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ANÁLISE EXPERIMENTAL DA INSTABILIDADE DISTORCIONAL EM PERFIS DE

PAREDES FINAS E SEÇÃO ABERTA, SOB FORÇA DE COMPRESSÃO

EXCÊNTRICA.

Santiago Venâncio Sánchez Pérez

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS

PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS

PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA

CIVIL.

Aprovada por:

________________________________________________
Prof. Eduardo de Miranda Batista, D. Sc.

________________________________________________
Prof. Ronaldo Carvalho Battista, Ph. D.

________________________________________________
Prof. Luiz Fernando Taborda Garcia, D. Sc.

________________________________________________
Prof. Arlene Maria Sarmanho Freitas, D. Sc.

________________________________________________
Prof Paulo Batista Gonçalves, D. Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL


MAIO DE 2003
PÉREZ, SANTIAGO V. SANCHEZ.
Análise Experimental da Instabilidade
Distorcional em Perfis de Paredes Finas e
Seção Aberta, Sob Forças de Compressão
Excêntrica [Rio de Janeiro] 2003.
XII, 152 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, D. Sc.,
Engenharia Civil, 2003).
Tese - Universidade Federal do Rio de
Janeiro, COPPE
1 . Perfis de Paredes Finas.
2 . Flambagem Distorcional.
3 . Análise Experimental.
I. COPPE/UFRJ II. Título (série)

ii
Agradecimentos

À revolução cubana por ter me dado a oportunidade de estudar e me formar

como engenheiro civil.

Ao Brasil, à COPPE/UFRJ e ao programa de engenharia civil por terem me

dado a oportunidade de superar-me cientificamente.

A minha esposa e filhos pelo apoio, amor, carinho e estímulo que em todo

momento me brindaram.

Aos meus pais, irmãos, sobrinhos, sogros e demais amizades pela ajuda, a

compreensão e o carinho brindado a meus filhos nestes anos.

A meus companheiros do Departamento de Estruturas, ing. Rogel Torres, ing.

Mario Bermudez, e aos professores Miguel Pino e Gilberto Quevedo que desde o inicio

concordaram e me apoiaram na realização destes estudos.

Ao professor Eduardo Batista, pela ajuda, compreensão, orientação e

ensinamentos para o desenvolvimento deste trabalho.

A Nagahama e Inoue engenheiros da COPPE/UFRJ pelo fornecimento dos

programas Inslod e Shell, ferramentas computacionais utilizadas no estudo preliminar

das seções definidas e na análise teórica das seções ensaiadas.

Aos funcionários do Laboratório de Estruturas pela ajuda oferecida na

realização dos ensaios do trabalho.

A todos os amigos do Laboratório de Estruturas pelas atenções, convivência e

amizade.

Aos professores do Programa de Engenharia Civil da COPPE pelos

ensinamentos transmitidos.

iii
Resumo da Tese apresentada a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários

para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D. Sc.)

ANÁLISE EXPERIMENTAL DA FLAMBAGEM DISTORCIONAL EM PERFIS DE

PAREDES FINAS E SEÇÃO ABERTA, SOB FORÇA DE COMPRESSÃO

EXCÊNTRICA.

Santiago Venâncio Sánchez Pérez

Maio/2003

Orientador: Eduardo de Miranda Batista

Programa: Engenharia Civil

São apresentados resultados de estudos teóricos e experimentais realizados em


perfis de paredes finas e seção aberta, com o objetivo de descrever e caracterizar os
fenômenos relacionados com a torção não uniforme e a flambagem distorcional. Para
isso, foram estudados elementos estruturais do tipo vigas submetidas a Forças
transversais não alinhadas com o centro de cisalhamento, e elementos do tipo viga-
coluna submetidos a compressão excêntrica.

Em uma primeira fase da pesquisa, foi realizada campanha experimental com


ensaios à flexão excêntrica em perfis de seção transversal aberta do tipo cartola.
Foram analisadas, experimentalmente, distintas condições de extremidade, e realizado
um estudo paramétrico, com o objetivo de investigar a influência da relação largura-
espessura das paredes do perfil no valor das tensões normais originadas da torção
não uniforme.

Na segunda etapa da pesquisa, a campanha experimental contou com a


realização de ensaios de compressão excêntrica em três grupos de perfis com seção
transversal do tipo rack. Foi também realizada análise numérica com base nos
métodos das faixas finitas e dos elementos finitos. O modo de flambagem distorcional
foi analisado com o auxílio dos resultados experimentais obtidos. Igualmente, foram
aferidos procedimentos práticos para a verificação de estados limites últimos.

iv
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)

EXPERIMENTAL ANALYSIS OF THE DISTORTIONAL BUCKLING OF THIN-WALLED

OPEN CROSS-SECTION MEMBERS, UNDER ECCENTRIC COMPRESSIVE

LOADING

Santiago Venancio Sánchez Pérez

Maio/2003

Advisor: Eduardo de Miranda Batista


Department: Civil Engineering

The results of theoretical and experimental research on thin-walled cold-formed


steel members with open cross-section are presented. The research work was carried
out in two steps in order to describe and characterize both torsion and warping in
beams members and the distortional buckling in beam-columns subject to eccentric
axial compression.

The experimental research on thin-walled beams was performed for hat cold-
formed members under transversal loading applied eccentric to the shear center. A
parametric study related to the influence of the width-thickness ratio and support
conditions was also developed.

The experimental research on thin-walled beams-columns was developed for


three types of cold-formed rack members. The stability analysis was performed on the
basis of finite strip and finite element methods. The distortional buckling was studied
with the help of the experimental results. In addition, practical procedures to check the
ultimate strength at limit state were tested.

v
INDICE

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1

CAPÍTULO 2 – TORÇÃO NÃO UNIFORME 5

2.I - Introdução 5

2.2 - Revisão Bibliográfica 6

2.3 - Torção não Uniforme em Vigas 8

2.3.1 - Análise Numérica 10

2.3.2 - Análise Experimental 12

2.3.3 - Compressão Com Força Duplamente Excêntrica 13

2.4 - Estabilidade de Vigas, Colunas e Vigas-Colunas Formadas por Perfis


de Paredes Finas. 14

CAPÍTULO 3 - FLAMBAGEM DISTORCIONAL 17

3.1 - Introdução 17

3.2 - Revisão Bibliográfica 20

3.3 - Formulações Analíticas 27

3.3.1 - Apresentação da Formulação Proposta pelo Eurocode 3 29

3.3.2 - Formulações Propostas por Lau e Hancock, e por Schafer 31

3.3.2.1- Apresentação da Formulação Proposta por Lau e Hancock 32

3.3.2.2 - Apresentação da Formulação Proposta por Schafer 36

3.4 - Aplicação das Formulações Apresentadas para Perfis Rack 37

3.4.1 - Determinação da Geometria das Seções Transversais dos Perfis 37

3.4.2 - Avaliação da Força Critica, Métodos Diretos 38

3.4.3 - Avaliação da Força Critica, Métodos Numéricos 39

CAPÍTULO 4 - ANÁLISE EXPERIMENTAL

4.1 - Introdução 44

4.2 - Propriedades Mecânicas do Material 45

4.3 - Dimensões da Seção Transversal dos Corpos de Prova 51

4.4 - Avaliação da Força Critica nos Corpos de Prova, Métodos Numéricos


(MFF e MEF), Métodos Diretos (Formulações de Lau e Hancock e Schafer) 52

vi
4.5 - Preparação das Extremidades e Centragem dos Corpos de Prova 58

4.6 - Metodologia de Ensaio dos Corpos de Prova 61

4.7 - Resultados Experimentais dos Corpos de Prova 64

4.7.1 - Resultado dos Corpos de Prova CP-760 65

4.7.2 - Resultado dos Corpos de Prova CP-1160 73

4.7.3 - Resultado dos Corpos de Prova CP-1560 80

4.7.4 - Resumo dos Resultados dos Ensaios 88

4.8 - Análise da Resistência com Base nos Resultados Experimentais. 90

CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 109

5.1 - Conclusões 109

5.2 - Conclusões Principais do Trabalho 113

5.3 - Recomendações para a Continuidade da Linha de Pesquisa 115

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 117

ANEXO A 125

ANEXO B 133

vii
LISTA DE SÍMBOLOS

LETRAS ROMANAS MAIÚSCULAS

A - área bruta da seção transversal da barra

Af - área bruta da mesa comprimida e dos respectivos enrijecedores de borda e adicional

Aef - área efetiva da seção transversal da barra

As - área efetiva da seção transversal do enrijecedor de borda

A1 e A2 - constantes de amplitude das deformadas

B - bimomento

B1, B2, B3 e B4 - dimensões exteriores da seção transversal do perfil

Cmy - coeficiente de equivalência de momentos na flexão composta, em relação ao

eixo y

C w - constante de empenamento da seção

D - rigidez de flexão da placa

E - módulo de elasticidade de Young

G - módulo de elasticidade transversal do material

It - constante de torção da seção da mesa comprimida

I o - momento polar de inércia em relação ao centro de cisalhamento da seção

Is - momento de inércia da seção transversal do enrijecedor de borda

I y - momento principal de inércia da seção em torno do eixo y

I x - momento principal de inércia da seção em torno do eixo x

Ir - momento de inércia da seção transversal de área Ar

It - momento de inércia à torção uniforme

Ixy - produto de inércia

Ix e Iy - momentos principais de inércia com relação aos eixos x e y

Jp - constante polar de inércia

K - rigidez ao deslocamento por unidade de comprimento

viii
KxLx - comprimento efetivo de flambagem por flexão em relação ao eixo x

KyLy - comprimento efetivo de flambagem por flexão em relação ao eixo y

KtLt - comprimento efetivo de flambagem por torção

L - comprimento do perfil

L1, L2 e L3 – comprimentos dos corpos de prova ensaiados a flexo-compressão

Lo - comprimento inicial

Lf - comprimento final

Lc - comprimento da parte útil

Lt - comprimento total do corpo de prova

Lh - comprimento da cabeça de fixação do corpo de prova

Lcr - comprimento crítico da barra para a flambagem distorcional

Mx e My - momentos fletores respeito aos eixos principais x e y, respectivamente

MyR - momento fletor resistente em relação ao eixo y

N - força de compressão aplicada

Ncr - força crítica

NcR - força normal de compressão resistente

NcS - força normal de compressão solicitante

NcS (RD) - força normal de compressão solicitante, calculada com as equações da

curva de resistência para a flambagem distorcional (equações 4.4 e 4.5),

são utilizados valores de σdist segundo o MEF e levando em conta a

excentricidade da força e condições reais de extremidades (Método da

Resistência Direta)

NcS (AD) - força normal de compressão solicitante calculada com a equação de

iteração (equação 4.1) para a flambagem distorcional, o valor de σdist

utilizado é obtido do Anexo D da NBR 14762 (formulação de Lau-Hancock,

força centrada e empenamento impedido)

ix
NcS (FT) - força normal de compressão solicitante calculada com a equação de

iteração (equação 4.1) para a flambagem global por flexo-torção

NcS (MEF) - força normal de compressão solicitante calculada com a equação de

iteração (equação 4.1) para a flambagem distorcional, são utilizados

valores de σdist segundo o MEF para a condição de força centrada e

empenamento impedido

Ne - força normal de flambagem elástica

Nex - força normal de flambagem elástica por flexão sobre o eixo x

Ney - força normal de flambagem elástica por flexão sobre o eixo y

Next - força normal de flambagem elástica por flexo-torção

Net - força normal de flambagem elástica por torção

Ny - força plástica

Ndist - força crítica elástica devido a flambagem distorcional

Qy - intensidade da força de reação distribuída continuamente ao longo do suporte e

atuando na direção y

Sw - momento estático setorial

T - torção

Tv - torção de Saint Venant

Tw - torção não uniforme

Vx e Vy - forças cortantes na direção do eixo principal x e do eixo principal y

LETRAS ROMANAS MINÚSCULAS

b1, b2, b3 e b4 - dimensões da seção transversal do perfil pela linha média

b - largura do elemento

bef - largura efetiva

bf - largura do flange (conjunto mesa-enrijecedor de borda e enrigjecedor adicional)

bw - largura da alma

x
b1 - largura do corpo de prova do ensaio a tração

e - excentricidade da força de compressão na direção do eixo x

fu - resistência à ruptura do aço na tração

fy - resistência ao escoamento do aço

bw - altura da alma da peça

hx - distância do centróide até a junção da mesa com alma, medida na direção x

hy - distância do centróide até a junção da mesa com alma, medida na direção y

kx - rigidez lateral da mola elástica

kφ - rigidez da mola elástica de rotação

kφwe e kφwg - rigidezes elástica e geométrica da alma.

kφfe e kφfg - rigidezes elástica e geométrica do flange bf. (mesa e enrijecedores)

m - solicitação externa de momento torçor distribuído por metro linear

r0 - é o raio de giração polar da seção bruta em relação ao centro de torção

rx - raio de giração da seção transversal em relação ao eixo principal x

ry - raio de giração da seção transversal em relação ao eixo principal y

t - espessura do elemento

xo - distância do centróide até o centro de cisalhamento medida na direção x

ys e xs - coordenadas do ponto considerado respeito aos eixos principais x e y

yo - distância do centróide até o centro de cisalhamento medida na direção y

LETRAS GREGAS MINÚSCULAS

α - fator de imperfeição inicial

α1, α2, e α3 - parâmetros empregados no cálculo da tensão convencional de flambagem

elástica por distorção

β1, β2, β3 e β4 - parâmetros empregados no cálculo da tensão convencional de flambagem

elástica por distorção

β - parâmetro empregado no cálculo do fator de redução associado a flambagem ρ

xi
φ - rotação de torção ao longo da barra

γ - coeficiente de ponderação da resistência

η - parâmetro utilizado no cálculo da tensão de flambagem elástica por distorção

λ - meio comprimento de onda do modo de flambagem distorcional

λdist - índice de esbeltez reduzido referente à flambagem por distorção

λdist (f) - índice de esbeltez reduzido referente à flambagem por distorção para

elementos submetidos a flexão

λp - índice de esbeltez reduzido do elemento

λ0 - valor de referência do índice de esbeltez reduzido do elemento

ν - coeficiente de Poisson do material

ρ - fator da largura efetiva

σ - tensão normal de compressão

σdist - tensão convencional de flambagem elástica por distorção

σdist (f) - tensão convencional de flambagem elástica por distorção para barras

submetidas a flexão, calculada pela teoria da estabilidade elástica

σw - tensão normal de empenamento

τw - tensão cisalhante de empenamento

ω - coordenada setorial principal

xii
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

Os perfis de chapa dobrada a frio de paredes finas vêm tendo grande aplicação
nas construções, seja na forma de sistemas estruturais principais ou de elementos
estruturais secundários e de acabamentos.

A grande diversidade de formas da seção transversal destes perfis, assim como a


facilidade com que podem ser montadas as edificações, faz com que, na construção civil,
elementos estruturais com paredes finas sejam encontrados na forma de perfis de
seções fechadas ou abertas, aplicados a estruturas de coberturas de grandes vãos,
sistemas treliçados planos ou espaciais, estruturas para estocagem industrial, etc.

Estas estruturas são muito leves se comparadas com outras alternativas


estruturais, apresentando uma relação resistência / peso favorável do ponto de vista dos
custos, sendo por isso amplamente utilizadas.

A partir dos anos 1940, evidenciou-se um largo e importante progresso no


conhecimento do comportamento dos membros e estruturas de chapas dobradas com
paredes finas, o surgimento de aços de alta resistência, métodos modernos de
fabricação, e a obtenção de revestimentos econômicos (os quais resolvem problemas
arquitetônicos de acabamento e problemas da corrosão), motivando um crescimento na
utilização prática das seções dobradas a frio nas edificações. Desse modo ocorreu um
significativo desenvolvimento na tecnologia de fabricação e nos procedimentos de cálculo
utilizados pelos diferentes códigos de projeto, resultando em formas mais complexas com
alta resistência, o que incrementou a competitividade do produto final e ampliou o uso
dos perfis dobrados a frio.

Com o uso de aços estruturais de alta resistência, as seções foram se tornando


mais esbeltas, levando a problemas de projeto mais complexos. Em particular, no campo
da estabilidade estrutural, é preciso levar em conta os fenômenos da flambagem local e
global e, em vários casos, identificar os modos de flambagem distorcional.

Os perfis de chapa dobrada a frio com paredes finas, com seção do tipo C e Z,
muito utilizados como elementos estruturais do tipo viga em sistemas de cobertura,
também são altamente sensíveis aos fenômenos de instabilidade, ou seja, flambagem
local, distorcional e flambagem global (lateral por torção). Nestes perfis, o estado de
tensões originado inclui valores adicionais devido à torção não uniforme, originada das
cargas aplicadas não alinhadas com o centro de cisalhamento. As tensões adicionais
devidas à torção não uniforme também aparecem em barras do tipo viga-coluna, nas

1
quais, alem das forças normais, também existem momentos de torção atuantes, por
exemplo quando a carga é duplamente excêntrica em relação ao centro de cisalhamento.
Desse modo, além dos valores de tensão devida à compressão, também apareceram
tensões adicionais devidas à torção não uniforme. Este fenômeno da torção não uniforme
exige análise detalhada da torção nos perfis de chapa dobrada a frio.

Para certos carregamentos, a torção não uniforme pode gerar tensões normais
adicionais relativamente altas. Essas tensões normais adicionais, somadas às tensões
originadas de outras solicitações, podem resultar na perda de estabilidade por
flambagem local ou distorcional das paredes dos perfis, assim como conduzir ao efeito
de “shear lag”.

Os fenômenos mencionados anteriormente motivaram o desenvolvimento de


dois trabalhos de pesquisa experimental, com o objetivo de descrever e caracterizar os
fenômenos relacionados com (a) a torção não uniforme e (b) com a instabilidade por
flambagem distorcional; respectivamente para elementos do tipo viga submetidos à
flexão excêntrica e elementos do tipo viga-coluna submetidos à compressão excêntrica.

No capitulo 2 é apresentado um resumo do primeiro trabalho de pesquisa


desenvolvido no Laboratório de Estruturas da COPPE/UFRJ, que contou com
resultados teóricos e experimentais de estudos realizados em perfis de paredes finas
com seção aberta do tipo cartola, conformados a frio e submetidos esforços
combinados de flexão e torção. Nesse caso, destacou-se a importância das tensões
normais adicionais que surgem nestes perfis, devidas à presença da torção não
uniforme, e a influência da relação largura/espessura das paredes do perfil no valor
das ditas tensões adicionais.

O segundo trabalho de pesquisa, igualmente desenvolvido no laboratório de


Estruturas da COPPE/UFRJ, está apresentado nos capítulos 3 e 4. Nesses capítulos,
são mostrados resultados de estudos teóricos e experimentais da flambagem distorcional
em perfis de paredes finas e seção aberta, do tipo rack, submetidos à compressão
excêntrica.

No capítulo 3, é apresentada uma breve revisão bibliográfica que mostra o


desenvolvimento, através dos anos, do estudo dos fenômenos de instabilidade que
podem afetar os perfis de paredes finas, fundamentalmente no modo de flambagem
distorcional. São igualmente apresentadas duas formulações simplificadas para se
determinar a tensão elástica mínima de flambagem distorcional, para perfis de chapa

2
dobrada com paredes finas e seção aberta, do tipo C enrijecida e do tipo rack,
submetidos à compressão centrada.

O capitulo 3 apresenta igualmente resultados da aplicação das duas formulações


diretas para a análise de estabilidade linear no modo distorcional, mencionadas
anteriormente, para seção de perfil tipo rack originalmente adotada na pesquisa
experimental de Vazquez (1998). Estes resultados são comparados com os valores de
tensão crítica obtidos a partir da utilização de dois programas computacionais, o Inslod,
baseado no Método das Faixas Finitas (MFF) e desenvolvido por Nagahama (2000), e o
programa Shell, baseado no Método dos Elementos Finitos (MEF) e originalmente
desenvolvido por Ribeiro (1991) e aplicado na análise de estabilidade linear e não linear
por Inoue (2002).

No capitulo 4, como parte do trabalho experimental desenvolvido no Laboratório


de Estruturas do Programa de Engenharia Civil da COPPE/UFRJ, são apresentados os
resultados da determinação das propriedades mecânicas do aço utilizado na fabricação
dos protótipos dos perfis de chapa dobrada. Neste capitulo, também é descrita a
preparação e instrumentação dos perfis e apresentada a metodologia empregada na
realização dos ensaios de compressão excêntrica. Esses ensaios foram realizados em
três grupos de perfis de paredes finas e seção transversal aberta do tipo rack, com
comprimentos diferentes. Apresentam-se igualmente os resultados da campanha
experimental e do tratamento computacional dos resultados experimentais.

No capitulo 4, são igualmente comparados os valores das cargas últimas


experimentais com os valores das cargas últimas teóricas. Na determinação das cargas
últimas teóricas são utilizados distintos procedimentos, tais como equação de interação
para vigas-colunas e curvas de resistência para cálculo direto de resistência das barras
sob compressão excêntrica.

De uma forma geral, procurou-se avaliar os resultados experimentais dos testes


com perfis rack sob compressão excêntrica e sujeitos à flambagem distorcional,
comparando-os com os resultados das cargas últimas teóricas obtidas por meio das
formulações simplificadas e de prescrições disponíveis na norma brasileira NBR14762
(2001).

Encontramos uma grande lacuna na literatura quando se trata do comportamento


dos perfis de chapa dobrada com paredes finas sob compressão excêntrica e sujeitos à
flambagem distorcional. A flambagem disttorcional vem sendo pesquisada e nesse caso

3
há muitos estudos realizados, para os casos de compressão centrada e de flexão
simples. Acreditamos portanto que os resultados obtidos neste trabalho serão de muita
utilidade para a compreensão do fenômeno de flambagem distorcional na compressão
excêntrica, e servirão de base para a solução do problema do dimensionamento
estrutural, assim como para os casos de perfis sob carga de compressão duplamente
excêntrica.

No capítulo 5 são apresentadas conclusões da pesquisa e algumas sugestões


com o objetivo de ampliar, completar e melhorar o trabalho realizado.

No anexo A estão apresentadas fotos da parte experimental do primeiro


trabalho de pesquisa, assim como gráficos com resultados da análise da influência da
relação largura/espessura das paredes nos valores das tensões normais.

No Anexo B são apresentadas fotos de alguns dos corpos de prova que foram
ensaiados, mostrando os modos de instabilidade e detalhes da zona onde se produziu
o mecanismo de colapso para alguns dos protótipos ensaiados.

4
CAPITULO 2 TORÇÃO NÃO UNIFORME

2.1 - Introdução

Nesta parte da pesquisa apresentam-se resultados teóricos e experimentais de


estudos realizados em perfis de chapa dobrada a frio com paredes finas e seção aberta,
conformados a frio e submetidos à flexão combinada. Destaca-se a importância das
tensões normais adicionais que surgem nestes perfis, devidas à presença da torção não
uniforme. É igualmente apresentada a análise da influência da relação largura-espessura
das paredes dos no valor das tensões adicionais devidas ao bimomento. A análise do
problema considerou diferentes condições de extremidades da viga, com relação ao
empenamento, permitindo a comparação entre resultados teóricos e experimentais das
rotações de torção e das tensões normais para cada uma das condições de extremidade
adotadas.

A análise teórica do problema baseou-se na teoria de flexão com torção em perfis


de paredes finas segundo VLASOV (1961), resultando em um programa computacional
de análise estrutural de elementos de barra, o qual pode ser utilizado para análise de
estruturas formadas por perfis de chapa dobrada a frio com paredes finas na etapa
elástica.

Os valores experimentais foram resultados de ensaios realizados no Laboratório


de Estruturas da COPPE/UFRJ, em perfis de chapa dobrada a frio, com seções do tipo
cartola produzidos pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para aplicação em
estruturas padronizadas de coberturas metálicas.

Os esforços de torção em perfis de chapa dobrada a frio com paredes


finasutilizados como elementos estruturais do tipo viga, ou do tipo viga-coluna, são
originados de forças transversais e longitudinais, respectivamente, não alinhadas com o
centro de cisalhamento. Tal condição é muito comum nas situações reais, onde além das
excentricidades acidentais, os perfis de chapa dobrada a frio com paredes finas e seção
aberta dificultam a aplicação das forças alinhadas com o centro de cisalhamento.

O fato de se adotar perfis de chapa dobrada a frio com paredes cada vez mais
esbeltas, conduz a baixa rigidez torsional, agravando deformações de torção das barras
e precipitando modos de flambagem associados à torção.

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2.2 - Revisão Bibliográfica.

O comportamento das barras de paredes finas submetidas à flexão com torção é


muito complexo pois a torção induz o empenamento nas seções transversais da barra.
Este tipo de comportamento foi muito estudado através dos anos, tanto analiticamente
quanto experimentalmente. VLASOV (1961) foi o primeiro a formular o comportamento
das barras de paredes finas, em seu livro “Vigas elásticas de paredes finas”, publicado
em 1941 onde formula sua teoria sobre o empenamento elástico em barras de paredes
finas baseado na análise das propriedades setoriais da seção transversal da barra. A
teoria das hastes de paredes finas explica a diferença de comportamento entre as barras
de paredes finas e as de paredes espessas, permitindo o cálculo dos esforços internos e
das deformações nas barras de paredes finas.

Nessas estruturas, a análise é complexa devido à torção não uniforme com


empenamento. No modelo de Vlasov, o momento torçor aplicado é equilibrado pelas
tensões adicionais ( σ ω , τ ω ) e de Saint-Venant, e a solução da equação clássica de

equilíbrio é direta e oferece uma relação linear entre o momento torçor aplicado e a
rotação de torção (φ). Portanto, a análise da estabilidade das estruturas com esse modelo
estaria limitada à determinação da força de flambagem global baseada na estabilidade
linear.

Os elementos estruturais de paredes finas podem ser levados ao comportamento


não linear, sendo necessária uma análise que leve em conta as mudanças de forma
(flambagem local, distorcional ou global) e as equações associadas às mesmas. Muitos
modelos baseados no MEF foram desenvolvidos para levar em conta a análise não linear
nos perfis de chapa dobrada a frio com paredes finas submetidos à flexão com torção.
GREGORY [1961], BLACK (1967) e GOBARAH (1971), estudaram modelos para barras
de paredes finas com grandes deslocamentos, demonstrando que a equação de
equilíbrio da torção apresenta termos proporcionais à rotação de torção elevada ao cubo
(φ3), termos que naturalmente eram desprezados no modelo de Vlasov, sendo esta uma
das causas os resultados do modelo de Vlasov não apresentam correlação adequada
com resultados experimentais.

Em 1970 BARSOUM e GALLAAGHER (1970) introduzem a primeira derivada da


rotação com relação ao eixo longitudinal da viga tridimensional, como o sétimo grau de
liberdade de cada nó, para representar as deformações de empenamento. Dessa forma,
e mediante o emprego do MEF, analisam seções simétricas com comportamento linear
submetidas à flambagem por torção e ou flexo-torção. Anos mais tarde RAJASEKARAN

6
(1977) utiliza a técnica anterior para resolver problemas de grandes deslocamentos na
etapa elasto-plástica.

Em 1986 ATTARD (1986) desenvolve duas formulações pelo MEF para o cálculo
da força lateral de flambagem para vigas retas de seção aberta com paredes finas,
submetidas a forças estáticas conservativas. Um ano depois, o mesmo autor em co-
autoria com Somervaille (SOMERVAILLE e ATTARD, 1987) apresenta uma formulação
pelo MEF para a análise elástica não linear de vigas de seção aberta submetidas a
esforços combinados de flexão com torção. Nesse mesmo ano CHAN e
KITIPORNCHAI (1987) utilizam a análise não linear geométrica em barras de paredes
finas com seção transversal aberta e assimétrica submetidas à compressão.

Em 1991 DAVIES (1991) apresenta uma introdução à teoria linear elástica da


torção uniforme e não uniforme. Nesse mesmo ano YU (1991) apresenta métodos
numéricos para o cálculo das propriedades geométricas de torção em seções com
paredes finas.

