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SUMÁRIO
Lista de símbolos............................................................................................................................. 2
1. Apresentação e projeto conceitual da aeronave............................................................................ 3
1.1 Introdução e objetivos de projeto.................................................................................... 3
1.2 Projeto conceitual da aeronave ....................................................................................... 4
2. Projeto aerodinâmico .................................................................................................................. 8
2.1 Modificações e simulação numérica do perfil aerodinâmico ........................................... 8
2.2 Configuração aerodinâmica da aeronave ...................................................................... 11
2.3 Polar de arrasto e definição da forma geométrica ideal para a asa ................................. 14
3. Análise de desempenho............................................................................................................. 17
3.1 Seleção da hélice e determinação da tração disponível ................................................. 17
3.2 Desempenho de decolagem e gráfico de carga útil em função da altitude densidade ..... 18
3.3 Curvas de tração e potência (disponível e requerida) e desempenho de subida.............. 20
3.4 Velocidades de máximo alcance, máxima autonomia e envelope de vôo da aeronave ... 22
3.5 Desempenho de descida, no pouso e em curvas ............................................................ 23
4. Análise de estabilidade.............................................................................................................. 25
4.1 Localização do centro de gravidade.............................................................................. 25
4.2 Estabilidade estática ..................................................................................................... 25
4.3 Estabilidade dinâmica .................................................................................................. 27
5. Projeto elétrico da aeronave ...................................................................................................... 29
5.1 Componentes elétricos da aeronave.............................................................................. 29
5.2 Dimensionamento dos servos ....................................................................................... 29
5.3 Diagrama elétrico......................................................................................................... 30
6. Análise de cargas e estruturas.................................................................................................... 31
6.1 Diagrama v-n de manobra e de rajada........................................................................... 31
6.2 Análise de cargas e estrutural da asa............................................................................. 32
6.3 Análise de cargas e estrutural da fuselagem e da empenagem ....................................... 33
6.4 Análise de cargas e estrutural do trem de pouso............................................................ 34
7. Conclusões e agradecimentos .................................................................................................... 36
Referências Bibliográficas............................................................................................................. 37
2
Lista de Símbolos
satisfeita com os bons resultados obtidos na competição de 2009, na qual obteve a 14ª posição na
classificação geral da classe regular, apresenta para a competição de 2010 um projeto com muitas
Neste ano a equipe passou por algumas mudanças estruturais com o aumento do número de
integrantes e a divisão mais efetiva das tarefas. A partir dessas mudanças na estrutura de organização,
espera-se a obtenção de resultados mais expressivos dos que os alcançados em 2009, fortalecendo
assim a imagem da equipe Taperá no AeroDesign e tornando-a uma das principais forças que
disputam o evento. A Figura 1, mostra fotografias da aeronave Taperá para a competição AeroDesign
Como forma de tornar a equipe Taperá mais competitiva, o projeto de 2010 se iniciou logo
após a divulgação do regulamento, e o foco principal durante os meses de fevereiro e março foi a
análise detalhada das regras da competição, sendo que nesta fase, a equipe estabeleceu como
da caixa de mínimo volume bem como análises de prováveis dimensões máximas para a aeronave,
bonificação para pouso, tempo para retirada de carga, eficiência estrutural, maximização do peso
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muito com a confecção de um relatório de projeto e uma apresentação oral de excelente nível técnico.
Em diversas simulações realizadas, a equipe verificou que a maior pontuação somente será
obtida com a menor margem de erro possível, pois qualquer quesito que propicie bonificação está
desenvolvimento do projeto, a equipe fez uso de uma teoria mais simplificada do processo de
A metodologia empregada está descrita em detalhes ao longo deste relatório que mostra todos
os conceitos teóricos aplicados, restrições dimensionais adotadas, além dos diversos ensaios práticos
e numéricos desenvolvidos, e todas as melhorias que foram realizadas pela equipe em relação ao
projeto de 2009.
maximização da pontuação final, onde a meta da equipe para 2010 é terminar a competição entre os
dez primeiros colocados. Em estudos realizados nos resultados finais da competição de 2009, para
ficar entre os dez melhores, a equipe deve obter um mínimo de 300 pontos para a 10° colocação e
uma pontuação máxima próxima de 420 pontos para estar entre os cinco primeiros colocados.
menor volume de transporte (aeronave menor com maior capacidade de carga paga) e de um peso
vazio inferior a 38N, pois de acordo com simulações realizadas em diferentes dimensões da
aeronave, constatou-se que um peso vazio superior a 38N inviabiliza qualquer tentativa de se obter a
meta almejada pela equipe, uma vez que este compromete diretamente o fator de eficiência estrutural.
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Também se verificou que possivelmente não será a equipe que carregar a maior carga paga
que será a vencedora da competição, mas sim o conjunto de todo o projeto, dessa forma, a equipe
Desse modo, o primeiro ponto avaliado foi a provável configuração geométrica da aeronave, e
nessa etapa, foram definidas algumas possíveis formas para a asa, a forma da aeronave como um todo
e foram selecionados alguns perfis aerodinâmicos capazes de fornecer boas qualidades de vôo. A
fundamentadas nos cálculos desempenho da aeronave, onde a dimensão máxima D foi alterada desde
Essa simulação foi realizada com a finalidade de se determinar a dimensão D ideal que
possibilitaria obter o melhor desempenho em todos os quesitos avaliados. Nessa análise, a equipe
levou em consideração não apenas a capacidade de carga máxima da aeronave, mas também,
identificação do setor de decolagem que propiciaria maior pontuação e confiabilidade para o vôo.
