Você está na página 1de 12

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Literatura

Nome do Estudante: Evaltina Valmora Raul Bila


Código: 708208743
Nome do Docente: Arcélio Rafumane

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Disciplina: Introdução aos Estudos Literários
Ano de Frequência: 1º Ano

Quelimane, Junho, 2020


2
Folha de Feedback

Categorias Indicadores Padrões Classificação


Pontuação Nota Subtotal
Máxima do
Tutor
Estrutura Aspectos  Capa 0.5
organizacionais  Índice 0.5
 Introdução 0.5
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
Conteúdo Introdução  Contextualização 1.0
(indicação clara do
problema)
 Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia adequada 2.0
ao objecto de trabalho

Análise e  Articulação e domínio 2.0


discussão do discurso académico
(expressão escrita
cuidada,
coerência/coesão
textual)
 Revisão bibliográfica 2.0
nacional e internacional
relevantes na área de
estudo
 Exploração de dados 2.0
Conclusão  Contributos teórico 2.0
práticos
Aspectos Formatação  Paginação, tipo e 1.0
gerais tamanho de letra,
parágrafo, espaçamento
entre linhas
Referências Normas APA 6ª  Rigor e coerência das 4.0
bibliográficas edição em citações/referências
citações e bibliográficas
bibliografia
Recomendações para melhoria:

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Índice
Introdução..............................................................................................................................................4

Objectivo geral:......................................................................................................................................4

Objectivos específicos:...........................................................................................................................4

Metodologia...........................................................................................................................................4

1. Literatura........................................................................................................................................5

2. A dimensão estética na literatura....................................................................................................5

3. Natureza e função da literatura.......................................................................................................6

4. Literatura e ficção...........................................................................................................................7

Conclusão...............................................................................................................................................9

Bibliografia..........................................................................................................................................10
5
Introdução
Os textos literários possuem uma função muito importante para o ser humano, de forma que
provocam sensações e produzem efeitos estéticos os quais nos fazem entender melhor nós
mesmos, nossas ações bem como a sociedade em que vivemos. Segundo o crítico literário
Afrânio Coutinho: "A Literatura é, assim, a vida, parte da vida, não se admitindo possa haver
conflito entre uma e outra. Através das obras literárias, tomamos contato com a vida, nas suas
verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da mesma
condição humana."

Nesse sentido, devemos lembrar que o conceito de literatura foi se alterando ao longo do
tempo, e seu significado tal qual conhecemos hoje, é diferente da visão clássica de antanho.

Objectivo geral:
Analisar aspectos importantes da literatura.

Objectivos específicos:
 Conceituar a literatura;
 Descrever a dimensão estética na literatura;
 Identificar a natureza e função da literatura;
 Relacionar a literatura e a ficção;

Metodologia
Para o alcance destes objectivos foi adoptada uma metodologia assente numa pesquisa
bibliográfica baseada em diversos autores que aparecem devidamente citados ao longo do
texto e mencionados na bibliografia final deste trabalho.

6
1. Literatura
A literatura (do latim littera, que significa “letra”) é uma das manifestações artísticas do ser
humano, ao lado da música, dança, teatro, escultura, arquitetura, dentre outras.

Ela representa comunicação, linguagem e criatividade, sendo considerada a arte das palavras.

Trata-se, portanto, de uma manifestação artística, em prosa ou verso, muito antiga que utiliza
das palavras para criar arte, ou seja, a matéria prima da literatura são as palavras, tal qual as
tintas é a matéria prima do pintor.

