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ESCOLA VITÓRIA-

RÉGIA
Prof.(a): Apostila: Conteúdo:
EVERALDO EDUCAÇÃO NATAÇÃO
SANTOS FÍSICA
“Mens sana in corpore sano”. (Filósofo romano ∞ ENSINO FUNDAMENTAL
Juvenal) ∞
DATA:
Aluno(a): ANO TURM
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A
...
Modalidade NATAÇÃO – 2º bimestre

BREVE HISTÓRICO DA NATAÇÃO

O ato de se deslocar no meio líquido vincula-se a história do desenvolvimento da humanidade.


Aprender esta ação esteve ligado a fatos como: formas de sobrevivência, distinção social, obtenção de
alimentos. Vejamos como isto aconteceu.

Os primitivos nadavam como forma de sobrevivência: para pescar, fugir de predadores e chegar até
locais onde se tinha que atravessar rios ou lagoas.

Na antiguidade, saber nadar era mais uma arma de que o homem dispunha para sobreviver. Os povos
antigos eram exímios nadadores. Entre os gregos, o culto da beleza física fez da natação um dos
exercícios mais importantes para o desenvolvimento harmonioso o corpo. Em Roma, a natação servia
para a preparação física dos guerreiros e também para a educação. Quando os romanos queriam referir-
se a falta de educação das pessoas diziam: “não sabe ler, nem nadar”.

A natação começou a ser difundida somente no século XIX, quando começaram a realizar as
primeiras competições. O primeiro torneio oficial de natação foi realizado na Inglaterra, em 1837, na qual o
estilo adotado pelos atletas era o nado peito.

Muitos dos estilos de nado desenvolvidos a partir das primeiras competições esportivas realizadas no
século XIX basearam-se no estilo de natação dos indígenas da América e da Austrália.

Atualmente a natação é praticada em 4 estilos:

 CRAWL
 COSTA
 PEITO
 BORBOLETA

O estilo mais rápido é o crawl e o mais devagar o peito. A Federação Internacional de Natação
Amadora (FINA) é quem controla as competições de natação mundial.

NATAÇÃO NO BRASIL

A natação foi introduzida oficialmente no Brasil pelos clubes Botafogo, Gragoatá, Icaraí e Flamengo,
os quais fundaram no Rio de Janeiro a União de Regatas Fluminense. Em 1898, eles promoveram o
primeiro campeonato brasileiro de 1500m.

Somente em 1935, as mulheres entraram oficialmente nas competições de natação brasileiras.

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Destacaram-se inicialmente Maria Lenk (foto) e Piedade Coutinho.

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O Brasil projetou-se internacionalmente com alguns nadadores que obtiveram marcas mundiais: Em
1984, Ricardo Prado, tornou-se recordista mundial dos 400 medley, na década de 1990 também
quebraram recordes mundiais e sul-americanos: Gustavo Borges, Fernando Scherer, Adriana Pereira,
Patrícia Amorim e outros.

Atualmente o nadador César Cielo é um dos maiores nomes da natação brasileira, com vários
recordes e medalhas em competições internacionais, como por exemplo: campeão olímpico dos 50 metros
livre nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, recordista mundial dos 100 metros livres em 2009. Além
dele, temos Thiago Pereira, Ana Marcela e muitos outros.

COMPETIÇÕES

A natação inclui 34 provas reconhecidas pelo Comitê Olímpico Internacional (17 masculinas e 17
femininas). É também uma das modalidades mais nobres dos Jogos Olímpicos de Verão, onde atletas de
ambos os sexos competem em 16 das provas reconhecidas pelo COI. As provas Olímpicas realizam-se
em piscina de 50 metros.

As piscinas oficiais podem ser de: 25 metros (semi-olímpicas) ou 50 metros em extensão. As piscinas
de 50 metros possuem 8 raias, cada uma com 2,5 metros de largura.

Figura: Piscina de 50 metros


Modalidades Olímpicas de Natação

- 50 metros Crawl (nado livre)

- 100 metros Crawl (nado livre)

- 200 metros Crawl (nado livre)

- 400 metros Crawl (nado livre)

- 800 metros Crawl (nado livre) * somente feminino

- 1500 metros Crawl (nado livre) *somente masculino

- 100 metros costas

- 200 metros costas

- 100 metros peito

- 200 metros peito

- 100 metros borboleta

- 200 metros borboleta

- 200 metros medley

- 400 metros medley

- Revezamentos 4 x 100 metros livres

- Revezamentos 4 x 200 metros livres

- Revezamentos 4 x 100 metros estilos

NADO CRAWL
No Crawl, o corpo fica na posição horizontal em decúbito ventral (barriga para
baixo). O rosto submerso, com água na altura da testa, olhando para frente e para
baixo ao mesmo tempo.

