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Aula 05 Responsabilidades
Aula 05 Responsabilidades
Aula 05 Responsabilidades
Responsabilidade Civil do
Empregador
1ª edição — 2003
2ª edição — 2005
3ª edição — 2006
4ª edição — 2008
5ª edição — 2009
6ª edição — 2013
7ª edição — 2014
José Cairo Júnior
Graduado em Direito e pós-graduado em Direito Processual Civil pela Universidade
Estadual de Santa Cruz — UESC. Mestre em Direito pela Universidade Federal de
Pernambuco — UFPE. Doutorando pela Universidade Castilla La Mancha (Espanha). Juiz
do Trabalho do TRT da 5ª Região, titular da 3ª Vara do Trabalho de Ilhéus. Professor de
Direito e Processo do Trabalho da Universidade Estadual de Santa Cruz — UESC.
O Acidente do Trabalho e a
Responsabilidade Civil do
Empregador
7ª Edição
R
EDITORA LTDA.
Todos os direitos reservados
Rua Jaguaribe, 571
CEP 01224-001
São Paulo, SP — Brasil
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Abril, 2014
14-01505 CDU-347.51:331.823(81)
Índice para catálogo sistemático:
Lista de Siglas................................................................................................... 13
Prefácio — Rodolfo Pamplona Filho............................................................... 15
Nota do Autor à Sétima Edição........................................................................ 17
Nota do Autor à Sexta Edição.......................................................................... 19
Nota do Autor à Quinta Edição........................................................................ 21
Nota do Autor à Quarta Edição........................................................................ 23
Nota do Autor à Terceira Edição...................................................................... 25
Nota do Autor à Segunda Edição..................................................................... 27
Nota do Autor à Primeira Edição..................................................................... 29
Capítulo I — Responsabilidade Civil............................................................... 31
1 — Escorço histórico......................................................................................... 33
1.1 — Direito antigo..................................................................................... 33
1.2 — Direito moderno................................................................................. 37
1.3 — Responsabilidade civil no Brasil........................................................ 38
1.4 — Teoria do risco................................................................................... 39
2 — Classificações.............................................................................................. 42
2.1 — Responsabilidade civil contratual e extracontratual.......................... 42
2.2 — Responsabilidade civil e penal.......................................................... 43
3 — Elementos.................................................................................................... 44
3.1 — Ação ou omissão.............................................................................. 45
3.2 — Culpa................................................................................................ 46
3.3 — Dano................................................................................................. 47
3.4 — Nexo causal....................................................................................... 49
4 — Causas excludentes da responsabilidade................................................... 50
9
4 — Efeitos do acidente do trabalho................................................................... 62
4.1 — Lesão corporal e perturbação funcional............................................ 63
4.2 — Consequências da lesão ou da disfunção......................................... 64
4.2.1 — Morte................................................................................... 64
4.2.2 — Incapacidade...................................................................... 65
5 — Trabalho preventivo dos órgãos estatais..................................................... 67
10
5.3 — Nexo causal....................................................................................... 114
5.4 — Dano.................................................................................................. 116
5.4.1 — Dano material...................................................................... 117
5.4.2 — Dano moral.......................................................................... 118
5.4.3 — Dano estético ou morfológico.............................................. 119
6 — Responsabilidade civil objetiva do empregador.......................................... 121
7 — Indenização................................................................................................. 126
7.1 — Indenização por danos materiais....................................................... 126
7.2 — Indenização por danos morais.......................................................... 129
7.3 — Cumulação de indenizações............................................................. 132
7.4 — Compensação de indenizações........................................................ 134
8 — Questões correlatas..................................................................................... 139
8.1 — Validade do contrato de trabalho....................................................... 139
8.2 — Hipóteses de exclusão da responsabilidade..................................... 142
8.3 — Responsabilidade em caso de terceirização..................................... 143
8.4 — Prescrição......................................................................................... 144
8.4.1 — Início do prazo prescricional............................................... 149
8.4.2 — Suspensão do prazo prescricional...................................... 152
8.5 — Efeitos da sentença criminal no processo cível............................... 153
8.6 — Efeitos sobre o contrato de trabalho................................................ 155
8.6.1 — Suspensão do contrato de trabalho.................................... 156
8.6.2 — Aposentadoria por invalidez................................................ 157
