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Instituto de Biociências, Letras e Ciência Exatas - IBILCE

Câmpus de São José do Rio Preto - SP

7º Trabalho de EDO

Aluno: Lucas de Souza Lima

Professor: Dr. Paulo Ricardo da Silva

2020
Denição 1 : Denimos o fatorial duplo ou semifatorial de um número natural n, como
sendo o produto de todos naturais menores ou iguais que tem a mesma paridade de n, isto
k
é, n!! = (n−2i) = n(n−2) · · · (n−2k), onde k = dn/2e−1 e dxe = min{n ∈ Z; n ≥ x}.
Y

i=0
n−2
2

Se n é par, então o duplo fatorial é n!! =


Y
(n − 2i) = n(n − 2) · · · 2.
i=0
(n−1)
2

Se n é ímpar, então o duplo fatorial é n!! =


Y
(n − 2i) = n(n − 2) · · · 1
i=0
A consequência dessa denição é que, como um produto vazio, 0!! = 1.
Denição 2 : Sejam f e g duas funções denidas no mesmo subconjunto dos reais pode-se
dizer que f (x) = O(g(x)) quando x → ∞ se, e somente se, existe uma constante M > 0 tal
que para todo valor sucientemente grande de x, o valor absoluto de f (x) é no máximo M
multiplicado pelo valor absoluto de g(x). Isto é, f (x) = O(g(x)) se, e somente se, existe um
número real positivo M e um número real x0 tal que |f (x)| ≤ M |g(x)| para todo x ≥ x0 .
Exercício 1: Encontre a solução em série de potências:

a) y 00 − y = 0, x0 = 0

b) y 00 − xy 0 − y = 0, x0 = 0

c) y 00 − xy 0 − y = 0, x0 = 1

Solução:
∞ ∞ ∞
a) Suponhamos y = an x , então y = e y =
X X X
n 0 n−1 00
nan x n(n − 1)an xn−2 .
n=0 n=1 n=2

Assim, a equação y 00 − y = 0 é equivalente à
X
[(n + 2)(n + 1)an+2 − an ]xn = 0.
n=0
Daí, para todo n ≥ 0, temos an = (n + 2)(n + 1)an+2 .
a2k
Se n = 2k, então a2k+2 = e se n = 2k + 1, temos a2k+3 =
(2k + 2)(2k + 1)
a2k+1 a0 a a0
. Note que a2 = e a3 = 1 . Suponhamos, que a2k =
(2k + 3)(2k + 2) 2! 3! (2k)!
a1 a0
e a2k+1 = , mostraremos, por indução, que a2k+2 = e a2k+3 =
(2k + 1)! (2k + 2)!
a1
.
(2k + 3)!
a2k  1  a  a0
Vimos que a2k+2 = =
0
= e
(2k + 2)(2k + 1) (2k + 2)(2k + 1) (2k)! (2k + 2)!
a2k+1  1  a1  a1
também a2k+3 = = = .
(2k + 3)(2k + 2) (2k + 3)(2k + 2) (2k + 1)! (2k + 3)!

2
a0 a
Assim, se n é par, an = e se n é ímpar, an = 1 . Portanto,
n! n!
∞ ∞
X 1 2k X 1
y = a0 x + a1 x2k+1 .
k=0
(2k)! k=0
(2k + 1)!

∞ ∞
1 2k 1
Então, y1 = x e y2 = x2k+1 são soluções fundamentais da
X X

k=0
(2k)! k=0
(2k + 1)!
equação e como não há pontos singulares, são convergentes em (−∞, ∞).
∞ ∞ ∞
b) Suponhamos y = an x , então y = e y =
X X X
n 0 n−1 00
nan x n(n − 1)an xn−2 .
n=0 n=1 n=2
Assim, a equação y 00 − xy 0 − y = 0 é equivalente à

X
(−a0 + 2a2 ) + [(n + 2)(n + 1)an+2 − (n + 1)an ]xn = 0.
n=1

a0 a a
Assim, a2 = e an+2 = n . Se n = 2k , temos a2k+2 = 2k e se n = 2k + 1,
2 n+2 2k + 2
a2k+1 a0 a0 a a
então a2k+3 = . Agora note que a2 = = e a3 = 1 = 1 . Suponhamos,
2k + 3 2 2!! 3 3!!
a0 a0 a0
que a2k = e a2k+1 = , mostraremos, que a2k+2 = e
(2k)!! (2k + 1)!! (2k + 2)!!
a1 a2k  1  a  a0
. Temos que a2k+2 = e
0
a2k+3 = = =
(2k + 3)!! 2k + 2 2k + 2 (2k)!! (2k + 2)!!
a2k+1  1  a1  a1
a2k+3 = = = . Portanto,
2k + 3 2k + 3 (2k + 1)!! (2k + 3)!!
∞ ∞
X 1 2k
X 1
y = a0 x + a1 x2k+1 .
k=0
(2k)!! k=0
(2k + 1)!!
∞ ∞
1 1
Então, y1 = x e y2 = x2k+1 são soluções fundamentais da
X X
2k

k=0
(2k)!! k=0
(2k + 1)!!
equação e como não há pontos singulares, são convergentes em (−∞, ∞).
∞ ∞
c) Suponhamos que y = an (x − 1) . Assim obtemos y = nan (x − 1)n−1 e
X X
n 0

n=0 n=1

n(n − 1)an (x − 1)n−2 . Podemos fazer uma substituição t = x − 1 ou
X
y 00 =
n=2
∞ ∞
equivalentemente, x = t + 1. Assim, y = an tn , então y 0 = nan tn−1 e y 00 =
X X

