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Anticonvulsivantes
Anticonvulsivantes
CONSIDERAÇÕES
A epilepsia é um distúrbio crônico caracterizado por convulsões recorrentes e autolimitadas.
Afeta aproximadamente 0,5% da população, sendo que frequentemente não há uma causa conhecida, embora ela possa se desenvolver
após lesão cerebral ou outras doenças neurológicas, incluindo várias síndromes neurológicas hereditárias.
A convulsão (Alteração Transitória) é causada por uma descarga de alta frequência de um grupo de neurônios, começando localmente
e espalhando se por uma extensão variável.
Os fármacos antiepilépticos atuais são eficazes no controle das convulsões em aproximadamente 70% a 80% dos pacientes.
A classificação clínica da epilepsia define duas principais categorias de crises focais e generalizada.
As convulsões são iniciadas por uma súbita despolarização dentro de um grupo de neurônios. Essa alteração súbita, denominada desvio
despolarizante paroxístico (DDP) dura até 200 ms e resulta na geração de uma sequência anormalmente rápida de potenciais de ação.
Essas descargas locais podem ser visualizadas no eletroencefalograma (EEG) como descargas interictais pontiagudas. A identificação
dessas pontas pode ser útil na localização do foco convulsivo em um paciente que não está sofrendo ativamente uma convulsão.
Estimulação da atividade Glutamatérgica (NMDA) - associada aos canais de Ca++, além de K+ e Na+.
Por motivos ainda não esclarecidos, as crises de ausência estão associadas à ativação do canal de cálcio do tipo T durante o estado de
vigília.
As crises de ausência resultam da ativação anormal dos canais de cálcio do tipo T durante
o estado de vigília, resultando em um padrão EEG de ponta e onda semelhante.
1. Reduzindo a excitabilidade elétrica das membranas celulares, principalmente bloqueio uso-dependente dos canais de sódio.
2. Potencializando a inibição sináptica mediada pelo GABA. Este efeito pode ser causado por aumento da ação pós-sináptica do
GABA, por inibição da GABA transaminase ou por fármacos com propriedades GABAérgicas (agonistas) diretas.
3. Inibindo os canais de cálcio do tipo T (importantes no controle das crises de ausência).
Os fármacos mais recentes atuam por outros mecanismos, ainda por serem elucidados.
Os fármacos que bloqueiam os receptores de glutamato são eficazes em modelos animais, mas ainda não estão pronto para uso clínico.
FENITOÍNA
Atua diretamente sobre os canais de Na+, diminuindo a velocidade de recuperação do canal de seu estado inativado para o estado
fechado.
Aumenta o limiar dos potenciais de ação e impede a descarga repetitiva. O efeito resultante consiste na estabilização do foco de
convulsão ao impedir o desvio despolarizante paroxístico (DDP) que inicia a convulsão focal. Além disso, a fenitoína impede a rápida
propagação da atividade convulsiva para outros neurônios, o que explica sua eficácia nas convulsões secundariamente generalizada.
Efeitos sobre a descarga: inibe a propagação da descarga. Limita o disparo repetitivo dos potenciais de ação causados por despolarização
persistente.
Principais indicações: tratamento das convulsões focais e convulsões tônico-clônicas. Não é utilizada nas crises de ausência.
Principais Reações Adversas: ataxia, vertigem, hipertrofia gengival, hirsutismo, anemia megaloblástica, malformação fetal, reações de
hipersensibilidade.
Efeitos adversos e monitorização recomendada:
Efeitos adversos:
TÓXICOS: nistagmo, ataxia, sonolência, náuseas, vômitos, desordens do movimento, arritmias, hipotensão.
IDIOSSINCRÁSICOS: dermatite, leucopenia, trombocitopenia, febre, anemia aplásica, eosinofilia, hiperplasia linfoide, lúpus
eritematoso sistêmico, hepatite.
USO CRÔNICO: hiperplasia gengival, hirsutismo, disfunção cerebral crônica, polineuropatia, dist. cognitivo, hipocalcemia,
osteomalácia , anemia megaloblástica.
Recomendação:
Uso IV em velocidade excessiva no tratamento de emergência pode levar a arritmias cardíacas com ou sem hipotensão, e/ou depressão
SNC.
CARBAMAZEPINA
Atua diretamente sobre os canais de Na+, diminuindo a velocidade de recuperação do canal de seu estado inativado para o estado
fechado.
