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RESPONSABILIDADE CIVIL NO CÓDIGO DE DEFESA DO
RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO PRODUTO OU SERVIÇO
CONSUMIDOR
Teoria da qualidade Essa forma de responsabilidade ocorre quando um produto ou
serviço apresenta uma anomalia que afeta a sua
funcionalidade ou mesmo o seu valor econômico.
Responsabilidade pelo fato do produto ou serviço
Responsabilidade pelo vício do produto ou serviço
Frustam a expectativa do consumidor sobre o produto ou
serviço.

Aspectos da inadequação – qualidade ou quantidade.

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***Os vícios poderão ser: ***Quem são os responsáveis?


- aparentes (aqueles de fácil identificação)
- ser vícios ocultos (com uma maior complexidade para sua - “Os fornecedores” tanto para produto, quanto para serviço;
identificação)

- Solidariedade da cadeia de fornecedores.


***Produtos: artigo 18 e 19, CDC (§ 6°, 18: produtos impróprios)
- produtos duráveis;
- produtos não duráveis.
***Serviços: artigo 20, CDC (§ 2° - serviços inadequados para
os fins que razoavelmente deles se esperam)

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PRODUTO **Considerações sobre o prazo de 30 dias do fornecedor:

***O que fazer em caso de produto viciado? Art. 18, §1º, CDC
- poderá ser objeto de convenção entre as partes: limites –
mínimo 7 dias, máximo 180 dias.
1- Reclamação ao fornecedor;
(**Contrato de adesão)
2 – Prazo do fornecedor: 30 dias para reparação do vício;
3 – Se o prazo não for atendido: escolha do credor - parágrafo
primeiro do artigo 18 do CDC: - não incide para produtos essenciais o prazo de 30 dias.

I – substituição;
II – restituição da quantia paga;
III – abatimento proporcional do preço.

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- Doutrina: 2 outras para afastamento do prazo ***Vício de quantidade – artigo 19, CDC
1. vício decorrente de disparidade com a oferta; O consumidor tem 4 alternativas:
2. vício de quantidade do art. 19. - abatimento proporcional no valor do preço do produto;
- complementação do peso ou medida;
- Incidência do prazo de 30 dias apenas uma única vez. - substituição do produto;
- devolução imediata do valor pago.

***Responsabilidade passa a ser exclusiva do comerciante:


quando realiza medição ou pesagem de seus produtos.

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SERVIÇO PRAZO PARA RECLAMAÇÃO


“prazo do consumidor” = garantia legal
- vícios de qualidade: serviço impróprio para o consumo; **Vício do produto ou serviço – art. 26, CDC

- oferta # serviço efetivamente prestado. ** Prazo de decadência:


I - 30 dias: não duráveis;
***O que fazer em caso de serviço viciado? Art. 20, CDC –
II - 90 dias: duráveis.
reexecução, restituição integral ou abatimento no preço.

** Garantia contratual? Soma-se à legal. (STJ)


- Reexecução por terceiro: possível, às custas do fornecedor.

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RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO REPARATÓRIA. VÍCIO DO PRODUTO.
**contagem: entrega efetiva do produto ou do término da GELADEIRA. BEM ESSENCIAL PARA A VIDA COTIDIANA. VIDA ÚTIL DO PRODUTO QUE
GERA EXPECTATIVA DE QUE ELE ATENDA SUA FINALIDADE POR CONSIDERÁVEL
execução dos serviços; PERÍODO DE TEMPO, SEM APRESENTAÇÃO DE QUALQUER VÍCIO. DEVER DE
RESTITUIÇÃO IMEDIATA DO PREÇO PAGO, NOS TERMOS DO ART. 18, §1º E §3º, DO
CDC. DANO MORAL EXCEPCIONALMENTE VERIFICADO. 1. É incontroverso entre
as partes que a autora adquiriu uma geladeira junto à loja demandada, em
**vício oculto: momento em que ficar evidenciado o defeito. 13/01/2016, sendo que referido bem durável apresentou vícios em duas
oportunidades, sendo a primeira em 11/10/2017, oportunidade em que foi
mandado um técnico para resolver o defeito (fls. 100/101), e a segunda, em
28/03/2018, sem resolução, em razão da falta de peças de reposição (fls.
**Obstam o prazo: reclamação ao fornecedor até resposta e 103/104). (...) 4. Observa-se que a norma citada confere ao fornecedor o prazo
de no máximo de 30 dias para sanar os vícios, sendo que, findo esse tempo,
instauração do inquérito civil. poderá o consumidor exigir, à sua escolha, as alternativas insculpidas nos incisos
I, II ou III do mesmo artigo. Todavia, o § 3º do art. 18 do CDC embute uma
exceção à regra, que permite ao comprador exigir, de imediato, quando se
tratar de produto essencial, qualquer das alternativas previstas no §1º, incisos I, II
e II, como de fato ocorreu.