8.6.3 — Estabilidade no emprego.................................................... 159
8.6.4 — Planos de saúde................................................................. 161
8.6.5 — Férias.................................................................................. 163
11
3 — Concessão do benefício previdenciário acidentário................................... 172
3.1 — Objetivo da perícia do INSS............................................................ 173
3.2 — Presunção do nexo de causalidade................................................. 173
3.3 — Efeitos da concessão do benefício previdenciário acidentário........ 174
4 — Perfil Profissiográfico Previdenciário........................................................... 174
4.1 — Conceito e conteúdo........................................................................ 175
4.2 — O PPP e o dever de sigilo profissional............................................. 176
4.3 — Meio de prova................................................................................. 176
5 — Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.......................................... 176
5.1 — Fatores de risco e estrutura do PPRA.............................................. 177
5.2 — Avaliação de desenvolvimento do PPRA......................................... 178
5.3 — Meio de prova.................................................................................. 178
6 — Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional............................ 178
6.1 — Objetivos.......................................................................................... 179
6.2 — O profissional médico responsável pelo PCMSO............................ 179
6.3 — Etapas de elaboração...................................................................... 180
6.4 — Relatório do PCMSO........................................................................ 180
6.5 — Meio de prova.................................................................................. 181
7 — Gravidade do dano: capacidade de recuperação........................................ 181
7.1 — O problema da cura......................................................................... 181
7.2 — Fixação do valor da indenização...................................................... 182
8 — Exclusão do nexo de causalidade............................................................... 184
8.1 — Doenças não ocupacionais.............................................................. 184
8.2 — Fatores não laborais....................................................................... 186
8.3 — Concausalidade............................................................................... 187
8.4 — Nexo etiológico dos distúrbios dolorosos da coluna vertebral......... 188
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LISTA DE SIGLAS
AI Agravo de Instrumento
ART Agência Regional do Trabalho
ASO Atestado de Saúde Ocupacional
APS Agência da Previdência Social
BEAT Boletim Estatístico sobre Acidentes de Trabalho
CAT Comunicação de Acidente de Trabalho
CF Constituição Federal
CFM Conselho Federal de Medicina
CID Código Internacional de Doenças
CIF Classificação Internacional de Funcionalidade
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CNAE Código Nacional de Atividade Econômica
CNPS Conselho Nacional de Previdência Social
CP Código Penal
CPC Código de Processo Civil
DJ Diário da Justiça
DORT Distúrbios Osteomusculares Relacionados com o Trabalho
DOU Diário Oficial da União
DRT Delegacia Regional do Trabalho
EC Emenda Constitucional
EPI Equipamento de Proteção Individual
FAP Fator Acidentário de Prevenção
FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
GFIP Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço e Informações à Previdência Social
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INSS Instituto Nacional de Seguridade Social
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LER Lesão por Esforço Repetitivo
MP Medida Provisória
MPAS Ministério da Previdência e Assistência Social
MPPS Médico Perito da Previdência Social
NR Norma Regulamentadora
NTEP Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário
NTI Nexo Técnico Individual
NTP Nexo Técnico Previdenciário
OIT Organização Internacional do Trabalho
OJ Orientação Jurisprudencial
PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PEC Proposta de Emenda à Constituição
PIB Produto Interno Bruto
PIS/PASEP Programa de Integração Social/Programa de Assistência ao
Servidor Público
PP Pedido de Prorrogação
PPP Perfil Profissiográfico Previdenciário
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
PR Pedido de Revisão
R Região
RO Recurso Ordinário
RPS Regulamento da Previdência Social
RR Recurso de Revista
SAT Seguro Acidente do Trabalho
SDI Seção Especializada em Dissídios Individuais
SESMT Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Me-
dicina do Trabalho
SSST Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho
STJ Superior Tribunal de Justiça
STF Supremo Tribunal Federal
SUS Sistema Único de Saúde
TRT Tribunal Regional do Trabalho
TST Tribunal Superior do Trabalho
14
PREFÁCIO
Esta obra, de autoria do Juiz do Trabalho José Cairo Júnior, tem tudo
para se tornar uma referência no estudo da matéria.
De fato, fruto da sua dissertação de Mestrado — que tive a honra de
avaliar, em banca composta ainda pelos Professores Doutores Eduardo
Rabenhorst Ramalho e Raymundo Juliano do Rego Feitosa, da Faculdade de
Direito da Universidade Federal de Pernambuco —, enfrenta um dos temas
mais tormentosos da atualidade laboral, a saber, o acidente do trabalho e a
responsabilidade civil do empregador.
Tal circunstância acadêmica respalda o caráter científico da investigação
realizada, avalizando sua importância perante o exigente público leitor.
Todavia, a propriedade e atualidade da temática escolhida revelam
também a profunda preocupação do autor com aspectos pragmáticos
das ações de responsabilidade civil decorrentes de acidente do trabalho,
notadamente quanto ao terrível problema da prova e seu ônus.
Perfilando o entendimento de que a responsabilidade civil do empregador
tem natureza contratual, acaba-se por concluir que há uma inversão do ônus
da prova, em função de uma cláusula de incolumidade que deve conter toda
avença de natureza trabalhista.
