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Hipóteses de Dispensa

e Inexigibilidade de
Licitação
Dispensa e Inexigibilidade de Licitação
Lei nº 8.666/93
Dos Crimes e das Penas
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses
previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades
pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
Dispensa e Inexigibilidade de Licitação
Acórdão nº 1122/2017 - TCU - Plenário

9.8. dar ciência à Secretaria de Saúde de Porto Alegre/RS acerca


das seguintes irregularidades (...):
(...)
9.8.3. dispensa indevida de licitação em sucessivas
contratações de serviços médicos caracterizadas indevidamente
como emergência, quando, na verdade, as respectivas
situações emergenciais foram decorrentes da falta de
planejamento da administração, em afronta à Lei 8.666/1993,
art.24, inciso IV, e Decisão TCU 347/1994- Plenário - (...);
Dispensa e Inexigibilidade de Licitação
Acórdão nº 1122/2017 - TCU - Plenário

9.8. dar ciência à Eletrobrás Distribuição Rondônia das seguintes


impropriedades:
(...)
9.8.3. celebração do Contrato 158/2011 por dispensa de
licitação de forma irregular (ausentes os fundamentos legais),
em descumprimento ao art. 24, inciso IV, da Lei 8.666/93 e
jurisprudência do Tribunal de Contas da União (...);

9.8.4. criação de nova modalidade de licitação, em


descumprimento ao §8º do art. 22 da Lei 8.666/1993 e
Jurisprudência do TCU (Decisão 402/96-TCU-Plenário);
Quando não será necessário licitar?
Constituição Federal (88)
Art. 37. (...)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação,
as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública (...)

A Lei nº 8.666/93 prevê as situações em que não


há necessidade de licitação, permitindo o que se
conhece por CONTRATAÇÃO DIRETA.
A Contratação Direta
É a possibilidade da Administração Pública contratar diretamente a
aquisição de bens, serviços ou obras, sem processo licitatório.

Modalidades de “contratação direta”


Licitação dispensável: o administrador pode ou não fazer a licitação,
nos casos previstos no art. 24 da Lei nº 8.666/93.
Licitação Inexigível: quando houver impossibilidade fática de
competição, conforme consta do art. 25, caput, da Lei nº 8.666/93
(enumeração exemplificativa nos incisos).
Licitação dispensada: a Lei impede a ocorrência da Licitação nas
hipóteses previstas no art. 17 da Lei nº 8.666/93 - todas se referem a
alienação de bens móveis e imóveis.
Obs 1: Toda contratação direta deve ser justificada com base no
disposto nos artigos 17, 24 e 25 da Lei nº 8.666/93.
Licitação Dispensável
HIPÓTESES DE DISPENSA (art. 24 da Lei 8666/93):
 A) Custo econômico da licitação:
 Incisos I e II;
 B) Custo temporal da licitação: (oportunidade)
 Incisos III, IV, XII, XVIII e XXXV;
 C) Ausência de potencialidade de benefício:
 Incisos V, VII, VIII, XI, XIV, XVII e XXIII;
 D) Destinação da contratação:
 incisos VI, IX, X, XIII, XV, XVI, XIX, XX, XXI, XXII,
XXIV a XXXIV;
O Estado visa outros fins que não a vantagem econômica.
Licitação Dispensável
CUIDADOS DISPENSA EM RAZÃO DO PEQUENO VALOR
 Somatório de parcelas (Fracionamento de licitações);
 Desnaturação do objeto (transformar serviços comuns
em obras de engenharia);
 Modificação superveniente do valor;
 Teoria da previsibilidade;

Para evitar o fracionamento, realizar controle de quantas


dispensas com o mesmo objeto (ou objetos afins) foram
realizadas mesmo exercício, bem como o valor gasto por
dispensa com cada fornecedor.
Contratação Direta
Orientação Normativa AGU Nº 11, de 01 Abr 09.

A CONTRATAÇÃO DIRETA COM FUNDAMENTO


NO INC. IV DO ART. 24 DA LEI Nº 8.666, DE
1993, EXIGE QUE, CONCOMITANTEMENTE,
SEJA APURADO SE A SITUAÇÃO
EMERGENCIAL FOI GERADA POR FALTA DE
PLANEJAMENTO, DESÍDIA OU MÁ GESTÃO,
HIPÓTESE QUE, QUEM LHE DEU CAUSA SERÁ
RESPONSABILI-ZADO NA FORMA DA LEI.
Licitação Dispensável
Jurisprudência do TCU

Acórdão 1705/2007 – TCU Plenário


Nas hipóteses de contratação direta de bens e serviços
sem licitação devem ser evidenciados todos os elementos
que caracterizem a razão de escolha do fornecedor ou
executante e a justificativa do preço contratado.
Licitação Dispensada
É aquela que a própria lei declarou-a como tal. A
própria ocorrência concreta da disposição legal
libera a Administração Pública de licitar.

“esses casos encontram justificativa na natureza


dos negócios, que têm destinatários certos, ou da
inviabilidade da competição licitatória.” (MEIRELLES, H.
L. Direito Administrativo Brasileiro. 29 Ed. São Paulo: Malheiros, 2007, p.88).

