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O processo de desmonte

das políticas públicas


HISTÓRICO

Políticas
alinhadas às Medidas
Seguiram a focalizadas e
necessidades de lógica privativa
desenvolvimento seletivas
do país
DÉCADA DE 1980

CONSTITUIÇÃO
INSERÇÃO NEOLIBERAL
FEDERAL DE 1988
DUALIDADE E SERVIÇO SOCIAL

• Porém, duas situações provocaram a ruptura desta relação virtuosa, encaminhando-se


para uma divergência séria que merece ser trazida ao debate. Primeiramente, a
reversão praticada, ainda na década de 1990, nas proposições fundamentais da
Seguridade Social brasileira, quebrando as expectativas de parte da sociedade de
ampliação de direitos sociais E, em segundo, a forma complexa das demandas, em
termos quantitativos e qualitativos, além do desenho e da maneira de
institucionalização dos programas sociais, influenciados pelas matrizes de regulação
das agências multilaterais de financiamento e fomento, com exigências de avaliação
de ordem quantitativa e de intenso controle gerencial-burocrático sobre as ações
desenvolvidas e os resultados obtidos. As duas situações, além de produzirem impactos
significativos nos processos interventivos dos assistentes sociais, revelam a existência
de questões relativas ao tratamento da intervenção nas políticas sociais, no âmbito da
profissão, que merecem ser abordadas (MIOTO; NOGUEIRA, 2013, p. 62-63).
CONTEXTO ESTRUTURAL DE DESMONTE

• Em geral, reconhece-se que a existência da Política Social é um


fenômeno associado à constituição da sociedade burguesa, ou
seja, do específico modo capitalista de produzir e reproduzir-se;
• Unidade contraditória, em que tanto pode ser concessões, como
conquistas;
• Determinantes históricos para a construção do Sistema de
Proteção Social foram: desenvolvimento das forças produtivas,
estratégias da dinâmica do desenvolvimento capitalista e o nível
de socialização política.
CONTEXTO ESTRUTURAL DE DESMONTE

• Para uma melhor análise dos processos recentes de ajuste estrutural no


capitalismo e seus rebatimentos na Reforma do Estado e reestruturação
das políticas sociais em curso no mundo, faz-se necessário
compreendermos as transformações mais recentes experimentadas na
esfera do capital, em especial a partir dos anos 70, quando este toma uma
nova configuração;

• É, portanto, neste contexto que a cidadania se amplia, não só a cidadania


civil e política, mas também a cidadania social, que está vinculada
diretamente à garantia dos direitos sociais, exigindo a presença ativa do
Estado como provedor de bens e serviços sociais.
TENDÊNCIAS

• Neste sentido, para as políticas sociais a orientação dos organismos


internacionais é a focalização das ações, com estímulos a fundos sociais de
emergências, a mobilização da solidariedade individual e voluntária, bem
como as organizações filantrópicas e organizações não-governamentais;
• O apelo à solidariedade e à parceria desreponsabiliza o Estado e despolitiza
as relações sociais, deslocando a questão social da esfera pública e
inserindo-a no plano de filantropia;
• Nesta perspectiva, observa-se uma tendência de despolitização da política,
o desfinanciamento da proteção social, em detrimento do pagamento do
refinanciamento da dívida pública, através da obtenção do superávit
primário, mercantilização / mercadorização dos serviços e,
conseqüentemente, uma redução dos direitos sociais, tardiamente
conquistados no Brasil.
SISTEMA DE SEGURIDADE SOCIAL BRASILEIRO

SAÚDE PREVIDÊNCIA SOCIAL ASSISTÊNCIA SOCIAL


SAÚDE

• Investidas privatistas;
• Redução da participação popular contexto neoliberal
reflete na organização política da sociedade;
• Terceirização da gestão (OSCIP’s e OS);
• Subfinanciamento;
• Precarização dos trabalhadores.