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5. Note-se que uma geladeira é considerada bem durável, não RECURSO ESPECIAL. AÇÃO REDIBITÓRIA C/C COMPENSAÇÃO POR
sendo razoável que apresente vícios no período mencionado, em DANO MORAL. AQUISIÇÃO DE VEÍCULO NOVO ("ZERO
QUILÔMETRO") COM VÍCIO OCULTO. REEXAME DE FATOS E
desalinho ao esperado período de vida útil do bem. De fato, a
PROVAS. SÚM. 07/STJ. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚM.
expectativa de quem compra tal produto é de que cumpra com sua 211/STJ. JULGAMENTO FORA DO PEDIDO. INEXISTÊNCIA.
finalidade durante período de tempo considerável, sem que SUBSTITUIÇÃO DO PRODUTO OU RESTITUIÇÃO DA QUANTIA PAGA.
apresente qualquer problema. 6. Desse modo, sendo imprescindível GARANTIA LEGAL. CRITÉRIO DA VIDA ÚTIL DO BEM. GARANTIA
para a organização e funcionamento interno e cotidiano do lar e CONTRATUAL OFERECIDA PELO FABRICANTE. VINCULAÇÃO DO
para saúde alimentar dos consumidores, correta é a decisão que COMERCIANTE. RECLAMAÇÃO DIRECIONADA A QUALQUER DOS
impôs a restituição do valor pago pelo produto defeituoso. (...) FORNECEDORES. ATO QUE OBSTA A DECADÊNCIA. PRAZO PARA
(Recurso Cível Nº 71007431414, Segunda Turma Recursal Cível, SANAR O VÍCIO. DIREITO DO FORNECEDOR. RECLAMAÇÃO PELO
Turmas Recursais, Relator: Ana Cláudia Cachapuz Silva Raabe, MESMO VÍCIO. AUSÊNCIA DE SUSPENSÃO OU INTERRUPÇÃO DO
Julgado em 28/02/2018)-grifei PRELIMINAR AFASTADA E, NO MÉRITO, TRINTÍDEO. VÍCIO INTEGRALMENTE SANADO FORA DO PRAZO
LEGAL. TOLERÂNCIA DO CONSUMIDOR. RENÚNCIA AO DIREITO DE
RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME.(Recurso Cível, Nº 71007931256,
RECLAMAR NÃO CONFIGURADA. PRETENSÃO DO CONSUMIDOR
Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Elaine Maria EXERCIDA FORA DO PRAZO LEGAL. DECADÊNCIA DO DIREITO.
Canto da Fonseca, Julgado em: 14-11-2018) JULGAMENTO: CPC/73.

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1. Ação redibitória c/c compensação por dano moral ajuizada 5. Se a demanda é decidida nos contornos da lide, que são
em 16/08/2010, da qual foram extraídos os presentes recursos estabelecidos a partir do exame da causa de pedir e dos limites do
especiais, interpostos em 27/05/2014 e 05/06/2014, atribuídos ao pedido veiculado em sua petição inicial, não há falar em
gabinete em 25/08/2016. julgamento fora do pedido.
2. O propósito dos recursos especiais consiste em decidir sobre: (i) o 6. Há de ser diferenciado o prazo pelo qual fica o fornecedor
obrigado a assegurar a adequação do produto com relação aos
julgamento fora do pedido; (ii) o prazo de eficácia da garantia
vícios ocultos, do prazo decadencial durante o qual o
legal por vício oculto do produto; (iii) o alcance da garantia consumidor pode exercer o direito de reclamar, com fulcro no art.
contratual; (iv) o efeito obstativo do prazo decadencial da 18, § 1º, do CDC. Enquanto o primeiro limita a responsabilidade
reclamação apresentada pelo consumidor perante terceiro; (v) o do fornecedor; o segundo limita o direito de o consumidor exigir a
prazo para o fornecedor sanar o vício do produto e a renúncia substituição do produto, a restituição imediata da quantia paga,
do consumidor ao direito de reclamar; e (vi) a mora na restituição ou o abatimento proporcional do preço.
da quantia paga. 7. Na ausência de expressa disposição legal sobre o prazo que
3. O reexame de fatos e provas em recurso especial é inadmissível. vincula o fornecedor à garantia contra vícios ocultos, adotou-se
4. A ausência de decisão acerca dos dispositivos legais indicados como baliza a vida útil do bem, pois, se os bens de consumo
como violados impede o conhecimento do recurso especial. trazem em si uma longevidade previsível, criam, no consumidor,
a legítima expectativa quanto à sua durabilidade adequada.

