Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Esses novos caminhos se relacionam, sobretudo, com questões, entre outros inúmeros
elementos, tais como: qualidade, eficiência, excelência e especialmente o custo.
Com efeito, sobretudo no que diz respeito ao universo das indústrias, a terceirização tem
se colocado como a grande alternativa para melhorar, por exemplo, o que já se
mencionou anteriormente: a eficiência e excelência produtivas (e por extensão a
qualidade dos produtos ofertados) e minimizar custos (que pode incrementar a
competitividade das organizações via manutenção de padrões razoáveis de preço).
Assim, uma empresa focada é uma empresa direcionada a concentrar todo esforço
corporativo em seu objecto social.
Por se tratar de um tema amplo, optou-se, nesse trabalho por um recorte mais
pragmático, ou seja, de ordem prática, realista ou objetiva em relação ao tema, que
envolve questões relacionadas à operacionalização da terceirização, muito embora os
pontos positivos e negativos deste processo tenha estado presente ao longo do
desenvolvimento do mesmo.
A escolha deste tema deve-se ao facto do mesmo estar em linha directa com a
minha área de formação, o que ira contribuir com certeza ao meu
enriquecimento académico.
Por outra, devido ao elevado grau de competitividade que hoje se verifica entre
as empresas, elas devem concentrar suas atenções nas actividades principais
pelas quais foi concebida, para obter vantagem competitiva.
Alertar as empresas de que é importante analisar o impacto dos serviços
terceirizados na actividade principal da empresa.
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Numa era moderna, existe uma tendência das empresas em concentrar seus
esforços nas reais competências das mesmas, na sua cadeia de valores, investindo
maiores recursos na sua actividade operacional (essencial). Por outra, isso exige que se
delega a terceiros a actividade complementar da empresa. Todavia, ao proceder a
terceirização as empresas devem analisar o impacto da mesma sobre os seus resultados.
HIPÓTESES
OBJECTIVOS DO TEMA
Gerais
Confirmar como essa estratégia de delegar a actividade complementar a terceiros
tem impacto na minimização dos custos da Novacimangola.
Debater a questão da terceirização como enquanto recurso estratégico da gestão.
Específicos
Analisar os motivos da terciarização de pelo menos três (4) serviços na
Novacimangola.
Analisar o impacto individual de cada um deles na minimização dos custos na
Novacimangola.
METODOLOGIA
Levantamento bibliográfico
Entrevistas e inquérito na administração e no departamento financeiro da
Novacimangola.
A exposição dos resultados finais da pesquisa foi dividida em três capítulos, sendo que
o primeiro deles se dedica a discorrer sobre a terceirização como recurso estratégico da
competitividade empresarial, conteúdo esse que serve de base para outras discussões ao
longo da monografia.
O terceiro e último capitulo, por sua vez, consiste na apresentação e análise de dados
levantados por ocasião da investigação empírica referenciada anteriormente,
investigação essa que foi incluída nessa monografia a fim de evitar a exagerada
teorização.
Com efeito, a perspectiva que se adotou no presente trabalho foi a de que a teoria e
prática devem andar juntas, sob pena de tornar qualquer discurso um exercício estéril.
Feitas essas considerações iniciais, convém enfatizar, finalmente, que não se fez
presente, ao longo desse estudo, a intenção de esgotar o assunto ou mesmo trata-lo de
forma definitiva, mesmo porque não é possível esgotar um tema, sobretudo quando
pensarmos no contexto actual da produção do conhecimento, marcado pela velocidade
em que caem por terra as ideias, pelo volume de informações que têm sido produzidas
mediante pesquisa cientifica e pela certeza, cada vez maior, de que não há verdades
absolutas.
O presente trabalho versa sobre estudo bibliográfico e caso pratico realizado com o fim
específico de determinar as diretrizes e princípios fundamentais que devem ser
observados por ocasião da opção e implementação da terceirização como ferramenta de
gestão.