Pernada

As pernas realizam movimentos alternados, iniciando a partir da


articulação coxofemoral, em fases descendente e ascendente.

O movimento descendente é de cima para baixo, com a perna


levemente flexionada e, com o pé ligeiramente voltado para dentro e
o tornozelo relaxado concentrando a força no peito do pé;

No movimento ascendente, ocorre a extensão total da perna, até que o calcanhar atinja o nível da
água.

A pernada de Crawl é responsável pelo equilíbrio e sustentação (flutuação) durante o nado.


Braçada

Os braços executam movimentos de rotação


alternados e diferenciados, divididos em 4 fases.

1- Fase de pegada: a mão entra na água, ligeiramente


inclinada para fora (+ 45° do nível da água) a partir do
polegar e indicador, bem à frente da cabeça, na linha
dos ombros, alongado em seguida o braço a uma
distância máxima.

2- Fase de Puxada: após os braços entrarem na água, tem o padrão de um "S" alongado, realizando
um pequeno movimento da mão para lateral (apoio), depois se aproximando do corpo (altura do
quadril), mantendo o cotovelo alto, com o objetivo de "pegar grande quantidade de água em pontos
diferentes" e, acelerando o movimento gradativamente.

4- Fase de finalização: ocorre quando a mão passa próximo à coxa, sendo o cotovelo o primeiro a
romper a linha da água.

5- Fase de Recuperação: ocorre com o braço flexionado e fora da água, tendo o cotovelo como ponto
mais alto e relaxando à frente para iniciar a Fase de Pegada. Não esquecer de tirar bem o ombro fora
da água, pois diminui a resistência frontal e auxilia o giro da cabeça no movimento da respiração.

Respiração

Ocorre no meio da fase de puxada de um dos braços, enquanto o outro braço encontra-se no
momento final da recuperação e próximo à pegada. A cabeça faz um giro lateral (para o lado escolhido),
mantendo uma das orelhas submersas e a boca livre para inspiração. A cabeça retorna para água
juntamente com o braço do lado escolhido, sendo que ela retornará mais rapidamente que ele e o outro
braço estará iniciando a puxada. Dentro da água deve-se expirar pelo nariz.

Tipos de respiração do Nado Crawl (nº. de braçadas x nº respiração):


- 2 x 1 e 4 x 1 (respiração unilateral);
- 3 x 1 e 5 x 1 (respiração

bilateral). Resumo do nado crawl


VIRADA

Existem dois tipos de virada: a olímpica (ou cambalhota) e a simples.

A virada simples pode ser realizada nos nados: crawl, peito e borboleta. As etapas desta virada são:

A cabeça fica acima da superfície da água nos estágios iniciais da virada, momento em que ocorre a
inspiração.

Rotação: é realização através de um movimento giratório de um dos braços. A finalização da


rotação se dá quando os pés ficam firmes e apoiados sobre a parede. Os braços devem estar preparando-
se para empurrar a parede.

Impulso: é realizado através de uma extensão forte de pernas, durante a qual o nadador fica
totalmente estendido, com a cabeça entre os braços.

Deslizamento: ocorre com o nadador na posição estendida, até que a sua velocidade diminua.

Uma mão toca a parede e a outra permanece atrás. Gire o corpo colocando os pés na parede da
piscina. As pernas ficam flexionadas e se deve lançar o braço que tocou a parede por cima da cabeça em
direção à outra mão que permaneceu na água, para realizar o deslize. Com todo o corpo estendido, o
movimento de impulso da parede só pode ser feito após essa posição estar ótima.

Já a virada olímpica (cambalhota) é realizada nos nados crawl e costas, conforme a figura abaixo.
O nadador se aproxima da borda, gira o tronco para ficar voltado para baixo, impulsiona as pernas
na parede e realiza o deslize com os braços estendidos para frente.

Execução da virada

Para ser executada de maneira correta, uma virada depende de um bom ponto de rotação ou toque
bem calculado, uma rápida transição (giro) e um deslize feito de maneira ótima.

Aproximação: veloz em direção à parede, velocidade linear transformada em velocidade rotatória (virada
olímpica).