2. A dimensão estética na literatura


O pensamento estético de Schiller sempre guardou uma grande proximidade com a questão do
autoconhecimento. O acontecimento que vai ter decisiva importância para os estudos originais
e diferenciados que Schiller realizou sobre a estética foi a ligação do poeta com o príncipe
dinamarquês Frederico Cristiano de Augustenburg que, em 1791, lhe ofereceu uma pensão
por três anos. Essa “bolsa” possibilitou a Schiller uma leitura em profundidade da obra de
Kant. Um dos resultados desse estudo foi a homenagem que o poeta prestou ao príncipe, na
forma de cartas que lhe enviava. Só que não se tratava de uma mera correspondência. Na
verdade, Schiller redigia suas famosas Cartas sobre a Educação Estética da Humanidade, obra
que revela uma práxis educativa e política que procura estabelecer a importância do “reino
estético”, o chamado “terceiro caráter”, algo que estabelecia uma ligação entre o ser físico e o
ser moral do homem. Essa dimensão é que torna Schiller um pensador que extrai da estética
uma função que vai muito além da simples indagação do belo. É preciso lembrar que as
posições de Schiller nascem das reflexões kantianas, mas é preciso também ver que o poeta
ultrapassa em muito o filósofo nas reflexões que produziu, pelo fato mesmo de que Kant, nas
suas três obras fundamentais – Crítica da razão pura, Crítica da razão prática e Crítica do juízo
–, preocupa-se, essencialmente, em distinguir as diversas funções mentais, estabelecendo sua
funcionalidade e sua exata área de atuação. Schiller, como disse, vai além, ao estabelecer uma
dinâmica que se processa entre os dois movimentos essenciais do ser humano que são os seus
sentidos, vale dizer, sua sensibilidade e sua razão. Poder-se-ia, ainda, afirmar que se trata de
examinar o processo que o homem articula entre os impulsos, de um lado, e a vontade moral,
de outro.
Delineia-se, desse modo, a função do “terceiro caráter” da estética, função que indica a
existência do “homem estético”, um estado em que se atinge o ideal absoluto de um homem

7
integralmente homem. Como diz Anatol Rosenfeld, “de certo modo, portanto, o homem deve
dar a si mesmo a forma de uma obra-de-arte, deve tornar-se em “forma viva”, “em bela alma”.
Neste sentido, o homem deve restabelecer em si a humanidade íntegra e perfeita que foi
desfeita pelos dilaceramentos da civilização especializada”. Acrescenta ainda o autor que essa
“fragmentação rompeu a unidade ingênua, opondo a natureza bruta ao intelecto refinado”
(ROSENFELD, apud SCHILLER. 1991. 24).
 É importante esclarecer o que era para Schiller a fragmentação de que o homem foi vítima,
fragmentação provocada pela civilização especializada que acabou por romper a unidade
ingênua, tal como foi colocado por Anatol Rosenfeld. No início da carta VI – uma das mais
importantes – Schiller refere-se ao que dissera na carta anterior, quando fez críticas agudas
aos costumes, à cultura que lhe eram contemporâneos. Para o autor, o espírito do homem,
naquele momento, movia-se entre a natureza bruta e uma decadência requintada, conforme
observa Anatol Rosenfeld. Por esse motivo é que a carta VI tem o seguinte início.

3. Natureza e função da literatura


Desde os primeiros tempos em que o homem começou a estudar a arte literária, o
questionamento sobre natureza e função da literatura tem sido assunto de muitas
controvérsias. Os filósofos do mundo antigo se dedicavam ao estudo do tema, o que se pode
verificar nos escritos de Platão, para quem toda a criação, até mesmo a criação divina era
uma imitação da natureza verdadeira - o mundo das idéias. Sendo assim, a representação
artística do mundo criado por Deus, o mundo físico, seria mímesis, ou seja, imitação.
Analisando o conceito platônico de mímesis, Samuel (1999, p. 57)* escreve:

Baseando seu sistema na existência das idéias universais e permanentes, por oposição às
realidades singulares e transitórias, Platão aceita no Crátilo a mímesis como uma necessidade
humana de manifestar a realidade por imagens, além de ter um valor gnoseológico, ou seja,
pela mímesis se chega ao conhecimento das idéias presentes nas coisas. Mas já na República,
quando se trata de mímesis na arte, considera que na realidade, o poeta, bem como o pintor e
o escultor, faz uma imitação em terceiro grau, portanto afastado três degraus da verdade.

Relacionada à mímesis está a catarse, termo usado por Aristóteles no sentido de purgação,
purificação das emoções. Largamente explorado em todos os tempos, o conceito aristotélico
de catarse, fenômeno ligado ao leitor, deu margem a diferentes interpretações. No
Renascimento, época em que o questionamento antropocêntrico se opunha ao teocentrismo

8
da Idade Média, a literatura desempenhou importante papel, causando abalo moral e
religioso, trazendo ao homem inquietação e angústia. Daí surgiu a interpretação de que,
segundo Samuel (1999, p. 60) a catarse “purificaria o homem das paixões que fossem
obstáculo a uma vida virtuosa, redundando numa vida alimentada pela caridade cristã. Desta
maneira, ficaria reduzida a catársis a uma mera lição de moral”.