A pesquisa que deu embasamento a esta monografia foi feita em duas etapas. A
primeira delas através da revisão bibliográfica e a segunda por meio de analise de quatro
serviços básico terceirizados na novacimagola, empresa constituída e estabelecida no
município de cauaco que actua no ramo da produção e venda de cimento.
Capitulo 1
1.1- Conceito
1.1.1- Da denominação
Vários são os nomes utilizados pela doutrina e pela jurisprudência para designar o
fenómeno da terceirização. Não obstante já se encontrar no vocabulário jurídico, ate
há bem pouco tempo a expressão terceirização não era encontrada nos dicionários de
língua portuguesa, o que permitiu que o termo recebesse diversas denominações.
Terceirização deriva do latim tertius, que seria o estranho a uma relação entre duas
pessoas. Terceiro é o intermediário, o interveniente. No caso, a relação entre duas
pessoas poderia ser entendida como a realizada entre o terceirizante e o seu cliente,
sendo que o terceirizado ficaria fora dessa relação, daí, portanto, ser o terceiro. A
terceirização, entretanto, não ficaria restrita a serviços, podendo ser feita também a
relação a bens ou produtos.
Gabriela Neves Delgado rebate a posição dos autores que utilizam o termo
terciarização discorrendo que:
[…] O neologismo, embora tenha sido aceito com foros de irreversível, não expressa
por via nenhuma das derivações a idéia do que pretende passar, ou porque a empresa
prestadora não é terceiro e sim parceiro, no sentido de contratante directo com a
tomadora, nem os empregados de cada um são terceiros perante elas, ou porque a
actividade de apoio não é ate mesmo primária. O que se está tratando, sob essa nova
denominação, é apenas um contrato de prestação de serviços de apoio empresarial,
que examinará, decerto, com mais eloquência e precisão, seu conteúdo e sua
finalidade com o baptismo de contrato de apoio empresarial ou, igualmente, contrato
de apoio.
Há ainda outros doutrinadores que entendem tratar-se de um contrato que visa suprir
determinadas necessidades das empresas de forma que possam atingir seus
resultados com mais eficiência, por isso atribuem a denominação de contrato de
fornecimento a terceirização. Sérgio Pinto Martins, entretanto discorda desse
posicionamento argumentado que:
Entendo que não poderia utilizar a expressão contrato de fornecimento para o tema
em estudo, pois significaria um contrato de Direito comercial, e, no caso da
terceirização, apesar de existir o referido contrato, temos que o que vai nos
interessar é a relação do trabalhador e do terceirizado com a empresa que recebe a
prestação de serviços. A isso não poderíamos dar o nome de contrato de
fornecimento, pois estaria muito mais próximo da subcontratação, da locação de
serviços ou da empreitada.
Diante das diversas definições atribuídas a um vocábulo, percebe-se que cada ramo
das ciências se vale de suas especialidades para designa-lo conforme seja seu
interesse.
Nesta pesquisa, adoptou-se o termo terceirização, apesar das oposições ao seu uso,
por força de ser o mais empregado no cotidiano e por ser mais compreensível seu
significado terminológico diante do contexto da pesquisa, que é a questão da
responsabilidade contratual, já que o próprio termo, por si só, já possui a conotação
de relação de trabalho.
De tudo quanto exposto, percebeu-se que autores de valem de termos
terminologicamente indefinidos para adequá-los aos seus conceitos conforme suas
necessidades. E assim se deu com o fenómeno da terceirização, pois, por vários
deles definidos, cada qual lhe emprestou uma característica própria que pudesse
expressar melhor seu posicionamento, ou que lhe fosse mais conveniente. Além do
mais, este fenómeno é uma realidade presente no mercado de trabalho, portanto
deve-se estudar e conhecer seus propósitos e as implicações desse novo modo de
organização das empresas e de seus trabalhadores.
