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Instituto de Biociências, Letras e Ciência Exatas - IBILCE

Câmpus de São José do Rio Preto - SP

TRABALHO DE EDO

Aluno: Lucas de Souza Lima

Professor: Dr. Paulo Ricardo da Silva

2020
Exercício 1: Resolva as EDO'S
x2
a) y 0 = b) y 0 + y 2 sin x = 0
y
dy x − e−x
c) y 0 = (cos2 x) (cos2 2y) d) =
dx y + ey
Solução:
dy x2
(a) A equação = é equivalente a ydy = x2 dx. Daí, basta integramos em ambos
dx y
y2 x3
os lados e obtemos, = + c, onde c ∈ R.
2 3
r
2x3
Portanto, y = ± + k , com k ∈ R.
3
dy dy
(b) A equação + y 2 sin x = 0 é equivalente a 2 = − sin xdx. Integrando em ambos
dx y
−1
os lados, obtemos = cos x + c, com c ∈ R.
y
1
Portanto, y = , com k ∈ R.
− cos x + k
dy dy
(c) A equação = (cos2 x) (cos2 (2y)) é equivalente a = cos2 xdx. Agora
dx cos2 (2y)
tan (2y) x + (sin x) (cos x)
integrando em ambos os lados, obtemos = + c, com
2 2
c ∈ R.
arctan (x + (sin x) (cos x) + k) + nπ
Assim, tan (2y) = x+(sin x) (cos x)+k . Portanto, y = ,
2
com k ∈ R.
dy x − e−x
(d) A equação = é equivalente a (y + ey ) dy = (x − e−x ) dx. Integrando
dx y + ey
y2 x2
ambos os lados, obtemos + ey = + e−x + c, ou seja, y 2 + 2ey = x2 + 2e−x + k ,
2 2
com k ∈ R. Neste caso, não existe uma forma exata de isolar o y e dizer quem é
explicitamente em função de x, então deixarei como da última forma.

Exercício 2: Resolva o PVI  2


y 0 = 1 + 3x

3y 2 − 6y

y(0) = 1.

E determine o intervalo no qual a solução é válida.


Solução:
dy 1 + 3x2
Como = 2 , então (3y 2 − 6y) dy = (1 + 3x2 ) dx. Assim,
dx 3y − 6y
y 3 − 3y 2 = x + x3 + c,

2
com c ∈ R. Pela condição inicial, temos 13 − 3 · 12 = 0 + 03 + c, isto é c = −2.
Portanto y 3 − 3y 2 = x + x3 − 2.
Agora, note que 3y 2 − 6y = 0 quando y = 0 ou y = 2 e logo, y 0 não existirá para x = 1
e x = −1.
Plotando a função no geogebra, temos

Tomando o pedaço da curva que liga o ponto (−1, 2) ao ponto (1, 0) é uma função
com domínio de (−1, 1).
Portanto o intervalo em que a solução é válida é (−1, 1).
Exercício 3: Resolva o PVI
x
 y0 = 2 − e

3 + 2y
y(0) = 0

e determine em que ponto a solução atinge seu valor máximo.


Solução:
dy 2 − ex
Como = , então (3 + 2y) dy = (2 − ex ) dx. Assim, 3y + y 2 = 2x − ex + c,
dx 3 + 2y
com c ∈ R. Pela condição inicial, temos 3 · 0 + 02 = 2 · 0 − e0 + c, ou seja, c = 1.
Portanto, 3y + y 2 = 2x − ex + 1.
Como está na forma de uma equação do segundo grau, podemos explicitar y .

3
p p
−3 ± 9 + 4 (2x − ex + 1) −3 + 9 + 4 (2x − ex + 1)
Daí, y = , escolhendo y = .
2 2
2 − ex
Temos que y 0 = √ . Logo, y 0 = 0 se, e somente se, x = ln 2.
8x − 4ex + 13
−ex (3 + 2y) − (2 − ex ) (2y 0 ) −2
Note que y 00 = 2 . Daí, y 00 |ln 2 = , mas y|ln 2 u
(3 + 2y) 3 + 2 y|ln 2
0.123666948952, isto é, 3 + 2 y|ln 2 > 0 e daí, y 00 |ln 2 < 0 e pelos teoremas de Cálculo, temos
que x = ln 2 é ponto de máximo.
Portanto o máximo da solução é aproximadamente 0.123666948952.
Exercício 4: Resolva o PVI e determine a dependência, em relação ao valor inicial y0 ,
do intervalo sobre o qual a solução existe:
−4t
 
y 0 =
 y 0 + y 3 = 0

a) y b)

y (0) = y y(0) = y0

0

Solução:
dy −4t
(a) Como = , então, ydy = −4tdt. Assim, y 2 = −4t2 + c, com c ∈ R.
dt y

