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EXCÊNTRICA.
CIVIL.
Aprovada por:
________________________________________________
Prof. Eduardo de Miranda Batista, D. Sc.
________________________________________________
Prof. Ronaldo Carvalho Battista, Ph. D.
________________________________________________
Prof. Luiz Fernando Taborda Garcia, D. Sc.
________________________________________________
Prof. Arlene Maria Sarmanho Freitas, D. Sc.
________________________________________________
Prof Paulo Batista Gonçalves, D. Sc.
ii
Agradecimentos
A minha esposa e filhos pelo apoio, amor, carinho e estímulo que em todo
momento me brindaram.
Aos meus pais, irmãos, sobrinhos, sogros e demais amizades pela ajuda, a
Mario Bermudez, e aos professores Miguel Pino e Gilberto Quevedo que desde o inicio
amizade.
ensinamentos transmitidos.
iii
Resumo da Tese apresentada a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
EXCÊNTRICA.
Maio/2003
iv
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
LOADING
Maio/2003
The experimental research on thin-walled beams was performed for hat cold-
formed members under transversal loading applied eccentric to the shear center. A
parametric study related to the influence of the width-thickness ratio and support
conditions was also developed.
v
INDICE
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1
2.I - Introdução 5
3.1 - Introdução 17
4.1 - Introdução 44
vi
4.5 - Preparação das Extremidades e Centragem dos Corpos de Prova 58
ANEXO A 125
ANEXO B 133
vii
LISTA DE SÍMBOLOS
B - bimomento
eixo y
viii
KxLx - comprimento efetivo de flambagem por flexão em relação ao eixo x
L - comprimento do perfil
Lo - comprimento inicial
Lf - comprimento final
Resistência Direta)
ix
NcS (FT) - força normal de compressão solicitante calculada com a equação de
empenamento impedido
Ny - força plástica
atuando na direção y
T - torção
b - largura do elemento
bw - largura da alma
x
b1 - largura do corpo de prova do ensaio a tração
t - espessura do elemento
xi
φ - rotação de torção ao longo da barra
λdist (f) - índice de esbeltez reduzido referente à flambagem por distorção para
σdist (f) - tensão convencional de flambagem elástica por distorção para barras
xii
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
Os perfis de chapa dobrada a frio de paredes finas vêm tendo grande aplicação
nas construções, seja na forma de sistemas estruturais principais ou de elementos
estruturais secundários e de acabamentos.
Os perfis de chapa dobrada a frio com paredes finas, com seção do tipo C e Z,
muito utilizados como elementos estruturais do tipo viga em sistemas de cobertura,
também são altamente sensíveis aos fenômenos de instabilidade, ou seja, flambagem
local, distorcional e flambagem global (lateral por torção). Nestes perfis, o estado de
tensões originado inclui valores adicionais devido à torção não uniforme, originada das
cargas aplicadas não alinhadas com o centro de cisalhamento. As tensões adicionais
devidas à torção não uniforme também aparecem em barras do tipo viga-coluna, nas
1
quais, alem das forças normais, também existem momentos de torção atuantes, por
exemplo quando a carga é duplamente excêntrica em relação ao centro de cisalhamento.
Desse modo, além dos valores de tensão devida à compressão, também apareceram
tensões adicionais devidas à torção não uniforme. Este fenômeno da torção não uniforme
exige análise detalhada da torção nos perfis de chapa dobrada a frio.
Para certos carregamentos, a torção não uniforme pode gerar tensões normais
adicionais relativamente altas. Essas tensões normais adicionais, somadas às tensões
originadas de outras solicitações, podem resultar na perda de estabilidade por
flambagem local ou distorcional das paredes dos perfis, assim como conduzir ao efeito
de “shear lag”.
2
dobrada com paredes finas e seção aberta, do tipo C enrijecida e do tipo rack,
submetidos à compressão centrada.
3
há muitos estudos realizados, para os casos de compressão centrada e de flexão
simples. Acreditamos portanto que os resultados obtidos neste trabalho serão de muita
utilidade para a compreensão do fenômeno de flambagem distorcional na compressão
excêntrica, e servirão de base para a solução do problema do dimensionamento
estrutural, assim como para os casos de perfis sob carga de compressão duplamente
excêntrica.
No Anexo B são apresentadas fotos de alguns dos corpos de prova que foram
ensaiados, mostrando os modos de instabilidade e detalhes da zona onde se produziu
o mecanismo de colapso para alguns dos protótipos ensaiados.
4
CAPITULO 2 TORÇÃO NÃO UNIFORME
2.1 - Introdução
O fato de se adotar perfis de chapa dobrada a frio com paredes cada vez mais
esbeltas, conduz a baixa rigidez torsional, agravando deformações de torção das barras
e precipitando modos de flambagem associados à torção.
5
2.2 - Revisão Bibliográfica.
equilíbrio é direta e oferece uma relação linear entre o momento torçor aplicado e a
rotação de torção (φ). Portanto, a análise da estabilidade das estruturas com esse modelo
estaria limitada à determinação da força de flambagem global baseada na estabilidade
linear.
6
(1977) utiliza a técnica anterior para resolver problemas de grandes deslocamentos na
etapa elasto-plástica.
Em 1986 ATTARD (1986) desenvolve duas formulações pelo MEF para o cálculo
da força lateral de flambagem para vigas retas de seção aberta com paredes finas,
submetidas a forças estáticas conservativas. Um ano depois, o mesmo autor em co-
autoria com Somervaille (SOMERVAILLE e ATTARD, 1987) apresenta uma formulação
pelo MEF para a análise elástica não linear de vigas de seção aberta submetidas a
esforços combinados de flexão com torção. Nesse mesmo ano CHAN e
KITIPORNCHAI (1987) utilizam a análise não linear geométrica em barras de paredes
finas com seção transversal aberta e assimétrica submetidas à compressão.
Em 1998 Put em co-autoria com outros pesquisadores (PUT, PI, TRAHAIR 1998)
realiza vários experimentos em vigas de seção C enrijecida não impedida lateralmente.
Também são analisadas e medidas tensões devidas ao empenamento impedido nas
extremidades da barra.
7
Zhi-ming e outros autores, (ZHI-MING, 2001), utilizando o MFF (Método das
Faixas Finitas), fazem uma análise de um sistema de vigas de cobertura submetidas à
força de vento, levando em conta os valores das tensões adicionais que surgem devidas
ao empenamento não uniforme. Os resultados da análise demonstram que, tanto para a
flambagem local quanto para a flambagem distorcional, as restrições têm notável
influência no valor da força crítica.
Nas barras de paredes finas submetidas à torção, devido à baixa rigidez torsional,
aparecem tensões muito elevadas se comparadas com aquelas que surgem nas vigas de
seção compacta. Parte dessas tensões tem origem no empenamento não uniforme da
seção transversal. Quando as seções transversais do elemento empenam de maneira
uniforme, só aparecem tensões tangenciais, e a torção que age no elemento é
denominada de torção uniforme ou de Saint Venant. No entanto, se as seções não
empenam de maneira uniforme, aparecem tensões adicionais na direção axial ( σ ω ) e
8
elementos a alma se apresenta separando as forças em dois subconjuntos, um em cada
mesa, os quais provocam a aparição das tensões de empenamento ( σ ω , τ ω ).
nos extremos livres da seção transversal, ou seja, nas bordas livres das mesas, podendo
desempenhar um papel significativo no inicio da flambagem local ou distorcional das
mesmas.
T = Tv + Tw (2.1)
9
dT d 2φ d 4φ
= m = GJ p ( 2 ) − ECw ( 4 ) ( 2.3)
dz dz dz
Onde:
z - coordenada do eixo da barra.
m - solicitação externa de momento torçor distribuído por metro linear.
Cw - momento setorial principal de inércia da seção transversal.
d2y d4y
q = N( ) − EI ( ) (2.4)
dz 2 dz 4
d 2φ
B = − ECw ( ) ( 2.5)
dz 2
dB d 3φ
Tw = = − ECw ( 3 ) ( 2.6)
dz dz
10
paredes delgadas antes e após à aplicação do carregamento externo. Uma ilustração
dessa premissa pode ser observada na figura (2.1), retirada de ZBIROHOWSKI-KOSCIA
(1967).
ω
σω = B (2.7)
Cω
Tω Sω
τω = (2.8)
t Cω
onde:
t - espessura da seção da viga na fibra onde se pretende calcular o esforço.
ω - coordenada setorial principal da fibra onde se pretender calcular a tensão.
S ω - momento estático setorial da fibra onde se pretende calcular o esforço.
11
geometria da seção. No entanto, o bimomento ( B ) e a torção não uniforme ( Tω ) são
função do sistema de carregamento atuante e das condições de apoio, devendo por isso
serem avaliados separadamente, para cada situação específica.
N M X y S M Y xS B ω S
σ= + + + (2.9)
A IX IY Cω
VY S X VX SY TV t Tω Sω
τ= + + + (2.10)
t IX t IY JP t Cω
onde:
A - área da seção transversal da barra
N - força axial na barra.
I X e IY - momentos principais de inércia com relação aos eixos x e y .
y S e x S - coordenadas do ponto considerado respeito aos eixos principais x e y .
12
uma viga composta por perfil de chapa de aço dobrado a frio e paredes finas, com seção
transversal do tipo cartola. Na realização dos ensaios foram consideras condições de
extremidades com empenamento livre ou impedido.
Poucas vezes podemos encontrar uma relação fixa entre as forças externas e
internas ( B, Tω ). O bimomento e a torção não uniforme podem aparecer para
C A
ωA
CG
X Y
CC
(a) (b)
Figura 2. 2 - (a) Força atuando no plano paralelo ao eixo principal longitudinal, (b)
gráfico da coordenada setorial de área.
13
A aplicação da equação 2. 9 para o caso anterior considerando a barra como uma
coluna curta, ficaria da forma seguinte:
N N ey y A N ex x A N ωAωA
σ= + + + (2.12)
A IX IY Cω
onde:
N e y - valor do momento fletor M X em relação ao eixo x produzido pela força N.
Pode-se concluir, portanto, que nos perfis de chapa dobrada a frio com paredes
finas, em geral ocorrem esforços internos de torção (bimomento, torção não uniforme e a
torção de Saint Venant), mesmo quando não estejam aplicados momentos externos de
torção.