De 1988 a 1994, DJUGASH (1988) e DJUGASH e KALYANARAMAN (1994a,


1994b) desenvolvem um método numérico para a análise dos problemas de instabilidade
e de não linearidade nas barras de paredes finas submetidas à flexão em torno de dois
eixos. Avaliam, analiticamente, o comportamento não linear na flexão dupla de varias
seções de paredes finas submetidas à aplicação de forças transversais, comparando os
resultados obtidos com resultados experimentais.

Na universidade da Flórida, de 1991 a 1997, Ellifrit junto com outros


pesquisadores (ELLIFRIT e SPUTO, 1991, ELLIFRIT, 1992, ELLIFRIT, GLOVER e
HREN, 1997) conduz estudos relacionados com a deformação, resistência à flexão e à
flambagem distorcional em vigas de seção C e seção Z, não restringidas lateralmente, e
submetidas à combinação de flexão com torção devida a forças aplicadas não alinhadas
com o centro de cisalhamento.

Em 1994, PI e TRAHAIR (1994) desenvolvem mediante o MEF um modelo para a


análise não linear de vigas-colunas com grandes deslocamentos e grandes rotações.

Em 1998 Put em co-autoria com outros pesquisadores (PUT, PI, TRAHAIR 1998)
realiza vários experimentos em vigas de seção C enrijecida não impedida lateralmente.
Também são analisadas e medidas tensões devidas ao empenamento impedido nas
extremidades da barra.

7
Zhi-ming e outros autores, (ZHI-MING, 2001), utilizando o MFF (Método das
Faixas Finitas), fazem uma análise de um sistema de vigas de cobertura submetidas à
força de vento, levando em conta os valores das tensões adicionais que surgem devidas
ao empenamento não uniforme. Os resultados da análise demonstram que, tanto para a
flambagem local quanto para a flambagem distorcional, as restrições têm notável
influência no valor da força crítica.

2.3 - Torção não Uniforme em Vigas

Conforme apresentado anteriormente, o fenômeno da torção não uniforme está


associado ao empenamento dos perfis de chapa dobrada a frio com paredes finas e
seção aberta, submetidos à flexão excêntrica em relação ao centro de cisalhamento, e a
perfis do tipo coluna, com seção aberta ou fechada, submetidos a forças com
excentricidade dupla em relação ao centro de cisalhamento. As tensões resultantes
podem conduzir a fenômenos de instabilidade e/ou à plasticidade do material. Portanto, a
análise da barra fletida e das vigas colunas com dupla excentricidade da força deve levar
em conta o surgimento e a magnitude das tensões adicionais da torção não uniforme,
assim como prever efeitos da flambagem local de placa, flambagem distorcional, ou
flambagem global.

Nas barras de paredes finas submetidas à torção, devido à baixa rigidez torsional,
aparecem tensões muito elevadas se comparadas com aquelas que surgem nas vigas de
seção compacta. Parte dessas tensões tem origem no empenamento não uniforme da
seção transversal. Quando as seções transversais do elemento empenam de maneira
uniforme, só aparecem tensões tangenciais, e a torção que age no elemento é
denominada de torção uniforme ou de Saint Venant. No entanto, se as seções não
empenam de maneira uniforme, aparecem tensões adicionais na direção axial ( σ ω ) e

transversal (τ ω ), denominadas tensões de empenamento. As tensões normais de

empenamento σ ω podem ser da mesma ordem de grandeza, ou mesmo superiores às

tensões normais ( σ ) produzidas pelos esforços de flexão e extensionais, não podendo


portanto ser ignoradas.

Nas barras de paredes finas, diferentemente das barras de paredes espessas, as


tensões de empenamento não se atenuam ao longo do seu comprimento. Nos elementos
de seções compactas, é aplicável o princípio de Saint Venant, segundo o qual, o efeito da
tensão de empenamento pode ser desprezada a partir de uma certa distância do ponto
de aplicação da força. Já nas barras de paredes finas, isto não ocorre, pois nestes

8
elementos a alma se apresenta separando as forças em dois subconjuntos, um em cada
mesa, os quais provocam a aparição das tensões de empenamento ( σ ω , τ ω ).

Os valores máximos das tensões de empenamento ( σ ω , τ ω ) ocorrem em geral

nos extremos livres da seção transversal, ou seja, nas bordas livres das mesas, podendo
desempenhar um papel significativo no inicio da flambagem local ou distorcional das
mesmas.

Segundo Vlasov, e conforme indicado por ZBIROHOWSKI-KOSCIA (1967), a


presença das tensões internas adicionais indica que parte do trabalho realizado pelo
momento torçor T está associado às tensões devidas ao empenamento não uniforme. A
parcela restante do trabalho interno de torção está associada às tensões cisalhantes
originadas da torção de Saint Venant.

A parte do momento torçor que causa tensões adicionais, normais e cisalhantes


nas seções transversais dos elementos, foi denominada por Vlasov de "torção não
uniforme" Tw . A outra parte, relacionada com as tensões cisalhantes que causam a

rotação da seção, é a "torção pura” ou “torção de Saint Venant” Tv . Ou seja, o momento

torçor interno, é expresso por:

T = Tv + Tw (2.1)

Os efeitos do empenamento impedido (a torção não uniforme), especificamente


as tensões normais adicionais σ ω , estão associadas ao surgimento de esforços internos

na barra denominados de “bimomentos” B , os quais foram objeto de investigação e


formulação teórica por VLASOV (1961).

A relação entre o carregamento externo, os esforços internos (bimomento B , e


torção não uniforme Tw ) e sua distribuição ao longo do comprimento da viga é definida

pela equação diferencial não homogênea de quarta ordem que governa o


comportamento dos perfis de chapa dobrada a frio com paredes finassubmetidos à
torção. Essa equação, segundo o enfoque apresentado por J.M. Davies em bibliografia
editada por J. Rodes (DAVIES, 1991), assume a forma seguinte:
dφ d 3φ
T = GJ p ( ) − ECw ( 3 ) ( 2.2)
dz dz

9
dT d 2φ d 4φ
= m = GJ p ( 2 ) − ECw ( 4 ) ( 2.3)
dz dz dz

Onde:
z - coordenada do eixo da barra.
m - solicitação externa de momento torçor distribuído por metro linear.
Cw - momento setorial principal de inércia da seção transversal.

GJ p - rigidez de Saint Venant.

ECw - rigidez ao empenamento.


G e E - módulos elásticos do material.
J p e φ - constante polar de inércia e rotação de torção ao longo da barra.

2.3.1 - Análise Numérica

A solução da equação (2.3) pode ser obtida mediante métodos exatos ou


aproximados. No presente trabalho utilizou-se um método numérico aproximado
apresentado em DAVIES (1991), baseado na analogia entre a equação (2.3) e a equação
diferencial (2.4), que governa o comportamento das vigas-colunas submetidas à ação de
força transversal q e de força axial de tração N.

d2y d4y
q = N( ) − EI ( ) (2.4)
dz 2 dz 4

Outro enfoque da solução da equação diferencial mencionada anteriormente


pode ser encontrado em MURRAY (1986) e ZBIROHOWSKI-KOSCIA (1967), onde a
equação diferencial é resolvida analiticamente empregando a Transformada de Laplace.

Após resolver a equação (2.3), os valores internos de bimomento e da flexo-


torção podem ser obtidos mediante as seguintes expressões:

d 2φ
B = − ECw ( ) ( 2.5)
dz 2

dB d 3φ
Tw = = − ECw ( 3 ) ( 2.6)
dz dz

As tensões normais ( σ ω ) e de cisalhamento ( τ ω ), associadas ao bimomento B e

à torção não uniforme Tw , respectivamente, são definidas segundo a teoria de Vlasov, a

qual é baseada na suposição da indeformabilidade da linha média das seções de

10
paredes delgadas antes e após à aplicação do carregamento externo. Uma ilustração
dessa premissa pode ser observada na figura (2.1), retirada de ZBIROHOWSKI-KOSCIA
(1967).

As tensões normais e de cisalhamento originadas da torção não uniforme são


expressas da forma seguinte:

ω
σω = B (2.7)

Tω Sω
τω = (2.8)
t Cω

onde:
t - espessura da seção da viga na fibra onde se pretende calcular o esforço.
ω - coordenada setorial principal da fibra onde se pretender calcular a tensão.
S ω - momento estático setorial da fibra onde se pretende calcular o esforço.

Figura. 2. 1 - Viga de paredes finas mantendo a indeformabilidade da linha média

antes e depois da aplicação do carregamento, ZBIROHOWSKI-KOSCIA (1967).

As expressões anteriorespermiten a determinação das tensões normais ( σ ω ) e

de cisalhamento ( τ ω ) produzidas pelos esforços internos ( B e Tω ). Estas tensões,

segundo a teoria de Vlasov, são tomadas como constantes na espessura t da seção


transversal, variando ao longo da mesma de forma proporcional à coordenada setorial
principal de área ( ω )e ao momento estático setorial ( S ω ), equações (2.7) e (2.8),

respectivamente. Portanto, os diagramas de variação destas funções geométricas


representam, ao mesmo tempo, a forma dos diagramas de variação das tensões
causadas pelo bimomento e pela torção não uniforme. A constante de torção, a
coordenada setorial e o momento estático setorial, são magnitudes que dependem da

11
geometria da seção. No entanto, o bimomento ( B ) e a torção não uniforme ( Tω ) são

função do sistema de carregamento atuante e das condições de apoio, devendo por isso
serem avaliados separadamente, para cada situação específica.

As tensões σ ω e τ ω se somam algebricamente às tensões obtidas pelos


demais esforços internos, segundo as expressões a seguir:

N M X y S M Y xS B ω S
σ= + + + (2.9)
A IX IY Cω

VY S X VX SY TV t Tω Sω
τ= + + + (2.10)
t IX t IY JP t Cω

onde:
A - área da seção transversal da barra
N - força axial na barra.
I X e IY - momentos principais de inércia com relação aos eixos x e y .
y S e x S - coordenadas do ponto considerado respeito aos eixos principais x e y .

VX e VY - forças cortantes na direção do eixo principal x e do eixo principal y .


M X e M y - momentos fletores respeito aos eixos principais x e y , respectivamente.

Resultados de estudos teóricos realizados nesta temática, que compreendem o


enfoque apresentado por DAVIES (1991) para a obtenção da solução da equação 2.3,
assim como diferentes formas de solução do problema, são apresentadas em SÁNCHEZ
(2001). Nesta referencia, também são apresentados vários exemplos desenvolvidos com
a utilização de um programa computacional de elementos de barra, do tipo pórtico plano,
o qual foi modificado com a introdução de elementos de conexão de modo a permitir
considerar diferentes condições de apoio. Com a utilização do programa mencionado, foi
igualmente realizada análise da influência da espessura das paredes do perfil nos valores
das tensões normais, sendo esta análise apresentada em SÁNCHEZ e BATISTA (2002).

2.3.2 - Análise Experimental

Com o objetivo de aferir os resultados numéricos obtidos com a metodologia e o


programa computacional citados anteriormente, foi realizado um estudo experimental em
vigas submetidas à esforços combinados de flexão e torção. Para obter os valores
experimentais das rotações de torção e das tensões normais, foram previstos ensaios em

12
uma viga composta por perfil de chapa de aço dobrado a frio e paredes finas, com seção
transversal do tipo cartola. Na realização dos ensaios foram consideras condições de
extremidades com empenamento livre ou impedido.

Detalhes desta pesquisa experimental podem ser encontrados em SÁNCHEZ


(2001), onde, além dos resultados experimentais obtidos, são apresentados os materiais
empregados na instrumentação da viga, e na aquisição dos sinais durante a aplicação
das forças, assim como a metodologia empregada nos ensaios. Nos Anexos deste
trabalho são apresentados graficos com alguns dos resultados obtidos, assim como fotos
que mostram a forma em que foram realizados os ensaios, e as condições de apoio das
vigas ensaiadas.

2.3.3 - Compressão com Força Duplamente Excêntrica: Vigas-Colunas

Poucas vezes podemos encontrar uma relação fixa entre as forças externas e
internas ( B, Tω ). O bimomento e a torção não uniforme podem aparecer para

inesperadas condições de carregamentos, e diversos tipos de forças externas podem


produzir bimomento nas seções transversais das barras de paredes finas. Um exemplo
disso é a presença de bimomento interno em colunas de chapa dobradas a frio com
paredes finas, produzido por uma força externa atuando no plano paralelo ao eixo
principal longitudinal, como mostra a figura 2.2 retirada de ZBIROHOWSKI-KOSCIA
(1967). Neste caso, o valor do bimomento é igual ao produto da força pela coordenada
principal setorial de área do ponto onde está aplicada a força:
B = N ωA (2.11)

Eixo longitudinal centroidal


Z N
XO
X

C A
ωA

CG

X Y

CC

Centro de cisalhamento (CC)

(a) (b)
Figura 2. 2 - (a) Força atuando no plano paralelo ao eixo principal longitudinal, (b)
gráfico da coordenada setorial de área.

13
A aplicação da equação 2. 9 para o caso anterior considerando a barra como uma
coluna curta, ficaria da forma seguinte:

N N ey y A N ex x A N ωAωA
σ= + + + (2.12)
A IX IY Cω

onde:
N e y - valor do momento fletor M X em relação ao eixo x produzido pela força N.

N ex - valor do momento fletor M Y em relação ao eixo y produzido pela força N.

N ω A - valor do bimomento produzido pela força N.

Pode-se concluir, portanto, que nos perfis de chapa dobrada a frio com paredes
finas, em geral ocorrem esforços internos de torção (bimomento, torção não uniforme e a
torção de Saint Venant), mesmo quando não estejam aplicados momentos externos de
torção.

A segunda fase da pesquisa desenvolvida envolveu a análise do comportamento


de perfis de chapa dobrada a frio com paredes finas submetidas à flambagem
distorcional na flexo-compressão.

Serão analisados casos de colunas submetidas a forças com excentricidades


simples, com as forças deslocando-se sobre o eixo de simetria da seção transversal (eixo
x) na direção positiva, ou seja, afastando-se do centro de cisalhamento. Nesse caso, não
será necessário considerar a presença da última parcela da equação 2.12 na análise das
tensões normais máximas que aparecem nas barras ensaiadas, pois, como pode ser
apreciado na figura 2.2 (b), para as barras ensaiadas o valor da coordenada setorial
principal de área ω é nulo.

No entanto, em pesquisas futuras quando forem analisados casos de vigas-


colunas submetidas a forças com dupla excentricidade, ou colunas onde a análise leve
em conta a influência das excentricidades geométricas inicias, deve ser considerada a
última parcela da equação 2.12.

2.4 - Estabilidade de Vigas, Colunas e Vigas-Colunas Formadas por Perfis


de Paredes Finas

As barras de paredes finas quando afetadas pelos fenômenos de instabilidade


podem apresentar dois modos fundamentais de flambagem, os modos locais ou os
modos globais, os modos locais produzem variações na geometria da seção transversal

14
da barra (mudanças na forma), enquanto os modos globais produzem alterações na
geometria do eixo longitudinal da barra, mantendo invariável a forma da seção
transversal da barra.

Dependendo do tipo de elemento estrutural podem-se apresentar os seguintes


modos de flambagem:

(a) Elemento estrutural do tipo viga


1- Modos locais
• Modo Local de Placa (MLP).
• Modo Distorcional (MD).
2- Modo global
• Modo de Flexão Lateral (MFL).
(b) Elemento estrutural do tipo viga-coluna
1- Modos locais
• Modo Local de Placa (MLP).
• Modo Distorcional (MD).
2- Modos globais
• Modo de Flexão em torno dos eixos principais (MF).
• Modo de Torção (MT).
• Modo de Flexo-Torção (MFT).

Nos modos globais dos elementos estruturais do tipo viga-coluna, a


excentricidade da força e o comprimento da barra desempenham um papel importante,
sendo demonstrado o seguinte:

• Força duplamente excêntrica: O primeiro modo de instabilidade da coluna é


sempre de Torção em interação com a flexão em torno dos dois eixos
principais de inércia, Flexo-Torção (MFT). Quanto mais longa é a coluna, o
modo de Flexo-Torção e de Flexão segundo o eixo de menor inércia se
aproximam de tal modo que acabam se confundindo no caso de colunas
longas;
• Força excêntrica apenas na direção do eixo de simetria: O modo de
instabilidade por Flexão no plano de simetria da seção transversal se produz
de maneira independente do modo de Torção da coluna. Deste modo
dependendo do comprimento da coluna, o primeiro modo de instabilidade
poderá ser de Flexo-Torção, para colunas mais curtas, ou de Flexão para o
caso de colunas mais longas.

15
• Força centrada: Igual ao caso anterior, verifica-se a independência entre os
modos de Flexo-Torção e de Flexão segundo o plano de inércia mínima.
Dependendo do comprimento da coluna, o primeiro modo de instabilidade
poderá ser de Flexo-Torção, para colunas mais curtas, ou de Flexão para o
caso de colunas mais longas.
• Força aplicada no centro de cisalhamento: Neste caso os três modos são
independentes, e o primeiro modo de instabilidade poderá ser o modo de
Flexão em torno do eixo de menor inércia, ou o modo de Torção pura.

16
CAPÍTULO 3 FLAMBAGEM DISTORCIONAL

3. 1 - Introdução

Do ponto de vista da instabilidade estrutural, os perfis de paredes finas podem ser


entendidos como uma associação de placas, com comportamento análogo ao das placas
esbeltas isoladas, tendo como particularidade que as condições de borda de cada uma
das paredes, tomadas aqui como placas associadas, variam conforme a geometria da
seção transversal. No projeto deste tipo de perfil submetido à compressão simples é
necessário um cuidado especial com os fenômenos da instabilidade, sendo estes perfis
suscetíveis à instabilidade por vários modos. De uma forma geral, podem exibir três
modos de instabilidade: modo local de placa, modo distorcional e modo global, podendo
este último ser de flexão, torção ou flexo-torção. Na maioria das normas de projeto
estrutural, os modos local e global são amplamente tratados mediante o Método das
Larguras Efetivas, para os elementos de placa, e pelas curvas de flambagem de
colunas, para a flambagem global, respectivamente. Nessas normas, também é
considerada a interação entre os modos, principalmente a interação entre os modos local
e global.

No modo local de placa a instabilidade ocorre nas paredes da seção, os cantos


dobrados permanecem perfeitamente alinhados com sua posição original, ocorrendo
nessas regiões apenas rotações das placas vizinhas. Ou seja, o modo é caracterizado
pela ausência de deslocamentos das bordas comuns entre elementos de placa. Neste
caso, há apenas deslocamentos de flexão do elemento de placa, com a linha de junção
entre os elementos adjacentes permanecendo retos, (ver figura 3.1).

Figura 3.1 - Modo de flambagem local em perfis de seção transversal do tipo rack.

17
Ao contrário dos modos de flambagem global de barra, a flambagem local
geralmente não resulta no colapso da estrutura, podendo-se considerar uma reserva pós-
crítica nos elementos esbeltos. O comportamento pós-crítico das placas é muito
importante, pois se verifica um ganho gradual da rigidez e um aumento considerável da
capacidade resistente. Isso é justificado pela presença de tensões membranais trativas
na placa, opostas aos deslocamentos (w) fora de seu plano, as quais funcionam como
elementos “estabilizadores” das condições de equilíbrio da placa, conforme
esquematizado na figura 3.2, extraída de Batista [ 1988].

N / Ncr

Placa de material
elástico ideal sem
excentricidade Zona de
resistência
instável pós-crítica
estável

1,0

Placa de material
elástico com
excentricidade
Placa de material inicial
elástico ideal sem
excentricidade a
Placa de material
Pré-crítico

elasto-plástico com
excentricidade inicial

Placa de material
elasto-plástico com
excentricidade inicial
e flambagem local b

w
(a) (b)
Figura 3.2 - (a) Comportamento força-flecha da placa;
(b) Deslocamentos ( w ) fora do plano da placa.

Este tipo de comportamento pós-crítico é representado por um sistema de


equações diferencias de equilíbrio cuja solução numérica leva a um problema não linear.
Devido à complexidade da solução do problema, foram desenvolvidos métodos
simplificados e aproximados que permitem o tratamento das placas em regime pós-
crítico, dentre estes, o que teve maior aceitação, e é amplamente empregado pela
maioria das normas de projeto, é o Método das Larguras Efetivas. Este método foi
inicialmente proposto por VON KARMAN (1932). A seguir, vários investigadores, com
ajuda de estudos teóricos e experimentais, apresentaram trabalhos complementares,
dando origem a inúmeras propostas de formulação do Método das Larguras Efetivas. O
método, resumido na figura 3.3, considera a redução de rigidez da placa através da
substituição da placa original de largura b por uma placa de largura efetiva be, sendo
be< b.

18
be/2 be/2

σmax
σe = σmax
σm a

b be

Figura 3.3 - Distribuição de tensões em uma placa sob compressão uniforme.

A flambagem distorcional é menos conhecida, tendo, no entanto importância


crescente com a utilização de seções cada vez mais esbeltas devido ao emprego de
aços de alta resistência. O modo de flambagem distorcional, que está associado à
instabilidade das bordas adicionais (paredes com uma extremidade livre na figura 3.4),
envolve rotações da alma e das mesas, as quais produzem um deslocamento lateral das
arestas vizinhas aos enrijecedores adicionais (ver figura 3.4), provocando uma redução
da capacidade resistente da barra. Colunas com colapso no modo distorcional merecem
atenção especial, pois o modo de flambagem distorcional apresenta capacidade pós-
crítica menos acentuada do que no caso da flambagem local.

A grande quantidade de parâmetros que influência m o modo distorcional tem


impossibilitado a definição de expressões simplificadas para o cálculo da tensão crítica
de flambagem. Este modo de instabilidade, para determinadas geometrias da seção
transversal e comprimentos da peça, pode ser o modo crítico ou dominante, passando a
comandar o processo de dimensionamento estrutural.

19
mesa (B2)

enrijecedor de borda (B3)

alma (B1) enrijedeor adicional (B4)

Figura 3.4 - Modo de flambagem distorcional em perfis do tipo rack.

3.2 - Revisão Bibliográfica

As investigações do comportamento das colunas de chapa dobradas a frio


iniciaram-se a mais de 80. Estes elementos apresentam três tipos de modos de
flambagem: local, distorcional e global (flexão, torção ou flexo-torção). A flambagem local
e a flambagem global, têm sido muito estudados analiticamente e experimentalmente, e
vários códigos de projeto estrutural contêm formulações para o cálculo de barras
submetidas a esses modos de flambagem.

A flambagem local prevalece particularmente nas seções de chapa de aço


dobradas a frio com paredes finas, e é caracterizada por um pequeno comprimento de
onda do elemento placa. A tensão crítica elástica da flambagem local foi
extensivamente investigada e resumida por TIMOSHENKO e GERE (1936) e por
BLEICH (1952).

A flambagem global envolve a flambagem por flexão de Euler, a flambagem por


torção, a flambagem por flexo-torção de colunas, e a flambagem lateral de vigas. Para
este tipo de flambagem foram formuladas soluções para o sistema de equações
diferenciais, que se tornaram clássicas no estudo da estabilidade das colunas e vigas-
colunas.

A flambagem distorcional tem sido o centro dos trabalhos de vários


pesquisadores nos últimos anos, chegando a serem adotadas formulações de projeto
para as barras de aço submetidas a esse modo de flambagem pelas normas mais
modernas. Através de todos esses anos de investigação, a flambagem distorcional
apareceu com diferentes nomes, tais como: flambagem do enrijecedor, flambagem local
torcional, etc.

20
As investigações em colunas de aço formadas por perfis de chapa dobradas
começaram em 1940 com ensaios realizados por WINTER (1940) na Universidade de
Cornell. Anos mais tarde, na Inglaterra, CHILVER (1953) resumiu as investigações
teóricas e experimentais de colunas de paredes finas, e ainda hoje essas pesquisas
servem como referências para o desenvolvimento de soluções de estabilidade elástica e
de resistência de barras formadas por perfis de chapa dobrada.

A solução da flambagem elástica das placas foi baseada em investigações que


tinham como base o trabalho desenvolvido por TIMOSHENKO e GERE (1936). Esse
trabalho foi ampliado por LUNDQUIST e STOWELL (1943), com métodos que permitem
calcular a estabilidade de placas associadas.

A solução do problema pós-critico, baseado no método das larguras efetivas,


tem origem em trabalhos de VON KARMAN (1932), e na correção experimental de
WINTER (1947). Na mesma época, CHILVER (1953) introduz a interação entre os
elementos na determinação da tensão de flambagem local, e estabelece que, para a
seção C enrijecida, o enrijecedor deveria ter rigidez suficiente para garantir a
flambagem local do elemento placa por ele suportado (a mesa), e desta forma evitar a
flambagem distorcional. No entanto, não apresentou critério de como garantir que o
enrijecedor de borda fosse suficientemente rígido.

Durante os anos 60 as investigações de colunas de aço dobradas a frio ignoraram


a flambagem distorcional, e o trabalho de investigação esteve enfocado no estudo das
propriedades do material e no comportamento de colunas longas. No entanto, colunas de
alumínio de seção U enrijecido são estudadas experimental e analiticamente por
DWIGHT (1963), e SHARP (1966), respectivamente. Para estas seções Sharp
apresentou, em 1966, um tratamento teórico para estimar a tensão de flambagem
distorcional, mediante simplificações com relação à restrição rotacional na junção alma-
mesa. Na verificação destas expressões foram utilizados resultados experimentais de
Dwight.

Na Alemanha em 1970, KLOPPEL (1970) estuda analítica e experimentalmente


uma placa isolada com enrijecedor de borda, na qual a junção alma-mesa é fisicamente
substituída por um apoio simples, para providenciar condições de apoio conhecidas.

Nos anos 70, as investigações das colunas foram direcionadas ao estudo da


interação entre a flambagem local e a flambagem global (flexão, torção, ou flexo-
torção). Como exemplo, temos os trabalhos de DEWOLF (1974), KLOPPEL e

21
BILSTIEN (1976), RHODES e HARVEY (1977), PEKOZ (1977) e LOUGHLAN (1979).
Durante estes anos foi realizada uma extensiva pesquisa em colunas de seção
transversal do tipo U, e do tipo U enrijecido, ensaiadas com as extremidades com
condições de apoio livre e engastadas, observando-se o fenômeno de interação entre
a flambagem local e global. Especificamente para as colunas com as extremidades
livres, RHODES e HARVEY (1977) explicaram que esse fenômeno devia-se a um
desvio na linha de ação das forcas externas e internas, provocada por uma
redistribuição assimétrica das tensões longitudinais internas quando se produz a
flambagem local (mudança na posição do centróide da seção efetiva), levando a uma
excentricidade na aplicação das forças nos extremos articulados da coluna, esta
excentricidade da força em relação à nova posição do centróide produzindo
compressão excêntrica ou flexo-compressão, o que induz à flambagem global.

Ainda sobre a interação entre flambagem local e global, na década de 80


BRAHAM (1980) e RONDAL (1984) estudam o fenômeno para tubos retangulares
formados a frio; BATISTA (1988) analisou o fenômeno da interação entre flambagem
local e global por flexão ou flexo-torção, para perfis do tipo U simples e enrijecido.

Na Universidade de Cornell, continuam os trabalhos de Desmond em barras


com enrijecedores intermediários e enrijecedores de borda. DESMOND (1977) formula
as bases para as especificações modernas da norma americana, AISI (1986), para
elementos com enrijecedores de borda. Nos trabalhos de Desmond, a flambagem
distorcional é chamada de flambagem do enrijecedor, reconhecendo que a tensão
crítica de flambagem do enrijecedor (a tensão crítica de flambagem distorcional) é
maior que a tensão crítica de flambagem local. Utilizando resultados experimentais,
esse autor formula expressões empíricas para o cálculo adequado do enrijecedor de
borda. Como o enrijecedor adequado nem sempre corresponde à solução mais
econômica, Desmond, Pekoz e Winter, (DESMOND, 1981) propõem uma solução
empírica simples para o coeficiente de flambagem local K nos elementos com
enrijecedor de borda, onde os casos de seções com enrijecedores de borda
ineficientes são levados em conta, reduzindo-se o coeficiente de flambagem local do
elemento placa suportado pelo enrijecedor de borda, para um valor inferior ao valor
básico igual a 4.0. Como resultado, a flambagem distorcional foi incorporada nas
especificações da norma americana AISI [1986], como outro modo local de
flambagem, não sendo tratada explicitamente como um modo distinto do modo de
flambagem local de placa.

22
Entre 1980 e 1987, na Universidade de Strathclyde, continuam as
investigações sobre a interação entre a flambagem local e a flambagem global
(RHODES e LOUGHLAN, 1980, ZARAS e RHODES, 1987), assim como os estudos
do comportamento de placas isoladas com enrijecedor de borda (LIM, 1985, LIM e
RHODES, 1986).

Em 1980, alguns investigadores começaram a dar mais atenção à flambagem


distorcional, sendo essa tendência mais evidente na Universidade de Sydney, na
Austrália. A necessidade de investigar o comportamento de perfis de aço de chapa
dobrada a frio utilizados como colunas em estruturas leves para estocagem de
produtos, levou as investigações para a flambagem distorcional, conduzindo aos
trabalhos desenvolvidos por HANCOCK (1985) e LAU (1988). A forma da seção
transversal dos perfis do tipo rack utilizados como colunas, conduziu ao modo de
flambagem distorcional como dominante na maioria dos casos.

PLANK e WITTRICK (1974) desenvolveram uma versão especifica do Método


das Faixas Finitas (MFF) para abordar os problemas da flambagem por flexão de
placa, em barras de paredes finas. Hancock estendeu a análise por faixas finitas de
CHEUNG (1976) como uma ferramenta para compreender os modos de flambagem
em barras de paredes finas. LAU e HANCOCK (1986) estendem o emprego do MFF
com funções spline de CHEUNG e FAN (1983), o que permitiu analisar diferentes tipos
de carregamentos e condições de apoio, assim como estudar os modos de flambagem
na etapa pós-crítica e a interação entre os modos. Lau também realizou experimentos
nos quais a flambagem distorcional era o mecanismo de colapso. Em 1987, como
resultado dos estudos anteriores, LAU e HANCOCK (1987) apresentam uma
metodologia que permite estimar de maneira manual a tensão elástica mínima de
flambagem distorcional. Esta metodologia adota técnicas analíticas clássicas, similares
às utilizadas por SHARP (1966), mais inclui a instabilidade da alma da seção no
modelo de cálculo, a qual não foi considerada nos trabalhos de SHARP (1966).

SRIDHARAN (1982) desenvolveu o MFF para estudar o comportamento pós-


critico no modo de flambagem distorcional, e demonstrou o rápido incremento das
tensões de membrana no extremo do enrijecedor após a flambagem distorcional,
indicando que a reserva pós-crítica no modo distorcional pode não ser tão grande
quanto no modo local, pois o escoamento inicia-se rapidamente na etapa pós-crítica.

Em 1996, a norma Européia (EC 3, 1996) propõe um método para estimar a


flambagem distorcional em colunas de seção do tipo U enrijecido, considerando a

23
restrição produzida pela alma e a mesa na flambagem do enrijecedor. O método
considerou as deformações de distorção da alma e da mesa, mas utiliza uma curva de
resistência de coluna para o colapso do enrijecedor, não levando em conta a reserva
de resistência após a flambagem no modo distorcional.

Na Universidade de Sydney, KWON (1992) realizou experimentos com colunas


de seção do tipo C com e sem enrijecedores intermediários na alma. Os ensaios
mostraram que a interação entre a flambagem distorcional com outros modos é muito
pequena. Foi igualmente observado experimentalmente que o modo distorcional tem
menor capacidade pós-crítica do que o modo local de placa, e que as imperfeições
globais tem pouca influência no modo de flambagem de colunas com comprimento
médio. O resultado destas investigações foi resumido numa curva de resistência de
colunas para o colapso segundo o modo distorcional, sugerida por Hancock e outros
autores (HANCOCK, 1994). As investigações também continuaram no estudo da
interação entre a flambagem local e a flambagem global. RASMUSSEN e HANCOCK
(1993) mostraram a importância da influência das condições de extremidades restritas,
as quais evitam que a flambagem local induza flambagem global no comportamento
pós-critico, pois neste caso se produz um balanceamento entre as linhas de ação das
forcas internas e externas. Em 1997 Young demonstrou experimentalmente que as
colunas de comprimentos curtos e médios com apoios totalmente restringidos nas
extremidades não sofrem o problema de interação entre os modos local e global típico
nas colunas com extremidades simplesmente apoiadas (YOUNG, 1997), Young
também observou que a interação da flambagem distorcional com outros modos de
flambagem é muito discreta.

Nos anos 90, na Universidade de Strathlyde, as investigações são diretamente


conduzidas ao estudo da flambagem distorcional. Baseado em estudos de seções do
tipo cartola e seções do tipo C enrijecidas, SEAH (1993) desenvolveu um método que
possibilita estimar a tensão de flambagem distorcional de maneira manual, similar aos
propostos por Lau e Sharp. Para a força última, Seah e Rhodes tratam o modo
distorcional de maneira similar à flambagem local, e propõem o método aproximado
das larguras efetivas com a mesma curva aproximada de colunas proposta pelos
investigadores de Sydney.

Ainda nos anos 90 a Teoria Generalizada de Vigas (GBT), originalmente


desenvolvida por SCHARDT (1989), se converte em uma ferramenta muito usada no
estudo do comportamento pré-critico e pós-critico dos perfis de paredes finas, assim
como para análise da influência das imperfeições geométricas e condições de

24
extremidades nos modos de flambagem, e na determinação da capacidade última das
barras. A principal vantagem deste método numérico consiste na possibilidade de
poder separar e ortogonalizar os deslocamentos e modos de flambagem, os quais
podem ser considerados separadamente, ou em interação, segundo a seleção
desejada. Utilizando a GBT, DAVIES e JIANG (1996) comprovam que a flambagem
distorcional tem pouca interação com outros modos, e para a estimativa de resistência
última, como as barras nessa etapa não têm comportamento linear, utilizam a curva de
resistência de colunas proposta em 1994 por Hancock e outros autores (HANCOCK,
1994).

Utilizando o MFF e o MEF, SCHAFER (1997) demonstrou que o modo


distorcional tem muito mais sensibilidade às imperfeições do que o modo local.
Também observou que o colapso no modo distorcional tem menos resistência pós-
crítica do que o modo local.

Em SCHAFER e PEKOZ (1998), é reconhecida a complexidade e limitações


dos modelos utilizados para o dimensionamento das barras submetidas à flambagem
local e flambagem distorcional. Reconhecem igualmente que, devido aos avanços
tecnológicos, a tendência atual é de produzir a cada dia seções transversais com
formas mais complexas, o que aumenta a complexidade dos modelos matemáticos
requeridos. Atendendo ao descrito anteriormente, e com o objetivo de facilitar o
trabalho com os procedimentos de dimensionamento das barras submetidas aos
fenômenos de instabilidade, propuseram e conferiram um novo método denominado
por ‘’Método da Resistência Direta’’, o qual utiliza a tensão de flambagem elástica da
seção transversal completa, calculada via MFF ou MEF, nas equações do método
manual clássico proposto por Sharp em 1966. Reconhecem ainda que, para realizar
um dimensionamento econômico, é preciso levar em conta a vantagem da resistência
pós-crítica, pelo que utilizam as equações das larguras efetivas convencionais e as
aplicam à seção transversal completa. SCHAFER (1998) demonstrou que as
prescrições contidas no AISI (1986) para elementos com enrijecedores de borda
segundo DESMOND (1981), superestimam a tensão de flambagem distorcional,
principalmente quando a relação altura da alma-largura da mesa é elevada.

Em 1993 a norma Australiana para colunas de aço com seção do tipo rack
utilizadas em estorages (AS, 1993), e a norma Australiana/New Zealand (AS/NZS
4600, 1996), para estruturas de aço com chapas dobradas a frio, foram desenvolvidas
contendo regras de projeto explícitas para a flambagem distorcional em compressão.

25
Recentemente, Camotin e outros autores têm publicado vários trabalhos com
resultados de estudos teóricos e experimentais relacionados com a instabilidade das
barras de aço de chapa dobrada a frio com paredes finas. São abordados problemas
tais como a análise da formulação para o cálculo da tensão de flambagem distorcional
em perfis rack utilizados como vigas e como colunas; a interação entre o modo de
flambagem local e o modo de flambagem global; a influência das condições de
extremidades e as imperfeições geométricas iniciais na instabilidade e no
comportamento pós-critico. Nesses estudos têm sido empregados métodos de análise
numérica (MEF, MFF, GBT) e análise experimental, especialmente para seções do
tipo U enrijecido e rack.

BATISTA (1998a), em co-autoria com Camotim, Prola, Nagahama e Vazquez,


apresenta resultados de estudos analíticos e experimentais do comportamento de
colunas simplesmente apoiadas com seção do tipo rack axialmente comprimidas. É
igualmente apresentada uma avaliação da influência da relação a/b1, b2/b1,b3/b1 e
b4/b1(ver figura 3.5, a é o comprimento da placa), na transição do modo de
flambagem local para o modo de flambagem distorcional. Nos anos de 1999 e 2000,
foram realizados estudos dos modos locais de placa e distorcionais em perfis de
chapa dobrada, tendo sido publicados vários artigos onde, entre outros temas, são
tratados: a curvatura local de colunas de aço conformadas a frio com seção do tipo
rack (BATISTA, 1999); o comportamento pós-crítico na flambagem local (BATISTA,
1998b); a influência das condições das placas de extremidade na flambagem
distorcional (BATISTA, 2000b).

No ano de 2000, apresentam-se resultados teóricos e experimentais sobre os


modos de instabilidade local, distorcional e global (BATISTA, 2000a). Neste trabalho, são
expostos resultados numéricos do programa Inslod (MFF) formulado por NAGAHAMA
(2000), tendo os resultados desta pesquisa contribuído para a formulação do Anexo D
- Flambagem por Distorção - da Norma Brasileira NBR14762 (2001).

Muitos dos trabalhos mencionados anteriormente são resultado das pesquisas


desenvolvidas dentro do projeto de Cooperação Internacional entre a COPPE/UFRJ e
o Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, apoiado pelo CNPq/Brasil e o
ICCTI/Portugal. Dentro deste projeto de Cooperação Internacional, também se
encontram os trabalhos de pesquisa desenvolvidos por VAZQUEZ (1998, 2002) e por
NAGAHAMA (2000, 2003).

26
Nagahama, além de desenvolver o programa computacional Inslod baseado no
MFF, aborda em seus trabalhos alguns problemas de instabilidade em perfis com
paredes finas via métodos numéricos (MFF e MEF): flambagem distorcional; interação
entre a flambagem local e a flambagem global; influência das condições de
extremidade da barra na estabilidade, e na reserva pós-crítica da flambagem
distorcional para seções do tipo rack sob compressão uniforme; influência das
imperfeições geométricas iniciais na força crítica de flambagem e no comportamento
não linear pós-crítico.

O presente trabalho faz parte de uma linha de pesquisas desenvolvidas no


Laboratório de Estruturas do Programa de Engenharia Civil da COPPE/UFRJ,
relacionada com o estudo da flambagem distorcional em colunas de chapa dobrada
com paredes finas. Trata de um tema pouco abordado na literatura, o comportamento
das colunas submetidas a flexo-compressão e sujeitas à flambagem distorcional.
Tanto é assim que, na bibliografia consultada, não foi encontrado nenhum trabalho
que tratasse desse tema de forma clara e explícita. Por isso, consideramos que tanto
os resultados experimentais obtidos, quanto os aspectos teóricos abordados no
presente trabalho, (a torção não uniforme, a flambagem distorcional na flexo-
compressão e a análise da resistência) podem servir de base para pesquisas futuras,
nas quais se analise o caso mais geral de colunas com carga de compressão
duplamente excêntrica, sendo essa uma situação usual quando tratamos de estruturas
reais, formadas por perfis ligados por conectores ou solda.

3.3 - Formulações Analíticas

Nos perfis afetados pelo modo distorcional, a tensão crítica de flambagem pode
ser calculada através de programas computacionais, baseados no método das faixas
finitas ou dos elementos finitos (MFF, MEF). No entanto, nem sempre é possível a
utilização destes programas por parte dos projetistas, tornando-se o projeto dos perfis
de chapa dobrada com paredes finas bastante trabalhoso.

Neste capítulo, serão apresentadas três formulações simplificadas que


permitem a determinação manual da tensão crítica de flambagem distorcional de uma
forma explícita nos perfis de chapa dobrada com paredes finas e seção aberta, do tipo
U enrijecido e do tipo rack. Também serão apresentadas as principais características
dos modelos adotados nessas formulações

27
Geralmente as normas e especificações técnicas não estão adequadas para
considerar a flambagem distorcional. Este modo de flambagem envolve rotação e
momentos laterais das mesas em relação à alma. O comportamento das placas que
formam a seção transversal, quando ocorre este modo de flambagem, dificulta o
tratamento numérico de expressões. Portanto, nas formulações simplificadas, não se
utiliza a seção transversal completa, considerando-se apenas as mesas isoladas,
incluindo-se o vínculo com a placa da alma através de molas equivalentes.

Na formulação apresentada no EC 3 (1996), o modo de flambagem distorcional


é levado em conta assumindo que o enrijecedor de borda (ver figura 3.5) comporta-se
como um elemento com apoio elástico, submetido à compressão. O vínculo elástico é
representado por uma mola, cuja rigidez depende da rigidez à flexão do elemento de
placa adjacente e das condições de extremidade do elemento. O método não leva em
conta o comprimento da barra nos cálculos, mas considera que o elemento tem
comprimento suficiente para que o comprimento de onda do modo crítico de
flambagem possa desenvolver livremente.

b2 b3

alma b1

enrijecedor
de borda

mesa

Figura 3.5 - Seção tipo C enrijecida.

Na norma americana AISI (1966), os casos de seções com enrijecedores de


borda ineficientes são levados em conta reduzindo-se o coeficiente de flambagem
local do elemento de placa suportado pelo enrijecedor de borda para um valor inferior
ao valor básico igual a 4.0. Este coeficiente de flambagem reduzido é incluído na
equação das larguras efetivas de Winter, utilizada para calcular o valor da tensão no
elemento placa. Este método de dimensionamento não considera a restrição à
flambagem distorcional promovida pela alma da seção. O método foi alvo de
modificações em várias ocasiões e, atualmente, a norma americana estuda a
formulação proposta por SCHAFER (1997) para o cálculo da tensão crítica elástica de
flambagem distorcional, para sua possível inclusão nas especificações de projeto dos
perfis de aço conformados a frio.

28
As formulações propostas por LAU e HANCOCK (1987) e SCHAFER (1997)
estão baseadas no mesmo modelo físico simplificado; a mesma concepção para a
mesa, mas diferem no método utilizado para tratar a alma, sendo que o método de
Schafer faz uma aproximação explícita da rigidez rotacional da junção entre a mesa e
a alma à rigidez da mola de rotação. A formulação de LAU e HANCOCK (1987) é
utilizada pela norma australiana AS/NZS 4600 (1996) e pela norma brasileira NBR
14762 (2001) para calcular a tensão crítica elástica de flambagem distorcional.

3.3.1 - Apresentação da Formulação Proposta pelo Eurocode 3

No EC 3 (1996), o dimensionamento dos elementos comprimidos com


enrijecedores de borda ou intermediários, está baseado num modelo que considera o
enrijecedor comportando-se como uma barra comprimida, com uma restrição parcial e
contínua. Esta restrição é representada por uma rigidez K ao deslocamento, do tipo
mola, cuja magnitude depende das condições de extremidade e da rigidez à flexão do
elemento placa adjacente. A rigidez K do enrijecedor pode ser obtida aplicando uma
força unitária por unidade de comprimento na seção transversal, segundo indicado na
figura 3.6. Nesta figura, a rigidez rotacional Cθ representa a rigidez à flexão da alma da
seção.

O modelo físico simplificado adotado pelo EC 3 (1996) pode ser observado na


figura 3.6. A formulação é baseada na flambagem por flexão do conjunto mesa-
enrijecedor, o qual deve girar em torno da junção alma-mesa.

A rigidez ao deslocamento K por unidade de comprimento pode ser determinada por:

K =u /δ (3.1)

Figura 3.6 - Determinação da rigidez ao deslocamento K segundo o EC 3.

29
A tensão crítica de flambagem elástica para um elemento longo com apoio
elástico, no qual o comprimento de onda crítica é livre de desenvolver-se, segundo
TIMOSHENKO e GERE (1936) é dada por:

π 2 E IS 1
σ cr = + K λ2 (3.2)
AS λ 2
AS π 2

Onde:
AS - área efetiva da seção transversal do enrijecedor de borda, segundo o EC 3
(1996), (ver figura 3.7).
I S - momento de inércia da seção transversal do enrijecedor de borda, segundo o EC
3 (1996), (ver figura 3.7).

Figura 3.7 - Área efetiva da seção transversal do enrijecedor de borda

O meio comprimento de onda crítica de flambagem para uma barra longa pode
ser obtida da equação 3.2 minimizando a tensão crítica:

E IS
λcr = 4 (3.3)
K

Para uma coluna infinitamente longa, a tensão crítica de flambagem pode ser
obtida por substituição como:

2 K E IS
σ cr = (3.4)
AS

O método do EC 3 (1996), não considera as condições de apoio nas


extremidades e o comprimento da coluna. No entanto, considera que a mesma tem um
comprimento suficiente para que se produzam vários comprimentos de onda crítica. Este
método é distinto da formulação proposta por LAU e HANCOCK (1987), e não considera
em seu modelo a redução da restrição à flexão produzida pela alma submetida à
compressão. Segundo DAVIES e JYRKI (1999), esse fato implica que, nos casos em

30
que a alma flamba primeiro do que as mesas, as expressões do EC 3 (1996) oferecem
valores de tensão de flambagem distorcional superiores aos valores obtidos através das
formulações de Lau e Hancock.

3.3.2 - Formulações Propostas por Lau e Hancock e Schafer

As formulações diretas e aproximadas de Lau e Hancock e de Schafer são


semelhantes na forma de tratar o conjunto do flange de largura total bf, composto pelas
paredes b2, b3 e b4, (mesa e enrijecedores, ver figura 3.8). Os efeitos causados na alma
pela mesa foram representados por uma rigidez ao deslocamento lateral K x do tipo

mola, e por uma rigidez à rotação Kφ , também do tipo mola.

O modelo físico simplificado segundo Lau e Hancock e Schafer baseia-se na


flambagem por flexo-torção do conjunto do flange bf, o qual deve girar em torno da linha
de ligação da parede b1 com a parede b2 (junção alma-mesa). O modelo assume que o
conjunto do flange bf não se distorce, sofrendo apenas rotação na junção alma-mesa. A
alma é assumida como parcialmente instável pela tensão de compressão longitudinal
uniforme, e também é responsável pelas rotações elásticas e restrições laterais da mesa,
na ligação alma-mesa. Esses modelos são aplicados a casos de compressão simples
(centrada). Na figura 3.8 apresenta-se o modelo físico e o sistema de eixos adotado.

bf
hx xo
Centro de torção

x
hy
yo
Centróide
B1
B4

B3

B2

Figura 3.8 - Modelo simplificado para análise da flambagem distorcional: mesa


isolada na ligação da alma, nomenclatura e sistema de eixos.

A seguir, são apresentados os conjuntos de expressões propostos em cada


formulação, para estimar a tensão crítica elástica de flambagem distorcional. Essas
expressões são obtidas da solução do sistema de equações diferencias do modelo de
flambagem por flexo-torção do flange completo bf.

31
3.3.2.1 - Apresentação da Formulação Proposta por Lau e Hancock

As expressões correspondentes baseiam-se na teoria da instabilidade elástica


para colunas formadas por seções de paredes finas e sem distorção, formulada por
TIMOSHENKO e GERE (1936), e VLASOV (1961).

Considerando-se o equilíbrio de forças nas direções x e y e o equilíbrio de


momentos sobre o centro de cisalhamento, determinou-se a força axial de flambagem a
partir das três equações diferencias, listadas a seguir:

d 4ν  d 2u d 2φ 
EI y
d 4u
dz 4
+ EI xy
dz 4
+ N 
 dz 2 + y 0
dz 2 
[ ]
 + k x u + ( y0 − hy )φ = 0 (3.5)

d 4ν d 4u  d 2ν d 2φ 
EI x + EI xy +N  2 + x0 2  + Qy = 0 (3.6)
dz 4 dz 4  dz dz 

d 4φ  I 0  d 2φ  d 2ν d 2u 
EI w −  GJ − P  − N  x
 0 dz 2 − y 
dz 4  Ad  dz 2 dz 2 
0

[ ]
+ k x u + ( y0 − hy )φ ( y0 − hy ) − Qy (x0 − hx ) + kφφ = 0 (3.7)

Nas equações 3.5 e 3.6, os primeiros dois termos foram derivados da flexão da
barra sobre os eixos y e x, respectivamente. Os terceiros termos representam a
intensidade das forças laterais atuando na seção transversal rotacionada pela força de
compressão (P). Os últimos termos representam a intensidade das forças da reação
lateral atuando no suporte elástico. O produto de inércia Ixy aparece nestas expressões,
pois os eixos x e y não são os eixos principais. Na equação 3.7, os três primeiros termos
foram obtidos de uma torção não-uniforme da barra de seção transversal aberta de
paredes finas, e as três últimas são o torque devido às duas reações laterais e à restrição
torsional no suporte elástico, respectivamente.

O sistema de equações anterior pode ser resolvido adotando-se expressões


trigonométricas para os deslocamentos do tipo senoidal, de maneira a satisfazer as
condições de apoios; as expressões assumidas são as seguintes:
πz
φ = A1sen (3.8)
λ
πz
u = A 2sen (3.9)
λ

32
onde:
A 1 e A2 - constantes de amplitude das deformadas
λ - representa o meio comprimento de onda do modo de flambagem distorcional (igual ao
comprimento da coluna L dividido pelo número de meias ondas (m) ao longo do
comprimento da coluna).
Considerando-se que a deflexão y ao longo do suporte elástico é zero tem-se:

πz
ν = (xo − hx )φ = (xo − hx ) A1sen (3.10)
λ

Substituindo as equações 3.8, 3.9 e 3.10 nas equações 3.5, 3.6 e 3.7, e a partir
da solução de autovalores para a instabilidade por bifurcação, obtém-se a equação
quadrática 3.11.

2
π 2 λ2  π 2 λ2 
EI
 2 xy o( x − h ) + k ( y − h ) − Ny o − 
 EI + k − N 
λ π  λ π
x 2 x o y 2 y 2 x

π 2
 2 [EC + EI ( x − h )]
2
+ GI −
 Io


− x 2
+ h

2
x  N +
λ2
[
k x ( yo − hy ) + k φ
2
] = 0 (3.11)
 λ π
w x o x t 0 2
 Af  

Esta equação pode ser utilizada na determinação da força crítica de flambagem


N cr , para um determinado comprimento de onda.

Nas equações anteriores:


I 0 - momento polar de inércia em relação ao centro de cisalhamento da seção.
I t - constante de torção da seção da mesa comprimida.
kφ - rigidez da mola elástica de rotação.

k x - rigidez lateral da mola elástica.

E e G - módulos de elasticidade do material.


QY - intensidade da força de reação distribuída continuamente ao longo do suporte e
atuando na direção y
xo e yo - distâncias do centróide até o centro de cisalhamento medidas nas
direções x e y respectivamente.
hx e hy - distâncias do centróide até a junção da mesa com alma, medidas
nas direções x e y respectivamente.

33
Af , I x , I y ,I xy , Cw - propriedades geométricas da seção da mesa comprimida
(mesa e enrijecedor) em torno dos eixos x e y.

Nesta equação, a rigidez rotacional Kφ representa a restrição à flexão

providenciada pela alma, que se encontra em compressão pura, a rigidez ao


deslocamento K x representa a resistência ao movimento de translação da seção no

modo de flambagem, este modelo inclui uma redução da restrição à flexão providenciada
pela alma, devido às tensões de compressão na mesma. Na análise de Lau e Hancock
é demonstrado que a rigidez ao deslocamento k x não tem muita influência e é assumida

como nula , k x = 0.0 na equação 3.11

A rigidez da mola elástica de rotação pode ser expressa como:

Et 3  1,11σ ,  bw2 Lcr 


2

kφ = 1 - cr    (3.12)
5,46(bw + 0,06 Lcr )  Et 2  b2 + L 2 
 w cr 

 

sendo σ cr, a tensão de compressão na flambagem distorcional, obtida como

N cr
σ cr, = , e calculada como primeira aproximação considerando que Kφ = 0.0 na
Ad
equação 3.14 a seguir.

A força crítica de flambagem distorcional pode ser calculada pela equação 3.13
mostrada a seguir, obtida a partir da equação 3.11 aplicada a barras com seção
transversal com um eixo de simetria, e com empenamento mantido livre nas
extremidades.

N cr =
E
2
{
(α1 + α 2 ) ± [(α + α ) − 4α ] }
1 2
2
3 (3.13)

onde:

α1 =
η
β1
( k
β 2 + 0,039 I t λ2 + φ )
β1ηE
(3.14)

 β 
α 2 = η  I y − 2 yo 3  (3.15)
 β1 

 η 2
α 3 = η α1I y − β3  (3.16)
 β1 

34
β1 = hx2 +
(I x + Iy ) (3.17)
Ad

β 2 = Cw + I x (xo − hx )2 (3.18)

β 3 = I xy (xo − hx ) (3.19)

β4 = β2 + (yo − hy )[I y (yo − hy ) − 2β3 ] (3.20)


0 , 25
β b 
Lcr = 4,80 43 w  (3.21)
 t 
2
π 
η =   (3.22)
 Lcr 

O modelo anterior demonstrou ser muito sensível ao valor assumido para a


rigidez da mola elástica de rotação Kφ , DAVIES e JIANG (1996) propuseram um

aperfeiçoamento no método no caso de a rigidez da mola elástica de rotação Kφ ser

negativa; nesse caso, a alma flamba primeiro do que a mesa e a tensão de flambagem
σ cr pode ser obtida considerando Kφ igual a zero.

A tensão de flambagem da alma como elemento placa, segundo TIMOSHENKO e


GERE (1936), é:

2
π 2 D  bw2 + Lcr 2 
σw = (3.23)
t bw4  Lcr 

A tensão de flambagem distorcional final pode ser calculada de forma


aproximada, como a média do valor da tensão distorcional de flambagem da alma e da
mesa:

2 σ ,cr A f +σ w t bw
σ cr = (3.24)
A

Os limites de geometria de seção transversal considerados válidos para a


aplicação deste método foram definidos mediante avaliações numéricas. Esta análise
numérica foi feita em VAZQUEZ (1998), com o auxílio do programa computacional Inslod,
NAGAHAMA (2000).

35
3.3.2.2 - Apresentação da Formulação Proposta por Schafer

A formulação simplificada desenvolvida por SCHAFER (1997) para se estimar


a tensão crítica elástica de flambagem distorcional se diferencia da proposta por LAU
e HANCOCK (1987), por fazer uma aproximação explícita da mola de rotação na
junção entre a mesa e a alma.

A metodologia de LAU e HANCOCK (1987), em ocasiões conduz a valores


nulos da tensão de flambagem distorcional, o que de uma forma conservativa indica
que a seção não tem resistência à flambagem distorcional. Para esses mesmos casos,
a metodologia de Schafer conduz a um valor na tensão de flambagem distorcional que
é ligeiramente menor que a tensão de flambagem local da alma, ou seja, converge
para um valor esperado, o anterior é resultado de um tratamento mais exato da
contribuição da alma na rigidez rotacional da junção alma-mesa. As expressões de
dita formulação são apresentadas a seguir:

kφfe + kφwe
f ed = (3.25)
kφfg + kφwg

L = min( Lcr , L) (3.26)

( )
1/ 4
 6π 4b 1 − ν 2  I2 
Lcr =  w  I x ( x0 − hx )2 + Cw − xy (x0 − hx )2   (3.27)
 t3  Iy 
  
π     π 2
4 2
I xyf
kφfe =    EI x (x0 − hx ) + ECw − E ( x0 − hx )  +   GI t
2 2
(3.28)
 L   Iy  L

2  2
 
π     
2  I xy 
 I xy  2
kφfg =   A f  ( x0 − hx ) − 2 y0 (x0 − hx )  + h + y0  + I x + I y 
2
(3.29)
L    Iy   Iy  x  
       
Et 3
kφwe =
(
6bw 1 − v 2 ) (3.30)

2
 π  tb
3
kφwg =   w (3.31)
 L  60

onde
A - área da seção transversal total.
bw - altura da alma da peça.
L - comprimento da peça.
kφwe - rigidez elástica da alma.

36
kφwg - rigidez geométrica da alma

kφfe - rigidez elástica do flange bf. (mesa e enrijecedor).

kφfg - rigidez geométrica do flange bf. (mesa e enrijecedor).

Os demais parâmetros foram definidos anteriormente.

3.4 - Aplicação das Formulações Apresentadas para Perfis Rack

Neste item, são utilizadas as formulações aproximadas de Lau e Hancock e


Schafer para se estimar os valores da tensão crítica elástica de flambagem
distorcional na seção teórica utilizada na análise preliminar. Os resultados obtidos
com as formulações anteriores são comparados com os resultados numéricos obtidos
com o programa computacional Inslod (NAGAHAMA, 2000) e com o programa Shell
(INOUE, 2002), baseados no método das faixas finitas (MFF) e dos elementos finitos
(MEF), respectivamente.

3.4.1 - Determinação da Geometria das Seções Transversais dos Perfis

Primeiramente, foi definida a seção que deveriam ter os corpos de prova que
seriam ensaiados à compressão excêntrica, para que neles fosse observado como modo
crítico de flambagem o modo distorcional. Para isso, a partir dos resultados obtidos em
trabalhos anteriores realizados no Laboratório de Estruturas da COPPE/UFRJ,
direcionados ao estudo da flambagem distorcional, foi decidido utilizar em nosso trabalho
seções que tivessem as mesmas relações geométricas daquelas utilizadas anteriormente
por VAZQUEZ (1998). Assim, foram adotados perfis do tipo rack, com as seguintes
relações:

b2 / b1 = 0.60, b3 / b1 = 0.20, b4 / b1 = 0.35, b2 / b1 = 48

A seguir, para a seção transversal adotada, são apresentadas as dimensões


definidas segundo as relações geométricas anteriores,

Tabela 3.1- Dimensões da seção teórica adotada


(dimensões exteriores, figura 3.9 (a))
B1 (mm) B2 (mm) B3 (mm) B4 (mm) t (mm)
96 57 18 33 2

37
Na tabela 3.2, são apresentadas as dimensões da seção transversal teórica
utilizada na análise preliminar, dimensões pela linha média das paredes do perfil,
obtidas ao diminuir os lados b1, b2 e b3 na tabela 3.1 de uma espessura t, e o lado b4
de meia espessura (ver figura 3.9 (b)).

Tabela 3.2 - Dimensões da seção transversal teórica utilizada na análise numérica.

(dimensões da seção pela linha média das paredes do perfil)

b1 (mm) b2 (mm) b3 (mm) b4 (mm) t (mm)


94 55 16 32 2

B1 b1
B4 b4

B3 b3

B2 b2

(a) (b)

Figura 3.9 - Dimensões da seção transversal teórica; (a) dimensões exteriores, (b)
dimensões pela linha media.

3.4.2 - Avaliação da Força Crítica, Métodos Diretos: Formulações de Lau e


Hancock e Schafer

Entre os métodos diretos aproximados, utilizados na avaliação da força crítica da


seção teórica utilizada na análise preliminar, encontram-se as formulações propostas por
LAU e HANCOCK (1987), e a formulação proposta por SCHAFER (1997).

Na tabela 3.3, para a seção teórica utilizada na análise preliminar (Tabela 3.2),
são apresentados os valores da tensão crítica distorcional elástica obtida com a
aplicação das formulações anteriores. O valor da força crítica Ncr é obtido pelo produto
dos valores da tensão crítica σcr e da área total da seção.

38
Tabela 3.3 - Valores de tensão distorcional e da força crítica teórica
para a seção utilizada na análise preliminar (Tabela 3.2):Ncr = σcr A
Formulação Lcr σcr (MPa) Ncr (kN)
Schafer (1) 502,33 288,63 173,17
Lau e Hancock (2) 597,33 260,35 156,21
(1) / (2) 0,84 1,11 1,11

As formulações anteriores fornecem resultados aproximados, não permitindo


levar em conta comprimentos diferentes de Lcr. As condições das extremidades dos
perfis são de empenamento livre e condições de extremidade de coluna bi-rotulada. Não
se prevê, igualmente, condições de carregamento de compressão excêntrica.

3.4.3 - Avaliação da Força Critica, Métodos Numéricos: Faixas Finitas (MFF)


e Elementos Finitos (MEF)

Com a utilização dos programas computacionais mencionado anteriormente,


Inslod e Shell, foram avaliados os valores da tensão e da força crítica para a seção
transversal teórica utilizada na análise preliminar (Tabela 3.2). As condições de
extremidades consideradas foram de empenamento livre segundo MFF NAGAHAM
(2000), e empenamento impedido segundo o MEF INOUE (2002). Os resultados são
mostrados nos gráficos apresentados nas figuras 3.10 e 3.11.

800

L1 = 760.00 mm
700 P
y
MLP MFF(e = 0.0 mm)
L2 = 1160.00 mm
Tensões de flambagem (MPa)

600

L3 = 1560.00 mm MEF(e = 0.0 mm) x


500
MEF. e = 0.0 mm
e
400 MEF. e = 6.0 mm
MD

300 MEF. e = 10.0 mm

MFF(e =14.0 mm) MEF. e = 14.0 mm


200
P
MFF(e = 10.0 mm) MFT
100
MFF(e = 6.0 mm)
L1 L2 L3
0
10 100 1000 10000

Comprimentos (mm)

Figura 3.10 - Resultados obtidos com o MFF e MEF, nas vigas colunas com a seção
teórica adotada nos cálculos (Tabela 3.2): extremidades com empenamento livre.

39
800
Y P

700
e
X
600
Tensões de flambagem (MPa)

MLP e e = 6.0 mm
500
L1 =760,00 mm e = 10,0 mm

400
e = 14,0 mm
MD
L2 =1160,00 mm
300 e = 0,0 mm
L3 =1560,00 mm
P
200 L1
L2 MFT
L3
100

0
10 100 650 1000 2250 10000

Comprimento (mm)

Figura 3.11 - Resultados obtidos com o MEF, nas vigas colunas com a seção teórica
adotada nos cálculos (Tabela 3.2): extremidades com empenamento impedido.

As tabelas 3.4 e 3.5 apresentam um resumo dos valores da tensão crítica de


flambagem distorcional, obtidas com o MFF, e com o MEF, para as diferentes
excentricidades da força nos comprimentos analisados, (Ncr = σcr . A).

Tabela 3.4 - Resultados obtidos com o MFF nas vigas-colunas com a seção teórica
adotada nos cálculos (Tabela 3.2): extremidades com empenamento livre.
Comprimento
e σcr Ncr
Modo
(mm) (mm) (MPa) (kN)
0 316,52 182,42 Distorcional

L1 = 760 6 259,99 149,99 Distorcional


10 232,14 133,55 Distorcional
14 209,61 120,53 Distorcional
0 272,55 156,25 Distorcional

L2 = 1160 6 223,21 130,04 Distorcional


10 199,02 114,40 Distorcional
14 179,49 103,81 Distorcional
0 235,41 135,74 Flexo-torção

L3 = 1560 6 210,13 121,67 Flexo-torção


10 195,91 112,89 Flexo-torção
14 179,65 103,45 Flexo-torção

40
Tabela 3.5 - Resultados obtidos com o MEF nas vigas-colunas com a seção teórica
adotada nos cálculos (Tabela 3.2): extremidades com empenamento impedido.
Comprimento
e σcr Ncr
Modo
(mm) (mm) (MPa) (kN)
0 414,23 248,54 Distorcional
L1 = 760 6 341,10 204,66 Distorcional
10 302,00 181,20 Distorcional
14 270,00 162,00 Distorcional
0 340,70 204,42 Distorcional
L2 = 1160 6 281,00 168,60 Distorcional
10 248,20 149,00 Distorcional
14 221,60 133,00 Distorcional
0 318,50 191,10 Distorcional
L3 = 1560 6 262,74 157,64 Distorcional
10 232,07 139,24 Distorcional
14 207,22 124,33 Distorcional

Como os ensaios a serem realizados na etapa experimental do trabalho referem-


se a perfis com condições de empenamento impedido nas extremidades, foi dada maior
atenção aos resultados com essa condição de extremidade, obtidos com o MEF. Os
demais resultados, obtidos com o MFF para a condição de extremidades com
empenamento livre, serviram fundamentalmente para aferir a formulação de Lau e
Hancock, adotada pela NBR 14762 (2001) em seu anexo D.

A tabela 3.6 apresenta o valor mínimo de tensão crítica de flambagem distorcional


obtida pelo MFF para a condição de força centrada (figura 3.10), e pela formulação de
LAU e HANCOCK (1987),

Tabela 3.6 - Valores obtidos com a formulação de LAU e HANCOCK (1987), e com o
MFF. Seção teórica adotada nos cálculos (Tabela 3.2), condição de empenamento
Livre.

Formulação Lcr σcr Ncr


(mm) (MPa) (kN)
Lau e Hancock (1) 597,33 260,35 156,21
(MFF) (2) 552,94 271,69 156,21
(1) / (2) 1.08 0.96 0.96

41
Observa-se uma boa correspondência entre o valor obtido com a formulação de
LAU e HANCOCK (1987) e o valor mínimo oferecido pelo programa Inslod, baseado no
MFF, para a condição de empenamento livre nas extremidades. Destaca-se ainda que o
método direto proposto por LAU e HANCOCK (1987) é aplicável apenas para peças com
carregamento centrado.

Para facilitar a identificação dos corpos de prova adotados na análise


experimental, foi utilizada a seguinte denominação:
CP-L-exc. , sendo que:
- CP é Corpo de Prova
- L é o comprimento em mm.
- exc. é a excentricidade da força em mm, na direção positiva do eixo X (ver figura 3.10).

Na figura 3.12 são apresentados os modos de flambagem obtidos mediante


aplicação do MEF, para a condição de extremidade com empenamento impedido para as
quatro excentricidades analisadas, e para cada um dos três grupos de comprimentos
estudados.

42
CP–760-0.0 CP–760–6.0 CP–7600–10.0 CP–760–14.0

CP–1160-0.0 CP–1160–6.0 CP-1160–10.0 CP–1160–14.0

CP–1560-0.0 CP–1560–6.0 CP–1560–10.0 CP–1560–14.0

Figura 3.12 - Modos de flambagem para a seção teórica utilizada na análise preliminar,
segundo o MEF, para diferentes excentricidades da força e comprimentos de coluna.

43
CAPITULO 4 ANÁLISE EXPERIMENTAL

4.1 - Introdução

A campanha experimental foi projetada de modo a se obter o comportamento


de perfis do tipo “rack”, sob carregamento de compressão centrada ou excêntrica. Os
corpos de prova foram projetados de modo a se evidenciarem os efeitos do modo de
flambagem distorcional. A força de compressão foi posicionada sobre o eixo de
simetria da seção transversal, com excentricidade em direção oposta ao centro de
cisalhamento.

Levando em conta as conclusões de VAZQUEZ (1998), em relação às


restrições introduzidas nas rotações envolvidas no modo distorcional pelas condições
de contato entre a extremidade do perfil e as chapas de apoio da máquina de ensaios,
decidiu-se realizar os ensaios de compressão em corpos de prova que tivessem as
deformações associadas ao modo distorcional e ao empenamento nas extremidades
perfeitamente impedidos.

Os perfis utilizados nos ensaios foram fornecidos pela empresa Tecnofer,


indústria de Belo Horizonte fabricante de perfis de chapa dobrada. Os ensaios tinham
como objetivo o estudo da flambagem distorcional em perfis de paredes finas de seção
do tipo rack, com comprimentos curtos e medianos, submetidos a forças centradas e a
forças excêntricas.

Neste capítulo serão descritos os principais aspectos dos ensaios realizados


no Laboratório de Estruturas da COPPE/UFRJ, além da metodologia empregada nos
mesmos. Serão igualmente apresentados os equipamentos utilizados na aquisição e
tratamento dos dados e discutidos os resultados experimentais obtidos.

Os ensaios foram realizados em três grupos de corpos de prova, com


comprimentos de 760, 1160, e 1560 mm. Cada grupo é composto por quatro corpos
de prova: um para força centrada e os outros três para forças com excentricidades de
6,0 mm, 10,0 mm e 14,0 mm, que representam 20%, 35% e 50% do raio de giração
em relação do eixo principal y, ou seja, e = 0,0 ry, e = 0,20 ry, e = 0,35 ry e e = 0,50 ry.
A excentricidade fora do eixo de simetria da seção foi mantida nula, para todos os
ensaios.

44
Os corpos de prova foram previstos com placas de apoio rígidas perfeitamente
engastadas nas extremidades dos perfis, com o objetivo de impedir o empenamento
da seção transversal e as rotações de torção envolvidas no modo distorcional.

Os ensaios foram realizados num pórtico auto-equilibrado com auxílio de


atuadores hidráulicos com controle de deslocamento, através do sistema de ensaios
MTS. O controle dos deslocamentos durante os ensaios permitiu obter a força última e
a evolução das deformações dos corpos de prova.

A caracterização do aço utilizado na fabricação dos corpos de prova foi feita


através de ensaios realizados no Laboratório de Tecnologia Submarina do Programa
de Engenharia Oceânica da COPPE/UFRJ. A seguir serão apresentados os resultados
desses ensaios.

4.2 - Propriedades Mecânicas do Material

Para a caracterização das propriedades físicas e mecânicas do aço

utilizado na fabricação dos perfis ensaiados, foram realizados ensaios padronizados de

tração em cinco corpos de prova, cujas dimensões foram definidas seguindo as

especificações da norma ABNT MB-4, Determinação das Propriedades Mecânicas à

Lo Zc Lh
b1

b2

Lc

Lt

Tração de Materiais Metálicos (ABNT; MB, 1977), conforme apresentado na figura 4.1.

Figura 4.1 - Dimensões do corpo de prova para o ensaio de tração.

Onde:
b1 - largura da parte útil do corpo de prova
b2 - largura total do corpo de prova
Zc - zona de concordância
Lo - comprimento inicial

45
Lf - comprimento final
Lc - comprimento da parte útil
Lt - comprimento total do corpo de prova
Lh - comprimento da cabeça de fixação do corpo de prova

Os corpos de prova, denominados por CPT-1 a CPT-5, foram preparados a


partir de perfis que ficaram excedentes, não incluídos nos grupos de ensaios de
compressão. Na realização dos ensaios de caracterização foi utilizada uma máquina
de ensaios Instron modelo 8802 (com quadro de tração hidráulica de 250 kN) e um
extensômetro Instron, do tipo “clip gage”, com base de medida de 25 mm e abertura
máxima de 12,5 mm.

Nas Tabelas mostradas a seguir apresentam-se as dimensões dos corpos de


prova, assim como as tensões limites de escoamento fy e de resistência fu, obtidas dos
resultados dos ensaios de tração.

Tabela 4.1 - Valores medidos das dimensões dos corpos de prova


Corpos de prova t (mm) b1 (mm) Lo (mm)
CPT-1 2,2 5,6 112,0
CPT-2 2,2 5,8 112,0
CPT-3 2,0 58 110,0
CPT-4 2,2 5,7 112,0
CPT-5 2,0 5,6 106,0

Tabela 4.2 - Resultados dos ensaios de tração


Corpos de prova fy (MPa) fu (MPa) fu / fy Prup (kN)
CPT-1 323,4 415,0 1,2 5,1
CPT-2 316,6 406,0 1,3 5,2
CPT-3 353,2 463,0 1,3 5,4
CPT-4 410,2 436,0 1,1 5,5
CPT-5 451,0 495,0 1,1 5,5

O valor do limite de escoamento fy para cada corpo de prova foi determinado


da maneira seguinte:

CPT-1 – Valor correspondente à Deformação do 0,2 %, ver figura 4.3.


CPT-2 – Valor mínimo no patamar de escoamento, ver figura 4.4.
CPT-3 – Valor mínimo no patamar de escoamento, ver figura 4.5.
CPT-4 – Valor correspondente à Deformação do 0,2 %, ver figura 4.6.
CPT-5 – Valor correspondente à Deformação do 0,2 %, ver figura 4.7.

46
b1 CPT-1, CPT-2, CPT-3

CPT-4, CPT-5

b2
Figura 4.2 - Posições na seção transversal de onde foram retirados

os corpos de prova para os ensaios a tração.

Os corpos de prova CPT-4 e CPT-5 foram retirados da parte central do lado


maior b1 do perfil, segundo indicado na figura 4.2. Nessa zona, durante o processo de
fabricação, o perfil foi dobrado duas vezes, produzindo-se um trabalho a frio do
material que se traduz em: aumento da tensão de escoamento fy, redução da
ductilidade do material e alterações no patamar de escoamento. Já os corpos de prova
CPT-1, CPT-2e CPT-3 foram retirados dos lados b2.

Nas fotos mostradas a seguir, pode-se observar o corpo de prova, assim como
os equipamentos utilizados nos ensaios de tração para a caracterização do material.

Corpo
de prova Extensômetro do
tipo “clip gage”

Foto 4.1 - Equipamentos de ensaio: prensa Instron modelo 8802, corpo de prova e
extensômetro Instron do tipo “clip gage”.

47
Foto 4.2 - Equipamentos de ensaio: prensa Instron modelo 8802, corpo de prova,

extensômetro e computador para aquisição de dados.

Depois de tratados os resultados experimentais dos ensaios de tração, foram


obtidos os gráficos de Tensão x Deformação apresentados a seguir.

450

400

350
fy

300
fy = 323,35 MPa (Valor
Tensão ( MPa)

correspondente a ε. = 0,2 %)
250

200

150

100

50

0
0 0,2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Deformação (ε) %

Figura 4.3 - Resultados do ensaio de tração do corpo de prova CPT-1.

48
450

400

patamar de escoamento
350
fy
300
Tensão ( MPa)

250
fy = 316,57 MPa (Valor mínimo
no patamar de escoamento)
200

150

100

50

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Deformação (ε) %

Figura 4.4 - Resultados do ensaio de tração do corpo de prova CPT-2

500

450 patamar de
escoamento
400

350

300
Tensão ( MPa)

fy = 353,24 MPa (Valor mínimo


no patamar de escoamento)
250

200

150

100

50

0
0 2 4 6 8 10 12 14
Deformação (ε) %

Figura 4.5 - Resultados do ensaio de tração do corpo de prova CPT-3

49
500

450
fy

400

350
fy = 410.20 MPa (Valor
correspondente a ε = 0,2 %)
300
Tensão ( MPa)

250

200

150

100

50

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
Deformação (ε) %

Figura 4.6 - Resultados do ensaio de tração do corpo de prova CPT-4

550

500

450

400
fy = 451,00 MPa (Valor
correspondente a ε = 0,2 %)
350
Tensão ( MPa)

300

250

200

150

100

50

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
Deformação (ε) %

Figura 4.7 - Resultados do ensaio de tração do corpo de prova CPT-5

50
4.3 - Dimensões das Seções Transversais dos Corpos de Prova

As dimensões apresentadas na tabela 4.3 foram obtidas a partir dos valores


médios medidos em cada elemento da seção (b1, b2 b3, b4), nas duas extremidades
das peças. Com estas medições obtIverem-se seções médias para cada extremidade,
com as quais foi obtida uma seção média final para cada perfil. Já para a
determinação da espessura (t), em cada extremidade do perfil foram feitas sete
medições com as quais obteve-se a espessura média de cada perfil.

Tabela 4.3 - Valores medidos das dimensões das seções transversais


dos corpos de prova (medidas exteriores).

B1 B2 B3 B4 t
Corpos de
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
prova

CP-760-0.0 93,65 56,54 20,43 32,70 1,91


CP-760-6.0 93,75 56,41 20,50 32,78 1,91
CP-760-10.0 94,16 56,55 20,54 32,80 1,91
CP-760-14.0 93,53 56,65 20,40 33,01 1,91
CP-1160-0.0 94,99 57,00 20,26 32,45 1,91
CP-1160-6.0 92,51 56,69 21,20 32,28 1,91
CP-1160-10.0 95,73 57,05 20,83 32,55 1,91
CP-1160-14.0 93,13 56,66 20,45 32,35 1,91
CP-1560-0.0 94,45 55,98 20,20 33,30 1,91
CP-1560-6.0 94,18 56,01 20,44 33,25 1,91
CP-1560-10.0 95,35 56,08 20,25 33,50 1,91
CP-1560-14.0 95,00 56,03 20,14 33,20 1,91

Conforme citado anteriormente, foi adotada a condição de extremidade com


empenamento impedido. Essa condição foi garantida com o engastamento das
placas de extremidade dos corpos de prova através de uma placa de material
compósito, com 2.0 cm de espessura, à base de resina e fibra de vidro. O processo
para a elaboração das placas de resina e fibra de vidro será descrito mais adiante.

Devido à adição das placas de extremidade em material compósito, os


comprimentos iniciais dos corpos de prova, de 800, 1200 e 1600 mm, reduziram-se
para 760, 1160 e 1560 mm, respectivamente. Os corpos de prova são dobrados por
inteiro.

51
Na tabela 4.4 são apresentadas as dimensões das seções utilizadas na análise
numérica, obtidas a partir dos resultados apresentados na tabela 4.3.

Tabela 4.4 - Dimensões de cálculo das seções transversais dos corpos de prova.

b1 b2 b3 b4 t
Corpos de
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
prova

CP-760-0.0 91,74 54,63 18,52 31,75 1,91


CP-760-6.0 91,84 54,51 18,59 31,82 1,91
CP-760-10.0 92,26 54,64 18,63 31,85 1,91
CP-760-14.0 91,62 54,74 18,49 32,06 1,91
CP-1160-0.0 93,08 55,09 18,35 31,50 1,91
CP-1160-6.0 90,61 54,78 19,29 31,32 1,91
CP-1160-10.0 93,82 55,14 18,92 31,60 1,91
CP-1160-14.0 91,22 54,76 18,54 31,40 1,91
CP-1560-0.0 92,54 54,07 18,29 32,35 1,91
CP-1560-6.0 92,27 54,11 18,53 32,30 1,91
CP-1560-10.0 93,44 54,17 18,34 32,55 1,91
CP-1560-14.0 93,09 54,12 18,23 32,25 1,91

Para as seções utilizadas na análise (tabela 4.4), nas figuras 4.8 e 4.9 são
apresentados os resultados obtidos com a aplicação do MFF (NAGAHAMA, 2000) e
do MEF (INOUE, 2002) para as condições de extremidades com empenamento livre e
impedido, respectivamente.

4.4 - Avaliação da Força Crítica: Métodos Numéricos (MFF, MEF) e


Métodos Diretos (Formulação de Lau e Hancock e Schafer)

Com o objetivo de aferir os resultados obtidos com os programas


computacionais utilizados na análise, na figura 4.8 são apresentados resultados
numéricos obtidos com o MFF e com MEF para os corpos de prova com a condição de
extremidades com empenamento livre. A análise pelo MFF nas quatro excentricidades
é feita para vários comprimentos, enquanto a análise pelo MEF foi feita para vários
comprimentos para o caso da força centrada, e para as outras forças excêntricas
foram analisados só os comprimentos a serem ensaiados.

52
700
y
P

600
x
MLP
MFF e = 0,0 mm
Tensões de flambagem (MPa)

500
MEF. e = 0.0 mm.
MFF e = 6,0 mm
400 MEF. e = 0.0 mm
MD e
MEF e = 0,0 mm MEF. e = 6.0 mm
300
MEF. e = 10.0 mm
L1 = 760,0 mm MFF e = 10,0 mm
200 MEF. e = 14.0 mm

L2 = 1160,0 mm MFF e = 14,0 mm M FT P

100

L3 = 1560,0 mm
L1 L2 L3
0
10 100 1000 10000

Comprimentos (mm)

Figura 4.8 - Resultados obtidos pelo MFF, e pelo MEF. Seções de cálculo da Tabela
4.4, diferentes excentricidades da força e condições de extremidades
com empenamento livre.

Com o objetivo de visualizar melhor o comportamento dos perfis submetidos a


forças excêntricas, com condições de extremidades com empenamento impedido, foi
realizada análise de estabilidade pelo MEF (INOUE, 2002) para comprimentos
variando de 350 mm a 2900 mm, conforme apresentado na figura 4.9.

700
P
y
600
MLP
x
Tensões de flambagem (Mpa)

500
e
MD e = 0,0 mm
400
e = 6,0 mm

e = 10,0 mm
300
e = 14,0 mm

200 P
Pouca influência da excentricidade,
na flambagem por flexo-torção MFT
100

0
100 1000 10000

Comprimentos (mm)
Figura 4.9 - Resultados obtidos pelo MEF. Seções de cálculo da Tabela 4.4, diferentes
excentricidades da força, condições de extremidades com empenamento impedido.

53
Na figura 4.10 apresenta-se uma comparação entre os resultados numéricos
obtidos para distintas condições de extremidade, com empenamento livre ou impedido.

800
L1 = 760.0 mm
L2 = 1160.0 mm P
MFF Emp. Livre
700 y
L3 = 1560.0 mm
MEF Emp. x
600
Tensões de flambagem (MPa)

MLP
MEF. Emp- Imp.
MLP
500
MEF. Emp- Livre.
MD
e
MEF Emp. Livre
400 MFF. Emp- Livre.

MD MEF. Emp- Livre.


Schafer Lau e Hancock
300
Lcr = 553,24 mm Lcr = 658,3 mm
MFT MEF. Emp- Imp.
σcr = 302,11 σcr = 266,24 MPa P
200 MPa
MFT

100 MEF MFF


Lcr = 560,00 mm Lcr = 557,92 mm
σcr = 269,80 σcr = 271,7 MPa L1 L2 L3
0
10 100 1000 10000

Comprimentos (mm)

Figura 4.10 - Resultados obtidos pelo MFF, [e pelo MEF], para condições de
extremidades com empenamento livre e impedido, respectivamente. Força centrada e
seção de cálculo segundo a Tabela 4.4.

Nas figuras 4.8 e 4.9 se pode observar que as formas das curvas de
comportamento para as diferentes excentricidades da força são análogas, defasando-
se dos resultados obtidos para força com excentricidade nula. As figuras indicam ainda
uma lógica diminuição das tensões críticas de flambagem com o aumento da
excentricidade da força, excentricidade essa que provoca o afastamento do ponto de
aplicação da força com relação ao centro de cisalhamento.

Para os corpos de prova ensaiados, estão resumidos na tabela 4.5 os


resultados das figuras 4.8 e 4.9, juntamente com os resultados obtidos com a
aplicação das formulações de LAU e HANCOCK (1987), e de SCHAFER (1997). Os
resultados obtidos com as formulações também aparecem na figura 4.10, onde se
pode observar, conforme citado no capitulo III no comentário da tabela 3.6, que a
formulação de Lau e Hancock oferece um valor de tensão e de comprimento critico (Lcr
= 658,3 mm) muito próximos do valor mínimo obtido pelo MFF (NAGAHAMA, 2000) e
pelo MEF (INOUE, 2002) (na faixa de comprimentos onde o modo distorcional é o
dominante).

54
Tabela 4.5 - Tensões e forças criticas no modo distorcional, para os perfis sob
compressão centrada e excêntrica, obtidos com o emprego do MEF (INOUE, 2002), do
MFF (NAGAHAMA, 2000) e pelas formulações aproximadas (SCHAFER, 1987, Anexo
D da NBR 14762, 2001), Ncr = A σdist

Shell (MEF) Inslod (MFF) Schafer (AISI) Anexo D (NBR)


CORPOS Shell (MEF)
Emp. Livre Emp. Livre Emp. Livre Emp. Livre
DE Emp. Imp
PROVA σdist Ncr σdist Ncr σdist Ncr σdist Ncr σdist Ncr
(MPa) (kN) (MPa) (kN) (MPa) (kN) (MPa) (kN) (MPa) (kN)

CP-760-0.0 500,50 287,79 300,70 173,30 302,18 174,16 302,11 174,12 266,24 153,44

CP-760-6.0 383,61 220,70 251,74 145,23 248,93 143,61 - - - -

CP-760-10.0 338,30 195,16 223,88 128,80 222,58 128,05 - - - -

CP-760-14.0 302,11 174,11 201,10 115,64 201,20 115,69 - - - -

CP-1160-0.0 419.00 242,32 280,50 160,81 282,44 161,92 297,50 170,56 263,15 150,86

CP-1160-6.0 326,77 187,84 235,42 137,16 231,89 135,1 - - - -

CP-1160-10.0 267,21 155,68 195,62 112,45 206,99 118,98 - - - -

CP-1160-14.0 239,60 137,36 175,98 101,78 186,84 108,06 - - - -

CP-1560-0.0 371,50 213,92 241,26 139,11 242,10 139,59 293.00 168,80 258,83 149,24

CP-1560-6.0 266,13 153,36 215,28 124,65 216,61 125,42 - - - -

CP-1560-10.0 234,85 135,98 200,59 115,59 202,19 116,51 - - - -

CP-1560-14.0 205,00 118,17 177,89 102,44 189,46 109,1 - - - -

Já a metodologia proposta por SCHAFER (1997), para as relações


geométricas utilizadas nos perfis ensaiados, ainda que com um comprimento crítico
(Lcr = 553,24 mm) um pouco menor, oferece valores de tensão crítica distorcional um
pouco maiores do que LAU e HANCOCK (1987), (ver figura 4.10 e tabela 4.5).

Na figura 4.10 pode-se observar como os valores de tensão crítica fornecida


pelo MFF (NAGAHAMA, 2000) são praticamente iguais aos valores obtidos com o
MEF (INOUE, 2002) para as peças com as condições de extremidade com
empenamento livre. Na mesma figura, e na Tabela 4.5, também pode-se observar
como os valores da tensão crítica aumentam notavelmente quando as condições de
extremidades mudam de empenamento livre para impedido. Observa-se inclusive que,
na figura 4.10, o gráfico também se desloca na direção de comprimentos mais longos,

55
fazendo com que a faixa onde é determinante o modo distorcional se desloque para
comprimentos maiores.

O resultados anteriores explicam por que os corpos de prova do terceiro grupo,


os de maiores comprimentos (CP-1560), apresentam o modo crítico de flambagem por
flexo-torção para empenamento livre, alterando essa condição para o modo de
flambagem distorcional, no caso de empenamento impedido.

Na figura 4.11 são apresentados os modos previstos numericamente pelo MEF


para os corpos de prova experimentais. Para cada um dos comprimentos dos corpos
de prova pode-se observar o seguinte:

- No primeiro grupo de comprimentos mais curtos (L=760 mm), para as diferentes


excentricidades da força, é esperado o modo distorcional com uma meia onda
simétrica nos quatro perfis a serem ensaiados.
- No segundo grupo de corpos de prova (L=1160 mm), espera-se o modo distorcional
com duas meias ondas não simétricas.
- No terceiro grupo de corpos de prova (L=1560 mm), espera-se o modo distorcional
com três meias ondas simétricas para os dois primeiros corpos de provas (CP-1560-
0,0 e CP-1560-6,0) com força centrada e excentricidade de 6.0 mm respectivamente.
Já nos outros corpos de prova, por ser mais notável o efeito da excentricidade da
força, o modo distorcional apresenta-se com uma meia onda central muito mais longa
do que as meias ondas extremas (CP-1560-10,0 e CP-1560-14,0).

56
CP–760-0,0 CP–760–6,0 CP–7600–10,0 CP–760–14,0

CP–1160-0,0 CP–1160–6,0 CP-1160–10,0 CP–1160–14,0

CP–1560-0,0 CP–1560–6,0 CP–1560–10,0 CP–1560–14,0

Figura 4.11 - Modos de flambagem teóricos dos corpos de prova calculados


numericamente segundo o MEF. Diferentes excentricidades e comprimentos.

57
4.5 - Preparação das Extremidades dos Corpos de Prova e Centragem
da Força.

Com base nos estudos realizados por VAZQUEZ (1998), foi decidido empregar a
mesma metodologia de fabricação para as placas de extremidade em resina. Essa
metodologia de fabricação dos moldes de resina foi originalmente desenvolvida com o
apoio do Laboratório de Compósitos do Programa de Engenharia Metalúrgica e de
Materiais da COPPE e da fábrica Cogumelo, que trabalha com laminação de material
compósito.

Na modelagem da base de resina utilizou-se manta de fibra de vidro, resina,


catalisador, cera desmoldante e fibra de vidro picotada. Esta fibra picotada foi utilizada
com o objetivo de se conseguir uma mistura de resina de maior viscosidade, para
acelerar o processo de endurecimento das placas agregou-se à mistura de resina e fibra
picotada catalisador a aproximadamente 2% do volume. A resina viscosa e as mantas
foram aplicadas em camadas alternadas até preencher o molde de madeira com 2.0 cm
de profundidade. Outro detalhe da modelagem foi a execução de furos nas extremidades
superior e inferior dos corpos de prova. Nestes furos foram fixadas barras rosqueadas de
aço por transpasse, para propiciar uma melhor aderência da chapa de aço ao material do
compósito. Com esta metodologia, obtiveram-se placas compactas, com superfície
uniforme e 2,0 cm de espessura, com o objetivo de restringir as rotações laterais
associadas ao modo distorcional, assim como o empenamento e a flexão dos elementos
de placa do perfil em suas extremidades.

As fotos 4.3 e 4.4 apresentam os materiais e os moldes de madeira empregados


para a elaboração das placas de extremidade em resina.

58
Resina

Fibra
picotada

Catalisador
Vasilha para
preparar a
mistura em
Cera resina fibra
desmoldante

Foto 4.3 - Materiais utilizados na elaboração das placas de extremidades em resina.

Manta de
fibra de vidro Corpo
de prova

Barras Molde de
de aço madeira

Foto 4.4 - Molde de madeira utilizado na elaboração das placas


de extremidades em resina.

59
O processo adotado para a centragem dos corpos de prova na máquina de
ensaios seguiu um esquema gráfico. Este sistema consistiu em se decalcar as seções
extremas do perfil, em papel milimetrado, antes da moldagem das placas de resina. Em
seguida, passou-se ao procedimento normal para se encontrar o centróide da seção
decalcada, transferindo-se a seguir este desenho para uma folha de papel vegetal.
Depois de moldada a base de resina, utilizou-se uma lixadeira para destacar o contorno
das seções extremas do corpo de prova. Com o papel vegetal translúcido foi possível
coincidir a figura de maneira exata com a seção extrema do corpo de prova. Com os
eixos principais traçados, bastou coincidi-los com as excentricidades marcadas em duas
folhas fixadas nas placas de apoio da máquina de ensaios.

Na foto 4.5 aparece a placa em resina acabada, que garante a condição de


empenamento impedido nas extremidades dos corpos de prova. Também pode-se
apreciar o papel milimetrado utilizado durante o posicionamento dos corpos de prova com
o objetivo de garantir a aplicação da força com as quatro excentricidades estabelecidas
para os ensaios.

Corpo de
Placa em Prova
resina

Papel
milimetrado

Placa de apoio

da máquina

Foto 4.5 - Placa em resina nas extremidades dos corpos de prova para garantir a
condição de empenamento impedido. Papel milimetrado utilizado no
posicionamento dos corpos de prova.

60
4.6 - Metodologia de Ensaio dos Corpos de Prova.

Os ensaios dos corpos de prova foram feitos num pórtico auto-equlibrado. A foto
4.6 apresenta o pórtico auto-equilibrado utilizado para os ensaios e os equipamentos
empregados para aquisição e tratamento dos dados experimentais.

O sistema de carregamento foi aplicado com controle de deslocamentos, com o


auxílio de atuadores hidráulicos servocontrolados, com 220 kN de capacidade de força. A
força de compressão foi aplicada através de rótulas esféricas, formadas por calotas
esféricas em aço inox. Para cada corpo de prova, as forças foram aplicadas em varias
etapas. O número das etapas ou intervalos de aplicação da força, assim como a
magnitude dos intervalos, dependeu da força última estimada para cada perfil. Os
intervalos de aplicação das forças iniciais foram de aproximadamente 20 kN, com
redução para 10 e 5 kN nos últimos intervalos, à medida que se aproximava da força
última prevista.

Pórtico
Auto-equilibrado Corpo de
Prova

Atuadores
hidráulicos

Computador
com programa
AqDados

Placa de
digitalização

Foto 4.6 - Pórtico auto-equilibrado. Corpo de prova e equipamentos de aquisição e


processamento dos sinais.

61
Os deslocamentos foram registrados por dois defletômetros elétricos da marca
Kyowa, com deslocamento máximo de 50 mm e sensibilidade de leitura de 0,00687 e
0.00702 mm/10-6. Os defletômetros, denominados por D1 e D2, foram posicionados nas
extremidades das bordas livres da seção do perfil, e fixados a um carrinho através de
cantoneiras de alumínio, para se deslocar ao longo do comprimento do perfil. Esse
procedimento permitiu obter os valores dos deslocamentos ao longo do corpo de prova,
nas diferentes etapas da aplicação da força.

Na foto 4.7, a seguir, apresenta-se o carrinho com os defletômetros elétricos


posicionados a meia altura do corpo de prova, posição adotada durante o processo de
incremento das forças.

Cantoneiras de
alumínio para Carrinho para o
a fixação dos deslocamento dos
defletômetros defletômetros ao
ao carrinho longo do perfil

Defletômetro
elétrico posicionado
a meia altura do
perfil

Foto 4.7 - Posicionamento do carrinho e dos defletômetros elétricos


a meia altura do corpo de prova.

A posição dos defletômetros ao longo do corpo de prova foi registrada com auxílio
de um potenciômetro. Este mecanismo permitiu o levantamento do modo de flambagem
durante as diferentes etapas de carregamento e também a avaliação da deformada
inicial, antes do início do carregamento.

62
Em cada um dos três ensaios com carregamento centrado, foram utilizados
quatro extensômetros elétricos de resistência, para medir as deformações específicas.
Os extensômetros elétricos utilizados foram do tipo KFG–5–120–C1–11, da marca
Kyowa, com base de medida de 5.0 mm. Os extensômetros elétricos, que receberam a
denominação de E1, E2, E3 e E4, foram posicionados na face interior e na face exterior
das bordas livres do perfil, na seção a meia altura do corpo de prova, segundo pode-se
apreciar na figura 4.12.

Com a finalidade de mapear as deformadas dos perfis em cada uma das etapas
de aplicação da força, foram deslocados ao longo do comprimento dos corpos de prova
os defletômetros D1 e D2, segundo a seqüência mostrada na figura 4.12 (passos 1 a 3).

A figura 4.12 mostra como foram aplicadas as forças excêntricas nos perfis, assim
como a posição dos defletômetros durante a aplicação das forças (à meia altura do
comprimento do perfil). Na mesma figura aparece a seqüência (passos 1 a 3) da
movimentação do carrinho (ao qual estavam fixos os defletômetros D1 e D2), com o
objetivo de obter o mapeamento da deformada do corpo de prova para cada etapa de
aplicação da força. Neste caso, para obter o mapeamento das deformadas dos corpos de
prova, foram consideradas as leituras correspondentes ao passo 2 (Passeio).
Z

Z
N
e
N Y
Extensômetros E1 a E4
3
e 3

X L/2

Defletômetro D1

Extensômetros
E1 e E2 L/2

Extensômetros
E3 e E4 X

1 2
Defletômetro D2 N Passo 2, Passeio2
1
dos defletômetros
N D1 e D2
Figura 4.12 - Aplicação das forças excêntricas; Defletômetros posicionados a meia
altura do perfil durante o incremento da força; Seqüência de movimentação do
carrinho para o mapeamento da deformada do corpo de prova, passo 2 (passeio).

63
Os sinais dos sensores de deslocamento (defletômetros), dos extensômetros, do
potenciômetro e da força dos atuadores foram condicionados e registrados através de
placa de digitalização. O controle da aquisição dos sinais durante os ensaios foi feito
através do programa AqDados, fornecido pela empresa Lynx, Tecnologia Eletrônica Ltda.

4.7 - Resultados Experimentais

Seguindo o procedimento de ensaio descrito anteriormente, foram obtidos os


resultados apresentados na Tabela 4.6. Nesta Tabela, são apresentados os valores da
força última experimentais (Nu-exp.) e da força crítica teórica (Ncr), assim como o modo de
flambagem e o mecanismo de colapso observado durante os ensaios.

Tabela 4. 6 - Resultados experimentais de força última e mecanismo de colapso


observado, e resultados numéricos de força crítica e modo de flambagem.
Corpos Nu-exp Mec. de Ncr Modo teórico de
de prova (kN) colapso exp. (kN) Flamb. (MEF) Nu-exp / Ncr

CP-760-0.0 183,10 Mod. Dist m =1 287,79 Mod. Dist m =1 0,64


CP-760-6.0 182,40 Mod. Dist m =2 220,70 Mod. Dist m =1 0,83
CP-760-10.0 172,60 Mod. Dist m =2 195,16 Mod. Dist m =1 0,88
CP-760-14.0 159,00 Mod. Dist m =2 174,11 Mod. Dist m =1 0,91
CP-1160-0.0 205,00 Mod. Dist m =2 242,32 Mod. Dist m =2 0,85
CP-1160-6.0 177,20 Mod. Dist m =2 187,84 Mod. Dist m =2 0,94
CP-1160-10.0 180,00 Mod. Dist m =2 155,68 Mod. Dist m =2 1,16
CP-1160-14.0 148,00 Mod. Dist m =2 137,36 Mod. Dist m =2 1,08
CP-1560-0.0 162,80 Mod. Dist m =3 213,92 Mod. Dist m =3 0,76
CP-1560-6.0 162,80 Mod. Dist m =3 153,36 Mod. Dist m =3 1,06
CP-1560-10.0 150,00 Mod. Dist m =3 135,98 Mod. Dist m =3 1,10
CP-1560-14.0 135,00 Mod. Dist m =3 118,17 Mod. Dist m =3 1,14
Observação:

Ncr = A σ dist , com σ dist obtido pelo MEF para a condição de empenamento
impedido nas extremidades da barra.

64
A seguir, nas figuras 4.13.a a 4.24.a, são apresentados os resultados
experimentais das deformadas inicias e finais medidas pelos defletômetros D1 e D2.
Alguns dos resultados experimentais são apresentados juntamente com as curvas
aproximadas, obtidas através da interpolação com funções polinomiais de sexta ordem.

As figuras 4. 13.b a 4. 24.b, apresentam os resultados experimentais de força x


deslocamentos, obtidos das leituras registradas pelos atuadores e pelos defletômetros
D1 e D2 posicionados nas bordas livres dos perfis da seção à meia altura dos corpos de
prova.

4.7.1 - Resultados dos Corpos de Prova CP-760

Os resultados dos ensaios correspondentes aos corpos de prova com


comprimento igual a 760 mm estão apresentados nas figuras 4.13 a 4.16, as figuras
4.13.a a 4.16.a apresentam as curvas das deformadas obtidas pelos defletômetros D1 e
D2 correspondente ao primeiro e último passeio, assim como os valores da força última
experimental, enquanto nas figuras 4.13.b a 4.16.b são apresentadas as curvas de força
x deslocamentos para a posição dos defletômetros na meia altura dos corpos de prova.

65
8
Nu-exp. = 183,10 kN
6
D2 Passeio 13
N = 179,46 kN
4
Mecanismo de
Deslocamentos (mm)

colapso(380,00 mm)
2
D2 Passeio 1
N = 4,95 kN
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800

-2
D1 Passeio 1
N = 4,95 kN
-4
D1 Passeio 13
N = 179,46 kN
-6

-8

Comprimento (mm)

Figura 4.13.a - Resultados experimentais do mapeamento dos deslocamentos iniciais


e finais medidos nos bordas livres do perfil, no corpo de prova CP–760-0,0.

200

180
b3
b1
160
t D1
Y N
b2 140
D1
b4 120
D2
Carga (kN)

- +
4,0 mm 100
X D2 D1
L = 760,00 mm
80
Dimenções médias
b1 = 91,74 mm 60 L/2
b2 = 54,63 mm
D2
b3 = 18,52 mm
40
b4 = 31,75 mm
t = 1,91 mm
20 N

0
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)

Figura 4.13.b - Resultados experimentais de força x deslocamentos a


meia altura do corpo de prova CP-760–0,0.

66
8
Nu-exp. = 182,40 kN

6
Mecanismo de D2 Passeio 16
colapso(280,00 mm) N = 175,44 kN
4
D1 Passeio 1
Deslocamentos (mm)

N = 6,00 kN
2

0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
-2
D1 Passeio 16 D1 Passeio 1
N = 175,44 kN N = 6,00 kN
-4

-6

-8
Comprimento (mm)

Figura 4.14.a - Resultados experimentais do mapeamento dos deslocamentos iniciais e


finais medidos nos bordas livres do perfil, no corpo de prova CP–760-6,0.

200

b3 180
b1
D1
160
t
Y N
b2 140
D1
b4 120
Carga (kN)

D2
- +
4.0 mm 100
X D2 D1
L = 760,00 mm
80
Dimenções médias
b1 = 91,84 mm
60 L/2
b2 = 54,51 mm
b3 = 18,59mm
40
b4 = 31,82 mm
D2
t = 1.91 mm
20 N

0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)

Figura 4.14.b - Resultados experimentais de força x deslocamentos a


media altura do corpo de prova CP-760–6,0.

67
8
Nu-exp. = 172,60 kN
6
D2 Passeio 11
N = 165,73 kN
4
Mecanismo de D2 Passeio 1
Deslocamentos (mm)

colapso(200,00 mm) N = 4,55 kN


2

0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
-2
D1 Passeio 11
N = 165,73 kN
-4
D1 Passeio 1
N = 4,55 kN
-6

-8
Comprimento (mm)

Figura 4.15.a - Resultados experimentais do mapeamento dos deslocamentos iniciais


e finais medidos nos bordas livres do perfil, no corpo de prova CP–760-10,0.

200

b3 180
b1
D1
160
t
N
b2 Y 140

D1
b4
120
Carga (kN)

D2 - +
4,0 mm 100 D2 D1
X L = 760,00 mm
80
Dimenções médias
b1 = 92,26 mm
60 L/2
b2 = 54,64 mm
b3 = 18,63 mm
40
b4 = 31,85 mm
t = 1,91 mm D2
20 N

0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)

Figura 4.15.b - Resultados experimentais de força x deslocamentos a


meia altura do corpo de prova CP-760–10,0.

68
8
Nu-exp. = 159,00 kN
6
D2 Passeio 14
N = 146,80 kN
4
Mecanismo de D2 Passeio 1
Deslocamentos (mm)

colapso(240,00 mm) N = 4,73 kN


2

0
0 100 200 300 400 500 600 700 800

-2
D1 Passeio 1
N = 4,73 kN
-4
D1 Passeio 14
N = 146,80 kN
-6

-8

Comprimento (mm)

Figura 4.16.a - Resultados experimentais do mapeamento dos deslocamentos iniciais


e finais medidos nos bordas livres do perfil, no corpo de prova CP–760-14,0.

160

b3 140
b1
D1
t 120 N
b2 Y
D1
b4 100
D2
Carga (kN)

- +
4,0 mm 80
X D2 D1
L = 760,00 mm
Dimenções médias 60
b1 = 91,62 mm
b2 = 54,74 mm L/2
b3 = 18,49 mm 40
b4 = 32,06 mm
t = 1,91 mm
20
D2 N

0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)

Figura 4.16.b - Resultados experimentais de força x deslocamentos a


meia altura do corpo de prova CP-760–14,0.

69
Nos resultados experimentais apresentados nas figuras 4.13 a 4.16, foi
observado o seguinte:

(a) Força centrada corpo de prova CP-760–0,0: figuras 4.13.a e 4.13.b.

A deformada inicial medida pelo defletômetro D1 tem a forma de uma meia


onda simétrica com um valor máximo de deslocamento de 1,0 mm, aproximadamente.
A deformada inicial registrada pelo defletômetro D2 tem a forma de duas meias ondas
simétricas longitudinalmente, com valor máximo de deslocamento muito pequeno, em
torno de 0,25 mm. Já as deformadas finais, coincidindo com a previsão numérica, têm
a forma de uma meia onda simétrica, com valor máximo de deslocamento na ordem
dos 5,5 mm. Na zona onde se produz o colapso da peça (a 380 mm da extremidade
inferior do corpo de prova), a seção transversal do perfil abriu-se lentamente durante o
colapso (ver Foto - B.1 no Anexo B), evidenciando que o mesmo foi do tipo suave,
podendo-se observar um inicio de plastificação no elemento b1 e nos elementos b2 (ver
Foto - B.2 no Anexo B). O mecanismo de colapso no modo distorcional com uma meia
onda simétrica corresponde à previsão numérica e à deformada inicial registrada pelo
defletômetro D1.

(b) Força excêntrica corpo de prova CP-760–6,0: figuras 4.14.a e 414.b.

Neste corpo de prova, as deformadas iniciais registradas pelos defletômetros


D1 e D2, são idênticas quanto à forma, ambas com duas meias ondas longitudinais
não simétricas. A deformada inicial registrada pelo defletômetro D1 apresenta valores
de amplitude de imperfeição máxima próximos dos 0,6 mm, superiores em cerca de
290 % aos valores máximos da deformada registrada pelo defletômetro D2. As
deformadas finais contrariando a previsão numérica, apresentaram duas meias ondas
longitudinalmente não simétricas. A deformada final do defletômetro D2 apresentou
maior amplitude máxima na zona da meia onda maior (3,6 mm, 25% maior do que a
registrada no defletômetro D1), na zona onde se produz o colapso do corpo de prova
(280 mm da extremidade inferior do corpo de prova). Do mesmo modo que no ensaio
do corpo de prova CP-760-6,0, no momento do colapso a seção transversal do perfil
se abre (ver Foto - B.3 no Anexo B) de maneira lenta indicando a ocorrência de
colapso do tipo suave. Também é observado o início de plastificação no elemento b1 e
nos elementos b2, em menor magnitude que no corpo de prova anterior (CP-760-0,0).
Para este corpo de prova, o mecanismo de colapso no modo distorcional com duas
meias ondas longitudinalmente não simétricas, não corresponde à previsão numérica

70
de uma meia onda. O mesmo, no entanto, com a forma das deformadas iniciais
registradas pelos defletômetros D1 eD2.

(c) Força excêntrica corpo de prova CP-760–10,0: figuras 4.15.a e 4.15.b.

A deformada inicial registrada pelos defletômetros D1 e D2, tem a forma de


duas meias ondas longitudinalmente não simétricas. A imperfeição inicial registrada
pelo defletômetro D1, na meia onda maior, apresenta valores máximos de
deslocamentos próximos a 0,4 mm, o dobro dos valores máximos dos deslocamentos
registrados pelo defletômetro D2 na mesma zona. O deslocamento máximo final
registrado pelo defletômetro D2 foi de 2,4 mm, 37% superior aquele registrado pelo
defletômetro D1. Para este corpo de prova, a zona onde se produz o colapso da peça
(a 200 mm da extremidade inferior do corpo de prova) se encontra na meia onda
menor da deformada obtida com as leituras feitas pelo defletômetro D2.
Diferentemente dos ensaios anteriores, a seção transversal do corpo de prova se
fecha durante o colapso de forma brusca, evidenciando um colapso do tipo
catastrófico. Na eminência do colapso, os valores máximos de deslocamentos não
superaram 2,5 mm. Na zona de colapso observou-se que, como uma conseqüência
lógica do aumento da excentricidade na direção positiva do eixo x, o elemento b1 já
não apresentou indícios de plastificação, sendo os elementos b2 e b4 os que
apresentaram sinais de plastificação na formação do mecanismo de colapso.

Neste corpo de prova o mecanismo de colapso no modo distorcional,


contrariando a previsão numérica de uma meia onda simétrica, apresentou duas meias
ondas longitudinalmente não simétricas para a deformada final registrada pelo
defletômetro D2, a qual coincidiu com a forma de sua deformada inicial. Já a
deformada final registrada pelo defletômetro D1 apresentou a forma de uma meia
onda não simétrica, não coincidindo com a deformada inicial registrada por este
defletômetro, que foi de duas meias ondas longitudinalmente não simétricas.

(d) Força excêntrica corpo de prova CP-760–14,0: figuras 4.16.a e 4.16.b.

Para este corpo de prova as deformadas iniciais registradas pelos


defletômetros D1 e D2 têm a forma de uma meia onda simétrica, com valores
máximos de deslocamentos muito próximos, da ordem de 0,8 mm. As deformadas
finais, ao contrário da previsão numérica, apresentam duas meias ondas
longitudinalmente não simétricas, chegando-se a desenvolver amplitudes de
deslocamentos máximos da ordem dos 6,7 mm. Na zona onde se produz o colapso do
corpo de prova (240 mm da extremidade inferior do corpo de prova), analogamente ao

71
sucedido nos corpos de prova CP-760-0,0 e CP-760-6,0, a seção transversal do perfil
se abre (ver Foto - B.5 no Anexo B) durante o colapso, mas neste caso de uma
maneira brusca, indicando a ocorrência de um colapso do tipo catastrófico.

O mecanismo de colapso no modo distorcional, contrariando a previsão


numérica de uma meia onda simétrica, apresentou duas meias ondas
longitudinalmente não simétricas. Neste corpo de prova não se evidenciou
plastificação dos elementos da seção transversal onde se produziu o mecanismo de
colapso.

Neste grupo de perfis ensaiados (corpos de prova CP-760-0,0 a CP-760-14,0,


figuras 4.13.a a 4.16.a), observou-se o modo distorcional com uma meia onda
(idêntico à previsão teórica) apenas no perfil com carregamento centrado (CP-760-
0.0). Os demais casos, com carregamento excêntrico apresentaram o modo
distorcional com duas meias ondas longitudinalmente não simétricas (com uma delas
bem mais longa do que a outra). Nos gráficos dos corpos de prova CP-760-0.0, CP-
760-6,0 e CP-760-14,0, (figuras 4.13.a, 4.14.a e 4.16.a) pode-se observar que as
deformadas registradas pelos defletômetros D1 e D2, nas distintas etapas de
aplicação das forças, foram muito semelhantes. Já no corpo de prova CP-760-10,0
(figura 4.15.a) não foi observada essa simetria entre as deformadas registradas pelos
defletômetros D1 e D2.

De uma forma geral, neste grupo de perfis com comprimentos relativamente


curtos, na zona onde se produz o mecanismo de colapso pode-se concluir o seguinte:

- Força centrada ou de excentricidade pequena (e=0,0 mm, e=6,0 mm): a


seção se abre de forma lenta apresentando linhas de plastificação nos
elementos b1 e b2 da seção transversal; o fenômeno anterior é mais
acentuado para o corpo de prova com força centrada, o colapso da peça
é do tipo suave.
- Força com grande excentricidade (e=10,0 mm): a seção transversal se
fecha de forma súbita durante o colapso apreciando-se a formação de
linhas de plastificação nos elementos b2 e b4 da seção transversal, o
colapso é do tipo brusco.
- Força com grande excentricidade (e=14,0 mm): a seção transversal se
abre de forma súbita durante o colapso sem apresentar linhas de
plastificação nos elementos da seção transversal, o colapso é do tipo
brusco.

