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prefácio
1ª PARTE
EUROPA OCIDENTAL
Crise dos séculos XIV e XV teve como conseqüência política a
emersão do absolutismo;
Para Engels o absolutismo representava o equilíbrio entre a nobreza
e a burguesia( o que é dito no próprio Manifesto Comunista);
Marx por várias vezes disse que a estrutura administrativa do estado
absolutista era um instrumento tipicamente burguês: " O poder
centralizado do estado, com seus órgãos onipresentes: exército permanente,
polícia, burocracia, clero e magistratura, tem sua origem no absolutismo,
quando serviu a sociedade da classe média nascente, como arma poderosa na
luta contra o feudalismo" ;
Todavia, para Anderson, tais juízos estavam equivocados, pois o fim
da servidão ( simultânea ao aparecimento do estado absolutista) não
significou o desaparecimento das relações feudais no campo;17
A coerção dos senhores sobre os servos , a posse dos meios de
produção pelo produtor e a dependência pessoal não desapareceram quando as
obrigações servis deixaram de ser extraídas na forma de corvéia e prestações
em espécie(aqui, parece-me que espécie quer dizer produção) , e se tornou
renda em dinheiro: enquanto a propriedade aristocrática impedia um
mercado livre na terra e a mobilidade efetiva do elemento humano, as
relações de produção rurais permaneceram feudais( o que é confirmado
por Marx em o Capital);17
Durante toda fase inicial da época moderna, a classe dominante -
econômica e politicamente - era, portanto, a mesma do período medieval:
a aristocracia feudal;18
Essa nobreza passou por profundas metamorfoses nos séculos que se
seguiram ao fim da idade média, mas até o final do absolutismo não foi
desalojado do poder político;18
Contudo as formas de exploração feudal passaram por significativas
mudanças. Na verdade, foram precisamente essas modificações que mudaram
as formas do Estado( concepção própria do materialismo histórico). O regime
político da monarquia absoluta é apenas um forma de manutenção da
exploração feudal, no período do desenvolvimento da economia
mercantil;19
Com a comutação generalizada das obrigações, transformadas em renda
monetária, a unidade celular de opressão política e econômica do campesinato
foi gravemente debilitada e ameaçada de dissociação. O poder de classe dos
senhores feudais estava assim diretamente em risco com o desaparecimento
gradual da servidão. O resultado disso foi um deslocamento da coerção
3
DE DESENVOLVER-SE);40
Nunca ocorreu nenhuma derrogação política da classe nobre no Estado
absolutista. O seu caráter feudal acabava contentemente por frustrar ou
falsificar as suas promessas ao capital. Os Fuggers acabaram por ser
arruinados pelas bancarrotas dos Habsburgo; os nobres ingleses
apropriaram-se da maior parte das terras dos mosteiros; Luís XIV destruiu os
benefícios da obra de Richelieu ao revogar o Edito de Nantes;41
administração profissionalizadas;51
A venda de cargos não apenas aumentava as rendas, como tinha um
papel político fundamental, bloquear fortalecimento de nobres que formavam
sistemas de clientela de apadrinhamento. Richelieu sublinhou em seu
testamento a importância da PAULETTE, ao afastar da administração as
linhagens aristocráticas como a Casa dos Guise;
A burocratização dos estados formou novos tipos de
administradores, normalmente recrutados na nobreza, ainda que ansiosos
pelos benefícios dos cargos, estavam imbuídos de um respeito pelo estado.