1.1.1-Da Definição
Cada vez mais, a terceirização vem ganhando espaço na busca pela racionalização
da produção, com o escopo de proteger uma realidade social, e com objectivo de
propiciar uma convivência pacifica, em um mundo globalizado, entre os contratos
de terceirização e o contrato de trabalho, dando possibilidades ao empresário de
racionalizar a sua linha de produção, ao mesmo tempo em que possa garantir oferta
de trabalho.
Qualquer fenómeno social, que promova alteração das relações humanas, deve ser
estudado de forma que seja possível perceber como ele surgiu na historia, afim de se
avaliar sua importância para o desenvolvimento das sociedades. Alem disso poder-
se-á observar as vantagens e possíveis desvantagens quando da sua aplicação em
determinado cenário politico, económico e social. Assim será feito com o fenómeno
da terceirização.
O regime feudal, entretanto, entrou em crise com a revolta dos servos diante das
péssimas condições de vida a que eram submetidos.
É certo que terceirização encontra sua origem durante a II Guerra Mundial, quando
os estados unidos aliaram-se aos países europeus para combater as forças nazistas e
também o Japão. As indústrias de armamento não conseguiram abastecer o mercado,
necessitando suprir o aumento excessivo da demanda e aprimorar o produto e as
técnicas de produção.
La pelos idos dos anos 70, a gestão empresarial era centralizada, tanto nas pequenas
quanto nas grandes corporações. Quando o gigantismo começou a tornar
disfuncional, esse estilo, coube aos japoneses instituir novas formas de gestão
empresarial que revolucionaram a economia mundial.
De inicio, essa subdivisão visava permitir aos directores uma visão mais detalhada
sobre a situação da empresa, identificando mais rapidamente pontos de
estrangulamento ou de ineficiência.
Com o tempo, a medida que este modelo avança abriu espaço para a terceirização.
Como cada núcleo era tratado como uma empresa independente, não houve
dificuldades quando, em algumas fases do processo, as empresas passaram a
substituir a produção de determinadas unidades por produção externa.
Neste trabalho vamos apenas nos concentrar nos dois (2) primeiros, visto serem
pouco debatidos mas de impacto muito forte.
Actualmente, muitas empresas afirmam que conduzem seus negócios com foco nos
clientes ou que suas empresas são orientadas para o mercado.
O princípio básico é o de que não se deve terceirizar a sua actividade-fim. Sendo assim,
uma organização que desconhece a si mesma, em um processo de terceirização, corre
sério risco de perder sua identidade e principalmente o seu diferencial competitivo.
Mesmo na actividade-meio, so é permitido terceirizar quando não houver subordinação
hierárquica, ou seja, locação de mão de obra ilegal.
A actividade-fim de uma empresa é a razão de existir dessa empresa. Por isso é ela que
deve ser o foco da empresa.
Segundo Queiroz ( 1998, P.83), ele afirma que: “[…] o mais logico e adequado, e ainda
estratégico, será terceirizar todas actividades-meio, que são acessórias da sua
actividade-fim.”
Assim o autor acima mencionado esta, nada mais do que defendendo que as empresas
tenham o foco, ou seja, que elas se concentrem naquilo que elas mais sabem fazer que,
no caso, representa a sua actividade principal, que define o seu objecto fundamental.
“ As mudanças são oportunidades. Podem ser vistas como ameaças por muitos
executivos. Mas todas elas precisam ser exploradas como oportunidades, para renderem
algo de novo, algo melhor, mais produtivos e lucrativo.”
Tofler (1985, p.26), ao abordar a questão diz que: “As mudanças são a única certeza que
temos.”
Sendo assim, a empresa que estiver disposta a ocupar espaços relevantes no mercado ou
ao menos sobreviver, terá que se adaptar a situações inusitadas através da reciclagem
constante dos processos de fabricação de produtos ou de prestação de serviços, dos
sistemas de controle de qualidade, dos sistemas de compartilhamento de informações,
das estratégias de treinamento de funcionários, entre outras inúmeras variáveis em
termos de gestão, capacidade essa que está na base de um conceito fundamental hoje em
dia: a flexibilidade.
