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TEMA 1 – ESTATÍSTICA DESCRITIVA

Aula Teórica 1

Disciplina: Estatística I Ano/Semestre: 2º/1º

Carga horária: 4 H por semana

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
 Identificar os diferentes tipos de uso de informação estatística.
 Sumarizar dados utilizando tabelas e gráficos.
 Interpretar dados utilizando as medidas de tendência central e dispersão

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1. ESTATÍSTICA DESCRITIVA
1.1. Considerações gerais
1.1.1. Informações históricas
1.2. Conceitos gerais
1.2.1. População e Amostra
1.2.2. Parâmetro e Estatística
1.2.3. Variáveis (ou Dados) e Tipos de Variáveis

1.1. Considerações gerais


No percurso do da sua formação irá se deparar com a necessidade de colher, organizar,
descrever, analisar e interpretar dados de modo a tomar uma decisão mais ponderada sobre
determinado fenómeno, seja ele ligado a sua carreira académica ou a sua carreira profissional.
Em alguns momentos, necessitará de recorrer a todos os elementos que constituem o seu objecto
de estudo. No entanto, eventualmente por falta de tempo ou de recursos, bastar-lhe-á recorrer a
uma porção daquilo que é o seu objecto de estudo para poder tirar conclusões, desde que obedeça
critérios “próprios”.

Para tal, necessitará de se apoiar a ferramentas matemáticas para poder lograr os seus objetivos.

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Vamos supor que necessite de avaliar o uso da internet pelos diferentes pelos estudantes da tua
universidade. Lógico que se a tua universidade for grande, poderá necessitar de recursos para
fazer tal estudo. Poderá recorrer a estudantes do teu departamento e fazer o estudo baseando-se
nos estudantes que frequentam cada um dos cursos. O teu estudo poderá estar estratificado em
cursos e nível, isto é, poderás fazer o estudo com base no curso e ano em que cada estudante
frequenta. Assim podes reduzir os custos de pesquisa.
Pesquisas deste tipo, tem sido feito por várias entidades. Para tal, as mesmas recorrem a um ramo
da matemática aplicada a que se dá o nome de Estatística. Pode-se definir estatística como sendo
o ramo da matemática aplicada que fornece métodos para a colheita, organização, descrição,
análise e interpretação de dados para melhor se tirar decisões sobre um dado fenómeno ou
acontecimento. Porém, esta definição não é a única. Diferentes autores dão uma definição
diferente para estatística, isto é, poderás durante as suas leituras em outras obras, encontrar
definições mais simples ou ainda mais elaboradas em relação a que se apresentou acima.
A estatística é de uma larga importância uma vez que é necessária para a compreensão de
fenómenos que ocorrem em diversas áreas do conhecimento.
No estudo da Estatística, o termo “estatística” é utilizado para referir dois conceitos diferentes,
conforme se utiliza no singular ou no plural. Quando utilizado no plural, é sinónimo de facto ou
dados numéricos, enquanto no singular constitui um objecto de estudo, uma ciência, tal como é a
Matemática, e compreende, como foi referido anteriormente, um conjunto de princípios e
métodos de colecta, organização, descrição, análise e interpretação de dados numéricos.
Em suma, pode-se dizer que a estatística permite:
 Descrever e compreender relações entre as variáveis;
 A tomada de melhores e mais rápidas decisões para fazer face à mudanças.

1.1.1. Informações históricas


Existem indícios de que já se falava de estatística há 3000 anos a.C quando se faziam censos na
Babilonia, na China e Egipto.
A própria Bíblia leva-nos a esse resgate histórico:
- O livro quarto do Velho Testamento, intitulado “Números”, começa com a seguinte instrução a
Moisés: “Fazer um levantamento dos homens de Israel que estivessem aptos para guerrear”;
- Na época do Imperador César Augusto, saiu um edito para que se fizesse o censo em todo o
Imperio Romano. Por isso Maria e José teriam viajado para Belém.
A palavra estatística, provavelmente proveniente derivada da palavra “status” (estado em latim),
teve origem na necessidade do Estado Político em conhecer os seus domínios. Os governantes
usaram a estatística como uma grande e verdadeira ferramenta administrativa.

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O primeiro curso de estatística foi organizado na em 1708 na Univesidade de Yena na Alemanha.
Foi o alemão Gottfried Achenwall que cunhou a palavra estatística em 1970. Ele estabeleceu a
relação da Estatística com outras áreas, definindo o campo de acção.
Em meados do seculo XIX, houve uma união entre o cálculo de probabilidades e a Estatística,
permitindo que a estatística fosse organicamente estruturada e se ampliasse o campo de acção da
estatística. O avanço na teoria de probabilidades possibilitou a descoberta de distribuições de
probabilidades e consequentemente a criação de técnicas de amostragem mais adequadas e de
formas de relacionar as amostras com as populações de onde provieram.
Com o avanço das tecnologias de informação, possibilitou ainda mais que os métodos estatísticos
fossem largamente utilizados na análise de diversos fenómenos em diversas áreas do
conhecimento.

1.2. Conceitos básicos


Antes de se iniciar com esta grande área de conhecimento, que por sinal abrange diversas áreas,
há que consolidar muito bem as bases do estudo em estatística.

