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Risco de suicídio em idosos

Leandro Ciulla

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Esquirol em 1835:
“Não há indivíduo que não tenha tido
pensamentos suicidas e até mesmo o desejo
de saltar para o vazio quando estava sobre um
lugar elevado ou um cruzamento, ou afogar-se
quando passou por cima de uma ponte.”

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Teorias Psicanalíticas
Freud:
• analisa o suicídio como parte de
homicídio, portanto considera um crime que
deu um giro de 180 graus.
• Ambivalência de amor e ódio presente na
dinâmica de todo suicida.
• Agressividade instinto de morte suicídio.

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Teorias Psicanalíticas
Jung:
• Supõe que o ato suicida ocorre quando existe
uma situação em que só a morte pode colocar
um fim; o self está envolvido no conflito e a
falta de vitalidade torna impossível encontrar
uma solução emergente.

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Teorias Psicanalíticas
Adler:
• O suicídio ocorre em pessoas dependentes
que tentam obter gratificações dos outros;
possuem fortes sentimentos de inferioridade
e baixa auto-estima, centram seu pensamento
em si mesmo e tentam sobre-sair a qualquer
preço. O suicídio lhes proporciona uma
sensação de ser donos da vida e da morte, de
ser onipotentes.

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Teorias Psicanalíticas

Menninger propôs que Outra forma seria o


em todos os seres “suicídio crônico”, “palmo
humanos existem fortes a palmo” exemplo:
propensões a auto- invalidez (incapacidade
destruição e que no caso neurótica), alcoolismo, dr
do suicídio é só uma de ogadição, condutas anti-
suas manifestações. sociais, comer e fumar
em excesso, etc

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Neuroquímica
Alguns estudos demonstraram:
• Que suicidas têm baixas concentrações de
serotonina em certas partes do cérebro; no
sangue baixas concentrações de colesterol;
grupo sangüineo tipo O.
• LCR: baixos níveis de 5-HIAA (metabólito da
serotonina), HVA (metabólito
dopamina), entre outros achados.

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Em busca dos fatores de risco suicida
“Os idosos tentam menos suicídio que os
mais jovens, embora quando tentam o
método é altamente letal: como
enforcamento, precipitação (queda de
altura), veneno agrícola e arma de fogo. O
idoso geralmente busca circunstâncias para
não ser descoberto, nem salvo”.

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Fatores médicos
Doenças crônicas, terminais, dolorosas e
incapacitantes. Doença de
Parkinson, alzheimer, diabete complicada por
retinopatia ou polineuropatia; insuficiência
cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica;
câncer de pulmão, intervenções cirurgicas
freqüentes, entre outras doenças.

Estudo: 53% dos idosos que se suicidaram


visitaram seu médico de atenção primária
em seus últimos 30 dias de vida, estes
pacientes se caracterizavam por ter
importantes problemas clínicos
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Fatores psiquiátricos
Depressão de qualquer etiologia
Abuso de drogas ou álcool
Problemas crônicos ligados ao sono
Psicose tipo paranóide associada a confusão mental

Aproximadamente 90% das Principais: transtornos


pessoas que cometem suicídio
depressivos, esquizofrenia e
apresentam uma doença mental
diagnosticável no momento de alcoolismo (4% das pessoas com
sua auto-destruição alcoolismo cometem suicídio)

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Fatores psicológicos
Sentimentos de solidão
Sentimento de inutilidade
Infelicidade
Inatividade
Dificuldade de memória
Falta de projetos
Tendência em reviver o passado
Visão negativa da velhice como etapa da vida:
(“uma desgraça”)
Personalidade narcisista (narcisismo patológico que leva a um
retraimento social e um sentimento interno de vazio)

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Fatores familiares
• A viuvez, durante o primeiro ano
(depressão, desejos de morrer também) que
pode afetar o sistema imune (infecção)
• Perda de filhos; alterando a “lei natural da vida”
• Institucionalização (morte social)
• Quando o idoso se vê incapaz de satisfazer as
demandas exigidas, pode realizar um ato suicida
para “evitar de ser uma carga para a família”
• Maus tratos Sexo feminino
Mais 75 anos
Incapacidade física ou mental
Institucionalizada
Demência
Residindo com vários adultos que o
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cuidam
Fatores sócio-ambientais
Aposentadoria:
1. Sujeitos “adictos” ao trabalho (depressão pela falta de
ocupação)
2. poder aquisitivo
3. Relações interpessoais sustentada por causa do
trabalho
4. Prestígio ou status
5. Converter-se em uma carga para a família
outros:
-Mudança de região por obrigação (medo da adaptação)
-3 meses após alta da internação psiquiátrica

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Guia prático para avaliar o risco de
suicídio no idoso
N. fator de risco suicida pontos
1. Viver só 2
2. Doença física grave 2
3. Doença mental 3
4. Antecedentes pessoais de conduta suicida 3
5. História familiar de conduta suicida 1
6. Atitude pouco cooperativa na entrevista 2
7. Desejo de descansar, não dar mais trabalho aos outros 4
8. Manifestar idéias suicidas 5
9. Mudanças de comportamento, agitação, isolamento, agressividade 3
10. negar-se a receber ajuda por considerar ser inútil 5

Se pontuação maior que 9 o idoso deve ser avaliado pelo


psiquiatra
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Foram avaliados 388 indivíduos em sala de emergência com
tentativa de suicídio por auto-envenenamento ; separados
em dois grupos (acima de 65 anos e abaixo de 65 anos). Os
idosos apresentavam mais doenças físicas. Depressão foi o
diagnóstico mais freqüente em ambos os grupos. Psicotró-
picos foi a droga mais utilizada para a tentativa, embora pes-
ticidas foi mais freqüente em idosos. Os idosos apresentaram
tentativas mais letais.
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Foram avaliados 356 vítimas de suicídio e 198 controles
Foi encontrado associação do polimorfismo do gene
responsável pela degradação de catecolaminas COMT
Val108/Met158 (onde ocorre uma substituição destes amino-
ácidos valina-metionina) com maior risco para suicídio, a
análise demonstrou-se estatisticamente significativa

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Primeira ajuda psicológica
É um modelo de intervenção que pode ser aplicado pelo
familiar ou o médico de atenção primária.
Consta de cinco etapas:
1-estabelecer contato (escutar com atenção, contato pele a
pele)
2-conhecer a dimensão do problema (realizar perguntas
abertas, explorar as idéias suicidas)
3-explorar soluções (estabelecer prioridades, ajudar o idoso a
encontrar soluções)
4-ações concretas (buscar tratamento ou
hospitalização, confrontar para encontrar possíveis contradições
no discurso)
5-seguimento (prevenção da crise, realizar novos contatos com o
médico que deve ser capaz de estabelecer uma adequada
relação médico-paciente)
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Fatores protetores
1- preservar habilidades sociais que lhe permitem ficar
integrado ao seu grupo da terceira idade.
2-Manter confiança em si mesmo
3-Conservar a capacidade de auto-controle sobre as
emoções, pensamentos e conduta
4-Manter qualidades como: poder de
adaptação, responsabilidade,persistência, perseveranç
a e ânimo.
5-Manter boa auto estima, auto-imagem e suficiência
6-Conservar a inteligência e habilidades para resolver
problemas
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Tratamento

Medicação
Anamnese Psicoterapia
(diagnóstico) Hospitalização

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