Para a definição da aeronave, a equipe simulou as características dos perfis mais usuais do
AeroDesign, além de buscar em 2010 uma inovação com a modificação geométrica desses perfis na
tentativa de encontrar melhores soluções para o projeto. As alterações realizadas nos perfis está
mostrada na seção referente a análise aerodinâmica do presente relatório, nessas alterações a equipe
Além das modificações nos perfis, a equipe trabalhou na determinação de uma forma em
planta mais eficiente para a asa e na forma geométrica da fuselagem completa da aeronave. Nessa
fase do projeto foram simulados três modelos de aeronaves para cada dimensão D apresentada na
6
Tabela 1. Para cada um desses modelos foi determinado o peso máximo de decolagem em cada setor,
bem como foi realizada uma estimativa de peso vazio da aeronave e por fim obtida a simulação para
A Tabela 1 mostra o melhor resultado obtido para cada dimensão em estudo, portanto apenas
É possível observar que a melhor condição para se obter uma aeronave em ótimas condições
de competitividade é uma dimensão máxima compreendida entre 5,50m e 6,00m. Também se verifica
que a aeronave capaz de carregar a maior carga paga não é a mais vantajosa e que em todas as
análises realizadas a decolagem no segundo setor prevalece em termos de pontuação final, sendo que
os cálculos definitivos para o projeto da aeronave escolhida foram todos realizados apenas para o
segundo setor, ao qual a equipe optará por decolar nos dias da competição.
expectativa da equipe com relação a parcela de pontos em cada quesito e a soma geral de pontuação
ao final da competição.
Pontuação Total
Pontuação Total
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 0 50 100 150 200 250 300 350 400
Pontuação total Pontuação total
(a) (b)
A melhor configuração obtida pela equipe que proporcionará uma aeronave com alto índice
de competitividade está representada na Figura 3 e se caracteriza por um monoplano com asa alta de
forma geométrica trapezoidal e envergadura de 2,60m. O trem de pouso é modelo triciclo, o conjunto
aeronáutico com uma estrutura treliçada cortada na própria chapa, a empenagem possui a forma
2 – PROJETO AERODINÂMICO
O perfil aerodinâmico da aeronave Taperá para 2010 foi escolhido a partir da modificação
geométrica dos perfis Selig 1223, Eppler 423 e Worthmann FX-74. A simulação numérica foi
realizada no software Profili e teve como objetivo principal encontrar um perfil com características
essa análise foi utilizado o módulo de alteração de perfis do Profili e em uma primeira etapa foram
gerados 20 novos perfis batizados de IFSP-T (T = teste), onde alguns desses perfis apresentaram
melhoras aerodinâmicas e outros se mostraram piores que os originais. A partir desses novos perfis, a
equipe simulou uma nova modificação realizando a combinação entre os melhores perfis gerados. A
Tabela 2 mostra os melhores perfis de teste gerados na primeira etapa, e também os perfis IFSP-1 até
A escolha do perfil ideal foi realizada com o objetivo de encontrar maiores coeficientes de
sustentação, elevada eficiência aerodinâmica (cl/cd)máx e alto ângulo de estol. Com as modificações
geométricas realizadas, a equipe conseguiu obter uma sensível melhora nessas características
9
aerodinâmicas e optou por construir a asa da aeronave Taperá de 2010 com um perfil próprio
denominado IFSP-4, obtido a partir de uma combinação entre o intradorso do perfil IFSP-T7 e o
extradorso do perfil IFSP-T8 no qual os perfis IFSP-T7 e IFSP-T8 foram obtidos com alterações
geométricas realizadas nos perfis Selig 1223, Eppler 423 e Worthmann FX-74.
Em comparação com o perfil Eppler 423 utilizado na aeronave Taperá em 2009, o perfil
IFSP-4 possui uma espessura máxima um pouco maior e uma curvatura máxima um pouco menor,
novo perfil 20% maior, com um aumento na eficiência aerodinâmica de 105 para 110 e manteve o
ângulo de estol em 13°. As curvas características do perfil IFSP-4 estão apresentadas na Figura 4, e
são comparadas com as dos perfis Selig 1223, Eppler 423, IFSP-T7, IFSP-T8 e Worthmann FX-74.
2,5 0,12
S1223
Coeficiente de Sustentação
0,1
2
Coeficiente de Arrasto
E423
0,08 IFSP-4
1,5 S1223 IFSP-T7
E423 0,06 IFSP-T8
1 IFSP-4 WFX-74
IFSP-T7 0,04
0,5 IFSP-T8
0,02
WFX-74
0 0
-10 -5 0 5 10 15 -10 -5 0 5 10 15
Ângulo de Ataque (graus) Ângulo de Ataque (graus)
120 -10 -5 0 5 10 15
Eficiência Aerodinâmica (cl/cd)
0
100
Coeficiente de Momento
-0,05 S1223
80 E423
S1223
-0,1 IFSP-4
60 E423
IFSP-T7
IFSP-4 -0,15 IFSP-T8
40 IFSP-T7
WFX-74
IFSP-T8 -0,2
20
WFX-74
0 -0,25
-10 -5 0 5 10 15 -0,3
Ângulo de Ataque (graus) Ângulo de Ataque (graus)
Outro fator que foi avaliado seguindo uma observação realizada pela comissão organizadora
Reynolds nas características aerodinâmicas do perfil selecionado. Para essa simulação, a equipe
variou o número de Reynolds da velocidade de estol até a velocidade máxima, ou seja, de 300000 até
500000 com incrementos de 50000, sendo que os gráficos relativos a essa análise estão apresentados
na Figura 5.
