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ENSAIO DE FLEXÃO


INTRODUÇÃO
 Em algumas aplicações industriais é muito importante conhecer o
comportamento do material quando submetido a esforços de flexão.
 Quando a força aplicada provoca somente uma deformação elástica no
material, dizemos que se trata de um esforço de flexão. Quando produz uma
deformação plástica, temos um esforço de dobramento.
 No fundo, flexão e dobramento são etapas diferentes da aplicação de um
mesmo esforço, sendo a flexão associada a fase elástica e o dobramento a
fase plástica.
 Para o estudo da flexão o ensaio utilizado é o ensaio de flexão.
O QUE É UM ENSAIO DE FLEXÃO
O ensaio de flexão é utilizado para determinar as propriedades de resistência
à Flexão, Módulo de elasticidade e deformação sob Flexão. Essas propriedades são
importantes para o controle de qualidade e para avaliar o desempenho dos
materiais quando submetidos a uma carga de flexão.
TIPOS DE MATERIAIS SUBMETIDOS AO ENSAIO

Grande aplicação para materiais frágeis ou de elevada dureza, como o caso


de ferro fundido, aço ferramenta, aço rápido, polímeros e cerâmicas
estruturais, pois estes materiais, devido à baixa ductilidade não permitem ou
dificultam a utilização de outros tipos de ensaios mecânicos.
COMO FUNCIONA
O Ensaio de flexão consiste na aplicação de uma carga crescente em determinados
pontos de uma barra.
Mede-se o valor da carga versus a deformação máxima. 
Se o material for dúctil, não haverá ruptura e a falha será por escoamento.
Se o material for frágil, o corpo de prova se rompera.
Existem três tipos de Ensaios: Ensaio de flexão em três pontos, Ensaio de flexão em
quatro pontos e Ensaio de Flexão pelo método engastado.
Ensaio de Flexão pelo método de três e
quatro pontos
Ensaio de Flexão pelo método engastado
Corpo de Prova
Recomenda-se a forma retangular e pelo menos 6 corpos de prova para cada tipo de material.

Para os métodos de três e quatro pontos:


Espessura (mm) Distância entre os apoios (mm) Largura (mm) Comprimento (mm)

0,25 a 0,51 150 vezes a espessura 3,81 250 vezes a espessura

0,51 a 1,3 100 vezes espessura 12,7 165 vezes a espessura

Para o método engastado:


A relação comprimento/espessura não deve ser inferior a 15.
A relação largura/espessura deve ser superior a 10.

Coloca-se um extensômetro no centro e em baixo do corpo para se medir a deformação


correspondente à posição da flexão máxima, após, um cutelo aplica um esforço perpendicular ao
eixo do corpo de prova para realizar o ensaio.
Considerações para os ensaios

Corpo de prova retilíneo

Material homogêneo e isotrópico (propriedades independentes da direção)

Superfície neutra (σ = 0)
Análises dos
esforços atuantes
na Flexão

Força cortante (Q)

Momento fletor (Mf)


POR MEIO DO ENSAIO DE FLEXÃO É POSSÍVEL OBTER
IMPORTANTES INFORMAÇÕES A RESPEITO DO MATERIAL
Módulo de Ruptura (Mr): valor máximo das tensões de tração e compressão nas fibras
externas do corpo de prova, em Pa:

Mf . c
Mr =
I

Mf = momento fletor máximo (N.mm²);


c = distância da linha neutra até a linha externa (mm);
I = Momento de inércia da seção transversal do corpo de prova (mm4) → depende da
geometria
Módulo de resistência da seção transversal (W) : trata-se da medida de uma
resistência em função de um elemento.

I
W=
c
c = distância da linha neutra até a linha externa (mm);
I = momento de inércia da seção transversal do corpo de prova (mm4) → depende da
geometria

Tensão de flexão (σ): é a razão entre o momento fletor máximo e o módulo de


resistência, em MPa:

Mf
σ=
W
Módulo de elasticidade à flexão (E) : trata-se da medida de uma resistência em função
de um elemento, em Pa.

3
F.L
E=
48. f .I

F = força aplicada (N);


L = comprimento do corpo de prova (mm);
f = flecha medida para a força F aplicada no meio do vão
Tensão x Deformação: a medida das flechas em relação às cargas aplicadas nos permite traçar
um gráfico de tensão x deformação do material:
APLICAÇÃO DA TÉCNICA

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3612/841/954.pdf
APLICAÇÃO DA TÉCNICA

- Avaliar a flexão de peças de MDF em diferentes espessuras;


- Foi utilizado o ensaio de flexão de três pontos → 15 amostras;
- Diferentes espessuras

- Corpo de prova: dimensões de 350 x 350 mm e espessuras de 3, 6 e 12 mm


MDF produzido a partir de Pinus sp. e resina a base de ureia-formaldeído

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APLICAÇÃO DA TÉCNICA

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APLICAÇÃO DA TÉCNICA

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APLICAÇÃO DA TÉCNICA

RESULTADOS:

Amostras de 3 mm: não chegaram a se romper e foram descartadas.

Amostras de 6 mm: todas as peças se romperam, com força entre 150 e 200 N e
com deslocamento (flecha) entre 15 a 20 mm.

Amostras de 12 mm: todas as peças se romperam, com força entre 600 e 750 N e com
deslocamento entre 10 e 15 mm.

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APLICAÇÃO DA TÉCNICA

RESULTADOS:

12 mm

6 mm

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APLICAÇÃO DA TÉCNICA

CONCLUSÃO:

- As peças de 12 mm apresentou maior resistência que as de 6 mm.

- Para atingir o rompimento das peças de MDF de 12 mm foi preciso o emprego de


mais do que o triplo de força do que as peças de 6 mm.

- As peças de 6 mm se romperam com um deslocamento maior do que as mais


espessas. Isso demonstra que embora as peças de 12 mm sejam mais resistentes em
relação à aplicação de força, as de espessura de 6 mm são mais flexíveis.

- O ensaio desenvolvido amplia o conhecimento sobre o material, podendo o designer


escolher entre maior rigidez e resistência ou maleabilidade e leveza na produção de
novas peças de mobiliário.
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EXERCÍCIO PROPOSTO

Em um corpo de prova de seção circular, com diâmetro de 50 mm e


comprimento de 685 mm foi registrado uma flecha de 1,66 mm e a carga
aplicada ao ser atingido o limite elástico foi de 1600 N. Calcule a tensão de
flexão e o módulo de elasticidade.
EXERCÍCIO PROPOSTO

Em um corpo de prova de seção circular, com diâmetro de 50 mm e


comprimento de 685 mm foi registrado uma flecha de 1,66 mm e a carga
aplicada ao ser atingido o limite elástico foi de 1600 N. Calcule a tensão de
flexão e o módulo de elasticidade.
4
π.D F.L
I= → seção circular Mf =
64 4

Mf I F . L3
σ= W= E=
W c 48. f .I

Resp: σ = 22,33 MPa e E = 21037,4 MPa


Referências


BANDEIRA, M.; VERDI, N.S.T; FOLLE,L.F. Relato de experimento em
laboratório: Ensaio de flexão em peças de MDF. XI SEPesq, UniRitter, Porto
Alegre, 2015. p.1-9. Disponível em:
<https://www.uniritter.edu.br/files/sepesq/arquivos_trabalhos/3612/841/954
.pdf>. Acesso em: 19 nov 2017.


GARCIA, A.; SPIM, J.A.; SANTOS, C.A. Ensaios dos materiais. 2a. Edição, Rio de
Janeiro: LTC, 2012.

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