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Introdução: A radioterapia com fotões de alta energia (> 8 MeV) resulta na produção de neutrões nos colimadores
do acelerador linear, que contribuem para o aumento da dose de radiação administrada fora do campo de
tratamento. Deste modo, os neutrões aumentam o risco de neoplasias secundárias induzidas pela radiação, quer
localmente quer à distância.
Objectivos: O objectivo central deste trabalho é salientar o facto da utilização de fotões de alta energia poder
incidir sobre o risco de neoplasias secundárias à distância induzidas pela radioterapia externa.
Métodos: Apresenta-se um caso clínico de um doente com diagnóstico de neoplasia do pulmão 12 anos após ter
realizado radioterapia externa da próstata com fotões de 15 MeV.
Resultados: Os neutrões produzidos durante a radioterapia com fotões de elevada energia são a principal fonte de
doses indesejadas recebidas fora do campo de tratamento. A dose de neutrões é relativamente independente da
distância aos limites do campo. Deste modo, a sua dose no ar ambiente não deve ser negligenciada e pode
representar um risco para os tecidos sãos à distância.
Conclusões: Existem poucos trabalhos que apresentam dados sobre os espectro e a fluência dos neutrões
secundários, produzidos durante a radioterapia com fotões de alta energia. No entanto, merece a atenção a
substuituição dos fotões de alta por fotões de menor energia (por exemplo, de 6 MeV), quando as alterações
dosimétricas não são significativas para comprometer a eficácia terapêutica, devido ao potencial risco dos
primeiros induzirem tumores secundários à distância.