Para certos autores, nessas


situações, o administrador
estaria proibido de licitar,
invocando uma ofensa ao
princípio da economicidade.
LICITAR
Licitação Dispensada
Lei nº 8.666/93
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública (...)
obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis dependerá de autorização legislativa,
avaliação e licitação (...) DISPENSADA nos seguintes casos:
Exemplos: dação em pagamento, doação ou venda a
outro órgão público, permuta por outro imóvel,
investidura, regularização fundiária, etc

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação,


DISPENSADA esta nos seguintes casos:
Exemplos: doação para fins e uso de interesse social,
permuta ou venda a outro órgão público, venda de
ações, venda ao mercado de produtos relacionados à
atividade fim, etc
Inexigibilidade de Licitação
Ocorre quando a disputa é desnecessária ou
impossível, porque há inviabilidade de competição.
 Falta de Competidores (exclusividade):
 Único particular em condições de atender;
 Ex: Peça de reposição de um helicóptero;
 Singularidade na definição do objeto:
 Notória especialização intelectual ou criativa;
 Ex: serviços técnicos elencados no art. 13: estudos,
projetos, perícias, assessorias e outros;
 Notoriedade artística:
 Ex: Show de “Janifer Lopes” na Abertura da Copa.
Inexigibilidade de Licitação
CUIDADOS NA INEXIGIBILIDADE
SITUAÇÃO DE EXCLUSIVIDADE:
 Vedada a preferência por marca;
 Comprovação de exclusividade, por órgão de registro
comercial ou entidade sindical patronal;
 Monopólio, padronização ou única solução disponível.
SITUAÇÃO DE NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO:
 Titulação no âmbito de pós-graduação;
 Participação em organismos voltados a atividade;
 Êxito em serviços anteriores e Autoria de obras técnicas;
 Exercício do magistério superior;
 Ser necessária a intervenção do especialista.
Contratação Direta
Orientação Normativa AGU Nº 16, de 01 Abr 09

COMPETE À ADMINISTRAÇÃO AVERIGUAR A


VERACIDADE DO ATESTADO DE
EXCLUSIVIDADE APRESENTADO PARA OS
FINS DO ART. 25, INC. I, DA LEI Nº 8.666/1993 .
Contratação Direta
Orientação Normativa AGU Nº 17, de 01 Abr 09.

"A RAZOABILIDADE DO VALOR DAS


CONTRATAÇÕES DECORRENTES DE
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO PODERÁ SER
AFERIDA POR MEIO DA COMPARAÇÃO DA
PROPOSTA APRESENTADA COM OS PREÇOS
PRATICADOS PELA FUTURA CONTRATADA
JUNTO A OUTROS ENTES PÚBLICOS E/OU
PRIVADOS, OU OUTROS MEIOS IGUALMENTE
IDÔNEOS.
Formalização da Contratação Direta
Lei nº 8.666/93
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17
e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de
inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
justificadas, e o retardamento previsto no final do
parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão ser
comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade
superior, para RATIFICAÇÃO e PUBLICAÇÃO na
imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como
condição para a EFICÁCIA dos atos.
Formalização da Contratação Direta
Lei nº 8.666/93
Art. 26, § único - O processo de dispensa, de
inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste
artigo, será instruído, no que couber, com o seguinte:
I - caracterização da situação emergencial, calamitosa
ou de grave e iminente risco à segurança pública
que justifique a dispensa, quando for o caso; (inc. IV e
XXXV do art. 24)
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço;
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa
aos quais os bens serão alocados. (inc. XXI do art. 24)
“Não se Aplica” a Licitação
Lei Federal nº 8666/93
Art. 2º - As obras, serviços, inclusive de publicidade,
compras, alienações, concessões, permissões e locações
da Administração Pública, quando contratadas com
terceiros, serão ... precedidas de licitação.

Exemplos:
Pagamento de Pessoal;
Impostos;
Honorários Perito Judicial;
Taxa (tributo) Coleta lixo;
Taxa (despesas) condomínio;
etc.
Uso do poder de compra
do Estado como fomento
a atividade econômica
Uso do Poder de Compra do Estado
para o desenvolvimento econômico, social e sustentável
NOVA POLÍTICA DE COMPRAS: Eficiência das
Compras Públicas (Comprar mais rápido e melhor
pelo menor custo possível) com o uso do Poder de
Compra do Estado (Comprar de segmentos
estratégicos e relevantes para o desenvolvimento
econômico e social sustentável).

AÇÕES RARA A EFICIÊNCIA DAS COMPRAS PÚBLICAS:


 Prioridade para o Pregão Eletrônico;
 Projeto de Lei para substituição da Lei nº 8.666/93;
 Regime Diferenciado de Contratações (COPA);
 Prioridade para contratações de ME/EPP;
 Fomento ao setor produtivo nacional (margem de preferência);
 Contratações Ecologicamente Sustentáveis;
 Fomento a Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico.
Porque tratamento diferenciado a ME/EPP?
A Constituição Federal determina:
Art. 170, inciso XI - tratamento favorecido para as empresas de
pequeno porte constituídas sob leis brasileiras e que tenham
sede e administração no País; e
Art. 179 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno
porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado,
visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela
eliminação ou redução destas por meio de Lei”
 MPE’s Geram 6 vezes mais empregos do que as médias e grandes
empresas (empregos gerados/participação no PIB);
 Respondem por cerca de 67% dos empregos;
 Representam 99% das empresas formais estabelecidas no Brasil;
 são responsáveis por cerca de 25% do PIB;
 são responsáveis por 2,4% do valor total das exportações.
Alcance do Tratamento Diferenciado ME/EPP
Dec 8.538/2015 – Objetivo:
Art. 1º Nas contratações públicas de bens, serviços e
obras, deverá ser concedido tratamento favorecido,
diferenciado e simplificado para as microempresas e
empresas de pequeno porte, agricultor familiar,
produtor rural pessoa física, microempreendedor
individual - MEI e sociedades cooperativas de
consumo, com o objetivo de:
I - promover o desenvolvimento econômico e social
no âmbito local e regional;
II - ampliar a eficiência das políticas públicas; e
III - incentivar a inovação tecnológica.
Definição de ME e de EPP
Qual o limite da receita para enquadramento como ME ou EPP?
Microempresa (ME) = receita bruta, em cada ano-calendário,
igual ou inferior a R$ 360.000,00 (art. 3º da LC 123/2006);
Empresa de Pequeno Porte (EPP) = receita bruta, em cada
ano-calendário, superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a
R$ 4.800.000,00 (art. 3º da LC 123/2006);

Receita bruta = o produto da venda de bens e serviços nas


operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e
o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as
vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.
Instrumentos da Lei Complementar nº 123/2006
 Redução tributária (SIMPLES NACIONAL);

 Licitação exclusiva;

 Subcontratação de ME/EPP;

 Cotas;

 Habilitação diferenciada; e

 Preferência em casos de empate.