A empresa pode se tornar flexível através de diversas acções e estratégias, sendo que
todas elas se apresentam vantagens e defeitos e, dada a natureza da discissão que se
procura estabelecer nessa monografia, é abordada a terceirização enquanto ferramenta
para atingir essa aclamada flexibilidade. Isso porque a terceirização conforme nos indica
promove a racionalização administrativa, na medida em que a partir da terceirização:
É possível perceber, portanto, a partir do que se expôs nos últimos dois segmentos, que
a flexibilidade e o foco são componentes fundamentais dos objectivos da terceirização.
A empresa, com a terceirização, ira voltar-se totalmente para sua actividade principal,
optimizando os seus recursos, desenvolvimento praticas precisas para o atingimento das
metas e treinando os seus talentos humanos para conquistar os resultados e desafios
propostos.
Agilidade, porque:
A empresa, estará voltada para sua missão básica, as empresas terão mais
competitividade e agilidade na consecução de suas operações e mais rapidez na tomada
de decisões.
Pagnoncelli (1993, p. 6-9), por sua vez, defende que a terceirização promove a
focalização (maior atenção da actividade principal), flexibilidade (capacidade de
adaptação a situações novas), custos competitivos, melhorias na qualidade, maior
produtividade e parcerias positivas do ponto de vista da optimização da eficiência e da
competitividade.
Soares (2002, p. 174), da sua parte, destaca que a terceirização pode representar:
Queiroz (1998, p. 55), defende que a terceirização gera consequências positivas tais
como:
[…] A terceirização, enquanto ferramenta gerencial nas suas organizações, pode torná-
las mais dinâmicas, flexíveis e focadas nas suas actividades-fins, permitindo que a sua
adopção propicie ganhos de produtividade e, de certa forma, tornando-as mais
competitivas.
Dessa forma, com base nos discursos dos autores mencionados aqui, percebe-se que a
terceirização é vista como uma espécie de panaceia, a solução para vários e tradicionais
problemas das organizações, sendo que esses problemas se concentram sobretudo em
questões como o tamanho da organização, os custos que ela gera e a eficiência de seus
processos.
Segundo Renato L. da Costa (2011, p.34), existem quatro tipos básicos de outsourcing.
Custos
Acumulação de tecnologia
Benefícios Satisfação e moral dos trabalhadores
Redução de custos Perda de flexibilidade e controlo
Produtividade Efeitos a longo-prazo
Desempenho financeiro
Vantagens competitivas
Sucesso
Externalizar envolve três (3) questões fundamentais. Que áreas devem ser
externalizadas? Existe potencial para a diferenciação estratégica? Quais as actividades
que devemos externalizar e quais as que devemos guardar dentro da empresa? A
resposta a todas estas questões basear-se no facto de que o “outsourcing” deve ser
apenas considerado em actividades que envolvam uma baixa importância estratégica ou
em que terceiros possam desenvolver as mesmas operações mais eficientemente, mais
rápido e fundamentalmente com custos muito mais reduzidos.
Mas importante ainda, são as empresas focarem-se no essencial e nas suas competências
“core”, assim como definirem claramente o seu posicionamento competitivo, sem se
esquecerem de considerar factores, vantagens, desvantagens, riscos e ramificações
estratégicas relacionadas com as decisões de “outsourcing” que serão futuramente
tomadas, seja estas de ordem financeira, tecnológicos, políticos ou de negócio.
Entre estas vantagens podem-se identificar; o know-how que é gerado e que pode
constituir uma importante fonte de inovação e mudanças; a possibilidade dos parceiros
poderem fazer “benchmarking”2 e tomar contato com algumas boas práticas, assim
como, identificar fraquezas a partir da evidenciação das suas competências, e a
1
Know-how - saber fazer uma coisa. Acervo tecnológico ou de recursos humanos de uma empresa, um
país ou uma pessoa.
2
Benchmarking – É um indicador usado para comparar a rentabilidade entre investimentos, produtos,
serviços, taxas e formas de gestão entre empresas.
oportunidades de poderem vir a ser alterados alguns processos de gestão, dado que os
parceiros revelam-se muitas vezes exigentes do que os próprios clientes finais.
Com efeito, se o processo de terceirização não seguir alguns passos importantes ou não
atender alguns princípios e directrizes fundamentais, pode-se por a perder uma
alternativa valiosa, sendo que é justamente sobre estes princípios e directrizes
fundamentais que o capítulo seguinte se dedica a discorrer.
Capitulo 2
O processo de terceirização
Antes porém, abordaremos neste capítulo as razões que levam as empresas optarem
por este recurso estratégico, bem como uma análise dos factores, riscos, vantagens e
desvantagens do processo.
2.3.1- Factores
2.3.3- Vantagens
nucleares
Aumento da competitividade
Redução imediata dos custos e riscos, inerentes á execução de processo que são
transferidos
Desburocratização
Simplificação na produção
instrumentais e financeiros.
Incremento na produção
Formalização de parcerias
3
Reengenharia – é a reestruturação radical, mudança radical de processos, redesenho de processos,
repensar a maneira de fazer as coisas, abandonar os processos antigos, desenhar novos, demolir uma
empresa, refundação de uma nova empresa.
Valorização profissional
2.3.4- Desvantagens
4
Downsizing- é uma estratégia de dedução do número de empregos (trabalhadores) de uma empresa, e
em muitas vezes também se verifica redução do numero de negócio.
5
Core Business - é um termo em inglês que significa a parte central de um negócio ou de uma área de
negócios, e que é geralmente definido em função da estratégia dessa empresa para o mercado. Este
termo é utilizado habitualmente para definir qual o ponto forte e estratégico da actuação de uma
determinada empresa.
2.4- Precauções a se tomar ao longo do processo
Com efeito, essa ferramenta se converterá em vanatagens desde que os riscos estejam
bem claros ou desde que se tenha bagagem o suficiente para levar adiante, e com
sucesso, o projecto de implementação dessa ferramenta.
A terceirização, nesse contexto, ainda que não seja uma completa novidade, tendo em
vista que adquirir serviços ou produtos de outras organizações já é algo comum há
muito tempo (o que pode ser entendido como uma espécie de terceirização), vem
apresentando traços inusitados e surtindo efeitos pouco conhecidos.
Assim, é fundamental atentar para algumas precauções a serem considerados por quem
venha a optar pela terceirização.
Assim, antes de mais nada, deve-se avaliar o quanto se poderá ganhar em termos de
qualidade e eficiência, saber escolher os parceiros potencias, definição clara das
actividades principais, não perder de vista a perspectiva social e saber avaliar os
aspectos contratuais.
Na verdade, o que se deve ter em mente é a possibilidade de agregar valor, o que não
significa que diminuir custos não seja importante. O que não se pode deixar de perceber
outras variáveis igualmente importantes.
De facto, é necessário ter uma visão clara dos custos internos e visualizar bem quais
serão os custos do terceiro a fim de estabelecer parâmetros concretos que possam dar
suporte à decisão de optar pela terceirização.
Com efeito, soares o.p cit, defende que: “ so assim, ter-se-á um referencial comparativo
que permita segurança.” Assim, fica evidente que a minimização dos custos, mesmo não
devendo constituir a meta principal de quem terceiriza não pode deixar de ser
considerada.
2.4.2- A escolha do terceiro
Portanto, não se deve admitir uma parceira sem analisar previamente as credencia do
parceiro, sob pena de despender tempo e recursos que poderiam ser investidas em
operações mais produtivas.