2.5 0.09
0.08 300000
Coeficiente de Sustentação
Coeficiente de Arrasto
2 0.07 350000
0.06 400000
1.5 450000
300000 0.05
500000
350000 0.04
1
400000 0.03
0.5
450000 0.02
500000
0.01
0 0
-10 -5 0 5 10 15 -10 -5 0 5 10 15
Ângulo de Ataque (graus) Ângulo de Ataque (graus)
0
120
Coeficiente de Momento
-0.05 300000
100
350000
80 -0.1 400000
300000 450000
60 -0.15
350000 500000
40 400000
-0.2
450000
20
500000 -0.25
0
-10 -5 0 5 10 15 -0.3
Ângulo de Ataque (graus) Ângulo de Ataque (graus)
A avaliação das curvas permite observar que o perfil IFSP-4 praticamente não sofre influência
momento, já para menores números de Reynolds, o coeficiente de arrasto torna-se um pouco maior, o
que prejudica um pouco a eficiência aerodinâmica em baixas velocidades, porém, mesmo para um
número de Reynolds de 300000, a eficiência aerodinâmica é da ordem de 100 e vale ressaltar que
embora não estejam mostrados nos gráficos da Figura 5, os outros perfis avaliados também
Para a determinação da forma geométrica ideal da aeronave, foi realizada uma série de
simulações com modelos de asas retangular, trapezoidal e mista, nessas simulações foram feitas
variações na envergadura desde 1,80m até 3,00m buscando encontrar a melhor solução para o
Para cada uma das dimensões D apresentadas na Tabela 1, foram realizadas simulações com
um modelo de asa retangular, uma trapezoidal e uma mista, o que resultou em 36 aeronaves avaliadas
até se chegar na melhor configuração para o projeto, sendo que a Tabela 1 mostra apenas os
polar de arrasto de cada uma das aeronaves, aliada a capacidade de carga útil e o impacto dessa carga
Para a situação da dimensão D=5687mm adotada como melhor solução pela equipe, a
envergadura foi fixada em 2,6m e o alongamento em 6,5. Para cada um dos casos avaliados nessas
condições de envergadura e alongamento, a área da asa determinada pela equação (1) foi de 1,04m²,
b2
S= (1)
AR
coeficiente de sustentação máximo para cada um dos modelos de asa em estudo através do modelo
a0
a= (2)
1 + (57,3 ⋅ a0 / π ⋅ e ⋅ AR)
Também é importante citar que para o perfil IFSP-4 utilizado na construção da asa, o valor do
variação de eficiência (e) é muito pequena, o valor do CLmáx para cada uma das asas simuladas
ficaram muito próximos entre si como pode ser observado na Figura 6a, porém conforme se altera a
envergadura e principalmente o alongamento da asa (menores dimensões D), pode-se notar na Figura
Comparação das curvas do coefeciente de sustentação Com paração das curvas do coeficie nte de s ustentação em
em função do ângulo de ataque - (Perfil-Asa) D = 5687mm função do ângulo de ataque considerando a variação da
dim ens ão D e do alongam ento da asa
2,5 2,5
Coeficiente de sustentação
2,0 2,0
Coeficiente de sustentação
1,5 1,5 IFSP-4
D = 4500m m
1,0 IFSP-4 1,0 D = 5000m m
Retangular D = 5500m m
0,5 D = 5687m m
Trapezoidal 0,5
D = 6000m m
Mista
D = 6500m m
0,0 0,0
0 2 4 6 8 10 12 14 0 2 4 6 8 10 12 14
Ângulo de ataque (graus) Ângulo de ataque (graus)
(a) (b)
A análise da Figura 6a permite observar que para a dimensão D=5687mm adotada pela equipe
como ideal para o projeto, o máximo coeficiente de sustentação das asas simuladas estão próximos de
Como forma de validar o ângulo de estol obtido pela análise do gráfico, a equipe realizou um
ensaio simulando um túnel de vento com a aeronave em escala 1:1 montada sobre um suporte na
caçamba de um automóvel.
A partir dessa montagem, o veículo se deslocou sobre uma pista plana permitindo avaliar as
condições de baixo e elevado ângulo de ataque da aeronave, com a velocidade variando desde a
O ensaio foi conduzido com fitas de plástico presas ao extradorso da asa considerando uma
avaliação qualitativa e visual, pois a equipe não possui instrumentação para a realização de um ensaio
A análise das imagens permite observar que com o avião nivelado o escoamento permanecia
colado sobre o extradorso da asa em uma condição de escoamento laminar, e para elevados ângulos
Porém, para se definir o modelo de asa de melhor resultado para a aeronave, foi necessário o
desenvolvimento do projeto completo do avião, assim, foram definidas as mínimas áreas requeridas
para as superfícies vertical e horizontal da empenagem, bem como a forma geométrica da fuselagem
proposto por McCormick [9], com a solução das Equações (3) e (4).
lVt ⋅ SVt l Ht ⋅ S Ht
VVt = (3) V Ht = (4)
b⋅S c ⋅S
Nos cálculos realizados os valores de lHt e lVt foram alterados em função da dimensão D
desejada para a aeronave. O modelo geométrico adotado para as duas superfícies é o trapezoidal com
as dimensões bH = 0,68m e bV = 0,27m obtidas para a aeronave escolhida pela equipe com D=
Outro fator relevante na análise foi o posicionamento da empenagem acima do bordo de fuga
da asa, essa aplicação teve como finalidade evitar que a esteira de vórtices da asa interferisse nas
superfícies de controle, e para se verificar essa condição, a equipe também realizou um ensaio
A estrutura da fuselagem foi amplamente discutida pela equipe, e mesmo sem a necessidade
de um compartimento de carga com dimensões pré-definidas, foi feita a opção por um compartimento
com dimensões internas de 100mm na largura por 150mm de altura e 350mm de comprimento. Essa
condição foi definida após a realização de muitos estudos que mostraram ser esta uma melhor
embarcados na aeronave. Assim, definidos os principais componentes, foi realizada uma estimativa
de peso vazio considerando as diversas dimensões analisadas. Essa estimativa foi fundamental para
Uma vez definida a configuração aerodinâmica da aeronave, foi realizado o cálculo da polar
de arrasto de cada uma das aeronaves simuladas conforme o modelo apresentado por Raymer [12] a
15
partir da solução das Equações (5) e (6), com a parcela referente ao arrasto induzido determinada
S wet
C D = C D 0 + C Di (5) C D0 = ⋅ C Fe (6)
S
Foi adotado CFe = 0,0055 para aeronaves leves em regime de voo subsônico e a área de
2
CL 2
C Di = = K ⋅ CL (7)
π ⋅ e0 ⋅ AR
As curvas da polar de arrasto em função da dimensão D para cada um dos modelos avaliados
mostradas na Figura 9, permitiram uma visualização das configurações capazes de fornecer a maior
eficiência aerodinâmica (L/D)máx, porém como o objetivo é maximizar a pontuação total, percebeu-se
que devido a redução do alongamento, as aeronaves menores se mostraram menos eficientes (menor
relação L/D), fato que ocorre devido ao aumento do arrasto induzido, tornando essas configurações
com um potencial menor de maximização de pontuação do projeto, dessa forma, a escolha do modelo
e das dimensões ideais para a asa somente foi concluída após o cálculo da carga paga e da simulação
Polar de arrasto das aeronaves simuladas - D = 5687mm Comparação da polar de arrasto em função da dimensão D
2,0 2,0
1,8 1,8
1,6 1,6
Coeficiente de sustentação
Coeficiente de sustentação
1,4 1,4
1,2 1,2
1,0 1,0 D = 4500mm
D = 5000mm
0,8 0,8
D = 5500mm
0,6 0,6
Retangular D = 5687mm
0,4 0,4 D = 6000mm
Trapezoidal
0,2 Mista 0,2 D = 6500mm
0,0 0,0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
Coeficiente de arrasto Coeficiente de arrasto
(a) (b)
O cálculo do peso máximo de decolagem foi essencial para o desenvolvimento dos dados da
Tabela 1, e também permitiu a determinação da forma geométrica da asa. Esse cálculo foi realizado
com a solução da Equação (8), que representa um modelo teórico sugerido por Anderson [3].
16
1,44 ⋅ W 2
S L0 = (8)
g ⋅ ρ ⋅ S ⋅ C Lmáx ⋅ {T − [D + µ ⋅ (W − L )]}0 ,7VL 0
A solução da Equação (8) forneceu como resultados o peso máximo de decolagem para cada
setor. Do valor obtido, foi descontado o peso vazio da aeronave como forma de se obter a carga paga
Nesse ponto, é importante citar que os dados mostrados nesta tabela são referentes a
condições de atmosfera padrão ao nível do mar e contemplam apenas o melhor resultado de cada
simulação realizada com o respectivo modelo de asa que propicia a melhor condição de projeto. As
correções para altitude são mostradas na determinação do gráfico de carga útil em função da altitude
densidade.
A partir dos valores mostrados na Tabela 4, a equipe realizou uma simulação de pontuação e
verificou a partir dos resultados mostrados na Tabela 1, que a melhor condição final é obtida para
uma aeronave com D = 5687mm. A asa possui a forma geométrica trapezoidal, com 2,6m de
envergadura, corda de 0,5m na raiz e 0,3m na ponta, definindo assim o modelo geométrico ideal para
a asa da aeronave Taperá de 2010. Toda a metodologia aerodinâmica apresentada foi aplicada para as
36 configurações simuladas pela equipe, porém no presente relatório apenas os resultados mais
3 – ANÁLISE DE DESEMPENHO
Para o cálculo das características de desempenho da aeronave Taperá de 2010, foi utilizado
como referência uma decolagem no 2° setor, pois como apresentado anteriormente se caracteriza em
uma melhor condição para a maximização de pontuação. Todos os cálculos apresentados na análise
condições diversas de altitude, assim, a análise foi realizada ao nível do mar e para altitudes de 700m,
1000m e 1200m.
O primeiro ponto da análise de desempenho foi a escolha e seleção da hélice, para esse
propósito, foram realizados ensaios para se medir a tração estática em alguns modelos de hélices
comerciais conforme mostrado na Figura 10, e os valores resultantes do ensaio foram comparados
aos obtidos pela aplicação de um modelo propulsivo proposto por Durand & Lesley [5] e Anderson
PE ⋅ η h PE p
Td = (9) Tv =0 = K T 0 ⋅ (10) K T 0 = 57000 ⋅ 1,97 − (11)
v n ⋅ Dh Dh
A Equação (10) fornece a tração estática em (lb), e, portanto, o resultado obtido foi convertido
para (N) como forma de se obter o valor no sistema internacional de unidades (SI). A Figura 11
mostra as curvas de tração disponível e de eficiência das hélices em função da razão de avanço,
30 0,6
MAs 13"x5"
Eficiência da hélice
Bolly 13,5"x5" 0,5
20 0,4
0,3
A hélice escolhida pela equipe foi a APC13”x4”, e percebe-se pela análise dos gráficos que
esta representa a melhor opção na faixa de velocidades de decolagem. No ensaio realizado para
medição da tração estática, essa hélice proporcionou uma rotação n=12450rpm com uma potência no
eixo de 1000W e uma eficiência máxima de 62%. A Tabela 5 mostra a comparação dos resultados
obtidos pela análise teórica e pelo ensaio realizado para a medição da tração estática.