72
Segundo pode ser observado na Tabela 4.6, em todos e corpos de prova do
grupo CP-760, a força crítica teórica foi maior do que a força última experimental

( N cr > N u − exp ), indicando teoricamente a ocorrência de um colapso por resistência

das barras. No entanto, segundo explicado anteriormente, em todos corpos de prova


pertencentes a este grupo foi observado um mecanismo de colapso no modo
distorcional, com deformadas na forma de uma meia onda simétrica, ou com duas
meias ondas longitudinalmente não simétricas como pode ser apreciado nos gráficos
4.13.a ao 4.16.a, demonstrando que as imperfeições iniciais têm uma influência
determinante no valor da força última de colapso, e que para estas geometrias o modo
distorcional é o modo dominante.

Nos gráficos das figuras 4.13.b a 4.16.b podem ser apreciadas as


características dos tipos de colapsos, assim como os valores dos deslocamentos
durante os ensaios, notando-se que os corpos de prova CP-760-0,0, e CP-760-6,0
(gráficos 4.13.b e 4.14.b) apresentam colapsos do tipo mais suave do que os corpos
de prova CP-760-10,0 e CP-760-14,0 (gráficos 4.13.b e 4.14.b). É bom destacar que
as curvas anteriores foram feitas com as leituras dos defletômetros posicionados na
meia altura do perfil, não sendo essa, na maioria dos casos, a zona do mecanismo
colapso. O fato anterior explica a não correspondência entre os valores máximos dos
gráficos das deformadas finais medidas pelos defletômetros D1 e D2, e os gráficos de
força x deslocamentos.

4.7.2 - Corpos de Prova CP-1160

Nas figuras 4.17 a 4.20 estão apresentados os resultados dos ensaios


correspondentes aos corpos de prova com comprimento igual a 1160 mm. Nas figuras
4.17.a a 4.20.a são apresentadas as deformadas obtidas para o primeiro e o último
passeio dos defletômetros D1 e D2, sendo nestas figuras igualmente apresentados os
valores da força última experimental. Nas figuras 4.17.b a 4.20.b apresentam-se as
curvas de força x deslocamentos para a posição dos defletômetros na meia altura dos
corpos de prova.

73
8
Nu-exp. = 205,00 kN
6
D2 Passeio 15
N = 200,15 kN
4
Mecanismo de D2 Passeio 1
Deslocamentos (mm)

colapso(400,00 mm) N = 5,13 kN


2

0
0 200 400 600 800 1000 1200

-2
D1 Passeio 1
N = 5,13 kN
-4
D1 Passeio 15
N = 200,15 kN
-6

-8

Comprimento (mm)

Figura 4.17.a - Resultados experimentais do mapeamento dos deslocamentos iniciais


e finais medidos nos bordas livres do perfil, no corpo de prova CP–1160-0,0.

220

b3
200
b1
180
t
D1
160 N
b2 Y
D1
b4
140
Carga (kN)

D2
- + 120
4,0 mm D2 D1 L = 1160,00 mm
X 100
Dimenções médias
b1 = 93,08 mm 80
b2 = 55,09 mm L/2
60
b3 = 18,35 mm
D2
b4 = 31,50 mm
40
t = 1,91 mm
20 N

0
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
Deslocamentos (mm)

Figura 4.17.b - Resultados experimentais de força x deslocamentos a


meia altura do corpo de prova CP-1160–0,0.

74
8
Nu-exp. = 177,20 kN
6
D2 Passeio 13
Mecanismo de
N = 171,43 kN
colapso(260,00 mm)
4
D2 Passeio 1
Deslocamentos (mm)

N = 5,01 kN
2

0
0 200 400 600 800 1000 1200
-2
Mecanismo de D1 Passeio 1
colapso(240,00 mm) N = 5,01 kN
-4
D1 Passeio 13
N = 171,43 kN
-6

-8
Comprimento (mm)

Figura 4.18.a - Resultados experimentais do mapeamento dos deslocamentos iniciais


e finais medidos nos bordas livres do perfil, no corpo de prova CP–1160-6,0.

200

180
b3
b1
160
t
N D1
b2
Y
140
D1
b4 120
D2
Carga (kN)

- +
4,0 mm 100
D2 D1
X L = 1160,00 mm
80
Dimenções médias D2
b1 = 90,61 mm 60 L/2
b2 = 54,78 mm
b3 = 19,29 mm
40
b4 = 31,32 mm
t = 1,91 mm
20
N
0
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
Deslocamentos (mm)

Figura 4.18.b - Resultados experimentais de força x deslocamentos a


meia altura do corpo de prova CP-1160–6,0.

75
9
Nu-exp. = 180,01 kN
7

5
D2 Passeio 1 D2 Passeio 21
N = 4,32 kN N = 172,90 kN
Deslocamentos (mm)

-1 0 200 400 600 800 1000 1200

-3
D1 Passeio 1 Mecanismo de
N = 4,32 kN colapso(690,00 mm)
-5
D1 Passeio 21
N = 172,90 kN
-7

-9

Comprimento (mm)

Figura 4.19.a - Resultados experimentais do mapeamento dos deslocamentos iniciais


e finais medidos nos bordas livres do perfil, no corpo de prova CP–1160-10,0.

200

180
b3
b1
160
t
N D1
b2 140
D1
b4 120
D2
Carga (kN)

- +
4,0 mm 100
D2 D1
L = 1160,00 mm
80
Dimenções médias
D2
b1 = 93,82 mm
b2 = 55,14 mm 60 L/2
b3 = 18,92 mm
b4 = 31,60 mm 40
t = 1,91 mm
20
N
0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)

Figura 4.19.b - Resultados experimentais de força x deslocamentos a


meia altura do corpo de prova CP-1160–10,0

76
8

Nu-exp. = 148,00 kN
6

4
Mecanismo de D2 Passeio 1 D2 Passeio 12
colapso(340,00 mm) N = 5,04 kN N = 142,20 kN
Deslocamentos (mm)

0
0 200 400 600 800 1000 1200

-2
D1 Passeio 1 D1 Passeio 12
N = 5,04 kN N= 142,20 kN
-4

-6

-8

Comprimento (mm)

Figura 4.20.a - Resultados experimentais do mapeamento dos deslocamentos iniciais


e finais medidos nos bordas livres do perfil, no corpo de prova CP–1160-14,0.

160

b3 140
b1

t 120
Y N
b2 D1
D1
100
b4
D2
Carga (kN)

- +
4,0 mm 80
X D2 D1
L = 1160,00 mm
60
Dimenções médias
b1 = 91,22 mm L/2
b2 = 54,76 mm 40
b3 = 18,54 mm D2
b4 = 31,40 mm
20
t = 1,91 mm
N
0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)

Figura 4.20.b - Resultados experimentais de força x deslocamentos a


meia altura do corpo de prova CP-1160–14,0.

77
Neste grupo de perfis, com comprimentos considerados medianos (L=1160 mm),
foi observado o seguinte:

(a) Força centrada corpo de prova CP-1160–0,0, figuras 4.17.a e 4.17.b.

As deformadas iniciais registradas pelos defletômetros D1 e D2 apresentaram


a forma de uma meia onda simétrica com valores máximos grandes, da ordem dos 2,0
mm (duas vezes a espessura da chapa), O mecanismo de colapso no modo
distorcional, coincidindo com a previsão numérica, apresentou deformadas finais com
duas meias ondas longitudinalmente não simétricas, uma delas muito maior do que a
outra, e com amplitudes de deformações máximas muito elevadas, próximas de 8,0
mm. Na posição das deformações máximas (400 mm da extremidade inferior do corpo
de prova), a seção se abriu de forma lenta durante o colapso (ver Foto - B.7 no Anexo
B), indicando que o mesmo era do tipo suave, com plastificação clara dos elementos
b1 e b2 (ver Fotos - B.8 e B.9 no Anexo B).

(b) Força excêntrica corpo de prova CP-1160–6,0, figuras 4.18.a e 4.18.b.

Semelhantemente ao corpo de prova anterior (CP-1160–0,0), as deformadas


iniciais registradas pelos defletômetros D1e D2 têm a forma de uma meia onda
simétrica com valores máximos próximos de 1,6 mm. Já o mecanismo de colapso no
modo distorcional apresentou deformadas finais na forma de duas meias ondas
longitudinalmente não simétricas, coincidindo com a previsão numérica. A zona onde
se produz o colapso da barra se encontra a 260 mm da extremidade inferior do corpo
de prova. Nesta posição a seção se fechou de forma repentina durante o colapso (ver
Foto - B.10 no Anexo B), evidenciando um mecanismo de colapso do tipo brusco, com
plastificação dos elementos b2 e b4 (ver Foto - B.11 no Anexo B). Embora o
mecanismo de colapso tenha-se formado na meia onda menor, na zona da meia onda
maior produziram-se deformações máximas muito grandes, da ordem de 7,2 mm e 6,4
mm.

(c) Força excêntrica corpo de prova CP-1160–10,0, figuras 4.19.a e 4.19.b

Neste corpo de prova as deformadas iniciais registradas pelos defletômetros


D1e D2 têm a forma de uma meia onda simétrica, com deformações máximas na
ordem de 2,7 mm e 2,0 mm, respectivamente. O mecanismo de colapso no modo
distorcional, coincidindo com a previsão numérica, apresenta deformadas finais na
forma de duas meias ondas longitudinalmente não simétricas. O colapso se produz na

78
zona da meia onda mais longa, a 690 mm da extremidade inferior do corpo de prova
(ver Foto - B.12 no Anexo B). Nesta posição os defletômetros D1e D2 registram
deformações máximas da ordem de 9,0 mm e 5,0 mm, respectivamente. A seção
transversal se abriu de forma rápida durante o colapso, indicando que o mesmo é do
tipo brusco. Na zona do colapso não se observaram linhas de plastificação nos
elementos da seção transversal do corpo de prova.

(d) Força excêntrica corpo de prova CP-1160–14,0, figuras 4.20.a e 4.20.b

Apresentam-se deformadas iniciais na forma de uma meia onda simétrica, com


deformações máximas de 0,5 mm na deformada registrada pelo defletômetro D2 e de
1,9 mm na registrada pelo defletômetro D1. O mecanismo de colapso no modo
distorcional, coincidindo com a previsão numérica, apresentou deformadas finais na
forma de duas meias ondas longitudinalmente não simétricas. Na zona do colapso, o
qual se produz na meia onda menos longa, a 340 mm da extremidade inferior do
corpo de prova, a seção se fechou de forma rápida, evidenciando um colapso do tipo
brusco (ver Foto - B.13 no Anexo B), com linhas de plastificação apenas no elemento
b4. Nas meias ondas mais longas as deformações máximas registradas pelos
defletômetros D2 e D1 não foram muito grandes, sendo da ordem de 1,7 mm e 2,7
mm, respectivamente.

Nas figuras 4.17.a a 4.20.a, pode-se apreciar que, em todos os corpos de


prova deste grupo, confirmando a previsão teórica, observou-se o modo distorcional
com duas meias ondas longitudinalmente não simétricas.

De uma forma geral, neste grupo de perfis com comprimentos relativamente


medianos, na zona onde se produz o mecanismo de colapso pode-se concluir o
seguinte:

- Força centrada (e=0,0 mm): a seção abre de forma lenta, apreciando-se


a formação de linhas de plastificação nos elementos b1 e b2 da seção
transversal, o colapso da peça é do tipo suave.
- Força com excentricidade pequena (e=6,0 mm): a seção se fecha de
forma súbita, se apreciam linhas de plastificação nos elementos b2 e b4
da seção transversal, o colapso da peça é do tipo brusco.

- Força com grande excentricidade (e=10,0 mm): a seção transversal se


abriu de forma súbita durante o colapso e não se apreciam linhas de

79
plastificação dos elementos da seção transversal, o colapso é do tipo
brusco.
- Força com grande excentricidade (e=14,0 mm): a seção transversal se
fecha de forma súbita durante o colapso e se apreciam linhas de
plastificação apenas nos elementos b4 da seção transversal, o colapso é
do tipo brusco.

Na Tabela 4.6, podemos apreciar que para as excentricidades maiores (CP-


1160-14,0 e 1160-10,0), a força última experimental ficou acima da força crítica

( N cr < N u − exp ), revelando a presença de uma certa reserva de resistência pós-crítica

nestes corpos de prova. Pode-se ainda apreciar nestes corpos de prova pouca
plastificação dos elementos da seção transversal (apenas os elementos b4), não
ocorrendo o mesmo com os demais corpos de prova deste grupo, nos quais
observaram-se linhas de plastificação nos elementos b4 e b2. No corpo de prova CP-
1160-0,0, por exemplo, após apresentar o modo distorcional, os elementos b1 e b2 da
seção transversal plastificam claramente, evidenciando um colapso suave, semelhante
ao dos corpos de prova CP-760-6,0 e CP-760-0,0.

4.7.3 - Corpos de Prova CP-1560

Os resultados dos ensaios correspondentes aos corpos de prova com


comprimento igual a 1560 mm estão apresentados nas figuras 4.21 a 4.24. As figuras
4.21.a a 4.24.a apresentam as curvas das deformadas obtidas pelos defletômetros D1 e
D2 para o primeiro e último passeio; nestas figuras igualmente são apresentados os
valores da força última experimental. Nas figuras 4.21.b a 4.24.b estão apresentadas as
curvas de forças x deslocamentos para os defletômetros posicionados na meia altura dos
corpos de prova.

80
8
Nu-exp. = 163,00 kN
6
Mecanismo de Mecanismo de
colapso(420,00 mm) colapso(460,00 mm)
4
D2 Passeio 12 D2 Passeio 1
N = 5,40 kN
Deslocamentos (mm)

N = 161,10 kN
2

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

-2

-4
D1 Passeio 1 D1 Passeio 12
N = 5,40 kN N = 161,10 kN
-6

-8

Comprimento (mm)

Figura 4.21.a - Resultados experimentais do mapeamento dos deslocamentos iniciais


e finais medidos nos bordas livres do perfil, no corpo de prova CP–1560-0,0.

180

160
b3
b1
140 D1
t N
b2 120
D1
b4
Carga (kN)

D2 100
- +
5,5 mm
80 D2 D1 L = 1560,00 mm
Dimenções médias
D2 60
b1 = 92,54 mm
b2 = 54,07 mm L/2
b3 = 18,29 mm 40
b4 = 32,35 mm
t = 1,91 mm
20
N
0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Deslocamentos (mm)

Figura 4.21.b - Resultados experimentais de força x deslocamentos a


meia altura do corpo de prova CP-1560–0,0.

81
8

Nu-exp. = 162,80 kN
6
D2 Passeio 12
N = 161,30 kN
4
Mecanismo de D2 Passeio 1
Deslocamentos (mm)

colapso(350,00 mm) N = 4,80 kN


2

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

-2
Mecanismo de D1 Passeio 12 D1 Passeio 1
colapso(375,00 mm) N = 161,30 kN N = 4,80 kN
-4

-6

-8

Comprimento (mm)

Figura 4.22.a - Resultados experimentais do mapeamento dos deslocamentos iniciais


e finais medidos nos bordas livres do perfil, no corpo de prova CP–1560-6,0.

180

160
b3 D1
b1
140
t N
b2
Y
120
D1
Carga (kN)

b4
D2 100
- +
5,5 mm
80 D2 D1 L = 1560,00 mm
X
Dimenções médias
60
b1 = 92,27 mm
b2 = 54,11 mm L/2
b3 = 18,53 mm D2 40
b4 = 32,30 mm
t = 1,91 mm 20

N
0
-6 -4 -2 0 2 4

Deslocamentos (mm)

Figura 4.22.b - Resultados experimentais de força x deslocamentos a


meia altura do corpo de prova CP-1560–6,0.

82
8

Nu-exp. = 150,00 kN
6
D2 Passeio 1
N = 4,90 kN
4
Mecanismo de D2 Passeio 11
Deslocamentos (mm)

colapso(370,00 mm) N = 137,30 kN


2

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

-2
D1 Passeio 1
N = 4,90 kN
-4
D1 Passeio 11
N = 137,30 kN
-6

-8

Comprimento (mm)

Figura 4.23.a - Resultados experimentais do mapeamento dos deslocamentos iniciais e


finais medidos nos bordas livres do perfil, no corpo de prova CP–1560-10,0.

160

140
b3
b1
D1
120
t N
b2
Y
D1 100
b4
Carga (kN)

D2
- + 80
5,5 mm
D2 D1
X L = 1560,00 mm
60
Dimenções médias
b1 = 93,44 mm
b2 = 54,17 mm D2 40
L/2
b3 = 18,34 mm
b4 = 32,55 mm
t = 1,91 mm 20

N
0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)

Figura 4.23.b - Resultados experimentais de força x deslocamentos a


meia altura do corpo de prova CP-1560–10,0.

83
8

Nu-exp. = 135,00 kN
6
D2 Passeio 14
N = 132,00 kN
4
D2 Passeio 1 Mecanismo de colapso
Deslocamentos (mm)

N = 5,47 kN (730,00 mm)


2

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

-2
D1 Passeio 14 D1 Passeio 1
N = 132,00 kN N = 5,47 kN
-4

-6

-8

Comprimento (mm)

Figura 4.24.a - Resultados experimentais do mapeamento dos deslocamentos iniciais


e finais medidos nos bordas livres do perfil, no corpo de prova CP–1560-14,0.

140

D1
b3 120
b1

t 100 N
b2
Y
D1
b4
Carga (kN)

80

D2 - +
5,5 mm
D2 D1
60
X
Dimenções médias L = 1560,00 mm
b1 = 93,09 mm
b2 = 54,12 mm 40
D2 L/2
b3 = 18,23 mm
b4 = 32,25 mm
t = 1,91 mm 20

N
0
-6 -4 -2 0 2 4 6
Deslocamentos (mm)

Figura 4.24.b - Resultados experimentais de força x deslocamentos a


meia altura do corpo de prova CP-1560–14,0.

84
Das figuras anteriores, referidas aos ensaios do grupo de corpos de prova com
comprimento L=1560 mm, pode-se observar o seguinte:

(a) Força centrada corpo de prova CP-1560–0,0, figuras 4.21.a e 4.21.b.

Neste corpo de prova as deformadas iniciais registradas pelos defletômetros


D1 e D2 na forma de uma meia onda simétrica, se encontravam do mesmo lado do
eixo longitudinal do corpo de prova (eixo z), sendo os valores máximos dos
deslocamentos iniciais medidos da ordem de 1,0 mm. O mecanismo de colapso no
modo distorcional coincide com a previsão numérica, apresentando deformadas finais
na forma de três meias ondas longitudinalmente bastante simétricas. O colapso se
produz na primeira meia onda mais longa, a 420 mm da extremidade inferior do corpo
de prova (ver Foto - B.14 no Anexo B). Nesta posição os deslocamentos finais
medidas pelos defletômetros D1 e D2 foram de aproximadamente 4,0 mm. Durante o
colapso a seção se fecha de maneira repentina, evidenciando a formação de
mecanismo de colapso do tipo brusco, apresentando plastificação nos elementos b2 e
b4 (ver Foto - B.15 no Anexo B).

(b) Força excêntrica corpo de prova CP-1560–6,0, figuras 4.22.a e 4.22.b.

Neste corpo de prova, as deformadas iniciais têm a forma de duas meias


ondas longitudinais não simétricas para a deformada registrada pelo defletômetro D2,
e uma meia onda simétrica para a deformada registrada pelo defletômetro D1. As
amplitudes dos deslocamentos máximos medidas são de 0,9 mm e 1,7 mm,
respectivamente. O mecanismo de colapso no modo distorcional coincide com a
previsão numérica, apresentando deformadas finais na forma de três meias ondas
longitudinalmente não simétricas.Nesta zona da meia onda central os valores máximos
de deslocamentos registrados pelos defletômetros D1 e D2 foram de 2,3 mm e de 5,4
mm, respectivamente. A zona do colapso se encontrava aproximadamente 370 mm da
extremidade inferior do corpo de prova (ver Foto - B.16 no Anexo B). Nesta posição,
durante o colapso, a seção se fecha de forma rápida, evidenciando a formação de
mecanismo de colapso do tipo brusco, com deslocamentos máximos da ordem de 0,7
mm e 1,1 mm (muito pequenas). A seção apresenta linhas de plastificação nos
elementos b2 e b4 (ver Foto - B.17 no Anexo B).

85
(c) Força excêntrica corpo de prova CP-1560–10,0, figuras 4.23.a e 4.23.b.

A deformada inicial, registrada pelo defletômetro D2 tem a forma de duas


meias ondas longitudinalmente não simétricas (deslocamento máxima de 0,9 mm),
enquanto a deformada registrada pelo defletômetro D1 tem a forma de uma meia
onda simétrica com valores máximos de deslocamentos da ordem de 2,0 mm. O
mecanismo de colapso no modo distorcional coincide com a previsão numérica,
apresentando deformadas finais na forma de três meias ondas. Na zona da meia onda
central, os valores máximos dos deslocamentos registrados pelos defletômetros D1 e
D2 foram de 4,8 mm e de 2,2 mm, respectivamente. Da mesma forma que para o
corpo de prova CP-1560-6,0, a zona do colapso se encontra aproximadamente a 370
mm da extremidade inferior do corpo de prova. Nesta posição a seção se fechou de
forma rápida (ver Fotos - B.18, B.19(b) e B.20(b) no Anexo B), evidenciando um
colapso do tipo brusco, com valores máximos dos deslocamentos registrados pelos
defletômetros D1 e D2 de 0,7 mm e 1,0 mm, respectivamente. O corpo de prova
apresentou linhas de plastificação apenas no elemento b4.

(d) Força excêntrica corpo de prova CP-1560–14,0, figuras 4.24.a e 4.24.b.

Neste corpo de prova a deformada inicial registrada pelo defletômetro D2


apresentou a forma de três meias ondas longitudinalmente não simétricas, com valor
máximo de deslocamento de 0,4 mm na meia onda central.Já a deformada inicial
registrada pelo defletômetro D1 apresentou a forma de uma meia onda simétrica, com
valor máximo de deslocamento de 2,0 mm aproximadamente. O mecanismo de
colapso no modo distorcional apresentou deformada final na forma de três meias
ondas longitudinalmente não simétricas para a deformada registrada pelo defletômetro
D2 (coincidindo com a previsão numérica, e com um valor máximo de deslocamento
na meia onda central de 1,4 mm), e deformada na forma de uma meia onda não
simétrica para a registrada pelo defletômetro D1, com valor máximo de deslocamento
de aproximadamente 2,6 mm na região central. Nesta região a seção se abriu de
forma repentina, evidenciando um colapso do tipo brusco (ver Fotos - B.18, B.19(a) e
B.20(a) no Anexo B), e não apresentou linhas de plastificação nos elementos da seção
transversal.

86
Os corpos de prova do grupo CP-1560, para as quatro excentricidades de força
ensaiadas, apresentaram um modo distorcional com três meias ondas, coincidindo
com a previsão teórica. O corpo de prova CP-1560-0,0 (carregamento centrado), é
único com deformada inicial assimétrica e diferente quanto à forma dos demais
corpos de prova do grupo. No entanto, foi o único que apresentou deformada final
simétrica. Os demais corpos de prova apresentaram uma meia onda longa na região
central e duas meias ondas bem mais curtas nas regiões extremas,

De uma forma geral, neste grupo de perfis com comprimentos relativamente


longos, na zona onde se produz o mecanismo de colapso pode-se concluir o seguinte:

- Força centrada ou de excentricidade pequena (e=0,0 mm, e=6,0 mm): a


seção transversal se fecha de forma súbita durante o colapso.
apreciando-se a formação de linhas de plastificação nos elementos b2 e
b4 da seção transversal, o colapso é do tipo brusco.
- Força com grande excentricidade (e=10,0 mm): a seção transversal se
fecha de forma súbita durante o colapso, observando-se a formação de
linhas de plastificação apenas nos elementos b4 da seção transversal, o
colapso é do tipo brusco.
- Força com grande excentricidade (e=14,0 mm): a seção transversal se
abre de forma súbita durante o colapso, sem apresentar linhas de
plastificação nos elementos da seção transversal, o colapso é do tipo
brusco.
- Na zona do colapso, para as três primeiras excentricidades da força (0,0,
6,0, 10,0 mm) a seção se fecha, e se evidencia uma diminuição do
fenômeno da plastificação dos elementos da seção transversal à medida
que a excentricidade da força aumenta, chegando a plastificar apenas os
elementos b4 para a força com excentricidade de 10,0 mm.

Na região central dos corpos de prova foi observado o seguinte:

- Os valores dos deslocamentos máximos (que se encontram


aproximadamente à meia altura dos corpos de prova, na meia onda
central) no momento do colapso decrescem com o aumento da
excentricidade.

87
- Em todos os casos ensaiados, a seção a meia altura do corpo de prova
se abre. Esse fato nos permite concluir que, à medida que a
excentricidade da força aumenta, as deformadas finais de três meias
ondas vão sendo menos simétricas longitudinalmente, evidenciando uma
diminuição do comprimento das meias ondas dos extremos.

Nestes corpos de prova (grupo CP-1560), apesar de notar-se o mesmo


processo de aumento da porção da seção transversal que plastifica com a diminuição
da excentricidade da força, os colapsos observados foram mais bruscos do que os dos
grupos anteriores, evidenciando a influência da esbeltez da peça nas características
do colapso.

4.7.4 - Resumo dos Resultados dos Ensaios

Na Tabela 4.6 se pode apreciar como para os três grupos de corpos de prova,
seguindo uma tendência lógica, à medida que aumenta a excentricidade da força a

relação N u − exp / N cr também aumenta. Na mesma Tabela igualmente pode ser

observado um aumento da relação anterior ( N u − exp / N cr ) para corpos de prova com a

mesma excentricidade à medida que aumenta o comprimento. O aumento da relação


N u − exp / N cr indica um aumento da reserva de resistência pós-crítica.

De maneira geral, dos resultados experimentais obtidos nos ensaios realizados


nos três grupos de corpos de prova, foi observado o seguinte:

- A forma da deformada inicial não influencia o modo de flambagem.


- Para os corpos de prova com comprimentos curtos (L=760 mm) e com
força centrada ou força com pequena excentricidade (e=6,0 mm), na
região onde se produz o mecanismo de colapso a seção transversal se
abre de forma lenta, apresentando linhas de plastificação em alguns
elementos e evidenciando um colapso do tipo suave.
- Comportamento análogo ao descrito anteriormente apresentam os
corpos de prova com comprimento mediano (L=1160 mm), para a força
centrada.
- Para corpos de prova de qualquer comprimento com forças com grandes
excentricidades (e=10,0 mm e e=14,0 mm), se a seção transversal se
abre de forma súbita na região do mecanismo de colapso, não se produz

88
plastificação nos elementos da seção transversal e o colapso é de tipo
brusco.
- Para qualquer excentricidade ou comprimento, sempre que a seção
transversal se fecha na zona do mecanismo de colapso, se produzirá
plastificação apenas dos elementos b2 e / ou b4 da seção transversal
(dependendo do comprimento e da excentricidade da força, ver tabela
4.7) e o colapso será do tipo brusco.
- Da analise dos corpos de prova nos quais a seção transversal se fecha
durante o colapso (ver Tabela 4.7), como era esperado, ficou evidente
que a excentricidade da força e o comprimento da barra exercem
influência na porção dos elementos da seção transversal (lados b1, b2, e
b4) que plastificam, sendo maior a plastificação da seção transversal à
medida que o comprimento e a excentricidade da força diminuem.
- Á medida que aumenta o comprimento do corpo de prova e/ ou a
excentricidade da força na direção positiva do eixo x (se afastando do
centro de cisalhamento), no momento do colapso os perfis apresentam
tendência de acentuar a instabilidade elástica na região dos
enrijecedores adicionais da seção (lado b4), reduzindo assim o
desenvolvimento de charneiras plásticas na formação do mecanismo de
colapso.

A tabela 4.7, apresentada a seguir, resume os tipos de colapsos produzidos


nos diferentes corpos de prova.

