as parcelas de que tratam os artigos 457
§ 4o O saldo das contas vinculadas é garantido pelo Go‑ e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a
verno Federal, podendo ser instituído seguro especial Lei no 4.090, 13 de julho de 1962, com as modificações
para esse fim. da Lei no 4.749, de 12 de agosto de 1965.
§ 5o O Conselho Curador determinará a distribuição da § 1o Entende‑se por empregador a pessoa física ou a pes‑
totalidade do resultado positivo auferido pelo FGTS, por soa jurídica de direito privado ou de direito público, da
meio de crédito nas contas vinculadas de titularidade dos administração pública direta, indireta ou fundacional de
trabalhadores, observadas as seguintes condições, dentre qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito
outras estabelecidas a seu critério: Federal e dos Municípios, que admitir trabalhadores a
c Caput do § 5o com a redação dada pela MP no 889, de 24-7- seu serviço, bem assim aquele que, regido por legislação
2019, que até o encerramento desta edição não havia sido especial, encontrar‑se nessa condição ou figurar como
convertida em lei. fornecedor ou tomador de mão de obra, independente

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
I – a distribuição alcançará as contas vinculadas que da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que even‑
apresentarem saldo positivo em 31 de dezembro do tualmente venha obrigar‑se.
exercício‑base do resultado auferido, incluídas as contas §  2 o Considera‑se trabalhador toda pessoa física que
vinculadas de que trata o art. 21; prestar serviços a empregador, a locador ou tomador de
c Inciso I com a redação dada pela MP no 889, de 24-7-2019, mão de obra, excluídos os eventuais, os autônomos e
que até o encerramento desta edição não havia sido con- os servidores públicos civis e militares sujeitos a regime
vertida em lei. jurídico próprio.
II – a distribuição será proporcional ao saldo de cada § 3o Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao
conta vinculada em 31 de dezembro do exercício‑base regime do FGTS, na forma que vier a ser prevista em lei.
e deverá ocorrer até 31 de agosto do ano seguinte ao c Art. 7o, parágrafo único, da CF.
exercício de apuração do resultado; e c LC no 150, de 1-6-2015 (Dispõe sobre o contrato de traba-
c Inciso II acrescido pela Lei no 13.446, de 25-5-2017. lho doméstico).
III – Revogado. MP no 889, de 24-7-2019, que até o en‑ § 4o Considera‑se remuneração as retiradas de diretores
cerramento desta edição não havia sido convertida em não empregados, quando haja deliberação da empresa,
lei. garantindo‑lhes os direitos decorrentes do contrato de
trabalho de que trata o artigo 16.
§ 6 o O valor de distribuição do resultado auferido será
calculado posteriormente ao valor desembolsado com o § 5o O depósito de que trata o caput deste artigo é obriga‑
desconto realizado no âmbito do Programa Minha Casa, tório nos casos de afastamento para prestação do serviço
Minha Vida (PMCMV), de que trata a Lei no 11.977, de 7 militar obrigatório e licença por acidente do trabalho.
de julho de 2009. § 6o Não se incluem na remuneração, para os fins desta
§ 7o O valor creditado nas contas vinculadas a título de distri‑ Lei, as parcelas elencadas no § 9 o do artigo 28 da Lei
buição de resultado, acrescido de juros e atualização mone‑ no 8.212, de 24-7-1991.
tária, não integrará a base de cálculo do depósito da multa c §§ 4o a 6o acrescidos pela Lei no 9.711, de 20-11-1998.
rescisória de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 18 desta Lei. § 7o Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que
c §§ 6o e 7o acrescidos pela Lei no 13.446, de 25-5-2017. se refere o caput deste artigo reduzida para dois por cento.
Art. 14. Fica ressalvado o direito adquirido dos traba‑ c § 7o acrescido pela Lei no 10.097, de 19-12-2000.
lhadores que, à data da promulgação da Constituição Art. 16. Para efeito desta Lei, as empresas sujeitas ao
Federal de 1988, já tinham o direito à estabilidade no regime da legislação trabalhista poderão equiparar seus
emprego nos termos do Capítulo V do Título IV da CLT. diretores não empregados aos demais trabalhadores su‑
§ 1o O tempo do trabalhador não optante do FGTS, ante‑ jeitos ao regime do FGTS. Considera‑se diretor aquele que
rior a 5 de outubro de 1988, em caso de rescisão sem jus‑ exerça cargo de administração previsto em lei, estatuto ou
ta causa pelo empregador, reger‑se‑á pelos dispositivos contrato social, independente da denominação do cargo.
constantes dos artigos 477, 478 e 497 da CLT. Art. 17. Os empregadores se obrigam a comunicar men‑
§ 2 o O tempo de serviço anterior à atual Constituição salmente aos trabalhadores os valores recolhidos ao FGTS
poderá ser transacionado entre empregador e emprega‑ e repassar‑lhes todas as informações sobre suas contas
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Lei no 8.036/1990

vinculadas recebidas da Caixa Econômica Federal ou dos da Constituição Federal, quando mantido o direito ao
bancos depositários. salário.
Art. 17‑A. O empregador ou o responsável fica obriga‑ c Súm. no 466 do STJ.
do a elaborar folha de pagamento e declarar os dados Parágrafo único. O saldo existente em conta vincu‑
relacionados aos valores do FGTS e outras informações lada, oriundo de contrato declarado nulo até 28 de julho
de interesse do Ministério da Economia, por meio de sis‑ de 2001, nas condições do caput, que não tenha sido
tema de escrituração digital, na forma, no prazo e nas levantado até essa data, será liberado ao trabalhador a
condições estabelecidos em regulamento do Conselho partir do mês de agosto de 2002.
Curador. c Art. 19‑A acrescido pela MP no 2.164-41, de 24-8-2001.
§ 1o As informações prestadas na forma prevista no caput Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS po‑
constituem declaração e reconhecimento dos créditos de‑ derá ser movimentada nas seguintes situações:
las decorrentes, caracterizam confissão de débito e cons‑ I – despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de
tituem instrumento hábil e suficiente para a cobrança do culpa recíproca e de força maior;
crédito de FGTS.
c Inciso I com a redação dada pela MP n o 2.197-43, de
§ 2o O lançamento da obrigação principal e das obriga‑ 24-8-2001.
ções acessórias relativas ao FGTS será efetuado de ofício I‑A – extinção do contrato de trabalho prevista no
pela autoridade competente na hipótese de o emprega‑ art. 484‑A da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
dor ou terceiro não apresentar a declaração na forma aprovada pelo Decreto‑Lei n o 5.452, de 1 o de maio de
prevista no caput e será revisto de ofício, nas hipóteses 1943;
de omissão, erro, fraude ou sonegação. c Inciso I‑A acrescido pela Lei no 13.467, de 13-7-2017.
c Art. 17‑A acrescido pela MP no 889, de 24-7-2019, que até II – extinção total da empresa, fechamento de quaisquer
o encerramento desta edição não havia sido convertida em de seus estabelecimentos, filiais ou agências, supressão
lei.
de parte de suas atividades, declaração de nulidade do
Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, contrato de trabalho nas condições do artigo 19‑A, ou
por parte do empregador, ficará este obrigado a deposi‑ ainda falecimento do empregador individual sempre que
tar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores qualquer dessas ocorrências implique rescisão de con‑
relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e trato de trabalho, comprovada por declaração escrita da
ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido empresa, suprida, quando for o caso, por decisão judicial
recolhido, sem prejuízo das cominações legais. transitada em julgado;
c Caput com a redação dada pela Lei no 9.491, de 9-9-1997. c Inciso II com a redação dada pela MP n o 2.164-41, de
§ 1o Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa 24-8-2001.
causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador III – aposentadoria concedida pela Previdência Social;
do FGTS, importância igual a quarenta por cento do mon‑ IV – falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a
tante de todos os depósitos realizados na conta vinculada seus dependentes, para esse fim habilitados perante a
durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados Previdência Social, segundo o critério adotado para a
monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. concessão de pensões por morte. Na falta de dependen‑
c § 1o com a redação dada pela Lei no 9.491, de 9-9-1997. tes, farão jus ao recebimento do saldo da conta vincula‑
§ 2 o Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou da os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em
força maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o per‑ alvará judicial, expedido a requerimento do interessado,
centual de que trata o § 1o será de vinte por cento. independente de inventário ou arrolamento;
V – pagamento de parte das prestações decorrentes de
§ 3 o As importâncias de que trata este artigo deverão
financiamento habitacional concedido no âmbito do Sis‑
constar da documentação comprobatória do recolhimen‑ tema Financeiro da Habitação – SFH, desde que:
to dos valores devidos a título de rescisão do contrato
de trabalho, observado o disposto no artigo 477 da CLT, a) o mutuário conte com o mínimo de três anos de tra‑
eximindo o empregador, exclusivamente, quanto aos va‑ balho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou
lores discriminados. em empresas diferentes;
b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante
c § 3o com a redação dada pela Lei no 9.491, de 9-9-1997.
o prazo de doze meses;
Art. 19. No caso de extinção do contrato de trabalho c) o valor do abatimento atinja, no máximo, oitenta por
prevista no artigo 14 desta Lei, serão observados os se‑ cento do montante da prestação;
guintes critérios:
VI – liquidação ou amortização extraordinária do saldo
I – havendo indenização a ser paga, o empregador, me‑ devedor de financiamento imobiliário, observadas as
diante comprovação do pagamento daquela, poderá condições estabelecidas pelo Conselho Curador, dentre
sacar o saldo dos valores por ele depositados na conta elas a de que o financiamento seja concedido no âmbito
individualizada do trabalhador; do SFH e haja interstício mínimo de dois anos para cada
II – não havendo indenização a ser paga, ou decorrido movimentação;
o prazo prescricional para a reclamação de direitos por VII – pagamento total ou parcial do preço de aquisição de
parte do trabalhador, o empregador poderá levantar em moradia própria, ou lote urbanizado de interesse social
seu favor o saldo da respectiva conta individualizada, não construído, observadas as seguintes condições:
mediante comprovação perante o órgão competente do c Caput do inciso VII com a redação dada pela Lei n o 11.977,
Ministério do Trabalho e da Previdência Social. de 7-7-2009.
Art. 19‑A. É devido o depósito do FGTS na conta vin‑ a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos
culada do trabalhador cujo contrato de trabalho seja de‑ de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empre‑
clarado nulo nas hipóteses previstas no artigo 37, § 2 o, sa ou empresas diferentes;
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Lei no 8.036/1990

b) seja a operação financiável nas condições vigentes no 13.240, de 30 de dezembro de 2015, e o art. 16‑A da
para o SFH; Lei no 9.636, de 15 de maio de 1998, respectivamente,
VIII – quando o trabalhador permanecer três anos ininter‑ observadas as seguintes condições:
ruptos, a partir de 1o de junho de 1990, fora do regime do a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos
FGTS, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a partir de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empre‑
do mês de aniversário do titular da conta; sa ou em empresas diferentes;
c Inciso VIII com a redação dada pela Lei n o 8.678, de b) seja a operação financiável nas condições vigentes
13-7-1993. para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) ou ain‑
IX – extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos da por intermédio de parcelamento efetuado pela
trabalhadores temporários regidos pela Lei n o 6.019, de Secretaria do Patrimônio da União (SPU), mediante a
3 de janeiro de 1974; contratação da Caixa Econômica Federal como agen‑
X – suspensão total do trabalho avulso por período igual te financeiro dos contratos de parcelamento;
ou superior a noventa dias, comprovada por declaração c) sejam observadas as demais regras e condições esta‑
do sindicato representativo da categoria profissional; belecidas para uso do FGTS.
XI – quando o trabalhador ou qualquer de seus depen‑ c Inciso XIX acrescido pela Lei no 13.465, de 11-7-2017.
dentes for acometido de neoplasia maligna; XX – anualmente, no mês de aniversário do trabalhador,
c Inciso XI acrescido pela Lei no 8.922, de 25-7-1994. por meio da aplicação dos valores da tabela constante do
XII – aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privati‑ Anexo, observado o disposto no art. 20‑D; e
zação, regidos pela Lei n o 6.385, de 7 de dezembro de XXI – a qualquer tempo, quando seu saldo for inferior a
1976, permitida a utilização máxima de cinquenta por R$ 80,00 (oitenta reais) e não tiverem ocorrido depósitos
cento do saldo existente e disponível em sua conta vincu‑ ou saques por, no mínimo, um ano, exceto na hipótese
lada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na data prevista no inciso I do § 5o do art. 13.
em que exercer a opção; c Incisos XX e XXI acrescidos pela MP no 889, de 24-7-2019,
c Inciso XII acrescido pela Lei no 9.491, de 9-9-1997. que até o encerramento desta edição não havia sido con-
XIII – quando o trabalhador ou qualquer de seus depen‑ vertida em lei.
dentes for portador do vírus HIV; § 1o A regulamentação das situações previstas nos incisos
XIV – quando o trabalhador ou qualquer de seus depen‑ I e II assegurará que a retirada a que faz jus o trabalhador
dentes estiver em estágio terminal, em razão de doença corresponda aos depósitos efetuados na conta vincu‑
grave, nos termos do regulamento; lada durante o período de vigência do último contrato

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
XV – quando o trabalhador tiver idade igual ou superior de trabalho, acrescida de juros e atualização monetária,
a setenta anos. deduzidos os saques.
c Incisos XIII a XV acrescidos pela MP n o 2.164-41, de § 2o O Conselho Curador disciplinará o disposto no inciso
24-8-2001. V, visando a beneficiar os trabalhadores de baixa renda e
XVI – necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade de‑ a preservar o equilíbrio financeiro do FGTS.
corra de desastre natural, conforme disposto em regula‑ § 3o O direito de adquirir moradia com recursos do FGTS,
mento, observadas as seguintes condições: pelo trabalhador, só poderá ser exercido para um único
a) o trabalhador deverá ser residente em áreas com‑ imóvel.
provadamente atingidas de Município ou do Distrito § 4o O imóvel objeto de utilização do FGTS somente pode‑
Federal em situação de emergência ou em estado de rá ser objeto de outra transação com recursos do Fundo,
calamidade pública, formalmente reconhecidos pelo na forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho
Governo Federal; Curador.
b) a solicitação de movimentação da conta vinculada
será admitida até 90 (noventa) dias após a publicação § 5 o O pagamento da retirada após o período previsto
do ato de reconhecimento, pelo Governo Federal, da em regulamento, implicará atualização monetária dos
situação de emergência ou de estado de calamidade valores devidos.
pública; e § 6o Os recursos aplicados em quotas de fundos Mútuos
c) o valor máximo do saque da conta vinculada será de‑ de Privatização, referidos no inciso XII, serão destinados,
finido na forma do regulamento; nas condições aprovadas pelo CND, a aquisições de valores
c Inciso XVI acrescido pela Lei no 10.878, de 8-6-2004. mobiliários, no âmbito do Programa Nacional de Desesta‑
c Dec. no 5.113, de 22-6-2004, regulamenta este inciso. tização, de que trata a Lei no 9.491, de 1997, e de progra‑
XVII – integralização de cotas do FI‑FGTS, respeitado o mas estaduais de desestatização, desde que, em ambos os
disposto na alínea i do inciso XIII do art. 5 o desta Lei, casos, tais destinações sejam aprovadas pelo CND.
permitida a utilização máxima de 30% (trinta por cento) c § 6o com a redação dada pela Lei no 9.635, de 15-5-1998.
do saldo existente e disponível na data em que exercer § 7o Ressalvadas as alienações decorrentes das hipóteses
a opção; de que trata o § 8 o, os valores mobiliários a que se re‑
c Inciso XVII com a redação dada pela Lei n o 12.087, de fere o parágrafo anterior só poderão ser integralmente
11-11-2009. vendidos, pelos respectivos Fundos, seis meses após a
XVIII – quando o trabalhador com deficiência, por prescri‑ sua aquisição, podendo ser alienada em prazo inferior
ção, necessite adquirir órtese ou prótese para promoção parcela equivalente a dez por cento do valor adquirido,
de acessibilidade e de inclusão social; autorizada a livre aplicação do produto dessa alienação,
c Inciso XVIII acrescido pela Lei no 13.146, de 6-7-2015. nos termos da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976.
XIX – pagamento total ou parcial do preço de aquisi‑ c § 7o com a redação dada pela Lei no 9.635, de 15-5-1998.
ção de imóveis da União inscritos em regime de ocupa‑ § 8o As aplicações em Fundos Mútuos de Privatização e
ção ou aforamento, a que se referem o art. 4 o da Lei no FI‑FGTS são nominativas, impenhoráveis e, salvo as
1189
Lei no 8.036/1990