Toque: No nado crawl não é necessário o toque das mãos, mas qualquer parte do corpo. No caso da
virada olímpica, o que toca a parede são os pés.

Giro: Deve ser rápido, a cabeça deve estar junta ao peito, isso acelera ainda mais a rotação, o movimento
de impulso das pernas para cima em direção a borda, também auxilia nessa velocidade.

Deslize: deve ser feito com uma profundidade em torno de meio metro.

Saídas

As saídas feitas do bloco têm o objetivo de impulsionar o nadador à frente rapidamente e o com
maior impulso possível para ganhar velocidade logo no começo do nado. Para isso, o atleta deve saltar na
água em direção a um ponto como se tivesse um arco e o nadador fosse entrar por ele. O vôo deve ser o
mais prolongado possível. Depois vem o contato com a água, o corpo fica numa posição estendida, a
cabeça flexionada entre os braços, quase junta ao peito. A entrada na água começa pela ponta dos dedos
com uma leve inclinação do corpo para favorecer o deslizamento. Deve-se tentar saltar de modo que todo
o corpo entre no mesmo ponto onde entrou a mão para que não aconteça a famosa “barrigada” que
atrapalharia, e muito, o salto.

Tipos de saídas

Clássica ou convencional: nesta saída há um aproveitamento muito grande do impulso, devido ao


movimento de rotação dos braços para traz. Porem não está sendo muito utilizada, pois o nadador demora
mais para entrar na água.

Agarre: é a mais usada e bem mais rápida do que a anterior. Nela, o nadador prende os artelhos no bloco
ou na borda e a flexão do tronco é mais acentuada, permitindo que as mãos segurem a beirada anterior da
plataforma de saída. Essa saída aumenta a velocidade com que o nadador chega à água. O nado no crawl
começa com o deslize com mais ou menos 60 cm de profundidade e a posição do corpo precisa estar
estendida. O impulso da saída deve ser usado em benefício do nadador.
A importância da atividade física na promoção de saúde da população infanto-juvenil

O sedentarismo causa um grande impacto na saúde da população moderna ocasionando o aparecimento


de doenças degenerativas em um número crescente de pessoas. A obesidade, as doenças
cardiovasculares, as doenças metabólicas e os distúrbios musculoesqueléticos não são exclusividade
somente da população adulta, estas doenças estão surgindo precocemente, acometendo de forma
preocupante também crianças e adolescentes. Este artigo tem o objetivo de analisar o impacto da
inatividade física e suas consequências em crianças e adolescentes. A metodologia utilizada foi a
pesquisa bibliográfica. De acordo com as evidências encontradas na literatura concluímos que o
sedentarismo aliado ao estilo de vida moderna vem causando uma série de malefícios na saúde da
população infanto-juvenil, atingindo grandes proporções, tornando-se um problema de saúde pública.
Dessa forma há uma necessidade urgente de aplicação de programas que visem um estilo de vida mais
ativo nessa população e mudanças comportamentais na família e na criança, tendo como principal
interventor no âmbito escolar o profissional de educação física.

A atividade física apresenta diversos efeitos benéficos ao organismo, sendo recomendada como uma
estratégia de promoção da saúde para a população. Entretanto vários estudos mundiais incluindo o Brasil
apontam para um elevado índice de sedentarismo em todos os grupos etários, variando de 50% a mais de
80% na população mundial (MENDES et al., 2006). Atualmente vários estudos têm sido amplamente
divulgados e discutidos na literatura científica a respeito dos benefícios da prática da atividade física
associados à saúde e ao bem-estar, assim como os riscos que predispõe ao aparecimento e ao
desenvolvimento de disfunções orgânicas relacionadas ao sedentarismo.

Vários estudos destacam que hábitos de atividade física, incorporados na infância e adolescência
possivelmente possam transferir-se para idades adultas (GUEDES et al., 2001). De acordo com o Colégio
Americano de Medicina Esportiva a aptidão física para a criança e adolescente deve ser desenvolvida
como primeiro objetivo de incentivo a adoção de um estilo de vida apropriado com a prática de exercícios
por toda a vida, com o intuito de desenvolver e manter condicionamento físico suficiente para melhoria da
capacidade funcional e da saúde (ACSM, 2007).

Devem ser realizados programas escolares focando em mudanças na educação e do comportamento


para incentivar o engajamento em atividades apropriadas fora do horário das aulas. Os professores de
educação física em especial apresentam um papel de extrema relevância para dar assistência nas formas
de integrar outros aspectos da promoção da saúde (bons hábitos nutricionais, não fumar, o perigo das
drogas relacionando o esporte, etc.) nas instruções relacionadas à saúde (ACSM, 2007).