14
da barra (mudanças na forma), enquanto os modos globais produzem alterações na
geometria do eixo longitudinal da barra, mantendo invariável a forma da seção
transversal da barra.
15
• Força centrada: Igual ao caso anterior, verifica-se a independência entre os
modos de Flexo-Torção e de Flexão segundo o plano de inércia mínima.
Dependendo do comprimento da coluna, o primeiro modo de instabilidade
poderá ser de Flexo-Torção, para colunas mais curtas, ou de Flexão para o
caso de colunas mais longas.
• Força aplicada no centro de cisalhamento: Neste caso os três modos são
independentes, e o primeiro modo de instabilidade poderá ser o modo de
Flexão em torno do eixo de menor inércia, ou o modo de Torção pura.
16
CAPÍTULO 3 FLAMBAGEM DISTORCIONAL
3. 1 - Introdução
Figura 3.1 - Modo de flambagem local em perfis de seção transversal do tipo rack.
17
Ao contrário dos modos de flambagem global de barra, a flambagem local
geralmente não resulta no colapso da estrutura, podendo-se considerar uma reserva pós-
crítica nos elementos esbeltos. O comportamento pós-crítico das placas é muito
importante, pois se verifica um ganho gradual da rigidez e um aumento considerável da
capacidade resistente. Isso é justificado pela presença de tensões membranais trativas
na placa, opostas aos deslocamentos (w) fora de seu plano, as quais funcionam como
elementos “estabilizadores” das condições de equilíbrio da placa, conforme
esquematizado na figura 3.2, extraída de Batista [ 1988].
N / Ncr
Placa de material
elástico ideal sem
excentricidade Zona de
resistência
instável pós-crítica
estável
1,0
Placa de material
elástico com
excentricidade
Placa de material inicial
elástico ideal sem
excentricidade a
Placa de material
Pré-crítico
elasto-plástico com
excentricidade inicial
Placa de material
elasto-plástico com
excentricidade inicial
e flambagem local b
w
(a) (b)
Figura 3.2 - (a) Comportamento força-flecha da placa;
(b) Deslocamentos ( w ) fora do plano da placa.
18
be/2 be/2
σmax
σe = σmax
σm a
b be
19
mesa (B2)
20
As investigações em colunas de aço formadas por perfis de chapa dobradas
começaram em 1940 com ensaios realizados por WINTER (1940) na Universidade de
Cornell. Anos mais tarde, na Inglaterra, CHILVER (1953) resumiu as investigações
teóricas e experimentais de colunas de paredes finas, e ainda hoje essas pesquisas
servem como referências para o desenvolvimento de soluções de estabilidade elástica e
de resistência de barras formadas por perfis de chapa dobrada.
21
BILSTIEN (1976), RHODES e HARVEY (1977), PEKOZ (1977) e LOUGHLAN (1979).
Durante estes anos foi realizada uma extensiva pesquisa em colunas de seção
transversal do tipo U, e do tipo U enrijecido, ensaiadas com as extremidades com
condições de apoio livre e engastadas, observando-se o fenômeno de interação entre
a flambagem local e global. Especificamente para as colunas com as extremidades
livres, RHODES e HARVEY (1977) explicaram que esse fenômeno devia-se a um
desvio na linha de ação das forcas externas e internas, provocada por uma
redistribuição assimétrica das tensões longitudinais internas quando se produz a
flambagem local (mudança na posição do centróide da seção efetiva), levando a uma
excentricidade na aplicação das forças nos extremos articulados da coluna, esta
excentricidade da força em relação à nova posição do centróide produzindo
compressão excêntrica ou flexo-compressão, o que induz à flambagem global.
22
Entre 1980 e 1987, na Universidade de Strathclyde, continuam as
investigações sobre a interação entre a flambagem local e a flambagem global
(RHODES e LOUGHLAN, 1980, ZARAS e RHODES, 1987), assim como os estudos
do comportamento de placas isoladas com enrijecedor de borda (LIM, 1985, LIM e
RHODES, 1986).
23
restrição produzida pela alma e a mesa na flambagem do enrijecedor. O método
considerou as deformações de distorção da alma e da mesa, mas utiliza uma curva de
resistência de coluna para o colapso do enrijecedor, não levando em conta a reserva
de resistência após a flambagem no modo distorcional.
24
extremidades nos modos de flambagem, e na determinação da capacidade última das
barras. A principal vantagem deste método numérico consiste na possibilidade de
poder separar e ortogonalizar os deslocamentos e modos de flambagem, os quais
podem ser considerados separadamente, ou em interação, segundo a seleção
desejada. Utilizando a GBT, DAVIES e JIANG (1996) comprovam que a flambagem
distorcional tem pouca interação com outros modos, e para a estimativa de resistência
última, como as barras nessa etapa não têm comportamento linear, utilizam a curva de
resistência de colunas proposta em 1994 por Hancock e outros autores (HANCOCK,
1994).
Em 1993 a norma Australiana para colunas de aço com seção do tipo rack
utilizadas em estorages (AS, 1993), e a norma Australiana/New Zealand (AS/NZS
4600, 1996), para estruturas de aço com chapas dobradas a frio, foram desenvolvidas
contendo regras de projeto explícitas para a flambagem distorcional em compressão.
25
Recentemente, Camotin e outros autores têm publicado vários trabalhos com
resultados de estudos teóricos e experimentais relacionados com a instabilidade das
barras de aço de chapa dobrada a frio com paredes finas. São abordados problemas
tais como a análise da formulação para o cálculo da tensão de flambagem distorcional
em perfis rack utilizados como vigas e como colunas; a interação entre o modo de
flambagem local e o modo de flambagem global; a influência das condições de
extremidades e as imperfeições geométricas iniciais na instabilidade e no
comportamento pós-critico. Nesses estudos têm sido empregados métodos de análise
numérica (MEF, MFF, GBT) e análise experimental, especialmente para seções do
tipo U enrijecido e rack.
26
Nagahama, além de desenvolver o programa computacional Inslod baseado no
MFF, aborda em seus trabalhos alguns problemas de instabilidade em perfis com
paredes finas via métodos numéricos (MFF e MEF): flambagem distorcional; interação
entre a flambagem local e a flambagem global; influência das condições de
extremidade da barra na estabilidade, e na reserva pós-crítica da flambagem
distorcional para seções do tipo rack sob compressão uniforme; influência das
imperfeições geométricas iniciais na força crítica de flambagem e no comportamento
não linear pós-crítico.
Nos perfis afetados pelo modo distorcional, a tensão crítica de flambagem pode
ser calculada através de programas computacionais, baseados no método das faixas
finitas ou dos elementos finitos (MFF, MEF). No entanto, nem sempre é possível a
utilização destes programas por parte dos projetistas, tornando-se o projeto dos perfis
de chapa dobrada com paredes finas bastante trabalhoso.
27
Geralmente as normas e especificações técnicas não estão adequadas para
considerar a flambagem distorcional. Este modo de flambagem envolve rotação e
momentos laterais das mesas em relação à alma. O comportamento das placas que
formam a seção transversal, quando ocorre este modo de flambagem, dificulta o
tratamento numérico de expressões. Portanto, nas formulações simplificadas, não se
utiliza a seção transversal completa, considerando-se apenas as mesas isoladas,
incluindo-se o vínculo com a placa da alma através de molas equivalentes.
b2 b3
alma b1
enrijecedor
de borda
mesa
28
As formulações propostas por LAU e HANCOCK (1987) e SCHAFER (1997)
estão baseadas no mesmo modelo físico simplificado; a mesma concepção para a
mesa, mas diferem no método utilizado para tratar a alma, sendo que o método de
Schafer faz uma aproximação explícita da rigidez rotacional da junção entre a mesa e
a alma à rigidez da mola de rotação. A formulação de LAU e HANCOCK (1987) é
utilizada pela norma australiana AS/NZS 4600 (1996) e pela norma brasileira NBR
14762 (2001) para calcular a tensão crítica elástica de flambagem distorcional.
K =u /δ (3.1)
29
A tensão crítica de flambagem elástica para um elemento longo com apoio
elástico, no qual o comprimento de onda crítica é livre de desenvolver-se, segundo
TIMOSHENKO e GERE (1936) é dada por:
π 2 E IS 1
σ cr = + K λ2 (3.2)
AS λ 2
AS π 2
Onde:
AS - área efetiva da seção transversal do enrijecedor de borda, segundo o EC 3
(1996), (ver figura 3.7).
I S - momento de inércia da seção transversal do enrijecedor de borda, segundo o EC
3 (1996), (ver figura 3.7).
O meio comprimento de onda crítica de flambagem para uma barra longa pode
ser obtida da equação 3.2 minimizando a tensão crítica:
E IS
λcr = 4 (3.3)
K
Para uma coluna infinitamente longa, a tensão crítica de flambagem pode ser
obtida por substituição como:
2 K E IS
σ cr = (3.4)
AS
30
que a alma flamba primeiro do que as mesas, as expressões do EC 3 (1996) oferecem
valores de tensão de flambagem distorcional superiores aos valores obtidos através das
formulações de Lau e Hancock.
bf
hx xo
Centro de torção
x
hy
yo
Centróide
B1
B4
B3
B2
31
3.3.2.1 - Apresentação da Formulação Proposta por Lau e Hancock
d 4ν d 2u d 2φ
EI y
d 4u
dz 4
+ EI xy
dz 4
+ N
dz 2 + y 0
dz 2
[ ]
+ k x u + ( y0 − hy )φ = 0 (3.5)
d 4ν d 4u d 2ν d 2φ
EI x + EI xy +N 2 + x0 2 + Qy = 0 (3.6)
dz 4 dz 4 dz dz
d 4φ I 0 d 2φ d 2ν d 2u
EI w − GJ − P − N x
0 dz 2 − y
dz 4 Ad dz 2 dz 2
0
[ ]
+ k x u + ( y0 − hy )φ ( y0 − hy ) − Qy (x0 − hx ) + kφφ = 0 (3.7)
Nas equações 3.5 e 3.6, os primeiros dois termos foram derivados da flexão da
barra sobre os eixos y e x, respectivamente. Os terceiros termos representam a
intensidade das forças laterais atuando na seção transversal rotacionada pela força de
compressão (P). Os últimos termos representam a intensidade das forças da reação
lateral atuando no suporte elástico. O produto de inércia Ixy aparece nestas expressões,
pois os eixos x e y não são os eixos principais. Na equação 3.7, os três primeiros termos
foram obtidos de uma torção não-uniforme da barra de seção transversal aberta de
paredes finas, e as três últimas são o torque devido às duas reações laterais e à restrição
torsional no suporte elástico, respectivamente.