Logo, y = ± −4t2 + c. Pela condição inicial, temos y02 = c.
y2
Assim, tal solução é válida quando −4t2 + y02 ≥ 0, ou seja, t2 ≤ 0 .
4
y0
Portanto, |t| ≤ .
2
dy dy dy −1
(b) Como + y 3 = 0, então = −y 3 , ou seja, 3 = −dx. Assim, 2 = −x + c,
dx dx r y 2y
1 1
isto é, 2y 2 = , logo, y = ± , com k ∈ R. Pela condição inicial, temos
x−c 2x + 2k
1 1
y02 = ⇒ k = 2.
2k 2y0
Portanto, tal solução é válida quando 2x + 2k 6= 0 e 2x + 2k ≥ 0. Ou seja,
1
x > −k = − 2 .
2y0
Exercício 5: Determinar se as equações são ou não exatas. Para as exatas, achar a
solução.
dy ax − by
a) (2x + 3) + (2y − 2)y 0 = 0 d) =−
dx bx − cy
y 
b) (3x2 − 2xy + 2) dx + (6y 2 − x2 + 3) dy = 0 e) + 6x dx + (ln x − 2)dy = 0
x
dy ax + by x y
c) =− f) 3 dx + 3 dy = 0
dx bx + cy (x2 + y 2 ) 2 (x2 + y 2 ) 2
Solução:

4
(a) Como (2x + 3) + (2y − 2) y 0 = 0 , então (2x + 3) dx + (2y − 2) dy = 0.

Temos que
∂F

 ∂x = 2x + 3,

 ∂F = 2y − 2,


∂y
ou seja,  2
∂ F
 ∂y∂x = 0,


 ∂ 2F
= 0.



∂x∂y

∂ 2F ∂ 2F
Logo, = = 0, isto é a EDO é exata.
∂y∂x ∂x∂y
∂F
Integrando = 2x + 3 em relação a x, obtemos que F (x, y) = x2 + 3x + g (y) .
∂x
∂F
Assim, = g 0 (y) = 2y − 2, ou seja, g (y) = y 2 − 2y + c. Podemos tomar c = 0.
∂y
Logo, F (x, y) = x2 + 3x + y 2 − 2y . Como dF = 0 e supondo que F está denida
em um conjunto conexo de R2 , então F é constante.
Portanto, a solução geral é x2 + 3x + y 2 − 2y = c, onde c ∈ R.

(b) Como (3x2 − 2xy + 2) dx + (6y 2 − x2 + 3) dy = 0, então temos

∂F

2
 ∂x = 3x − 2xy + 2,

 ∂F = 6y 2 − x2 + 3,


∂y
ou seja,  2
∂ F
 ∂y∂x = −2x,


 ∂ 2F
= −2x.



∂x∂y

∂ 2F ∂ 2F
Logo, = , disso segue que a EDO é exata.
∂y∂x ∂x∂y
∂F
Integrando = 3x2 − 2xy + 2 em relação a x, obtemos
∂x

F (x, y) = x3 − x2 y + 2x + g (y) .

∂F ∂F
Assim, = −x2 + g 0 (y). Mas = 6y 2 − x2 + 3, então g 0 (y) = 6y 2 + 3.
∂y ∂x

5
Logo, g (y) = 2y 3 + 3y + c e podemos tomar c = 0. Portanto,

F (x, y) = x3 − x2 y + 2x + 2y 3 + 3y.