hipóteses previstas nos incisos I a XI e XIII a XVI do caput § 19 deste artigo, devendo condicioná‑la pelo menos ao
deste artigo, indisponíveis por seus titulares. atendimento das seguintes exigências:
c § 8 com a redação dada pela Lei n  11.491, de 20-6-2007.
o o
I – elaboração e entrega de prospecto ao trabalhador; e
§ 9o Decorrido o prazo mínimo de doze meses, contados II – declaração por escrito, individual e específica, pelo
da efetiva transferência das quotas para os Fundos de Pri‑ trabalhador de sua ciência quanto aos riscos do investi‑
vatização, os titulares poderão optar pelo retorno para sua mento que está realizando.
conta vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. c §§ 19 e 20 acrescidos pela Lei no 11.491, de 20-6-2007.
§  10. A cada período de seis meses, os titulares das § 21. As movimentações autorizadas nos incisos V e VI do
aplicações em Fundos Mútuos de Privatização poderão caput serão estendidas aos contratos de participação de
transferi‑las para outro fundo da mesma natureza. grupo de consórcio para aquisição de imóvel residencial,
§ 11. O montante das aplicações de que trata o § 6o deste cujo bem já tenha sido adquirido pelo consorciado, na
artigo ficará limitado ao valor dos critérios contra o Te‑ forma a ser regulamentada pelo Conselho Curador do
souro Nacional de que seja titular o Fundo de Garantia FGTS.
do Tempo de Serviço. c § 21 acrescido pela Lei no 12.058, de 13-10-2009.
§ 12. Desde que preservada a participação individual dos § 22. Na movimentação das contas vinculadas a contrato
quotistas, será permitida a constituição de clubes de in‑ de trabalho extinto até 31 de dezembro de 2015, ficam
vestimento, visando a aplicação em quotas de Fundos isentas as exigências de que trata o inciso VIII do caput
Mútuos de Privatização. deste artigo, podendo o saque, nesta hipótese, ser efe‑
c §§ 9o a 12 acrescidos pela Lei no 9.491, de 9-9-1997. tuado segundo cronograma de atendimento estabelecido
§ 13. A garantia a que alude o § 4o do art. 13 desta Lei pelo agente operador do FGTS.
não compreende as aplicações a que se referem os incisos c § 22 acrescido pela Lei no 13.446, de 25-5-2017.
XII e XVII do caput deste artigo. § 23. O trabalhador poderá sacar os valores decorrentes
§ 14. Ficam isentos do imposto de renda: da situação de movimentação de que trata o inciso XX do
caput até o último dia útil do segundo mês subsequente
I – a parcela dos ganhos nos Fundos Mútuos de Privati‑
ao da aquisição do direito de saque.
zação até o limite da remuneração das contas vinculadas
de que trata o art. 13 desta Lei, no mesmo período; e § 24. O agente operador deverá oferecer, nos termos do
II – os ganhos do FI‑FGTS e do Fundo de Investimento em regulamento a ser editado pelo Conselho Curador, em
Cotas – FIC, de que trata o § 19 deste artigo. plataformas de interação com o titular da conta, opções
para que este transfira os recursos de que trata o inciso
§ 15. A transferência de recursos da conta do titular no Fun‑
XXI do caput para conta de sua titularidade em outra
do de Garantia do Tempo de Serviço em razão da aquisição
instituição financeira ou entidade autorizada a funcionar
de ações, nos termos do inciso XII do caput deste artigo, ou
pelo Banco Central do Brasil.
de cotas do FI‑FGTS não afetará a base de cálculo da multa
rescisória de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 18 desta Lei. § 25. As transferências de que trata o § 24 poderão acar‑
c §§ 13 a 15 com a redação dada pela Lei n o 11.491, de retar cobrança de tarifa pela instituição financeira.
20-6-2007. c §§ 23 a 25 acrescidos pela MP no 889, de 24-7-2019, que
§ 16. Os clubes de investimentos a que se refere o § 12 até o encerramento desta edição não havia sido convertida
em lei.
poderão resgatar, durante os seis primeiros meses de sua
constituição, parcela equivalente a cinco por cento das Art. 20‑A. O titular de contas vinculadas do FGTS es‑
cotas adquiridas, para atendimento de seus desembolsos, tará sujeito a somente uma das seguintes sistemáticas
autorizada a livre aplicação do produto dessa venda, nos de saque:
termos da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976. I – saque‑rescisão; ou
c § 16 acrescido pela Lei no 9.635, de 15-5-1998. II – saque‑aniversário.
§ 17. Fica vedada a movimentação da conta vinculada § 1o Todas as contas do mesmo titular estarão sujeitas à
do FGTS nas modalidades previstas nos incisos V, VI e VII mesma sistemática de saque.
deste artigo, nas operações firmadas, a partir de 25 de § 2o São aplicáveis às sistemáticas de saque de que trata o
junho de 1998, no caso em que o adquirente já seja pro‑ caput as seguintes hipóteses de movimentação de conta:
prietário ou promitente comprador de imóvel localizado
no Município onde resida, bem como no caso em que o I – para o saque‑rescisão – aquelas previstas no art. 20,
adquirente já detenha, em qualquer parte do País, pelo exceto quanto àquela prevista em seu inciso XX; e
menos um financiamento nas condições do SFH. II – para o saque‑aniversário – aquelas previstas no
art. 20, exceto quanto àquelas previstas em seus incisos
§ 18. É indispensável o comparecimento pessoal do titular I, I‑A, II, IX e X.
da conta vinculada para o pagamento da retirada nas
hipóteses previstas nos incisos I, II, III, VIII, IX e X deste Art. 20‑B. O titular de contas vinculadas do FGTS estará
artigo, salvo em caso de grave moléstia comprovada por sujeito originalmente à sistemática de saque‑rescisão a
perícia médica, quando será paga a procurador especial‑ que se refere o inciso I caput do art. 20‑A e poderá optar
mente constituído para esse fim. por alterá‑la, observado o disposto no art. 20‑C.
c §§ 17 e 18 acrescidos pela MP no 2.197-43, de 24-8-2001. Art. 20‑C. A primeira opção pela sistemática de sa‑
§ 19. A integralização das cotas previstas no inciso XVII que‑aniversário poderá ser feita a qualquer tempo e terá
do caput deste artigo será realizada por meio de Fundo efeitos imediatos.
de Investimento em Cotas – FIC, constituído pela Caixa § 1o Caso o titular solicite novas alterações de sistemática
Econômica Federal especificamente para essa finalidade. será observado o seguinte:
§ 20. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá os I – a alteração será efetivada no primeiro dia do vigésimo
requisitos para a integralização das cotas referidas no quinto mês subsequente ao da solicitação;
1190
Lei no 8.036/1990

II – a solicitação poderá ser cancelada pelo titular antes mônio do Fundo, resguardado o direito do beneficiário re‑
da sua efetivação; e clamar, a qualquer tempo, a reposição do valor transferido.
III – na hipótese de cancelamento, a nova solicitação es‑ Parágrafo único. O valor, quando reclamado, será
tará sujeita ao disposto no inciso I.
pago ao trabalhador acrescido da remuneração prevista
§ 2o Para fins do disposto no § 2o do art. 20‑A, o saque no § 2o do artigo 13 desta Lei.
obedecerá à sistemática a que o titular estiver sujeito no
c Art. 21 com a redação dada pela Lei no 8.678, de 13-7-1993.
momento do evento que o ensejar.
Art. 20‑D. Na sistemática de saque‑aniversário, o valor Art. 22. O empregador que não realizar os depósitos
do saque será determinado: previstos nesta Lei, no prazo fixado no artigo 15, res‑
ponderá pela incidência da Taxa Referencial – TR sobre a
I – pela aplicação, à soma de todos os saldos das contas
importância correspondente.
vinculadas do titular, apurados na data do débito, da alí‑
quota correspondente, estabelecida na tabela constante c Súm. no 459 do STJ.
do Anexo; e § 1o Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, incidi‑
II – pelo acréscimo da parcela adicional correspondente, rão, ainda, juros de mora de 0,5% a.m. (cinco décimos
estabelecida na tabela constante do Anexo, ao valor apu‑ por cento ao mês) ou fração e multa, sujeitando‑se, tam‑
rado de acordo com o inciso I do caput. bém, às obrigações e sanções previstas no Decreto‑Lei
§ 1o Na hipótese de o titular possuir mais de uma conta no 368, de 19 de dezembro de 1968.
vinculada, o saque de que trata este artigo será feito na § 2o A incidência da TR de que trata o caput deste artigo
seguinte ordem:
será cobrada por dia de atraso, tomando‑se por base o
I – contas vinculadas relativas a contratos de trabalho índice de atualização das contas vinculadas ao FGTS.
extintos, iniciado pela conta que tiver o menor saldo; e
II – demais contas vinculadas, iniciado pela conta que § 2o‑A. A multa referida no § 1o deste artigo será cobrada
tiver o menor saldo. nas condições que se seguem:
§ 2o O Poder Executivo federal, respeitada a alíquota mí‑ I – cinco por cento, no mês de vencimento da obrigação;
nima de cinco por cento, poderá alterar, até o dia 30 de II – dez por cento, a partir do mês seguinte ao do venci‑
junho de cada ano, os valores das faixas, das alíquotas e mento da obrigação.
das parcelas adicionais de que trata o caput para vigência § 3o Para efeito de levantamento de débito para com o
no primeiro dia do ano subsequente. FGTS, o percentual de oito por cento incidirá sobre o valor

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
§ 3o Sem prejuízo de outras formas de alienação, a critério acrescido da TR até a data da respectiva operação.
do titular da conta vinculada do FGTS, os direitos aos c Art. 22 com a redação dada pela Lei no 9.964, de 10-4-2000.
saques anuais de que trata o caput poderão ser objeto de
c Dec. n o 3.431, de 24-4-2000, que regulamenta a Lei
alienação ou cessão fiduciária, nos termos do disposto
no 9.964, de 10-4-2000.
no art. 66‑B da Lei n o 4.728, de 14 de julho de 1965,
em favor de qualquer instituição financeira do Sistema Art. 23. Competirá à Secretaria Especial de Previdência e
Financeiro Nacional. Trabalho do Ministério da Economia a verificação do cum‑
§ 4o O Conselho Curador poderá regulamentar o disposto primento do disposto nesta Lei, especialmente quanto à
no § 3o, inclusive quanto ao bloqueio de percentual do apuração dos débitos e das infrações praticadas pelos
saldo total existente nas contas vinculadas e ao saque em empregadores ou tomadores de serviço, que os notificará
favor do credor, com vistas ao cumprimento das obriga‑ para efetuarem e comprovarem os depósitos correspon‑
ções financeiras de seu titular. dentes e cumprirem as demais determinações legais.
§ 5o Os saques de que trata o § 3o do art. 20‑A serão rea‑ c Caput com a redação dada pela MP no 889, de 24-7-2019,
lizados com observância ao limite decorrente do bloqueio que até o encerramento desta edição não havia sido con-
referido no § 4o deste artigo. vertida em lei.
§ 6o Na hipótese de despedida sem justa causa, o traba‑ § 1o Constituem infrações para efeito desta Lei:
lhador que optar pela sistemática saque‑aniversário tam‑ I – não depositar mesalmente o percentual referente ao
bém fará jus ao saque da multa rescisória de que tratam FGTS, bem como os valores previstos no artigo 18 desta
os § 1o e § 2o do art. 18. Lei, nos prazos de que trata o § 6o do artigo 477 da Con‑
Art. 20‑E. Os recursos disponíveis para movimentação solidação das Leis do Trabalho – CLT;
em decorrência das hipóteses previstas no art. 20 pode‑ c Inciso I com a redação dada pela MP n o 2.197-43, de
rão ser transferidos, a critério do trabalhador, para conta 24-8-2001.
de depósitos de sua titularidade em qualquer instituição
financeira do Sistema Financeiro Nacional. II – omitir as informações sobre a conta vinculada do
trabalhador;
Parágrafo único. As transferências de que trata este
III – apresentar as informações ao Cadastro Nacional do
artigo poderão acarretar cobrança de tarifa pela institui‑
Trabalhador, dos trabalhadores beneficiários, com erros
ção financeira.
ou omissões;
c Arts. 20‑A a 20‑E acrescidos pela MP no 889, de 24-7-2019,
que até o encerramento desta edição não havia sido con- IV – deixar de computar, para efeito de cálculo dos de‑
vertida em lei. pósitos do FGTS, parcela componente da remuneração;
Art. 21. Os saldos das contas não individualizadas e das V – deixar de efetuar os depósitos e os acréscimos legais,
contas vinculadas que se conservem ininterruptamente após ser notificado pela fiscalização; e
sem créditos de depósitos por mais de cinco anos, a partir c Inciso V com a redação dada pela MP n o 889, de 24-7-
de 1o de junho de 1990, em razão de o seu titular ter esta‑ 2019, que até o encerramento desta edição não havia sido
do fora do regime do FGTS, serão incorporados ao patri‑ convertida em lei.
1191
Lei no 8.036/1990

VI – deixar de apresentar, ou apresentar com erros ou garantia da instância serão restituídos com os valores
omissões, as informações de que trata o art. 17‑A e as atualizados na forma da lei.
demais informações legalmente exigíveis. § 7o A rede arrecadadora e a Caixa Econômica Federal de‑
c Inciso VI acrescido pela MP no 889, de 24-7-2019, que até verão prestar ao Ministério do Trabalho e da Previdência
o encerramento desta edição não havia sido convertida em Social as informações necessárias à fiscalização.
lei.
Art. 23‑A. A notificação do empregador relativa aos
§ 2 o Pela infração do disposto no § 1 o deste artigo, o
débitos com o FGTS, o início de procedimento adminis‑
infrator estará sujeito às seguintes multas por trabalhador
trativo ou a medida de fiscalização interrompem o prazo
prejudicado:
prescricional.
a) de dois a cinco BTN, no caso dos incisos II e III;
b) de dez a cem BTN, no caso dos incisos I, IV e V; § 1o O contencioso administrativo é causa de suspensão
do prazo prescricional.
c A partir de 1o-2-1991, foi extinta a BTN pelo art. 3o da Lei
no 8.177, de 1o-3-1991, que fixa, no seu parágrafo único, a § 2o A data de publicação da liquidação do crédito será
conversão da BTN em cruzeiros no valor de CR$ 126,8621. considerada como a data de sua constituição definitiva,
Tal valor foi mantido pelo art. 21, I, da Lei n o 8.178, de que será considerada o marco para a retomada da conta‑
4-3-1991, tendo sido elevado em 70% pelo art. 10, da Lei gem do prazo prescricional.
no 8.218, de 29-8-1991. Desde 1o-8-1993, o cruzeiro passou
para cruzeiro real na paridade de mil por um, em função § 3o Todos os documentos relativos às obrigações perante
da MP no 336, de 28-7-1993, convertida na Lei no 8.697, o FGTS, referentes a todo o contrato de trabalho de cada
de 27-8-1993. Desde 1 o-7-1994, o cruzeiro real passou a trabalhador, devem ser mantidos à disposição da fiscali‑
real pela Lei no 8.880, de 27-5-1994, fixada a paridade de zação por até cinco anos após o fim de cada contrato.
R$ 1,00 para 2.750,00 URVs. Pelo art. 1o da Lei no 8.383, de c Art. 23‑A acrescido pela MP no 889, de 24-7-2019, que até
30-12-1991, foi instituída a UFIR como medida de valor e o encerramento desta edição não havia sido convertida em
parâmetro de atualização monetária de tributos e de mul- lei.
tas e penalidades de qualquer natureza. O art. 29, § 3o, da
Lei no 10.522, de 19-7-2002, que dispõe sobre o Cadastro Art. 24. Por descumprimento ou inobservância de
Informativo dos créditos não quitados de órgãos e entida- quaisquer das obrigações que lhe compete como agente
des federais, extinguiu a UFIR. arrecadador, pagador e mantenedor do cadastro de con‑
c) de R$100,00 (cem reais) a R$300,00 (trezentos reais) tas vinculadas, na forma que vier a ser regulamentada
por trabalhador prejudicado na hipótese prevista no pelo Conselho Curador, fica o banco depositário sujeito
inciso VI do § 1o. ao pagamento de multa equivalente a dez por cento do
c Alínea c acrescida pela MP no 889, de 24-7-2019, que até montante da conta do empregado, independentemente
o encerramento desta edição não havia sido convertida em das demais cominações legais.
lei. Art. 25. Poderá o próprio trabalhador, seus dependen‑
§ 3o Nos casos de fraude, simulação, artifício, ardil, resis‑ tes e sucessores, ou ainda o Sindicato a que estiver vincu‑
tência, embaraço ou desacato à fiscalização, assim como lado, acionar diretamente a empresa por intermédio da
na reincidência, a multa especificada no parágrafo anterior Justiça do Trabalho, para compeli‑la a efetuar o depósito
será duplicada, sem prejuízo das demais cominações legais. das importâncias devidas nos termos desta Lei.
§ 4 o Os valores das multas, quando não recolhidas no Parágrafo único. A Caixa Econômica Federal e o Mi‑
prazo legal, serão atualizadas monetariamente até a data nistério do Trabalho e da Previdência Social deverão ser
de seu efetivo pagamento, através de sua conversão pelo notificados da propositura da reclamação.
BTN Fiscal. Art. 26. É competente a Justiça do Trabalho para julgar
c A partir de 1o-2-1991, foi extinta a BTN pelo art. 3o da Lei os dissídios entre os trabalhadores e os empregadores
no 8.177, de 1o-3-1991, que fixa, no seu parágrafo único, a decorrentes da aplicação desta Lei, mesmo quando a
conversão da BTN em cruzeiros no valor de CR$ 126,8621. Tal
valor foi mantido pelo art. 21, I, da Lei no 8.178, de 4-3-1991, Caixa Econômica Federal e o Ministério do Trabalho e da
tendo sido elevado em 70% pelo art. 10, da Lei no 8.218, de Previdência Social figurarem como litisconsortes.
29-8-1991. Desde 1o-8-1993, o cruzeiro passou para cruzeiro Parágrafo único. Nas reclamatórias trabalhistas que
real na paridade de mil por um, em função da MP no 336, de objetivam o ressarcimento de parcelas relativas ao FGTS,
28-7-1993, convertida na Lei no 8.697, de 27-8-1993. Desde ou que, direta ou indiretamente, impliquem essa obriga‑
1o-7-1994, o cruzeiro real passou a real pela Lei no 8.880, de
27-5-1994, fixada a paridade de R$ 1,00 para 2.750,00 URVs.
ção de fazer, o juiz determinará que a empresa sucum‑
Pelo art. 1o da Lei no 8.383, de 30-12-1991, foi instituída a bente proceda ao recolhimento imediato das importân‑
UFIR como medida de valor e parâmetro de atualização mo- cias devidas a tal título.
netária de tributos e de multas e penalidades de qualquer Art. 26‑A. Para fins de apuração e lançamento, con‑
natureza. O art. 29, § 3o, da Lei no 10.522, de 19-7-2002, que sidera‑se não quitado o FGTS pago diretamente ao
dispõe sobre o Cadastro Informativo dos créditos não quita-
dos de órgãos e entidades federais, extinguiu a UFIR.
trabalhador, vedada a sua conversão em indenização
compensatória.
§ 5o O processo de fiscalização, de autuação e de imposi‑
ção de multas reger‑se‑á pelo disposto no Título VII da CLT, § 1o Os débitos reconhecidos e declarados por meio de
respeitado o privilégio do FGTS à prescrição trintenária. sistema de escrituração digital serão recolhidos integral‑
mente, acrescidos dos encargos devidos.
c Lei n o 8.844, de 29-1-1994, dispõe sobre a fiscalização,
apuração e cobrança judicial das contribuições e multas § 2o Para a geração das guias de recolhimento, os valores
devidas ao FGTS. devidos a título de FGTS e o período laboral a que se
c Art. 7o, XXIX, da CF. referem serão expressamente identificados.
c Súm. no 362 do TST. c Art. 26‑A acrescido pela MP no 889, de 24-7-2019, que até
§ 6o Quando julgado procedente o recurso interposto na o encerramento desta edição não havia sido convertida em
forma do Título VII da CLT, os depósitos efetuados para lei.
1192
Lei no 8.036/1990

