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Instituto de Biociências, Letras e Ciência Exatas - IBILCE

Câmpus de São José do Rio Preto - SP

2º TRABALHO DE EDO

Aluno: Lucas de Souza Lima

Professor: Dr. Paulo Ricardo da Silva

2020
Exercício 1: Determine o intervalo de maior amplitude dentro do qual o PVI proposto
tem, com certeza, uma solução única, duplamente derivável
 
(x − 3)y 00 + xy 0 + (ln|x|)y = 0
 (x − 2)y 00 + y 0 + (x − 2)(tan x)y = 0

a) b)
y (1) = 0, y 0 (1) = 1
 y(3) = 1, y 0 (3) = 2

Solução:

(a) Note que a equação (x − 3)y 00 + xy 0 + (ln|x|)y = 0 é equivalente a


 x   ln|x| 
y 00 + y 0 + y = 0.
x−3 x−3

x ln|x|
Como as funções , e a função nula são contínuas em R−{3} e R−{0, 3} e
x−3 x−3
R, respectivamente, segue que todas elas são contínuas em (0, 3) que é um intervalo
aberto contendo 1. Pelo teorema de existência e unicidade, existe uma solução
única satisfazendo as condições pedidas e o intervalo de maior amplitude neste caso
é (0, 3).

(b) A equação (x − 2)y 00 + y 0 + (x − 2)(tan x)y = 0 é equivalente a


 1 
y 00 + y 0 + (tan x)y = 0.
x−2
1
Observe que as funções , tan x e a função nula são contínuas em R − {2},
x−2
π
{x ∈ R | x 6= + kπ, k ∈ Z} e R, respectivamente. Logo todas elas são contínuas
 3π  2
em 2, e pelo Teorema de Existência e Unicidade, existe uma única solução
2
satisfazendo as condições pedidas e o intervalo de maior amplitudade neste caso é
 3π 
2, .
2

Exercício 2: Verica que y1 (t) = 1 e y2 (t) = t são soluções da equação diferencial

yy 00 + (y 0 )2 = 0, para t > 0. Depois mostrar que a + b t não é, em geral, solução desta
equação. Por quê?
Solução:
Primeiro, veriquemos que y1 e y2 são soluções. De fato, y10 = y100 = 0, segue que
1 1
y1 y100 + (y10 )2 = 1 · 0 + (0)2 = 0. Agora para y2 temos, y20 = √ e y200 = − 3 . Logo
2 t 4t 2
√ 1   1 2 1 1
00 0 2
y2 y2 + (y2 ) = t − 3 + √ =− + = 0.
4t 2 2 t 4t 4t

2
Portanto, y1 e y2 são soluções da equação. Notemos que a equação acima não é linear
homogênea, pois existe o termo quadrático em y 0 , então não podemos garantir a validez
do seguinte teorema:
Teorema: Se y1 e y2 são soluções de y 00 + p(t)y 0 + q(t)y = 0 então qualquer combinação
linear de y1 e y2 também é solução, isto é, αy1 + βy2 é solução, para todo α, β em R.
Agora, para vermos melhor que isso não ocorre, tomemos a = b = 1, obtemos y =
√ √ 1 1 1
1+ t que não é solução, pois yy 00 + (y 0 )2 = 0 = (1 + t)(− 3 )+ =− 3.
4t 2 4t 4t 2
Exercício 3: É possível que y = sin(t ) seja uma solução da equação y 00 +p(t)y 0 +q(t)y = 0
2

cujos os coecientes são contínuos, em um intervalo que contenha t = 0?


Solução:
Se y = sin(t2 ), então y 0 = 2t cos(t2 ) e y 00 = 2 cos(t2 ) − 4t2 sin(t2 ). Escrevendo y 00 em
1
função de y e y 0 , obtemos y 00 = ( )y 0 − 4t2 y .
t
1
Logo, de modo geral, y = sin(t2 ) é solução de equações do tipo y 00 = ( )y 0 − 4t2 y que
t
1 0
é equivalente a y − ( )y + 4t y = 0. Agora, note que se I é um intervalo que contem 0,
00 2
t
1
p(t) = − não é contínua.
t
Portanto, não é possível que y = sin(t2 ) seja uma solução da equação y 00 + p(t)y 0 +
q(t)y = 0 cujos os coecientes são contínuos, em um intervalo que contenha t = 0.

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