32
onde:
A 1 e A2 - constantes de amplitude das deformadas
λ - representa o meio comprimento de onda do modo de flambagem distorcional (igual ao
comprimento da coluna L dividido pelo número de meias ondas (m) ao longo do
comprimento da coluna).
Considerando-se que a deflexão y ao longo do suporte elástico é zero tem-se:
πz
ν = (xo − hx )φ = (xo − hx ) A1sen (3.10)
λ
Substituindo as equações 3.8, 3.9 e 3.10 nas equações 3.5, 3.6 e 3.7, e a partir
da solução de autovalores para a instabilidade por bifurcação, obtém-se a equação
quadrática 3.11.
2
π 2 λ2 π 2 λ2
EI
2 xy o( x − h ) + k ( y − h ) − Ny o −
EI + k − N
λ π λ π
x 2 x o y 2 y 2 x
π 2
2 [EC + EI ( x − h )]
2
+ GI −
Io
− x 2
+ h
2
x N +
λ2
[
k x ( yo − hy ) + k φ
2
] = 0 (3.11)
λ π
w x o x t 0 2
Af
33
Af , I x , I y ,I xy , Cw - propriedades geométricas da seção da mesa comprimida
(mesa e enrijecedor) em torno dos eixos x e y.
modo de flambagem, este modelo inclui uma redução da restrição à flexão providenciada
pela alma, devido às tensões de compressão na mesma. Na análise de Lau e Hancock
é demonstrado que a rigidez ao deslocamento k x não tem muita influência e é assumida
N cr
σ cr, = , e calculada como primeira aproximação considerando que Kφ = 0.0 na
Ad
equação 3.14 a seguir.
A força crítica de flambagem distorcional pode ser calculada pela equação 3.13
mostrada a seguir, obtida a partir da equação 3.11 aplicada a barras com seção
transversal com um eixo de simetria, e com empenamento mantido livre nas
extremidades.
N cr =
E
2
{
(α1 + α 2 ) ± [(α + α ) − 4α ] }
1 2
2
3 (3.13)
onde:
α1 =
η
β1
( k
β 2 + 0,039 I t λ2 + φ )
β1ηE
(3.14)
β
α 2 = η I y − 2 yo 3 (3.15)
β1
η 2
α 3 = η α1I y − β3 (3.16)
β1
34
β1 = hx2 +
(I x + Iy ) (3.17)
Ad
β 2 = Cw + I x (xo − hx )2 (3.18)
β 3 = I xy (xo − hx ) (3.19)
negativa; nesse caso, a alma flamba primeiro do que a mesa e a tensão de flambagem
σ cr pode ser obtida considerando Kφ igual a zero.
2
π 2 D bw2 + Lcr 2
σw = (3.23)
t bw4 Lcr
2 σ ,cr A f +σ w t bw
σ cr = (3.24)
A
35
3.3.2.2 - Apresentação da Formulação Proposta por Schafer
kφfe + kφwe
f ed = (3.25)
kφfg + kφwg
( )
1/ 4
6π 4b 1 − ν 2 I2
Lcr = w I x ( x0 − hx )2 + Cw − xy (x0 − hx )2 (3.27)
t3 Iy
π π 2
4 2
I xyf
kφfe = EI x (x0 − hx ) + ECw − E ( x0 − hx ) + GI t
2 2
(3.28)
L Iy L
2 2
π
2 I xy
I xy 2
kφfg = A f ( x0 − hx ) − 2 y0 (x0 − hx ) + h + y0 + I x + I y
2
(3.29)
L Iy Iy x
Et 3
kφwe =
(
6bw 1 − v 2 ) (3.30)
2
π tb
3
kφwg = w (3.31)
L 60
onde
A - área da seção transversal total.
bw - altura da alma da peça.
L - comprimento da peça.
kφwe - rigidez elástica da alma.
36
kφwg - rigidez geométrica da alma
Primeiramente, foi definida a seção que deveriam ter os corpos de prova que
seriam ensaiados à compressão excêntrica, para que neles fosse observado como modo
crítico de flambagem o modo distorcional. Para isso, a partir dos resultados obtidos em
trabalhos anteriores realizados no Laboratório de Estruturas da COPPE/UFRJ,
direcionados ao estudo da flambagem distorcional, foi decidido utilizar em nosso trabalho
seções que tivessem as mesmas relações geométricas daquelas utilizadas anteriormente
por VAZQUEZ (1998). Assim, foram adotados perfis do tipo rack, com as seguintes
relações:
37
Na tabela 3.2, são apresentadas as dimensões da seção transversal teórica
utilizada na análise preliminar, dimensões pela linha média das paredes do perfil,
obtidas ao diminuir os lados b1, b2 e b3 na tabela 3.1 de uma espessura t, e o lado b4
de meia espessura (ver figura 3.9 (b)).
B1 b1
B4 b4
B3 b3
B2 b2
(a) (b)
Figura 3.9 - Dimensões da seção transversal teórica; (a) dimensões exteriores, (b)
dimensões pela linha media.
Na tabela 3.3, para a seção teórica utilizada na análise preliminar (Tabela 3.2),
são apresentados os valores da tensão crítica distorcional elástica obtida com a
aplicação das formulações anteriores. O valor da força crítica Ncr é obtido pelo produto
dos valores da tensão crítica σcr e da área total da seção.
38
Tabela 3.3 - Valores de tensão distorcional e da força crítica teórica
para a seção utilizada na análise preliminar (Tabela 3.2):Ncr = σcr A
Formulação Lcr σcr (MPa) Ncr (kN)
Schafer (1) 502,33 288,63 173,17
Lau e Hancock (2) 597,33 260,35 156,21
(1) / (2) 0,84 1,11 1,11
800
L1 = 760.00 mm
700 P
y
MLP MFF(e = 0.0 mm)
L2 = 1160.00 mm
Tensões de flambagem (MPa)
600
Comprimentos (mm)
Figura 3.10 - Resultados obtidos com o MFF e MEF, nas vigas colunas com a seção
teórica adotada nos cálculos (Tabela 3.2): extremidades com empenamento livre.
39
800
Y P
700
e
X
600
Tensões de flambagem (MPa)
MLP e e = 6.0 mm
500
L1 =760,00 mm e = 10,0 mm
400
e = 14,0 mm
MD
L2 =1160,00 mm
300 e = 0,0 mm
L3 =1560,00 mm
P
200 L1
L2 MFT
L3
100
0
10 100 650 1000 2250 10000
Comprimento (mm)
Figura 3.11 - Resultados obtidos com o MEF, nas vigas colunas com a seção teórica
adotada nos cálculos (Tabela 3.2): extremidades com empenamento impedido.
Tabela 3.4 - Resultados obtidos com o MFF nas vigas-colunas com a seção teórica
adotada nos cálculos (Tabela 3.2): extremidades com empenamento livre.
Comprimento
e σcr Ncr
Modo
(mm) (mm) (MPa) (kN)
0 316,52 182,42 Distorcional
40
Tabela 3.5 - Resultados obtidos com o MEF nas vigas-colunas com a seção teórica
adotada nos cálculos (Tabela 3.2): extremidades com empenamento impedido.
Comprimento
e σcr Ncr
Modo
(mm) (mm) (MPa) (kN)
0 414,23 248,54 Distorcional
L1 = 760 6 341,10 204,66 Distorcional
10 302,00 181,20 Distorcional
14 270,00 162,00 Distorcional
0 340,70 204,42 Distorcional
L2 = 1160 6 281,00 168,60 Distorcional
10 248,20 149,00 Distorcional
14 221,60 133,00 Distorcional
0 318,50 191,10 Distorcional
L3 = 1560 6 262,74 157,64 Distorcional
10 232,07 139,24 Distorcional
14 207,22 124,33 Distorcional
Tabela 3.6 - Valores obtidos com a formulação de LAU e HANCOCK (1987), e com o
MFF. Seção teórica adotada nos cálculos (Tabela 3.2), condição de empenamento
Livre.
41
Observa-se uma boa correspondência entre o valor obtido com a formulação de
LAU e HANCOCK (1987) e o valor mínimo oferecido pelo programa Inslod, baseado no
MFF, para a condição de empenamento livre nas extremidades. Destaca-se ainda que o
método direto proposto por LAU e HANCOCK (1987) é aplicável apenas para peças com
carregamento centrado.
42
CP–760-0.0 CP–760–6.0 CP–7600–10.0 CP–760–14.0
Figura 3.12 - Modos de flambagem para a seção teórica utilizada na análise preliminar,
segundo o MEF, para diferentes excentricidades da força e comprimentos de coluna.
43
CAPITULO 4 ANÁLISE EXPERIMENTAL
4.1 - Introdução
44
Os corpos de prova foram previstos com placas de apoio rígidas perfeitamente
engastadas nas extremidades dos perfis, com o objetivo de impedir o empenamento
da seção transversal e as rotações de torção envolvidas no modo distorcional.
Lo Zc Lh
b1
b2
Lc
Lt
Tração de Materiais Metálicos (ABNT; MB, 1977), conforme apresentado na figura 4.1.
Onde:
b1 - largura da parte útil do corpo de prova
b2 - largura total do corpo de prova
Zc - zona de concordância
Lo - comprimento inicial
45
Lf - comprimento final
Lc - comprimento da parte útil
Lt - comprimento total do corpo de prova
Lh - comprimento da cabeça de fixação do corpo de prova
46
b1 CPT-1, CPT-2, CPT-3
CPT-4, CPT-5
b2
Figura 4.2 - Posições na seção transversal de onde foram retirados
Nas fotos mostradas a seguir, pode-se observar o corpo de prova, assim como
os equipamentos utilizados nos ensaios de tração para a caracterização do material.