Tratamento Diferenciado ME/EPP
Lei Complementar 123/2006 – Habilitação diferenciada

Arts. 42 e 43
inversão das fases em todos os tipos de licitação,
regularidade fiscal e trabalhista somente na assinatura
do contrato (após declarado vencedor);
pode apresentar documentação de regularidade fiscal e
trabalhista, mesmo que esta apresente alguma restrição;
5 (cinco) dias úteis, a partir de ser declarado o vencedor,
prorrogáveis por igual período, para a regularização;
Tratamento Diferenciado ME/EPP
Lei Complementar 123/2006 – Preferência em Empate

Arts. 44 e 45
 Empate ficto: até 10% acima do menor preço nas
licitações da Lei 8.666/93, quando a melhor proposta for de
empresa de grande porte.
 Possibilidade de nova proposta, com prazo definido no
edital, cobrindo a proposta vencedora. Todo o
procedimento deve estar previsto no Edital.
 No Pregão, limite de 5% e prazo de cinco minutos, sob
pena de preclusão.
Tratamento Diferenciado ME/EPP
Lei Complementar 123/2006 – Acesso aos Mercados

Arts. 47 e 48:
1 – devem haver licitações exclusivas, quando o valor não
ultrapassar R$ 80.000,00;
2 – poderá haver exigência de subcontratação do objeto;
3 – divisão em cotas reservadas de até 25% do objeto;
4 – possibilitar a destinação dos empenhos e pagamentos
diretamente às MPE’s subcontratadas;
5 – prioridade para as microempresas e empresas de
pequeno porte sediadas local ou regionalmente, até o
limite de 10% (dez por cento) do melhor preço válido.
Tratamento Diferenciado ME/EPP
Orientação Normativa AGU nº 7, de 01.04.2009

O tratamento favorecido de que tratam os


arts. 43 a 45 da Lei Complementar nº 123, de
2006, deverá ser concedido às
microempresas e empresas de pequeno porte
independentemente de previsão editalícia.
Tratamento Diferenciado ME/EPP
Orientação Normativa AGU nº 47, de 25.04.2014

Em licitação dividida em itens ou lotes/grupos,


deverá ser adotada a participação exclusiva de
microempresa, empresa de pequeno porte ou
sociedade cooperativa (art. 34 da Lei nº
11.488/2007) em relação aos itens ou lotes/grupos
cujo valor seja igual ou inferior a R$ 80.000,00
(oitenta mil reais), desde que não haja a subsunção
a quaisquer das situações previstas pelo art. 10 do
decreto nº 8.538/2015.
Uso do Poder de Compra do Estado
Porque favorecer a Agricultura Familiar?

Agricultura Familiar Agronegócio

 Intensa concentração de capitais no setor agroalimentar (ex: 38,3% do


varejo de alimentos é hoje dominado por quatro grandes
supermercados);
 Concentração da produção em reduzido número de produtos com
maior vulnerabilidade a riscos internos e externos (2004/2005: 87,6%
da produção nacional de grãos concentrada em apenas três produtos -
soja, milho e arroz);
Programa de Aquisição de Alimentos
Orientações Iniciais da Lei

Lei nº 12.512, de 14 de outubro de 2011.


(...)
Art. 17. Fica o Poder Executivo federal, estadual, municipal e do Distrito
Federal autorizado a adquirir alimentos produzidos pelos [agricultores
familiares], dispensando-se o procedimento licitatório, obedecidas,
cumulativamente, as seguintes exigências:
I - os preços sejam compatíveis com os vigentes no mercado, em âmbito
local (...); e
II - seja respeitado o valor máximo anual ou semestral para aquisições de
alimentos, por unidade familiar (...) conforme definido em regulamento.

Parágrafo único. Produtos agroecológicos ou orgânicos poderão ter


um acréscimo de até 30% (trinta por cento) em relação aos preços
estabelecidos para produtos convencionais, observadas as condições
definidas pelo Grupo Gestor do PAA.
Programa de Aquisição de Alimentos
Quem pode vender?

Decreto nº 7.775/2012, art. 4º:


II. Agricultores Familiares, assentados da reforma agrária, silvicultores,
aquicultores, extrativistas, pescadores artesanais, comunidades
indígenas, comunidades quilombolas e demais povos e comunidades
tradicionais que possuam Declaração de Aptidão ao Pronaf – DAP Física.
III. Organizações da agricultura familiar que possuam DAP Pessoa Jurídica.

Lei 11.326/2006 - Art. 3º (...) considera-se agricultor familiar (...):


I - não detenha, a qualquer título, área maior do que quatro módulos fiscais;
II - utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas
atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;
III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades
econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma definida
pelo Poder Executivo;
IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.
Programa de Aquisição de Alimentos
Inovações

DECRETO Nº 8.473, DE 22 DE JUNHO DE 2015

Art. 1º - § 1º Do total de recursos destinados no exercício financeiro à


aquisição de gêneros alimentícios pelos órgãos e entidades de que trata o
caput, pelo menos 30% (trinta por cento) deverão ser destinados à aquisição
de produtos de agricultores familiares e suas organizações, empreendedores
familiares rurais e demais beneficiários que se enquadrem na Lei nº 11.326,
de 2006, e que tenham a Declaração de Aptidão ao Pronaf - DAP.