A criança que é fisicamente ativa tem mais chance e se tornar um adulto ativo, destacando o ponto de
vista de saúde pública e medicina preventiva, a promoção da atividade física na infância e na adolescência
significa estabelecer uma base sólida para a redução da prevalência do sedentarismo na idade adulta,
contribuindo desta forma para uma melhor qualidade de vida (LAZZOLI et al., 2007).

O aumento da obesidade e sobrepeso na população brasileira é indicativo de um comportamento


epidêmico, com base em estudos realizados nas últimas três décadas, sendo que está ocorrendo um
aumento gradativo de sobrepeso e obesidade desde a infância até a idade adulta. O tratamento
convencional tem como base à redução na ingestão calórica, aumento do gasto energético, modificação
comportamental e envolvimento familiar no processo de mudança (SBEM, 2005); (OLIVEIRA e FISBERG,
2003).

O presente artigo visa expor o impacto da inatividade física e suas consequências em crianças e
adolescentes em idade escolar, destacando a importância da aplicação de programas que visem um estilo
de vida mais ativo nessa população, tendo como principal interventor no âmbito escolar o profissional de
educação física.

Atividade física versus sedentarismo

A atividade física pode ser definida como qualquer movimento produzido pelos músculos esqueléticos que
resulte em gasto energético. A atividade física contribui consideravelmente para a economia dos gastos
em saúde pública, pois auxilia na prevenção e no tratamento direto para saúde dos efeitos deletérios
decorrentes do sedentarismo. Em algumas regiões do Brasil a prevalência de sedentarismo em adultos é
em torno de 70%. Poucos estudos ainda são encontrados sobre o nível de atividade física em crianças e
adolescentes na literatura brasileira (JOVENESI et al.,2004).

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontam para 80,8% de adultos
sedentários. Em um estudo na cidade de São Paulo, encontrou-se uma prevalência de sedentarismo de
68,7% em adultos. Nos Estados Unidos mais de 60% dos adultos e em torno de 50% dos adolescentes
são considerados como sedentários, de acordo com o National Center for Chronic Disease prevention and
Health promotion (OEHLSCHLAEGER et al.,2004).

O sedentarismo está ligado ao desenvolvimento várias doenças:

Obesidade: termo com origem no latim obesitas que significa excesso de gordura. Também conhecida
como adiposidade, a obesidade é a acumulação de gordura no corpo.

Doença coronariana: tipo mais comum de doença cardíaca. Ela ocorre quando as artérias coronárias,
que suprem o músculo cardíaco de sangue, ficam endurecidas e estreitas devido ao acúmulo de placas.
Esse processo de acúmulo de placas e endurecimento e estreitamento das artérias são chamados de
aterosclerose. As placas são uma mistura de substâncias gordurosas que incluem colesterol e outros
lipídeos. O fluxo sanguíneo e suprimento de oxigênio ao coração podem ser reduzidos com a placa, ou até
totalmente bloqueado. As placas também podem romper e ocasionar coágulos sanguíneos que bloqueiam
artérias.

A doença das coronárias pode ocasionar ataque cardíaco. Angina, que é a dor ou desconforto no peito
que acontece quando o músculo cardíaco não está obtendo sangue suficiente, também pode ocorrer.

Com o passar do tempo, a doença das artérias coronárias pode enfraquecer o músculo cardíaco e
provocar insuficiência cardíaca, um problema sério no qual o coração não consegue bombear sangue
como deveria. Doença das coronárias também pode ocasionar arritmia, que é o batimento cardíaco
irregular.

Hipertensão: doença crônica determinada por elevados níveis de pressão sanguínea nas artérias, o que
faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer circular o sangue
através dos vasos sanguíneos. A pressão sanguínea envolve duas medidas, sistólica e diastólica,
referentes ao período em que o músculo cardíaco está contraído (sistólica) ou relaxado (diastólica). A
pressão normal em repouso situa-se entre os 100 e 140 mmHg para a sistólica e entre 60 e 90 mmHg para
a diastólica.