Estes dirigentes, carentes de uma base regional ou militar, foram
reformadores do século XVII;52
A escalada da guerra, a burocratização, o aumento dos impostos, o
desgaste do clientelismo, tudo isso levou a eliminação do que Montesquieu,
no século seguinte teorizaria como os “ poderes intermediários” entre a
monarquia e o povo;52
Levando a uma intensificação na centralização do poder na monarquia,
mas o poder da monarquia não necessariamente correspondia ao poder do
monarca, era raro um soberano efetivamente dirigir a política, apesar de
exceções(Luís XIV e Frederico II);
O florescimento do absolutismo significava também a perda da
autonomia da nobreza e o enfraquecimento dos Estados. Os últimos
estados gerais antes da revolução reuniram-se na França em 1614; em
Castela antes de Napoleão em 1665; na Inglaterra ocorria o mais longo recesso
parlamentar em um único século, de 1629 a Guerra Civil;52
Essa época é não só o apogeu do absolutismo, como do generalizado
descontentamento da aristocracia. A perda de privilégios e direitos
consuetudinário não foram abandonados sem luta, especialmente nesse
século XVII de recessão econômica e crédito inelástico. As revoltas da
nobreza dessa época freqüentemente mesclavam-se com a sedição de
mercadores e, às vezes, da fúria das massas contra a monarquia. A Fronda na
França, A Republica Catalã na Espanha, A Revolução Napolitana na Itália, A
Revolta dos Estados na Boêmia e a própria Grande Revolta na Inglaterra
tiveram, todas, algo dessa revolta da nobreza contra a monarquia;53
Mas nenhuma conseguiu unificar a nobreza em grande escala
contra a monarquia, pois ambas estavam vinculadas, tampouco registrou-
se alguma revolta puramente aristocrática no século XVII.;53
A brecha fundamental entre nobreza e monarquia não era econômica,
apesar dos impostos de guerra terem levados a revoltas, era política;
Apenas na Inglaterra, onde o componente capitalista da revolta foi
predominante tanto na classe proprietária rural como na urbana, é que a
17
XVI, o campesinato vivia praticamente por toda a parte sob regime de quase-
autarquia doméstica, ao passo que a vida cotidiano dos artesãos, inclusive os
pequenos burgueses, era efetivamente regida pelo mesmo princípio,
nomeadamente, o de viver sobretudo de alimentos cultivados no solo das
terras que possuíam e apenas comprar e vender um mínimo; pois, para
satisfazer as necessidades ordinárias, o uso das moedas de ouro ou de prata
era complemente desnecessário. Com efeito, dado o número limitado de
transações comerciais indispensáveis, podia-se muitas vezes passar sem o
dinheiro.
ESPANHA
FRANÇA
INGLATERRA
história número 7
ITÁLIA
Cidades medievais:
- Enclaves urbanos dentro do modo de produção feudal; elas
existiam essencialmente numa tensão dinâmica com o campo;151
- Dominadas por mercadores, banqueiros, juristas
- Excetuando nas colônias de Gênova e Veneza, não usavam a
escravidão, como também baniram a servidão e a vassalagem dentro delas;
- Cidades Italianas eram fundamentalmente centros de produção
urbana, baseadas nas corporações de oficio, enquanto as da antigüidade
eram primariamente centro de consumo.151
- divisão de trabalho, transportes marítimos e nível técnico das
manufaturas - têxteis ou metalúrgicas - muito mais desenvolvidos que as
da antigüidade;
37
cidades da antigüidade:
- Dominadas por uma aristocracia proprietária de terras e o grosso
da população era constituído de pequenos lavradores ou plebeus pobres e
escravos;
- Eram um simples aglomerado de consumidores da produção
agrária e da renda fundiária;
- Constituíam uma continuação simbólica dele;
- as cidades antigas eram primariamente centro de consumo;
- Formavam uma unidade cívica e econômica com o seu meio
rural;
- meio de expansão era a guerra pela pilhagem e conquista de
terras e escravos. A agressão armada era uma constante nas cidades Italianas,
mas nunca chegou a adquirir tal primazia, voltando-se mais para a competição
comercial;
- As tiranias foram um período de transição entre um governo
oligárquico para um popular. Já na Renascença constituiu a forma final;
- a expansão territorial culminando em impérios era um
prolongamento natural de sua vocação agrária e militar;
inovação”. 158
Assim a manufatura Italiana acabou sendo arruinada pela
concorrência com as indústrias estrangeiras mais livres e localizadas em
áreas rurais. O capital mercantil sobreviveu por mais tempo, mas pagou seu
preço , quando o predomínio marítimo deslocou-se da navegação
mediterrânea para a atlântica, com o advento de formas de transporte