Uma vez definidas as características de propulsão da aeronave, a partir dos valores de tração
disponível da hélice escolhida, foram determinados o peso máximo de decolagem e a carga útil
transportada além de realizado o traçado o gráfico de carga útil em função da altitude densidade para
o 2° setor. A priori, a equipe calculou o peso máximo de decolagem para o nível do mar através da
aplicação da Equação (8) e em uma segunda etapa realizou o mesmo cálculo para altitudes variando
até 2300m com incrementos de 100m como forma de representar o gráfico da carga útil em função da
altitude densidade. Na solução da Equação (8), foi adotado um coeficiente de atrito µ = 0,03 para
pista de asfalto, sugerido por Rodrigues [13], também se considerou a influência do efeito solo e
19
foram utilizados os parâmetros da polar de arrasto da aeronave segundo sugestões de Anderson [3]
para uma condição média em 70% da velocidade de decolagem e com uma velocidade de decolagem
20% maior que a velocidade de estol da aeronave, nessas condições, a força de sustentação e força de
1 1
L=
2
2
⋅ ρ ⋅ (0,7 ⋅ v L 0 ) ⋅ S ⋅ C LL 0 (12) D=
2
2
( 2
⋅ ρ ⋅ (0,7 ⋅ v L 0 ) ⋅ S ⋅ C D 0 + φ ⋅ K ⋅ C LL 0 (13) )
Com a finalidade de se avaliar o comprimento de pista necessário e a relação tração/peso
pista em função do peso total e da altitude e a variação da relação T/W para a decolagem em função
do comprimento de pista.
Variação do comprimento de pista para decolagem em Relação T/W necessária para a decolagem da aeronave
função do peso total da aeronave (2º Setor) em função do comprimento de pista
180 0,6
160 h = 0m
0,5
140 h = 700m
h = 1000m
120 0,4
Relação (T/W)
h = 1200m
Peso total (N)
100
0,3
80
60 h = 0m 0,2
h = 700m
40
h = 1000m 0,1
20 h = 1200m
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 0 10 20 30 40 50 60 70
Comprimento de pista (m) Comprimento de pista (m)
(a) (b)
Equação (8) e a tração disponível foram determinadas para a altitude em estudo. A Figura 13 mostra
o gráfico de carga útil em função da altitude densidade em uma condição de decolagem no 2° setor e
altitude e a equação característica dos pontos linearizados do gráfico de carga útil em função da
altitude densidade.
ρ
Tdh = Td 0 ⋅ (14) Cu = 13,47 − 0,0015 ⋅ h (setor 2) (15)
ρ0
20
16
14
Cu = -0,0015h + 13,47
12
2 2º Setor
Linear (2º Setor )
0
0 500 1000 1500 2000 2500
Altitude densidade (m)
capacidade da aeronave se manter em voo com o peso máximo de decolagem para o 2° setor. A
avaliação foi realizada para o nível do mar e para as altitudes de 700m, 1000m e 1200m. As curvas
de tração são mostradas na Figura 14a, e na Figura 14b pode-se verificar a variação da força de
arrasto parasita e da força de arrasto induzido para uma condição de 1200m de altitude, valor
50 h=0m h=1200m
50 Di
h=700m
40 h=1000m D0
40
Tração (N)
h=1200m
Tração (N)
30
30
20 20
10 10
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 0 5 10 15 20 25 30 35
Velocidade (m/s) Velocidade (m/s)
(a) (b)
Na determinação dos gráficos mostrados na Figura 14, a tração disponível foi corrigida em
função da altitude em estudo pela solução da Equação (14) e a tração requerida foi calculada pela
21
Equação (16) que se fundamentou nos parâmetros da polar de arrasto da aeronave com a faixa de
1
Tr = D =
2
⋅ ρ ⋅ v 2 ⋅ S ⋅ C D0 + K ⋅ C L
2
( ) (16)
As curvas de potência disponível e requerida também foram traçadas para as mesmas altitudes
avaliadas no estudo da tração e os pontos foram obtidos com a aplicação das Equações (17) e (18).
Pd = Td ⋅ v (17) Pr = Tr ⋅ v (18)
Como a equipe optou por uma decolagem no 2° setor, após a determinação das curvas de
aeronave. Segundo Roskam [14] a razão de subida de uma aeronave é calculada em função da sobra
Taperá foi obtido para as diversas altitudes em estudo a partir da solução das Equações (19) e (20) e
Pd − Pr RSmáx
Rs = (19) θ Rsmáx = arctg (20)
W vh
Potência disponível e reque rida em função da Razão de subida em função da v elocidade (2º Setor)
velocidade - (2° Setor)
1,4
600 h = 0m
h = 700m
1,2
h = 1000m
h = 1200m
500
Razão de subida (m/s)
400 0,8
Potência (W)
300 0,6
0,4
200
h = 0m
h = 700m 0,2
100 h = 1000m
h = 1200m 0
0 0 5 10 15 20 25 30
0 5 10 15 20 25 30 35
Velocidade (m/s) Velocidade (m/s)
(a) (b)
Tanto nas curvas de tração como de potência fica evidente que um aumento de altitude reduz
a capacidade de voo da aeronave, uma vez que as curvas se tornam cada vez mais próximas, também
22
sendo importante ressaltar que a mínima velocidade permissível pela aerodinâmica da aeronave é a
Setor 2
Altitude
Wmáx ∆P RSmáx θRSmáx
h = 0m 169,19N 195,50W 1,15m/s 3,67 graus
h = 700m 158,15N 159,96W 0,95m/s 3,00 graus
h = 1000m 153,58N 144,79W 0,85m/s 2,72 graus
h = 1200m 150,58N 134,67W 0,79m/s 2,53 graus
O resultado obtido para h = 1200m mostra que tanto o ângulo quanto a razão de subida da
aeronave são muito pequenos determinando um ponto muito importante para que o piloto defina a
técnica de pilotagem, com o objetivo de se evitar o estol nos instantes iniciais que sucedem a
decolagem.