Art. 27. A apresentação do Certificado de Regularidade Art. 29‑A. Quaisquer créditos relativos à correção dos
do FGTS, fornecido pelo Caixa Econômica Federal, é obri‑ saldos das contas vinculadas do FGTS serão liquidados
gatória nas seguintes situações: mediante lançamento pelo agente operador na respectiva
conta do trabalhador.
a) habilitação e licitação promovida por órgão da Admi‑
nistração Federal, Estadual e Municipal, Direta, Indire‑ Art. 29‑B. Não será cabível medida liminar em manda‑
ta ou Fundacional ou por entidade controlada direta do de segurança, no procedimento cautelar ou em quais‑
ou indiretamente pela União, Estado e Município; quer outras ações de natureza cautelar ou preventiva,
b) obtenção, por parte da União, dos Estados ou dos nem a tutela antecipada prevista nos artigos 273 e 461
do Código de Processo Civil que impliquem saque ou mo‑
Municípios, ou por órgãos da Administração federal,
vimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS.
estadual ou municipal, direta, indireta ou fundacio‑
nal, ou indiretamente pela União, pelos Estados ou c Arts. 29‑A e 29‑B acrescidos pela MP n o 2.197-43, de
24-8-2001.
pelos Municípios, de empréstimos ou financiamen‑
tos realizados com lastro em recursos públicos ou Art. 29‑C. Nas ações entre o FGTS e os titulares de
contas vinculadas, bem como naquelas em que figurem
oriundos do FGTS perante quaisquer instituições de
os respectivos representantes ou substitutos processuais,
crédito;
não haverá condenação em honorários advocatícios.
c Alínea b com a redação dada pela Lei n o 13.805, de
c O STF, por unanimidade de votos, julgou procedente a
10-1-2019.
ADIN no 2.736, para declarar a inconstitucionalidade deste
c Art. 5o da Lei no 12.453, de 21-7-2011, que suspende, até artigo (DOU de 17-9-2010).
30-6-2012, as exigências de regularidade fiscal previstas
Art. 29‑D. A penhora em dinheiro, na execução funda‑
nesta alínea.
da em título judicial em que se determine crédito com‑
c) obtenção de favores creditícios, isenções, subsídios, plementar de saldo de conta vinculada do FGTS, será
auxílios, outorga ou concessão de serviços ou quais‑ feita mediante depósito de recursos do Fundo em conta
quer outros benefícios concedidos por órgão da vinculada em nome do exequente, à disposição do juízo.
Administração Federal, Estadual e Municipal, salvo
Parágrafo único. O valor do depósito só poderá ser
quando destinados a saldar débitos para com o FGTS;
movimentado, após liberação judicial, nas hipóteses pre‑
d) transferência de domicílio para o exterior; vistas no artigo 20 ou para reversão ao Fundo.
e) registro ou arquivamento, nos órgãos competentes,
c Arts. 29‑C e 29‑D acrescidos pela MP n o 2.164-41, de
de alteração ou distrato de contrato social, de estatu‑ 24-8-2001.
to, ou de qualquer documento que implique modifi‑
Art. 30. Fica reduzida para um e meio por cento a
cação na estrutura jurídica do empregador ou na sua contribuição devida pelas empresas ao Serviço Social do
extinção. Comércio e ao Serviço Social da Indústria e dispensadas
Art. 28. São isentos de tributos federais os atos e opera‑ estas entidades da subscrição compulsória a que alude
ções necessários à aplicação desta Lei, quando praticados o artigo 21 da Lei no 4.380, de 21 de agosto de 1964.
pela Caixa Econômica Federal, pelos trabalhadores e seus Art. 31. O Poder Executivo expedirá o Regulamento
dependentes ou sucessores, pelos empregadores e pelos desta Lei no prazo de sessenta dias a contar da data de
estabelecimentos bancários. sua promulgação.
Parágrafo único. Aplica‑se o disposto neste artigo às Art. 32. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica‑
importâncias devidas, nos termos desta Lei, aos trabalha‑ ção, revogada a Lei no 7.839, de 12 de outubro de 1989,
dores e seus dependentes ou sucessores. e as demais disposições em contrário.
Art. 29. Os depósitos em conta vinculada, efetuados Brasília, 11 de maio de 1990;
nos termos desta Lei, constituirão despesas dedutíveis do 169o da Independência e
lucro operacional dos empregadores e as importâncias 102o da República.
levantadas a seu favor implicarão receita tributável. Fernando Collor
ANEXO

PARCELA ADICIONAL
LIMITE DAS FAIXAS DE SALDO (EM R$) ALÍQUOTA
(EM R$)
de 00,01 até 500,00 50% –
de 500,01 até 1.000,00 40% 50,00
de 1.000,01 até 5.000,00 30% 150,00
de 5.000,01 até 10.000,00 20% 650,00
de 10000,01 até 15.000,00 15% 1150,00
de 15.000,01 até 20.000,00 10% 1900,00
acima de 20.000,00 – 5% 2900,00
c Anexo acrescido pela MP no 889, de 24-7-2019, que até o encerramento desta edição não havia sido convertida em lei.
1192-A
Lei no 8.038/1990

LEI No 8.038, e da Justiça Federal, pelo prazo de 6 (seis) meses, prorro‑


DE 28 DE MAIO DE 1990 gável por igual período, até o máximo de 2 (dois) anos,
para a realização do interrogatório e de outros atos da
Institui normas procedimentais para os processos instrução, na sede do tribunal ou no local onde se deva
que especifica, perante o Superior Tribunal produzir o ato.
de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.
c Inciso III acrescido pela Lei no 12.019, de 21-8-2009.
c Publicada no DOU de 29-5-1990.
c Lei n o 11.419, de 19-12-2006 (Lei da Informatização do Art. 4o Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal,
Processo Judicial). far‑se‑á a notificação do acusado para oferecer resposta
c Res. do STF no 427, de 20-4-2010, regulamenta o processo no prazo de quinze dias.
eletrônico no âmbito do Supremo Tribunal Federal. § 1o Com a notificação, serão entregues ao acusado cópia
c Res. do STJ no 1, de 10-2-2010, regulamenta o processo ju- da denúncia ou da queixa, do despacho do relator e dos
dicial eletrônico no âmbito do Superior Tribunal de Justiça. documentos por este indicados.
TÍTULO I – PROCESSOS DE § 2o Se desconhecido o paradeiro do acusado, ou se este
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA criar dificuldades para que o oficial cumpra a diligência,
proceder‑se‑á a sua notificação por edital, contendo o
Capítulo I teor resumido da acusação, para que compareça ao Tri‑
AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA bunal, em cinco dias, onde terá vista dos autos pelo prazo
c Conforme o art. 1o da Lei no 8.658, de 26-5-1993, os arts. 1o de quinze dias, a fim de apresentar a resposta prevista
a 12 da Lei no 8.038, de 28-5-1990, aplicam‑se às ações neste artigo.
penais de competência originária dos Tribunais de Justiça Art. 5 o Se, com a resposta, forem apresentados novos
dos Estados e do Distrito Federal e dos Tribunais Regionais documentos, será intimada a parte contrária para sobre
Federais.
eles se manifestar, no prazo de cinco dias.
Art. 1o Nos crimes de ação penal pública, o Ministério
Público terá o prazo de quinze dias para oferecer denún‑ Parágrafo único. Na ação de iniciativa privada, será
cia ou pedir arquivamento do inquérito ou das peças ouvido, em igual prazo, o Ministério Público.
informativas. Art. 6o A seguir, o relator pedirá dia para que o Tribunal
§ 1o Diligências complementares poderão ser deferidas delibere sobre o recebimento, a rejeição da denúncia ou
pelo relator, com interrupção do prazo deste artigo. da queixa, ou a improcedência da acusação, se a decisão
não depender de outras provas.
§ 2o Se o indiciado estiver preso:
§ 1o No julgamento de que trata este artigo, será facul‑
a) o prazo para oferecimento da denúncia será de cinco tada sustentação oral pelo prazo de quinze minutos, pri‑
dias;
meiro à acusação, depois à defesa.
b) as diligências complementares não interromperão o
prazo, salvo se o relator, ao deferi‑las, determinar o § 2o Encerrados os debates, o Tribunal passará a delibe‑
relaxamento da prisão. rar, determinando o Presidente as pessoas que poderão
permanecer no recinto, observado o disposto no inciso II
Art. 2 o O relator, escolhido na forma regimental, será
do art. 12 desta lei.
o juiz da instrução, que se realizará segundo o disposto
neste capítulo, no Código de Processo Penal, no que for Art. 7o Recebida a denúncia ou a queixa, o relator de‑
aplicável, e no Regimento Interno do Tribunal. signará dia e hora para o interrogatório, mandando citar
Parágrafo único. O relator terá as atribuições que a o acusado ou querelado e intimar o órgão do Ministério
legislação processual confere aos juízes singulares. Público, bem como o querelante ou o assistente, se for
o caso.
Art. 3o Compete ao relator:
Art. 8 o O prazo para defesa prévia será de cinco dias,
I – determinar o arquivamento do inquérito ou de peças contado do interrogatório ou da intimação do defensor
informativas, quando o requerer o Ministério Público, dativo.
ou submeter o requerimento à decisão competente do
Tribunal; Art. 9o A instrução obedecerá, no que couber, ao proce‑
II – decretar a extinção da punibilidade, nos casos pre‑ dimento comum do Código de Processo Penal.
vistos em lei; § 1o O relator poderá delegar a realização do interroga‑
III – convocar desembargadores de Turmas Criminais dos tório ou de outro ato da instrução ao juiz ou membro de
Tribunais de Justiça ou dos Tribunais Regionais Federais, tribunal com competência territorial no local de cumpri‑
bem como juízes de varas criminais da Justiça dos Estados mento da carta de ordem.

1192-B
Lei no 8.112/1990

como para seus respectivos grupos familiares definidos, em sua vida funcional, nem eximir‑se do cumprimento
com entidades de autogestão por elas patrocinadas por de seus deveres.
meio de instrumentos jurídicos efetivamente celebrados Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos ter‑
e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam mos da Constituição Federal, o direito à livre associação sin‑
autorização de funcionamento do órgão regulador, sen‑ dical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
do certo que os convênios celebrados depois dessa data
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como
somente poderão sê‑lo na forma da regulamentação es‑
substituto processual;
pecífica sobre patrocínio de autogestões, a ser publicada
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano
pelo mesmo órgão regulador, no prazo de 180 (cento e após o final do mandato, exceto se a pedido;
oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas também c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade
aplicáveis aos convênios existentes até 12 de fevereiro sindical a que for filiado, o valor das mensalidades
de 2006; e contribuições definidas em assembleia geral da
II – contratar, mediante licitação, na forma da Lei categoria;
no 8.666, de 21 de junho de 1993, operadoras de planos d e e) Revogadas. Lei no 9.527, de 10-12-1997.
e seguros privados de assistência à saúde que possuam
autorização de funcionamento do órgão regulador; Art. 241. Consideram‑se da família do servidor, além
do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas
c § 3o acrescido pela Lei no 11.302, de 10-5-2006.
expensas e constem do seu assentamento individual.
III – VETADO. Lei no 11.302, de 10-5-2006.
Parágrafo único. Equipara‑se ao cônjuge a com‑
§ 4o VETADO. Lei no 11.302, de 10-5-2006. panheira ou companheiro, que comprove união estável
§ 5o O valor do ressarcimento fica limitado ao total des‑ como entidade familiar.
pendido pelo servidor ou pensionista civil com plano ou c Res. do CNJ no 40, de 14-8-2007, dispõe sobre os procedi-
seguro privado de assistência à saúde. mentos de reconhecimento de união estável.
c § 5o acrescido pela Lei no 11.302, de 10-5-2006. Art. 242. Para os fins desta Lei, considera‑se sede o
c IN do INSS no 66, de 20-2-2013, disciplina critérios e pro- município onde a repartição estiver instalada e onde o
cedimentos para concessão de auxílio indenizatório, por servidor tiver exercício, em caráter permanente.
meio de ressarcimento, de plano de assistência à saúde
do servidor. TÍTULO IX
Capítulo IV
Capítulo Único

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
DO CUSTEIO
DAS DISPOSIÇÕES
Art. 231. Revogado. Lei n  9.783, de 28-1-1999.
o
TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico insti‑
TÍTULO VII tuído por esta Lei, na qualidade de servidores públicos,
Capítulo Único os servidores dos Poderes da União, dos ex‑Territórios,
DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE das autarquias, inclusive as em regime especial, e das
EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO fundações públicas, regidos pela Lei no 1.711, de 28 de
outubro de 1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos
Arts. 232 a 235. Revogados. Lei n o  8.745, de Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do Traba‑
9-12-1993. lho, aprovada pelo Decreto‑Lei no 5.452, de 1o de maio
de 1943, exceto os contratados por prazo determinado,
TÍTULO VIII cujos contratos não poderão ser prorrogados após o ven‑
cimento do prazo de prorrogação.
Capítulo Único
c Lei no 9.962, de 2-2-2000, disciplina o regime de emprego
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS público do pessoal da Administração federal direta, autár-
Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a quica e fundacional.
vinte e oito de outubro. § 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Po‑ regime instituído por esta Lei ficam transformados em
deres Executivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes cargos, na data de sua publicação.
incentivos funcionais, além daqueles já previstos nos res‑ § 2o As funções de confiança exercidas por pessoas não
pectivos planos de carreira: integrantes de tabela permanente do órgão ou entidade
c Art. 39, § 7o, da CF. onde têm exercício ficam transformadas em cargos em
I – prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou tra‑ comissão, e mantidas enquanto não for implantado o
balhos que favoreçam o aumento de produtividade e a plano de cargos dos órgãos ou entidades na forma da lei.
redução dos custos operacionais; § 3o As Funções de Assessoramento Superior – FAS, exer‑
II – concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, cidas por servidor integrante de quadro ou tabela de pes‑
condecoração e elogio. soal, ficam extintas na data da vigência desta Lei.
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão conta‑ § 4o VETADO.
dos em dias corridos, excluindo‑se o dia do começo e § 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serven‑
incluindo‑se o do vencimento, ficando prorrogado, para tuários da Justiça, remunerados com recursos da União,
o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em no que couber.
que não haja expediente. § 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com esta‑
Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convic‑ bilidade no serviço público, enquanto não adquirirem a
ção filosófica ou política, o servidor não poderá ser pri‑ nacionalidade brasileira, passarão a integrar tabela em
vado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação extinção, do respectivo órgão ou entidade, sem prejuízo
1259
Lei no 10.741/2003

(setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual
ou de assistência social percebido pelo idoso. observar‑se‑á, nos termos da legislação específica:
§ 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu repre‑ I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para
sentante legal firmar o contrato a que se refere o caput idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários
deste artigo. mínimos;
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo,
social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a depen‑ no valor das passagens, para os idosos que excederem
dência econômica, para os efeitos legais. as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois)
salários mínimos.
Capítulo IX
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes
DA HABITAÇÃO definir os mecanismos e os critérios para o exercício dos
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio direitos previstos nos incisos I e II.
da família natural ou substituta, ou desacompanhado de c Arts. 34 a 46 do Dec. no 9.921, de 18-7-2019, que Consolida
seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em atos normativos editados pelo Poder Executivo federal que
instituição pública ou privada. dispõem sobre a temática da pessoa idosa.
§ 1 o A assistência integral na modalidade de entidade Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos
de longa permanência será prestada quando verificada termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos
inexistência de grupo familiar, casa lar, abandono ou estacionamentos públicos e privados, as quais deverão
carência de recursos financeiros próprios ou da família. ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodi‑
dade ao idoso.
§ 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica
obrigada a manter identificação externa visível, sob pena Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do
de interdição, além de atender toda a legislação pertinente. idoso nos procedimentos de embarque e desembarque
nos veículos do sistema de transporte coletivo.
§ 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas
a manter padrões de habitação compatíveis com as ne‑ c Artigo com a redação dada pela Lei n o  12.899, de
18-12-2013.
cessidades deles, bem como provê‑los com alimentação
regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e TÍTULO III – DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
com estas condizentes, sob as penas da lei.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou Capítulo I
subsidiados com recursos públicos, o idoso goza de DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicá‑
observado o seguinte: veis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
I – reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades ameaçados ou violados:
habitacionais residenciais para atendimento aos idosos; I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
c Inciso I com a redação dada pela Lei n o 12.418, de II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou
9-6-2011. entidade de atendimento;
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários III – em razão de sua condição pessoal.
voltados ao idoso; Capítulo II
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas,
para garantia de acessibilidade ao idoso; DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendi‑ Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nes‑
mentos de aposentadoria e pensão. ta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente,
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas e levarão em conta os fins sociais a que se destinam e
o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
para atendimento a idosos devem situar‑se, preferencial‑
mente, no pavimento térreo. Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no
c Parágrafo único acrescido pela Lei no 12.419, de 9-6-2011.
art. 43, o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a re‑
querimento daquele, poderá determinar, dentre outras,
Capítulo X as seguintes medidas:
DO TRANSPORTE I – encaminhamento à família ou curador, mediante ter‑
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica mo de responsabilidade;
assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públi‑ II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
cos urbanos e semiurbanos, exceto nos serviços seletivos III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime
e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
regulares. IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de au‑
xílio, orientação e tratamento a usuários dependentes de
§  1 o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de
apresente qualquer documento pessoal que faça prova sua convivência que lhe cause perturbação;
de sua idade. V – abrigo em entidade;
§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este VI – abrigo temporário.
artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos assen‑
tos para os idosos, devidamente identificados com a pla‑ TÍTULO IV – DA POLÍTICA DE
ca de reservado preferencialmente para idosos. ATENDIMENTO AO IDOSO
§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária Capítulo I
entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a
critério da legislação local dispor sobre as condições para DISPOSIÇÕES GERAIS
exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos Art. 46. A política de atendimento ao idoso far‑se‑á por
no caput deste artigo. meio do conjunto articulado de ações governamentais e
1467
Lei no 11.343/2006

Art. 44. O art. 129 do Decreto‑Lei no 2.848, de 7 de II – a repressão da produção não autorizada e do tráfico
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com ilícito de drogas.
as seguintes alterações: § 1o Entende‑se por SISNAD o conjunto ordenado de prin‑
c Alteração inserida no texto do referido Código. cípios, regras, critérios e recursos materiais e humanos
Art. 45. O art. 152 da Lei n o 7.210, de 11 de julho que envolvem as políticas, planos, programas, ações e
de 1984 (Lei de Execução Penal), passa a vigorar com a projetos sobre drogas, incluindo‑se nele, por adesão, os
seguinte redação: Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados,
c Alteração inserida no texto da referida Lei. Distrito Federal e Municípios.
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) § 2o O SISNAD atuará em articulação com o Sistema Único
dias após sua publicação. de Saúde – SUS, e com o Sistema Único de Assistência
Social – SUAS.
Brasília, 7 de agosto de 2006;
c §§ 1o e 2o acrescidos pela Lei no 13.840, de 5-6-2019.
185o da Independência e
118o da República. Capítulo I
Luiz Inácio Lula da Silva DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SISTEMA
NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
DROGAS
LEI No 11.343, Art. 4o São princípios do SISNAD:
DE 23 DE AGOSTO DE 2006 I – o respeito aos direitos fundamentais da pessoa hu‑
mana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
liberdade;
Drogas – SISNAD; prescreve medidas para prevenção do
II – o respeito à diversidade e às especificidades popula‑
uso indevido, atenção e reinserção social de usuários
cionais existentes;
e dependentes de drogas; estabelece normas para
III – a promoção dos valores éticos, culturais e de cidada‑
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito
nia do povo brasileiro, reconhecendo‑os como fatores de
de drogas; define crimes e dá outras providências.
proteção para o uso indevido de drogas e outros compor‑
c Publicada no DOU de 24-8-2006. tamentos correlacionados;
c Dec. no 9.926, de 19-7-2019, dispõe sobre o Conselho Na- IV – a promoção de consensos nacionais, de ampla parti‑
cional de Políticas sobre Drogas. cipação social, para o estabelecimento dos fundamentos