A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para a ocorrência do acidente vascular cerebral,
trombolembólico ou hemorrágico, enfarte agudo do miocárdio, aneurisma arterial (por exemplo, aneurisma
da aorta), doença arterial periférica, além de ser uma das causas de insuficiência renal crónica e
insuficiência cardíaca. Mesmo moderado, o aumento da pressão sanguínea arterial está associado à
redução da esperança de vida. Segundo a American Heart Association é a doença crónica que ocasiona o
maior número de consultas nos sistemas de saúde, com um importantíssimo impacto económico e social.

Diabetes tipo 2: é uma doença metabólica crônica que se caracteriza pela dificuldade do corpo em utilizar
a insulina, então as pessoas que sofrem desta DIABETES têm uma fraca sensibilidade à insulina
(hormônio que permite a entrada do açúcar nas células). Dessa forma, o metabolismo de açúcar pelo
corpo fica prejudicado.

Não há cura para o DIABETES TIPO 2 e, quando não tratado adequadamente, pode ocasionar sérias
complicações à saúde, sobretudo no sistema cardiovascular.

Osteoporose: Doença onde existe uma diminuição da substância óssea de forma progressiva, levando ao
enfraquecimento dos ossos. O nome osteoporose significa ossos porosos. O resultado comum da
osteoporose são as fraturas, na verdade, os ossos podem ficar tão fracos que mesmo pequenas traumas,
como levantar uma sacola de COMPRAS ou até tossir, podem levar a fraturas ósseas.

Uma pesquisa realizada na cidade do Rio de Janeiro observou que apenas 20% dos adolescentes
realizavam atividade física com regularidade. A prática regular de atividade física em que ocorre o
aumento do gasto energético, tem um impacto positivo na prevenção de doenças cardiovasculares (DCV),
redução da pressão arterial e elevação da

lipoproteína de alta densidade (HDL) (REGO et al., 2006). O gasto metabólico gerado pelo sedentarismo,
aliado ao excesso de consumo energético, apresenta relação com DCV e à obesidade (REGO et al.,
2006).

As preferências alimentares das crianças, assim como as práticas de atividades físicas são influenciadas
diretamente pelos hábitos de vida dos pais, que muitas vezes persistem na idade adulta, reforçando a
hipótese que fatores ambientais são decisivos na manutenção de hábitos de vida saudáveis (OLIVEIRA et
al., 2003).

Alguns estudos como o de Baruki et al. (2006) relatam que assistir televisão por mais de três horas/dia e
jogar videogame por mais de duas horas/dia são fatores de risco para sobrepeso e obesidade, verificando
uma correlação positiva entre o tempo gasto nessa atividade e o índice de massa corporal (IMC).

Nas últimas décadas, a população infanto-juvenil tornou-se menos ativa (GIUGLIANO e CARNEIRO,
2004). O Framingham Childrens Study, estudo longitudinal com crianças de quatro a onze anos de
idade, confirma maiores valores de IMC no grupo que assistiu mais à televisão (>3 horas/dia) e os
menores valores no grupo que assistiu a menos televisão (<1,75 hora/dia). A American Academy of
Pediatrics sugere que o limite para televisão e videogame é de duas horas/dia. As crianças mais
sedentárias assistem mais a televisão do que as crianças mais ativas e estão mais expostas ao aumento
ponderal (BARUKI et al., 2006).
Segundo Cohen (1992) apud. Pinho (1999) o comportamento físico sedentário é um dos principais
causadores do excesso de gordura corporal em crianças e adolescentes. O autor relata ainda que estes
sujeitos com sobrepeso e obesos são menos ativos fisicamente do que seus pares magros e ressalta a
preocupação com os níveis de gordura corporal e quantidade de atividade física diária tanto em crianças
quanto em adultos.

Para Pinho e Petroski (1990) apud. Oehlschlaeger et al. (2004) há uma dificuldade de determinar os
níveis habituais da prática de atividades físicas de crianças e adolescentes devido a dificuldade de
desenvolver instrumentos padronizados de medida, impossibilitando a obtenção de informações
conclusivas em relação ao comportamento físico dessa população.

Atividade física e obesidade infantil

De acordo com Wilmore (2000) apud. Bernardes; Pimenta e Caputo (2003) sobrepeso é definido como o
peso corporal que excede o peso normal ou padrão de uma determinada pessoa, baseado em sua altura e
condição física.

A obesidade refere-se à condição em que a pessoa apresenta uma quantidade excessiva de gordura
corporal.

O condicionamento físico obtido com a prática de exercício reduz a morbidade (aparecimento de doenças)
e mortalidade, mesmo em pessoas que se mantém obesa (ACSM, 2003).