Tabela 4.7 Resumo dos tipos de colapso.

Comprimento e = 0.0 mm e = 6.0 mm e = 10.0 mm e = 14.0 mm


)-(
(x) (x) (-)
L1=760 mm
b1 e b2 b1 e b2 b2 e b4
)-( )-(
(x) (-)
L2=1160 mm
b1 e b2 b2 e b4 b4
)-( )-( )-(
L3=1560 mm (-)
b2 e b4 b2 e b4 b4

Legenda:
(x) -- a seção se abriu apresentando colapso suave.
(-) -- a seção se abriu apresentando colapso brusco.
)-( -- a seção se fechou apresentando colapso brusco.
b -- elementos da seção transversal (lados b1, b2 e b4) que apresentam linhas de
plastificação no momento do colapso.

89
4.8 - Análise da Resistência com Base nos Resultados Experimentais

Neste item são apresentados os resultados da estimativa da força normal de

compressão solicitante ( N cS , força última teórica ou força resistente da barra). Para

isso, foram utilizadas as expressões adotadas pela Norma Brasileira NBR 14762
(2001) em suas epígrafes 7.7, 7.8 e 7.9. Serão também apresentadas Tabelas com os
resultados das aplicações destas formulações, e comparações com os resultados
experimentais obtidos nos corpos de prova ensaiados.

Devido à presença das placas de resina nas extremidades dos corpos de


prova, e à presença das rótulas esféricas, no cálculo das forças últimas teóricas
considerou-se que os perfis tinham as extremidades impedidas ao empenamento e
livres para a flexão em torno dos eixos x e y. Portanto, o coeficiente de flambagem por
torção adotado, em relação do eixo z, foi Kt = 0,5. Os coeficientes de flambagem por
flexão, em relação dos eixos x e y, foram adotados como Kx = 1,0 e Ky = 1,0.

No cálculo dos valores da força normal de compressão solicitante, N cS , foi


utilizada a expressão de interação para barras submetidas à flexão composta,
segundo o item 7.9 da NBR 14762 (2001). Essa expressão para a força excêntrica na
direção positiva do eixo de simetria x, e mantendo a excentricidade fora do eixo de
simetria nula (ver figura 4.29), fica como:

N cS C my N cS e
+ ≤ 1 .0 (4.1)
N cR  N cS 
1 −  M yR
 N ky 

z
N
y

ex

Figura 4.25 - Perfil com força excêntrica na direção positiva do eixo x (e>0,0)

90
onde:
e - excentricidade da força na direção positiva do eixo x.
Cmy - coeficiente de equivalência de momentos na flexão composta, em relação
ao eixo y.
N cS e N cR - forças normais de compressão solicitante e resistente, respectivamente.

M yR - momento fletor resistente em relação ao eixo y.

Devemos observar que os valores de força normal resistente e solicitante, N cR

e N cS , não são afetados pelos coeficientes de segurança usualmente recomendados

para situações de projeto (γ=1,0).

A estimativa da força normal de compressão resistente para barras submetidas


à compressão centrada, N cR , (NBR14762, 2001, item 7.7), segundo o modo de

flambagem esperado, pode ser feita por meio da equação 4.2, para o modo de
flambagem distorcional, ou pela equação 4.3, para os modos de flambagem por
flexão, torção ou flexo-torção.

N cR = A f y ρ dist − Modo Distorcional (4.2)

N cR = Aef f y ρ − Modo Global de Flexão ou Flexo − Torção (4.3)

O cálculo da força normal de compressão resistente N cR , para os corpos de

prova sujeitos aos efeitos da flambagem distorcional (equação 4.2), foi feito com as
expressões adotadas no item 7.7.3 da NBR14762 (2001) e apresentadas a seguir:

ρ dist = 1 − 0.25 (λdist ) 2 λdist < 1.414 (4.4)

ρdist = 0.0055 [λdist − 3.6] 2 + 0.237 1.414 ≤ λdist < 3.6 (4.5)

fy
λdist = (4.6)
σ dist

onde:
A - área bruta da seção transversal da barra.
λdist - índice de esbeltez reduzido referente á flambagem por distorção.

σ dist - tensão convencional de flambagem elástica por distorção para barras

submetidas a compressão centrada.

91
As equações 4.4 e 4.5 representam a curva de resistência de colunas adotada
pela norma brasileira NBR 14762 (2001) para o dimensionamento de barras
submetidas à flambagem distorcional na compressão centrada. Esta curva foi
originalmente proposta por Hancock e outros autores em 1994 (HANCOCK, 1994),
sendo que a primeira parte da curva, representada pela equação 4.4, é baseada na
parábola de Johnston (GALAMBOS, 1988), enquanto a segunda parte da curva
(equação 4.5) foi obtida de um ajuste parabólico feito a partir de resultados
experimentais obtidos por KWON e HANCOCK (1992).

Já a força normal de compressão resistente, N cR , devida à flambagem da barra

por flexão, torção ou flexo-torção (equação 4.3), deve ser calculada pelas expressões
adotadas no epígrafe 7.7.2 da NBR14762 (2001) e apresentadas a seguir:

1
ρ= ≤ 1.0 (4.7)
β + β 2 − λo

[
β = 0.5 1 + α (λo − 0.2) + λo 2 ] (4.8)

Aef f y
λo = (4.9)
Ne

onde:
ρ - fator de redução associado à flambagem global
α - fator de imperfeição inicial associado às curvas a, b, c e d inseridas na Norma
Brasileira NBR14762 [2001].
λo - índice de esbeltez reduzido para barras comprimidas.
Aef - área efetiva da seção transversal da barra, calculada com base nas larguras
efetivas dos elementos.
Ne - força normal de flambagem elástica da barra, calculada de acordo com a
geometria da seção transversal.

Para perfis monossimétricos, como os analisados em nosso trabalho, onde o


eixo x é o eixo de simetria, a força normal de flambagem elástica Ne deve ser adotada

associada ao modo global crítico da viga-coluna, N ky ou N ext , flambagem por flexão


ou por flexo-torção da barra. As expressões clássicas das forças de flambagem da
coluna estão apresentadas a seguir.

92
π 2E I
N ky = (4.10)
(K y Ly ) 2

  2 
  xo   
4 N kx N et 1 −   
  
  
N kx + N et 1 − 1 −   ro   
N ext = (4.11)
 2
  N kx + N et 
 xo   
2 1 −  
r 

  o   
   
π 2EI
N kx = (4.12)
( K x Lx ) 2

1 π 2 E Cw 
N et =  + G It  (4.13)
ro  K t Lt 

onde:
xo - coordenada do centro de torção na direção do eixo principal, em relação ao
centróide da seção.
ro - raio de giração polar da seção bruta em relação ao centro de torção.

K t - coeficiente de flambagem por torção em relação do eixo z.

K t Lt - comprimento efetivo de flambagem por torção. Quando não houver garantia de


impedimento ao empenamento, deve-se tomar kt igual a 1,0.
K x e K y - coeficientes de flambagem em relação aos eixos x e y respectivamente.

N et e N etx - forças normais de flambagem elástica por torção e flexo-torção.

N kx e N ky - forças normais de flambagem elástica por flexão em relação ao eixos x e y.

Para a obtenção do momento fletor resistente da seção em relação do eixo y,


M yR , deve-se utilizar o menor dos valores obtidos com as equações 4.14 ou 4.15,

mostradas a seguir, e também adotadas pela NBR14762 (2001) no item 8.7.1.

M yR = Wef f y (4.14)

onde:
M yR - momento fletor resistente devido ao inicio de escoamento da seção efetiva.

Wef - módulo elástico de resistência da seção efetiva, calculada com base nas

larguras efetivas dos elementos, com σ calculada para o estado limite de


escoamento da seção.

93
M yR = Wc f y ρ dist ( f ) (4.15)

ρ dist ( f ) = 1 − 0.25 (λdist ( f ) ) 2 λ dist ( f ) < 1.414 (4.16 )

1
ρ dist ( f ) = λdist ( f ) ≥ 1.414 (4.17 )
λ dist ( f ) 2

fy
λdist ( f ) = (4.18 )
σ dist ( f )

onde:
M yR - momento fletor resistente para barras sujeitas à flambagem por distorção.

Wc - módulo elástico de resistência da seção bruta em relação à fibra comprimida.


λ dist ( f ) - índice de esbeltez reduzido referente á flambagem por distorção para
elementos submetidos a flexão.

σ dist( f ) - tensão convencional de flambagem elástica por distorção para barras

submetidas a flexão, calculada pela teoria da estabilidade elástica.

O cálculo dos valores da força normal de compressão solicitante teórica, N cS

( N cS ( AD) , N cS(MEF) , N cS (FT ) e N cS (RD) ), foi feito de duas maneiras:

(a) Mediante a aplicação da equação de interação 4.1

• N cS ( AD) - esta força foi calculada utilizando na equação 4.1 os valores da força

normal de compressão resistente, N cR ( resistência à compressão centrada no

modo distorcional, equação 4.2), obtidos com auxilio da tensão critica distorcional

σ dist oriunda do Anexo D da NBR 14762, e como valor de momento fletor

resistente, M yR , o momento devido ao inicio de escoamento da seção efetiva

(equação 4.14).
• N cS(MEF) - esta força foi calculada utilizando na equação 4.1 os valores da força

normal de compressão resistente, N cR ( resistência à compressão centrada no

modo distorcional, equação 4.2), obtidos com auxilio de valores mais refinados da

tensão critica distorcional σ dist oriunda do MEF, e como valor de momento fletor

resistente, M yR , o momento fletor para barras sujeitas à flambagem por distorção

94
(equação 4.15), calculado com os valores de σ dist( f ) obtidos com a utilização do

MEF, para a condição de barras submetidas à flexão com o empenamento


impedido nas extremidades
• N cS (FT ) - esta força foi calculada utilizando na equação 4.1 os valores força da

normal de compressão resistente, N cR ( resistência à compressão centrada,

equação 4.3), devida à flambagem da barra por flexão, torção ou flexo-torção


segundo a NBR 14762, e como valor de momento fletor resistente, M yR , o

momento devido ao inicio de escoamento da seção efetiva (equação 4.14).

(b) Mediante a utilização do das equações 4.2, 4.4, 4.5 e 4.6, expressões da
curva
de resistência da NBR 14762 para a flambagem distorcional
(Método da Resistência Direta).

• N cS (RD) - Esta força foi calculada substituindo os valores da tensão crítica

distorcional σ dist (para cada excentricidade da força) oriunda do MEF nas

equações 4.2, 4.4, 4.5 e 4.6.

A tabela 4.8, e o fluxograma mostrado a seguir, apresenta um resumo das


forças anteriores, calculadas segundo a equação de iteração da NBR 14762 (2001) e
das equações do Método da Resistência Direta com auxilio dos resultados do MEF.

Tabela 4.8 Valores da força normal de compressão solicitante calculada segundo a

equação de interação 4.1, e segundo o Método da Resistência Direta:

Equação de Método da
Modo Via
Interação Resistência Direta

Anexo D (NBR 14762) N cS ( AD) _


Distorcional
MEF N cS(MEF) N cS (RD)

Flexão ou
NBR 14762 N cS (FT ) _
Flexo-torção

95
Equação de Interação segundo a NBR 12762(2001)

N cS Cmy N cS ex
+ ≤1,0
N cR  N cS 
1 −  M yR
 N ky 

N cR = A f y ρ M yR =W f y ρ

Modo Distorcional Modo Global Modo Global Modo Distorcional


fy Aef f y ρ =1,0 fy
ρ dist = f ( ) ρ =f( ) ρ dist ( f ) = f ( )
σ dist Net σ dist ( f )

N cS ( FT )

Métodos Diretos Métodos Numéricos Métodos Numéricos


σ dist do Anexo D da σ dist do MEF σ dist ( f )
do MEF
NBR/Lau e Hancock para ex = 0,0

N cS ( MEF )

N cS ( AD)

Método da Resistência Direta

Modo Distorcional
σ dist através do MEF para
N cS ( RD ) = A f y ρ dist fy
ρ dist = f ( ) ⇒ ex = 0,0 mm
⇒ σ dist ex = 6,0 mm
ex = 10,0 mm
ex = 14 0 mm

No caso do anexo D da NBR 14762 (2001), a formulação proposta oferece um

valor de σ dist válido para empenamento livre e que independe do comprimento da

96
peça. Portanto, no cálculo dos valores de N cS ( AD) nos corpos de prova dos três

grupos, foi utilizado praticamente o mesmo valor de tensão σ dist , pois o mesmo só

depende da geometria da seção transversal.

Por outro lado, o programa utilizado baseado no MEF (INOUE, 2002),


considera diferentes condições de empenamento nas extremidades, permitindo o
cálculo da força de flambagem para cada viga-coluna ensaiada, incluindo ainda os
efeitos da excentricidade da força de compressão.

Nas Tabelas 4.9.a e 4.9.b, para os três grupos de comprimentos ensaiados,


são apresentados os valores das diferentes forças utilizadas no cálculo das forças
normais de compressão resistentes, N cR , e dos momentos fletores resistentes em

relação ao eixo y, M yR . Deve-se destacar que as tensões utilizadas na Tabela 4.9.b

foram obtidas pelo MEF (INOUE, 2002), para a condição de força centrada e
empenamento impedido.

97
Tabela 4.9.a - Valores de forças e momentos envolvidos na obtenção de
N cR e M yR para calcular N cS ( AD) , empenamento livre. Tensão de flambagem no
modo distorcional usando o Anexo D da NBR 14762.
Corpos σdist Eq.4.2 Eq. 4.3
Nky Net Next NcR Eq. 4.14 Eq. 4.15 MyR
de Anexo D (MD) (MFT)
(kN) (kN) (kN) (kN) (N.m) (N.m) (N.m)
Prova (MPa) (kN) (kN)
CPT-760 266,24 1576,18 2735,73 1426,01 133,10 167,30 133,08 2711,92 2481,62 2481,62

CP-1160 263,15 686,28 1197,86 632,02 133,12 156,30 133,12 2742,75 2457,05 2457,05

CP-1560 258,83 374,28 658,18 347,22 131,65 140,08 131,65 2688,72 2395,75 2395,75
As diferenças nos valores da tensão distorcional são devidas a diferenças nas
dimensões das seções transversais dos corpos de prova.

Tabela 4.9.b - Valores de forças e momentos envolvidos na obtenção de N cR e


M yR para calcular N cS(MEF) , empenamento impedido. Tensão de flambagem no
modo distorcional segundo os resultados da analise pelo MEF.
Corpos σdist Eq.4.2 Eq. 4.3
Nky Net Next NcR Eq. 4.14 Eq. 4.15 MyR
de Anexo D (MD) (MFT)
(kN) (kN) (kN) (kN) (N.m) (N.m) (N.m)
Prova (MPa) (kN) (kN)
CPT-760 500,03 1576,18 2735,73 1426,01 162,30 167,30 162,27 2711,92 2481,62 2481,62

CP-1160 419,00 686,28 1197,86 632,02 156,75 156,30 156,30 2742,75 2457,05 2457,05

CP-1560 371,50 374,28 658,18 347,22 151,20 140,08 140,08 2688,72 2395,75 2395,75

98
Segundo pode ser observado na Tabela 4.9.b nos corpos de prova
pertencentes aos grupos CP-1160 e CP-1560, os valores da força normal de
compressão resistente N cR devida à flambagem global por flexo-torção (equação 4.3)
resultaram ligeiramente menores que os valores da força normal de compressão
resistente N cR devida à flambagem distorcional (equação 4.2), isso, segundo a NBR
14762 (2001) indica que, nestes grupos, os valores da força normal de compressão
solicitante N cS ( FT ) passaria a determinar o modo de colapso. Ou seja, para esses

corpos de prova o modo de colapso deveria ser o modo de flambagem por flexo-torção

( pois em todos esses casos a força de flambagem por flexo-torção, N etx , foi a menor
das três forças normais de compressão de flambagem elástica envolvidas no cálculo
de N cR equação 4.3). Mesmo assim, o modo de colapso experimental observado nos

ensaios destes corpos de prova foi o modo de flambagem distorcional, coincidindo


com a previsão dos resultados numéricos do MEF (INOUE, 2002), e indicando uma
vez mais o caráter aproximado dos resultados obtidos com as expressões empíricas
que aparecem nos códigos de projeto. Neste caso, a diferença poderia originar-se do
fato da norma brasileira não considerar nas equações a condição de empenamento
impedido nas extremidades da barra.

Nas Tabelas 4.10 e 4.11, mostradas a seguir, são apresentados os valores da


força normal de compressão solicitante N cS ( AD) , N cS (MEF) , N cS ( FT ) , obtidas com as

diferentes expressões utilizadas na equação de interação da NBR 14762 (2001)


(equação 4.2) segundo o fluxograma anterior. Também são apresentados os valores
da força N cS ( RD) segundo as expressões do Método da Resistência Direta, assim

como os valores da tensão crítica obtida mediante a aplicação do programa Shell


baseado no MEF (INOUE, 2002) para a condição de empenamento impedido nas
extremidades.

99
Tabela 4.10 - Valores calculados da força normal de compressão solicitante N cS ( AD) ,

N cS(MEF) , N cS (FT ) , segundo a equação de interação 4.1, (diferentes valores de σ dist

na equação 4.2); força N cS ( RD) segundo a equação 4.2 (curva de flambagem com

σ dist obtida do MEF) e das forças últimas experimentais.

Corpos de NcS (AD) NcS (MEF) NcS (FT) NcS (RD) Nu-exp σ dist
Prova (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) (MPa)

CP-760-0.0 133,10 162,30 167,30 162,30 183,10 500,50


CP-760-6.0 102,60 115,94 121,35 152,27 182,40 383,61
CP-760-10.0 87,84 96,02 101,18 146,86 172,60 338,29
CP-760-14.0 76,90 82,10 86,92 140,82 159,00 302,11
CP-1160-0.0 133,13 156,75 156,30 156,75 205,00 418,98
CP-1160-6.0 100,58 109,50 112,62 144,60 177,20 326,77
CP-1160-10.0 85,77 90,52 94,30 135,07 180,00 267,21
CP-1160-14.0 75,00 77,50 81,43 125,77 148,00 239,59
CP-1560-0.0 131,65 151,20 140,08 151,00 162,80 371,49
CP-1560-6.0 95,92 101,50 100,00 133,35 162,80 266,13
CP-1560-10.0 81,30 83,76 84,11 125,61 150,00 234,85
CP-1560-14.0 71,00 71,83 73,11 114,73 135,00 204,94
Legenda:
Os valores sublinhados são resultados experimentais discordantes.

À exceção dos corpos de prova CP-1160-0,0 e CP-1160-10,0, para os quais

obtiveram-se valores de forças experimentais N u − exp discrepantes (ver valores


sublinhados na Tabela 4.10), a utilização da equação de interação, equação 4.1 para as
forças N cS(MEF) , mostra diferenças com relação aos valores experimentais, da ordem

de 50 % a 94 % para as forças excêntricas. Para a força centrada as diferenças variam

entre 8 e 13 %, (ver N u − exp / N cS(MEF) , penúltima coluna na Tabela 4.11, mostrada a


seguir).

100
Tabela 4.11- Valores das forças de compressão solicitantes N cS(MEF) , segundo a

equação de interação 4.1, (diferentes valores de σ dist na equação 4.2); força N cS ( RD)

segundo a equação 4.2 (curva de flambagem com σ dist obtida do MEF). Relações

entre as forças anteriores e as forças últimas experimentais.


Corpos de NcS (MEF) NcS (RD) Nu-exp Nu-exp / [1] Nu-exp / [2]
Prova (kN) [1] (kN) [2] (kN (MEF) (RD)

CP-760-0.0 162,30 162,30 183,10 1,128 1,128


CP-760-6.0 115,94 152,27 182,40 1,573 1,198
CP-760-10.0 96,02 146,86 172,60 1,798 1,175
CP-760-14.0 82,10 140,82 159,00 1,937 1,129
CP-1160-0.0 156,75 156,75 205,00 1,308 1,308
CP-1160-6.0 109,50 144,60 177,20 1,618 1,225
CP-1160-10.0 90,52 135,07 180,00 1,989 1,333
CP-1160-14.0 77,50 125,77 148,00 1,910 1,177
CP-1560-0.0 151,20 151,0 162,80 1,077 1,078
CP-1560-6.0 101,50 133,35 162,80 1,604 1,221
CP-1560-10.0 83,76 125,61 150,00 1,791 1,194
CP-1560-14.0 71,83 114,73 135,00 1,879 1,177

Excetuando os valores experimentais discrepantes, observou-se que, para todos


os comprimentos analisados, as diferenças entre os valores da força N cS (MEF) , e da

força experimental N u − exp , são aproximadamente da ordem de 10% para a força

centrada, e da ordem de 20% para as forças excêntricas (ver N u − exp / N cS ( RD) , última
coluna na Tabela 4.11), podendo-se apreciar que existe uma melhor correspondência
entre os resultados experimentais e os resultados anteriores obtidos para a
força N cS ( RD) . Verificamos portanto que a metodologia adotada permite a obtenção de

valores de força última distorcional bastante razoável, com uma margem de segurança

com relação à força última experimental N u − exp , inclusive nos casos de peças

submetidas à compressão excêntrica e sujeitas à flambagem distorcional.

Nas Figuras 4.24 a 4.27 apresentam-se diferentes curvas de resistência relativa


( Nu N y ) x esbeltez relativa da seção transversal ( λdist ), sendo esta última calculada

para diferentes valores de tensão de flambagem distorcional σ dist .

101
Nestas figuras, para cada um dos três comprimentos analisados, apresentam-se
quatro valores que representam as distintas excentricidades da força adotadas nos
ensaios.

1.200

NcS(MEF σdist = 500.5 MPa, L = 760 mm, e =0,0 mm


1.000
NcS(MEF) σdist = 419.0 MPa, L = 1160 mm, e =0,0 mm
NcS(MEF) σdist = 371.5 MPa, L = 1560 mm, e =0,0 mm
NcS (AD) / N y , NcS (MEF) / N y

0.800
NcS(AD) σdist = 266.2 MPa , L = 760 mm, e =0,0 mm
NcS(AD) σdist = 263.1 MPa , L = 1160 mm, e =0,0 mm L = 760 mm
e = 6.0 mm NcS(AD) σdist = 259.0 MPa , L = 1560 mm, e =0,0 mm
0.600 L = 1160 mm

e = 10.0 mm
Curva de Resistencia da NBR, L = 1560 mm
e = 14.0 mm compressão simples e flexão simples
0.400

NcSd(MEF)
NcSd(MEF)
0.200

0.000
0.000 0.500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000
0,5
λdist = (fy /σdist )

Figura 4.26 - Curva de resistência de colunas segundo a NBR 14762 (2001),


Valores de N cS ( AD) / N y e N cS (MEF) / N y .

Na Figura anterior, para a força centrada, pode-se observar que com a


utilização da força de compressão solicitante, N cS(MEF) , calculada com a tensão

distorcional obtida pelo MEF para cada um dos três corpos de prova (CP-760-0,0, CP-
1160-0,0, e CP-1560-0,0), obtiverem-se valores maiores em um 18, 15 e 12% para os
comprimentos L=760 mm, L=1160 mm e L=1560 mm, respectivamente, do que
aqueles calculados com a força de compressão solicitante, N cS ( AD) , que foi obtida

com um valor único de tensão distorcional para os três comprimentos de corpos de


prova, segundo o Anexo D da NBR 14762 [2001]. Também pode ser observado que
as diferenças anteriores vão diminuindo a medida que aumentam a excentricidade da
força e o comprimento da peça,

Na mesma Figura 4.26, para os casos de força excêntrica, observa-se que


para ambas forças normais de compressão solicitante ( N cS ( AD) , N cS(MEF) ), os

valores caem de forma rápida abaixo da curva de resistência adotada pela NBR
14762 (2001), o que nos leva a concluir que nas barras submetidas à flexão composta

102
e sujeitas à flambagem por distorção, a utilização da equação de interação (equação
4.1) adotada pela NBR 14762 (2001) em seu epígrafe 7.9 oferece resultados muito
conservadores.
( ç p , )
1,200

1,000

Valores
experimentais

0,800

L = 760 mm
Nu-exp. / Ny

0,600 L = 1160 mm
Curva de Resistencia da
NBR 14762,
L = 1560 mm
compressão simples e / ou
flexão simples
0,400

0,200

0,000
0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500 3,000 3,500 4,000
0,5
λdist (fy/σdist)

Figura 4.27 - Curva de resistência de colunas segundo a NBR 14762 (2001), para
barras submetidas a compressão simples e / ou flexão simples com flambagem
distorcional, Valores de N u − exp . / N y .

Na Figura 4.27 podem ser observados os valores da força última experimental


N u − exp , e a curva de resistência adotada pela NBR14762 (2001) em seu epígrafe
7.7.3 para barras submetidas à compressão centrada, ou à flexão simples e sujeitas à
flambagem por distorção, De acordo com os resultados apresentados podemos
concluir que as expressões utilizadas para obter a força de compressão solicitante
N cS ( RD) (equações 4. 2, 4.4, 4.5 e 4.6) podem ser utilizadas para calcular a força
normal solicitante em barras submetidas à flexão composta e sujeitas à flambagem por

distorção, sempre que o valor da tensão de flambagem distorcional σ dist (utilizada

para calcular o índice de esbeltez relativa λdist ) seja calculada para valores precisos,

ou seja, através da teoria da estabilidade elástica, ou de métodos numéricos que


levem em conta o comprimento da barra, assim como as condições reais de
extremidade e carregamento da barra.

103
Da figura 4.26 pode-se concluir que as diferenças entre as relações das

forças, N cS ( AD) / N y e N cS (MEF) / N y , estão dadas pelo seguinte:

(a) As expressões adotadas pela norma brasileira NBR 14762 em seu Anexo D para
calcular a força normal de compressão solicitante, N cS ( AD) , são só validas para

barras com condições de extremidade de empenamento livre, enquanto a força normal


de compressão solicitante, N cS(MEF) , foi calculada levando em conta as condições de

extremidades reais que tinham os corpos de prova ensaiados, neste caso condições
de empenamento impedido.

(b) Outra fonte de diferenças está no fato de se utilizarem valores diferentes de


tensão para a condição de carregamento centrado, ou seja, por se utilizar o mesmo
valor de tensão para os diferentes comprimentos ao calcular N cS ( AD) , enquanto para

o cálculo de N cS(MEF) são utilizados valores de tensões diferentes para cada

comprimento.

Também da análise das figuras anteriores pode ser observado que nos casos
de perfis com carregamento excêntrico e sujeitos à flambagem distorcional, a
capacidade resistente da barra (a força normal de compressão solicitante) calculada
com a equação 4.1 da NBR 14762 (2001), cai muito abaixo da curva de resistência
adotada pela mesma norma, indicando que para as condições anteriores a utilização
da equação (4.1) oferece valores de força muito conservadores com relação à dita
curva de resistência, e com relação aos valores de força experimental. Estes últimos, a
exceção dos valores discordantes, vão acompanhando a curva de resistência,
encontrando-se sempre acima da mesma aproximadamente com uma margem de 10
% para a força centrada, e de 20% para a força excêntrica (ver Tabela 4.11,

N u − exp / N cS ( RD) , última coluna).

A seguir são apresentados gráficos que representam a relação entre a força

última experimental N u − exp e as forças N cS(MEF) , N cS ( RD) e N cr .

104
1.2

0.8

e = 0.0 mm
Nu-exp / Ny

e = 6.0 mm
0.6
e = 10.0 mm
e = 14.0 mm

0.4

0.2

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
NcS (MEF) / Ny

Figura 4.28 - Relação entre a força última experimental N u − exp / N y


e a força última teórica N cS(MEF) / N y .

1.2

0.8

e = 0.0 mm
Nu-exp / Ny

e = 6.0 mm
0.6
e = 10.0 mm
e = 14.0 mm

0.4

0.2

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
NcS (RD) / Ny

Figura 4.29 - Relação entre a força última experimental N u − exp / N y


e a força última teórica N cS ( RD) / N y .

105
1.4

1.2

1
Nu-exp. / NcS(RD)

0.8 e = 0.0 mm
e = 6.0 mm
e = 10.0 mm
0.6 e = 14.0 mm

0.4

0.2

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
λdist (fy/σdist)0,5

Figura 4.30 - Relação entre a força última experimental, N u − exp , e a força normal de
compressão solicitante N cS ( RD)

Nas figuras 4.29 e 4.30 pode-se observar que são obtidos melhores resultados
e com boa margem de segurança com relação à força última experimental, para a
força N cS ( RD) , quer dizer, utilizando os valores de tensão crítica distorcional

fornecidos pelo MEF para cada corpo de prova (levando em conta excentricidade da
força e comprimento da barra), nas expressões adotadas pela NBR 14762 (2001) em
seu item 7.7.3 (equações 4.2, 4.4, 4.5, e 4.6), para o cálculo da força normal de
compressão resistente N cR nas barras sujeitas à flambagem por distorção e
submetidas à compressão centrada.

Os resultados anteriores devem-se ao fato das equações que definem as


curvas de resistência à flambagemdistorcional, tanto para barras submetidas à
compressão centrada quando para a flexão simples, serem coincidentes. Essas
curvas de resistência levam em conta a capacidade pós-crítica da barra e foram
calibradas a partir de resultados experimentais. Pode-se concluir então, que o Método
da Resistência Direta representa adequadamente o fenômeno da flexo-compressão
desde que se disponha de resultados da análise de estabilidade onde as condições de
extremidade e a excentricidade da carga estejam considerados. Pode-se, dessa

106
forma, dispensar as verificações mediante a superposição dos efeitos da compressão
e da flexão analisados, tal como proposto pelas equações de interação.

Ainda na Figura 4.30 pode ser conferido o comentário feito em relação à tabela

4.11, com relação aos valores da relação entre as forças N u − exp / N cS ( RD) nos casos
de força centrada e de força excêntrica, os quais variam até 1,10 e 1,20,
respectivamente.

Na figura 4.31 são apresentados os resultados da força última experimental

N u − exp , da força última teórica N cS(MEF) (obtida através da equação de interação) e


da força última teórica N cS ( RD) (obtida através do Método da Resistência Direta),

demonstrando-se que a utilização da equação de interação adotada na NBR 14762


(2001) oferece resultados muito conservadores se comparados com os resultados
experimentais. O Método da Resistência Direta por outro lado, apresenta resultados
que se comparam satisfatoriamente com os resultados experimentais.
ç
1,2

Experimentáis
L=760 mm
e = 6.0 (Nu-exp.)
NcS (MEF) / Ny

1 L = 1160 mm
e = 10.0 mm (Nu-exp.)
e = 14.0 mm L =1560 mm
(Nu-exp.)
0,8

Eq. de Interação
L=760 mm
Nu-exp. / Ny , NcS (RD) / Ny e

(NcS(MEF))

0,6 L=1160 mm
(NcS(MEF))
L=1560 mm
0,4 (NcS(MEF))
L=760 mm
Resist. Direta

(NcS(RD).)

0,2 L=1160 mm
(NcS(RD).)
L=1560 mm
0 (NcS(RD).)

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Nu-exp * e / My , NcS (RD) * e / My e NcS (MEF) * e / My

Figura 4.31 – Curva de interação para as forças N u − exp e N cS(MEF) , parametrizada


com relação a N y para a compressão e M y para a flexão.

Dos resultados experimentais apresentados na figura anterior pode-se observar


que para pequenas excentricidades da força normal de compressão (menores e iguais
6,0 mm), o efeito da flexão praticamente não tem influência no comportamento de
barras submetidas à compressão excêntrica, enquanto para excentricidades da força
normal de compressão maiores do que 6,0 mm, à medida que a excentricidade da

107
força aumenta, os efeitos da flexão apresentam influência crescente importante no
comportamento das colunas.

Por outro lado, na figura anterior pode-se observar como os resultados obtidos
com a equação de interação, indicam uma forte influência dos efeitos da flexão, já
para pequena excentricidade (e = 6,0 mm).

1.4

1.2

e = 0.0 mm
0.8
Nu-exp / Ncr

e =6.0 mm

0.6 e = 10.0 mm

e = 14.0 mm
0.4

0.2

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
λdist (fy/σdist)0,5

Figura 4.32 - Relação entre a força última experimental N u − exp e força critica N cr

Na figura 4.32, é apresentada a relação N u − exp / N cr x λdist, observando-se


claramente que, à medida que a esbeltez relativa λdist aumenta se produz um aumento
da capacidade ou resistência pós-critica da barra devido ao aumento da relação
N u − exp / N cr . O aumento da esbeltez relativa, no caso estudado, é originado do
aumento do comprimento da barra e / ou da excentricidade da força. O aumento dos

valores da relação entre a força última experimental e a força crítica ( N u − exp / N cr )

indica de forma inequívoca, que as colunas mais esbeltas produziram um


comportamento pós-crítico mais acentuado.

108
CAPITULO 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusões

O objetivo principal no primeiro estagio do trabalho de pesquisa foi o de avaliar a


magnitude das tensões adicionais em vigas de paredes finas com seções transversais
abertas, devidas à torção não uniforme, assim como a influência da relação largura-
espessura das paredes no valor de ditas tensões adicionais.

Da análise dos resultados teóricos e experimentais obtidos para os elementos


estruturais do tipo viga com paredes finas e seções transversais abertas, submetidas a
forças transversais não alinhadas com o centro de cisalhamento, pode-se tirar as
seguintes conclusões:

• Foi observado e experimentalmente o efeito da torção nestes elementos


estruturais, quando as forças transversais não estão alinhadas com o centro de
cisalhamento.

• Foi observado experimentalmente o desenvolvimento de tensões longitudinais


adicionais normais à seção transversal, no elemento estrutural do tipo viga de
paredes finas e seção transversal aberta, devido à torção não uniforme.

• Foi igualmente comprovado com a análise paramétrico da relação largura-


espessura das paredes do perfil, que no valor total das tensões normais, a
parcela das tensões devidas ao bimomento (torção não uniforme) tem um
papel importante, podendo alcançar valores muito elevados para determinadas
situações (ver Figuras A.2 à A.7 no Anexo A).

• O estudo teórico da influência da relação largura-espessura das paredes


também permitiu compreender melhor a ocorrência de tensões normais com
valores maiores do que as previstas pela teoria elementar de flexão simples; e
a aparição de tensões de sinal contrário às esperadas em alguns pontos,
devido à torção não uniforme da viga sujeita a forças excêntricas em relação
ao centro de cisalhamento. Estas tensões normais adicionais somadas com as
tensões normais devidas à flexão podem levar à instabilidade a viga,
fundamentalmente à instabilidade por flambagem local ou distorcional,

109
devendo, portanto, ser consideradas no dimensionamento das vigas metálicas
formadas por perfis de paredes finas de seções abertas, nas quais ocorram
efeitos de torção não uniforme.

O objetivo principal no segundo estagio do trabalho de pesquisa foi o de


caracterizar e descrever o comportamento de perfis de chapa dobrada com seções do
tipo “rack”, sujeitos ao modo de flambagem distorcional com condições de extremidade
de empenamento impedido e carregamento de compressão excêntrica.

A investigação experimental realizada no Laboratório de Estruturas da


COPPE/UFRJ esteve dividida em três etapas, de acordo com os comprimentos dos três
grupos de corpos de prova ensaiados. As dimensões da seção transversal e o
comprimento dos corpos de prova foram definidos previamente com base em resultados
de estudos paramétricos realizados com auxilio dos programas computacionais Inslod e
Shell.

Da análise realizada com base no estudo dos fenômenos de estabilidade e


resistência e nos resultados experimentais obtidos dos corpos de prova ensaiados à
compressão excêntrica pode-se tirar as seguintes conclusões:

• Estabilidade:

1. Embora para alguns corpos de prova a força última experimental tenha


resultado inferior ao valor da força crítica teórica, observou-se
claramente em todos os ensaios que, antes do colapso dos corpos de
prova formava-se o modo de instabilidade por flambagem distorcional.
Isto veio a confirmar a previsão teórica-numérica e demonstrar a
existência de resistência pós-crítica nestes perfis, assim como
constatada a influência das imperfeições no comportamento dos
mesmos.

2. Para todos os ensaios dos corpos de prova foi comprovado que, à


medida que a excentricidade da força aumenta na direção positiva do
eixo x (afastando-se do centro de cisalhamento), no momento do
colapso, os perfis apresentam tendência de acentuar a instabilidade
elástica na região dos enrijecedores adicionais da seção, reduzindo
assim a contribuição da plasticidade na formação do mecanismo de

110
colapso. Nesses casos, observou-se que o mecanismo de colapso
ocorre com o “fechamento” brusco da seção transversal, configurando
um colapso do tipo catastrófico, com mudança brusca da forma.

. Resistência:
Na análise da resistência, a estimativa dos esforços últimos solicitantes foi
realizada utilizando as metodologias seguintes:

- Equação de interação para barras submetidas à flexo-compressão


segundo a NBR 14762 (2001).
- Método da Resistência Direta, proposto por Schafer e Pekoz (1998).

As expressões do Anexo D não contemplam o caso de perfis do tipo rack


submetidos à flambagem distorcional sob flexão no plano de simetria. Por esse motivo,
no cálculo da força solicitante N cS ( AD) , foi utilizado como valor de momento fletor

resistente na parcela da flexão na equação de interação o obtido mediante o MEF para


barras submetidas à flexão simples. A utilização desse valor de momento fletor resistente
obtido pelo MEF, ainda que não oferecendo resultados compatíveis para a força
N cS ( AD) , permitiu aferir os valores da dita força com os valores das outras forças
resistentes, e demonstra uma vez mais as limitações e a imprecisão dos métodos
aproximados, principalmente quando as seções transversais dos perfis tornam-se mais
complexas.

• Experimental: Além das conclusões dos resultados experimentais


apresentadas no item 4.7.4, concluiu-se que:

1. À exceção dos valores de força última que apresentaram grandes


desvios (corpos de prova CP-1160-0,0, e CP-1160-10,0), nos demais
corpos de prova ensaiados observou-se pouca dispersão dos resultados,
indicando que os procedimentos experimentais foram adequados.

2. À medida que aumenta o valor da esbeltez relativa (λdist), se produz um

aumento na relação N u − exp / N cr indicando um aumento da reserva de


resistência pós-critica, segundo pode ser observado na figura 4. 29.

111
Da análise e comparação entre os resultados experimentais e teóricos, sendo
esses últimos obtidos com a utilização de métodos numéricos (MEF, MFF) e métodos
diretos para o cálculo da estabilidade e da resistência dos perfis sob compressão
centrada ou excêntrica, pode-se concluir o seguinte:

(a) Segundo o esperado, a influência da excentricidade do carregamento é um fator


importante na viga coluna. Á medida que a excentricidade da força aumenta na direção
positiva do eixo x (se afastando do centro de cisalhamento), a força última teórica e a
força crítica diminuem. Os resultados experimentais confirmam essa tendência.

(b) O comprimento da viga coluna é igualmente determinante nos valores de força crítica
e de força última, evidenciando-se uma diminuição da resistência experimental com o
aumento da esbeltez da viga-coluna.

(c) A formulação proposta por LAU e HANCOCK (1987) e adotada pela NBR 14762
(2001) oferece um valor de tensão crítica distorcional muito próximo do valor mínimo
obtido pelos métodos numéricos para a condição carregamento centrado e de
extremidades da barra com empenamento livre. No entanto, a aplicação dessa
metodologia pode levar a resultados muito conservadores para os casos de comprimento
da barra diferente do comprimento critico, ou ainda para barras com condições de
extremidade com empenamento impedido (diferenças de 22 %, 18 % e 15 %, para os
comprimentos L=760 mm, L=1160 mm e L=1560 mm, respectivamente, para a relação
N cS ( MEF ) / N cS ( AD) na condição de carregamento centrado).

(d) Nos casos analisados na etapa experimental, a utilização da equação de iteração


adotada pela NBR 14762 (2001) (equação 4.19), para a análise da força última em perfis
com paredes finas e seção aberta, submetidos à compressão excêntrica e sujeitos à
flambagem distorcional, conduz a resultados muito conservadores.

(e) Para o estudo do fenômeno distorcional em perfis de chapa dobrada de seção aberta
do tipo “rack”, sempre que possível, deve-se calcular o valor da tensão crítica distorcional
através da teoria da estabilidade elástica, considerando as condições reais de
extremidade (empenamento livre ou impedido) e de excentricidade do carregamento.

(f) Nas seções analisadas com os dois métodos diretos de análise da estabilidade
distorcional, observou-se que as expressões de Schafer oferecem um valor de tensão

112
cerca de 10% maior do que Lau e Hancock. Portanto quando não é possível a utilização
dos programas computacionais, ou para cálculos manuais simples em perfis que
cumpram com as condições de extremidades com empenamento livre, embora o
resultado seja conservador, consideramos que deva ser utilizada a formulação de Lau e
Hancock (Anexo D da NBR 14762), pois oferece o valor limite inferior.

(g) Para avaliar a força resistente em perfis de seção transversal aberta, submetidos a
carregamento excêntrico, também podem ser utilizadas as expressões da epígrafe 7.73
da NBR 14762 (2001) (expressões da curva de resistência adotada para a flambagem
distorcional), sempre que o valor da tensão distorcional seja calculado através da teoria
da estabilidade elástica levando em conta a excentricidade da força e as condições reais
de extremidade do perfil.

(h) Foi comprovado que, para barras com esbeltez mediana e grande, com a utilização
do programa baseado no MFF (NAGAHAMA, 2000), podem ser obtidos resultados
praticamente iguais aos obtidos com o MEF (INOUE, 2002), de uma forma mais simples
e com um esforço computacional menor.

(i) Para a avaliação da resistência de perfis sob compressão excêntrica, a utilização de


tensão de flambagem elástica distorcional, associada às expressões da NBR 14762
(2001) para compressão simples, conduzem a resultados satisfatórios se comparados
com os resultados experimentais.

(j) A utilização da tensão elástica de flambagem distorcional da seção completa (obtida


mediante o MFF ou MEF) nas equações da flambagem distorcional adotadas pela NBR
14762 facilita os cálculos de barras com seções transversais de geometrias diversas,
permitindo levar em conta a interação entre as paredes da seção transversal do perfil.

5.2 Conclusões Principais do Trabalho

5.2.1-) Análise Experimental

Dos resultados experimentais apresentados no item 4.7.4, assim como do


resumo dos tipos de colapso que se produziram nos diferentes corpos de prova,
conforme apresentado na tabela 4.7 (a qual está representada a seguir), podemos tirar
a seguinte conclusão:

113
a -) Na Tabela é observada uma tendência clara de colapso do tipo “suave” nos quais
a seção transversal do corpo de prova se abre de forma lenta na região do mecanismo
de colapso. Esse fenômeno foi observado:
- Nos corpos de prova com comprimentos curtos (L=760 mm), para força
centrada e para força com pequenas excentricidades (e=0,0 mm e e=6,0
mm).
- No corpo de prova com comprimentos mediano (L=1160 mm), para a
força centrada (e=0,0 mm).

b -) Na mesma Tabela é igualmente observada a tendência de se produzir colapsos


do tipo “brusco” (células sombreadas) :
- Nos corpos de prova com comprimentos curtos (L=760 mm), para forças
com grandes excentricidades (e=10,0 mm e e=14,0 mm).
- Nos corpos de prova com comprimentos medianos (L=1160 mm), para
forças com pequenas e grandes excentricidades (e=6,0 mm, e=10,0 mm
e e=14,0 mm).
- Nos corpos de prova com comprimentos longos (L=1560 mm) para todos
os casos forças centrada e excêntrica.
b.1-) No colapso do tipo brusco, a seção transversal do corpo de prova pode abrir o
fechar de forma súbita no momento do colapso, podendo-se comprovar o seguinte:

- O corpo de prova CP-1160-10 apresentou mecanismo de colapso


abrindo a seção, diferentemente do que se poderia esperar, se
observamos a tendência indicada na tabela 4.7. Esse comportamento
pode ser explicado se observamos que a imperfeição inicial,
correspondente ao modo de distorção com uma meia onda “abrindo” a
seção, apresentara a maior amplitude máxima (da ordem de 3 mm), se
comparada com os demais corpos de prova.
- Na tabela 4.7 se constata uma tendência clara de desenvolvimento do
modo distorcional com “fechamento” da seção, de modo “brusco”,
conforme aumenta o comprimento da barra e a excentricidade da força
(em direção ao enrijecedor adicional). Esse comportamento é
acompanhado de mecanismo plástico nos elementos de placa, com a
formação de linhas de plastificação (charneiras) nos elementos b2 e b4 e,
para as maiores excentricidades da força de compressão, apenas em b4.
- Nos casos em que a seção transversal se abriu (acompanhado de
colapso brusco), não se registrou a formação de mecanismo de plástico

114
nos elementos de placa (sem formação de charneiras plásticas). Nesses
casos (CP-760-14, CP-1160-10 E CP-1560-14), após a retirada da força
de compressão, a forma original do perfil foi praticamente inteiramente
recuperada, indicando portanto um mecanismo de flambagem elástica.

Tabela 4.7 Resumo dos tipos de colapso.


Comprimento e = 0.0 mm e = 6.0 mm e = 10.0 mm e = 14.0 mm
(x) (x) )-(
760 (-)
b1 e b2 b1 e b2 b2 e b4
(x) )-( )-(
1160 (-)
b1 e b2 b2 e b4 b4
)-( )-( )-(
1560 (-)
b2 e b4 b2 e b4 b4

Legenda:
(x) -- a seção se abriu apresentando colapso suave.
(-) -- a seção se abriu apresentando colapso brusco.
)-( -- a seção se fechou apresentando colapso brusco.
b -- elementos da seção transversal (lados b1, b2 e b4) que apresentam linhas de
plastificação no momento do colapso.

5.2.2-) Análise da Resistência

Da comparação das forças obtidas com o Método da Resistência Direta

( N cS ( RD) ), com os resultados das forças experimentais ( N u − exp ), pode-se tirar a

seguinte conclusão:

a -) Nos casos de peças submetidas à compressão excêntrica e sujeitas à


flambagem distorcional, a utilização do Método da Resistência Direta oferece valores
de força última ( N cS ( RD) ) bastante razoável e com uma margem de segurança com

relação à força última experimental ( N u − exp ), sempre que sejam utilizadas curvas de

resistência que levem em conta a resistência pós-crítica (e tenham sido muito bem
calibradas com ajuda de resultados experimentais), nas quais sejam substituídas as
tensões ou cargas de flambagem obtidas através da teoria da estabilidade ou do MEF.

115
5.3 - Recomendações para a Continuidade da Linha de Pesquisa

Considerando as dificuldades e limitações apresentadas na etapa experimental, assim


como os resultados obtidos na realização dos ensaios, para trabalhos futuros se
propõe o seguinte:

(a) Realizar uma maior quantidade de ensaios, analisando um número maior de


excentricidades que permita validar casos de esbeltezas relativas (λdist) maiores do que
1,41, para se poder chegar a conclusões mais confiáveis.

(b) Analisar o efeito da excentricidade para casos nos quais a força se aproxima do
centro de cisalhamento (e< 0,0).

(c) Analisar o efeito da dupla excentricidade em relação ao centro de cisalhamento.

(d) Realizar ensaios em estruturas compostas por perfis rack, incorporando os efeitos da
continuidade e ligações entre barras verticais, horizontais e diagonais de travamento.

(e) Aplicação do MEF para a análise do comportamento inelástico dos perfis rack sob
compressão excêntrica, de modo a aprimorar a compreensão da formação dos
mecanismos de colapso.

(f) Utilização de ferramenta numérica que permita a analise da influência das


imperfeições geométricas iniciais na flambagem distorcional, e na capacidade resistente.

(g) Prever instrumentação que permita medições em vários pontos dos perfis durante os
ensaios, tendo em vista identificar a possível influência de outros modos de flambagem.

116
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de Perfis Metálicos’’, Tese de Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, Fev.

Vazquez, E. G. (2002), ‘’Análise Teórica e Experimental da Instabilidade Torcional de


Perfis Formados a Frio sob Compressão Centrada’’, Tese de Doutorado,
COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, Maio.

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Von Karman, T., Sechler, E.E. e Donnell, L.H. (1932). “The Strength of Thin Plates in
Compression”, Transactions of the ASME, v. 54, MP 54 - 5.

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Cornell University.

Winter, G. (1943). ‘’Tests on Light Studs of Cold-Formed Steel’’, Second Summary


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Young, B., K., J., R. Rasmussen, (1999). ‘’Behavior of Cold-formed Singly Symmetric
Columns’’. Elsevier, Febreiro, pp 83-102.

124
Anexo – A

Viga de Seção Cartola Submetida à Flexão com Torção

Foto A.1 - Seção Instrumentada próximo do apoio.

Foto A.2 - Seção instrumentada no meio do vão.

125
Foto A.3 - Sistema de Carregamento.

Foto A.4 - Defletômetros para a Medição das Rotações de Torção no meio do vão.

126
Foto A.5 - Aditamentos do sistema de apoio para impedir as rotações,

chapas de aço para impedir o empenamento.

P
6
Seção 1 Seção 2
instrumentada instrumentada 4
P 5
x
44 mm 360 mm
CC CG
600 mm 600 mm 2
3
300 mm 300 mm XC XG
1
e

(a) (b)

Figura A.1 - (a) Dimensões da viga, posição das seções instrumentadas e das cargas,
(b) Pontos nodais da seção transversal, posição do centro de cisalhamento e centro de
gravidade.

127
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5

-5

-10
Tensões normais (Mpa)

Tensões de
Flexão
-15
Tensões de
Bimomento
-20

Tensões
Totais
-25

-30

-35
Espessura (mm)

Figura A.2 - Influência da espessura das paredes no valor


das tensões normais, seção 1 (nó 6).

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5

-10

-20

-30
Tensões normais (Mpa)

Tensões de
Flexão
-40
Tensões de
Bimomento
-50

Tensões Totais
-60

-70

-80

-90
Espessura (mm)

Figura A.3 - Influência da espessura das paredes no valor


das tensões normais, seção 1 (nó 4).

128
20

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5

-20
Tensões normais (Mpa)

Tensões de
Flexão

-40
Tensões de
Bimomento

-60 Tensões
Totais

-80

-100
Espessura (mm)

Figura A.4 - Influência da espessura das paredes no valor


das tensões normais, seção 1 (nó 2).

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5

-20
Tensões Normais (MPa)

-40
Tensões de
Flexão

-60 Tensões de
Bimomento

Tensões
-80 Totais

-100

-120
Espessura (mm)

Figura A.5 - Influência da espessura das paredes no valor


das tensões normais, seção 2 (nó 5).

129
40

20

0
Tensões Normais (MPa)

Tensões de
0 0,5 1 1,5 2 2,5 Flexão

-20 Tensões de
Bimomento

Tensões Totais
-40

-60

-80
Espessura (mm)

Figura A.6 - Influência da espessura das paredes no valor


das tensões normais, seção 2 (nó 3).

50

40

30
Tensões Normais (MPa)

Tensões de
20 Flexão

Tensões de
10
Bimomento

0 Tensões
0 0,5 1 1,5 2 2,5 Totais

-10

-20

-30
Espessura (mm)

Figura A.7 - Influência da espessura das paredes no valor


das tensões normais, seção 2 (nó 1).

130
Foto A.5 - Flexão com torção, viga com 22o de inclinação e empenamento impedido.

131
Foto A.6 - Detalhe do apoio da viga inclinada com empenamento impedido.

132
Anexo B

Colunas de Seção Rack Submetidas à Flexo-Compressão.

Zona de
colapso

380 mm

Foto - B.1 Mecanismo de colapso com uma meia onda simétrica.


Linhas de plastificação no lado b1 e no lado b2. Corpo de prova CP-760-0,0

133
Linhas de
plastificação
no lado b2 Linhas de
plastificação
no lado b1

Foto - B.2 Linhas de plastificação nos lados b2 e b1 na zona do falho. Colapso no


modo distorcional com uma meia onda, corpo de prova CP-760-0,0.

134
Linhas de
plastificação
Zona de no lado b1
colapso

280 mm

Foto - B.3 Mecanismo de colapso com duas meias ondas não simétricas.
Linhas de plastificação no lado b1. Corpo de prova CP-760-6,0

135
Linhas de
plastificação
no lado b1

Foto - B.4 Linhas de plastificação no lado b1 na zona de colapso,


Corpo de prova CP-760-6,0.

136
Extensômetros
elétricos de
resistência

Zona de

colapso

240 mm

Foto - B.5 Mecanismo de colapso com duas meias ondas não simétricas.
Corpo de prova CP-760-14,0

137
Foto - B.6 Zona de colapso, sem linhas de plastificação. Corpo de prova CP-760-14,0.

138
Zona de

colapso

400 mm

Foto - B.7 Mecanismo de colapso com duas meias ondas não simétricas.
Linhas de plastificação nos lados b1 e b2. Corpo de prova CP-1160-0,0

139
Lado b2
linhas de
plastificação

Lado b1
linhas de
plastificação

Foto - B.8 Linhas de plastificação nos lados b2 e b1 na zona de colapso.


Colapso no modo distorcional com duas meias ondas não simétricas,
corpo de prova CP-1160-0,0.

140
Foto -B.9 Linhas de plastificação no lado b2, os lados b3 e b4 não apresentam linhas
de plastificação. Colapso no mododistorcional com duas meias ondas não simétricas,
corpo de prova CP-1160-0,0.

141
Zona de
colapso

240 mm

Foto - B.10 Mecanismo de colapso com duas meias ondas não simétricas.
Linhas de plastificação nos lados b2 e b4. Corpo de prova CP-1160-6,0.

142
Linhas de
plastificação
no lado b2

Linhas de
plastificação
no lado b4

Foto - B.11 Linhas de plastificação nos lados b2 e b4 na zona de colapso.


Colapso no modo distorcional com duas meias ondas não simétricas,
corpo de prova CP-1160-6,0.

143
Zona de
colapso

690 mm

Foto - B.12 Mecanismo de colapso com duas meias ondas não simétricas.
A seção se abriu sem apresentar linhas de plastificação.
Corpo de prova CP-1160-10,0.

144
690 mm
400 mm

340 mm
280 mm

CP-1160-0,0 CP-1160-6,0 CP-1160-10,0 CP-1160-14,0

Foto - B.13 Corpos de prova CP-11600, Mecanismo de colapso no modo


distorcional com duas meias ondas.

145
Zona de
colapso

420 mm

Foto – B.14 Vista geral do corpo de prova CP-1560-0,0, colapso no


modo distorcional com três meias ondas.

146
Linha de
plastificação
lado b2

Linha de
plastificação
lado b4

Foto – B.15 Zona de colapso, CP-1560-0,0, lados b2 e b4 com linhas de plastificação.

147
Zona de
colapso

Foto – B.16 Vista geral do corpo de prova CP-1560-6,0, colapso no


modo distorcional com três meias ondas.
.

148
Lado b4 com
Linhas de
plastificação

Lado b2 com
Linhas de
plastificação

Foto B.17 Zona de colapso, CP-1560-6,0, lados b2 e b4 com linhas de plastificação.

149
780 mm
420 mm

370 mm

370 mm

CP-1560-0,0 CP-1560-6,0 CP-1560-10,0 CP-1560-14,0

Foto - B.18 Corpos de prova CP-1560, posição das zonas.

150
(a) (b) (c) (d)

Foto – B.19 Vista geral dos corpos de prova de maior comprimento, grupo
CP-1560, (a) CP-1560-14,0, (b) CP-1560-10,0,
(c) CP-1560-6,0, (d) CP-1560-0,0.

151
Zona de
colapso

Zona de Zona de
colapso colapso

(a) (b) (c) (d)

Foto - B.20 Corpos de prova do terceiro grupo de perfis ensaiados, zona


de colapso, (a) CP-1560-14,0, (b) CP-1560-10,0,
(c) CP-1560-6,0, (d) CP-1560-0,0.

152

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