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
e estratégias do SISNAD;
TÍTULO I – DISPOSIÇÕES V – a promoção da responsabilidade compartilhada entre
PRELIMINARES Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da par‑
Art. 1 o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas ticipação social nas atividades do SISNAD;
Públicas sobre Drogas – SISNAD; prescreve medidas para VI – o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua
de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
para repressão à produção não autorizada e ao tráfico VII – a integração das estratégias nacionais e internacio‑
ilícito de drogas e define crimes. nais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram‑se social de usuários e dependentes de drogas e de repres‑
são à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
como drogas as substâncias ou os produtos capazes de
VIII – a articulação com os órgãos do Ministério Público e
causar dependência, assim especificados em lei ou rela‑
dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação
cionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder
mútua nas atividades do SISNAD;
Executivo da União.
IX – a adoção de abordagem multidisciplinar que reco‑
Art. 2 o Ficam proibidas, em todo o território nacional, nheça a interdependência e a natureza complementar
as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e
exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser reinserção social de usuários e dependentes de drogas,
extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito
autorização legal ou regulamentar, bem como o que esta‑ de drogas;
belece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre X – a observância do equilíbrio entre as atividades de pre‑
Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas venção do uso indevido, atenção e reinserção social de
de uso estritamente ritualístico‑religioso. usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
c Art. 243 da CF. produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a a garantir a estabilidade e o bem‑estar social;
cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste XI – a observância às orientações e normas emanadas do
artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, Conselho Nacional Antidrogas – CONAD.
em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, Art. 5o O SISNAD tem os seguintes objetivos:
respeitadas as ressalvas supramencionadas.
I – contribuir para a inclusão social do cidadão, visando
TÍTULO II – DO SISTEMA NACIONAL DE a torná‑lo menos vulnerável a assumir comportamentos
POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito
e outros comportamentos correlacionados;
Art. 3o O SISNAD tem a finalidade de articular, integrar, II – promover a construção e a socialização do conheci‑
organizar e coordenar as atividades relacionadas com: mento sobre drogas no país;
I – a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção III – promover a integração entre as políticas de pre‑
social de usuários e dependentes de drogas; venção do uso indevido, atenção e reinserção social de
1525
Lei no 12.414/2011

aptidão comprovada por histórico profissional ou acadê‑ de histórico de crédito, sem prejuízo do disposto na Lei
mico para diagnosticar atos de alienação parental. no 8.078, de 11 de setembro de 1990 – Código de Prote‑
§ 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para ção e Defesa do Consumidor.
verificar a ocorrência de alienação parental terá prazo de Parágrafo único. Os bancos de dados instituídos ou
90 (noventa) dias para apresentação do laudo, prorrogá‑ mantidos por pessoas jurídicas de direito público interno
vel exclusivamente por autorização judicial baseada em serão regidos por legislação específica.
justificativa circunstanciada. Art. 2o Para os efeitos desta Lei, considera‑se:
Art. 6o Caracterizados atos típicos de alienação parental I – banco de dados: conjunto de dados relativo a pes‑
ou qualquer conduta que dificulte a convivência de criança soa natural ou jurídica armazenados com a finalidade de
ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou inci‑ subsidiar a concessão de crédito, a realização de venda a
dental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem pre‑ prazo ou de outras transações comerciais e empresariais
juízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da que impliquem risco financeiro;
ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir
II – gestor: pessoa jurídica responsável pela adminis‑
ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso:
tração de banco de dados, bem como pela coleta, ar‑
I – declarar a ocorrência de alienação parental e advertir mazenamento, análise e acesso de terceiros aos dados
o alienador; armazenados;
II – ampliar o regime de convivência familiar em favor do c Nova redação do dispositivo alterado: “II – gestor:
genitor alienado; pessoa jurídica que atenda aos requisitos mínimos de
III – estipular multa ao alienador; funcionamento previstos nesta Lei e em regulamenta-
IV – determinar acompanhamento psicológico e/ou ção complementar, responsável pela administração de
biopsicossocial; banco de dados, bem como pela coleta, pelo armazena-
V – determinar a alteração da guarda para guarda com‑ mento, pela análise e pelo acesso de terceiros aos dados
partilhada ou sua inversão; armazenados;”
VI – determinar a fixação cautelar do domicílio da criança c Inciso II com a redação dada pela LC no 166, de 8-4-2019,
ou adolescente; para vigorar após 91 dias de sua publicação oficial (DOU
VII – declarar a suspensão da autoridade parental. de 9-4-2019).
Parágrafo único. Caracterizado mudança abusiva de III – cadastrado: pessoa natural ou jurídica que tenha
endereço, inviabilização ou obstrução à convivência fami‑ autorizado inclusão de suas informações no banco de
liar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar dados;

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
para ou retirar a criança ou adolescente da residência c Nova redação do dispositivo alterado: “III – cadastrado:
do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de pessoa natural ou jurídica cujas informações tenham sido
convivência familiar. incluídas em banco de dados;”
c Inciso III com a redação dada pela LC no 166, de 8-4-2019,
Art. 7 o A atribuição ou alteração da guarda dar‑se‑á para vigorar após 91 dias de sua publicação oficial (DOU
por preferência ao genitor que viabiliza a efetiva de 9-4-2019).
convivência da criança ou adolescente com o outro IV – fonte: pessoa natural ou jurídica que conceda crédito
genitor nas hipóteses em que seja inviável a guarda ou realize venda a prazo ou outras transações comerciais
compartilhada. e empresariais que lhe impliquem risco financeiro;
Art. 8 o A alteração de domicílio da criança ou adoles‑ c Nova redação do dispositivo alterado: “IV – fonte: pes-
cente é irrelevante para a determinação da competência soa natural ou jurídica que conceda crédito, administre
relacionada às ações fundadas em direito de convivência operações de autofinanciamento ou realize venda a prazo
familiar, salvo se decorrente de consenso entre os geni‑ ou outras transações comerciais e empresariais que lhe
tores ou de decisão judicial. impliquem risco financeiro, inclusive as instituições au-
torizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil e os
Arts. 9o e 10. VETADOS.
prestadores de serviços continuados de água, esgoto,
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu‑ eletricidade, gás, telecomunicações e assemelhados;”
blicação. c Inciso IV com a redação dada pela LC no 166, de 8-4-2019,
Brasília, 26 de agosto de 2010; para vigorar após 91 dias de sua publicação oficial (DOU
189o da Independência e de 9-4-2019).
122o da República. V – consulente: pessoa natural ou jurídica que acesse in‑
formações em bancos de dados para qualquer finalidade
Luiz Inácio Lula da Silva
permitida por esta Lei;
VI – anotação: ação ou efeito de anotar, assinalar, aver‑
bar, incluir, inscrever ou registrar informação relativa ao
LEI No 12.414, histórico de crédito em banco de dados; e
DE 9 DE JUNHO DE 2011 VII – histórico de crédito: conjunto de dados financeiros e
Disciplina a formação e consulta a bancos de dados de pagamentos relativos às operações de crédito e obri‑
com informações de adimplemento, de pessoas naturais gações de pagamento adimplidas ou em andamento por
ou de pessoas jurídicas, para formação de histórico de pessoa natural ou jurídica.
crédito. c Nova redação do dispositivo alterado: “VII – histórico de
crédito: conjunto de dados financeiros e de pagamentos,
c Publicada no DOU de 10-6-2011.
relativos às operações de crédito e obrigações de paga-
c Arts. 43, 44 e 72 do CDC.
mento adimplidas ou em andamento por pessoa natural
c Dec. no 9.936, de 24-7-2019, regulamenta esta lei. ou jurídica.”
Art. 1o Esta Lei disciplina a formação e consulta a ban‑ c Inciso VII com a redação dada pela LC n o 166, de 8-4-2019,
cos de dados com informações de adimplemento, de para vigorar após 91 dias de sua publicação oficial (DOU
pessoas naturais ou de pessoas jurídicas, para formação de 9-4-2019).
1605
Lei no 13.709/2018

Art. 16. O art. 884, § 6o, da CLT aplica‑se às entidades Capítulo I


filantrópicas e seus diretores, em processos com execu‑ DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
ções iniciadas após 11 de novembro de 2017.
Art. 1 o Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados
Art. 17. O incidente de desconsideração da persona‑ pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natu‑
lidade jurídica, regulado pelo CPC (artigos 133 a 137), ral ou por pessoa jurídica de direito público ou privado,
aplica‑se ao processo do trabalho, com as inovações tra‑ com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de
zidas pela Lei no 13.467/2017. liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da
Art. 18. O dever de os Tribunais Regionais do Trabalho personalidade da pessoa natural.
uniformizarem a sua jurisprudência faz incidir, subsidia‑ Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei
riamente ao processo do trabalho, o art. 926 do CPC, por são de interesse nacional e devem ser observadas pela
meio do qual os Tribunais deverão manter sua jurispru‑ União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
dência íntegra, estável e coerente. c Parágrafo único acrescido pela Lei no 13.853, de 8-7-2019.
§  1 o Os incidentes de uniformização de jurisprudên‑ Art. 2o A disciplina da proteção de dados pessoais tem
cia suscitados ou iniciados antes da vigência da Lei como fundamentos:
n o 13.467/2017, no âmbito dos Tribunais Regionais do I – o respeito à privacidade;
Trabalho ou por iniciativa de decisão do Tribunal Superior II – a autodeterminação informativa;
do Trabalho, deverão observar e serão concluídos sob a III – a liberdade de expressão, de informação, de comu‑
égide da legislação vigente ao tempo da interposição do nicação e de opinião;
recurso, segundo o disposto nos respectivos Regimentos IV – a inviolabilidade da intimidade, da honra e da
Internos. imagem;
§ 2o Aos recursos de revista e de agravo de instrumento V – o desenvolvimento econômico e tecnológico e a
no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho, conclusos inovação;
aos relatores e ainda não julgados até a edição da Lei VI – a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do
no 13.467/2017, não se aplicam as disposições contidas consumidor; e
nos §§ 3 o a 6 o do artigo 896 da Consolidação das Leis VII – os direitos humanos, o livre desenvolvimento da per‑
do Trabalho. sonalidade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas
pessoas naturais.
§ 3o As teses jurídicas prevalecentes e os enunciados de
Súmulas decorrentes do julgamento dos incidentes de Art. 3o Esta Lei aplica‑se a qualquer operação de trata‑
uniformização de jurisprudência suscitados ou iniciados mento realizada por pessoa natural ou por pessoa jurí‑
anteriormente à edição da Lei no 13.467/2017, no âmbi‑ dica de direito público ou privado, independentemente
to dos Tribunais Regionais do Trabalho, conservam sua do meio, do país de sua sede ou do país onde estejam
natureza vinculante à luz dos arts. 926, §§ 1o e 2o, e 927, localizados os dados, desde que:
III e V, do CPC. I – a operação de tratamento seja realizada no território
Art. 19. O exame da transcendência seguirá a regra es‑ nacional;
tabelecida no art. 246 do Regimento Interno do Tribunal II – a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta
Superior do Trabalho, incidindo apenas sobre os acórdãos ou o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento
proferidos pelos Tribunais Regionais do Trabalho publi‑ de dados de indivíduos localizados no território nacio-
cados a partir de 11 de novembro de 2017, excluídas as nal; ou
decisões em embargos de declaração. c Inciso II com a redação dada pela Lei n o 13.853, de
8-7-2019.
Art. 20. As disposições contidas nos §§ 4o, 9 o, 10 e
11 do artigo 899 da CLT, com a redação dada pela Lei III – os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido
n o 13.467/2017, serão observadas para os recursos in‑ coletados no território nacional.
terpostos contra as decisões proferidas a partir de 11 de § 1 o Consideram‑se coletados no território nacional os
novembro de 2017. dados pessoais cujo titular nele se encontre no momento
da coleta.
Art. 21. Esta Instrução Normativa entrará em vigor na
data da sua publicação. Ficam revogados os art. 2o, VIII, e § 2 o Excetua‑se do disposto no inciso I deste artigo o
6o da Instrução Normativa no 39/2016 do TST. tratamento de dados previsto no inciso IV do caput do
art. 4o desta Lei.
João Batista Brito Pereira
Art. 4 o Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados
Ministro Presidente do TST
pessoais:
NOVA
I – realizado por pessoa natural para fins exclusivamente
particulares e não econômicos;
LEI No 13.709, II – realizado para fins exclusivamente:
DE 14 DE AGOSTO DE 2018
a) jornalístico e artísticos; ou
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). b) acadêmicos, aplicando‑se a esta hipótese os arts. 7o e
c Ementa com a redação dada pela Lei n o 13.853, de 11 desta Lei.
8-7-2019. III – realizado para fins exclusivos de:
c Publicada no DOU de 15-8-2018, para vigorar após 24 me-
a) segurança pública;
ses de sua publicação.
b) defesa nacional;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA c) segurança do Estado; ou
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu san‑ d) atividades de investigação e repressão de infrações
ciono a seguinte Lei: penais; ou
1824
Lei no 13.709/2018

IV – provenientes de fora do território nacional e que da informação, modificação, comunicação, transferência,


não sejam objeto de comunicação, uso compartilhado de difusão ou extração;
dados com agentes de tratamento brasileiros ou objeto XI – anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis
de transferência internacional de dados com outro país e disponíveis no momento do tratamento, por meio dos
que não o de proveniência, desde que o país de prove‑ quais um dado perde a possibilidade de associação, direta
niência proporcione grau de proteção de dados pessoais ou indireta, a um indivíduo;
adequado ao previsto nesta Lei. XII – consentimento: manifestação livre, informada e ine‑
§ 1o O tratamento de dados pessoais previsto no inciso quívoca pela qual o titular concorda com o tratamento de
III será regido por legislação específica, que deverá pre‑ seus dados pessoais para uma finalidade determinada;
ver medidas proporcionais e estritamente necessárias ao XIII – bloqueio: suspensão temporária de qualquer ope‑
atendimento do interesse público, observados o devido ração de tratamento, mediante guarda do dado pessoal
processo legal, os princípios gerais de proteção e os direi‑ ou do banco de dados;
tos do titular previstos nesta Lei. XIV – eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de
dados armazenados em banco de dados, independente‑
§ 2 o É vedado o tratamento dos dados a que se refere
mente do procedimento empregado;
o inciso III do caput deste artigo por pessoa de direito
XV – transferência internacional de dados: transferência
privado, exceto em procedimentos sob tutela de pessoa
de dados pessoais para país estrangeiro ou organismo
jurídica de direito público, que serão objeto de informe
específico à autoridade nacional e que deverão observar internacional do qual o país seja membro;
a limitação imposta no § 4o deste artigo. XVI – uso compartilhado de dados: comunicação, difu‑
são, transferência internacional, interconexão de dados
§ 3o A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou pessoais ou tratamento compartilhado de bancos de
recomendações referentes às exceções previstas no inciso dados pessoais por órgãos e entidades públicos no cum‑
III do caput deste artigo e deverá solicitar aos responsá‑ primento de suas competências legais, ou entre esses e
veis relatórios de impacto à proteção de dados pessoais. entes privados, reciprocamente, com autorização especí‑
§ 4o Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de fica, para uma ou mais modalidades de tratamento per‑
banco de dados de que trata o inciso III do caput deste mitidas por esses entes públicos, ou entre entes privados;
artigo poderá ser tratada por pessoa de direito privado, XVII – relatório de impacto à proteção de dados pessoais:
salvo por aquela que possua capital integralmente cons- documentação do controlador que contém a descrição
tituído pelo poder público. dos processos de tratamento de dados pessoais que po‑
§ 4o com a redação dada pela Lei no 13.853, de 8-7-2019. dem gerar riscos às liberdades civis e aos direitos funda‑

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
c
Art. 5o Para os fins desta Lei, considera‑se: mentais, bem como medidas, salvaguardas e mecanismos
de mitigação de risco;
I – dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural
XVIII – órgão de pesquisa: órgão ou entidade da admi-
identificada ou identificável;
nistração pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de
II – dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem
direito privado sem fins lucrativos legalmente constituída
racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, fi‑
sob as leis brasileiras, com sede e foro no País, que inclua
liação a sindicato ou a organização de caráter religioso,
em sua missão institucional ou em seu objetivo social ou
filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida
estatutário a pesquisa básica ou aplicada de caráter his-
sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado
tórico, científico, tecnológico ou estatístico; e
a uma pessoa natural;
XIX – autoridade nacional: órgão da administração públi-
III – dado anonimizado: dado relativo a titular que não
ca responsável por zelar, implementar e fiscalizar o cum-
possa ser identificado, considerando a utilização de
primento desta Lei em todo o território nacional.
meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu
tratamento; c Incisos XVIII e XIX com a redação dada pela Lei no 13.853,
IV – banco de dados: conjunto estruturado de dados de 8-7-2019.
pessoais, estabelecido em um ou em vários locais, em Art. 6o As atividades de tratamento de dados pessoais
suporte eletrônico ou físico; deverão observar a boa‑fé e os seguintes princípios:
V – titular: pessoa natural a quem se referem os dados I – finalidade: realização do tratamento para propósitos
pessoais que são objeto de tratamento; legítimos, específicos, explícitos e informados ao titular,
VI – controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito sem possibilidade de tratamento posterior de forma in‑
público ou privado, a quem competem as decisões refe‑ compatível com essas finalidades;
rentes ao tratamento de dados pessoais; II – adequação: compatibilidade do tratamento com as
VII – operador: pessoa natural ou jurídica, de direito finalidades informadas ao titular, de acordo com o con‑
público ou privado, que realiza o tratamento de dados texto do tratamento;
pessoais em nome do controlador; III – necessidade: limitação do tratamento ao mínimo ne‑
VIII – encarregado: pessoa indicada pelo controlador e cessário para a realização de suas finalidades, com abran‑
operador para atuar como canal de comunicação entre o gência dos dados pertinentes, proporcionais e não exces‑
controlador, os titulares dos dados e a Autoridade Nacio- sivos em relação às finalidades do tratamento de dados;
nal de Proteção de Dados (ANPD); IV – livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facili‑
c Inciso VIII com a redação dada pela Lei n o 13.853, de tada e gratuita sobre a forma e a duração do tratamento,
8-7-2019. bem como sobre a integralidade de seus dados pessoais;
IX – agentes de tratamento: o controlador e o operador; V – qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exa‑
X – tratamento: toda operação realizada com dados tidão, clareza, relevância e atualização dos dados, de
pessoais, como as que se referem a coleta, produção, acordo com a necessidade e para o cumprimento da fina‑
recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, lidade de seu tratamento;
transmissão, distribuição, processamento, arquivamen‑ VI – transparência: garantia, aos titulares, de informações
to, armazenamento, eliminação, avaliação ou controle claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização
1825
Lei no 13.709/2018