4. Literatura e ficção
O vocábulo ficção vem do latim fictione(m), que por sua vez derivou-se de "fingere", e
significa ato ou efeito de fingir, imaginar, simular. Encerra, portanto, a ficção, o próprio
núcleo do conceito de Literatura: literatura é ficção. Neste caso, qualquer obra literária (conto,
romance, novela, soneto, ode, comédia, tragédia) constitui a expressão dos conteúdos da
ficção. Entretanto, empregamos, costumeira e restritivamente, o termo ficção para designar a
prosa literária, isto é, a prosa de ficção.
“A literatura de imaginação ou de criação é a interpretação da vida por um artista através da
palavra. No caso da ficção (romance, conto, novela), e da epopeia, essa interpretação é
expressa por uma história, que encorpa a referida interpretação. É, portanto, literatura
narrativa.
A essência da ficção e, pois, a narrativa. É a sua espinha dorsal, correspondendo ao velho
instinto humano de contar e ouvir histórias, uma das mais rudimentares e populares formas de
contar e ouvir histórias. Mas nem todas as histórias são arte. Para que tenha valor artístico, a
ficção exige uma técnica de arranjo e apresentação que comunicará à narrativa beleza de
forma, estrutura e unidade de efeito.
A ficção distingue-se da história e da biografia, por estas serem narrativas de fatos reais. A
ficção é produto da imaginação criadora, embora, como toda a arte, suas raízes mergulhem na
experiência humana. Mas o que distingue das outras formas de narrativa é que ela é uma
transfiguração ou transmutação da realidade, feita pelo espírito do artista, este imprevisível e
inesgotável laboratório. A ficção não pretende fornecer um simples retrato da realidade, mas
antes criar uma imagem da realidade, uma reinterpretação, uma revisão. É o espetáculo da
vida através do olhar interpretativo do artista, a interpretação artística da realidade.”
(Coutinho, Afrânio. Notas de Teoria Literária. Civilização Brasileira,1976. p.30)
Condenados a uma existência que nunca está à altura de nossos sonhos, tivemos de inventar
um subterfúgio para escapar do nosso confinamento: a "ficção". Ela nos permite viver mais e
melhor, sermos outros sem deixar de sermos o que somos; deslocarmos-nos no espaço e no

9
tempo sem sairmos do nosso lugar nem da nossa hora, e vivermos as mais ousadas aventuras
do corpo, da mente e das paixões, sem perdermos o juízo ou trairmos o coração.
"Os eventos relatados em histórias e a sucessão dos fatos fazem parte da fantasia do autor que,
a partir da observação do mundo ao seu redor, cria um ambiente imaginário onde pode,
inclusive, inventar e reinventar a sua própria existência." (D’Onófrio, 1997)
A ficção nos permite viver num mundo onde as regras inflexíveis da vida real podem ser
quebradas, onde nos libertamos do cárcere do tempo e do espaço, onde podemos cometer
excessos sem castigo e desfrutar de uma soberania sem limites; depois, voltar a esse mundo
de detalhes insignificantes, obstáculos, limitações barreiras e proibições que nos espreitam de
todo o canto e em cada esquina sem nos sentimos enganados..

10
Conclusão
Cada período histórico produz sua literatura com uma marca particular, seja pelas técnicas de
produção, ou seus modos de recepção e, sobretudo sua definição enquanto prática social e
atividade humana. A literatura contemporânea, que recentemente encontrou seu lugar na
mídia eletrônica, pode ser compreendida como a literatura dinâmica, em constante renovação,
aglutinando novas formas, novos valores, podendo assim ser contemplada no futuro com
outras funções antes não verificadas. Nunca na história a relação entre literatura, autor e leitor
alcançou o nível em que hoje se configura, com o advento da internet. A influência do modo
de vida da sociedade pós-moderna imprime nas artes suas características inconfundíveis.

11
Bibliografia
BATAILLE, Georges. O erotismo. Porto Alegre: L&PM, 1987.
EHRENZWEIG, Anton. Psicanálise da percepção artística. Uma interpretação da teoria da
percepção inconsciente. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1977.
ROSENFELD, Anatol. Texto/contexto II. São Paulo: Edusp/Perspectiva; Campinas: Ed. da
Universidade Estadual de Campinas, 1993. p. 243).
SCHILLER, Friedrich. Cartas sobre a educação estética da humanidade. São Paulo: EPU,
1991.
SCHILLER, F. Schillers Werke. Nationalausgabe, apud MICHAELIS, Christian Friedrich.
Friedrich Schiller: Fragmentos das preleções sobre Estética do semester de inverno de
1792-93, (Trad, introdução de Ricardo Barbosa), Belo Horizonte: Editora UFMG,
2004.

12

Você também pode gostar