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PARA A AVALIAÇÃO DO ENSINO
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GESTÃO ESCOLAR

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O USO DE INDICADORES DE QUALIDADE PARA A AVALIAÇÃO DO ENSINO
FUNDAMENTAL

Rafael José Shimabukuro 1

Profª. Me. Adriana Beatriz Botto Alves Vianna 2

RESUMO

Este artigo, baseado numa pesquisa bibliográfica, busca uma definição do conceito
de qualidade e gestão educacional, além de procurar referências que possam dar
base sobre o uso de indicadores na avaliação da qualidade do ensino. Também foi
aplicado um questionário a um gestor escolar para avaliar o uso de indicadores
naquela escola. Com posse das respostas do questionário observou-se que não se
utiliza diversos indicadores e sendo possível concluir que o uso de indicadores é
algo relativamente novo.

PALAVRAS-CHAVE

Educação, Qualidade e Indicadores.

ABSTRACT

This article, based on a literature search, search a definition of quality and


educational management, and look for references that can give based on the use of
indicators in assessing the quality of education. Also a questionnaire to a school
manager to evaluate the use of indicators that school was applied. With possession
of the questionnaire responses was observed that it does not use many indicators
and it is possible to conclude that the use of indicators is relatively new.

KEY WORDS

Education, and Quality Indicators.

__________________________________________________________________________________

1
Engenheiro Civil formado pelo Instituto Federeal de Educação e Tecnologia de São Paulo.
2
Pedagoga, mestre em educação e doutorando em educação especial pela USP
1 INTRODUÇÃO

A qualidade na educação é sempre um tema recorrente no período eleitoral,


uma das muitas reclamações dos pais, uma das reivindicações dos professores e
uma cobrança assídua da sociedade.
Contudo, as mídias sempre apontam como causas que afetam a qualidade
do ensino a falta de acesso à escola, a má gestão escolar, os professores
despreparados, a falta de segurança, a qualidade da merenda e diversos outros
problemas.
Para averiguar estas afirmações será necessário realizar um levantamento
bibliográfico sobre o tema e avaliar quais são as causas que contribuem para uma
escola ter qualidade e sugerir maneiras para alcançar tal objetivo.

2 QUALIDADE NO ENSINO

Qualidade na educação não é um tema atual, mas que vem sendo discutido
há muitos anos e que teve diversas mudanças em seu conceito ao longo dos anos.
Botler, Marques, Nascimento e Silva (2014), fazem um levantamento histórico e
descrevem as mudanças ocorridas no conceito de qualidade em diversos períodos.
De acordo com o trabalho deles, o conceito de qualidade na educação até a década
de 1980 era de uma expansão do ensino fundamental para que os menos
favorecidos tivessem o acesso a rede de ensino. Superado este problema, a
sociedade percebe que o ensino fundamental não é mais suficiente para a
sociedade e a partir de 1980 surgem dois novos problemas: o alto número da
evasão escolar e o acesso ao ensino médio, ou seja, o conceito de qualidade era de
que quanto mais alunos estivessem matriculados no ensino médio e quanto mais
permanecesse na escola melhor seria a qualidade do ensino.
A descrição do período posterior pode ser encontrada no artigo publicado
por Gelatti (2013). Neste artigo, a autora relata que a partir da década de 1990 foi
implantado o primeiro sistema de avaliação de qualidade da educação básica, o
Saeb, com uma periocidade de dois anos foi possível mensurar o desempenho
acadêmico dos alunos e verificar se o processo educativo utilizado era eficiente. Em
1996, foi aprovada a lei que regulamenta a organização do ensino brasileiro, a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), e que visa assegurar os processos de
avaliação para o ensino fundamental, médio e superior. Em 1998, com as políticas
nacionais de educação consolidadas, o governo decidi aplicar um novo exame para
os alunos concluinte do ensino médio, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM),
e posteriormente em 2005, a prova Brasil. Com a criação do decreto nº 6094/2007,
as escolas passariam a utilizar o primeiro índice da qualidade brasileira, o Índice De
Educação Básica (IDEB). Com este índice, as escolas podem direcionar suas ações
para alcançar melhores notas e assim evitar a reprovação.
Contudo, Castro (2009) adverte que as ações não podem ser direcionadas
baseando-se apenas neste único parâmetro de qualidade, caso isto ocorra, poderá
haver uma aprovação em massa sem dar o devido cuidado a aprendizagem.
Segundo as afirmações de Castro (2009), o índice deve direcionar as ações para
solucionar alguma deficiência no ensino focando a aprendizagem do aluno.
No trabalho de Netto, Giraffa e Faria (2010), há uma síntese dos diversos
conceitos de qualidades publicados por outros autores e concluí que o conceito de
qualidade deveria ser definido de acordo com os valores, objetivos e exigências que
a sociedade deseja.
No trabalho de Ribeiro (2004), publicado pelo MEC, o conceito de qualidade
é dinâmico e varia de acordo com o contexto sociocultural local. Portanto, cada
escola que deseje alcançar um ensino de qualidade deve ter autonomia para refletir,
propor e agir.