do tratamento e os respectivos agentes de tratamento, § 5o O controlador que obteve o consentimento referido
observados os segredos comercial e industrial; no inciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar
VII – segurança: utilização de medidas técnicas e admi‑ ou compartilhar dados pessoais com outros controlado‑
nistrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos res deverá obter consentimento específico do titular para
não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de esse fim, ressalvadas as hipóteses de dispensa do consen‑
destruição, perda, alteração, comunicação ou difusão; timento previstas nesta Lei.
VIII – prevenção: adoção de medidas para prevenir a § 6o A eventual dispensa da exigência do consentimento
ocorrência de danos em virtude do tratamento de dados não desobriga os agentes de tratamento das demais obri‑
pessoais; gações previstas nesta Lei, especialmente da observância
IX – não discriminação: impossibilidade de realização do dos princípios gerais e da garantia dos direitos do titular.
tratamento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
X – responsabilização e prestação de contas: demons‑ § 7o O tratamento posterior dos dados pessoais a que se
tração, pelo agente, da adoção de medidas eficazes e referem os §§ 3o e 4o deste artigo poderá ser realizado
capazes de comprovar a observância e o cumprimento para novas finalidades, desde que observados os propó-
das normas de proteção de dados pessoais e, inclusive, sitos legítimos e específicos para o novo tratamento e a
da eficácia dessas medidas. preservação dos direitos do titular, assim como os funda-
mentos e os princípios previstos nesta Lei.
Capítulo II
c § 7o acrescido pela Lei no 13.853, de 8-7-2019.
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
Art. 8o O consentimento previsto no inciso I do art. 7o
Seção I desta Lei deverá ser fornecido por escrito ou por outro
DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS meio que demonstre a manifestação de vontade do
PESSOAIS titular.
Art. 7o O tratamento de dados pessoais somente poderá § 1 o Caso o consentimento seja fornecido por escrito,
ser realizado nas seguintes hipóteses: esse deverá constar de cláusula destacada das demais
I – mediante o fornecimento de consentimento pelo cláusulas contratuais.
titular; § 2o Cabe ao controlador o ônus da prova de que o con‑
II – para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória sentimento foi obtido em conformidade com o disposto
pelo controlador; nesta Lei.
III – pela administração pública, para o tratamento e uso § 3o É vedado o tratamento de dados pessoais mediante
compartilhado de dados necessários à execução de polí‑ vício de consentimento.
ticas públicas previstas em leis e regulamentos ou respal‑
dadas em contratos, convênios ou instrumentos congê‑ § 4o O consentimento deverá referir‑se a finalidades de‑
neres, observadas as disposições do Capítulo IV desta Lei; terminadas, e as autorizações genéricas para o tratamen‑
IV – para a realização de estudos por órgão de pesqui‑ to de dados pessoais serão nulas.
sa, garantida, sempre que possível, a anonimização dos §  5 o O consentimento pode ser revogado a qualquer
dados pessoais; momento mediante manifestação expressa do titular,
V – quando necessário para a execução de contrato ou por procedimento gratuito e facilitado, ratificados os
de procedimentos preliminares relacionados a contrato tratamentos realizados sob amparo do consentimento
do qual seja parte o titular, a pedido do titular dos dados; anteriormente manifestado enquanto não houver reque‑
VI – para o exercício regular de direitos em processo rimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput
judicial, administrativo ou arbitral, esse último nos ter‑ do art. 18 desta Lei.
mos da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de § 6o Em caso de alteração de informação referida nos inci‑
Arbitragem); sos I, II, III ou V do art. 9o desta Lei, o controlador deverá
VII – para a proteção da vida ou da incolumidade física do informar ao titular, com destaque de forma específica do
titular ou de terceiro; teor das alterações, podendo o titular, nos casos em que
VIII – para a tutela da saúde, exclusivamente, em proce- o seu consentimento é exigido, revogá‑lo caso discorde
dimento realizado por profissionais de saúde, serviços de da alteração.
saúde ou autoridade sanitária;
Art. 9o O titular tem direito ao acesso facilitado às infor‑
c Inciso VIII com a redação dada pela Lei n o 13.853, de
mações sobre o tratamento de seus dados, que deverão
8-7-2019.
ser disponibilizadas de forma clara, adequada e ostensiva
IX – quando necessário para atender aos interesses le‑ acerca de, entre outras características previstas em re‑
gítimos do controlador ou de terceiro, exceto no caso gulamentação para o atendimento do princípio do livre
de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do acesso:
titular que exijam a proteção dos dados pessoais; ou
X – para a proteção do crédito, inclusive quanto ao dis‑ I – finalidade específica do tratamento;
posto na legislação pertinente. II – forma e duração do tratamento, observados os segre‑
dos comercial e industrial;
§§ 1o e 2o Revogados. Lei no 13.853, de 8-7-2019.
III – identificação do controlador;
§ 3o O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público IV – informações de contato do controlador;
deve considerar a finalidade, a boa‑fé e o interesse públi‑ V – informações acerca do uso compartilhado de dados
co que justificaram sua disponibilização. pelo controlador e a finalidade;
§ 4o É dispensada a exigência do consentimento previsto VI – responsabilidades dos agentes que realizarão o tra‑
no caput deste artigo para os dados tornados manifesta‑ tamento; e
mente públicos pelo titular, resguardados os direitos do VII – direitos do titular, com menção explícita aos direitos
titular e os princípios previstos nesta Lei. contidos no art. 18 desta Lei.
1826
Lei no 13.709/2018

§ 1o Na hipótese em que o consentimento é requerido, f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento


esse será considerado nulo caso as informações forneci‑ realizado por profissionais de saúde, serviços de saú-
das ao titular tenham conteúdo enganoso ou abusivo ou de ou autoridade sanitária; ou
não tenham sido apresentadas previamente com transpa‑ c Alínea f com a redação dada pela Lei n o 13.853, de
rência, de forma clara e inequívoca. 8-7-2019.
§ 2o Na hipótese em que o consentimento é requerido, g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do ti‑
se houver mudanças da finalidade para o tratamento de tular, nos processos de identificação e autenticação
dados pessoais não compatíveis com o consentimento de cadastro em sistemas eletrônicos, resguardados
original, o controlador deverá informar previamente o ti‑ os direitos mencionados no art. 9o desta Lei e exceto
no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda‑
tular sobre as mudanças de finalidade, podendo o titular
mentais do titular que exijam a proteção dos dados
revogar o consentimento, caso discorde das alterações.
pessoais.
§ 3o Quando o tratamento de dados pessoais for condi‑
§ 1o Aplica‑se o disposto neste artigo a qualquer trata‑
ção para o fornecimento de produto ou de serviço ou mento de dados pessoais que revele dados pessoais sen‑
para o exercício de direito, o titular será informado com síveis e que possa causar dano ao titular, ressalvado o
destaque sobre esse fato e sobre os meios pelos quais disposto em legislação específica.
poderá exercer os direitos do titular elencados no art. 18
§ 2o Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas a e
desta Lei.
b do inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas
Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente entidades públicas, será dada publicidade à referida dis‑
poderá fundamentar tratamento de dados pessoais para pensa de consentimento, nos termos do inciso I do caput
finalidades legítimas, consideradas a partir de situações do art. 23 desta Lei.
concretas, que incluem, mas não se limitam a: § 3 o A comunicação ou o uso compartilhado de dados
I – apoio e promoção de atividades do controlador; e pessoais sensíveis entre controladores com objetivo de
II – proteção, em relação ao titular, do exercício regular de obter vantagem econômica poderá ser objeto de vedação
seus direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, ou de regulamentação por parte da autoridade nacional,
respeitadas as legítimas expectativas dele e os direitos e ouvidos os órgãos setoriais do Poder Público, no âmbito
liberdades fundamentais, nos termos desta Lei. de suas competências.
§ 1o Quando o tratamento for baseado no legítimo inte‑ § 4 o É vedada a comunicação ou o uso compartilhado

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
resse do controlador, somente os dados pessoais estrita‑ entre controladores de dados pessoais sensíveis referen-
mente necessários para a finalidade pretendida poderão tes à saúde com objetivo de obter vantagem econômica,
ser tratados. exceto nas hipóteses relativas a prestação de serviços de
saúde, de assistência farmacêutica e de assistência à saú-
§ 2o O controlador deverá adotar medidas para garantir de, desde que observado o § 5o deste artigo, incluídos os
a transparência do tratamento de dados baseado em seu serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefício
legítimo interesse. dos interesses dos titulares de dados, e para permitir:
§ 3o A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador I – a portabilidade de dados quando solicitada pelo ti-
relatório de impacto à proteção de dados pessoais, quan‑ tular; ou
do o tratamento tiver como fundamento seu interesse II – as transações financeiras e administrativas resultan-
legítimo, observados os segredos comercial e industrial. tes do uso e da prestação dos serviços de que trata este
parágrafo.
Seção II
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS c § 4o com a redação dada pela Lei no 13.853, de 8-7-2019.
§ 5o É vedado às operadoras de planos privados de assis-
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis so‑ tência à saúde o tratamento de dados de saúde para a
mente poderá ocorrer nas seguintes hipóteses: prática de seleção de riscos na contratação de qualquer
I – quando o titular ou seu responsável legal consen‑ modalidade, assim como na contratação e exclusão de
tir, de forma específica e destacada, para finalidades beneficiários.
específicas; c § 5o acrescido pela Lei no 13.853, de 8-7-2019.
II – sem fornecimento de consentimento do titular, nas Art. 12. Os dados anonimizados não serão considera‑
hipóteses em que for indispensável para: dos dados pessoais para os fins desta Lei, salvo quando
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo o processo de anonimização ao qual foram submetidos
controlador; for revertido, utilizando exclusivamente meios próprios,
b) tratamento compartilhado de dados necessários à ou quando, com esforços razoáveis, puder ser revertido.
execução, pela administração pública, de políticas § 1o A determinação do que seja razoável deve levar em
públicas previstas em leis ou regulamentos; consideração fatores objetivos, tais como custo e tempo
c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garan‑ necessários para reverter o processo de anonimização,
tida, sempre que possível, a anonimização dos dados de acordo com as tecnologias disponíveis, e a utilização
pessoais sensíveis; exclusiva de meios próprios.
d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e § 2o Poderão ser igualmente considerados como dados
em processo judicial, administrativo e arbitral, este pessoais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para
último nos termos da Lei no 9.307, de 23 de setembro formação do perfil comportamental de determinada pes‑
de 1996 (Lei de Arbitragem); soa natural, se identificada.
e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular § 3o A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões
ou de terceiro; e técnicas utilizados em processos de anonimização e
1827
Lei no 13.709/2018

realizar verificações acerca de sua segurança, ouvido o cas físico‑motoras, perceptivas, sensoriais, intelectuais
Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais. e mentais do usuário, com uso de recursos audiovisuais
Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os quando adequado, de forma a proporcionar a informação
órgãos de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada
pessoais, que serão tratados exclusivamente dentro do ao entendimento da criança.
órgão e estritamente para a finalidade de realização de Seção IV
estudos e pesquisas e mantidos em ambiente controlado DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS
e seguro, conforme práticas de segurança previstas em
regulamento específico e que incluam, sempre que possí‑ Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais
vel, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem ocorrerá nas seguintes hipóteses:
como considerem os devidos padrões éticos relacionados I – verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que
a estudos e pesquisas. os dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao
§ 1o A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto alcance da finalidade específica almejada;
do estudo ou da pesquisa de que trata o caput deste arti‑ II – fim do período de tratamento;
go em nenhuma hipótese poderá revelar dados pessoais. III – comunicação do titular, inclusive no exercício de seu
§ 2o O órgão de pesquisa será o responsável pela segu‑ direito de revogação do consentimento conforme dispos‑
rança da informação prevista no caput deste artigo, não to no § 5 o do art. 8o desta Lei, resguardado o interesse
permitida, em circunstância alguma, a transferência dos público; ou
dados a terceiro. IV – determinação da autoridade nacional, quando hou‑
ver violação ao disposto nesta Lei.
§ 3o O acesso aos dados de que trata este artigo será obje‑
to de regulamentação por parte da autoridade nacional e Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o
das autoridades da área de saúde e sanitárias, no âmbito término de seu tratamento, no âmbito e nos limites téc‑
de suas competências. nicos das atividades, autorizada a conservação para as
§ 4o Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o seguintes finalidades:
tratamento por meio do qual um dado perde a possibi‑ I – cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo
lidade de associação, direta ou indireta, a um indivíduo, controlador;
senão pelo uso de informação adicional mantida sepa‑ II – estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que
radamente pelo controlador em ambiente controlado e possível, a anonimização dos dados pessoais;
seguro. III – transferência a terceiro, desde que respeitados os
Seção III requisitos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE IV – uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por
CRIANÇAS E DE ADOLESCENTES terceiro, e desde que anonimizados os dados.

Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e Capítulo III


de adolescentes deverá ser realizado em seu melhor inte‑ DOS DIREITOS DO TITULAR
resse, nos termos deste artigo e da legislação pertinente. Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titulari‑
§ 1o O tratamento de dados pessoais de crianças deve‑ dade de seus dados pessoais e garantidos os direitos fun‑
rá ser realizado com o consentimento específico e em damentais de liberdade, de intimidade e de privacidade,
destaque dado por pelo menos um dos pais ou pelo res‑ nos termos desta Lei.
ponsável legal. Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter
§ 2o No tratamento de dados de que trata o § 1o deste do controlador, em relação aos dados do titular por ele
artigo, os controladores deverão manter pública a infor‑ tratados, a qualquer momento e mediante requisição:
mação sobre os tipos de dados coletados, a forma de I – confirmação da existência de tratamento;
sua utilização e os procedimentos para o exercício dos II – acesso aos dados;
direitos a que se refere o art. 18 desta Lei. III – correção de dados incompletos, inexatos ou
§ 3 o Poderão ser coletados dados pessoais de crianças desatualizados;
sem o consentimento a que se refere o § 1o deste artigo IV – anonimização, bloqueio ou eliminação de dados des‑
quando a coleta for necessária para contatar os pais ou necessários, excessivos ou tratados em desconformidade
o responsável legal, utilizados uma única vez e sem ar‑ com o disposto nesta Lei;
mazenamento, ou para sua proteção, e em nenhum caso V – portabilidade dos dados a outro fornecedor de servi-
poderão ser repassados a terceiro sem o consentimento ço ou produto, mediante requisição expressa, de acordo
de que trata o § 1o deste artigo. com a regulamentação da autoridade nacional, observa-
§ 4 o Os controladores não deverão condicionar a par‑ dos os segredos comercial e industrial;
ticipação dos titulares de que trata o § 1o deste artigo c Inciso V com a redação dada pela Lei n o 13.853, de
em jogos, aplicações de internet ou outras atividades ao 8-7-2019.
fornecimento de informações pessoais além das estrita‑ VI – eliminação dos dados pessoais tratados com o con‑
mente necessárias à atividade. sentimento do titular, exceto nas hipóteses previstas no
§ 5o O controlador deve realizar todos os esforços razoá‑ art. 16 desta Lei;
veis para verificar que o consentimento a que se refere o VII – informação das entidades públicas e privadas com as
§ 1o deste artigo foi dado pelo responsável pela criança, quais o controlador realizou uso compartilhado de dados;
consideradas as tecnologias disponíveis. VIII – informação sobre a possibilidade de não fornecer
§ 6 o As informações sobre o tratamento de dados re‑ consentimento e sobre as consequências da negativa;
feridas neste artigo deverão ser fornecidas de maneira IX – revogação do consentimento, nos termos do § 5o do
simples, clara e acessível, consideradas as característi‑ art. 8o desta Lei.
1828
Lei no 13.709/2018

§ 1o O titular dos dados pessoais tem o direito de peti‑ tratamento automatizado de dados pessoais que afetem
cionar em relação aos seus dados contra o controlador seus interesses, incluídas as decisões destinadas a definir
perante a autoridade nacional. o seu perfil pessoal, profissional, de consumo e de crédito
§ 2o O titular pode opor‑se a tratamento realizado com ou os aspectos de sua personalidade.
fundamento em uma das hipóteses de dispensa de con‑ c Caput com a redação dada pela Lei no 13.853, de 8-7-2019.
sentimento, em caso de descumprimento ao disposto § 1o O controlador deverá fornecer, sempre que solicita‑
nesta Lei. das, informações claras e adequadas a respeito dos crité‑
§ 3o Os direitos previstos neste artigo serão exercidos me‑ rios e dos procedimentos utilizados para a decisão auto‑
diante requerimento expresso do titular ou de represen‑ matizada, observados os segredos comercial e industrial.
tante legalmente constituído, a agente de tratamento. § 2o Em caso de não oferecimento de informações de que
§ 4o Em caso de impossibilidade de adoção imediata da trata o § 1o deste artigo baseado na observância de segre‑
providência de que trata o § 3o deste artigo, o controla‑ do comercial e industrial, a autoridade nacional poderá
dor enviará ao titular resposta em que poderá: realizar auditoria para verificação de aspectos discrimina‑
tórios em tratamento automatizado de dados pessoais.
I – comunicar que não é agente de tratamento dos dados
e indicar, sempre que possível, o agente; ou § 3o VETADO. Lei no 13.853, de 8-7-2019.
II – indicar as razões de fato ou de direito que impedem Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício re‑
a adoção imediata da providência. gular de direitos pelo titular não podem ser utilizados
§ 5 o O requerimento referido no § 3o deste artigo será em seu prejuízo.
atendido sem custos para o titular, nos prazos e nos ter‑ Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titu‑
mos previstos em regulamento. lares de dados poderá ser exercida em juízo, individual
§ 6o O responsável deverá informar, de maneira imediata, ou coletivamente, na forma do disposto na legislação
aos agentes de tratamento com os quais tenha realizado pertinente, acerca dos instrumentos de tutela individual
uso compartilhado de dados a correção, a eliminação, e coletiva.
a anonimização ou o bloqueio dos dados, para que re- Capítulo IV
pitam idêntico procedimento, exceto nos casos em que DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO
esta comunicação seja comprovadamente impossível ou PODER PÚBLICO
implique esforço desproporcional.
c § 6o com a redação dada pela Lei no 13.853, de 8-7-2019. Seção I

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
§ 7o A portabilidade dos dados pessoais a que se refere DAS REGRAS
o inciso V do caput deste artigo não inclui dados que já Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas
tenham sido anonimizados pelo controlador. jurídicas de direito público referidas no parágrafo único
§ 8o O direito a que se refere o § 1o deste artigo também do art. 1o da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011
poderá ser exercido perante os organismos de defesa do (Lei de Acesso à Informação), deverá ser realizado para o
consumidor. atendimento de sua finalidade pública, na persecução do
interesse público, com o objetivo de executar as compe‑
Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a da‑
tências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço
dos pessoais serão providenciados, mediante requisição
público, desde que:
do titular:
I – sejam informadas as hipóteses em que, no exercício
I – em formato simplificado, imediatamente; ou
de suas competências, realizam o tratamento de dados
II – por meio de declaração clara e completa, que indique
pessoais, fornecendo informações claras e atualizadas
a origem dos dados, a inexistência de registro, os critérios
sobre a previsão legal, a finalidade, os procedimentos e
utilizados e a finalidade do tratamento, observados os
as práticas utilizadas para a execução dessas atividades,
segredos comercial e industrial, fornecida no prazo de
em veículos de fácil acesso, preferencialmente em seus
até 15 (quinze) dias, contado da data do requerimento
sítios eletrônicos;
do titular.
II – VETADO ; e
§ 1o Os dados pessoais serão armazenados em formato III – seja indicado um encarregado quando realizarem
que favoreça o exercício do direito de acesso. operações de tratamento de dados pessoais, nos termos
§ 2o As informações e os dados poderão ser fornecidos, do art. 39 desta Lei; e
a critério do titular: c Inciso III com a redação dada pela Lei n o 13.853, de
I – por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou 8-7-2019.
II – sob forma impressa. IV – VETADO. Lei no 13.853, de 8-7-2019.
§ 3o Quando o tratamento tiver origem no consentimento § 1o A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas
do titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia de publicidade das operações de tratamento.
eletrônica integral de seus dados pessoais, observados § 2o O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas
os segredos comercial e industrial, nos termos de regula‑ mencionadas no caput deste artigo de instituir as auto‑
mentação da autoridade nacional, em formato que per‑ ridades de que trata a Lei no 12.527, de 18 de novembro
mita a sua utilização subsequente, inclusive em outras de 2011 (Lei de Acesso à Informação).
operações de tratamento.
§ 3o Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos
§ 4o A autoridade nacional poderá dispor de forma dife‑ do titular perante o Poder Público observarão o dispos‑
renciada acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do to em legislação específica, em especial as disposições
caput deste artigo para os setores específicos. constantes da Lei no 9.507, de 12 de novembro de 1997
Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a (Lei do Habeas Data), da Lei no 9.784, de 29 de janeiro
revisão de decisões tomadas unicamente com base em de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo), e da Lei
1829
Lei no 13.709/2018

n o 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso Parágrafo único. A informação à autoridade na-
à Informação). cional de que trata o caput deste artigo será objeto de
§ 4o Os serviços notariais e de registro exercidos em cará‑ regulamentação.
ter privado, por delegação do Poder Público, terão o mes‑ c Parágrafo único acrescido pela Lei no 13.853, de 8-7-2019.
mo tratamento dispensado às pessoas jurídicas referidas Art. 28. VETADO.
no caput deste artigo, nos termos desta Lei.
Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qual-
§ 5 o Os órgãos notariais e de registro devem fornecer quer momento, aos órgãos e às entidades do poder
acesso aos dados por meio eletrônico para a administra‑ público a realização de operações de tratamento de da-
ção pública, tendo em vista as finalidades de que trata o dos pessoais, informações específicas sobre o âmbito e
caput deste artigo. a natureza dos dados e outros detalhes do tratamento
Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de econo‑ realizado e poderá emitir parecer técnico complementar
mia mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas para garantir o cumprimento desta Lei.
ao disposto no art. 173 da Constituição Federal, terão o c Artigo com a redação dada pela Lei no 13.853, de 8-7-2019.
mesmo tratamento dispensado às pessoas jurídicas de
Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer nor‑
direito privado particulares, nos termos desta Lei.
mas complementares para as atividades de comunicação
Parágrafo único. As empresas públicas e as socieda‑ e de uso compartilhado de dados pessoais.
des de economia mista, quando estiverem operacionali‑
zando políticas públicas e no âmbito da execução delas, Seção II
terão o mesmo tratamento dispensado aos órgãos e às DA RESPONSABILIDADE
entidades do Poder Público, nos termos deste Capítulo. Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decor‑
Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato rência do tratamento de dados pessoais por órgãos pú‑
interoperável e estruturado para o uso compartilhado, blicos, a autoridade nacional poderá enviar informe com
com vistas à execução de políticas públicas, à prestação medidas cabíveis para fazer cessar a violação.
de serviços públicos, à descentralização da atividade pú‑ Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agen‑
blica e à disseminação e ao acesso das informações pelo tes do Poder Público a publicação de relatórios de impac‑
público em geral. to à proteção de dados pessoais e sugerir a adoção de
Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo padrões e de boas práticas para os tratamentos de dados
Poder Público deve atender a finalidades específicas de pessoais pelo Poder Público.
execução de políticas públicas e atribuição legal pelos
Capítulo V
órgãos e pelas entidades públicas, respeitados os princí‑
pios de proteção de dados pessoais elencados no art. 6o DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS
desta Lei. Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais
§ 1o É vedado ao Poder Público transferir a entidades pri‑ somente é permitida nos seguintes casos:
vadas dados pessoais constantes de bases de dados a que I – para países ou organismos internacionais que propor‑
tenha acesso, exceto: cionem grau de proteção de dados pessoais adequado
I – em casos de execução descentralizada de atividade ao previsto nesta Lei;
pública que exija a transferência, exclusivamente para II – quando o controlador oferecer e comprovar garantias
esse fim específico e determinado, observado o disposto de cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e
na Lei n o 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de do regime de proteção de dados previstos nesta Lei, na
Acesso à Informação); forma de:
II – VETADO; a) cláusulas contratuais específicas para determinada
III – nos casos em que os dados forem acessíveis publica‑ transferência;
mente, observadas as disposições desta Lei; b) cláusulas‑padrão contratuais;
IV – quando houver previsão legal ou a transferência for c) normas corporativas globais;
respaldada em contratos, convênios ou instrumentos d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente
congêneres; ou emitidos;
V – na hipótese de a transferência dos dados objetivar
exclusivamente a prevenção de fraudes e irregularidades, III – quando a transferência for necessária para a coo‑
ou proteger e resguardar a segurança e a integridade do peração jurídica internacional entre órgãos públicos de
titular dos dados, desde que vedado o tratamento para inteligência, de investigação e de persecução, de acordo
outras finalidades. com os instrumentos de direito internacional;
IV – quando a transferência for necessária para a pro‑
c Incisos IV e V acrescidos pela Lei no 13.853, de 8-7-2019.
teção da vida ou da incolumidade física do titular ou de
§ 2o Os contratos e convênios de que trata o § 1o deste terceiro;
artigo deverão ser comunicados à autoridade nacional. V – quando a autoridade nacional autorizar a
Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de da‑ transferência;
dos pessoais de pessoa jurídica de direito público a pes‑ VI – quando a transferência resultar em compromisso as‑
soa de direito privado será informado à autoridade na‑ sumido em acordo de cooperação internacional;
cional e dependerá de consentimento do titular, exceto: VII – quando a transferência for necessária para a exe‑
I – nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas cução de política pública ou atribuição legal do serviço
nesta Lei; público, sendo dada publicidade nos termos do inciso I
II – nos casos de uso compartilhado de dados, em que do caput do art. 23 desta Lei;
será dada publicidade nos termos do inciso I do caput do VIII – quando o titular tiver fornecido o seu consenti‑
art. 23 desta Lei; ou mento específico e em destaque para a transferência,
III – nas exceções constantes do § 1o do art. 26 desta Lei. com informação prévia sobre o caráter internacional da
1830
Lei no 13.709/2018

operação, distinguindo claramente esta de outras fina‑ Capítulo VI


lidades; ou DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS
IX – quando necessário para atender as hipóteses previs‑ PESSOAIS
tas nos incisos II, V e VI do art. 7o desta Lei.
Seção I
Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo,
DO CONTROLADOR E DO OPERADOR
as pessoas jurídicas de direito público referidas no pará‑
grafo único do art. 1o da Lei no 12.527, de 18 de novem‑ Art. 37. O controlador e o operador devem manter re‑
bro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), no âmbito de gistro das operações de tratamento de dados pessoais
suas competências legais, e responsáveis, no âmbito de que realizarem, especialmente quando baseado no legí‑
suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional a timo interesse.
avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao
por país ou organismo internacional. controlador que elabore relatório de impacto à proteção
Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangei‑ de dados pessoais, inclusive de dados sensíveis, referente
ro ou do organismo internacional mencionado no inciso I a suas operações de tratamento de dados, nos termos
do caput do art. 33 desta Lei será avaliado pela autorida‑ de regulamento, observados os segredos comercial e
de nacional, que levará em consideração: industrial.
I – as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no Parágrafo único. Observado o disposto no caput
país de destino ou no organismo internacional; deste artigo, o relatório deverá conter, no mínimo, a
II – a natureza dos dados; descrição dos tipos de dados coletados, a metodologia
III – a observância dos princípios gerais de proteção de utilizada para a coleta e para a garantia da segurança
dados pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei; das informações e a análise do controlador com relação
IV – a adoção de medidas de segurança previstas em a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de
regulamento; risco adotados.
V – a existência de garantias judiciais e institucionais para
o respeito aos direitos de proteção de dados pessoais; e Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segun‑
VI – outras circunstâncias específicas relativas à do as instruções fornecidas pelo controlador, que verifi‑
transferência. cará a observância das próprias instruções e das normas
sobre a matéria.

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas‑padrão
contratuais, bem como a verificação de cláusulas con‑ Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre pa‑
tratuais específicas para uma determinada transferência, drões de interoperabilidade para fins de portabilidade,
normas corporativas globais ou selos, certificados e có‑ livre acesso aos dados e segurança, assim como sobre o
digos de conduta, a que se refere o inciso II do caput do tempo de guarda dos registros, tendo em vista especial‑
art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade nacional. mente a necessidade e a transparência.
§ 1o Para a verificação do disposto no caput deste artigo, Seção II
deverão ser considerados os requisitos, as condições e as DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS
garantias mínimas para a transferência que observem os PESSOAIS
direitos, as garantias e os princípios desta Lei.
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo
§ 2o Na análise de cláusulas contratuais, de documentos tratamento de dados pessoais.
ou de normas corporativas globais submetidas à apro‑
§ 1o A identidade e as informações de contato do encar‑
vação da autoridade nacional, poderão ser requeridas
regado deverão ser divulgadas publicamente, de forma
informações suplementares ou realizadas diligências de
verificação quanto às operações de tratamento, quando clara e objetiva, preferencialmente no sítio eletrônico do
necessário. controlador.
§ 3o A autoridade nacional poderá designar organismos § 2o As atividades do encarregado consistem em:
de certificação para a realização do previsto no caput I – aceitar reclamações e comunicações dos titulares,
deste artigo, que permanecerão sob sua fiscalização nos prestar esclarecimentos e adotar providências;
termos definidos em regulamento. II – receber comunicações da autoridade nacional e ado‑
§ 4o Os atos realizados por organismo de certificação po‑ tar providências;
derão ser revistos pela autoridade nacional e, caso em III – orientar os funcionários e os contratados da entidade
desconformidade com esta Lei, submetidos a revisão ou a respeito das práticas a serem tomadas em relação à
anulados. proteção de dados pessoais; e
IV – executar as demais atribuições determina‑
§ 5o As garantias suficientes de observância dos princípios
das pelo controlador ou estabelecidas em normas
gerais de proteção e dos direitos do titular referidas no
complementares.
caput deste artigo serão também analisadas de acordo
com as medidas técnicas e organizacionais adotadas pelo § 3 o A autoridade nacional poderá estabelecer normas
operador, de acordo com o previsto nos §§ 1 o e 2 o do complementares sobre a definição e as atribuições do
art. 46 desta Lei. encarregado, inclusive hipóteses de dispensa da neces‑
Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sidade de sua indicação, conforme a natureza e o porte
suficientes de observância dos princípios gerais de prote‑ da entidade ou o volume de operações de tratamento
ção e dos direitos do titular referidas no inciso II do art. 33 de dados.
desta Lei deverão ser comunicadas à autoridade nacional. § 4o VETADO. Lei no 13.853, de 8-7-2019.
1831
Lei no 13.709/2018

Seção III Capítulo VII


DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS
DANOS
Seção I
Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS
exercício de atividade de tratamento de dados pessoais,
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar me‑
causar a outrem dano patrimonial, moral, individual ou
didas de segurança, técnicas e administrativas aptas a
coletivo, em violação à legislação de proteção de dados
proteger os dados pessoais de acessos não autorizados
pessoais, é obrigado a repará‑lo.
e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda,
§ 1o A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular alteração, comunicação ou qualquer forma de tratamen‑
dos dados: to inadequado ou ilícito.
I – o operador responde solidariamente pelos danos cau‑ § 1o A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões
sados pelo tratamento quando descumprir as obrigações técnicos mínimos para tornar aplicável o disposto no ca-
da legislação de proteção de dados ou quando não tiver put deste artigo, considerados a natureza das informa‑
seguido as instruções lícitas do controlador, hipótese em ções tratadas, as características específicas do tratamento
que o operador equipara‑se ao controlador, salvo nos ca‑ e o estado atual da tecnologia, especialmente no caso de
sos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei; dados pessoais sensíveis, assim como os princípios previs‑
II – os controladores que estiverem diretamente envolvi‑ tos no caput do art. 6o desta Lei.
dos no tratamento do qual decorreram danos ao titular § 2o As medidas de que trata o caput deste artigo deverão
dos dados respondem solidariamente, salvo nos casos de ser observadas desde a fase de concepção do produto ou
exclusão previstos no art. 43 desta Lei. do serviço até a sua execução.
§ 2o O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra
prova a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for pessoa que intervenha em uma das fases do tratamento
verossímil a alegação, houver hipossuficiência para fins obriga‑se a garantir a segurança da informação prevista
de produção de prova ou quando a produção de prova nesta Lei em relação aos dados pessoais, mesmo após o
pelo titular resultar‑lhe excessivamente onerosa. seu término.
§ 3o As ações de reparação por danos coletivos que te‑ Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade
nham por objeto a responsabilização nos termos do caput nacional e ao titular a ocorrência de incidente de segu‑
deste artigo podem ser exercidas coletivamente em juízo, rança que possa acarretar risco ou dano relevante aos
observado o disposto na legislação pertinente. titulares.
§ 4o Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de § 1o A comunicação será feita em prazo razoável, confor‑
regresso contra os demais responsáveis, na medida de sua me definido pela autoridade nacional, e deverá mencio‑
participação no evento danoso. nar, no mínimo:
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão respon‑ I – a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;
sabilizados quando provarem: II – as informações sobre os titulares envolvidos;
III – a indicação das medidas técnicas e de segurança utili‑
I – que não realizaram o tratamento de dados pessoais
zadas para a proteção dos dados, observados os segredos
que lhes é atribuído;
comercial e industrial;
II – que, embora tenham realizado o tratamento de da‑
IV – os riscos relacionados ao incidente;
dos pessoais que lhes é atribuído, não houve violação à
V – os motivos da demora, no caso de a comunicação não
legislação de proteção de dados; ou
ter sido imediata; e
III – que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular
VI – as medidas que foram ou que serão adotadas para
dos dados ou de terceiro. reverter ou mitigar os efeitos do prejuízo.
Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular § 2o A autoridade nacional verificará a gravidade do inci‑
quando deixar de observar a legislação ou quando não dente e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos
fornecer a segurança que o titular dele pode esperar, direitos dos titulares, determinar ao controlador a adoção
consideradas as circunstâncias relevantes, entre as quais: de providências, tais como:
I – o modo pelo qual é realizado; I – ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e
II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se II – medidas para reverter ou mitigar os efeitos do
esperam; incidente.
III – as técnicas de tratamento de dados pessoais disponí‑
§ 3 o No juízo de gravidade do incidente, será avaliada
veis à época em que foi realizado.
eventual comprovação de que foram adotadas medidas
Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes técnicas adequadas que tornem os dados pessoais afe‑
da violação da segurança dos dados o controlador ou o tados ininteligíveis, no âmbito e nos limites técnicos de
operador que, ao deixar de adotar as medidas de segu‑ seus serviços, para terceiros não autorizados a acessá‑los.
rança previstas no art. 46 desta Lei, der causa ao dano. Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de da‑
Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular dos pessoais devem ser estruturados de forma a atender
no âmbito das relações de consumo permanecem sujei‑ aos requisitos de segurança, aos padrões de boas práticas
tas às regras de responsabilidade previstas na legislação e de governança e aos princípios gerais previstos nesta Lei
pertinente. e às demais normas regulamentares.
1832
Lei no 13.709/2018

Seção II Capítulo VIII


DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA DA FISCALIZAÇÃO
Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de Seção I
suas competências, pelo tratamento de dados pessoais, DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
individualmente ou por meio de associações, poderão
Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão
formular regras de boas práticas e de governança que es‑
das infrações cometidas às normas previstas nesta Lei,
tabeleçam as condições de organização, o regime de fun‑ ficam sujeitos às seguintes sanções administrativas apli‑
cionamento, os procedimentos, incluindo reclamações e cáveis pela autoridade nacional:
petições de titulares, as normas de segurança, os padrões
técnicos, as obrigações específicas para os diversos envol‑ I – advertência, com indicação de prazo para adoção de
medidas corretivas;
vidos no tratamento, as ações educativas, os mecanismos
II – multa simples, de até 2% (dois por cento) do fatu‑
internos de supervisão e de mitigação de riscos e outros
ramento da pessoa jurídica de direito privado, grupo ou
aspectos relacionados ao tratamento de dados pessoais.
conglomerado no Brasil no seu último exercício, excluídos
§ 1o Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador os tributos, limitada, no total, a R$ 50.000.000,00 (cin‑
e o operador levarão em consideração, em relação ao tra‑ quenta milhões de reais) por infração;
tamento e aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e III – multa diária, observado o limite total a que se refere
a probabilidade e a gravidade dos riscos e dos benefícios o inciso II;
decorrentes de tratamento de dados do titular. IV – publicização da infração após devidamente apurada
§ 2o Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e confirmada a sua ocorrência;
e VIII do caput do art. 6o desta Lei, o controlador, obser‑ V – bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração
vados a estrutura, a escala e o volume de suas operações, até a sua regularização;
bem como a sensibilidade dos dados tratados e a pro‑ VI – eliminação dos dados pessoais a que se refere a
infração;
babilidade e a gravidade dos danos para os titulares dos
VII a IX – VETADOS;
dados, poderá:
X a XII – VETADOS. Lei no 13.853, de 8-7-2019.
I – implementar programa de governança em privacidade
§ 1o As sanções serão aplicadas após procedimento admi‑
que, no mínimo: nistrativo que possibilite a oportunidade da ampla defe‑
a) demonstre o comprometimento do controlador em sa, de forma gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
adotar processos e políticas internas que assegurem com as peculiaridades do caso concreto e considerados
o cumprimento, de forma abrangente, de normas e os seguintes parâmetros e critérios:
boas práticas relativas à proteção de dados pessoais; I – a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos
b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais pessoais afetados;
que estejam sob seu controle, independentemente II – a boa‑fé do infrator;
do modo como se realizou sua coleta; III – a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de IV – a condição econômica do infrator;
suas operações, bem como à sensibilidade dos dados V – a reincidência;
tratados; VI – o grau do dano;
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com VII – a cooperação do infrator;
base em processo de avaliação sistemática de impac‑ VIII – a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos
tos e riscos à privacidade; e procedimentos internos capazes de minimizar o dano,
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança voltados ao tratamento seguro e adequado de dados,
com o titular, por meio de atuação transparente e que em consonância com o disposto no inciso II do § 2o do
assegure mecanismos de participação do titular; art. 48 desta Lei;
f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança IX – a adoção de política de boas práticas e governança;
e estabeleça e aplique mecanismos de supervisão in‑ X – a pronta adoção de medidas corretivas; e
ternos e externos; XI – a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a
g) conte com planos de resposta a incidentes e remedia‑ intensidade da sanção.
ção; e § 2o O disposto neste artigo não substitui a aplicação de
h) seja atualizado constantemente com base em infor‑ sanções administrativas, civis ou penais definidas na Lei
mações obtidas a partir de monitoramento contínuo n o 8.078, de 11 de setembro de 1990, e em legislação
e avaliações periódicas; específica.
II – demonstrar a efetividade de seu programa de gover‑ c § 2o com a redação dada pela Lei no 13.853, de 8-7-2019.
nança em privacidade quando apropriado e, em especial, § 3o O disposto nos incisos I, IV, V, VI, VII, VIII e IX do caput
a pedido da autoridade nacional ou de outra entidade deste artigo poderá ser aplicado às entidades e aos ór‑
responsável por promover o cumprimento de boas práti‑ gãos públicos, sem prejuízo do disposto na Lei no 8.112,
cas ou códigos de conduta, os quais, de forma indepen‑ de 11 de dezembro de 1990 (Estatuto do Servidor Público
dente, promovam o cumprimento desta Lei. Federal), na Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992 (Lei de
Improbidade Administrativa), e na Lei n o 12.527, de 18 de
§ 3o As regras de boas práticas e de governança deverão novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação).
ser publicadas e atualizadas periodicamente e poderão
c A alteração que seria inserida neste parágrafo pela Lei
ser reconhecidas e divulgadas pela autoridade nacional. no 13.853, de 8-7-2019, foi vetada, razão pela qual manti-
Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de vemos a redação.
padrões técnicos que facilitem o controle pelos titulares § 4o No cálculo do valor da multa de que trata o inciso
dos seus dados pessoais. II do caput deste artigo, a autoridade nacional poderá
1833
Lei no 13.709/2018