§ 2º A aquisição de que trata este artigo poderá ser realizada por


meio da modalidade descrita no inciso V do art. 17 do Decreto nº 7.775/2012
(...)
Art. 8º - Este Decreto entra em vigor em 1º de janeiro de 2016.
Programa de Aquisição de Alimentos
Inovações

LEI COMPLEMENTAR Nº 123, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2006

Art. 3o-A - Aplica-se ao produtor rural pessoa física e ao agricultor familiar


conceituado na Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006, com situação regular na
Previdência Social e no Município que tenham auferido receita bruta anual até
[igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais)] o
disposto nos arts. 6o e 7o, nos Capítulos V a X, na Seção IV do Capítulo XI e no
Capítulo XII desta Lei Complementar (...) (Incluído pela LC nº 147, de 2014)
(...)
CAPÍTULO V
DO ACESSO AOS MERCADOS
Das Aquisições Públicas
Art. 42. Nas licitações públicas, (...)
Meta de Aquisição de Alimentos
30% da Agricultura Familiar

Comprador

Vantagens da Compra Institucional:


- Maior alcance do Agricultor;
Compra - Simplicidade do processo; Benefícios da
Institucional - Não exige publicação no DOU; LC 123/2006
(Dec 7.775/2012) - Não exige ratificação; (art. 48)
- Preços de mercado (justo);
- Prazo de 10 dias (Port. 64/2013)

Agricultor Familiar
Programa de Aquisição de Alimentos
Boas Experiências
Preferência Egresso do Sistema Prisional
LEI nº 13.500, DE 26 DE OUTUBRO DE 2017

Art. 3º - A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a


vigorar com as seguintes alterações:

Art. 40 (...) § 5º - A Administração Pública poderá, nos


editais de licitação para a contratação de serviços, exigir
da contratada que um percentual mínimo de sua mão
de obra seja oriundo ou egresso do sistema
prisional, com a finalidade de ressocialização do
reeducando, na forma estabelecida em regulamento.
Preferência Egresso do Sistema Prisional
DECRETO Nº 9.450, DE 24 DE JULHO DE 2018
Art. 5º Na contratação de serviços, inclusive os de
engenharia, com valor anual acima de R$ 330.000,00, os
órgãos e entidades da administração pública federal direta,
autárquica e fundacional deverão exigir da contratada o
emprego de mão de obra formada por pessoas presas ou
egressos do sistema prisional... (3%, 4%, 5% ou 6%)
§ 3º Na fiscalização da execução do contrato, cabe à
administração pública contratante: I - oficiar a vara de
execuções penais sobre qualquer incidente (...)
§ 4º A administração pública poderá deixar de aplicar o
disposto neste artigo quando, justificadamente, a
contratação do preso ou egresso se mostrar inviável.
Preferência para o Produto Nacional
O Plano Brasil Maior, criado
em 02 de agosto de 2011, é
um programa do governo
brasileiro para aumentar a
competitividade da indústria
nacional, sob o lema "Inovar
para Competir. Competir
para Crescer“.
Fonte: Brasil, MDIC
Fonte: Valor Econômico

Destacam-se o seguinte conjunto de medidas:


• Desoneração das exportações (REINTEGRA – devolve 3% do faturamento);
• Desoneração da folha de pagamento (cai de 20% o INSS, para de 1,5% e 2,5%);
• Regime especial setorial automotivo (incentivo tributário ao investimento);
• Defesa comercial (Intensificação de medidas antidumping, etc);
• Compras governamentais (preferência de até 25% ao produto nacional);
• Desoneração tributária (redução de IPI sobre bens de investimento);
• Aperfeiçoamento do marco regulatório da inovação.
Preferência para o Produto Nacional
Base Normativa
De acordo com o art. 3º, §5º e seguintes, da Lei nº 8.666/1993:
§ 5º Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser
estabelecido margem de preferência para:
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que
atendam a normas técnicas brasileiras;
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que
comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei
para pessoa com deficiência ou para reabilitado;
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes
de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País,
poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela
prevista no § 5º.
§ 8º As margens de preferência (...), a que se referem os §§ 5º e 7º,
serão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a
soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento)
sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros.
Preferência para o Produto Nacional
Conceitos
COMPROVAÇÃO DE QUE O PRODUTO É NACIONAL

REGRAS DE ORIGEM:
 Declaração de origem apresentada com base em formulário
aprovado pela Portaria MDIC nº 279/2011;

PPB:
 Portaria interministerial que comprove a habilitação da empresa
aos incentivos da Lei nº 8.248/1991; ou
 Resolução do Conselho de Administração da Superintendência da
Zona Franca de Manaus - SUFRAMA que atesta a habilitação aos
incentivos do Decreto-Lei nº 288/1967.
Preferência para o Produto Nacional
Decretos Autorizadores de Margem de Preferência
1. Decreto nº 7843/2012 - Disco para Moeda;
2. Decreto nº 7709/2012 - Motoniveladoras e Retroescavadeiras;
3. Decreto nº 7841/2012 - Alteração Motoniveladoras e Retroescavadeiras;
4. Decreto nº 8002/2013 - Alteração Motoniveladoras;
5. Decreto nº 7713/2012 - Fármacos e Medicamentos;
6. Decreto nº 7601/2011 - Confecções, Calçados e Artefatos;
7. Decreto nº 7756/2012 - Confecções e Calçados;
8. Decreto nº 7767/2012 - Equipamentos médico-hospitalares;
9. Decreto nº 7810/2012 - Papel-Moeda;
10. Decreto nº 7812/2012 - Veículos para vias férreas;
11. Decreto nº 7816/2012 - Caminhões Furgões e Implementos Rodoviários;
12. Decreto nº 7840/2012 - Perfuratriz e Patrulha Mecanizada;
Preferência para o Produto Nacional
Decretos Autorizadores de Margem de Preferência
13. Decreto nº 8002/2013 - Alteração Perfuratrizes;
14. Decreto nº 7903/2013 - Equipamentos da tecnologia e comunicação;
15. Decreto nº 8002/2013 - Pás carregadoras, tratores de lagarta e produtos afins;
16. Decreto nº 8.185/2014 - Aeronaves executivas;
17. Decreto nº 8.186/2014 - Licenciamento de uso de programas de computador;
18. Decreto nº 8.184/2014 - Equipamentos de tecnologia da informação e
comunicação
19. Decreto nº 8.194/2014 - Equipamentos de tecnologia da informação e
comunicação,
20. Decreto nº 8.224/2014 - Máquinas e equipamentos
20. Decreto nº 8.223/2014 – Brinquedos
22. Decreto nº 8.225/2014 – Altera fármacos e medicamentos
23. Decreto nº 8.626/2015 – Prorroga vigência até 31 Dez 2016
Preferência para o Produto Nacional
Bens de informática
Decreto nº 7.174/2010
Preferência para o Produto Nacional
Tratamento favorecido: Bens de informática – Decreto nº 7.174/2010

Decreto nº 7.174/2010: Regulamenta a contratação de bens e serviços de


informática e automação pela administração pública federal (...)

Art. 5º Será assegurada preferência na contratação, nos termos do


disposto no art. 3º da Lei nº 8.248, de 1991, para fornecedores de
bens e serviços, observada a seguinte ordem:
I - bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos
de acordo com o Processo Produtivo Básico (PPB), na forma
definida pelo Poder Executivo Federal;
II - bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País; e
III - bens e serviços produzidos de acordo com o PPB, na forma
definida pelo Poder Executivo Federal.
Parágrafo único. As ME e EPP que atendam ao disposto nos incisos do caput
terão prioridade no exercício do direito de preferência em relação às médias e
grandes empresas enquadradas no mesmo inciso.
Contratações Públicas Sustentáveis
Porque fazer Licitações Sustentáveis?

Barack Obama:
“Em 2014 os céticos do aquecimento global entraram no grupo das
espécies em extinção. Quem ainda nega o fenômeno podemos
comparar aos que pensavam que a Lua era feita de queijo, em 1969”.
A sociedade de consumo
Pegada Ecológica em 2014

Setor
Público
25% do
PIB

As estatísticas da ONU indicam que, em média, as compras dos


governos representam de 15 a 30 por cento do PIB (UNEP,
2012), o que confere ao setor público a posição de maior
comprador individual de um país e, desta forma, suas
preferências qualitativas para os bens e serviços influenciam de
modo substantivo o mercado produtor (BIDERMAN, 2008)
A sociedade primitiva
A Sociedade de Consumo
O ciclo da riqueza

Extração Fabricação Varejo Consumo Descarte

Um modelo de desenvolvimento:
“ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto”
Fonte: Agenda 21
Mudanças Climáticas
Efeitos já Sentidos
Porto Alegre/RS Juara/MT

Rio Branco/AC São Paulo/SP


O Efeito Estufa
Veja mais em: http://climate.nasa.gov/

Aerossóis
e Gazes em níveis
Aquecimento Global
Monitoramento da Nasa para a temperatura em junho de 2017, com indicação
das temperaturas acima (cores quentes) e abaixo (cores frias) da média história.

Foto: Gabriel Renner / Arte ZH


Aquecimento Global

Fonte: Relatório IPCC/2014 -'Mitigação da Mudança Climática' que foi escrito


por 235 autores de 57 países.
Coincidência nos Indicadores?

Fonte: NASA, 2010


Coincidência nos Indicadores?

Fonte: IPCC, 2013


Imagem do Desgelo

1969 2009

Fonte: National Snow and Ice Data Center/Nasa


Coincidência nos Indicadores?

Fonte: NASA, 2014


Veja mais: http://climate.nasa.gov/
O efeito Pandora

Eu preciso
abrir a Caixa?!
Ciclo do Carbono
Ciclo do Carbono
Asfalteno
Mar de Aral

O Mar de Aral é
um lago de água salgada,
localizado na Ásia Central,
entre o Cazaquistão e o
Uzbequistão. Já foi o quarto
maior lago do mundo com
68 000 km² de superfície e
1100 km³ de volume de água,
uma área equivalente à dos
estados do Rio de Janeiro e
Alagoas, mas em 2007 já
havia se reduzido a apenas
10% de seu tamanho original, e
em 2010 estava em avançado
processo de desertificação.

Mais fotos:
http://www.mirutadelaseda.com/2292/espanol-los-dramas-del-mar-de-aral/?lang=es
Mar de Aral – Ainda com Vida - 2000
Mar
Marde
deAral
Aral––Morrendo
Morto
Morto--2010
2014
Mar de Aral – Morto - 2014
Compras Públicas Sustentáveis
Será que
posso??
Nomenclatura
– Licitação Sustentável
– Compras Verdes
– Compras Públicas Sustentáveis
– Ecoaquisição
– Compra ambientalmente amigável
– Licitação positiva

Conceito
“Solução para integrar considerações ambientais e sociais em todos
os estágios do processo de compra e contratação dos agentes
públicos com o objetivo de reduzir impactos à saúde humana, ao meio
ambiente e aos direitos humanos.” (BETIOL, 2012)
O primeiro desafio é nos livrar das prisões mentais!
Compras Públicas Sustentáveis
Fundamentos Jurídicos

A viabilidade jurídica da inserção de


critérios ambientais nas contratações
públicas fundamenta-se em três pontos:

A. Constituição Federal;
B. Compromissos internacionais
assumidos pelo Brasil;
C. Legislação Federal.
Compras Públicas Sustentáveis
Fundamentos Jurídicos

Segundo Freitas (2013)


Compras Públicas Sustentáveis
Fundamentos Jurídicos

Segundo Freitas (2013)