naval mais rápidas e baratas, desenvolvidas pelos holandeses e
ingleses;157
As cidades-estados Italianas, como o resto da Europa Ocidental foi
assolada pelo despovoamento do século XV: o refluxo comercial e as
falências dos bancos reduziram a produção manufatureira. Mas o autor sugere
que elas devem ter se recuperado da crise geral do feudalismo em melhores
condições que qualquer outra região do Ocidente;
Enquanto as cidades Italiana foram pródigas na criação artísticas na
Renascença, as cidades alemãs, por estar próximas de minas(prata, ferro,
cobre, estanho, zinco), foram palco de praticamente todas as grandes
progressos tecnológicos da época: imprensa, refinação de mineiro,
material bélico, relógios;159
Na Prússia e na Rússia, surgiu um superabsolutismo sobre um vazio
urbano. Na Itália e na Alemanha a oeste do Elba, a densidade urbana produziu
apenas uma espécie de Microabsolutismo;
Diante de sua fraqueza a península passa para o domínio dos
Habsburgo, os quais venceram a França. O resultado foi a regressão
econômica: os patriciados urbanos abandonaram as finanças e as manufaturas
para investir nas terras. Piemonte tinha uma base para a unificação: somente ai
surgiu um verdadeiro absolutismo nativo claramente alicerçado numa nobreza
feudal, em uma formação social dominada pela servidão. Piemonte era
economicamente rudimentar, se comparado a Veneza ou Milão; precisamente
por essa razão conseguiu a unificação;
Em 1460, nas vésperas das invasões estrangeiras que encerrariam a
Renascença, o Piemonte era o único Estado independente da Itália com um
sistema de estados influente, justamente por sua formação mais feudal da
península. Mas ainda caiu sob o domínio francês;
No século XVIII, Piemonte deu um importante avanço ao absolutismo,
aumentando as receitas, construiu um amplo aparelho diplomático e militar na
qual se integrou a aristocracia, subordinou a Igreja, promoveu a manufatura de
exportação e construiu uma grande capital em Turim.
No séc. XVIII, Piemonte desenfeudou amplas faixas de terras da
nobreza, tornando-os alódios. E isto tem um significado bem claro para a
história geral do absolutismo. Pois na organização medieval, onde não existia
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SUÉCIA
absolutismo no Leste
NOBREZA E MONARQUIA:
A VARIANTE ORIENTAL
protonacionalismo que se desenvolvia no Ocidente, que por sua vez era fruto
da ausência de uma burguesia ascendente no Leste;
A propriedade privada e a segurança da classe fundiária permaneceram
como o talismã doméstico dos regimes monárquicos, por mais autocráticos
que fossem suas pretensões;
No Leste tal como no Ocidente, o imperioso advento do absolutismo
encontrou inicialmente a incompreensão e a recusa; depois, passada a
confusão e a resistência, este foi finalmente aceito e acolhido pela classe
fundiária;
O despotismo iluminado do século XVIII marcou o apogeu do
absolutismo no Leste simbolizado por Frederico II, Catarina II e José II que
partilharam a Polônia(a qual por não conseguir desenvolver um absolutismo,
acabou por deixar de ser um estado independente), calma e coletivamente
em desafio as potências ocidentais, impotentes as vésperas da Revolução
Francesa, aparece como um símbolo de sua ascensão internacional;
Enquanto Filipe II e Luís XIV expulsaram os mouriscos e os
hunguenotes, Frederico II, não apenas acolheu os refugiados religiosos como
estabeleceu um estrangeiro escritório de imigração a fim de promover o
crescimento demográfico de seu reino - uma nova volta no parafuso do
mercantilismo;234
Frederico II e José II promoveram o ensino público e incentivaram
as manufaturas. O recrutamento foi introduzido em toda parte.234
Mas ainda continuaram monarquias retrogradas. A servidão foi
preservada por Frederico II e ampliada por Catarina II: os fundamentos
senhoriais do absolutismo oriental sobreviveram intatos nas duas potências
dominantes da região até o século seguinte;235
Então, mais uma vez, seria o impacto do ataque militar do Ocidente,
que outrora contribuíra para trazer a luz o absolutismo oriental, que poria fim
a servidão sobre a qual este assentara.235
Prússia
a fazer
Polônia
Áustria
Rússia
A casa do Islã
44
Terceira parte
CONCLUSOES
apêndices
a fazer
51
O feudalismo japonês
Luís XIV queria criar uma frota. Seu ministro Coulbert foi encarregado
de recrutá-los. Alguém guardava o chapéu na cabeça quando passava uma
procissão religiosa? Era considerado hunguenote e enviado às galeras.
Encontravam na rua um garoto de mais de 15 anos que não tinha onde morar?
Enviavam-no às galeras. Grande reino! Grande século!(Victor Hugo)