Como dF = 0 e supondo que F está denida em um conjunto conexo de R2 , segue


que F é constante. Concluímos que a solução geral é x3 − x2 y + 2x + 2y 3 + 3y = k ,
com k ∈ R.
 
dy ax + by
(c) Como =− , então (bx + cy) dy = − (ax + by) dx. A última igualdade
dx bx + cy
é equivalente a (ax + by) dx + (bx + cy) dy = 0. Temos que

∂F

 ∂x = ax + by,

 ∂F = bx + cy,


∂y

ou seja,  2
∂ F
 ∂y∂x = b,


 ∂ 2F
= b.



∂x∂y

∂ 2F ∂ 2F
Logo, = , disso segue que a EDO é exata.
∂y∂x ∂x∂y
∂F
Integrando = ax + by em relação a x, obtemos
∂x

ax2
F (x, y) = + bxy + g (y) .
2
∂F ∂F
Assim, = bx + g 0 (y). Mas vimos que = bx + cy , então g 0 (y) = cy . Logo,
∂y ∂y
cy 2
g (y) = + k1 e podemos tomar k1 = 0. Portanto,
2

ax2 cy 2
F (x, y) = + bxy + .
2 2

Como dF = 0 e supondo que F está denida em um conjunto conexo de R2 , segue


ax2 cy 2
que F é constante. Concluímos que a solução geral é + bxy + = k, com
2 2
k ∈ R.
 
dy ax + by
(d) Como =− , então (bx − cy) dy = − (ax + by) dx. A última igualdade
dx bx − cy

6
é equivalente a (ax + by) dx + (bx − cy) dy = 0. Temos que
∂F

 ∂x = ax − by,

 ∂F = bx − cy,


∂y

ou seja,  2
∂ F
 ∂y∂x = −b,


 ∂ 2F
= b.



∂x∂y

∂ 2F ∂ 2F
Logo, 6= , disso segue que a EDO não é exata.
∂y∂x ∂x∂y
y 
(e) Como + 6x dx + (ln x − 2) dy = 0, então temos
x
∂F y

 ∂x = x + 6x,

 ∂F = ln x − 2,


∂y

ou seja,  2
∂ F 1
 ∂y∂x = x ,


 ∂ 2F 1
= .



∂x∂y x

∂ 2F ∂ 2F
Logo, = , disso segue que a EDO é exata.
∂y∂x ∂x∂y
∂F y
Integrando = + 6x em relação a x, obtemos
∂x x

F (x, y) = y ln x + 3x2 + g(y).

∂F ∂F
Assim, = ln x + g 0 (y). Mas = ln x − 2, então g 0 (y) = −2.
∂y ∂x
Logo, g (y) = −2y + c e podemos tomar c = 0. Portanto,

F (x, y) = y ln x + 3x2 − 2y.

Como dF = 0 e supondo que F está denida em um conjunto conexo de R2 , segue


que F é constante. Concluímos que a solução geral é y ln x + 3x2 − 2y = k , com
k ∈ R.

7
! !
x y
(f ) Como 3 dx + 3 dy = 0, então temos
(x2 + y 2 ) 2 (x2 + y 2 ) 2

∂F x


 = 3 ,
 ∂x

(x + y 2 ) 2
2

 ∂F y
= 3 ,



∂y (x2 + y 2 ) 2
ou seja,  2
∂ F 2 2 −5
 ∂y∂x = −3xy(x + y ) 2 ,


 ∂ 2F −5
= −3xy(x2 + y 2 ) 2 .



∂x∂y
∂ 2F ∂ 2F
Logo, = , disso segue que a EDO é exata.
∂y∂x ∂x∂y
∂F x
Integrando = 3 em relação a x, obtemos
∂x (x2 + y 2 ) 2
1
F (x, y) = − p + g(y).
x2 + y 2
∂F y ∂F y
Assim, = 3 + g (y). Mas
0
= 3 , então g (y) = 0.
0
∂y 2 2
(x + y ) 2 ∂x (x + y 2 ) 2
2