Corpo
de prova Extensômetro do
tipo “clip gage”
Foto 4.1 - Equipamentos de ensaio: prensa Instron modelo 8802, corpo de prova e
extensômetro Instron do tipo “clip gage”.
47
Foto 4.2 - Equipamentos de ensaio: prensa Instron modelo 8802, corpo de prova,
450
400
350
fy
300
fy = 323,35 MPa (Valor
Tensão ( MPa)
correspondente a ε. = 0,2 %)
250
200
150
100
50
0
0 0,2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Deformação (ε) %
48
450
400
patamar de escoamento
350
fy
300
Tensão ( MPa)
250
fy = 316,57 MPa (Valor mínimo
no patamar de escoamento)
200
150
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Deformação (ε) %
500
450 patamar de
escoamento
400
350
300
Tensão ( MPa)
200
150
100
50
0
0 2 4 6 8 10 12 14
Deformação (ε) %
49
500
450
fy
400
350
fy = 410.20 MPa (Valor
correspondente a ε = 0,2 %)
300
Tensão ( MPa)
250
200
150
100
50
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
Deformação (ε) %
550
500
450
400
fy = 451,00 MPa (Valor
correspondente a ε = 0,2 %)
350
Tensão ( MPa)
300
250
200
150
100
50
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
Deformação (ε) %
50
4.3 - Dimensões das Seções Transversais dos Corpos de Prova
B1 B2 B3 B4 t
Corpos de
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
prova
51
Na tabela 4.4 são apresentadas as dimensões das seções utilizadas na análise
numérica, obtidas a partir dos resultados apresentados na tabela 4.3.
Tabela 4.4 - Dimensões de cálculo das seções transversais dos corpos de prova.
b1 b2 b3 b4 t
Corpos de
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
prova
Para as seções utilizadas na análise (tabela 4.4), nas figuras 4.8 e 4.9 são
apresentados os resultados obtidos com a aplicação do MFF (NAGAHAMA, 2000) e
do MEF (INOUE, 2002) para as condições de extremidades com empenamento livre e
impedido, respectivamente.
52
700
y
P
600
x
MLP
MFF e = 0,0 mm
Tensões de flambagem (MPa)
500
MEF. e = 0.0 mm.
MFF e = 6,0 mm
400 MEF. e = 0.0 mm
MD e
MEF e = 0,0 mm MEF. e = 6.0 mm
300
MEF. e = 10.0 mm
L1 = 760,0 mm MFF e = 10,0 mm
200 MEF. e = 14.0 mm
100
L3 = 1560,0 mm
L1 L2 L3
0
10 100 1000 10000
Comprimentos (mm)
Figura 4.8 - Resultados obtidos pelo MFF, e pelo MEF. Seções de cálculo da Tabela
4.4, diferentes excentricidades da força e condições de extremidades
com empenamento livre.
700
P
y
600
MLP
x
Tensões de flambagem (Mpa)
500
e
MD e = 0,0 mm
400
e = 6,0 mm
e = 10,0 mm
300
e = 14,0 mm
200 P
Pouca influência da excentricidade,
na flambagem por flexo-torção MFT
100
0
100 1000 10000
Comprimentos (mm)
Figura 4.9 - Resultados obtidos pelo MEF. Seções de cálculo da Tabela 4.4, diferentes
excentricidades da força, condições de extremidades com empenamento impedido.
53
Na figura 4.10 apresenta-se uma comparação entre os resultados numéricos
obtidos para distintas condições de extremidade, com empenamento livre ou impedido.
800
L1 = 760.0 mm
L2 = 1160.0 mm P
MFF Emp. Livre
700 y
L3 = 1560.0 mm
MEF Emp. x
600
Tensões de flambagem (MPa)
MLP
MEF. Emp- Imp.
MLP
500
MEF. Emp- Livre.
MD
e
MEF Emp. Livre
400 MFF. Emp- Livre.
Comprimentos (mm)
Figura 4.10 - Resultados obtidos pelo MFF, [e pelo MEF], para condições de
extremidades com empenamento livre e impedido, respectivamente. Força centrada e
seção de cálculo segundo a Tabela 4.4.
Nas figuras 4.8 e 4.9 se pode observar que as formas das curvas de
comportamento para as diferentes excentricidades da força são análogas, defasando-
se dos resultados obtidos para força com excentricidade nula. As figuras indicam ainda
uma lógica diminuição das tensões críticas de flambagem com o aumento da
excentricidade da força, excentricidade essa que provoca o afastamento do ponto de
aplicação da força com relação ao centro de cisalhamento.
54
Tabela 4.5 - Tensões e forças criticas no modo distorcional, para os perfis sob
compressão centrada e excêntrica, obtidos com o emprego do MEF (INOUE, 2002), do
MFF (NAGAHAMA, 2000) e pelas formulações aproximadas (SCHAFER, 1987, Anexo
D da NBR 14762, 2001), Ncr = A σdist
CP-760-0.0 500,50 287,79 300,70 173,30 302,18 174,16 302,11 174,12 266,24 153,44
CP-1160-0.0 419.00 242,32 280,50 160,81 282,44 161,92 297,50 170,56 263,15 150,86
CP-1560-0.0 371,50 213,92 241,26 139,11 242,10 139,59 293.00 168,80 258,83 149,24
55
fazendo com que a faixa onde é determinante o modo distorcional se desloque para
comprimentos maiores.
56
CP–760-0,0 CP–760–6,0 CP–7600–10,0 CP–760–14,0
57
4.5 - Preparação das Extremidades dos Corpos de Prova e Centragem
da Força.
Com base nos estudos realizados por VAZQUEZ (1998), foi decidido empregar a
mesma metodologia de fabricação para as placas de extremidade em resina. Essa
metodologia de fabricação dos moldes de resina foi originalmente desenvolvida com o
apoio do Laboratório de Compósitos do Programa de Engenharia Metalúrgica e de
Materiais da COPPE e da fábrica Cogumelo, que trabalha com laminação de material
compósito.
58
Resina
Fibra
picotada
Catalisador
Vasilha para
preparar a
mistura em
Cera resina fibra
desmoldante
Manta de
fibra de vidro Corpo
de prova
Barras Molde de
de aço madeira
59
O processo adotado para a centragem dos corpos de prova na máquina de
ensaios seguiu um esquema gráfico. Este sistema consistiu em se decalcar as seções
extremas do perfil, em papel milimetrado, antes da moldagem das placas de resina. Em
seguida, passou-se ao procedimento normal para se encontrar o centróide da seção
decalcada, transferindo-se a seguir este desenho para uma folha de papel vegetal.
Depois de moldada a base de resina, utilizou-se uma lixadeira para destacar o contorno
das seções extremas do corpo de prova. Com o papel vegetal translúcido foi possível
coincidir a figura de maneira exata com a seção extrema do corpo de prova. Com os
eixos principais traçados, bastou coincidi-los com as excentricidades marcadas em duas
folhas fixadas nas placas de apoio da máquina de ensaios.
Corpo de
Placa em Prova
resina
Papel
milimetrado
Placa de apoio
da máquina
Foto 4.5 - Placa em resina nas extremidades dos corpos de prova para garantir a
condição de empenamento impedido. Papel milimetrado utilizado no
posicionamento dos corpos de prova.
60
4.6 - Metodologia de Ensaio dos Corpos de Prova.
Os ensaios dos corpos de prova foram feitos num pórtico auto-equlibrado. A foto
4.6 apresenta o pórtico auto-equilibrado utilizado para os ensaios e os equipamentos
empregados para aquisição e tratamento dos dados experimentais.
Pórtico
Auto-equilibrado Corpo de
Prova
Atuadores
hidráulicos
Computador
com programa
AqDados
Placa de
digitalização
61
Os deslocamentos foram registrados por dois defletômetros elétricos da marca
Kyowa, com deslocamento máximo de 50 mm e sensibilidade de leitura de 0,00687 e
0.00702 mm/10-6. Os defletômetros, denominados por D1 e D2, foram posicionados nas
extremidades das bordas livres da seção do perfil, e fixados a um carrinho através de
cantoneiras de alumínio, para se deslocar ao longo do comprimento do perfil. Esse
procedimento permitiu obter os valores dos deslocamentos ao longo do corpo de prova,
nas diferentes etapas da aplicação da força.
Cantoneiras de
alumínio para Carrinho para o
a fixação dos deslocamento dos
defletômetros defletômetros ao
ao carrinho longo do perfil
Defletômetro
elétrico posicionado
a meia altura do
perfil
A posição dos defletômetros ao longo do corpo de prova foi registrada com auxílio
de um potenciômetro. Este mecanismo permitiu o levantamento do modo de flambagem
durante as diferentes etapas de carregamento e também a avaliação da deformada
inicial, antes do início do carregamento.
62
Em cada um dos três ensaios com carregamento centrado, foram utilizados
quatro extensômetros elétricos de resistência, para medir as deformações específicas.
Os extensômetros elétricos utilizados foram do tipo KFG–5–120–C1–11, da marca
Kyowa, com base de medida de 5.0 mm. Os extensômetros elétricos, que receberam a
denominação de E1, E2, E3 e E4, foram posicionados na face interior e na face exterior
das bordas livres do perfil, na seção a meia altura do corpo de prova, segundo pode-se
apreciar na figura 4.12.
Com a finalidade de mapear as deformadas dos perfis em cada uma das etapas
de aplicação da força, foram deslocados ao longo do comprimento dos corpos de prova
os defletômetros D1 e D2, segundo a seqüência mostrada na figura 4.12 (passos 1 a 3).
A figura 4.12 mostra como foram aplicadas as forças excêntricas nos perfis, assim
como a posição dos defletômetros durante a aplicação das forças (à meia altura do
comprimento do perfil). Na mesma figura aparece a seqüência (passos 1 a 3) da
movimentação do carrinho (ao qual estavam fixos os defletômetros D1 e D2), com o
objetivo de obter o mapeamento da deformada do corpo de prova para cada etapa de
aplicação da força. Neste caso, para obter o mapeamento das deformadas dos corpos de
prova, foram consideradas as leituras correspondentes ao passo 2 (Passeio).