“Pessoas obesas não só vivem menos como também tem uma má qualidade de vida em comparação com
indivíduos magros desde a infância”. (BERNARDES; PIMENTA e CAPUTO, 2003).

A obesidade está associada ao desenvolvimento ou agravamento de inúmeras disfunções metabólicas,


tais como cardiopatias, hipertensão arterial, diabetes, hipercolesterolemia, (colesterol alto), hiperlipidemia,
( presença de níveis elevados ou anormais de lipídeos) entre outras. Um adolescente obeso pode ser
identificado ainda na infância, uma vez que uma criança obesa na infância pode apresentar de 68% a 77%
de probabilidade de permanecer obesa durante a adolescência (RONQUE et al., 2005). Quanto mais
tempo as crianças permanecem acima do seu limite de peso corpóreo considerado normal, provavelmente
mais eles continuarão neste estado durante a vida adulta. De acordo com Dietz (1995) apud. Pinho (1999)
a partir dos seis anos de idade o excesso de peso corporal não desaparece espontaneamente.

Em várias regiões do país, alguns estudos verificam um crescente quadro de sobrepeso e obesidade,
além de DCV, hipertensão arterial e hipercolesterolemia já presentes em adolescentes. A Organização
Mundial de Saúde (OMS), tem alertado atualmente o perigo do aumento exagerado de massa corporal, em
especial no final da adolescência, observando que 20% dessa população nessa condição apresentam
fatores de risco pra DCV (REGO et al., 2006).

Um estudo realizado na população atendida pelo hospital-escola da Escola Paulista de medicina mostrou
que, aproximadamente 4% a 5% das crianças menores de 12 anos, que chegam para a consulta em
triagem médica apresenta obesidade.

Em um outro estudo domiciliar descrito por Neutzling; Taddei; Rodrigues e Sigulem (2000) apud. Luiz et
al. (2005) de cobertura nacional para representar a população de adolescentes brasileiros não
institucionalizados, foi realizado com o objetivo de descrever a prevalência de obesidade em 13.715
adolescentes, entre 10 e 19 anos de idade. Os resultados mostraram que ocorreu uma maior prevalência
de obesidade no grupo de adolescentes do sexo feminino e em adolescentes de nível sócio-econômico
mais alto e de regiões industrializadas (LUIZ et al., 2005).
Inatividade física e distúrbios musculoesqueléticos

São várias as etiologias dos problemas posturais, estes problemas são crescentes na sociedade moderna
já se manifestando na infância e na adolescência. A maioria dos problemas com a postura são resultados
de efeitos cumulativos de uma vida estressante, maus posicionamentos no trabalho, maus hábitos ao
dormir e levar uma vida sedentária (VERDÉRI, 2007).

A consciência postural deve-se iniciar na infância, quando a criança está em fase de desenvolvimento
físico e seu corpo está sujeito a transformações, porque depois na fase adulta, sem a presença desse
conhecimento, as pessoas já terão muitos vícios posturais (VERDÉRI, 2007). As alterações morfológicas
do sistema locomotor, em virtude de hábitos posturais associados ao estilo de vida, constituem atualmente
uma das mais graves doenças crônico-degenerativas (SHIMIDT e BANKOFF, 2007).

A população escolar merece atenção especial em relação à educação postural, os escolares mantidos em
sala de aula, muitas vezes em posições incômodas e inadequadas por longos períodos, ficam
predispostos a desenvolver vícios posturais prejudiciais a sua saúde. O impacto do sedentarismo é o
principal causador de problemas de postura. (SHIMIDT e BANKOFF, 2007).

Conclusão

O sedentarismo aliado aos hábitos nutricionais e comportamentais tem um impacto maléfico na saúde da
população, podendo resultar na obesidade e numa série de doenças crônico- degenerativas, acometendo
de forma preocupante crianças e adolescentes. O impacto negativo da inatividade física e suas
consequências na população infanto-juvenil, precisa ser tratado como problema de saúde pública. Dessa
forma há uma necessidade urgente de aplicação de programas que tenham o objetivo de estimular o
aumento da atividade física espontânea no cotidiano dessa população, como meio profilático e de
tratamento de doenças crônicas já instaladas. Existe à necessidade de adoção de um estilo de vida mais
ativo nas crianças e adolescentes e mudanças comportamentais também em seus familiares, tendo como
peça-chave no ambiente escolar o professor de educação física.

Adaptado: http://www.cdof.com.br/AF%20na%20Inf

%E2ncia.pdf

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