PREVIDÊNCIA SOCIAL

• No âmbito da Seguridade Social e, sobretudo, na política social de


previdência social há que se sublinhar: as contribuições dos
trabalhadores são realizadas todos os meses e por ininterruptas
décadas é uma gigantesca massa de riqueza social que cada
trabalhadora, cada trabalhador entrega ao Estado na sua vida
presente e que opera como renúncia de melhores condições de
vida para a garantia de proteção na velhice, em um momento de
maior fragilidade;
• As recorrentes reformas visam aumento da contribuição, aumento
do tempo de trabalho e aumento da idade mínima para a
aposentadoria.
ASSISTÊNCIA SOCIAL

• Menor investimento dentro da Seguridade Social;


• Ações focalizadas;
• Seletividade pela extrema pobreza;
• Redução contínua de investimento;
• Responsabilização dos municípios.
POLÍTICAS SECUNDÁRIAS

EDUCAÇÃO LAZER

MINORIAS
TRANSPORTE E SOCIAIS
URBANIZAÇÃO
POLÍTICAS SECUNDÁRIAS

• Subfinanciamento;
• Profissionais insuficientes e sobrecarregados;
• Dificuldade de acesso para o público-alvo;
• Inserção da ideologia neoliberal na confecção de
operacionalização.
IMPACTOS

• A elevação das expressões da questão social são acompanhadas


pelo desmonte das políticas;
• As reformas tendem a aumentar o desemprego, baixar os níveis de
educação e consequentemente aumentar a pobreza;
• A iniciativa privada, a filantropia, ou as ações da sociedade civis
não possuem conhecimento especializado ou suporte de
intervenção necessário para reduzir expressões da questão social.
SERVIÇO SOCIAL

• O principal meio sócio-ocupacional dos assistentes sociais segue sendo


o ambiente das políticas públicas;
• Enquanto profissional assalariado inserido no bojo das relações
capitalistas, terá não apenas o seu ambiente de trabalho
desconfigurado, mas também suas condições de trabalho;
• Dificuldade para operacionalizar o PEP e os ditames do Código de
Ética Profissional;
• Os reflexos negativos sobre categorias que atuam na tentativa de
redução das desigualdades sociais também irão contribuir para a
proliferação dos índices de pobreza.
CONTRADIÇÃO À CATEGORIA

AMPLIAÇÃO DOS ESPAÇOS


PRECARIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES
(Resultados da expansão de X DE TRABALHO
políticas pós 1980)
• Sobre a autonomia profissional, o desenvolvimento do pensamento
social crítico e a postulação de que a profissão se insere na divisão
sociotécnica permitiram o avanço no debate relacionado à condição
do assistente social como trabalhador assalariado. Tal condição
impõe limites à condução de seu trabalho e, consequentemente, à
implementação do projeto profissional, confirmando sua relativa
autonomia, que é condicionada pelas lutas travadas na sociedade
entre os diferentes projetos societários. Ou seja, tal autonomia pode
ser dilatada ou comprimida, dependendo das bases sociais que
sustentam a direção social projetada pelo profissional nas suas ações
(MIOTO; NOGUEIRA, 2013, p. 65-66).
REBATIMENTOS PROFISSIONAIS

• O contexto neoliberal além de trazer desmontes no âmbito


concreto, possui poder de dominação ideológica;
• Os valores vinculados ao neoliberalismo tem permeado a
população brasileira, de modo que esta muitas vezes defende
medidas neoliberais;
• O âmbito profissional não está isento de tais tendências, e o
Serviço Social, na contemporaneidade, tem sido alvo de tais
reflexos.
REFERÊNCIAS

• MIOTO, Regina Celia Tamaso; NOGUEIRA, Vera Maria Ribeiro.


Política Social e Serviço Social: os desafios da intervenção
profissional. R. Katál., Florianópolis, v. 16, n. esp., p. 61-71, 2013.

SOUZA FILHO, R.; GURGEL, C. Gestão Democrática e Serviço Social. São
Paulo: Cortez, 2018.
BEHRING, E. Política Social no Capitalismo Tardio. São Paulo: Cortez,
2009.

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