Perfil semelhante a Fenitoína mas com menos efeitos adversos, além da resposta terapêutica em pacientes maníaco-depressivos,
inclusive em casos que o lítio não é eficaz.
Principais indicações: todos exceto crises de ausência, particularmente nas focais e tônico clônicas. Utilizada também na nevralgia do
trigêmeo.
Farmacocinética: absorção lenta por via oral. Concentrações máximas no plasma ocorrem de 4h à 8h após adm. Oral.
Fortemente indutor de enzimas hepáticas: devem ser monitorados função renal e hepática.
Principais Reações Adversas: sedação, turvação visual, tontura, ataxia e diplopia. Raramente pode ocorrer: agranulocitose, hepatite e
Síndrome de Stevens-Johnson.
OXCARBAMAZEPINA
Mecanismo igual a carbamazepina, seu uso em substituição a carbamazepina é devido a maiores níveis de fenitoína e ácido valpróico,
por causa da redução da indução de enzimas.
Efeitos sobre a descarga: inibe a propagação da descarga. Dosagem 50% mais alta que carbamazepina.
ETOSSUXIMIDA
Mecanismos celulares: Reduz o limiar baixo das correntes dos canais de cálcio do tipo T. Não inibem os disparos repetitivos persistentes
e não aumentam as respostas do GABA.
Sua popularidade de uso baseia-se na segurança, pois Valproato (fármaco alternativo) causa hepatotoxicidade.
Mecanismos celulares: incerto. Efeito fraco sobre a GABA transaminase e sobre os canais de sódio. E reduz a corrente Canais T de cálcio.
Efeitos sobre a descarga: desconhecido, mas sabe-se que inibe os disparos repetitivos induzidos pela despolarização. Não modifica a
resposta dos neurônios ao GABA.
Principais Reações Adversas: em geral são menores do que com outros fármacos, náusea, queda de cabelos, aumento de peso,
malformações fetais (espinha bífida).
Toxicidade: Lesão hepática é a mais grave que pode ser fatal se administrada em crianças de menos de dois anos de idade. É reação
idiossincrásica e pode ocorrer em outras idades, não relacionada com a dose. EVITAR em hepatopatas.
FENOBARBITAL – MAIS ANTIGO
BENZODIAZEPÍNICOS
Principais indicações: todos os tipos. Diazepam usado por via I.V. para controle do estado de mal epiléptico.
LAMOTRIGINA
Efeitos colaterais: mais comum quando administrada com outros fármacos. Reações de hipersensibilidade, ataxia, náuseas, tonturas.
VIGABATRINA
Efeitos colaterais: sonolência, ganho de peso, ataxia, diplopia e vertigens, alterações de humor.
GABAPENTINA
Composto GABA-mimético.
Mecanismo de ação não totalmente elucidado: difere dos demais indutores Gabaérgicos pois não imita o GABA e sim promove a liberação
de GABA. Também inibe canais de cálcio.
Efeitos adversos mais comuns: sonolência, tontura, ataxia e fadiga, os quais regridem após 2 semanas.
PREGABALINA
Estruturalmente relacionada com o GABA, porém exerce seu principal efeito terapêutico por meio da inibição dos canais de cálcio.
A pregabalina que é mais potente que a gabapentina, constitui um tratamento adjuvante razoável para as convulsões focais.
Mais útil em pacientes com disfunção hepática, na medida em que é metabolizada no rim e apresenta poucas interações
medicamentosas.
FELBAMATO
Efeitos colaterais: alterações gastrointestinais, cefaleia, sonolência, diplopia, ataxia, tontura e rash.
TIAGABINA
Efeitos colaterais: alterações gastrointestinais, tontura, confusão mental, alterações do sono, tremor, depressão.
TOPIRAMATO
Atua em todas as esferas. Bloqueia canais de sódio e cálcio, potencializa a transmissão gabaérgica e inibe o glutamato.
Bem absorvido via oral e apenas 10% a 20% ligado a proteínas plasmáticas.
Uso: epilepsia parcial ou generalizada primária recém diagnosticada. Eficaz em tônico-clônicas refratárias.
Efeitos adversos: tontura, ataxia, sonolência, prejuízos na concentração, fadiga, alterações gastrointestinais.
VIGABATRINA:
LAMOTRIGINA:
FELBAMATO:
GABAPENTINA:
TIAGABINA:
TOPIRAMATO: