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DÍVIDA DE EMPRÉSTIMO.
Em outras palavras, se a pessoa possui uma dívida oriunda de empréstimo comum junto ao
banco em que recebe o salário, o banco não pode utilizar o dinheiro constante na conta
corrente para compensar a dívida.
O salário do trabalhador é protegido constitucionalmente, de maneira que apenas poderá ser
retido em caso de prestações alimentícias.
Desta forma, a cláusula que autoriza a retenção de salário em favor do banco credor
afronta dispositivo constitucional e desrespeita a regra inserta no Código de Processo
Civil que prevê a impenhorabilidade dos vencimentos, dos subsídios, dos soldos, dos
salários, das remunerações, dos proventos de aposentadoria, das pensões, dos pecúlios e
dos montepios, bem como das quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao
sustento do devedor e de sua família.
Portanto, entende o Superior Tribunal de Justiça (Súmula 603) que não deve ser aplicada
a cláusula que permite a retenção salarial para pagamento do mútuo comum, pois se nem o
juiz tem o poder de ordenar a retenção de salário em caso de dívida não alimentícia, não é o
banco credor que poderá ter esse direito.
A vedação da retenção não significa que o banco ficará sem o pagamento da dívida , mas
apenas protege o salário do consumidor contra retenções indevidas. O banco poderá ingressar
judicialmente com ações de cobrança ou mesmo de execução, conforme o caso concreto.