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8. A regra extraída do art. 50 do CDC, a partir de uma interpretação 12. Ademais, o art. 18 do CDC, ao impor a responsabilidade
teleológica e sistemática da lei consumerista, é a da não solidária da cadeia de fornecedores, confere ao consumidor a
sobreposição das garantias legal e contratual. possibilidade de demandar qualquer deles, indistintamente, pelo
9. A garantia contratual, enquanto ato de mera liberalidade do vício do produto, de modo que, surgindo o vício durante a
fornecedor, implica o reconhecimento de um prazo mínimo de vida garantia contratual oferecida pelo fabricante, pode o consumidor
útil do bem, de modo que, se o vício oculto se revela neste exercer o direito de reclamar contra o comerciante.
período, surge para o consumidor a faculdade de acioná-la, 13. A regra do art. 18 do CDC induz à conclusão de que a
segundo os termos do contrato, sem que contra ele corra o prazo reclamação direcionada a qualquer dos fornecedores é ato
decadencial do art. 26 do CDC; ou de exercer seu direito à garantia capaz de obstar o prazo decadencial previsto no art. 26 em face
legal, com base no art.18, § 1º, do CDC, no prazo do art. 26 do de toda a cadeia, porque é a demonstração inequívoca da
CDC. intenção do consumidor de ver sanado o vício, sob pena de
10. A garantia estabelecida pelo fabricante, porque se agrega ao exercer seu direito de exigir a adoção das medidas previstas no §
produto como fator 1º daquele dispositivo legal.
de valorização e, assim, interfere positivamente na tomada de 14. De acordo com o CDC, tem o fornecedor o direito de, no prazo
decisão do consumidor pela compra, vincula também o máximo de 30 dias, sanar o vício apresentado no produto
comerciante, que dela se vale para favorecer a concretização da (primeiro nível de proteção), contado esse lapso, sem interrupção ou
venda. suspensão, desde a primeira manifestação do vício até o seu efetivo
reparo.

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15. A tolerância do consumidor, que crê e aguarda a solução do problema,
mesmo depois de ultrapassado o prazo legal concedido ao fornecedor, para
assim tentar preservar o negócio jurídico tal qual celebrado, não deve, em
princípio, ser interpretada como renúncia ao seu direito de reclamar, inclusive
porque, até que receba uma resposta inequívoca, não corre contra ele o
respectivo prazo decadencial (art. 26, § 3º, do CDC).
16. Mesmo depois de integralmente sanado o vício, é possível que persista o
interesse na substituição do produto, na restituição imediata da quantia paga
ou no abatimento proporcional do preço, se, em razão da extensão do vício,
a troca das partes viciadas comprometer a qualidade ou as
características do produto,
diminuir-lhe o valor ou se se tratar de produto essencial.
17. No particular, sanado o vício pelo fornecedor, depois de transcorrido o
trintídio legal, o consumidor exerceu a pretensão de exigir a substituição do
veículo ou a restituição da quantia paga quando já escoado o prazo de 90
dias previsto no art. 26, II, do CDC, sendo forçoso pronunciar a decadência do
seu direito.
18. Recursos especiais parcialmente conhecidos e, nessa extensão, providos.
(REsp 1734541 / SE - Relator(a) Ministra NANCY ANDRIGHI - Terceira Turma - Data
do Julgamento 13/11/2018)

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