pelas condições de mínima tração requerida e mínima potência requerida foram determinadas
segundo recomendações de Russel [15] para cada uma das altitudes em estudo. O cálculo foi
realizado a partir da solução das Equações (21) e (22) e os resultados obtidos são mostrados na
1/ 2 1/ 4 1/ 2 1/ 4
2 ⋅W K 2 ⋅W K
vTr min = ⋅ (21) v Pr min = ⋅ (22)
ρ⋅S C D0 ρ ⋅S 3 ⋅ C D0
Setor 2
Altitude
vmáx-Alcance CL/CD(máx) vmáx-Autonomia CL3/2/CD(máx)
h = 0m 21,54m/s 12,98 16,37m/s 11,19
h = 700m 22,28m/s 12,99 16,93m/s 11,15
h = 1000m 22,61m/s 12,97 17,18m/s 11,16
h = 1200m 22,83m/s 12,96 17,35m/s 11,18
23
altitude, foi possível a determinação do envelope de voo da aeronave com a obtenção do respectivo
teto de voo absoluto teórico. Conforme a altitude aumenta, as curvas de tração disponível e requerida
se tornam cada vez mais próximas, restringindo a faixa operacional de velocidades da aeronave. Para
uma altitude h = 3700m, as duas curvas se tangenciam, determinando o teto máximo absoluto teórico.
a restrição estrutural definida pela velocidade de manobra obtida no diagrama v-n. O envelope de voo
10
2500
Altitude (m)
8 2000
6
1500
1000
4
500
CL/CD
2
CL(3/2)/CD 0
0 0 5 10 15 20 25 30
0 5 10 15 20 25 30 35 Velocidade m /s
Velocidade (m/s) (b)
(a)
A razão de descida também foi calculada para as diversas altitudes em estudo com a solução
das Equações (23) e (24). O cálculo dessas equações foi realizado para uma condição de máximo
1 2 ⋅ W ⋅ cos γ
tgγ = (23) RD = ⋅ senγ (24)
( L / D ) máx ρ ⋅ S ⋅ CL
Durante a corrida de pouso até a parada total da aeronave o cálculo foi fundamentado segundo
Anderson [3], considerando uma velocidade de aproximação igual a 1,3 da velocidade de estol.
1,69 ⋅ W 2
S P0 = (25)
g ⋅ ρ ⋅ S ⋅ C Lmáx ⋅ [D + µ ⋅ (W − L )]0, 7 vpo
24
Considerando o peso máximo total calculado de 169,69N para o projeto ao nível do mar, a
Equação (25) forneceu como resultado SP0 = 54,25m, o que garante o pouso dentro do limite
estipulado pelo regulamento sem a aplicação de freios. Também se realizou a solução da Equação
(25) para as várias altitudes em estudo e diversas condições de peso e os resultados obtidos são
0 10 20 30 40 50 180
0
160
-0,5
140
-1
Razão de descida (m/s)
120
-1,5
-3 60
h = 0m h = 0m
-3,5 40 h = 700m
h = 700m
-4 h = 1000m
h = 1000m 20
h = 1200m
-4,5 h = 1200m 0
-5 0 10 20 30 40 50 60 70
Velocidade horizontal (m/s) Comprimento de pista para pouso (m)
(a) (b)
estudo para o cálculo do raio de curvatura mínimo e do máximo ângulo de inclinação das asas
conforme Equações (26), (27), (28) e (29) e os resultados obtidos são mostrados na Tabela 8.
4 ⋅ K ⋅ (W / S ) 4 ⋅ K ⋅ C D0
v Rmín = (26) n Rmín = 2 − (27)
ρ ⋅ (T / W ) (T / W ) 2
4 ⋅ K ⋅ (W / S ) 1
Rmín = (28) φ = arccos (29)
g ⋅ ρ ⋅ (T / W ) ⋅ 1 − 4 ⋅ K ⋅ C D 0 /(W / S ) 2
n Rmín
Tabela 8 – Determinação do raio de curvatura mínimo e do máximo ângulo de inclinação das asas.
Setor 2
Altitude
vRmin nRmin Rmin φ
h = 0m 13,17m/s 1,36 19,08m 42,84 graus
h = 700m 14,27m/s 1,35 22,76m 42,36 graus
h = 1000m 14,72m/s 1,34 24,38m 42,17 graus
h = 1200m 14,94m/s 1,34 25,18 m 42,10 graus
25
4. ANÁLISE DE ESTABILIDADE
obter um ponto coincidente tanto com a aeronave vazia como carregada, desse modo, neste ano a
equipe definiu uma margem compreendida entre 25% e 30% da cma e aplicou a equação de
equilíbrio de modo a posicionar o grupo moto-propulsor em uma posição que permitisse a obtenção
relação ao CG, o grupo moto-propulsor foi posicionado a 0,45m em relação ao CG garantindo que o
mesmo permaneça fixo em 30% da cma independente da aeronave estar vazia ou carregada.
aeronave como apresentado na Figura 19a. Os parâmetros característicos para o traçado da curva de
estabilidade longitudinal estática foram calculados pelas equações presentes na obra de Nelson [11],
onde se determinou os coeficientes de momento de cada componente individual e por fim se realizou
a soma para a aeronave completa. Através da análise da Figura 19a verifica-se que a aeronave possui
estabilidade longitudinal estática uma vez que as relações dC MCG dα < 0 e CM0 > 0 são atendidas.
26
O ponto neutro (44% da cma) e a margem estática (14,7%) foram obtidos a partir das
Equações (30) e (31) para uma condição de carregamento máximo com a decolagem realizada no 2°
setor.
cmαf at ∂ε
hn = hac − + η ⋅ VH ⋅ ⋅ 1 − (30) me = hn − hCG (31)
a a ∂α
A partir da solução da Equação (32) foi determinado o ângulo de trimagem do profundor para
para a velocidade mínima e 1,10° para a máxima, com o curso de comando variando entre -10° e
C M 0 a + C Mαa ⋅ α
δ trim = (32)
VH ⋅ η ⋅ C Lαt
teoria sugerida pelas referências [8], [11], [15] e [16], e para essa situação, a equipe buscou obter
(33) e (34). Os fatores Kn = 0,04 e KRL = 1 foram obtidos em gráficos empíricos presentes na
USAF [16].