1.2.1. População e amostra


O estudo com base em métodos estatísticos recai sob um determinado objecto com determinada
característica cujo objectivo principal é obter, no geral, conclusões sobre tal objecto. A um
conjunto formado por indivíduos ou objecto que têm pelo menos uma característica em comum e
observável chamamos de população. Podemos falar em:
 População dos estudantes do curso da Universidade A, B ou C;
 População dos operários da indústria automobilística;
 População de alturas em “cm” das pessoas de determinado bairro;
 População de peças fabricadas numa linha de produção, e assim por diante.
Como em qualquer estudo estatístico tem-se em mente pesquisar uma ou mais características dos
elementos de uma população, esta característica deve estar bem definida. Considerando um
elemento qualquer, deve-se afirmar sem ambiguidade se este elemento pertence ou não à
população. É necessário que exista um critério de constituição da população. No entanto, uma
população pode ser, na maioria das vezes é um conjunto extenso. E num estudo estatístico, isso
pode acarretar custos elevados. Imagine que se pretenda a relação entre a altura e o peso das
crianças recém-nascidas em Moçambique. Até certo ponto, pode ser bastante oneroso estudar
todas as crianças nascidas numa determinada época. Deste modo, limita-se o estudo a uma parte
da população. A esta parte proveniente da população, denomina-se amostra (subconjunto finito

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de uma população). É com base nos resultados desta amostra que se pode tirar conclusões sobre
as populações.
A definição da amostra leva-nos a divisão da estatística em duas grandes áreas do conhecimento,
isto é, a estatística descritiva e estatística inferencial (não obstante alguns autores ainda
subdividem a estatística em mais uma área que é a teoria das decisões).
1. Estatística Descritiva - que se preocupa com a organização e descrição dos dados
experimentais;
2. Estatística Inferencial - que, a partir da observação de alguns dados experimentais, realiza a
análise e interpretação de dados com o objetivo de generalizar e prever resultados, utilizando-se
para isto da Teoria das Probabilidades.

1.2.2. Parâmetro e Estatísticas


O estudo da população e amostra, sugere-nos também a dois novos conceitos que são parâmetro
e estatísticas. Por definição, parâmetro é uma medida numérica que descreve uma característica
da população.
No estudo da Estatística, o termo “estatística” é utilizado para referir dois conceitos diferentes,
conforme se utiliza no singular ou no plural. Quando utilizado no plural, é sinónimo de facto ou
dados numéricos, enquanto no singular constitui um objecto de estudo, uma ciência, tal como é a
Matemática, e compreende, como foi referido anteriormente, um conjunto de princípios e
métodos de colecta, organização, descrição, análise e interpretação de dados numéricos.

1.2.3. Variáveis (ou Dados) e Tipos de Variáveis


A cada fenómeno corresponde um número de resultados possíveis. Assim, por exemplo:
- Para o fenómeno “sexo” são dois os resultados possíveis: sexo masculino e sexo feminino.
- Para o fenómeno “número de filhos” há um número de resultados possíveis expresso através de
números naturais: 0, 1, 2, …n.
- Para o fenómeno “altura” temos uma situação diferente, os resultados podem tomar um número
infinito de valores numéricos dentro de um intervalo.
A este número de resultados possíveis de um fenómeno, se dá o nome de Variável.
Os exemplos acima mostram que uma variável pode ser classificada em Qualitativas ou
Quantitativas:
a) Variáveis qualitativas – quando os valores de uma determinada característica em estudo
são expressos por atributos, qualidades ou ainda por categorias.
Por exemplo, para a variável:

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- Sexo : pode assumir valor masculino ou feminino;
- Raça: pode assumir os valores Branco ou Negro;
- Resultado de um teste: aprovado ou reprovado;
- Escolaridade: Primeiro grau completo, Segundo grau completo, superior, pós-graduado;
- Conceito de qualidade: péssima qualidade, regular ou boa qualidade.
Por sua vez, as variáveis qualitativas subdividem-se em Nominais e Ordinais
i. As variáveis qualitativas nominais - são caracterizadas por dados que se apresentam apenas
sob aspecto qualitativo (Ex: sexo, raça e resultado de um teste).
ii. As variáveis qualitativas ordinais - são caracterizadas por categorias que aprentam uma
ordenação natural. Por exemplo: escolaridade e conceito de qualidade.

b) Variável quantitativa – quando seus valores são expressos em números, os quais podem
ser obtidos através de uma contagem ou mensuração.
Por exemplo:
- Salário dos operários;
- Idade dos alunos de uma escola;
- Altura de plantas;
- Número de filhos de um determinado casal;
- Numero de parafusos defeituosos numa determinada linha de produção;
No entanto, de acordo com o seu processo de obtenção, as variáveis quantitativas podem ser
classificadas em:
i. Variáveis quantitativas Discretas - quando só pode assumir valores pertencentes a um
conjunto enumerável (idade dos alunos de uma escola, números de filhos de um determinado
casal, numero de parafusos defeituosos numa linha de produção)
ii. Variáveis quantitativas Continuas - quando pode assumir, teoricamente um valor qualquer
dentro de um intervalo (altura, peso, comprimento, salario de operários de uma determinada
empresa)

Observação: O facto de uma variável ser expressa por números não significa que ela seja
necessariamente quantitativa, por que a classificação da variável depende do modo como foi
medida, e não do modo como se manifesta. Por exemplo, para a variável peso de um lutador de
boxe, se for anotado o peso marcado na balança, a variável é quantitativa continua; por outro
lado, se esse peso for classificado segundo as categorias do boxe, a variável é quantitativa
ordinal.

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