É assumido que uma falha ou engano em qualquer uma destas etapas traz graves
consequências ao resultado expectável do contrato e as relações entre as partes.
Temos a afirmar que a escolha de um fornecedor de serviços não é uma escolha fácil,
mas sim um decisão difícil. Antes de mais nada conscientize-se de que nenhum
outsourcer é um encaixe perfeito para todas as suas necessidades. Voçe terá de fazer
concessões.
Para tomar uma decisão acertada, a empresa (cliente) precisa explicar o que precisa
obter com a relação do outsourcing e extrair dai os critérios mais importantes em
relação a um fornecedor de serviços. É importante descobrir isso antes de se envolver
com qualquer outsourcer, o qual, sem dúvidas, terá ideias próprias sobre o que é melhor
para a organização com base nas capacidades e forças que ele possui.
O que é mais importante para nós: a economia total que um outsourcer pode
proporcionar-lhe ou a rapidez com que ele pode reduzir os custos?
Queremos capacidades amplas ou capacidade numa área específica?
Queremos custos fixos baixos ou opções de preços mais variáveis?
Depois de definir e priorizar suas necessidades, a empresa estará mais apto a decidir
quais as concessões que valem a pena fazer.
Entendemos abordar este tema em duas fases distintas. Em primeiro lugar numa
perspectiva de eficiência contratual. Depois abordaremos a perspectiva jurídica.
Embora muitas vezes ignorada, a fase pré-contratual é essencial para as duas empresas,
constituindo uma etapa decisiva para a diminuição dos riscos8. A elaboração de um
caderno de encargos define exactamente quais as necessidades da empresa cliente e
delimita, também, a responsabilidade do fornecedor quanto á sua prestação.
Há que manter uma relação estreita e transparente entre as duas empresas, alinhando os
objectivos de cada uma delas.
Do contrato deverão constar as cláusulas que regulam a sua gestão. São necessárias
intefaces que permitam a adaptação recíproca, devendo ser constituídos órgãos internos
destinados à gestão, fiscalização e tomada de decisões estratégicas.
7
Segundo Sebastião N. Pizarro (2010, p.35), enumerou os cinco passos que compõem a decisão
estratégica de outsourcing:1 - Definir claramente os objectivos estratégicos; 2 - Definir o modelo de
outsourcing adequado; 3- validar o modelo de outsourcing; 4- Definir o modelo e os critérios de selecção
do parceiro; 5- seleccionar o fornecedor
8
É importante para a organização definir um plano de comunicação interna. A decisão de outsourcing
nem sempre é do agrado dos trabalhadores da empresa. Num futuro próximo, poderá perfilar-se a
extinção de alguns postos de trabalho. Assim, a manutenção de um ambiente interno que não prejudique o
desenvolvimento do processo de outsourcing é fundamental, razão pelo qual uma politica de comunicação
interna clara e eficiente só trata benefícios.
organização ou ser transferida para outro fornecedor, em caso de incumprimento
contratual ou do próprio termos do contrato, deve constar no clausulado do contrato.
O contrato, como elemento regulador das relações entre empresas, não deverá permitir
interpretações vagas ou poucos precisas das suas cláusulas. Todos os serviços ou
funções e a forma de os prestar devem ser minuciosamente detalhados, correspondendo
sempre as necessidades da organização e concretas capacidades do outsourcer. Quanto
ao nível de serviços, o contrato deverá especificar os parâmetros e procedimentos de
medidas a níveis de tolerância. Dele falaremos mais tarde.
9
Também denominada cláusula de desequilíbrio económico ou de salvação do contrato.
A realização de auditorias, a promoção de reuniões e o envio de relatórios periódicos,
contribuem igualmente quer para o reforço das relações entre as partes, quer para a
resolução de conflitos menores, devendo também elas ter a sua previsão no contrato.
Por outro lado, o porque o fornecedor não poderá cumprir estes deveres e obrigações
sem apoio do cliente, este assumirá contratualmente o dever de colaboração com o
fornecedor, dando resposta às solicitações deste.