S F ⋅ lF dσ
C nβ = − K n ⋅ K RL ⋅ + VVt ⋅ηV ⋅ aVt ⋅ 1 + (33)
Sw ⋅ b dβ
b2
C Lβ = −2 ⋅ a ⋅ ϕ ⋅
∫
0
cy ⋅ d y
(34)
S ⋅b
mostrado na Figura 19b é possível observar que a aeronave possui a tendência de retornar a sua
posição de equilíbrio após qualquer perturbação sofrida uma vez que os critérios característicos são
atendidos.
27
Coeficiente de momento ao redor do CG em função do Análise dos coeficie ntes de estabilidade latero
ângulo de ataque direcional es tática
0,15
0,02
Asa
0,1 Profundor 0,015
Fuselagem
Coeficiente de momento
0,01
Coeficiente de momento
Aeronave
0,05
0,005
0 0
0 2 4 6 8 10 -4 -2 0 2 4
-0,005
-0,05
-0,01
-0,1 C Lb et a
-0,015
C nb et a
-0,02
-0,15
Ângulo de ataque (graus) Ângulo de des vio (graus)
(a) (b)
proposta por Nelson [11] e Russel [15] com a utilização dos modelos teóricos de aproximação. As
e “short period” e para a estabilidade latero-direcional os modos de espiral, rolamento e “dutch roll”.
Todas as derivadas de estabilidade foram determinadas a partir das equações propostas em Nelson
Embora a obra de Nelson [11] apresente a metodologia de solução exata com a solução das
equações matriciais completas, foi utilizado como critério de solução o método de aproximação para
cada um dos modos característicos, sendo que as equações propostas para esse modelo fornecem um
erro muito pequeno quando comparados a solução exata. No método utilizado, a equipe fez uso das
28
Equações (35) até (45), e avaliou as raízes obtidas como forma de identificar se a aeronave possui ou
− Zu ⋅ g − Xu
Phugoid: ω np = (35), ζ p = (36), λ1, 2 = −ζ p ⋅ ω np ± i ⋅ ω np ⋅ 1 − ζ p 2 (37)
u0 2 ⋅ ω np
Zα ⋅ M q Z
Short Period: ω nsp = − M α (38), ζ sp = M q + M α& + α (2 ⋅ ω nsp ) (39)
u0 u0
Lβ ⋅ N r − Lr ⋅ N β
Espiral: λ spiral = (41)
Lβ
Yβ + u 0 ⋅ N r Y ⋅ N r − N β ⋅ Yr + u 0 ⋅ N β
Dutch roll: λ2 − ⋅ λ + β = 0 (43)
u0 u0
Yβ ⋅ N r − N β ⋅ Yr + u0 ⋅ N β 1 Y + u0 ⋅ N r
ωnDR = (44), ζ DR = − ⋅ β (45)
u0 2 ⋅ ωnDR u0
Para o inicio do projeto elétrico da aeronave Taperá 2010, foi determinado cada um dos
Tabela 12. Nos testes realizados, as marcas avaliadas foram Hobbico, JR, Hitec e Futaba e o objetivo
principal foi obter e selecionar servos capazes de produzir uma força tangencial de 35N e um torque
Após a realização de testes com os servos mostrados na Tabela 12, a equipe optou por utilizar
na aeronave os servos da marca Futaba, modelo S3151, sendo que as superfícies responderam
prontamente ao comando e suportaram todos os esforços em diversas condições de voo nos testes
comprimento da fiação para a condição mais critica que é a decolagem da aeronave, onde o máximo
de energia é exigido por todo o sistema elétrico. A Tabela 13 mostra as características do sistema
elétrico.
O primeiro ponto de análise para o projeto estrutural da aeronave foi a determinação e traçado
do Diagrama v-n de manobra e de rajada de acordo com as recomendações presentes nas referências
[4], [6], [10], [12] e [13]. Foi adotado como fator de carga limite o valor de 2,5, essa iniciativa teve
como objetivo fundamental aumentar a eficiência e resistência estrutural com uma aeronave leve e
manobra, a velocidade de mergulho e o fator de carga limite negativo a partir da solução das
Para as rajadas, foram consideradas rajadas de 2m/s, 4m/s e 6m/s com a solução das Equações
(50), (51) e (52), e o diagrama v-n de manobra e rajada obtido está apresentado na Figura 21.
ρ SL ⋅ v ⋅ a ⋅ K g ⋅ U g 0,88 ⋅ µ 2 ⋅ (W / S )
n = 1± (50) Kg = (51) µ= (52)
2 ⋅ (W / S ) 5,3 + µ ρ ⋅ g ⋅c ⋅a
5,0
4,0
nult +
3,0
v* B nlim + C
Fator de carga (g's)
6m/s 4m/s
2,0
2m/s
1,0
vd
2m/s
0,0
A
0 5 10 vestol 15 20 25 4m/s 30 35
6m/s
E D
-1,0
nlim -
nult -
-2,0
Velocidade (m /s)
metodologia seguiu o modelo sugerido por Anderson [2] através da solução das Equações (53), (54),
(55) e (56) e foi complementada com a aplicação da aproximação de Schrenk como forma de se obter
2
2⋅ y
L( y ) = ρ ⋅ v ⋅ Γ( y ) (53) Γ( y ) = Γ0 ⋅ 1 − (54)
b
4⋅L
Γ0 = (55) L = n lim ⋅ W (56)
ρ ⋅ v ⋅b ⋅π
200
200N/m
150
100
Elíptica
50 Trapezoidal
Schrenk
0
-1,3 -1,1 -0,9 -0,7 -0,5 -0,3 -0,1 0,1 0,3 0,5 0,7 0,9 1,1 1,3
Posição relativa da envergadura (m)
Uma vez determinado o carregamento atuante, foi realizado o cálculo da tensão atuante na
longarina da asa, para essa avaliação foi realizada uma análise numérica com o auxílio do Cosmos e
o resultado foi comparado com o cálculo analítico realizado a partir da aplicação da equação
fundamental da flexão. A longarina principal é de alumínio 2014 com uma estrutura caixão, sendo a
asa construída completamente com madeira balsa e compensado aeronáutico com chapeado de balsa
no bordo de ataque e no bordo de fuga. Também existem três longarinas secundárias de madeira
balsa 10mm x 10mm e uma baioneta de alumínio com 10mm de diâmetro próxima ao bordo de fuga.