3 GESTÃO ESCOLAR

Para que seja possível alcançar um nível de qualidade no ensino, a escola


deve ser gerida por uma equipe gestora. Assim, cabe a gestão escolar propor
medidas que garantam a qualidade do ensino.
Segundo Campos e Silva (2009), o conceito de gestão escolar, dentro do
contexto da educação brasileira, é um conjunto de ações articuladas e conjuntas
que visam à superação dos problemas cotidianos das escolas.
Este conceito passou a ser incorporado a partir da promulgação da
Constituição Federal de 1988 e da LDB.
Anteriormente a promulgação da LDB a escola era administrada baseada nos
princípios e fundamentos da administração escolar. O novo conceito de gestão
escolar promove uma liderança competente, baseada nos princípios educacionais
democráticos e de acordo com as políticas públicas para a elaboração e
implantação do seu projeto político pedagógico.
Em diversos artigos existe sempre uma menção da relação da qualidade e a
gestão escolar. Para a autora Luck (2009), a qualidade está relacionada
diretamente com as competências de seus gestores, sendo que suas ações influem
na produção de experiências educacionais, no desenvolvimento de conhecimentos
e habilidades que a sociedade atual exige.

4 PROBLEMAS NA EDUCAÇÃO

Os problemas relatados na educação são muitos e complexos. Para


identificar os principais problemas ocorridos na educação foi realizada uma
pesquisa bibliográfica que pudesse fornecer uma síntese dos destes problemas e
que tornaria possível analisar se a gestão escolar teria uma influência significativa
no desempenho dos alunos.
No trabalho elaborado por Mello (2003) existe uma lista dos dez maiores
problemas encontrados na educação brasileira sendo: cultura escolar elitista, falta
de visão estratégica, gestão pública sem eficiência e sem equidade, desinformação
da sociedade, interesses corporativistas, promessas políticas, fracasso escolar,
qualidade, despreparo do professor e defasagem.
Com base neste trabalho, é possível perceber que a má gestão escolar está
entre os dez maiores problemas na educação e sendo um dos fatores que podem
determinar a qualidade no ensino.

