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MaPa | Cartas para uma mãe
“Sou aquela que abriu mão do trabalho, aquela que trabalha, aquela que deixa o fim de semana
com a avó. Aquela que não desgruda um só segundo querendo que todos nós fôssemos uma
coisa só. Sou a mesma que deixou comer no sofá mas que tantas vezes exigiu que só levant-
assem da mesa após todos terminarem a refeição. Eu sou aquela que chora, aquela que sorri.
Aquela que dorme pensando que está fazendo tudo errado, mas olha para o lado e vê que está
no caminho certo.
Eu sou aquela, eu sou ela. Eu sou todas elas. Eu sou a mãe real e a ideal. Eu sou a mãe que eu
sou e a que eu gostaria de ser.
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MaPa | Cartas para uma mãe
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As melhores maes nao tem filhos
Mãe é mãe. Em qualquer país, em qualquer cul-
tura. Independente do parto, se amamentou ou
não. Se deu bico ou não. Se faz cama compartil-
hada ou não. Não é nada disso que faz ser uma
mãe (ou não).
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MaPa | Cartas para uma mãe
Eu sei
Eu sei que você dorme todas as noites pensan-
do que poderia ter sido uma melhor mãe. Sei
que você chora por aquele grito que foi dado,
e por palavras ditas, em momentos de descon-
trole. Eu sei querida mãe, que você se culpa
pela falta e não importa o que você faça, você
sempre acha que deveria ter feito um pouco
mais.
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MaPa | Cartas para uma mãe
Quando a impaciência começa a falar mais alto, Você é quem mais critica o quanto amamen-
fale para si mesma que você pode controlar tou, a forma como seu filho nasceu e questiona
suas emoções. Leia esse texto quando achar se ele é mesmo bem cuidado.
que todas as mães parecem ser melhores do
que você. Lembra de ter compaixão por si mesma? Lem-
bra do sorriso e das crianças felizes e amadas
que você está criando, isso vale mais do que
muitas caras feias antes de tomar banho. Lem-
bra de todos “eu te amo mamãe” que são ditos
em palavras, gestos ou olhares.
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MaPa | Cartas para uma mãe
Quem e´ voce?
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MaPa | Cartas para uma mãe
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Aprenda a ser felizcom um bebe no colo
Durante algum tempo, você estará, quase
sempre, em pé, com um bebê no colo. Quando
seus braços doerem seu coração cheio ameni-
zará dores físicas.
Aprenda a escutar suas músicas preferidas Aprenda a ser feliz com um bebê no colo. En-
e dançar para o bebê. Quando a casa parece tenda que você precisa adaptar sua vida para
grande, dançar espanta os males, e diverte continuar a fazer as coisas que gosta, e, muitas
muito aquela pessoinha que não tira os olhos vezes precisará encontrar outras coisas para
de você. Acredite, ele não se importa em dar gostar. Mas você não precisa esperar o bebê
um tempo na galinha cheia de pintinhas. crescer para ser feliz. Aprenda, reaprenda.
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MaPa | Cartas para uma mãe
Eu sou aquela
Eu sou aquela. Aquela mãe que você viu rec- Eu... eu sou aquela que superestimula. “Por que
lamar das noites sem dormir na fila do pão. Eu essa pressa para ver a criança crescer? ” Al-
sou a mesma. A mesma que você viu toda or- guém disse. Mas péra! “Essa criança não está
gulhosa caminhando pelo shopping, sabe-se demorando demais para andar? ” Alguém disse
lá como segurando três crianças, com apenas também: Como é que isso pode ser? Como
duas mãos. posso ser a que superestimula e é relapsa ao
mesmo tempo? Depende dos olhos de quem
Eu sou aquela mãe que se sente culpada quan- vê.
do sai cedo e chega tarde do trabalho. Aquela
mãe que faz as unhas no sábado, porque pre- Eu sou aquela que esqueceu o horário do remé-
cisa daquele momento só dela. A mesma que dio, fingiu que esqueceu a hora de escovar os
faz piquenique depois da aula. dentes. Mas que engraçado, sou a mesma que
conta historinhas, faz relaxamento e fica obser-
Eu fui aquela que você escutou perdendo a vando, sem pressa, uma criança dormir.
razão, também sou a mesma que estuda psi-
cologia infantil todos os dias antes de deitar. Eu Sou aquela que abriu mão do trabalho, aquela
sou aquela que você apontou o dedo devido que trabalha, aquela que deixa o fim de sema-
à nossa alimentação. “Muito sódio! ” Será que na com a avó. Aquela que não desgruda um só
essa é mesmo a questão? segundo, querendo que todos nós fôssemos
uma coisa só.
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MaPa | Cartas para uma mãe
Sinta!
Se eu pudesse dar um só conselho para uma
mãe de primeira viagem seria: Sinta! Sinta as
dores e as delícias dessa nova vida.