Questão não menos relevante tem a ver com a comunicação entre as duas empresas. Os
meios de comunicação utilizados, seja de que tipos forem, assim como as formas de
transmissão de dados deverão constar especificamente no contrato, garantindo-se a sua
compatibilidade e em consequência a boa execução contratual.
10
Entendida como a definição de políticas de outsourcing e a monitorização contínua da sua
implementação, pelos membros da direcção da organização.
Basicamente à empresa cliente incumbe o pagamento do preço, enquanto a empresa
outsourcer cabem múltiplas prestações.
Dado que o contrato de outsourcing gera vantagens para ambas as partes, é considerado
um contrato oneroso. Desnecessário se torna que haja “ um perfeito equilíbrio objectivo
ou absoluta contrapartida económica de prestação. O que em regra releva é a
equivalência subjectiva, quer dizer a que corresponde à avaliação ou vontade dos
contraentes”.
No que ao modo de formação diz respeito, depara-se-nos um contacto não formal, não
solene ou consensual, visto que não se encontra sujeito a qualquer forma prescrita na lei.
Neste tipo de contratos, a “ expressão é livre, podendo os contraentes exteriorizar a sua
vontade como lhes aprouver, contanto que o façam com um mínimo de clareza”. A
liberdade de forma vem prevista no artigo 219º. Do código civil: “ A validade da
declaração negocial não depende da observância de forma especial, salvo quando a lei
exigir”. Neste artigo encontra-se consagrado o princípio da consensualidade, nos termos
do qual a perfeição do contrato é atingida apenas pelo simples acordo de vontades.
Assinalamos ainda o princípio da boa fé. Menciona o nº. 1 do artigo 227.º que “ quem
negoceia com outrem para conclusão de um contrato deve, tanto nos preliminares como
na formação dele, proceder segundo as regras de boa fé, sob pena de responder pelos
danos que culposamente causar à outra parte.” No contrato de outsourcing, em que a
fase pré-contratual assume especial importância, o respeito pelo princípio da boa fé
constitui garantia da sua normal execução. “ Entende-se que durante as fases anteriores
a celebração do contrato – quer dizer na fase negociatória e na fase decisória – o
comportamento dos contraentes terá de pautar-se pelos cânones da lealdade pré
contratual.
A boa fé nos termos deste preceito, refere-se tanto aos deveres principais ou típicos da
prestação e aos deveres secundários ou acidentais, como também aos deveres acessórios
de conduta quer pelo lado do devedor, quer pelo lado do credor.
Existem modelos de pricing usados neste tipo de contratos. Entre os quais destacam-se
os seguintes:
11
Entre eles Sebastião Nóbrega Pizarro
12
Onde se verifica um pagamento baseado no custo de produção, acrescido de uma taxa sobre os lucros,
previamente estabelecido.
Compartilhamento de riscos/recompensas – Com este acordo, o cliente e
fornecedor jogam juntos. Tanto o comprador quanto o vendedor têm dinheiro
em risco e podem ganhar um percentual de lucro se o desempenho do fornecedor
for ótimo e satisfazer os objectivos do cliente. O cliente seleciona um fornecedor
utilizando o modelo de preço mais adequado aos objectivos do negócio que visa
atingir com o outsourcing.
Embora a industria do outsourcing não seja tão instável quanto a da moda, o senso
comum sobre a duração ideal ideal de um contrato de outsourcing mudou ao longo dos
anos. Quando o outsourcing surgiu como opção viável para o fornecimento de serviços
e de suporte, contratos longos, de 10 anos, eram a regra.
A medida que alguns destes acordos iniciais ou contratos perderam o brilho, clientes e
fornecedores começaram a se voltar para contratos com menores duração.