No Brasil, nem haveria de se cogitar a necessidade de instituição de
normas específicas para as Compras Públicas Sustentáveis, posto
que essa forma de aquisição já está prevista na Constituição,
por meio, inclusive, de dispositivo auto-aplacável. Com destaque, a
conjugação dos arts. 3º, 170, inc. VI, e 225, concede ao
desenvolvimento sustentável o status de valor supremo para a
República, de um princípio de índole constitucional, que se torna
imediatamente vinculante e incidente sobre todos os campos do
sistema jurídico, fazendo com que as Compras Sustentáveis, ao
invés de uma opção, sejam uma obrigação do administrador.
... a logística reversa, não se tratando, novamente, de uma simples
escolha do administrador, mas de uma incontornável obrigação
legal e constitucional.
Compras Públicas Sustentáveis
Fundamentos Jurídicos

Fundamento Constitucional – Hierarquia das Normas


Art. 23 CF
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:
(...)
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
abastecimento alimentar;
IX - promover programas (...) de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza (...)
Compras Públicas Sustentáveis
Fundamentos Jurídicos

Fundamento Constitucional – Hierarquia das Normas


Art. 37 CF c/c art. 225 CF
• Princípio da eficiência – art. 37 caput
Art. 37. A administração pública (...) obedecerá o princípio da eficiência...
• Efetividade na preservação – art. 225 §1º, V
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público:
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de
vida e o meio ambiente;
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Fundamento Constitucional – Hierarquia das Normas


Art. 170 CF

Ordem Econômica - art. 170

“Art.170 - A ordem econômica, fundada na valorização do


trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante


tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação (Texto EC nº 42/2003).
Compras Públicas Sustentáveis
Fundamentos Jurídicos

Compromissos Internacionais
Os principais temas objeto de tratados ambientais
internacionais relacionam-se à poluição, mudanças
climáticas, recursos aquíferos comuns, entre outros.
No Brasil os tratados são promulgados por meio de Decreto
do Presidente da República, sendo incorporados ao direito
interno, em geral, ao nível de Lei Ordinária (art. 84, inc VIII - CF).
Lista de Tratados no MRE
 Atos Multilaterais em Vigor para o Brasil
 Atos Bilaterais em Vigor para o Brasil
Fonte: http://dai-mre.serpro.gov.br/
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Estatuto das Licitações

ISONOMIA

VANTAJOSIDADE

SUSTENTABILIDADE
Compras Públicas Sustentáveis
Procedimento

Estatuto das Licitações – Escolha do Bem


Lei n° 8.666/93
Art. 12 - Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços
serão considerados principalmente os seguintes requisitos:
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
(...)
II - funcionalidade e adequação ao interesse público;
(...)
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias-
primas existentes no local para execução, conservação e operação;
(...)
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas;
VII - impacto ambiental.
Compras Públicas Sustentáveis
Procedimento

Estatuto das Licitações – Habilitação


Lei n° 8.666 - Art. 30. A documentação relativa à
qualificação técnica limitar-se-á a:
(...)
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em
lei especial, quando for o caso.
Compras Públicas Sustentáveis
Exemplos

Cadastro Técnico Federal


https://servicos.ibama.gov.br/index.php/cadastro

Lei 6.938,
31 Ago1981 Aparelhos elétricos e eletrodomésticos

Material elétrico e eletrônico

Pilhas e baterias

Papel e papelão

Comerciante de pneus
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Lei dos Crimes Ambientais


Lei nº 9.605/1998 - art. 22, inc. III, decreta que as
empresas tipificadas em ilícitos ambientais estão
sujeitas a pena de proibição de contratar com o
Poder Público e também dele receber qualquer tipo de
incentivo fiscal por um prazo de até 10 anos.

Permite a solicitação de uma “Declaração de Boas


Práticas Ambientais” para fins de habilitação do licitante
nos certames promovidos pela Administração.
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Lei da Política Nacional sobre Mudança do Clima


Lei nº 12.187/09 - Art. 6º, XII - as medidas existentes,
ou a serem criadas, que estimulem o desenvolvimento
de processos e tecnologias, que contribuam para a
redução de emissões e remoções de gases de efeito
estufa, bem como para a adaptação, dentre as quais o
estabelecimento de critérios de preferência nas
licitações e concorrências públicas, (...) para as
propostas que propiciem maior economia de energia,
água e outros recursos naturais e redução da emissão
de gases de efeito estufa e de resíduos.
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos


Lei nº 12.305/2010 – Art. 7º São objetivos da Política
Nacional de Resíduos:
XI - prioridade, nas aquisições e contratações
governamentais, para:
a) produtos reciclados e recicláveis;

b) bens, serviços e obras que considerem critérios


compatíveis com padrões de consumo social e
ambientalmente sustentáveis;
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos


Lei nº 12.305/2010 – Art. 6º São princípios da Política
Nacional de Resíduos Sólidos:
VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida
dos produtos.

Decreto nº 5.940/2006 - Art. 6o Os órgãos e entidades da administração


pública federal direta e indireta deverão implantar, no prazo de cento e
oitenta dias, a contar da publicação deste Decreto, a separação dos
resíduos recicláveis descartados, na fonte geradora, destinando-os para
a coleta seletiva solidária, devendo adotar as medidas necessárias ao
cumprimento do disposto neste Decreto.
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Outros Fundamentos
Lei nº 9.660/98 - Substituição gradual da frota oficial - Art. 1º - Qualquer
aquisição ou substituição de veículos leves para compor a frota oficial, ou
locação de veículos de propriedade de terceiros para uso oficial somente
poderá ser realizada por unidades movidas a combustíveis renováveis.”