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MaPa | Cartas para uma mãe
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Ter um filho e´ diferente de ser mae
Depois de um tempo você entende que ter um
filho, é diferente de ser mãe. Simples e com-
plicado assim. Muitas mulheres têm filhos, mas
nem todas são mães. Ser mãe exige uma en-
trega que nem todas querem (ou conseguem)
alcançar. É preciso esquecer um pouco de
si, misturar um pouco com a criança e dessa
condição nascer um novo ser.
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MaPa | Cartas para uma mãe
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Tres coracoes fora do corpo
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Tenho três corações que batem fora do meu
corpo. Tenho seis pulmões que respiram o ar
que eu preciso para sobreviver. Tenho seis ol-
hos que mostram o que eu quero e o que eu
não quero ver. Vejo com mais clareza minha
força, mas também minhas fraquezas e minhas
aflições.
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Voce^ viu?
É, você viu. Você me viu impaciente no mer-
cado e achou que tinha entendido tudo. Não,
você não entendeu nada. Você não sabe nada
sobre meus esforços para amenizar aquele es-
tressante dia.
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Espero que o tempo só fortaleça nossa amiza-
de e que a fortaleza que existe dentro do nos-
so abraço nunca se perca. Lá na frente, que eu
continue sendo alguém com quem vocês que-
iram conversar. Eu quero poder falar de arte,
ciência, história... mas principalmente saber o
que passa em seus corações.
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MaPa | Cartas para uma mãe
´ ou fadas
Princesas, bruxas,plebeias
Eu quero que elas saibam que poderão ser
princesas; ou não. Poderão ser plebeias, brux-
as, fadas, sereias sem que tenham que abrir
mão do que verdadeiramente são. Um dia
quero que entendam que podemos vestir
várias personagens sem que isso nos carac-
terize como contraditórias. Mas se caracterizar,
o que é que tem?
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Eu nao tenho saudades da minha barriga
Eu não tenho saudades da minha barriga, nem Eu não tenho saudade da barriga, mas tenho
tampouco dos meus pés inchados. Mas tenho saudade da expectativa, dos momentos antes
saudade do caminho que ambos me levavam. e durante o ultrassom, dos calafrios, da visu-
Eu tinha um andar sereno, eu não tinha pressa. alização de um rostinho que nunca antes foi
Eu muitas vezes parei para observar o tempo só visto.
para permanecer ali.
Eu não tenho saudades da barriga, mas tenho
Eu não tenho saudade da minha barriga e do saudades de poder proteger, abrigar e abraçar
peso que elas causavam em minhas costas. inteiramente alguém com o meu corpo. Não,
Mas tenho saudade daquela força singular que eu não tenho saudade da barriga. Mas tenho
só uma barriga me dava. saudade dela se movendo enquanto alguém
fazia do meu corpo seu lar. Tenho saudades
Posso falar? Eu não tenho saudades da minha de ter minha barriga tão nobre quanto o meu
barriga e toda a avalanche hormonal que ela coração.
me trazia. Mas sinto vontade de me sentir tão
a flor da pele como só uma grávida pode sentir Eu...? Eu não tenho saudades da minha barriga.
sem ser julgada. Será? Hoje sou alguém que já teve três barri-
gas e hoje possui 4 corações.
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Para voce e´ colo, para crianca e´ abraco
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Para você é colo, para criança é abraço. E não Precisamos lembrar que necessidade de colo
envolvemos uma criança com os braços quan- tem um tempo muito reduzido na vida de um
do estamos com ela no colo? Colo é fundamen- indivíduo. Já viu um adolescente solicitando
tal na construção do vínculo da criança com colo para dormir! “Ah, mas assim vai ficar mal
seu cuidador. Não há nada mais semelhante do acostumada!” Que bom seria que todas as
que o útero materno, do que o aconchego de crianças pudessem ficar acostumadas com o
um colo. É no colo materno que uma criança carinho e amor que temos a oferecer.
sente as batidas do coração e o cheiro já con-
hecidos por ela. Amor e falta de limites são coisas totalmente
distintas, e amor não “estraga” ninguém. O que
E algumas pessoas ainda questionam, “mas “estraga” é essa necessidade que a sociedade
meu bebê só se acalma no colo em movi- impõe de uma independência de afeto cada
mento”. Isso geralmente acontece com bebês vez mais precoce.
menores. Ora, mas não era sempre movimento
que o bebê permanecia no útero!? Ficar para- Ao contrário do que propagam por aí, a ciên-
do desorienta os bebês, mas aos poucos isso cia já mostrou que crianças que se sentem se-
vai se perdendo e a criança se adapta à nova guras e acolhidas possivelmente se tornarão
condição. adultos seguros e acolhedores.
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MaPa | Cartas para uma mãe
Obrigada
pela leitura!