5 INDICADORES

Um gestor competente deve adquirir ou possuir algumas características que o


permitam realizar seu trabalho. No trabalho publicado por Luck (2009), o gestor
competente deve monitorar e avaliar diariamente seu trabalho. No caso do diretor
escolar, este deve possuir diversas competências, podendo-se destacar: a
capacidade de garantir o funcionamento da escola com foco na aprendizagem dos
alunos; produzir diretrizes, planos de trabalho e ações para a formação de cidadãos
autônomos, críticos e participativos; etc.
Luck (2009), lista algumas das responsabilidades da gestão escolar,
podendo-se destacar a elaboração de um plano pedagógico e administrativo capaz
de produzir um ambiente escolar produtivo, propenso a construção do
conhecimento e para aprendizagem orientada para a cidadania.
A autora também afirma que a gestão escolar evolve as seguintes
dimensões: fundamentos e princípios da educação e da gestão escolar,
planejamento e organização do trabalho escolar, monitoramento de processos e
avaliação institucional, gestão de resultados educacionais, gestão democrática e
participativa, gestão de pessoas, gestão pedagógica, gestão administrativa, gestões
da cultura escolar, gestão do cotidiano escolar. Cabendo a equipe gestora a
responsabilidade de acompanhamento destas dimensões para a melhoria da
qualidade do ensino.
Outro ponto que o autor destaca é a própria avaliação do trabalho do gestor,
assim para que os gestores tenham uma ideia do impacto de seu trabalho estes
devem ter uma visão global e abrangente de seu trabalho. Para realizar tal tarefa os
gestores se utilizam de alguns dos indicadores que permitem avaliar a qualidade do
ensino. Em seu trabalho existe a descrição dos indicadores mais utilizados no
mundo, sendo: liderança educacional, flexibilidade e autonomia, clima escolar, apoio
a comunidade, processo ensino e aprendizagem, avaliação do desempenho
acadêmico, supervisão de professores, materiais e textos de apoio pedagógico,
espaço adequado.
O MEC também disponibilizou um documento orientativo que visa a
implementação de diversos indicadores numa escola. O documento produzido em
2004 traz perguntas e formas de avaliação de 7 dimensões que o gestor escolar
deve estar monitorando. (Ribeiro, Gusmão, 2004)
Com base neste levantamento bibliográfico, percebeu que a qualidade no
ensino é algo dinâmico, que a gestão escolar tem uma influência direta na qualidade
do ensino e que o uso de indicadores como ferramenta de análise da qualidade do
ensino podem nortear as ações que um gestor escolar deve tomar para alcançar tal
objetivo.

6 ESTUDO DE CASO

Para verificar como é feita a avaliação de qualidade numa escola decidiu-se


aplicar um questionário a uma equipe de gestão escolar e verificar se a mesma se
utiliza de indicadores para monitorar os impactos de suas ações e assim avaliar se
há uma contribuição para a melhoria da qualidade do ensino.
A escola é destinada para os alunos do ensino fundamental do ciclo 1 e
funciona de segunda a sexta-feira das 7:00 às 18:00. Atualmente, a escola é
administrada por 44 funcionários e ministra aulas para 614 alunos. Cada professora
é responsável na média por 30 alunos com uma carga horária de 6 horas aula. A
equipe gestora é formada pela diretora, vice-diretora e a coordenadora pedagógica.
O questionário foi aplicado a equipe gestora e a uma professora. O
questionário envolveu perguntas sobre o tempo de utilização de indicadores, os
tipos de indicadores, as ações tomadas e os resultados obtidos.
Segundo a equipe de gestão escolar faz aproximadamente 7 anos que se
utilizam do IDEB para monitorar o desempenho dos alunos. Outros indicadores não
são utilizados. As ações tomadas são baseadas no resultado do IDEB e pode variar
de acordo com o resultado. Nesta última avaliação percebeu-se de maneira geral
que os alunos tinham dificuldades com interpretação de texto. Com a constatação
da deficiência por parte dos professores, foi elaborado um plano de ação para cada
série e neste documento foram elaboradas atividades baseadas nas deficiências
dos alunos. O intuito desta atividade é o progresso educacional do aluno, assim os
professores podem monitorar o desempenho dos alunos e avaliar se as medidas
tomadas foram eficientes. Com estas ações tomadas e conforme o resultado do
último IDEB foi possível alcançar os objetivos estabelecidos.
Também foi realizada uma consulta no site do INEP onde foi possível obter
os resultados últimos dos índices de educação de desenvolvimento da educação
básica. Os dados obtidos foram transcritos na tabela abaixo:

2007 2009 2011 2013 2015


IDEB Observado 5,4 5,8 6,1 6,5 6,6
IDEB Projetado 5,6 5,9 6,1 6,3

Os resultados acima podem ter sido afetados por diversos fatores como:
atividades direcionadas para as deficiências dos alunos, a maior quantidade de
horas destinadas a estas atividades com deficiência, a construção de uma base de
aprendizado com atividades com grau de dificuldade inferior, a maior atenção dos
professores, a uma produção de material didática de melhor qualidade a alguma
ação da gestão escolar para melhorar o desempenho do aluno.
Contudo, baseado somente no resultado do IDEB, é possível avaliar que
algumas ações que partem da equipe gestora podem ter influencias pequenas nos
resultados, porém para um número de alunos bem maior.