n=0 n=1

n(n − 1)an tn−2 . Portanto, y 00 − xy 0 − y = 0 é equivalente à y 00 − (t + 1)y 0 − y = 0
X

n=2
e substituindo y pela sua série de potências, obtemos

X
2a2 − a1 − a0 + [(n + 1)(n + 2)an+2 − nan − (n + 1)an+1 − an ]tn = 0.
n=1

3
a1 + a0 (n + 1)an + (n + 1)an+1 an + an+1
Daí, tiramos que a2 = e an+2 = = .
2 (n + 1)(n + 2) n+2
Façamos alguns coecientes. Para n = 1, temos
 
a1 + a2 a1 1 a1 + a0 1 a0
a3 = = + = a1 + ,
3 3 3 2 2 6

para n = 2, temos
   
a2 + a3 1 a1 + a0 1 1 a0 1 1
a4 = = + a1 + = a1 + a0
4 4 2 4 2 6 4 6

e assim sucessivamente.

Portanto,

y = a0 + a1 t + a2 t2 + a3 t3 + a4 t4 + . . .
     
a1 + a0 2 1 a0 3 1 1
= a0 + a1 t + t + a1 + t + a1 + a0 t4 + . . .
2 2 6 4 6
! !
t2 t3 t4 t2 t3 t4
= a0 1 + + + + · · · + a1 t + + + + · · · .
2 6 6 2 2 4

Como t = x − 1, substituindo na expressão anterior, obtemos


! !
(x − 1)2 (x − 1)3 (x − 1)2 (x − 1)3
y = a0 1+ + + · · · +a1 (x − 1) + + + ···
2 6 2 2

" # " #
(x − 1)2 (x − 1)3 (x − 1)2 (x − 1)3
Então, y1 = 1 + + + ··· e y2 = (x − 1) + + + ···
2 6 2 2
são soluções fundamentais da equação e como não há pontos singulares, são conver-
gentes em (−∞, ∞).

Exercício 2: Use um computador para plotar diversas somas parciais da solução em série
em torno de 0 
y 00 − xy 0 − y = 0

y(0) = 1, y 0 (0) = 0

Solução:
∞ ∞
1 1
Pela questão anterior, item b), temos que y = a0
X X
x2k + a1 x2k+1 .
k=0
(2k)!! k=0
(2k + 1)!!

1
Pelas condições iniciais, temos que a0 = 1 e a1 = 0. Assim y = x2k . Logo,
X

k=0
(2k)!!

4
x2
S1 = 1 + ,
2
x2 x4
S2 = 1 + + ,
2 8
x2 x4 x6
S3 = 1 + + + ,
2 8 48
x2 x4 x6 x8
S4 = 1 + + + + ,
2 8 48 384
x2 x4 x6 x8 x10
S5 = 1 + + + + + ,
2 8 48 384 3840
x2 x4 x6 x8 x10 x12
S6 = 1 + + + + + + ,
2 8 48 384 3840 46080
..
.

Portanto,
x2 x4 x6 x8 x10 x12 x14 x16 x18
y(x) = 1 + + + + + + + + +
2 8 48 384 3840 46080 645120 10321920 185794560
x20 x22 x24 x26
+ + + +
3715891200 81749606400 1961990553600 51011754393600
x28 x30 x32
+ O x33 .

+ + +
1428329123020800 42849873690624000 1371195958099968000

Exercício 3: Calcule as 4 primeiras derivadas da solução de:

a) 
y 00 + xy 0 + y = 0

y(0) = 1, y 0 (0) = 1

b) 
y 00 + (sin(x))y 0 + (cos(x))y = 0

y(0) = 1, y 0 (0) = 1

Solução:
∞ ∞ ∞
a) Se y = an x , então y = e y = n(n − 1)an xn−2 . Assim, a
X X X
n 0 n−1 00
nan x
n=0 n=1 n=2
equação

(1) y 00 + xy 0 + y = 0

é equivalente à

(2) (2a2 + a0 ) + x(6a3 + 2a1 ) + x2 (12a4 + 3a2 ) + · · · = 0.

5
Das condições iniciais tiramos que a0 = 1 e f (1) (0) = a1 = 0. Igualando os termos
da equação (2) a zero, obtemos o sistema





 2a2 + a0 = 0,

 6a3 + 2a1 = 0,


12a4 + 3a2 = 0.

1 1
Portanto, concluímos que f (2) (0) = a2 = − , f (3) (0) = a3 = 0 e f (4) (0) = a4 = − .
2 8
∞ ∞
(−1)n x2n+1 (−1)n x2n
b) Primeiro, observemos que sin(x) = e cos(x) =
X X
.
n=0
(2n + 1)! n=0
(2n)!
∞ ∞ ∞
Se y = an xn , então y 0 = nan xn−1 e y 00 = n(n − 1)an xn−2 . Assim, a
X X X

n=0 n=1 n=2


equação

(3) y 00 + (sin x)y 0 + (cos x)y = 0

é equivalente à
a0
(4) (2a2 + a0 ) + x(6a3 + 2a1 ) + x2 (12a4 + 3a2 + ) + · · · = 0.
2

Das condições iniciais tiramos que a0 = 1 e f (1) (0) = a1 = 0. Igualando os termos


da equação (4) a zero, obtemos o sistema





 2a2 + a0 = 0,

 6a3 + 2a1 = 0,


12a4 + 3a2 = 0.

1
Portanto, concluímos que f (2) (0) = a2 = 0, f (3) (0) = a3 = − e f (4) (0) = a4 = 0.
3

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