Z
Z
N
e
N Y
Extensômetros E1 a E4
3
e 3
X L/2
Defletômetro D1
Extensômetros
E1 e E2 L/2
Extensômetros
E3 e E4 X
1 2
Defletômetro D2 N Passo 2, Passeio2
1
dos defletômetros
N D1 e D2
Figura 4.12 - Aplicação das forças excêntricas; Defletômetros posicionados a meia
altura do perfil durante o incremento da força; Seqüência de movimentação do
carrinho para o mapeamento da deformada do corpo de prova, passo 2 (passeio).
63
Os sinais dos sensores de deslocamento (defletômetros), dos extensômetros, do
potenciômetro e da força dos atuadores foram condicionados e registrados através de
placa de digitalização. O controle da aquisição dos sinais durante os ensaios foi feito
através do programa AqDados, fornecido pela empresa Lynx, Tecnologia Eletrônica Ltda.
Ncr = A σ dist , com σ dist obtido pelo MEF para a condição de empenamento
impedido nas extremidades da barra.
64
A seguir, nas figuras 4.13.a a 4.24.a, são apresentados os resultados
experimentais das deformadas inicias e finais medidas pelos defletômetros D1 e D2.
Alguns dos resultados experimentais são apresentados juntamente com as curvas
aproximadas, obtidas através da interpolação com funções polinomiais de sexta ordem.
65
8
Nu-exp. = 183,10 kN
6
D2 Passeio 13
N = 179,46 kN
4
Mecanismo de
Deslocamentos (mm)
colapso(380,00 mm)
2
D2 Passeio 1
N = 4,95 kN
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
-2
D1 Passeio 1
N = 4,95 kN
-4
D1 Passeio 13
N = 179,46 kN
-6
-8
Comprimento (mm)
200
180
b3
b1
160
t D1
Y N
b2 140
D1
b4 120
D2
Carga (kN)
- +
4,0 mm 100
X D2 D1
L = 760,00 mm
80
Dimenções médias
b1 = 91,74 mm 60 L/2
b2 = 54,63 mm
D2
b3 = 18,52 mm
40
b4 = 31,75 mm
t = 1,91 mm
20 N
0
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)
66
8
Nu-exp. = 182,40 kN
6
Mecanismo de D2 Passeio 16
colapso(280,00 mm) N = 175,44 kN
4
D1 Passeio 1
Deslocamentos (mm)
N = 6,00 kN
2
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
-2
D1 Passeio 16 D1 Passeio 1
N = 175,44 kN N = 6,00 kN
-4
-6
-8
Comprimento (mm)
200
b3 180
b1
D1
160
t
Y N
b2 140
D1
b4 120
Carga (kN)
D2
- +
4.0 mm 100
X D2 D1
L = 760,00 mm
80
Dimenções médias
b1 = 91,84 mm
60 L/2
b2 = 54,51 mm
b3 = 18,59mm
40
b4 = 31,82 mm
D2
t = 1.91 mm
20 N
0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)
67
8
Nu-exp. = 172,60 kN
6
D2 Passeio 11
N = 165,73 kN
4
Mecanismo de D2 Passeio 1
Deslocamentos (mm)
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
-2
D1 Passeio 11
N = 165,73 kN
-4
D1 Passeio 1
N = 4,55 kN
-6
-8
Comprimento (mm)
200
b3 180
b1
D1
160
t
N
b2 Y 140
D1
b4
120
Carga (kN)
D2 - +
4,0 mm 100 D2 D1
X L = 760,00 mm
80
Dimenções médias
b1 = 92,26 mm
60 L/2
b2 = 54,64 mm
b3 = 18,63 mm
40
b4 = 31,85 mm
t = 1,91 mm D2
20 N
0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)
68
8
Nu-exp. = 159,00 kN
6
D2 Passeio 14
N = 146,80 kN
4
Mecanismo de D2 Passeio 1
Deslocamentos (mm)
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
-2
D1 Passeio 1
N = 4,73 kN
-4
D1 Passeio 14
N = 146,80 kN
-6
-8
Comprimento (mm)
160
b3 140
b1
D1
t 120 N
b2 Y
D1
b4 100
D2
Carga (kN)
- +
4,0 mm 80
X D2 D1
L = 760,00 mm
Dimenções médias 60
b1 = 91,62 mm
b2 = 54,74 mm L/2
b3 = 18,49 mm 40
b4 = 32,06 mm
t = 1,91 mm
20
D2 N
0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)
69
Nos resultados experimentais apresentados nas figuras 4.13 a 4.16, foi
observado o seguinte:
70
de uma meia onda. O mesmo, no entanto, com a forma das deformadas iniciais
registradas pelos defletômetros D1 eD2.
71
sucedido nos corpos de prova CP-760-0,0 e CP-760-6,0, a seção transversal do perfil
se abre (ver Foto - B.5 no Anexo B) durante o colapso, mas neste caso de uma
maneira brusca, indicando a ocorrência de um colapso do tipo catastrófico.
72
Segundo pode ser observado na Tabela 4.6, em todos e corpos de prova do
grupo CP-760, a força crítica teórica foi maior do que a força última experimental
73
8
Nu-exp. = 205,00 kN
6
D2 Passeio 15
N = 200,15 kN
4
Mecanismo de D2 Passeio 1
Deslocamentos (mm)
0
0 200 400 600 800 1000 1200
-2
D1 Passeio 1
N = 5,13 kN
-4
D1 Passeio 15
N = 200,15 kN
-6
-8
Comprimento (mm)
220
b3
200
b1
180
t
D1
160 N
b2 Y
D1
b4
140
Carga (kN)
D2
- + 120
4,0 mm D2 D1 L = 1160,00 mm
X 100
Dimenções médias
b1 = 93,08 mm 80
b2 = 55,09 mm L/2
60
b3 = 18,35 mm
D2
b4 = 31,50 mm
40
t = 1,91 mm
20 N
0
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
Deslocamentos (mm)
74
8
Nu-exp. = 177,20 kN
6
D2 Passeio 13
Mecanismo de
N = 171,43 kN
colapso(260,00 mm)
4
D2 Passeio 1
Deslocamentos (mm)
N = 5,01 kN
2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
-2
Mecanismo de D1 Passeio 1
colapso(240,00 mm) N = 5,01 kN
-4
D1 Passeio 13
N = 171,43 kN
-6
-8
Comprimento (mm)
200
180
b3
b1
160
t
N D1
b2
Y
140
D1
b4 120
D2
Carga (kN)
- +
4,0 mm 100
D2 D1
X L = 1160,00 mm
80
Dimenções médias D2
b1 = 90,61 mm 60 L/2
b2 = 54,78 mm
b3 = 19,29 mm
40
b4 = 31,32 mm
t = 1,91 mm
20
N
0
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
Deslocamentos (mm)
75
9
Nu-exp. = 180,01 kN
7
5
D2 Passeio 1 D2 Passeio 21
N = 4,32 kN N = 172,90 kN
Deslocamentos (mm)
-3
D1 Passeio 1 Mecanismo de
N = 4,32 kN colapso(690,00 mm)
-5
D1 Passeio 21
N = 172,90 kN
-7
-9
Comprimento (mm)
200
180
b3
b1
160
t
N D1
b2 140
D1
b4 120
D2
Carga (kN)
- +
4,0 mm 100
D2 D1
L = 1160,00 mm
80
Dimenções médias
D2
b1 = 93,82 mm
b2 = 55,14 mm 60 L/2
b3 = 18,92 mm
b4 = 31,60 mm 40
t = 1,91 mm
20
N
0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)
76
8
Nu-exp. = 148,00 kN
6
4
Mecanismo de D2 Passeio 1 D2 Passeio 12
colapso(340,00 mm) N = 5,04 kN N = 142,20 kN
Deslocamentos (mm)
0
0 200 400 600 800 1000 1200
-2
D1 Passeio 1 D1 Passeio 12
N = 5,04 kN N= 142,20 kN
-4
-6
-8
Comprimento (mm)
160
b3 140
b1
t 120
Y N
b2 D1
D1
100
b4
D2
Carga (kN)
- +
4,0 mm 80
X D2 D1
L = 1160,00 mm
60
Dimenções médias
b1 = 91,22 mm L/2
b2 = 54,76 mm 40
b3 = 18,54 mm D2
b4 = 31,40 mm
20
t = 1,91 mm
N
0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)
77
Neste grupo de perfis, com comprimentos considerados medianos (L=1160 mm),
foi observado o seguinte:
78
zona da meia onda mais longa, a 690 mm da extremidade inferior do corpo de prova
(ver Foto - B.12 no Anexo B). Nesta posição os defletômetros D1e D2 registram
deformações máximas da ordem de 9,0 mm e 5,0 mm, respectivamente. A seção
transversal se abriu de forma rápida durante o colapso, indicando que o mesmo é do
tipo brusco. Na zona do colapso não se observaram linhas de plastificação nos
elementos da seção transversal do corpo de prova.
79
plastificação dos elementos da seção transversal, o colapso é do tipo
brusco.
- Força com grande excentricidade (e=14,0 mm): a seção transversal se
fecha de forma súbita durante o colapso e se apreciam linhas de
plastificação apenas nos elementos b4 da seção transversal, o colapso é
do tipo brusco.
nestes corpos de prova. Pode-se ainda apreciar nestes corpos de prova pouca
plastificação dos elementos da seção transversal (apenas os elementos b4), não
ocorrendo o mesmo com os demais corpos de prova deste grupo, nos quais
observaram-se linhas de plastificação nos elementos b4 e b2. No corpo de prova CP-
1160-0,0, por exemplo, após apresentar o modo distorcional, os elementos b1 e b2 da
seção transversal plastificam claramente, evidenciando um colapso suave, semelhante
ao dos corpos de prova CP-760-6,0 e CP-760-0,0.
80
8
Nu-exp. = 163,00 kN
6
Mecanismo de Mecanismo de
colapso(420,00 mm) colapso(460,00 mm)
4
D2 Passeio 12 D2 Passeio 1
N = 5,40 kN
Deslocamentos (mm)
N = 161,10 kN
2
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
-2
-4
D1 Passeio 1 D1 Passeio 12
N = 5,40 kN N = 161,10 kN
-6
-8
Comprimento (mm)
180
160
b3
b1
140 D1
t N
b2 120
D1
b4
Carga (kN)
D2 100
- +
5,5 mm
80 D2 D1 L = 1560,00 mm
Dimenções médias
D2 60
b1 = 92,54 mm
b2 = 54,07 mm L/2
b3 = 18,29 mm 40
b4 = 32,35 mm
t = 1,91 mm
20
N
0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Deslocamentos (mm)
81
8
Nu-exp. = 162,80 kN
6
D2 Passeio 12
N = 161,30 kN
4
Mecanismo de D2 Passeio 1
Deslocamentos (mm)
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
-2
Mecanismo de D1 Passeio 12 D1 Passeio 1
colapso(375,00 mm) N = 161,30 kN N = 4,80 kN
-4
-6
-8
Comprimento (mm)
180
160
b3 D1
b1
140
t N
b2
Y
120
D1
Carga (kN)
b4
D2 100
- +
5,5 mm
80 D2 D1 L = 1560,00 mm
X
Dimenções médias
60
b1 = 92,27 mm
b2 = 54,11 mm L/2
b3 = 18,53 mm D2 40
b4 = 32,30 mm
t = 1,91 mm 20
N
0
-6 -4 -2 0 2 4
Deslocamentos (mm)
82
8
Nu-exp. = 150,00 kN
6
D2 Passeio 1
N = 4,90 kN
4
Mecanismo de D2 Passeio 11
Deslocamentos (mm)
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
-2
D1 Passeio 1
N = 4,90 kN
-4
D1 Passeio 11
N = 137,30 kN
-6
-8
Comprimento (mm)
160
140
b3
b1
D1
120
t N
b2
Y
D1 100
b4
Carga (kN)
D2
- + 80
5,5 mm
D2 D1
X L = 1560,00 mm
60
Dimenções médias
b1 = 93,44 mm
b2 = 54,17 mm D2 40
L/2
b3 = 18,34 mm
b4 = 32,55 mm
t = 1,91 mm 20
N
0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)
83
8
Nu-exp. = 135,00 kN
6
D2 Passeio 14
N = 132,00 kN
4
D2 Passeio 1 Mecanismo de colapso
Deslocamentos (mm)
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
-2
D1 Passeio 14 D1 Passeio 1
N = 132,00 kN N = 5,47 kN
-4
-6
-8
Comprimento (mm)
140
D1
b3 120
b1
t 100 N
b2
Y
D1
b4
Carga (kN)
80
D2 - +
5,5 mm
D2 D1
60
X
Dimenções médias L = 1560,00 mm
b1 = 93,09 mm
b2 = 54,12 mm 40
D2 L/2
b3 = 18,23 mm
b4 = 32,25 mm
t = 1,91 mm 20
N
0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)
84
Das figuras anteriores, referidas aos ensaios do grupo de corpos de prova com
comprimento L=1560 mm, pode-se observar o seguinte:
85
(c) Força excêntrica corpo de prova CP-1560–10,0, figuras 4.23.a e 4.23.b.
86
Os corpos de prova do grupo CP-1560, para as quatro excentricidades de força
ensaiadas, apresentaram um modo distorcional com três meias ondas, coincidindo
com a previsão teórica. O corpo de prova CP-1560-0,0 (carregamento centrado), é
único com deformada inicial assimétrica e diferente quanto à forma dos demais
corpos de prova do grupo. No entanto, foi o único que apresentou deformada final
simétrica. Os demais corpos de prova apresentaram uma meia onda longa na região
central e duas meias ondas bem mais curtas nas regiões extremas,
87
- Em todos os casos ensaiados, a seção a meia altura do corpo de prova
se abre. Esse fato nos permite concluir que, à medida que a
excentricidade da força aumenta, as deformadas finais de três meias
ondas vão sendo menos simétricas longitudinalmente, evidenciando uma
diminuição do comprimento das meias ondas dos extremos.
Na Tabela 4.6 se pode apreciar como para os três grupos de corpos de prova,
seguindo uma tendência lógica, à medida que aumenta a excentricidade da força a
88
plastificação nos elementos da seção transversal e o colapso é de tipo
brusco.
- Para qualquer excentricidade ou comprimento, sempre que a seção
transversal se fecha na zona do mecanismo de colapso, se produzirá
plastificação apenas dos elementos b2 e / ou b4 da seção transversal
(dependendo do comprimento e da excentricidade da força, ver tabela
4.7) e o colapso será do tipo brusco.
- Da analise dos corpos de prova nos quais a seção transversal se fecha
durante o colapso (ver Tabela 4.7), como era esperado, ficou evidente
que a excentricidade da força e o comprimento da barra exercem
influência na porção dos elementos da seção transversal (lados b1, b2, e
b4) que plastificam, sendo maior a plastificação da seção transversal à
medida que o comprimento e a excentricidade da força diminuem.
- Á medida que aumenta o comprimento do corpo de prova e/ ou a
excentricidade da força na direção positiva do eixo x (se afastando do
centro de cisalhamento), no momento do colapso os perfis apresentam
tendência de acentuar a instabilidade elástica na região dos
enrijecedores adicionais da seção (lado b4), reduzindo assim o
desenvolvimento de charneiras plásticas na formação do mecanismo de
colapso.
Legenda:
(x) -- a seção se abriu apresentando colapso suave.
(-) -- a seção se abriu apresentando colapso brusco.
)-( -- a seção se fechou apresentando colapso brusco.
b -- elementos da seção transversal (lados b1, b2 e b4) que apresentam linhas de
plastificação no momento do colapso.
89
4.8 - Análise da Resistência com Base nos Resultados Experimentais
isso, foram utilizadas as expressões adotadas pela Norma Brasileira NBR 14762
(2001) em suas epígrafes 7.7, 7.8 e 7.9. Serão também apresentadas Tabelas com os
resultados das aplicações destas formulações, e comparações com os resultados
experimentais obtidos nos corpos de prova ensaiados.
N cS C my N cS e
+ ≤ 1 .0 (4.1)
N cR N cS
1 − M yR
N ky
z
N
y
ex
Figura 4.25 - Perfil com força excêntrica na direção positiva do eixo x (e>0,0)
90
onde:
e - excentricidade da força na direção positiva do eixo x.
Cmy - coeficiente de equivalência de momentos na flexão composta, em relação
ao eixo y.
N cS e N cR - forças normais de compressão solicitante e resistente, respectivamente.
flambagem esperado, pode ser feita por meio da equação 4.2, para o modo de
flambagem distorcional, ou pela equação 4.3, para os modos de flambagem por
flexão, torção ou flexo-torção.
prova sujeitos aos efeitos da flambagem distorcional (equação 4.2), foi feito com as
expressões adotadas no item 7.7.3 da NBR14762 (2001) e apresentadas a seguir:
ρdist = 0.0055 [λdist − 3.6] 2 + 0.237 1.414 ≤ λdist < 3.6 (4.5)
fy
λdist = (4.6)
σ dist
onde:
A - área bruta da seção transversal da barra.
λdist - índice de esbeltez reduzido referente á flambagem por distorção.
91
As equações 4.4 e 4.5 representam a curva de resistência de colunas adotada
pela norma brasileira NBR 14762 (2001) para o dimensionamento de barras
submetidas à flambagem distorcional na compressão centrada. Esta curva foi
originalmente proposta por Hancock e outros autores em 1994 (HANCOCK, 1994),
sendo que a primeira parte da curva, representada pela equação 4.4, é baseada na
parábola de Johnston (GALAMBOS, 1988), enquanto a segunda parte da curva
(equação 4.5) foi obtida de um ajuste parabólico feito a partir de resultados
experimentais obtidos por KWON e HANCOCK (1992).
por flexão, torção ou flexo-torção (equação 4.3), deve ser calculada pelas expressões
adotadas no epígrafe 7.7.2 da NBR14762 (2001) e apresentadas a seguir:
1
ρ= ≤ 1.0 (4.7)
β + β 2 − λo
[
β = 0.5 1 + α (λo − 0.2) + λo 2 ] (4.8)
Aef f y
λo = (4.9)
Ne
onde:
ρ - fator de redução associado à flambagem global
α - fator de imperfeição inicial associado às curvas a, b, c e d inseridas na Norma
Brasileira NBR14762 [2001].
λo - índice de esbeltez reduzido para barras comprimidas.
Aef - área efetiva da seção transversal da barra, calculada com base nas larguras
efetivas dos elementos.
Ne - força normal de flambagem elástica da barra, calculada de acordo com a
geometria da seção transversal.
92
π 2E I
N ky = (4.10)
(K y Ly ) 2
2
xo
4 N kx N et 1 −
N kx + N et 1 − 1 − ro
N ext = (4.11)
2
N kx + N et
xo
2 1 −
r
o
π 2EI
N kx = (4.12)
( K x Lx ) 2
1 π 2 E Cw
N et = + G It (4.13)
ro K t Lt
onde:
xo - coordenada do centro de torção na direção do eixo principal, em relação ao
centróide da seção.
ro - raio de giração polar da seção bruta em relação ao centro de torção.
M yR = Wef f y (4.14)
onde:
M yR - momento fletor resistente devido ao inicio de escoamento da seção efetiva.
Wef - módulo elástico de resistência da seção efetiva, calculada com base nas
93
M yR = Wc f y ρ dist ( f ) (4.15)
1
ρ dist ( f ) = λdist ( f ) ≥ 1.414 (4.17 )
λ dist ( f ) 2
fy
λdist ( f ) = (4.18 )
σ dist ( f )
onde:
M yR - momento fletor resistente para barras sujeitas à flambagem por distorção.
• N cS ( AD) - esta força foi calculada utilizando na equação 4.1 os valores da força
modo distorcional, equação 4.2), obtidos com auxilio da tensão critica distorcional
(equação 4.14).
• N cS(MEF) - esta força foi calculada utilizando na equação 4.1 os valores da força
modo distorcional, equação 4.2), obtidos com auxilio de valores mais refinados da
tensão critica distorcional σ dist oriunda do MEF, e como valor de momento fletor
94
(equação 4.15), calculado com os valores de σ dist( f ) obtidos com a utilização do
(b) Mediante a utilização do das equações 4.2, 4.4, 4.5 e 4.6, expressões da
curva
de resistência da NBR 14762 para a flambagem distorcional
(Método da Resistência Direta).
Equação de Método da
Modo Via
Interação Resistência Direta
Flexão ou
NBR 14762 N cS (FT ) _
Flexo-torção
95
Equação de Interação segundo a NBR 12762(2001)
N cS Cmy N cS ex
+ ≤1,0
N cR N cS
1 − M yR
N ky
N cR = A f y ρ M yR =W f y ρ
N cS ( FT )
N cS ( MEF )
N cS ( AD)
Modo Distorcional
σ dist através do MEF para
N cS ( RD ) = A f y ρ dist fy
ρ dist = f ( ) ⇒ ex = 0,0 mm
⇒ σ dist ex = 6,0 mm
ex = 10,0 mm
ex = 14 0 mm
96
peça. Portanto, no cálculo dos valores de N cS ( AD) nos corpos de prova dos três
grupos, foi utilizado praticamente o mesmo valor de tensão σ dist , pois o mesmo só
foram obtidas pelo MEF (INOUE, 2002), para a condição de força centrada e
empenamento impedido.
97
Tabela 4.9.a - Valores de forças e momentos envolvidos na obtenção de
N cR e M yR para calcular N cS ( AD) , empenamento livre. Tensão de flambagem no
modo distorcional usando o Anexo D da NBR 14762.
Corpos σdist Eq.4.2 Eq. 4.3
Nky Net Next NcR Eq. 4.14 Eq. 4.15 MyR
de Anexo D (MD) (MFT)
(kN) (kN) (kN) (kN) (N.m) (N.m) (N.m)
Prova (MPa) (kN) (kN)
CPT-760 266,24 1576,18 2735,73 1426,01 133,10 167,30 133,08 2711,92 2481,62 2481,62
CP-1160 263,15 686,28 1197,86 632,02 133,12 156,30 133,12 2742,75 2457,05 2457,05
CP-1560 258,83 374,28 658,18 347,22 131,65 140,08 131,65 2688,72 2395,75 2395,75
As diferenças nos valores da tensão distorcional são devidas a diferenças nas
dimensões das seções transversais dos corpos de prova.
CP-1160 419,00 686,28 1197,86 632,02 156,75 156,30 156,30 2742,75 2457,05 2457,05
CP-1560 371,50 374,28 658,18 347,22 151,20 140,08 140,08 2688,72 2395,75 2395,75
98
Segundo pode ser observado na Tabela 4.9.b nos corpos de prova
pertencentes aos grupos CP-1160 e CP-1560, os valores da força normal de
compressão resistente N cR devida à flambagem global por flexo-torção (equação 4.3)
resultaram ligeiramente menores que os valores da força normal de compressão
resistente N cR devida à flambagem distorcional (equação 4.2), isso, segundo a NBR
14762 (2001) indica que, nestes grupos, os valores da força normal de compressão
solicitante N cS ( FT ) passaria a determinar o modo de colapso. Ou seja, para esses
corpos de prova o modo de colapso deveria ser o modo de flambagem por flexo-torção
( pois em todos esses casos a força de flambagem por flexo-torção, N etx , foi a menor
das três forças normais de compressão de flambagem elástica envolvidas no cálculo
de N cR equação 4.3). Mesmo assim, o modo de colapso experimental observado nos
99
Tabela 4.10 - Valores calculados da força normal de compressão solicitante N cS ( AD) ,
na equação 4.2); força N cS ( RD) segundo a equação 4.2 (curva de flambagem com
Corpos de NcS (AD) NcS (MEF) NcS (FT) NcS (RD) Nu-exp σ dist
Prova (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) (MPa)
100
Tabela 4.11- Valores das forças de compressão solicitantes N cS(MEF) , segundo a
equação de interação 4.1, (diferentes valores de σ dist na equação 4.2); força N cS ( RD)
segundo a equação 4.2 (curva de flambagem com σ dist obtida do MEF). Relações
centrada, e da ordem de 20% para as forças excêntricas (ver N u − exp / N cS ( RD) , última
coluna na Tabela 4.11), podendo-se apreciar que existe uma melhor correspondência
entre os resultados experimentais e os resultados anteriores obtidos para a
força N cS ( RD) . Verificamos portanto que a metodologia adotada permite a obtenção de
valores de força última distorcional bastante razoável, com uma margem de segurança
com relação à força última experimental N u − exp , inclusive nos casos de peças
101
Nestas figuras, para cada um dos três comprimentos analisados, apresentam-se
quatro valores que representam as distintas excentricidades da força adotadas nos
ensaios.
1.200
0.800
NcS(AD) σdist = 266.2 MPa , L = 760 mm, e =0,0 mm
NcS(AD) σdist = 263.1 MPa , L = 1160 mm, e =0,0 mm L = 760 mm
e = 6.0 mm NcS(AD) σdist = 259.0 MPa , L = 1560 mm, e =0,0 mm
0.600 L = 1160 mm
e = 10.0 mm
Curva de Resistencia da NBR, L = 1560 mm
e = 14.0 mm compressão simples e flexão simples
0.400
NcSd(MEF)
NcSd(MEF)
0.200
0.000
0.000 0.500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000
0,5
λdist = (fy /σdist )
distorcional obtida pelo MEF para cada um dos três corpos de prova (CP-760-0,0, CP-
1160-0,0, e CP-1560-0,0), obtiverem-se valores maiores em um 18, 15 e 12% para os
comprimentos L=760 mm, L=1160 mm e L=1560 mm, respectivamente, do que
aqueles calculados com a força de compressão solicitante, N cS ( AD) , que foi obtida
valores caem de forma rápida abaixo da curva de resistência adotada pela NBR
14762 (2001), o que nos leva a concluir que nas barras submetidas à flexão composta
102
e sujeitas à flambagem por distorção, a utilização da equação de interação (equação
4.1) adotada pela NBR 14762 (2001) em seu epígrafe 7.9 oferece resultados muito
conservadores.
( ç p , )
1,200
1,000
Valores
experimentais
0,800
L = 760 mm
Nu-exp. / Ny
0,600 L = 1160 mm
Curva de Resistencia da
NBR 14762,
L = 1560 mm
compressão simples e / ou
flexão simples
0,400
0,200
0,000
0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500 3,000 3,500 4,000
0,5
λdist (fy/σdist)
Figura 4.27 - Curva de resistência de colunas segundo a NBR 14762 (2001), para
barras submetidas a compressão simples e / ou flexão simples com flambagem
distorcional, Valores de N u − exp . / N y .
para calcular o índice de esbeltez relativa λdist ) seja calculada para valores precisos,
103
Da figura 4.26 pode-se concluir que as diferenças entre as relações das
(a) As expressões adotadas pela norma brasileira NBR 14762 em seu Anexo D para
calcular a força normal de compressão solicitante, N cS ( AD) , são só validas para
extremidades reais que tinham os corpos de prova ensaiados, neste caso condições
de empenamento impedido.
comprimento.
Também da análise das figuras anteriores pode ser observado que nos casos
de perfis com carregamento excêntrico e sujeitos à flambagem distorcional, a
capacidade resistente da barra (a força normal de compressão solicitante) calculada
com a equação 4.1 da NBR 14762 (2001), cai muito abaixo da curva de resistência
adotada pela mesma norma, indicando que para as condições anteriores a utilização
da equação (4.1) oferece valores de força muito conservadores com relação à dita
curva de resistência, e com relação aos valores de força experimental. Estes últimos, a
exceção dos valores discordantes, vão acompanhando a curva de resistência,
encontrando-se sempre acima da mesma aproximadamente com uma margem de 10
% para a força centrada, e de 20% para a força excêntrica (ver Tabela 4.11,
104
1.2
0.8
e = 0.0 mm
Nu-exp / Ny
e = 6.0 mm
0.6
e = 10.0 mm
e = 14.0 mm
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
NcS (MEF) / Ny
1.2
0.8
e = 0.0 mm
Nu-exp / Ny
e = 6.0 mm
0.6
e = 10.0 mm
e = 14.0 mm
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
NcS (RD) / Ny
105
1.4
1.2
1
Nu-exp. / NcS(RD)
0.8 e = 0.0 mm
e = 6.0 mm
e = 10.0 mm
0.6 e = 14.0 mm
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
λdist (fy/σdist)0,5
Figura 4.30 - Relação entre a força última experimental, N u − exp , e a força normal de
compressão solicitante N cS ( RD)
Nas figuras 4.29 e 4.30 pode-se observar que são obtidos melhores resultados
e com boa margem de segurança com relação à força última experimental, para a
força N cS ( RD) , quer dizer, utilizando os valores de tensão crítica distorcional
fornecidos pelo MEF para cada corpo de prova (levando em conta excentricidade da
força e comprimento da barra), nas expressões adotadas pela NBR 14762 (2001) em
seu item 7.7.3 (equações 4.2, 4.4, 4.5, e 4.6), para o cálculo da força normal de
compressão resistente N cR nas barras sujeitas à flambagem por distorção e
submetidas à compressão centrada.
106
forma, dispensar as verificações mediante a superposição dos efeitos da compressão
e da flexão analisados, tal como proposto pelas equações de interação.
Ainda na Figura 4.30 pode ser conferido o comentário feito em relação à tabela
4.11, com relação aos valores da relação entre as forças N u − exp / N cS ( RD) nos casos
de força centrada e de força excêntrica, os quais variam até 1,10 e 1,20,
respectivamente.
Experimentáis
L=760 mm
e = 6.0 (Nu-exp.)
NcS (MEF) / Ny
1 L = 1160 mm
e = 10.0 mm (Nu-exp.)
e = 14.0 mm L =1560 mm
(Nu-exp.)
0,8
Eq. de Interação
L=760 mm
Nu-exp. / Ny , NcS (RD) / Ny e
(NcS(MEF))
0,6 L=1160 mm
(NcS(MEF))
L=1560 mm
0,4 (NcS(MEF))
L=760 mm
Resist. Direta
(NcS(RD).)
0,2 L=1160 mm
(NcS(RD).)
L=1560 mm
0 (NcS(RD).)
107
força aumenta, os efeitos da flexão apresentam influência crescente importante no
comportamento das colunas.
Por outro lado, na figura anterior pode-se observar como os resultados obtidos
com a equação de interação, indicam uma forte influência dos efeitos da flexão, já
para pequena excentricidade (e = 6,0 mm).
1.4
1.2
e = 0.0 mm
0.8
Nu-exp / Ncr
e =6.0 mm
0.6 e = 10.0 mm
e = 14.0 mm
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
λdist (fy/σdist)0,5
Figura 4.32 - Relação entre a força última experimental N u − exp e força critica N cr
108
CAPITULO 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusões
109
devendo, portanto, ser consideradas no dimensionamento das vigas metálicas
formadas por perfis de paredes finas de seções abertas, nas quais ocorram
efeitos de torção não uniforme.
• Estabilidade:
110
colapso. Nesses casos, observou-se que o mecanismo de colapso
ocorre com o “fechamento” brusco da seção transversal, configurando
um colapso do tipo catastrófico, com mudança brusca da forma.
. Resistência:
Na análise da resistência, a estimativa dos esforços últimos solicitantes foi
realizada utilizando as metodologias seguintes:
111
Da análise e comparação entre os resultados experimentais e teóricos, sendo
esses últimos obtidos com a utilização de métodos numéricos (MEF, MFF) e métodos
diretos para o cálculo da estabilidade e da resistência dos perfis sob compressão
centrada ou excêntrica, pode-se concluir o seguinte:
(b) O comprimento da viga coluna é igualmente determinante nos valores de força crítica
e de força última, evidenciando-se uma diminuição da resistência experimental com o
aumento da esbeltez da viga-coluna.
(c) A formulação proposta por LAU e HANCOCK (1987) e adotada pela NBR 14762
(2001) oferece um valor de tensão crítica distorcional muito próximo do valor mínimo
obtido pelos métodos numéricos para a condição carregamento centrado e de
extremidades da barra com empenamento livre. No entanto, a aplicação dessa
metodologia pode levar a resultados muito conservadores para os casos de comprimento
da barra diferente do comprimento critico, ou ainda para barras com condições de
extremidade com empenamento impedido (diferenças de 22 %, 18 % e 15 %, para os
comprimentos L=760 mm, L=1160 mm e L=1560 mm, respectivamente, para a relação
N cS ( MEF ) / N cS ( AD) na condição de carregamento centrado).
(e) Para o estudo do fenômeno distorcional em perfis de chapa dobrada de seção aberta
do tipo “rack”, sempre que possível, deve-se calcular o valor da tensão crítica distorcional
através da teoria da estabilidade elástica, considerando as condições reais de
extremidade (empenamento livre ou impedido) e de excentricidade do carregamento.
(f) Nas seções analisadas com os dois métodos diretos de análise da estabilidade
distorcional, observou-se que as expressões de Schafer oferecem um valor de tensão
112
cerca de 10% maior do que Lau e Hancock. Portanto quando não é possível a utilização
dos programas computacionais, ou para cálculos manuais simples em perfis que
cumpram com as condições de extremidades com empenamento livre, embora o
resultado seja conservador, consideramos que deva ser utilizada a formulação de Lau e
Hancock (Anexo D da NBR 14762), pois oferece o valor limite inferior.
(g) Para avaliar a força resistente em perfis de seção transversal aberta, submetidos a
carregamento excêntrico, também podem ser utilizadas as expressões da epígrafe 7.73
da NBR 14762 (2001) (expressões da curva de resistência adotada para a flambagem
distorcional), sempre que o valor da tensão distorcional seja calculado através da teoria
da estabilidade elástica levando em conta a excentricidade da força e as condições reais
de extremidade do perfil.
(h) Foi comprovado que, para barras com esbeltez mediana e grande, com a utilização
do programa baseado no MFF (NAGAHAMA, 2000), podem ser obtidos resultados
praticamente iguais aos obtidos com o MEF (INOUE, 2002), de uma forma mais simples
e com um esforço computacional menor.
113
a -) Na Tabela é observada uma tendência clara de colapso do tipo “suave” nos quais
a seção transversal do corpo de prova se abre de forma lenta na região do mecanismo
de colapso. Esse fenômeno foi observado:
- Nos corpos de prova com comprimentos curtos (L=760 mm), para força
centrada e para força com pequenas excentricidades (e=0,0 mm e e=6,0
mm).
- No corpo de prova com comprimentos mediano (L=1160 mm), para a
força centrada (e=0,0 mm).
114
nos elementos de placa (sem formação de charneiras plásticas). Nesses
casos (CP-760-14, CP-1160-10 E CP-1560-14), após a retirada da força
de compressão, a forma original do perfil foi praticamente inteiramente
recuperada, indicando portanto um mecanismo de flambagem elástica.
Legenda:
(x) -- a seção se abriu apresentando colapso suave.
(-) -- a seção se abriu apresentando colapso brusco.
)-( -- a seção se fechou apresentando colapso brusco.
b -- elementos da seção transversal (lados b1, b2 e b4) que apresentam linhas de
plastificação no momento do colapso.
seguinte conclusão:
relação à força última experimental ( N u − exp ), sempre que sejam utilizadas curvas de
resistência que levem em conta a resistência pós-crítica (e tenham sido muito bem
calibradas com ajuda de resultados experimentais), nas quais sejam substituídas as
tensões ou cargas de flambagem obtidas através da teoria da estabilidade ou do MEF.
115
5.3 - Recomendações para a Continuidade da Linha de Pesquisa
(b) Analisar o efeito da excentricidade para casos nos quais a força se aproxima do
centro de cisalhamento (e< 0,0).
(d) Realizar ensaios em estruturas compostas por perfis rack, incorporando os efeitos da
continuidade e ligações entre barras verticais, horizontais e diagonais de travamento.
(e) Aplicação do MEF para a análise do comportamento inelástico dos perfis rack sob
compressão excêntrica, de modo a aprimorar a compreensão da formação dos
mecanismos de colapso.
(g) Prever instrumentação que permita medições em vários pontos dos perfis durante os
ensaios, tendo em vista identificar a possível influência de outros modos de flambagem.
116
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124
Anexo – A
125
Foto A.3 - Sistema de Carregamento.
Foto A.4 - Defletômetros para a Medição das Rotações de Torção no meio do vão.
126
Foto A.5 - Aditamentos do sistema de apoio para impedir as rotações,
P
6
Seção 1 Seção 2
instrumentada instrumentada 4
P 5
x
44 mm 360 mm
CC CG
600 mm 600 mm 2
3
300 mm 300 mm XC XG
1
e
(a) (b)
Figura A.1 - (a) Dimensões da viga, posição das seções instrumentadas e das cargas,
(b) Pontos nodais da seção transversal, posição do centro de cisalhamento e centro de
gravidade.
127
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5
-5
-10
Tensões normais (Mpa)
Tensões de
Flexão
-15
Tensões de
Bimomento
-20
Tensões
Totais
-25
-30
-35
Espessura (mm)
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5
-10
-20
-30
Tensões normais (Mpa)
Tensões de
Flexão
-40
Tensões de
Bimomento
-50
Tensões Totais
-60
-70
-80
-90
Espessura (mm)
128
20
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5
-20
Tensões normais (Mpa)
Tensões de
Flexão
-40
Tensões de
Bimomento
-60 Tensões
Totais
-80
-100
Espessura (mm)
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5
-20
Tensões Normais (MPa)
-40
Tensões de
Flexão
-60 Tensões de
Bimomento
Tensões
-80 Totais
-100
-120
Espessura (mm)
129
40
20
0
Tensões Normais (MPa)
Tensões de
0 0,5 1 1,5 2 2,5 Flexão
-20 Tensões de
Bimomento
Tensões Totais
-40
-60
-80
Espessura (mm)
50
40
30
Tensões Normais (MPa)
Tensões de
20 Flexão
Tensões de
10
Bimomento
0 Tensões
0 0,5 1 1,5 2 2,5 Totais
-10
-20
-30
Espessura (mm)
130
Foto A.5 - Flexão com torção, viga com 22o de inclinação e empenamento impedido.
131
Foto A.6 - Detalhe do apoio da viga inclinada com empenamento impedido.
132
Anexo B
Zona de
colapso
380 mm
133
Linhas de
plastificação
no lado b2 Linhas de
plastificação
no lado b1
134
Linhas de
plastificação
Zona de no lado b1
colapso
280 mm
Foto - B.3 Mecanismo de colapso com duas meias ondas não simétricas.
Linhas de plastificação no lado b1. Corpo de prova CP-760-6,0
135
Linhas de
plastificação
no lado b1
136
Extensômetros
elétricos de
resistência
Zona de
colapso
240 mm
Foto - B.5 Mecanismo de colapso com duas meias ondas não simétricas.
Corpo de prova CP-760-14,0
137
Foto - B.6 Zona de colapso, sem linhas de plastificação. Corpo de prova CP-760-14,0.
138
Zona de
colapso
400 mm
Foto - B.7 Mecanismo de colapso com duas meias ondas não simétricas.
Linhas de plastificação nos lados b1 e b2. Corpo de prova CP-1160-0,0
139
Lado b2
linhas de
plastificação
Lado b1
linhas de
plastificação
140
Foto -B.9 Linhas de plastificação no lado b2, os lados b3 e b4 não apresentam linhas
de plastificação. Colapso no mododistorcional com duas meias ondas não simétricas,
corpo de prova CP-1160-0,0.
141
Zona de
colapso
240 mm
Foto - B.10 Mecanismo de colapso com duas meias ondas não simétricas.
Linhas de plastificação nos lados b2 e b4. Corpo de prova CP-1160-6,0.
142
Linhas de
plastificação
no lado b2
Linhas de
plastificação
no lado b4
143
Zona de
colapso
690 mm
Foto - B.12 Mecanismo de colapso com duas meias ondas não simétricas.
A seção se abriu sem apresentar linhas de plastificação.
Corpo de prova CP-1160-10,0.
144
690 mm
400 mm
340 mm
280 mm
145
Zona de
colapso
420 mm
146
Linha de
plastificação
lado b2
Linha de
plastificação
lado b4
147
Zona de
colapso
148
Lado b4 com
Linhas de
plastificação
Lado b2 com
Linhas de
plastificação
149
780 mm
420 mm
370 mm
370 mm
150
(a) (b) (c) (d)
Foto – B.19 Vista geral dos corpos de prova de maior comprimento, grupo
CP-1560, (a) CP-1560-14,0, (b) CP-1560-10,0,
(c) CP-1560-6,0, (d) CP-1560-0,0.
151
Zona de
colapso
Zona de Zona de
colapso colapso
152