Resolução CONAMA nº 20/1994 - dispõe sobre a instituição do selo ruído,


de uso obrigatório para aparelhos eletrodomésticos que geram ruído no seu
funcionamento;

Decreto nº 2.783/1998 - proíbe entidades do governo federal de comprar


produtos ou equipamentos contendo substâncias degradadoras da camada
de ozônio;

Decreto nº 4131/2002 - dispõe sobre medidas emergenciais de redução do


consumo de energia elétrica no âmbito da União;
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Pensamento do TCU
Portaria-TCU nº 090, de 16 de Abril de 2014
Dispõe sobre orientações às unidades jurisdicionadas ao Tribunal
quanto ao preenchimento dos conteúdos dos relatórios de gestão
referentes ao exercício de 2014, nos termos da DN TCU
nº 134/2013.
ITEM 10 DO RELATÓRIO DE GESTÃO TRATA DA GESTÃO DO USO DOS
RECURSOS RENOVÁVEIS E DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
A UJ tem incluído critérios de sustentabilidade ambiental em suas
licitações que levem em consideração os processos de extração
ou fabricação, utilização e descarte dos produtos e matérias
primas?
No último exercício, a unidade adquiriu bens/produtos que
colaboram para o menor consumo de energia e/ou água (ex:
torneiras automáticas, lâmpadas econômicas)?
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Pensamento do TCU
Portaria-TCU nº 090, de 16 de Abril de 2014
As contratações realizadas pela unidade observam os
parâmetros estabelecidos no Decreto nº 7.746/2012?
Para a aquisição de bens/produtos é levado em conta os
aspectos de durabilidade e qualidade de tais bens/produtos?
A unidade possui plano de gestão de logística sustentável
(PLS) de que trata o art. 16 do Decreto 7.746/2012?
O PLS encontra-se publicado e disponível no site da unidade
(art. 12 da IN SLTI/MPOG 10/2012)?
Na unidade ocorre separação dos resíduos recicláveis
descartados, bem como sua destinação, como referido no
Decreto nº 5.940/2006?
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Pensamento do TCU
Acórdão 4.529/2012 - TCU - 1ª Câmara. DOU de
14.08.2012, S. 1, p. 72 e 73. Ementa: recomendação ao
(...) no sentido de que:
a) institua e mantenha rotinas que permitam a inserção, nos editais
licitatórios, de critérios de sustentabilidade da IN/SLTI-MP nº 1/2010 e da
Portaria/SLTI-MP nº 2/2010;
b) capacite membros da equipe de licitação da UJ de forma a permitir a
aderência dos editais de licitação à IN/SLTI-MP nº 1/2010 e à Portaria/SLTI-
MP nº 2/2010;
c) mantenha canal de discussão com a SLTI-MP com o intuito de superar
óbices na implantação de critérios de sustentabilidade nas licitações a serem
realizadas no NEMS/MA;
d) institua e mantenha atualizado um plano de gestão dos resíduos
sólidos, em observância ao disposto no Decreto nº 5.940/2006.
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Pensamento do TCU
Acórdão nº 8.058/2012-2ª Câmara (DOU de 05.11.2012,
S. 1, p. 164): recomendação ao Instituto Benjamim
Constant para que insira quesitos de sustentabilidade
ambiental em aquisições de bens e serviços, em
especial na parte referente aos projetos definidos nos
arts. 6º e 12 da Lei nº 8.666/1993, bem como agregue
valores ambientais aos programas internos de
capacitação, mobilização e motivação de servidores
(item 1.8.4, TC-026.595/2011-7).
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Pensamento do TCU
Acórdão nº 4.482/2014-2ª Câmara (DOU de 10.09.2014,
S. 1, p. 117): recomendação ao Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (CADE) para que promova
campanhas educativas e de conscientização acerca
da sustentabilidade ambiental junto aos seus
servidores e adote critérios de sustentabilidade
ambiental em suas licitações, na aquisição de bens,
materiais de TI e na contratação de obras e serviços
(item 1.8.4, TC-044.166/2012-5).
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Pensamento do Executivo
Instrução Normativa nº 001-SLTI, de 19/01/2010

Abrangência
Art. 1º – Nos termos do art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993, as especificações para a aquisição de bens, contratação de
serviços e obras por parte dos órgãos e entidades da
administração pública federal direta, autárquica, e fundacional
deverão conter critérios de sustentabilidade ambiental,
considerando os processos de extração ou fabricação, utilização
e descarte dos produtos e matérias-primas.
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal
Instrução Normativa nº 001-SLTI, de 19/01/2010
Especificações para bens - Termo de referência
Art. 5º Os órgãos e entidades da Administração Pública (...),
quando da aquisição de bens, poderão exigir os seguintes critérios
de sustentabilidade ambiental:
I – que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material
reciclado, atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBR 15448-1 e 15448-2;

II – que sejam observados os requisitos ambientais para a obtenção de


certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial – INMETRO como produtos sustentáveis ou de menor
impacto ambiental em relação aos seus similares;

III – que os bens devam ser, preferencialmente, acondicionados em


embalagem individual adequada, com o menor volume possível, que
utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção
durante o transporte e o armazenamento; e
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal
Instrução Normativa nº 001-SLTI, de 19/01/2010
Especificações para bens - Termo de referência

O rótulo ambiental mais antigo do mundo é o Anjo Azul


(Der blaue Engel), criado em 1977 pelo órgão ambiental do
governo federal da Alemanha.
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal
Instrução Normativa nº 001-SLTI, de 19/01/2010
Normas obrigatórias para o termo de referência e/ou especificações
Art. 6º Os editais para a contratação de serviços deverão prever que
as empresas contratadas adotarão as seguintes práticas de
sustentabilidade na execução dos serviços, quando couber:
I – use produtos de limpeza e conservação de superfícies e objetos
inanimados que obedeçam às classificações e especificações
determinadas pela ANVISA;
II – adote medidas para evitar o desperdício de água tratada,
conforme instituído no Decreto nº 48.138, de 8 de outubro de 2003;
III – Observe a Resolução CONAMA nº 20, de 7 de dezembro de
1994, quanto aos equipamentos de limpeza que gerem ruído no seu
funcionamento;
IV – forneça aos empregados os equipamentos de segurança que
se fizerem necessários, para a execução de serviços;
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal

Instrução Normativa nº 001-SLTI, de 19/01/2010


Normas obrigatórias para o termo de referência e/ou especificações
V - realize um programa interno de treinamento de seus
empregados, nos três primeiros meses de execução contratual, para
redução de consumo de energia elétrica, de consumo de água e
redução de produção de resíduos sólidos, observadas as normas
ambientais vigentes;
VI - realize a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos
órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta,
autárquica e fundacional, na fonte geradora, e a sua destinação às
associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis,
que será procedida pela coleta seletiva do papel para reciclagem,
quando couber, nos termos da IN/MARE nº 6, de 3 de novembro de
1995 e do Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006;
VII – respeite as Normas Brasileiras – NBR publicadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas sobre resíduos sólidos; e
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal
Instrução Normativa nº 001-SLTI, de 19/01/2010
Normas obrigatórias para o termo de referência e/ou especificações

VIII – preveja a destinação


ambiental adequada das pilhas e
baterias usadas ou inservíveis,
segundo disposto na Resolução
CONAMA nº 257, de 30 de junho
de 1999.
Parágrafo único. O disposto neste
artigo não impede que os órgãos
ou entidades contratantes
estabeleçam, nos editais e
contratos, a exigência de
observância de outras práticas de
sustentabilidade ambiental, desde
que justificadamente.
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal
Instrução Normativa nº 001-SLTI, de 19/01/2010
Normas obrigatórias para o termo de referência de obras:
Art. 4º (...) as especificações e demais exigências do projeto básico
ou executivo, para contratação de obras e serviços de engenharia,
devem ser elaborados visando à economia da manutenção e
operacionalização da edificação, a redução do consumo de
energia e água, bem como a utilização de tecnologias e materiais
que reduzam o impacto ambiental, tais como:
I – uso de equipamentos de climatização mecânica, ou de novas
tecnologias de resfriamento do ar, que utilizem energia elétrica,
apenas nos ambientes aonde for
indispensável;
II – automação da iluminação do prédio, projeto de iluminação,
interruptores, iluminação ambiental, iluminação tarefa, uso de
sensores de presença;
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal
Instrução Normativa nº 001-SLTI, de 19/01/2010
Normas obrigatórias para o termo de referência de obras:
III – uso exclusivo de lâmpadas fluorescentes compactas ou
tubulares de alto rendimento e de luminárias eficientes;
IV – energia solar, ou outra energia limpa para aquecimento de
água;
V – sistema de medição individualizado de consumo de água e
energia;
VI – sistema de reuso de água e de tratamento de efluentes gerados;
VII – aproveitamento da água da chuva, agregando ao sistema
hidráulico elementos que possibilitem a captação, transporte,
armazenamento e seu aproveitamento;
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal
Instrução Normativa nº 001-SLTI, de 19/01/2010
Normas obrigatórias para o termo de referência de obras:
VIII – utilização de materiais que sejam reciclados, reutilizados e
biodegradáveis, e que reduzam a necessidade de manutenção; e
IX – comprovação da origem da madeira a ser utilizada na
execução da obra ou serviço.
§ 1º Deve ser priorizado o emprego de mão-de-obra, materiais,
tecnologias e matérias-primas de origem local para execução,
conservação e operação das obras públicas.
§ 2º O Projeto de Gerenciamento de Resíduo de Construção Civil -
PGRCC, nas condições determinadas pelo Conselho Nacional do
Meio Ambiente – CONAMA, através da Resolução nº 307, de 5 de
julho de 2002, deverá ser estruturado em conformidade com o
modelo especificado pelos órgãos competentes.
Compras Públicas Sustentáveis
Marco Legal
Reaproveitamento de Materiais

Art. 7º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal


direta, autárquica e fundacional deverão disponibilizar os bens
considerados ociosos, e que não tenham previsão de utilização ou
alienação, para doação a outros órgãos e entidades públicas de
qualquer esfera da federação, respeitado o disposto no Decreto n°
99.658, de 30 de outubro de 1990, e suas alterações, fazendo
publicar a relação dos bens no fórum de que trata o art. 9º.
§ 1º Antes de iniciar um processo de aquisição, os órgãos e
entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e
fundacional deverão verificar a disponibilidade e a vantagem de
reutilização de bens, por meio de consulta ao fórum eletrônico de
materiais ociosos.
§ 2º Os bens de informática e automação considerados ociosos
deverão obedecer à política de inclusão digital do Governo Federal
(...).
Compras Públicas Sustentáveis
Procedimento
Como fazer Licitações Sustentáveis?

Critérios de
Habilitação
(Certificação
e Registros)

Especificação Proposta Ciclo de Vida


Sustentável mais do Objeto
do Objeto (Descarte)
Vantajosa
Obrigações da
Contratada
(execução e
pós venda)
Compras Públicas Sustentáveis
Exemplos

Alguns exemplos
Aquisição de Detergentes: objeto
específico (lavanderia de hospitais) ou
como integrante de uma licitação para
prestação de serviços de limpeza.

Exigir que os saneantes sejam à base de substâncias tensoativas


biodegradáveis, que são decompostas por microrganismos e que o
Fornecedor esteja inscrito no CADASTRO TÉCNICO FEDERAL de
ATIVIDADES POTENCIALMENTE POLUIDORAS OU
UTILIZADORAS DE RECURSOS AMBIENTAIS, instituído pela Lei n°
6.938/81 e administrado pelo IBAMA.
Compras Públicas Sustentáveis
Exemplos

E porque não?
Compras Públicas Sustentáveis
Exemplos

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