Logo, g (y) = c e podemos tomar c = 0. Portanto,


1
F (x, y) = − p .
x2 + y 2

Como dF = 0 e supondo que F está denida em um conjunto conexo de R2 , segue


1
que F é constante. Concluímos que a solução geral é − p = k , com k ∈ R.
x2 + y 2
Exercício 6: Prove que toda equação separável é exata.
Solução:
f (x) dy f (x)
Note que uma equação separável é da forma y 0 = , ou seja, = .
g (y) dx g (y)
Assim, g (y) dy = f (x) dx, isto é, (−f (x)) dx + g (y) dy = 0. Como f, g são funções
∂ 2F ∂ 2F
apenas de x e y , respectivamente, então =0= .
∂x∂y ∂y∂x
∂F ∂F
Denindo F (x, y) = g (y) dy + (−f ) (x) dx. Assim, = −f (x) e = g (y).
R R
∂x ∂y
Logo, o diferencial de F é igual a zero e assumindo que F está denida em um conjunto
conexo de R2 , segue que F é constante. Isso implica que
R R
g (y) dy + (−f ) (x) dx = c.
Ou seja, f (x) dx + c, com c ∈ R.
R R
g (y) dy =

8
Portanto, qualquer equação separável é exata.
Exercício 7: Resolva as equações homogêneas:
dy 2xy dy 3y 2 − x2
a) = 2 b) = .
dx 3y − x2 dx 2xy
Solução:
2xy
(a) Note que F (x, y) = é homogênea, pois
3y 2− x2

2 (tx) (ty) t (2xy) 2xy


F (tx, ty) = 2 2 = 2 2
= 2 = F (x, y) .
3 (ty) − (tx) t (3y − x ) 3y − x2
y
2 y
Observe que F (x, y) =  y x2 . Fazendo a substituição = t, isto é, y = tx.
x
3 −1
x
Assim, y 0 = t0 x + t.
Logo, y
2 2t
t0 x + t = y 0 =  x2 = 2 ,
y 3t − 1
3 −1
x
3t − 3t3
ou seja, t0 x = . Isso implica que
3t2 − 1
3t2 − 1 dx
3
dt = .
3t − 3t x
Portanto,
− ln (1 − t2 ) ln t
− = ln x + c1 ,
3 3
com c1 ∈ R.
Melhorando a equação, obtemos ln|(1 − t2 )|+ln|t|= −3 ln|x|+c2 , ou seja, ln|(t (1 − t2 ))| =
ec2
 
1 c3
ln| 3
| + c 2 . Assim |t (1 − t2
) |= | 3
|, isto é, t − t3 = 3 . Logo, obtemos
x x x
c3 c3
t − t + 3 = 0. Fazendo 3 = k e utilizando a fórmula de Cardano-Tartaglia,
3
x x
chegamos em
r
p √ 2 3
3
81k 2
− 12 − 9k 3
t= √3
+p3

18 81k 2 − 12 − 9k

r r
3 9c 3 3 2
81k 2 − 12 − 3
x 3
= √ +r .
3
18 3
√ 9c3
2
81k − 12 − 3
x

9
Logo,

r r 
3 2
9c3 3 2
81k − 12 − 3
 x 3 
y = tx = x 
 √ + 

3
r
18 3 9c 3

81k 2 − 12 − 3
x
r
√ 2
p
3 x2 3
x3 81k 2 − 12 − c 3
= √3
+p 3
√ ,
18 3 2
x 81k − 12 − c
onde c ∈ R.
3y 2 − x2
(b) Note que F (x, y) = é homogênea, pois
2xy

3 (ty) − (tx)2 t (3y 2 − x2 ) 3y 2 − x2


F (tx, ty) = = = = F (x, y) .
2 (tx) (ty) t (2xy) 2xy
3y x y
Observe que F (x, y) = − . Fazendo a substituição = t, obtemos y 0 = t0 x + t.
2x 2y x
2 2
3y − x 3t 1
Como y 0 = , então t + xt0 = − . Assim, 2t2 + 2xtt0 = 3t2 − 1, ou seja,
2xy   2 2t
2t dx
2xtt0 = t2 − 1. Portanto, dt = .
t2 − 1 x
Integrando em ambos os lados, obtemos ln (|t2 − 1|) = ln (|x|) + c, com c ∈ R.

Portanto, t2 − 1 = xk, ou seja, t2 = xk + 1. Concluímos que t = ± xk + 1, para
algum k ∈ R.

Assim, a solução é y = ±x xk + 1, para algum k ∈ R.

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