considerar o faturamento total da empresa ou grupo de § 2o A avaliação quanto à transformação de que dispõe
empresas, quando não dispuser do valor do faturamen‑ o § 1 o deste artigo deverá ocorrer em até 2 (dois) anos
to no ramo de atividade empresarial em que ocorreu a da data da entrada em vigor da estrutura regimental da
infração, definido pela autoridade nacional, ou quando ANPD.
o valor for apresentado de forma incompleta ou não for § 3o O provimento dos cargos e das funções necessários
demonstrado de forma inequívoca e idônea. à criação e à atuação da ANPD está condicionado à ex-
c Art. 52 republicado no DOU de 15-8-2018 – edição extra, pressa autorização física e financeira na lei orçamentária
em virtude de erro material. anual e à permissão na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 5 O produto da arrecadação das multas aplicadas pela
o
Art. 55‑B. É assegurada autonomia técnica e decisória
ANPD, inscritas ou não em dívida ativa, será destinado à ANPD.
ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos de que tratam o
art. 13 da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e a Lei
Art. 55‑C. A ANPD é composta de:
no 9.008, de 21 de março de 1995. I – Conselho Diretor, órgão máximo de direção;
c § 5o acrescido pela Lei no 13.853, de 8-7-2019. II – Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e
da Privacidade;
§ 6o VETADO. Lei no 13.853, de 8-7-2019.
III – Corregedoria;
§ 7o Os vazamentos individuais ou os acessos não autori- IV – Ouvidoria;
zados de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão V – órgão de assessoramento jurídico próprio; e
ser objeto de conciliação direta entre controlador e titular VI – unidades administrativas e unidades especializadas
e, caso não haja acordo, o controlador estará sujeito à necessárias à aplicação do disposto nesta Lei.
aplicação das penalidades de que trata este artigo. Art. 55‑D. O Conselho Diretor da ANPD será composto
c § 7o acrescido pela Lei no 13.853, de 8-7-2019. de 5 (cinco) diretores, incluído o Diretor‑Presidente.
Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de re‑ § 1 o Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão
gulamento próprio sobre sanções administrativas a infra‑ escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomea-
ções a esta Lei, que deverá ser objeto de consulta pública, dos, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da
as metodologias que orientarão o cálculo do valor–base alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal,
das sanções de multa. e ocuparão cargo em comissão do Grupo‑Direção e As-
§ 1o As metodologias a que se refere o caput deste arti‑ sessoramento Superiores – DAS, no mínimo, de nível 5.
go devem ser previamente publicadas, para ciência dos § 2o Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos
agentes de tratamento, e devem apresentar objetivamen‑ dentre brasileiros que tenham reputação ilibada, nível
te as formas e dosimetrias para o cálculo do valor‑base superior de educação e elevado conceito no campo de
das sanções de multa, que deverão conter fundamenta‑ especialidade dos cargos para os quais serão nomeados.
ção detalhada de todos os seus elementos, demonstran‑
do a observância dos critérios previstos nesta Lei. § 3o O mandato dos membros do Conselho Diretor será
de 4 (quatro) anos.
§ 2o O regulamento de sanções e metodologias corres‑
pondentes deve estabelecer as circunstâncias e as condi‑ § 4o Os mandatos dos primeiros membros do Conselho
ções para a adoção de multa simples ou diária. Diretor nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (qua-
tro), de 5 (cinco) e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido
Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às no ato de nomeação.
infrações a esta Lei deve observar a gravidade da falta e
§ 5o Na hipótese de vacância do cargo no curso do man-
a extensão do dano ou prejuízo causado e ser fundamen‑
dato de membro do Conselho Diretor, o prazo remanes-
tado pela autoridade nacional.
cente será completado pelo sucessor.
Parágrafo único. A intimação da sanção de multa
diária deverá conter, no mínimo, a descrição da obrigação
Art. 55‑E. Os membros do Conselho Diretor somente
perderão seus cargos em virtude de renúncia, condena-
imposta, o prazo razoável e estipulado pelo órgão para o
ção judicial transitada em julgado ou pena de demissão
seu cumprimento e o valor da multa diária a ser aplicada
decorrente de processo administrativo disciplinar.
pelo seu descumprimento.
§ 1o Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro
Capítulo IX de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE instaurar o processo administrativo disciplinar, que será
DADOS (ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL conduzido por comissão especial constituída por servido-
DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS E DA res públicos federais estáveis.
PRIVACIDADE
§ 2o Compete ao Presidente da República determinar o
Seção I afastamento preventivo, somente quando assim reco-
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE mendado pela comissão especial de que trata o § 1o deste
DADOS (ANPD) artigo, e proferir o julgamento.
Art. 55. VETADO. Art. 55‑F. Aplica‑se aos membros do Conselho Diretor,
após o exercício do cargo, o disposto no art. 6 o da Lei
Art. 55‑A. Fica criada, sem aumento de despesa, a Au- no 12.813, de 16 de maio de 2013.
toridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão
da administração pública federal, integrante da Presidên- Parágrafo único. A infração ao disposto no caput des-
cia da República. te artigo caracteriza ato de improbidade administrativa.
§ 1o A natureza jurídica da ANPD é transitória e poderá ser Art. 55‑G. Ato do Presidente da República disporá sobre
transformada pelo Poder Executivo em entidade da admi- a estrutura regimental da ANPD.
nistração pública federal indireta, submetida a regime au- § 1o Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regi-
tárquico especial e vinculada à Presidência da República. mental, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo
1834
Lei no 13.709/2018

da Casa Civil da Presidência da República para o exercício XVI – realizar auditorias, ou determinar sua realização,
de suas atividades. no âmbito da atividade de fiscalização de que trata o
§ 2 o O Conselho Diretor disporá sobre o regimento in- inciso IV e com a devida observância do disposto no inciso
terno da ANPD. II do caput deste artigo, sobre o tratamento de dados
pessoais efetuado pelos agentes de tratamento, incluído
Art. 55‑H. Os cargos em comissão e as funções de con-
o poder público;
fiança da ANPD serão remanejados de outros órgãos e
XVII – celebrar, a qualquer momento, compromisso com
entidades do Poder Executivo federal.
agentes de tratamento para eliminar irregularidade, in-
Art. 55‑I. Os ocupantes dos cargos em comissão e certeza jurídica ou situação contenciosa no âmbito de
das funções de confiança da ANPD serão indicados processos administrativos, de acordo com o previsto no
pelo Conselho Diretor e nomeados ou designados pelo Decreto‑Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942;
Diretor‑Presidente. XVIII – editar normas, orientações e procedimentos sim-
Art. 55‑J. Compete à ANPD: plificados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos,
I – zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos para que microempresas e empresas de pequeno porte,
da legislação; bem como iniciativas empresariais de caráter incremental
II – zelar pela observância dos segredos comercial e in- ou disruptivo que se autodeclarem startups ou empresas
dustrial, observada a proteção de dados pessoais e do de inovação, possam adequar‑se a esta Lei;
sigilo das informações quando protegido por lei ou quan- XIX – garantir que o tratamento de dados de idosos seja
do a quebra do sigilo violar os fundamentos do art. 2 o efetuado de maneira simples, clara, acessível e adequa-
desta Lei; da ao seu entendimento, nos termos desta Lei e da Lei
III – elaborar diretrizes para a Política Nacional de Prote- no 10.741, de 1o de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso);
ção de Dados Pessoais e da Privacidade; XX – deliberar, na esfera administrativa, em caráter ter-
IV – fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de minativo, sobre a interpretação desta Lei, as suas compe-
dados realizado em descumprimento à legislação, me- tências e os casos omissos;
diante processo administrativo que assegure o contradi- XXI – comunicar às autoridades competentes as infrações
tório, a ampla defesa e o direito de recurso; penais das quais tiver conhecimento;
V – apreciar petições de titular contra controlador após XXII – comunicar aos órgãos de controle interno o des-
comprovada pelo titular a apresentação de reclamação cumprimento do disposto nesta Lei por órgãos e entida-
ao controlador não solucionada no prazo estabelecido des da administração pública federal;
em regulamentação; XXIII – articular‑se com as autoridades reguladoras públi-

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
VI – promover na população o conhecimento das normas cas para exercer suas competências em setores específi-
e das políticas públicas sobre proteção de dados pessoais cos de atividades econômicas e governamentais sujeitas
e das medidas de segurança; à regulação; e
VII – promover e elaborar estudos sobre as práticas na- XXIV – implementar mecanismos simplificados, inclusive
cionais e internacionais de proteção de dados pessoais por meio eletrônico, para o registro de reclamações so-
e privacidade; bre o tratamento de dados pessoais em desconformidade
VIII – estimular a adoção de padrões para serviços e pro- com esta Lei.
dutos que facilitem o exercício de controle dos titulares § 1o Ao impor condicionantes administrativas ao trata-
sobre seus dados pessoais, os quais deverão levar em mento de dados pessoais por agente de tratamento pri-
consideração as especificidades das atividades e o porte
vado, sejam eles limites, encargos ou sujeições, a ANPD
dos responsáveis;
deve observar a exigência de mínima intervenção, asse-
IX – promover ações de cooperação com autoridades de
gurados os fundamentos, os princípios e os direitos dos
proteção de dados pessoais de outros países, de natureza
titulares previstos no art. 170 da Constituição Federal e
internacional ou transnacional;
nesta Lei.
X – dispor sobre as formas de publicidade das operações
de tratamento de dados pessoais, respeitados os segre- § 2o Os regulamentos e as normas editados pela ANPD
dos comercial e industrial; devem ser precedidos de consulta e audiência públicas,
XI – solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder bem como de análises de impacto regulatório.
público que realizem operações de tratamento de dados § 3o A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsá-
pessoais informe específico sobre o âmbito, a natureza veis pela regulação de setores específicos da atividade
dos dados e os demais detalhes do tratamento realizado, econômica e governamental devem coordenar suas ati-
com a possibilidade de emitir parecer técnico comple- vidades, nas correspondentes esferas de atuação, com
mentar para garantir o cumprimento desta Lei; vistas a assegurar o cumprimento de suas atribuições com
XII – elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas a maior eficiência e promover o adequado funcionamen-
atividades; to dos setores regulados, conforme legislação específica,
XIII – editar regulamentos e procedimentos sobre pro- e o tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei.
teção de dados pessoais e privacidade, bem como sobre
relatórios de impacto à proteção de dados pessoais para § 4o A ANPD manterá fórum permanente de comunica-
os casos em que o tratamento representar alto risco à ga- ção, inclusive por meio de cooperação técnica, com ór-
rantia dos princípios gerais de proteção de dados pessoais gãos e entidades da administração pública responsáveis
previstos nesta Lei; pela regulação de setores específicos da atividade econô-
XIV – ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em mica e governamental, a fim de facilitar as competências
matérias de interesse relevante e prestar contas sobre regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD.
suas atividades e planejamento; § 5o No exercício das competências de que trata o caput
XV – arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no re- deste artigo, a autoridade competente deverá zelar pela
latório de gestão a que se refere o inciso XII do caput preservação do segredo empresarial e do sigilo das infor-
deste artigo, o detalhamento de suas receitas e despesas; mações, nos termos da lei.
1835
Lei no 13.709/2018

§ 6o As reclamações colhidas conforme o disposto no in- cados pelos titulares dos respectivos órgãos e entidades
ciso V do caput deste artigo poderão ser analisadas de da administração pública.
forma agregada, e as eventuais providências delas de- § 3o Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII,
correntes poderão ser adotadas de forma padronizada. IX, X e XI do caput deste artigo e seus suplentes:
Art. 55‑K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei I – serão indicados na forma de regulamento;
compete exclusivamente à ANPD, e suas competências II – não poderão ser membros do Comitê Gestor da In-
prevalecerão, no que se refere à proteção de dados pes- ternet no Brasil;
soais, sobre as competências correlatas de outras entida- III – terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma)
des ou órgãos da administração pública. recondução.
Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com § 4o A participação no Conselho Nacional de Proteção de
outros órgãos e entidades com competências sanciona- Dados Pessoais e da Privacidade será considerada presta-
tórias e normativas afetas ao tema de proteção de dados ção de serviço público relevante, não remunerada.
pessoais e será o órgão central de interpretação desta Lei
e do estabelecimento de normas e diretrizes para a sua Art. 58‑B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção
implementação. de Dados Pessoais e da Privacidade:
Art. 55‑L. Constituem receitas da ANPD: I – propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para
a elaboração da Política Nacional de Proteção de Dados
I – as dotações, consignadas no orçamento geral da Pessoais e da Privacidade e para a atuação da ANPD;
União, os créditos especiais, os créditos adicionais, as II – elaborar relatórios anuais de avaliação da execução
transferências e os repasses que lhe forem conferidos; das ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pes-
II – as doações, os legados, as subvenções e outros recur- soais e da Privacidade;
sos que lhe forem destinados; III – sugerir ações a serem realizadas pela ANPD;
III – os valores apurados na venda ou aluguel de bens IV – elaborar estudos e realizar debates e audiências
móveis e imóveis de sua propriedade; públicas sobre a proteção de dados pessoais e da pri-
IV – os valores apurados em aplicações no mercado finan- vacidade; e
ceiro das receitas previstas neste artigo; V – disseminar o conhecimento sobre a proteção de da-
V – VETADO; dos pessoais e da privacidade à população.
VI – os recursos provenientes de acordos, convênios ou
c Arts. 58‑A e 58‑B acrescidos pela Lei n o 13.853, de
contratos celebrados com entidades, organismos ou em-
8-7-2019.
presas, públicos ou privados, nacionais ou internacionais;
VII – o produto da venda de publicações, material técni- Art. 59. VETADO.
co, dados e informações, inclusive para fins de licitação Capítulo X
pública. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
c Arts. 55‑A a 55‑L acrescidos pela Lei n o 13.853, de Art. 60. A Lei no 12.965, de 23 de abril de 2014 (Mar‑
8-7-2019.
co Civil da Internet), passa a vigorar com as seguintes
Arts. 56 e 57. VETADOS. alterações:
Seção II “Art. 7o .............................................................................
DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE ........................................................................................
DADOS PESSOAIS E DA PRIVACIDADE X – exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver for-
necido a determinada aplicação de internet, a seu requeri-
Art. 58. VETADO. mento, ao término da relação entre as partes, ressalvadas
Art. 58‑A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados as hipóteses de guarda obrigatória de registros previstas
Pessoais e da Privacidade será composto de 23 (vinte e nesta Lei e na que dispõe sobre a proteção de dados
três) representantes, titulares e suplentes, dos seguintes pessoais;
órgãos: .......................................................................................”
“Art. 16. ...........................................................................
I – 5 (cinco) do Poder Executivo federal; ........................................................................................
II – 1 (um) do Senado Federal; II – de dados pessoais que sejam excessivos em relação
III – 1 (um) da Câmara dos Deputados; à finalidade para a qual foi dado consentimento pelo seu
IV – 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; titular, exceto nas hipóteses previstas na Lei que dispõe
V – 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; sobre a proteção de dados pessoais.”
VI – 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intima‑
VII – 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação da de todos os atos processuais previstos nesta Lei, inde‑
relacionada a proteção de dados pessoais; pendentemente de procuração ou de disposição contra‑
VIII – 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e tual ou estatutária, na pessoa do agente ou representante
de inovação; ou pessoa responsável por sua filial, agência, sucursal,
IX – 3 (três) de confederações sindicais representativas estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
das categorias econômicas do setor produtivo;
X – 2 (dois) de entidades representativas do setor em-
Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP),
presarial relacionado à área de tratamento de dados
no âmbito de suas competências, editarão regulamentos
pessoais; e
específicos para o acesso a dados tratados pela União
XI – 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral.
para o cumprimento do disposto no § 2o do art. 9o da Lei
§ 1o Os representantes serão designados por ato do Presi- no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e
dente da República, permitida a delegação. Bases da Educação Nacional), e aos referentes ao Sistema
§ 2o Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), de
V e VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indi- que trata a Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004.
1836
Decreto no 9.492/2018

Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas I – reclamação – demonstração de insatisfação relativa
sobre a adequação progressiva de bancos de dados cons‑ à prestação de serviço público e à conduta de agentes
tituídos até a data de entrada em vigor desta Lei, consi‑ públicos na prestação e na fiscalização desse serviço;
deradas a complexidade das operações de tratamento e II – denúncia – ato que indica a prática de irregularidade
a natureza dos dados. ou de ilícito cuja solução dependa da atuação dos órgãos
Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não apuratórios competentes;
excluem outros previstos no ordenamento jurídico pátrio III – elogio – demonstração de reconhecimento ou de
relacionados à matéria ou nos tratados internacionais em satisfação sobre o serviço público oferecido ou o aten‑
que a República Federativa do Brasil seja parte. dimento recebido;
Art. 65. Esta Lei entra em vigor: IV – sugestão – apresentação de ideia ou formulação de
proposta de aprimoramento de serviços públicos pres‑
I – dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55‑A, tados por órgãos e entidades da administração pública
55‑B, 55‑C, 55‑D, 55‑E, 55‑F, 55‑G, 55‑H, 55‑I, 55‑J, federal;
55‑K, 55‑L, 58‑A e 58‑B; e V – solicitação de providências – pedido para adoção de
II – 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publica-
providências por parte dos órgãos e das entidades admi‑
ção, quanto aos demais artigos.
nistração pública federal;
c Art. 65 com a redação dada pela Lei no 13.853, de 8-7-2019. VI – certificação de identidade – procedimento de con‑
Brasília, 14 de agosto de 2018; ferência de identidade do manifestante por meio de
197o da Independência e documento de identificação válido ou, na hipótese de
130o da República. manifestação por meio eletrônico, por meio de assenta‑
Michel Temer mento constante de cadastro público federal, respeitado
o disposto na legislação sobre sigilo e proteção de dados
NOVO e informações pessoais; e
DECRETO No 9.492, VII – decisão administrativa final – ato administrativo por
DE 5 DE SETEMBRO DE 2018 meio do qual o órgão ou a entidade da administração
pública federal se posiciona sobre a manifestação, com
Regulamenta a Lei no 13.460, de 26 de junho de apresentação de solução ou comunicação quanto à sua
2017, que dispõe sobre participação, proteção e impossibilidade.
defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos
da administração pública federal, institui o Sistema de Capítulo II
Ouvidoria do Poder Executivo federal, e altera o Decreto DO SISTEMA DE OUVIDORIA DO PODER
no 8.910, de 22 de novembro de 2016, que aprova EXECUTIVO FEDERAL
a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo Art. 4o Fica instituído o Sistema de Ouvidoria do Poder
dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança Executivo federal, com a finalidade de coordenar as ati‑
do Ministério da Transparência, Fiscalização e vidades de ouvidoria desenvolvidas pelos órgãos e pelas
Controladoria‑Geral da União. entidades da administração pública federal a que se re‑
c Publicado no DOU de 6-9-2018. fere o art. 2o.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que Art. 5o São objetivos do Sistema de Ouvidoria do Poder
lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea a, da Executivo federal:
Constituição, e tendo em vista o disposto nos art. 30 e
I – coordenar e articular as atividades de ouvidoria a que
art. 31 do Decreto‑Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967,
se refere este Decreto;
e na Lei no 13.460, de 26 de junho de 2017,
II – propor e coordenar ações com vistas a:
DECRETA:
a) desenvolver o controle social dos usuários sobre a
Capítulo I prestação de serviços públicos; e
DISPOSIÇÕES GERAIS b) facilitar o acesso do usuário de serviços públicos aos
Art. 1 o Este Decreto regulamenta os procedimentos instrumentos de participação na gestão e na defesa
para a participação, a proteção e a defesa dos direitos de seus direitos;
do usuário de serviços públicos da administração pública III – zelar pela interlocução efetiva entre o usuário de
federal, direta e indireta, de que trata a Lei no 13.460, de serviços públicos e os órgãos e as entidades da adminis‑
26 de junho de 2017, e institui o Sistema de Ouvidoria do tração pública federal responsáveis por esses serviços; e
Poder Executivo federal. IV – acompanhar a implementação da Carta de Serviços
Art. 2o O disposto neste Decreto se aplica: ao Usuário, de que trata o art. 7 o da Lei n o 13.460, de
I – aos órgãos da administração pública federal direta, 2017, de acordo com os procedimentos adotados pelo
autárquica e fundacional; Decreto no 9.094, de 17 de julho de 2017.
II – às empresas estatais que recebam recursos do Tesouro Art. 6o Integram o Sistema de Ouvidoria do Poder Exe‑
Nacional para o custeio total ou parcial de despesas de cutivo federal:
pessoal ou para o custeio em geral; e I – como órgão central, o Ministério da Transparência
III – às empresas estatais que prestem serviços públicos, e Controladoria‑Geral da União, por meio da Ouvido‑
ainda que não recebam recursos do Tesouro Nacional ria‑Geral da União; e
para custeio total ou parcial de despesas de pessoal ou II – como unidades setoriais, as ouvidorias dos órgãos e
para o custeio em geral. das entidades da administração pública federal abran‑
Art. 3o Para fins do disposto neste Decreto, considera‑se: gidos por este Decreto e, na inexistência destas, as
1836-A
Decreto no 9.492/2018

unidades diretamente responsáveis pelas atividades de Art. 8o Sempre que solicitadas, ou para atender a pro‑
ouvidoria. cedimento regularmente instituído, as unidades setoriais
Art. 7o As atividades de ouvidoria das unidades setoriais do Sistema de Ouvidoria do Poder Executivo federal re‑
do Sistema de Ouvidoria do Poder Executivo federal fica‑ meterão ao órgão central dados e informações sobre as
rão sujeitas à orientação normativa e à supervisão técnica atividades de ouvidoria realizadas.
do órgão central, sem prejuízo da subordinação adminis‑
trativa ao órgão ou à entidade da administração pública Art. 9 o A unidade setorial do Sistema de Ouvidoria do
federal a que estiverem subordinadas. Poder Executivo federal será, de preferência, diretamente

1836-B
Orientações Jurisprudenciais da SBDI-I do TST

295. Convertida na OJ da SBDI‑I Transitória no 79 do TST. 316. Portuários. Adicional de risco. Lei no 4.860/1965.
296. Equiparação salarial. Atendente e auxiliar de O adicional de risco dos portuários, previsto no art. 14
enfermagem. Impossibilidade. Sendo regulamentada da Lei n o 4.860/1965, deve ser proporcional ao tempo
a profissão de auxiliar de enfermagem, cujo exercício efetivo no serviço considerado sob risco e apenas àqueles
pressupõe habilitação técnica, realizada pelo Conselho que prestam serviços na área portuária.
Regional de Enfermagem, impossível a equiparação sala‑ 317. Incorporada à Súm. no 337 do TST.
rial do simples atendente com o auxiliar de enfermagem. 318. Autarquia. Fundação pública. Legitimidade para
297. Equiparação salarial. Servidor público da adminis- recorrer. Representação processual.
tração direta, autárquica e fundacional. Art. 37, XIII, da I – Os Estados e os Municípios não têm legitimidade
CF/1988. O art. 37, inciso XIII, da CF/1988 veda a equipa‑ para recorrer em nome das autarquias e das fundações
ração de qualquer natureza para o efeito de remuneração públicas.
do pessoal do serviço público, sendo juridicamente im‑ II – Os procuradores estaduais e municipais podem re‑
possível a aplicação da norma infraconstitucional prevista presentar as respectivas autarquias e fundações públicas
no art. 461 da CLT quando se pleiteia equiparação salarial em juízo somente se designados pela lei da respectiva
entre servidores públicos, independentemente de terem unidade da federação (art. 75, IV, do CPC de 2015) ou se
sido contratados pela CLT. investidos de instrumento de mandato válido.
298. Incorporada à Súm. no 6 do TST. c Redação dada pela Res. do TST no 220, de 18-9-2017 (DJe
299. Incorporada à Súm. no 98 do TST. de 21-9-2017 e republicada no DJe de 22-9-2017, em razão
de erro material).
300. Execução trabalhista. Correção monetária. Juros. 319. Representação regular. Estagiário. Habilitação
Lei no 8.177/1991, art. 39, e Lei no 10.192/2001, art. 15. posterior. Válidos são os atos praticados por estagiário
Não viola norma constitucional (art. 5o, II e XXXVI) a de‑ se, entre o substabelecimento e a interposição do re‑
terminação de aplicação da TRD, como fator de correção curso, sobreveio a habilitação, do então estagiário, para
monetária dos débitos trabalhistas, cumulada com juros atuar como advogado.
de mora, previstos no artigo 39 da Lei n o 8.177/1991 e
convalidado pelo artigo 15 da Lei no 10.192/2001. 320. Cancelada. DJU de 14-9-2004.
c Redação dada pela Res. do TST n o 129, de 5-4-2005 (DJU 321. Vínculo empregatício com a Administração Públi-
de 20-4-2005). ca. Período anterior à CF/1988. Salvo os casos de traba‑
301. Cancelada. Res. do TST no 175, de 24-5-2011 (DJe lho temporário e de serviço de vigilância, previstos nas
de 27-5-2011). Leis n os 6.019, de 3-1-1974, e 7.102, de 20-6-1983, é
ilegal a contratação de trabalhadores por empresa inter‑
302. FGTS. Índice de correção. Débitos trabalhistas. Os posta, formando‑se o vínculo empregatício diretamente
créditos referentes ao FGTS, decorrentes de condenação com o tomador dos serviços, inclusive ente público, em
judicial, serão corrigidos pelos mesmos índices aplicáveis relação ao período anterior à vigência da CF/1988.
aos débitos trabalhistas.
c Redação dada pela Res. do TST n o 129, de 5-4-2005 (DJU
303. Convertida na Súm. no 372 do TST. de 20-4-2005).
304. Cancelada. Res. do TST no 219, de 26-6-2017 (DJe 322. Acordo coletivo de trabalho. Cláusula de termo
de 28-6-2017). aditivo prorrogando o acordo para prazo indetermina-
305. Incorporada à Sum. no 219 do TST. do. Inválida. Nos termos do art. 614, § 3o, da CLT, é de 2
anos o prazo máximo de vigência dos acordos e das con‑
306. Incorporada à Súm. no 338 do TST. venções coletivas. Assim sendo, é inválida, naquilo que
307. Cancelada. Res. do TST no 186, de 14-9-2012. ultrapassa o prazo total de 2 anos, a cláusula de termo
308. Jornada de trabalho. Alteração. Retorno à jorna- aditivo que prorroga a vigência do instrumento coletivo
da inicialmente contratada. Servidor público. O retorno originário por prazo indeterminado.
do servidor público (administração direta, autárquica e 323. Acordo de compensação de jornada. “Semana es-
fundacional) à jornada inicialmente contratada não se panhola”. Validade. É válido o sistema de compensação
insere nas vedações do art. 468 da CLT, sendo a sua jor‑ de horário quando a jornada adotada é a denominada
nada definida em lei e no contrato de trabalho firmado “semana espanhola”, que alterna a prestação de 48 ho‑
entre as partes. ras em uma semana e 40 horas em outra, não violando
309. Incorporada à OJ da SBDI‑I no 147 do TST. os arts. 59, § 2o, da CLT e 7 o, XIII, da CF/1988 o seu ajus‑
c Lei no 12.815, de 5-6-2013 (Lei dos Portos). te mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.
310. Litisconsortes. Procuradores distintos. Prazo em 324. Adicional de periculosidade. Sistema elétrico de
dobro. Art. 229, caput e §§ 1o e 2o, do CPC de 2015. Art. potência. Decreto no 93.412/1986, art. 2o, § 1o. É assegu‑
191 do CPC de 1973. Inaplicável ao processo do traba- rado o adicional de periculosidade apenas aos empregados
lho. Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida que trabalham em sistema elétrico de potência em condi‑
no art. 229, caput e §§ 1o e 2o, do CPC de 2015 (art. 191 ções de risco, ou que o façam com equipamentos e insta‑
do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a lações elétricas similares, que ofereçam risco equivalente,
celeridade que lhe é inerente. ainda que em unidade consumidora de energia elétrica.
c Redação dada pela Res. do TST no 208, de 19-4-2016 (DJe c O referido Dec. no 93.412, de 14-10-1986, foi revogado pelo
de 22-4-2016). Dec. no 9.917, de 18-7-2019.
311. Convertida na Súm. no 383 do TST. 325. Aumento salarial concedido pela empresa. Com-
312 e 313. Convertidas na Súm. no 395 do TST. pensação no ano seguinte em antecipação sem a par-
ticipação do sindicato profissional. Impossibilidade. O
314. Convertida na Súm. no 388 do TST. aumento real, concedido pela empresa a todos os seus
315. Cancelada. Res. do TST no 200, de 27-10-2015. empregados, somente pode ser reduzido mediante a par‑
1952
Orientações Jurisprudenciais da SBDI-I do TST

ticipação efetiva do sindicato profissional no ajuste, nos do FGTS, decorrente da atualização monetária em face
termos do art. 7o, VI, da CF/1988. dos expurgos inflacionários.
326. Convertida na Súm. no 366 do TST. c Súmulas nos 249 e 445 do STJ.
327. Convertida na Súm. no 392 do TST. 342. Cancelada. Res. do TST no 186, de 14-9-2012.
328. Incorporada à Súm. no 6 do TST. 343. Penhora. Sucessão. Art. 100 da CF/1988. Execu-
ção. É válida a penhora em bens de pessoa jurídica de
329. Incorporada à Súm. no 339 do TST.
direito privado, realizada anteriormente à sucessão pela
330. Convertida na Súm. no 395 do TST. União ou por Estado‑membro, não podendo a execução
331. Cancelada. Res. TST n o  210, 27-6-2016 (DJe prosseguir mediante precatório. A decisão que a mantém
30-6-2016). não viola o art. 100 da CF/1988.
332. Motorista. Horas extras. Atividade externa. Con- 344. FGTS. Multa de 40%. Diferenças decorrentes dos
trole de jornada por tacógrafo. Res. n o 816/1986 do expurgos inflacionários. Prescrição. Termo inicial. O
CONTRAN. O tacógrafo, por si só, sem a existência de termo inicial do prazo prescricional para o empregado
outros elementos, não serve para controlar a jornada de pleitear em juízo diferenças da multa do FGTS, decorren‑
trabalho de empregado que exerce atividade externa. tes dos expurgos inflacionários, deu‑se com a vigência da
333. Convertida na Súm. no 391 do TST. Lei Complementar n o 110, em 30-6-2001, salvo compro‑
vado trânsito em julgado de decisão proferida em ação
334. Remessa ex officio. Recurso de revista. Inexis-
proposta anteriormente na Justiça Federal, que reconhe‑
tência de recurso ordinário voluntário de ente público.
ça o direito à atualização do saldo da conta vinculada.
Incabível. Incabível recurso de revista de ente público
que não interpôs recurso ordinário voluntário da decisão c Nova redação devido ao julgamento do recurso TST IUJ‑RR
de primeira instância, ressalvada a hipótese de ter sido n o 1577/2003-019-03-00.8, pelo Tribunal Pleno (DJU de
22-11-2005).
agravada, na segunda instância, a condenação imposta.
c Súmulas nos 249 e 445 do STJ.
c ERR no 522601/1998, Tribunal Pleno. Em 28-10-2003, o Tri-
bunal Pleno decidiu, por maioria, ser incabível recurso de 345. Adicional de periculosidade. Radiação ionizante
revista de ente público que não interpôs recurso ordinário ou substância radioativa. Devido. A exposição do em‑
voluntário. pregado à radiação ionizante ou à substância radioativa
335. Contrato nulo. Administração Pública. Efeitos. enseja a percepção do adicional de periculosidade, pois
Conhecimento do recurso por violação do art. 37, II e a regulamentação ministerial (Portarias do Ministério do
§ 2 o, da CF/1988. A nulidade da contratação sem con‑ Trabalho nos 3.393, de 17-12-1987, e 518, de 7-4-2003),
curso público, após a CF/1988, bem como a limitação de ao reputar perigosa a atividade, reveste‑se de plena efi‑
seus efeitos, somente poderá ser declarada por ofensa cácia, porquanto expedida por força de delegação legis‑
ao art. 37, II, se invocado concomitantemente o seu § 2o, lativa contida no art. 200, caput, e inciso VI, da CLT. No
todos da CF/1988. período de 12-12-2002 a 6-4-2003, enquanto vigeu a
Portaria no 496 do Ministério do Trabalho, o empregado
336. Embargos interpostos anteriormente à vigência faz jus ao adicional de insalubridade.
da Lei no 11.496/2007. Recurso não conhecido com base
em orientação jurisprudencial. Desnecessário o exame 346. Abono previsto em norma coletiva. Natureza
das violações de lei e da Constituição Federal alegadas indenizatória. Concessão apenas aos empregados em
no Recurso de Revista. Estando a decisão recorrida em atividade. Extensão aos inativos. Impossibilidade. A de‑
conformidade com orientação jurisprudencial, desneces‑ cisão que estende aos inativos a concessão de abono de
sário o exame das divergências e das violações de lei e natureza jurídica indenizatória, previsto em norma cole‑
da Constituição alegadas em embargos interpostos antes tiva apenas para os empregados em atividade, a ser pago ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS
da vigência da Lei no 11.496/2007, salvo nas hipóteses de uma única vez, e confere natureza salarial à parcela,
em que a orientação jurisprudencial não fizer qualquer afronta o art. 7o, XXVI, da CF/1988.
citação do dispositivo constitucional. 347. Adicional de periculosidade. Sistema elétrico
c Redação dada pela Res. do TST no 178, de 6-2-2012. de potência. Lei n o  7.369, de 20-9-1985, regulamen-
c Art. 894 da CLT. tada pelo Decreto no 93.412, de 14-10-1986. Extensão
337. Convertida na Súm. no 387 do TST. do direito aos cabistas, instaladores e reparadores de
linhas e aparelhos em empresa de telefonia. É devido
338. Cancelada. Res. TST n o  210, 27-6-2016 (DJe
30-6-2016). o adicional de periculosidade aos empregados cabistas,
instaladores e reparadores de linhas e aparelhos de em‑
339. Teto remuneratório. Empresa Pública e sociedade presas de telefonia, desde que, no exercício de suas fun‑
de economia mista. Art. 37, XI, da CF/1988 (anterior à ções, fiquem expostos a condições de risco equivalente
Emenda Constitucional no 19/1998). As empresas públi‑ ao do trabalho exercido em contato com sistema elétrico
cas e as sociedades de economia mista estão submetidas de potência.
à observância do teto remuneratório previsto no inciso
c A Lei n o 7.369, de 20-9-1985, foi revogada pela Lei
XI do art. 37 da CF/1988, sendo aplicável, inclusive, ao no 12.740, de 8-12-2012.
período anterior à alteração introduzida pela Emenda c O referido Dec. no 93.412, de 14-10-1986, foi revogado pelo
Constitucional no 19/1998. Dec. no 9.917, de 18-7-2019.
c Redação dada pela Res. do TST n  129, de 5-4-2005 (DJU
o
348. Honorários advocatícios. Base de cálculo. Valor
de 20-4-2005).
líquido. Lei no 1.060, de 5-2-1950. Os honorários advo‑
340. Convertida na Súm. no 393 do TST. catícios, arbitrados nos termos do art. 11, § 1 o, da Lei
341. FGTS. Multa de 40%. Diferenças decorrentes dos n o 1.060, de 5-2-1950, devem incidir sobre o valor lí‑
expurgos inflacionários. Responsabilidade pelo paga- quido da condenação, apurado na fase de liquidação
mento. É de responsabilidade do empregador o paga‑ de sentença, sem a dedução dos descontos fiscais e
mento da diferença da multa de 40% sobre os depósitos previdenciários.
1953

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