Como na maioria das outras perguntas sobre outsourcing, a resposta depende realmente
do que está sendo terceirizado e porquê. Um acordo de terceirização transformacional
vai exigir mais tempo para clientes e fornecedores colham os benefícios e, portanto, tem
que ser estruturado como um contrato de longo prazo. Mas quando se terceiriza a
manutenção de um serviço ou um suporte do mesmo, uma relação mais curta pode
funcionar. Em geral, contratos excessivamente longos ( acima de sete anos) são
desaconselháveis a menos que tenham muita flexibilidade imbuída.
Então, relativamente a extensão dos contratos, a opção por prazos muito longos pode
criar algumas dificuldades. Dificulta a mudança de fornecedor o que prejudica a
autonomia da empresa cliente, impedida de substituir a empresa outsourcer, sob pena de
ter de pagar as indemnizações contratuais. Em simultâneo e em contratos com preço
fixo, agrava os custos a suportar. De facto, a celebração de contratos com prazos
menores, automaticamente renováveis, garante uma maior liberdade as partes. Claro
que, em qualquer caso, são imprescindíveis as cláusulas de rescisão antecipada e da
medida as indemnizações correspondentes.
Definir um cronograma e uma data final para a negociação ajuda a controlar o processo
de negociação. Sem isso, discussões podem eternizar-se. Mas se uma questão especifica
demandar mais tempo, não seja escravo das datas. Dedique um tempo extra para
resolvê-la.
Por fim, não tome nenhuma atitude no sentido de transferir o trabalho para o outsourcer
enquanto ainda estiver negociando. Um contrato de outsourcing não esta concluído
antes de ser assinado na linha pontilhada. Do, contrario a empresa estará dando ao
fornecedor mais poder sobre o processo de negociação.
De seguida são desenvolvidos alguns dos aspectos que merecem especial atenção
aquando da negociação de um contrato, praticamente todos transcendendo as
preocupações tradicionais de um simples relacionamento cliente-fornecedor. Embora
tornem os contratos mais complexos, e por conseguinte mais dispendiosos, contribuem
para o desenvolvimento de cenários vantajosos para ambas as partes.
2.4.8- Os custos “ocultos” no outsourcing
Dependendo do que é terceirizado e para quem, estudos mostram que uma organização
acabará gastando 10% mais para implantar o acordo e gerencia-lo no longo prazo. Este
numero aumenta exponencialmente, entre 15% e 65%, quando o trabalho é terceirizado
para um fornecedor no exterior do país, pois incrementam-se os custos de viagem e as
dificuldades de alinhar culturas diferentes somando-se a esse mix.
Mas não é fácil cortar os laços de uma relação de outsourcing. Por esta razão muitos
clientes insatisfeitos com os resultados da terceirização negociam e reorganizam seus
contratos e relações ao invés de tentar votar ao estado pré – terceirização.
As vezes, porém, o backsourcing é a melhor opção e, neste casos, é preciso trata-lo com
cuidado.
2.4.10- Problemas decorrentes do processo de terceirização
Para além de aspectos organizacionais internos, são diversas as motivações que levam a
organização a deliberar a implementação do downsizing.
Além disso, convém apresentar a empresa que constitui o alvo do estudo de caso em
pauta e fornecer um breve histórico da organização disponibilizado pela internet e por
alguns jornais, bem como pela própria empresa através do seu estatuto, afim de
caracterizar e posicionar melhor as ações da Nova Cimangola, S.A.
O capital social da sociedade poderá ser aumentado por uma ou mais vezes, de acordo
com as necessidades que resultem do desenvolvimento e da projectada expansão das
suas actividades, mediante novas entradas das partes, entradas de novos accionistas ou
por incorporação de reservas, nos termos que se estabelecem no presente estatuto da
empresa.
A cimangola começou a sua actividade em 1957, como uma unidade orgânica estatal ,
dedicada mesmo a sua de produção e venda de cimento, clínquer e produtos similares.
Controlo Interno
Hafsa Fakir