7 CONCLUSÃO

De acordo com a bibliografia levantada os indicadores permitem avaliar as


diversas dimensões da escola. Estes indicadores servem de base para a tomada de
alguma ação, permitem o acompanhamento da situação escolar e o uso dos
recursos disponíveis de forma mais racional.
Para avaliar se algum índice era utilizado no acompanhamento dos
resultados das escolas públicas foi realizada uma entrevista com a equipe gestora
da escola. Através do questionário e das respostas concedidas foi possível perceber
que o uso de índices na educação, mesmo que para apenas uma dimensão, é uma
ferramenta muito eficaz para a tomada de ações, porém é algo recente e não
abrange todas as dimensões da escola. Também precisa de uma divulgação maior
por parte estado sobre o uso e a importância destes indicadores.
Assim, os indicadores são uma ferramenta primordial para alcançar o
objetivo de um ensino de qualidade. Caberia, como sugestão para trabalhos futuros
neste assunto, um estudo mais amplo e com maior quantidade de dados para a
demonstração da eficácia do uso de indicadores de qualidade na educação.
8 REFERÊNCIAS

BOTLER, Alice; MARQUES, Luciana; NASCIMENTO, Almir; SILVA; Karla. Qualidade na educação
municipal: um estudo comparativo entre o IDEB e o IDHM – Educação no nordeste brasileiro, Recife, Revista
de Administração Educacional, 2014. Disponível em:
<http://revista.administracaoeducacional.com.br/artigos/04_20141.pdf > Acesso em: 18 jul.
2016

BOSSU, Carina. Qualidade na educação a distância no ensino superior brasileiro: prestação de contas ou
melhoria. Austrália, Armidal, 2010. Disponível em:
<http://www.abed.org.br/congresso2010/cd/962010010815.pdf> Acesso em: 18 jul. 2016

CAMPOS, Marli; SILVA, Neide de Melo Aguiar. Gestão escolar e suas competências: um estudo da
construção social do conceito de gestão, 2009.
<http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2736_1234.pdf > Acesso em: 18 jul. 2016

CASTRO, Maria Helena Guimarães de. Sistemas de avaliação da educação no Brasil: Avanços e novos
desafios. Revista São Paulo em Perspectiva, São Paulo, 2009.
<http://produtos.seade.gov.br/produtos/spp/v23n01/v23n01_01.pdf> Acesso em: 18 jul. 2016

GELATTI, Leticia Degrandi. Contribuições da gestão escolar para a qualidade da educação. Santa Maria;
Revista Gestão Avaliação Educacional; 2013. Disponível em: <
periodicos.ufsm.br/regae/article/download/10825/pdf
> Acesso em: 18 jul. 2016

LUCK, Heloísa. Gestão escolar definição e responsabilidades. Editora Positivo, Curitiba, 2009.
<http://www.fundacoes.org.br/uploads/estudos/gestao_escolar/dimensoes_livro.pdf> Acesso em: 18 jul. 2016

MELLO, Guiomar Namo de. Os dez maiores problemas da educação básica no Brasil, Revista Nova Escola,
2003. Disponível em : <http://acervo.novaescola.org.br/img/politicas-publicas/fala_exclusivo.pdfAcesso em:
18 jul. 2016

NETTO, Carla; GIRAFFA, Lucia; FARIA, Elaine. Graduações a distância e o Desafio da qualidade, Porto
Alegre, Ed. EdiPucRS, 2010. Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/graduacoes.pdf> Acesso em: 18
jul. 2016

OLIVEIRA, R. P. A questão da qualidade da educação. Revista Brasileira de Administração da Educação.


Brasília, v. 12, n. 1, p. 61-70, jan./jun. 1996
RIBEIRO, Vanda Mendes; GUSMÃO, Joana Buarque de. Indicadores de qualidade na educação. Ação
Educativa, São Paulo, 2004.
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_indqua.pdf > Acesso em: 18 jul.
2016
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