Trata-se de conclusão que, se prosperar nos pretórios laborais
especializados, poderá constituir-se em uma verdadeira revolução na tutela
reparatória dos danos causados pelos infortúnios trabalhistas, o que não
deixa de ser uma medida relevante em um país que ostenta o lamentável
título de campeão mundial em número de acidentes de trabalho.
Ainda que, eventualmente, não se concorde com suas conclusões, não
há como se deixar de louvar a iniciativa de José Cairo Júnior, que, mesmo
atarefado em suas funções judicantes (que desempenha com denodo
e simpatia), não se acomodou com a enorme carga de trabalho a que é
submetido diuturnamente e produziu uma obra de tal magnitude, honrando a
estirpe jurídica grapiúna.
15
Partilhando da sua amizade pessoal e da inestimável honra de ser seu
colega nesta labuta, recomendo a leitura deste livro, que se constitui em uma
contribuição de monta à altura da tradição trabalhista da escola baiana de
pensamento jurídico.
16
NOTA DO AUTOR À SÉTIMA EDIÇÃO
17
NOTA DO AUTOR À SEXTA EDIÇÃO
19
As mudanças na jurisprudência dos Tribunais ficaram por conta da
edição da Súmula n. 386 do STJ, da alteração da redação da Súmula n. 291
do TST e da mudança no texto da OJ de n. 375 da SDI-1 do TST.
Além disso, diversos acórdãos transcritos nas edições anteriores foram
substituídos por outros mais recentes, inclusive alguns publicados em 2012,
permitindo ao leitor ter ciência do entendimento dos Tribunais trabalhistas
em relação a temas que ainda não foram objeto de súmulas ou orientações
jurisprudenciais do TST.
20
NOTA DO AUTOR À QUINTA EDIÇÃO
21
NOTA DO AUTOR À QUARTA EDIÇÃO
23
NOTA DO AUTOR À TERCEIRA EDIÇÃO
25
NOTA DO AUTOR À SEGUNDA EDIÇÃO
27
NOTA DO AUTOR À PRIMEIRA EDIÇÃO
29
Civil de 1916 e a Lei n. 10.406, de 10.1.2002, que instituiu o novo Código Civil, por
meio de um estudo comparativo entre as duas normas estatais, sem esquecer
dos dispositivos do Código de Napoleão, concernentes à responsabilidade
civil, que grande influência teve na elaboração dos referidos diplomas legais.
O contrato de trabalho tem o seu conteúdo mínimo formado por cláusulas
obrigatórias legais que, dentre outras determinações, impõem ao emprega-
dor zelar pela incolumidade psicofisiológica dos seus empregados.
Vista sob esta ótica, percebe-se que, em caso de dano sofrido pelo
empregado, vítima de acidente do trabalho, a responsabilidade tem nítida
natureza contratual, posto que decorrente de um inadimplemento contratual.
A questão social impulsionou o surgimento de uma denominada “res-
ponsabilidade acidentária”, de natureza objetiva, transferida por imposição
legal ao próprio Estado que, mediante contribuições periódicas do emprega-
dor, ficaria responsável pelo pagamento das indenizações devidas em caso
de acidente do trabalho.
Ocorre, porém, que a referida indenização acidentária não cobre, inte-
gralmente, o dano sofrido pelo operário, e por esta razão este se encontra
autorizado a ingressar em juízo para pleitear o complemento indenizatório,
desde que tenha agido o empregador com culpa ou dolo.
A principal consequência do reconhecimento da natureza contratual da
responsabilidade civil do empregador, negada pela maioria daqueles que se
dedicam ao estudo da matéria, é a questão do ônus da prova da culpa, que
passa a ser deste último, livrando o empregado, hipossuficiente na relação
empregatícia, do grave encargo processual que lhe cabia e que, na maioria
dos casos, lhe privava da indenização necessária para reparar os prejuízos
sofridos com o acidente do trabalho.
Em resumo, pretendeu-se demonstrar, com o presente trabalho, que: a)
a responsabilidade de direito comum do empregador tem natureza contratual;
b) são cumuláveis as ações acidentárias e de indenização; c) são compensá-
veis as indenizações de direito comum e acidentária; d) a responsabilidade
civil é, via de regra, de natureza subjetiva, mas com a inversão do ônus da
prova para o empregador; e) a responsabilidade civil do empregador, em
decorrência do acidente do trabalho, é objetiva quando sua atividade for de
natureza insalubre ou perigosa; f) a Justiça do Trabalho é órgão judicial com-
petente para o julgamento dos litígios originados pelo acidente do trabalho.
30
CAPÍTULO I
RESPONSABILIDADE CIVIL
31
ofensor, determinando o pagamento de uma indenização que possibilitará
a aquisição de um bem material e, por via de consequência, compensará a
dor suportada pela vítima, além de representar uma punição para o ofensor.