“Cosmos Express” são mostrados na Figura 23 e os resultados obtidos são mostrados na Tabela 14.
33
A fuselagem foi construída com a utilização de compensado aeronáutico e foi montada com a
utilização de uma estrutura treliçada cortada na própria chapa, com o boom separado do corpo da
fuselagem de forma a reduzir o volume de transporte. A análise do carregamento foi realizada com
a tração gerada pela hélice (50N) e o carregamento de sustentação da asa (200N). Esse modelo
construtivo se comportou muito bem durante os testes realizados em vôo, resistindo a todos os
esforços e apresentando grande leveza (fuselagem + empenagem + asa = 2,6kg). A máxima tensão
de von Mises obtida na estrutura da fuselagem foi de 6,7MPa, valor abaixo do limite de resistência do
modo similar ao modelo utilizado para a asa. Com a aplicação da aproximação de Schrenk se
Cosmos foram determinadas as tensões atuantes na longarina, que é de fibra de carbono com 10mm
de diâmetro. Essa metodologia também foi comparada com os resultados obtidos pelo cálculo
analítico de flexão. Na análise foi considerada a situação crítica da velocidade de estol com o
destinou 40% da sua área para a articulação do leme de direção. A Figura 25 mostra a distribuição de
70
70N/m
Força de sustentação (N)
60
50
40
30
Elíptica
20
Trapezoidal
10 Schrenk
0
-0,3 -0,3 -0,3 -0,2 -0,2 -0,1 -0,1 -0,1 -0 0,02 0,06 0,1 0,14 0,18 0,22 0,26 0,3 0,34
O trem de pouso principal da aeronave Taperá de 2010 foi construído em fibra de carbono e o
trem do nariz construído em aço. Para a determinação do carregamento dinâmico atuante foram
consideradas três situações críticas segundo recomendações de Kroes & Rardon [7]: a) pouso realizado
em três rodas, b) o pouso nas duas rodas do trem principal e c) pouso em uma das rodas do trem principal
caracterizando a situação mais crítica. Para uma condição de peso máximo de decolagem para o 2° setor,
35
os carregamentos vertical e horizontal resultantes foram respectivamente 425N e 170N, sendo que para a
obtenção desses valores foi considerado um fator de carga para o carregamento vertical de 2,5 e o fator de
carga horizontal foi de 40% do vertical. A Tabela 16 mostra o carregamento obtido para cada uma das
A determinação das tensões atuantes no trem de pouso principal foi realizada com o auxílio
do Cosmos e foram realizadas análises para o pouso em duas rodas e para o pouso em uma única
roda, conforme pode ser observado na Figura 26. Para o trem do nariz a tensão atuante também foi
obtida com a simulação numérica no Cosmos, sendo que durante todos os testes de voo realizados até
o presente momento, o sistema de trem de pouso resistiu com segurança ao carregamento aplicado.
Através das análises realizadas é possível observar para o trem de pouso principal que em qualquer
situação avaliada, as máximas tensões de von Mises obtidas se encontram abaixo do limite de
7. CONCLUSÕES E AGRADECIMENTOS
aprendizado da engenharia aeronáutica pelos alunos integrantes da equipe que muito contribuiu para
ano, o projeto foi desenvolvido com uma grande evolução na parte construtiva da aeronave e na
estrutural e para seleção dos servos-comandos. Esses ensaios permitiram uma visualização qualitativa
das condições operacionais da aeronave e serviram como referência para a validação dos
fundamentos e cálculos analíticos realizados. Também foram executadas uma série de análises
grande leveza e com uma estrutura muito mais enxuta que a apresentada em 2009, foi possível obter
uma aeronave com 3,7kg caracterizando uma condição de excelente competitividade da aeronave.
A aeronave Taperá 2010 vem para a competição confiante na maximização de pontuação que
somente foi possível a partir da otimização das variáveis de aerodinâmica, estabilidade, desempenho
e estruturais de modo a obter o máximo de desempenho da aeronave, que foi comprovado durante os
testes iniciais de voo realizados que validaram os modelos analíticos aplicados e garantiram a
A equipe agradece a todas as pessoas que contribuíram com a realização desse projeto, e
Referências Bibliográficas
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[2] ANDERSON, JOHN. D. Fundamentals of Aerodynamics. 2ª Ed, McGraw-Hill, Inc. New York
1991.
[3] ANDERSON, JOHN. D. Introduction to Flight. 3ª Ed, McGraw-Hill, Inc. New York 1989.
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NACA 1920.
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1998.
[8] Ly, Ui-Loi. Stability and Control of Flight Vehicle, University of Washington. Seattle 1997.
[9] McCORMICK, BARNES. W. Aerodynamics, Aeronautics and Flight Mechanics. 2ª Ed, John
Wiley & Sons, Inc. New York 1995.
[11] NELSON, ROBERT. C., Flight Stability an Automatic Control, 2ª Ed, McGraw-Hill, Inc. New
York 1998.
[12] RAYMER, DANIEL, P. Aircraft design: a conceptual approach, AIAA, Washington, 1992.
Book – Taperá AeroDesign, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo,
Kansas, 1997.
[15] RUSSEL, J.B, Performance and stability of aircraft, Butterworth Heinemann, London, 2003.
[16] USAF., Stability and Control Datcom, Flight Control Division, Air Force Dynamics Laboratory,