A responsabilidade civil representa o dever de ressarcir ou de compensar,
imposto àquele que, por ação ou omissão, por fato próprio, de terceiro ou de
coisas dele dependentes, provoque a diminuição ou alteração no patrimônio
material ou moral de alguém.
Bastante simples, porém abrangente, pois abarca as espécies objetiva
e subjetiva, é a definição de responsabilidade civil proposta por Caio Mario:
“a responsabilidade civil representa a efetivação da reparabilidade abstrata
do dano em relação àquele que sofre o prejuízo”.(1)
Para que se configure a responsabilidade civil, é necessário que haja
inobservância de um dever legal, genérico ou específico, ou a inexecução de
uma obrigação estabelecida previamente entre o ofensor e a vítima.
Compreendida dessa forma, a responsabilidade civil não pode ser
resultado do exercício regular de um direito, mas, se houver abuso, com
a consequente provocação de dano a outrem, o dever de indenizar restará
configurado.
Essa teoria foi acolhida pelo Código Civil vigente, em seu art. 187:
“Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela
boa-fé ou pelos bons costumes”.
Sobre o tema, manifesta-se Orlando Gomes:
Apesar da dificuldade de sua caracterização e das vacilações a
propósito de sua configuração como instituto, a verdade é que o
exercício anormal de um direito pode criar para o prejudicado uma
pretensão contra quem praticou o ato abusivo, ficando este obrigado
a indenizar o dano causado ou a abster-se da prática do ato abusivo.(2)
O direito pode ser concebido como o conjunto de normas destinadas a
regular a vida em sociedade, estabelecendo os limites da liberdade de cada
pessoa.
O ideal seria que todos agissem conforme as prescrições legais,
evitando-se, assim, as consequências da ação ou omissão que importassem
em violação do direito de outrem.
(1) PEREIRA, Caio Mario da Silva. Responsabilidade civil. 9. ed. rev. Rio de Janeiro: Forense,
2000. p. 11.
(2) GOMES, ORLANDO. Obrigações. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1988. p. 39.
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Por isso é que a responsabilidade civil está calcada basicamente na
máxima neminem leadere, ou seja, o dever de não prejudicar ninguém, regra
fundamental do Direito natural.
1 — ESCORÇO HISTÓRICO
(3) GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 27. ed. rev. Rio de Janeiro:
Forense, 2000. p. 24.
33
Sendo o Direito pátrio de tradição romanista, qualquer estudo sobre a
história da responsabilidade civil passa inevitavelmente pela história do Direito
Romano, mesmo porque seus institutos atingiram uma perfeição jurídica que
influenciou diretamente grande parte dos ordenamentos jurídicos modernos.
Com efeito, nenhuma civilização ocidental antiga alcançou o desenvol-
vimento organizacional atingido pelos romanos no que se refere ao Direito,
pelo que o seu estudo contribuirá também para demonstrar cientificamente
a tese aqui exposta.
Antes de existir uma sociedade organizada e mesmo nos primórdios
desta, prevalecia o princípio da vingança coletiva, ou seja, a ação ou
omissão provocava uma reação imediata e desmedida do ofendido, por
meio de violência física ou moral não só ao ofensor, mas também à sua
família, tribo ou grupo social, característica do Direito arcaico em que não só
a responsabilidade era coletiva, mas também a propriedade.
Nesse primeiro estágio, ainda não se podia falar em reparação, posto
que inexistia a intenção de reparar a ofensa com a restituição do estado
anterior. Muito pelo contrário, após a vingança, passavam a existir duas
vítimas e dois ofensores.
Dourado de Gusmão relata as características da responsabilidade civil
nesse momento histórico:
Para ser responsável, bastava viver. Nessa sociedade, a idade, a
sanidade mental, a culpa, o desenvolvimento mental e a própria
vida não influíam na responsabilidade. Predominava o nexo de
causalidade material, podendo ser responsável por uma ofensa
tanto o animal, a criança, o adulto, a coisa, como o louco ou o cadáver.(4)
Ainda numa fase primitiva, aparece a vingança privada, momento em
que a reação da vítima passa a ser proporcional à ação do autor do dano.
Utilizava-se a regra do olho por olho, dente por dente (Lei de Talião).
A regulamentação da vingança privada deu-se por intermédio da consa-
gração legal do uso da pena de Talião, dando origem à intransmissibilidade
pessoal da pena e sua proporção ao dano sofrido.
Segue-se a fase da composição voluntária, em que o ofendido ainda
poderia optar pela vingança privada. Entretanto, não perceberia qualquer
indenização (compensação material), denominada poena, com a qual se
obtinha o perdão do ofendido, qualidade da composição.
Da mesma forma como aconteceu com a pena de Talião, a lei consagrou
o uso da composição voluntária, transformando-a em composição legal.
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